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CASOS CLÍNICOS – FARMACOLOGIA DOS SISTEMAS

CASO 1 - Este fato aconteceu em 1744. Os colonos da Virgínia capturam


Opechancanough, Chefe Guerreiro dos powhatanos e tio de Pocahontas.
Openchancanough é considerado um mestre estrategista e tem a reputação de ser um
guerreiro impiedoso. Entretanto, um correspondente da colônia fornece um retrato bem
diferente do chefe capturado: “As fadigas excessivas que ele enfrentou debilitaram o
seu organismo; sua carne tornou-se flácida; os tendões perderam o seu tônus e a sua
elasticidade; e suas pálpebras estavam tão pesadas que ele não conseguia enxergar, a
não ser que fossem levantadas pelos seus ajudantes. . . era incapaz de andar; porém o
seu espírito, erguendo-se acima de seu corpo destroçado, ainda comandava [seus
seguidores] da maca em que era transportado pelos seus índios.” Enquanto
Opechancanough ainda se encontrava numa prisão em Jamestown, descobre-se que,
depois de um período de inatividade, ele consegue levantar-se sozinho do chão e ficar
em pé. Acredita-se que a história de Opechancanough fornece a primeira descrição
documentada da miastenia grave, uma doença neuromuscular decorrente da produção
de anticorpos de auto-imunidade dirigidos contra os receptores colinérgicos na junção
neuromuscular. Em 1934, quase dois séculos depois, a médica inglesa Mary Broad foot
Walker encontra vários pacientes com sintomas semelhantes de fraqueza muscular, que
a fazem lembrar dos sintomas de pacientes com envenenamento por tubocurare.
Confiante em seus achados, a Dra. Walker administra um antídoto, a fisostigmina, aos
seus pacientes imobilizados. Os resultados são surpreendentes — em poucos minutos,
os pacientes são capazes de levantar-se e de andar pelo quarto. A Dra. Walker
descobre, assim, a primeira medicação verdadeiramente efetiva para a miastenia grave.
Apesar da importância dessa sua descoberta, ela é ridicularizada pela maior parte da
comunidade científica, porque o tratamento melhora os sintomas da miastenia grave de
modo muito mais rápido e efetivo do que se poderia acreditar. Somente muitos anos
depois é que a comunidade científica aceita os seus achados.

1) Por que o envenenamento por tubocurare e a miastenia grave produzem sintomas


semelhantes?
2) Qual o uso terapêutico do tubocurare, se houver algum?
3) Como a fisostigmina melhora os sintomas da miastenia grave?

CASO 2 - Paciente do sexo feminino, 41 anos, iniciou sua vida no campo aos 09 anos
de idade laborando no plantio de folhas de tabaco. Relata que na infância não usava
Equipamento de Proteção Individual- EPI. Passou utilizar somente a partir de
1996/1997, sendo este EPI comprado pela colaboradora. Relata que usava toca árabe
(legionário), chapéu, máscara descartável, luvas, botina, óculos de cor verde, calça de
plástico e pano. Utilizava ainda avental e boné. Durante as refeições não tinham horários
determinados e nem intervalos para as necessidades básicas, além de horas extras sem
gratificação. De acordo com a paciente, o início da sintomatologia deu-se a partir de
janeiro de 2001, quando apresentou fraqueza, ficando muitas vezes paralisada. Sentia,
igualmente, fortes dores de cabeça e tinha episódios de esquecimento. Aos 15 anos de
idade, época em que iniciou os seus sintomas, com uma evolução progressiva, começou
a apresentar vômitos e alucinações (aranhas e vultos), diarreia e eventualmente com
disenteria. Ao realizar a pulverização apresentava dor de cabeça em todas estas
ocasiões com piora gradativa. Nos últimos anos relata dor diariamente no corpo inteiro,
com períodos de acalmia. Tremor nos membros inferiores, nos braços (membros
superiores), paralisia no pescoço (rigidez). Movimentos involuntários. Ao deitar
pioravam os movimentos involuntários, manifestou-se insônia devido aos sintomas.
Sofreu paralisias generalizadas no corpo todo, além disso, usa andador em pequenos
trajetos. Tem rampas em casa há aproximadamente 5 anos. Não sobe escada por
dificuldade motora.
1) Qual o provável diagnóstico do caso? Justifique.
2) O que acontece no organismo que provoca esses sintomas?
3) Se a paciente acima tivesse um quadro de intoxicação aguda por inalar grande
quantidade do agente causador da situação, qual seria o antídoto a ser utilizado?
Justifique.

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