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Logística 4.

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Aula 1
Unidade I - ARMAZENAGEM: INSTALAÇÕES, ESTRATÉGIAS E EQUIPAMENTOS

O armazém é uma estrutura logística na qual matérias-primas, produtos semiacabados e


acabados são estocados à espera da próxima etapa da cadeia de distribuição. É o local onde os
produtos estão depositados até que haja uma demanda para sua utilização. No campo da
logística, o armazém é também conhecido como warehouse, ou mesmo chamado de depósito.

PESQUISA
Principais tipos de armazém existentes:
1. Próprio  A empresa faz toda a gestão do espaço em que ficam os produtos. Ela tem a
responsabilidade e define os processos. Exemplo: galpão próximo de rodovia, otimizando
o transporte.

2. Público  Esses locais são especializados e fazem cobrança de taxas de manuseio e


armazenagem, que costumam ser baseadas no peso ou na cubagem das mercadorias. A
grande vantagem deste modelo é que ele tem as especificações necessárias para cada
tipo de material estocado: alimentos e remédios que precisam de refrigeração, grãos.

3. Terceirizado  todo o processo logístico no armazém é de responsabilidade de uma


empresa terceirizada à parte, com expertise na área. O principal benefício é não precisar
dispor de mão de obra própria para os cuidados com o armazém, bem como, o
treinamento e capacitação de funcionários. Bastante procurada por pequenos
empresários e também por empresas de maior porte, como as da indústria agrícola, que
buscam evitar desperdícios, perdas e danos aos seus produtos.

4. Contratado   A empresa contrata o armazém, dispondo do espaço físico dele, porém,


demanda funcionários próprios para cuidar dos processos logísticos. É necessário pagar
aluguel do armazém e contar com uma equipe capacitada para lidar com os
procedimentos

CD  Centro de distribuição – faz a distribuição para todos os armazéns.

A evolução da armazenagem
Os primeiros relatos de armazenagem datam de épocas em que as populações se preocupavam
com o estoque de alimentos em celeiros e galpões, principalmente para mantimentos que
seriam consumidos nos meses seguintes, ou até negociados em feiras populares. Durante a
Revolução Industrial, no século XIX, a atividade de armazenagem emergiu com maior
relevância para a produção de bens. Nesse momento, surgiram várias outras atribuições para
essa área, considerando os insumos necessários para produção em massa. Com o passar dos
anos, esse tipo de atividade foi sendo incorporado ao conceito mais amplo que hoje
entendemos como logística.

Segundo Ballou, com o objetivo de atender aos requisitos do cliente, a logística empresarial é
composta pelos processos de:
 Planejamento
 Implementação
 Controle de fluxo e armazenagem
Tais processos devem ser eficientes, ser de baixo custo, manter baixo estoque de produtos em
processo e de produtos acabados e prestar as informações relacionadas, desde o ponto de
origem até o ponto de consumo.

 Armazenagem  É a guarda de produtos acabados, semiacabados ou até matéria-


prima.
 Estoque  É a gestão de materiais que estão sendo armazenados: de qual produto irá
vencer primeiro, da localização, de estratégias de segurança etc.

Objetivos de um armazém: receber, descarregar, carregar, arrumar e conservar matérias-


primas, produtos acabados ou semiacabados em suas instalações.
 Almoxarifado  É o tipo de depósito próprio ligado à movimentação interna de uma
empresa, destinado a: guarda, proteção e controle dos diferentes insumos consumidos
durante o processo de transformação. Podem ser divididos em: almoxarifado de
matérias-primas, de componentes e sobressalentes, de produtos em processo, de
produtos acabados e de ferramentas.
 Depósito  É uma área própria, pública ou contratada de terceiros, alfandegado ou
não, destinado a: estocagem, guarda, proteção e controle de materiais acabados,
destinados a consumo ou transformação futura, ou ainda, para possibilitar a
consolidação de lotes a serem despachados, por períodos de interesse da empresa.
 Centros de distribuição (CD)  É um armazém que facilita a distribuição de produtos
de forma a prover agilidade na entrega do produto final (à medida que a quantidade
de linhas de produtos consumidos aumenta, há um aumento da complexidade em
gerir um armazém e, também, há cobranças para torná-lo mais eficiente).

