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Símbolos e Significados do Direito

Origem da Psicologia Jurídica


SIMBOLOGIA E SEUS SIGNIFICADOS
Símbolos e Significados do Direito

1. Balança
2. Martelo
3. Espada
4. Trono
5. Themis / Têmis
6. Lei das 12 tábuas
7. Beca ou Toga
8. Crucifixo
9. Pena e livros
10. Coruja
SIMBOLOGIA E SEUS SIGNIFICADOS

 Símbolo - Origem do grego symbolon (σύμβολον),


designa um tipo de signo em que o significante
(realidade concreta) representa algo abstrato
(religiões, nações, sincretismo, quantidades de tempo
ou matéria e etc.), por força de convenção,
semelhança ou contiguidade semântica.

 Charles Sanders Pierce desenvolveu uma classificação


geral dos signos sendo os “símbolos” que é
representado por algo, outra coisa (para alguém).
Símbolos do Direito

Balança

Símbolo máximo do Direito, a balança é o objeto


que representa o equilíbrio, a nivelação das
partes envolvidas, a equivalência e a equação
entre culpa e castigo.
História da função da balança
Segundo a mitologia grega, Osíris – Deus da
morte e da vegetação pesava a alma dos
mortos numa espécie de balança, para então
determinar o destino ultraterreno dos mortais.

De um lado da balança era colocado o coração


do morto e do outro uma pena de avestruz;
essa última simbolizava a justiça e a verdade.
Símbolos do Direito

Martelo

Também conhecido como malhete, o martelo


é um dos símbolos mais importantes do
Direito, por ser utilizado nos tribunais.
História da função do martelo
Segundo a mitologia grega, o objeto é ligado ao Deus
Hefesto, divindade do fogo e conhecido como o ferreiro
divino.

Outros historiadores citam o antigo cajado utilizado


pelos sacerdotes cristãos e judeus, que, ao presidirem
reuniões públicas ou cultos, utilizavam o objeto para
chamar a atenção dos presentes.

Este objeto tem como representação simbólica o


respeito, a ordem, alerta ou ordem de silêncio.
https://www.simbolos.net.br/simbolos-do-direito-justica/
Espada

A espada simboliza a capacidade da Justiça


exercer o seu poder de decisão e impor rigor
em condenações.

Em posição de ataque (em riste), simboliza o Direito


que se impões através da força.
TRONO

Tem a função universal de suporte do poder, da


glória, das instituições e da manifestação da
grandeza humana.

Possui determinada autoridade sobre os


demais.
THEMIS OU TÊMIS
Deusa grega símbolo da Justiça, da
ordem, da lei e protetora dos oprimidos.
Balança - Equilibra o julgamento e a
razão.
Espada que representa o poder da
justiça.

Cegueira (Têmis com os olhos vendados)

Venda nos olhos - Simbolizar a


imparcialidade.
Lei das 12 tábuas
Regras de conduta e leis não escritas
A antiga legislação do direito romano,
Conhecida como constituição da
República Romana pelos pontífices e representantes da
classe que guardavam em segredo.

Eram aplicadas contra os plebeus. Um plebeu de


nome Terentílio propôs no ano de 462 a.C. uma
compilação e publicação de um código legal oficial, com
o objetivo de permitir que os plebeus conhecessem as
leis e impedir o abuso que era feito delas pelos pontífices
e patrícios.
BECA OU TOGA
É uma veste cuja origem está relacionado com
os trajes sacerdotais da antiga Roma.
É um símbolo da advocacia carregado de
simbologia forense e representa o sacerdócio
dos defensores do direito e da justiça.
 Representa a tradição e o prestígio da profissão. É um
símbolo que alerta ao advogado que a utiliza a
lembrança de seu juramento e do compromisso que
assumiu com a justiça.
 É também um símbolo que carrega a tradição da
profissão e desperta o respeito solene pelo povo.
Crucifixo

Presente nos plenários do júri e


em alguns escritórios de
advocacia. O crucifixo carrega
uma simbologia que ultrapassa
seu significado religioso.

