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2023
RESUMO
O presente artigo visa compreender o papel exercido pela Advocacia-Geral da União no combate à
corrupção, seja no âmbito preventivo, por meio de seus órgãos de consultoria, presentes em todos os
ministérios do governo federal, seja no âmbito repressivo, valendo-se das ferramentas processuais e
materiais que estão postas à sua disposição para tanto. Nessa linha, buscar-se-á avaliar se o combate
à corrupção se encontra dentro das atribuições da AGU, bem como quais são algumas possíveis
hipóteses de atuação da AGU nesse sentido, no papel de assessoramento do executivo e como
representante judicial da União.
ABSTRACT
This article aims to understand the role played by the Attorney General's Office in the fight against
corruption, whether in the preventive scope, through its consulting bodies, present in all ministries of the
federal government, or in the repressive scope, making use of the procedural and materials tools that
are at its disposal for this purpose. To this end, this article will seek to assess whether the fight against
corruption is within the AGU's attributions, as well as what are some possible hypotheses of AGU's
action in this sense, in the role of advising the executive and as the judicial representative of the Union.
Keywords: Attorney General's Office; Fight against corruption; Prevention and suppression of
corruption.
1 INTRODUÇÃO
1
Mestrado em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2022).
2 Graduação em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2012). E-mail:
ralfodonairejunior@gmail.com.
3 Doutorando e Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP).
E-mail: rigaravelli@gmail.com.
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REVISTA JurES - v.16, n.29, p. 90-111, jun. 2023
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Em sentido muito similar, a Lei nº 13.019/145, que trata das parcerias entre a
Administração e a iniciativa privada, em seu artigo 35, inciso VI, também aponta que
a celebração e a formalização do termo de colaboração dependem da emissão de
parecer jurídico pelos órgãos de assessoria/consultoria jurídica da Administração:
Art. 35. A celebração e a formalização do termo de colaboração e do termo
de fomento dependerão da adoção das seguintes providências pela
administração pública:
VI - emissão de parecer jurídico do órgão de assessoria ou consultoria jurídica
da administração pública acerca da possibilidade de celebração da parceria
(BRASIL, 2014).
De outro lado, tem-se que a AGU também possui legitimidade para atuar de
forma repressiva contra a corrupção, ou seja, visando mitigar os danos causados pelo
ilícito, seja por meio das medidas judiciais cabíveis, seja assessorando a celebração
de acordos de leniência.
Pensando-se inicialmente nas medidas judiciais, tem-se que a AGU conta com
um vasto acervo de ações dos quais pode se valer na repressão à corrupção e na
proteção do patrimônio público.
Uma primeira medida judicial que a AGU possui legitimidade para propor e que
pode ser utilizada no combate repressivo à corrupção é a ação civil pública (Lei n.º
7.347/85). Tal ação é cabível, justamente, na hipótese de verificação de danos
patrimoniais causados a interesses públicos e coletivos, e, especialmente, ao
patrimônio público e social.
Obviamente, atos de corrupção, que implicam em lesão ao patrimônio e ao
interesse público, podem ser objeto de ação civil pública, sendo legitimada a AGU
para promover referida demanda.
Em sentido similar, a ação popular, prevista na Lei n.º 4.717/65, também pode
ser proposta pela AGU, uma vez que referida demanda é cabível para pleitear a
anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos ao patrimônio da União
(incluindo-se aqui a Administração indireta).
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Por fim, são dignas de nota as medidas previstas na Lei Anticorrupção (Lei n.º
12.846/13). Mencionada norma autoriza expressamente que a AGU ajuíze ação
judicial visando a imposição de sanções às pessoas jurídicas que pratiquem atos
lesivos à administração pública:
Art. 19. Em razão da prática de atos previstos no art. 5º desta Lei, a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, por meio das respectivas
Advocacias Públicas ou órgãos de representação judicial, ou equivalentes, e
o Ministério Público, poderão ajuizar ação com vistas à aplicação das
seguintes sanções às pessoas jurídicas infratoras:
I - perdimento dos bens, direitos ou valores que representem vantagem ou
proveito direta ou indiretamente obtidos da infração, ressalvado o direito do
lesado ou de terceiro de boa-fé;
II - suspensão ou interdição parcial de suas atividades;
III - dissolução compulsória da pessoa jurídica;
IV - proibição de receber incentivos, subsídios, subvenções, doações ou
empréstimos de órgãos ou entidades públicas e de instituições financeiras
públicas ou controladas pelo poder público, pelo prazo mínimo de 1 (um) e
máximo de 5 (cinco) anos (BRASIL, 2013).
leniência, sem a quitação no ponto, caso não seja possível alcançar consenso
nesta negociação complementar;
Após a celebração do acordo de leniência, a Advocacia-Geral da União (com
os elementos que dispõe), e o Ministério Público Federal (com os elementos
que com ele forem compartilhados), em conjunto ou isoladamente, poderão
buscar a responsabilização, através de ações judiciais pela prática de ato de
improbidade administrativa, das demais pessoas, físicas ou jurídicas,
envolvidas nos ilícitos revelados.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI,
da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8666cons.htm. Acesso em: 10 out. 2022.
TAMASAUSKAS, Igor Sant’Anna. Corrupção política. São Paulo: Ed. Revista dos
Tribunais, 2019. Acesso em: 18 out. 2022.