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Qual a verdadeira deusa do Direito?

Têmis
Deusa da mitologia grega, era guardiã da lei e dos juramentos dos homens. Seu símbolo
empunhado é uma balança. Não possuía venda nos olhos.

Astreia
Também da mitologia grega, a deusa é filha de Zeus e Têmis. Pregadora da sabedoria, tinha,
como a mãe, o símbolo da balança sendo empunhado.

Dice
Mais uma deusa grega filha de Zeus e Têmis. Ressaltava a força e a busca pela isonomia,
utilizando de uma espada e uma balança de pratos como símbolos. Buscava punir a injustiça
e recompensar a virtude. Na mitologia romana, correspondia à Justitia. Não possuía venda
nos olhos.

Justitia
Personificação romana da justiça. Seu simbolismo difere do de Dice pelo uso da venda nos
olhos, denotando imparcialidade nos julgamentos e igualdade dos direitos, além de não
empunhar uma espada, mas, sim, apenas balanças (em algumas representações, a deusa
surge segurando uma balança em cada uma das mãos; em outras, segurando firmemente,
com as duas mãos, a uma balança só).

Conclusão:
A deusa que temos atualmente representada e tida como "deusa do Direito", empunha uma
espada, possui vendas nos olhos e segura uma balança. Conforme pode-se perceber, em
nenhum dos tópicos acima há uma descrição igual a essa. Têmis é a mais famigerada figura
mitológica quando se trata de personificação de Justiça, porém, Dice é a que mais vai de
encontro com os ideais do Direito a serem seguidos e que são representados na simbologia,
sendo assim, não considero que sua adoção seja válida. Astreia tem uma história pouco
conhecida e praticamente não difere de Têmis. Por outro lado, Dice (ou Justitia, na mitologia
romana), ainda que se adeque de forma mais satisfatória à representação atual, continua
não sendo equivalente.
Dessa forma, creio que não há uma deusa do Direito efetivamente estabelecida. Creio que
essa discussão deriva de uma grande jornada da humanidade, marcada por variadas formas
de exercer e pensar a Justiça. Assim, existem vários nomes a serem dados a representantes
do assunto, dependentes do contexto histórico e do subjetivo de cada indivíduo pensante
(eu, por exemplo, consideraria Dice como a deusa legítima). A imagem que temos
construída hoje é a junção de pontos pertinentes de cada uma das figuras ao longo do
tempo: a força, a imparcialidade e a igualdade. Sendo assim, acredito que não há, de fato,
uma verdadeira deusa do Direito. O que existe são representações, uma mais famigerada
que outra (circunstância que acaba dando maior credibilidade a Têmis, a mais aceita
socialmente), e tentativas de concretizar como absoluto algo dependente do espaço-tempo
e experiências pessoais de cada um.

Caroline Victoria Munhos do Couto


RA 133199
Direito UEM - 1° ano (matutino)
10/07/2023

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