O crucifixo representa um erro judiciário, cometido há


milênios, e serve de alerta ao corpo de jurados.
Presente no Plenário do Juri
 Para lembrar em guiar as decisões e ponderações pela lei,
fortalecendo o compromisso com um julgamento
genuinamente justo.

 A memória que essa cruz carrega é a do julgador político


Pôncio Pilatos, que, sem provas ou vislumbres de qualquer
culpa do acusado, entregou o réu, perante o povo de Israel,
para ser crucificado.
 Não interessava à Roma se envolver com questões que não
eram de sua conveniência.

 Atualmente representado pelo Juri popular.


PENA E LIVROS

 Remete ao exercício de escrever defesas e petições para


garantir o direito de uma pessoa ou entidade, transmitindo
a integralidade e a comunicação.

 Faz alusão ao tempo histórico, em que papel e a pena


molhada na tinta eram os principais objetos de trabalho do
advogado.

 A combinação dos símbolos representa a consolidação das


leis em código e a validade dos vereditos, que eram
escritos e registrados com a ajuda da pena e “eternizados”
no papel.
SIMBOLOGIA DA CORUJA
 Sabedoria e a inteligência. Era a preferida de
Minerva, figura mitológica ligada à justiça.
Conhecida pelo nome de Palas Atena, na Roma
antiga.

 Minerva era a deusa da sabedoria e da guerra.

 A expressão “Voto de Minerva”, se refere ao


julgamento de Orestes, filho do rei Agaménon e da
rainha Clitemnestra. Diante o empate na
deliberação pela culpa ou absolvição, a deusa
decidiu a favor do réu.
 Atualmente voto de minerva é dado diante o
empate no tribunal em outras situações também.
Breve Histórico da Psicologia Jurídica
 A primeira interrelação entre a psicologia e o Direito
se deu a partir do interesse em avaliar a
fidedignidade dos testemunhos através dos
instrumentos de análise psicológica, dando ênfase
no diagnóstico patológico. (Mira Y López (1967 apud
CRUZ 2005).
 Esses estudos contribuíram para o desenvolvimento
da Psicologia Experimental no século XIX, que
estudava a memória, percepção e sensação,
despertando o interesse por parte da Justiça.
Origem da Psicologia Jurídica Direito

 O termo psicologia jurídica é o mais utilizado no


Brasil, visto que engloba maiores possibilidades
teóricas e técnicas a serem desenvolvidas no âmbito
jurídico.

 Final do século XIX houve certo interesse pela pericia


psiquiátrica, por isto, está ligado a medicina.

 A psicologia está atrelada a psiquiatria devido as


doenças mentais.
 As doenças reconhecidas pela psiquiatria e a psicologia
jurídica estão têm como parâmetro medir a
imputabilidade do sujeito.

 Esses estudos contribuíram para o desenvolvimento da


Psicologia Experimental que estudava a memória,
percepção e sensação, despertando o interesse por
parte da Justiça.

 Idade Média – As doenças mentais eram percebidas


como fatores sobrenaturais (ordem divina/loucos
mansos ou demonizadas/bruxas/loucos incontroláveis).
A contenção era feita pela igreja “Santa inquisição”.
 Aristocracia da idade média – Visavam a ordem pública, em
nome da justiça real, encarceravam os doentes mentais em
prisões juntamente com os presos comuns.

 Idade Moderna –A ciência percebeu a doença mental não mais


como o sobrenatural, mas com influencias biológicas na
determinação do comportamento humano, surgindo a relação
da psicologia jurídica e a psiquiatria, como fonte de
fundamentação.

 Psiquiatria - Nasceu em 1793 com médico francês (Phlippe


Pinel), inspirando a psicologia clinica e as psicopatologia
(doenças mentais).

Psicologia Jurídica, p. 39
 Psiquiatria dos fenômenos mentais – Francis Galton (conceituação
frenológica), ele defendia que o caráter e as funções intelectuais
estavam relacionados ao tamanho do crânio grandes, pequenos ou
deformados explicariam o comportamento desajustado das
pessoas.

 Antropologia criminal – Césare Lombroso, defendia que a


criminalidade era um fenômeno hereditário, sendo identificadas
através das características físicas.