Dessa forma, podemos analisar as seguintes diferenciações nas questões estruturais focadas na
estrutura civil de um armazém:
 Armazém  Construção em madeira,
metal, alvenaria ou concreto armado,
coberta com telhas francesas, de
fibrocimento ou de zinco, fechada de
todos os lados, dispondo de portas para
permitir o acesso das pessoas,
equipamentos de transporte e/ou
movimentação de mercadorias,
podendo apresentar distintas
características de construção. Há construção de armazéns lonados, geralmente com
baixa estrutura de alvenaria associada. Basicamente uma estrutura metálica coberta
por uma lona resistente às intempéries.

 Galpão  Construção rudimentar coberta,


geralmente localizada entre armazéns,
destinada a serviços de apoio do armazém,
com o objetivo de servir como pulmão em
momentos de congestionamento ou, ainda,
para a guarda de estrados, implementos,
ferramentas e matérias de separação ou de
forração.
 Pátio  Área pavimentada descoberta, com
zonas de empilhamento demarcadas,
dispondo de vias de acesso definidas para
equipamentos de movimentação horizontal
e de transporte.

 Silo  Construção de metal, aço ou concreto


armado, disposta horizontal ou verticalmente,
destinada a armazenar cereais, fertilizantes
etc.

Além disso, um armazém pode ser temporário ou permanente:


 Temporário  É construído para um determinado fim e com prazo para
desmobilização, vinculado a um cronograma. Como exemplo temos, em feiras ou
eventos, tendas para armazenamento de aparelhos eletrônicos e equipamentos. Após
o fim do evento, toda a estrutura é desmobilizada.
 Permanente  É geralmente associado à construção de armazéns com estrutura de
alvenaria, que requer fundação e estruturas mais robustas. Estão em locais
estratégicos que as empresas vislumbram longos períodos de operações.

Um armazém também pode ser:


 Próprio: é construído com aportes financeiros da própria empresa.
 Terceiro: é locado, sendo pago um aluguel por essa locação e/ou um valor que inclui a
operação da mão de obra desse armazém.

A empresa precisará definir:


 Material a ser armazenado  Entender as características desses materiais para, assim,
prover a melhor solução. Por exemplo: materiais que podem ser armazenados “ao
tempo” não necessitarão de investimentos em cobertura, lonada ou alvenaria. Por
outro lado, materiais que necessitam de temperatura controlada exigirão
investimentos em estufa.
 Tempo de espera para receber o material  Às vezes, um cliente não tem urgência no
recebimento do seu produto e, portanto, permite que a empresa adquira as matérias-
primas para, aí sim, transformá-las em um produto acabado. Outras vezes, os clientes
exigem respostas rápidas aos seus pedidos. Por exemplo, a contratação de um móvel
sob medida com marceneiro. Não é incomum o cliente aguardar a compra das
matérias-primas e o tempo de confeccioná-las em um móvel. Mas na comercialização
de uma televisão, por exemplo, o vendedor mais ágil, muitas vezes, ganha a venda.

Aula 2 – Modais de Transporte


Definição: São os modos de se realizar a locomoção de carga, ou seja, os tipos de transporte.
Existem seis tipos: rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário, aeroviário e infoviário.
1. Modal Rodoviário  É o mais utilizado no Brasil. Pelas estradas, os caminhos e carretas
levam todo o tipo de carga. Podem ser produtos da baixo ou alto valor agregado. Nesse
tipo de modal existe a possibilidade de criar rotas mais flexíveis, prazos razoáveis e com
preços competitivos.
 Vantagens:
 rotas flexíveis
 deslocamento rápido em curtas distâncias
 acessibilidade
 menor burocracia na documentação
 contratação mais ágil

 Desvantagens:
 o custo pode ser elevado por conta de combustível, pedágio e manutenção.
 tempo maior para deslocamento em grandes distâncias
 capacidade de carga limitada
 risco elevado

