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Capítulo I:
Art. 1º Constitue o patrimônio histórico e artístico nacional o conjunto dos bens móveis e imóveis
existentes no país e cuja conservação seja de interêsse público, quer por sua vinculação a fatos
memoráveis da história do Brasil, quer por seu excepcional valor arqueológico ou etnográfico,
bibliográfico ou artístico.
Nesse decreto-lei tratamos exclusivamente dos bens materiais – como destacado no art. 1 º -, que
podem compor o patrimônio histórico e artístico nacional. Podemos notar o caráter de organização
desse patrimônio. Há um sentido em reconhecer o devido valor desse bem, sua contribuição para a
chamada Identidade nacional, como explicitado no valor etnográfico, ou seja, seu valor para
determinados grupos étnicos. Ao tratarmos dos chamados valores bibliográficos, faz-se necessário
distanciar do conceito de valor literal, que por sua vez, é imaterial- que só entrarão em questão no
ano 2000. O valor literário refere-se ao conteúdo do texto, a mensagem ali contida. Já o valor
bibliográfico, refere-se ao livro, propriamente dito, como uma edição física, um manuscrito, a
primeira edição, ou seja, o suporte material.
. Os sítios e paisagens também são considerados nesse decreto-lei – hoje, conhecidos por
patrimônios naturais. (§ 2º [...] aos bens a que se refere o presente artigo e são também sujeitos a
tombamento os monumentos naturais[...]). A cerca desses patrimônios, podemos inserir os “que
tenham sido dotados pela natureza”, como a Chapada Diamantina, na Bahia, além das ilhas
Atlânticas Brasileiras, como Fernando de Noronha ou o Pantanal – ao que se entende hoje por área
de conservação. Outros monumentos naturais são também aqueles que “tenham sido agenciados
pela indústria humana”, como por exemplo a cidade de Brasília, com seu importantíssimo caráter
arquitetônico nacional, ou como o mais conhecido elemento nacional pelos estrangeiros: O
Corcovado e o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Sua conservação é essencial a fim de evitar a
desconfiguração dessas paisagens.
Art. 2º A presente lei se aplica às coisas pertencentes às pessôas naturais, bem como às pessôas
jurídicas de direito privado e de direito público interno.
O artigo reforça que a “lei se aplica às coisas”, ou seja, aos bens materiais. Quanto ao
pertencimento, classificamos as “pessôas naturais” que são as pessoas físicas, assim como às
“pessôas jurídicas de direito privado” que são as empresas em geral e as “pessôas jurídicas de direito
público” que são aquelas ligadas as camadas administrativas, autarquias e as fundações.
Esse é um artigo de exclusão, propondo-se a discorrer quais patrimônios não serão consideradas. As
“representações diplomáticas e consulares” são um caso delicado, já que pelas regras do direito
internacional, esses espaços são extensões do território que representam, mesmo em solo nacional.
A lei de introdução do Código Civil – hoje, a lei de introdução às normas do direito brasileiro –
contempla a sucessão por morte, que respeita a lei do país em que o morto morava. Por isso, o bem
não é acrescido ao valor histórico nacional. A presença de um bem estrangeiro no Brasil, não o
integra a nosso histórico cultural, por isso, o herdeiro tem o direito de possuí-lo em caso de morte
do dono.
Código Civil:Art.10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.
Capítulo II
Do Tombamento
Art. 4º O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional possuirá quatro Livros do Tombo, nos
quais serão inscritas as obras a que se refere o art. 1º desta lei [...]
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessôa natural ou à pessôa jurídica de direito privado
se fará voluntária ou compulsoriamente [...]
Por sua vez, o tombamento compulsório, resulta do conflito entre os interesses públicos e privados,
criando uma disputa entre os poderes sobre o bem. A coletividade prevalece e o tombamento
acontece mesmo sem a anuência do dono.
Art. 10. O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6º desta lei, será considerado provisório ou
definitivo
Conforme seu estágio processual, podemos dividir o tombamento entre provisório, quando dado
início e, após sua conclusão e inscrição no livro tombo, torna-se definitivo.
Capítulo III
Art. 11. As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios, inalienáveis por
natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas entidades.
Art. 18. Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se
poderá, na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibílidade,
nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o objéto,
impondo-se nêste caso a multa de cincoenta por cento do valor do mesmo objéto.
O SPHAN preza e zela também pela ambiência, ou seja, pelo entorno do bem tombado, a fim de
evitar danos a este patrimônio e sua devida descaracterização
Capítulo IV
Direito de Preferência.
Art. 22. Em face da alienação onerosa de bens tombados, pertencentes a pessôas naturais ou a
pessôas jurídicas de direito privado, a União, os Estados e os municípios terão, nesta ordem, o
direito de preferência.
É possível alienar, ou seja, vender o bem a outro privado, já que o tombamento não implica em
perda de posse. Entretanto, antes de oferecê-lo a um particular interessado na compra do bem,
deve-se oferecer aos entes federados na ordem apresentada no artigo.
O art. 1.072 Código de Processo Civil, de 16 de março de 2015, revogou o Art. 22 do Decreto-Lei nº
25, portanto quanto ao direito de preferência fica revogado.