 Degeneração racial – Francês Esquirol (comportamentos anormais:


perversidade, loucura, maldades) criou o conceito de médico
moral, ligado a degeneração racial.

 Loucos morais – Eram pessoas portadoras de degenerecências que


gerava os distúrbios mentais.
Psicologia Jurídica, p. 40
 Comportamento criminoso – Estava relacionado com o
comportamento do doente mental.

 Interface da Psiquiatria e o Direito – Surgiu devido a


necessidade de compreender o indivíduo quanto a sua
anatomia, sua capacidade de entendimento e de
autodeterminar, de responsabilizar pelos seus atos, em
controlar seus impulsos e desejos.

 Psiquiatria e a Psicologia – Tratam de enfoques e


fundamentos diversos de uma mesma natureza.
a) Psiquiatria - Estudo mental (psicopatologias), diagnóstico e
medicação, sintomas, personalidade, crenças etc.

Psicologia Jurídica, p. 41
b) Psicologia – Estudo mental (Psicopatologias, diagnóstico,
doenças psicossomáticas, consciente, inconsciente, Traços
de personalidade, temperamento, caráter, pensamentos,
crenças, emoções e comportamentos.

 Século XIX – Psiquiatria e as questões sociais – Controle da


ordem e desordem nos espaços urbanos como foco os
conflitos, a necessidade em identificar os “elementos
desordeiros”.

 Combate as drogas - Ao alcoolismo, jogo, prostituição e


crimes utilizando o conhecimento da psiquiatria para
diagnosticar a causa do comportamento articulando as
doenças mentais e a criminalidade como base, utilizando a
teoria da degenerescência.
Psicologia Jurídica, p. 41
 Psicologia Jurídica – Surgiu com a proposta de individualizar o
comportamento devido a subjetividade humana através:
a) do mundo das ideias;
b) significados e emoções internas a partir das interações
sociais e das vivências;
c) constituição biológica;
d) manifestações afetivas e comportamentais. (Bock, 2005)

 Houve uma ligação da Psicologia com filosofia acerca do


comportamento humano e as hipóteses da biologia sobre os
mesmos fenômenos.

 Psicologia jurídica surgiu atrelada a psiquiatria tanto na teoria


quanto na prática, indo além da loucura para as condutas
anormais e normais.
 Psicologia jurídica está presente nas seguintes áreas:
1) DIREITO CIVIL
2) DIREITO DO TRABALHO
3) DIREITO ADMINISTRATIVO
4) DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.

 Psicologia das condutas normais:


Psicologia do testemunho – Investiga a fidedignidade do relato
do fato em audiência forense;
Mecanismos autocompositivos – No caso de conciliação
(mediação de conflitos ou arbitragem).

RESOLUÇÃO Nº 75 DE 2009
CNJ-Conselho Nacional de Justiça define que para os cargos de juiz
federal devem inserir em seu conteúdo programático a disciplina
psicologia jurídica, devendo incluir temas relativos ao processo
psicológico e a obtenção da verdade, e o comportamento departes e
testemunhas.
PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
 Psicologia Jurídica – Surgiu através da prática forense
1814 – Primeira publicação sobre a medicina legal
1835 – Foi promulgada a Lei de 4 de Julho – “Menores de 14
anos e os alienados –doentes mentais graves, na época
tornavam-se inimputáveis (Não responsáveis pelos seus atos).
1884 – Duas obras deram origem a prática forense:
a) AS RAÇAS HUMANAS
b) RESPONSABILIDADE PENAL NO BRASIL de (Nina Rodrigues
e Menores e loucos de Tobias Barreto.

 Século XX – Foram criados os MANICÔMIOS JUDICIÁRIOS para


tratamento de doentes mentais criminosos, somente médico e
não psicológico.
PSICOLOGIA JURÍDICA NO BRASIL
 1945 – Surgiu o 1º Texto sobre psicologia e justiça de Altavilla
“O processo psicológico e a verdade jurídica”. O perfil
psicológico dos personagens envolvidos no embate judicial.