2. Modal Ferroviário  Feito pelas estradas de ferro é muito utilizado para transportar
cargas volumosas por grandes distâncias até um destino fixo. Os principais produtos
transportados são grãos, minério de ferro, fertilizantes, derivados de petróleo, mercadorias
agrícolas e produtos siderúrgicos.
 Vantagens
 Baixos custos (sem pedágios, combustível mais barato e sem taxas).
 Carrega cargas pesadas e volumosas.
 Percorre grandes distâncias.
 Baixo nível de acidentes, portanto é mais seguro para o transporte das cargas.
 Desvantagens
 Tem rotas fixas, não sendo possível sair da rota ou parar onde desejar.
 Geralmente depende de outro modal para finalizar o transporte.
 Necessidade de transbordo, o que aumenta o manuseio e, consequentemente,
o risco de avarias.
 Rede ferroviária limitada no país.

3. Modal Hidroviário  Também chamado de aquaviário pode ser feito pelos rios (fluvial),
por mares (marítimo) ou por lagos (lacustre). Quando feito entre portos, em águas
costeiras, se chama cabotagem.
 Vantagens
 Baixo custo de transporte, manutenção e implantação (quando usado um leito
natural).
 Permite que sejam transportadas grandes quantidades de carga por longos
percursos.
 Baixo impacto ambiental.
 Desvantagens
 Transporte lento.
 Sofre influência das condições climáticas.
 Custos de implantação podem ser elevados.
 Baixa flexibilidade.
 São necessários diversos documentos para o transporte hidroviário.

4. Modal Dutoviário  É feito por tubos e dutos. Eles podem ser aparentes, submarinos ou
subterrâneos. É utilizado principalmente para cargas perigosas, como petróleo e gás
natural. Pode ser executado a partir da inserção de pressão de forma controlada dentro do
duto.
 Vantagens
 Alta capacidade de carga.
 Pode ser usado para o transporte em longas distâncias.
 Possui baixo custo operacional.
 Desvantagens
 Investimento alto para iniciar a operação.
 Risco de acidentes ambientais alto, por isso necessita de atenção constante.
 Trajeto fixo.

5. Modal aeroviário  É feito por aviões e utilizado por empresas que precisam de
segurança e agilidade no deslocamento de suas mercadorias. É uma boa opção para
transporte de itens perecíveis ou de alto valor agregado, que precisam ser transportados
por longas distâncias de forma rápida.
 Vantagens
 Permite o transporte em distâncias grandes em um tempo bem reduzido.
 Menor necessidade de movimentação de cargas durante o processo.
 A emissão dos documentos necessários é rápida.
 Geralmente os aeroportos estão próximos a grandes centros urbanos.
 Desvantagens
 Existem limites de tamanho, peso e quantidade para a carga.
 Custo elevado.
 Requer a combinação com outro modal.
 Alto investimento em infraestrutura.
 Não é possível transportar produtos a granel.

6. Modal infoviário  É aquele que utiliza a infraestrutura de telecomunicações para o


transporte, mais comumente formada por fibra ótica e satélites. Através desse modal, são
transportados dados e informações, como os serviços de telefonia, internet e televisão por
assinatura.
 Vantagens
 Bastante atenção dos governos nos últimos anos.
 Grande potencial de crescimento.
 Velocidade e Segurança.
 Alta disponibilidade.
 Muitos serviços já ocorrem 100% digital.
 Desvantagens
 Carga tributária alta no Brasil.
 Alta burocracia.
 Pode ser caro para montar a rede, mantê-la, encarecendo o produto final.

Métodos
1. Modal: envolve apenas um tipo de transporte e um único contrato
2. Intermodal: envolve mais de um transporte, com contratos diferentes para cada trecho
3. Multimodal: também considera mais de um tipo de transporte, porém tem apenas um
contrato
Dentro das operações de entrega, é possível surgir a necessidade de utilizar mais de um modal
de transporte. Nestes casos, é importante avaliar qual dos sistemas acima é o mais vantajoso,
sempre considerando os prazos de entrega, eficiência do meio e os custos logísticos envolvidos.
Quando consideramos o percentual dos modais de transporte no Brasil, temos a seguinte
configuração: rodoviário: 61,1% das cargas; ferroviário: 20,7%; hidroviário: 13,6%.

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