 PSICANÁLISE – Foi introduzida na prática da Psicologia


Forense, através de Napoleão Teixeira. O objetivo era explicar
os comportamentos inadequados “ato infracional” oriundos
dos fatores inconscientes. Analisou testemunho e confissão
falsos, simulações e outros.

 Meados do século XX – Foi lançado o 1º Manual de Psicologia


Jurídica de Myra Lopes.
 1960 – A psicologia jurídica foi reconhecida formalmente. A
pericia era apenas médica.

 O psicólogo realizava: coleta de dados; testes de QI; psicometria


e coeficiente de inteligência; averiguação da idade mental e
exame de personalidade.

 1960 à 1980 – Envolvia com processos de Menores; com adoção,


o abandono e as ilegalidades contra crianças e adolescentes.
Eram mais orientadores do que peritos.

 1970-1980 – Surgiram os primeiros registros de trabalhos de


psicólogos em organizações de Justiça no Brasil, marcado pela
saturação do mercado de Psicologia Clínica pela busca de novos
campos de atuação profissional (PEREIRA & PEREIRA NETO, 2003).

Psicologia Jurídica, p. 44
 1980 – Ainda não tinha independência, atuando como
coadjuvantes ou subsidiários da ação médica junto ao Instituto
de Medicina Legal.

 O CRP instituiu a Psicologia Jurídica como uma especialidade da


Ciência Psicológica em dezembro de 2000, visando atender as
demandas trazidas pelas organizações da Justiça em seus
diversos âmbitos: infância e juventude, família e sucessões, cível
e criminal incluindo organizações que integram os poderes
Judiciário, Executivo e o Ministério Público.

 as áreas de atuação do Psicólogo Jurídico como a Psicanálise,


Behaviorismo, Cognitivismo e as neurociências tiveram mais
destaques.
 Final do século XIX - Os testes psicológicos além de serem
formalizado, obtiveram destaque no século XX.

 O psicólogo hoje elabora o diagnóstico forense, a terapêutica


das vítimas agressores e outras funções nas seguintes áreas:
1.vara de família, área civil e criminal
2.Penitenciária
3.HCT-Hospital de custódia
4.mediação de conflitos
5.aplicação de psicotestes
6.laudos psicológicos e etc...

 Colégio Oficial de Psicólogos de Madri - Considera que a


Psicologia Jurídica é um campo de trabalho e investigação
psicológica especializada.
Psicologia Jurídica, p. 45
Referências
https://www.aurum.com.br/blog/principais-simbolos-da-advocacia/
BRITO,L. Psicologia e Instituições de Direito: a prática em questão. Rio de Janeiro:
Comunicarte/UERJ. 1994.

COSTA, F.N. Breve história da Psicologia no Poder Judiciário do Estado de Santa Catarina. In: O
Serviço Social no Poder Judiciário de Santa Catarina: construindo indicativos/organização da
Assessoria Psicossocial. Florianópolis: Divisão de Artes Gráficas do Tribunal de Justiça de Santa
Catarina, 2001.

CRUZ, R.M. et al. O trabalho do psicólogo no campo jurídico. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
MIRA Y LÓPEZ, E. Manual de psicologia jurídica. Campinas: Péritas, 2000.

4. MIRA Y LÓPEZ, E. Manual de psicologia jurídica. São Paulo: Mestre Jou,1967.


PEREIRA, F.M. et al. O psicólogo no Brasil: notas sobre seu processo de profissionalização. Revista
Psicologia em Estudo- universidade Estadual de Maringá, nº2, vol.8, jul./dez, 2003.
PINHEIRO, Carla. Coleção Direito Vivo. Psicologia Jurídica. 4ª ed. São Paulo, Saraiva Jur, 2017.

6. SILVA, D.M.P. Psicologia jurídica no processo civil brasileiro: a interface da psicologia com direito
nas questões de família e infância. São Paulo - Casa do Psicólogo, 2003.

MIRANDA, Alex Barbosa Sobreira de. Atuação do Psicólogo no Campo Jurídico. Psicologado. Edição
05/2012. Disponível em < https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-juridica/atuacao-do-
psicologo-no-campo-juridico >. Acesso em 6 Mar 2019.

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