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APOSTILA DE

DESENHO TÉCNICO
MECÂNICO – DES II
2ª ETAPA

Escola Técnica Estadual 25 de Julho


Técnico em Mecânica
Rua Pedro Américo, 479
Bairro São José – CEP 98700-000

Ijuí – RS
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1ª Edição – 2019, corpo de professores da Escola Técnica Estadual 25 de Julho

Titulo:

APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO MECÂNICO


Colaboradores na elaboração deste material
Os professores da Escola Técnica 25 de Julho.
Com a coordenação, Elaboração e digitalização pelo Prof. Eng. Mec. Valdir Aírton
Senger

Sendo proibida a reprodução, mesmo que parcialmente e por qualquer processo, sem
a autorização expressa da coordenação do Curso Técnico Mecânico

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APOSTILA DE
DESENHO
TÉCNICO
MECÂNICO

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SUMÁRIO
SUMÁRIO ................................................................................................................................... 3
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
1. IMPORTÂNCIA DO DESENHO ........................................................................................... 5
2. NORMALIZAÇÃO ................................................................................................................. 7
3. CALEGRAFIA TÉCNICA (NBR 8402/94) .......................................................................... 13
4. FORMATO DE PAPEL USADO EM DESENHO ............................................................... 16
5. LEGENDAS INDUSTRIAIS ................................................................................................ 19
5. FIGURAS GEOMETRICAS PLANAS ................................................................................ 21
6. SOLIDOS GEOMETRICOS ................................................................................................. 25
7. LINHAS ................................................................................................................................. 34
8. DIEDRO – ÂNGULOS DE PROJEÇÃO .............................................................................. 42
9. PERSPECTIVA ..................................................................................................................... 44
10. PROJEÇÃO ......................................................................................................................... 49
11. SUPRESSÃO DE VISTAS ............................................................................................. 53
12. DIMENSIONAMENTO E REGRAS DE COTAGEM ....................................................... 53
13. SIMBOLOS E CONVENÇÕES .......................................................................................... 68
14. ESCALA .............................................................................................................................. 70
15. VISTAS AUXILIARES....................................................................................................... 74
16. ROTAÇÃO DE DETALHES OBLÍQUOS ......................................................................... 77
17. CORTES .............................................................................................................................. 78
18. SEÇÕES............................................................................................................................. 101
19. OMISSÃO DE CORTE ..................................................................................................... 102
20. CONJUNTOS MECÂNICOS ............................................................................................ 105

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INTRODUÇÃO

O desenho técnico é uma forma de expressão gráfica que tem por


finalidade a representação de forma, dimensão e posição de objetos de acordo
com as diferentes necessidades.
Portanto, o conhecimento de desenho técnico é indispensável a todos da
indústria, desde o engenheiro, supervisores, lideranças, operadores de máquinas
de estamparia, usinagem, laser, solda, montagem. etc.
O Desenho Técnico nos transmite, com clareza, precisão e de maneira
simples, todas as ideias de forma e dimensões de uma peça. Além disso, há uma
série de outras informações necessárias que somente o desenho pode dar, tais
como: o material de que é feita a peça, os acabamentos de superfície, as
tolerâncias de suas medidas etc.
O desenho por ser padronizado nos garante a completa interpretação de
todas as informações que precisamos, por isto devemos conhecer e seguir estas
regras na criação de nossos desenhos. Esta criação pode ser feita em computador
ou com instrumentos como régua ou a mão livre. Estas padronizações são
elaboradas por entidades especializadas que padronizam e normalizam o seu
emprego. No Brasil a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
Padronizou as condições gerais que devem ser observadas na execução dos
desenhos e representações convencionais.

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1. IMPORTÂNCIA DO DESENHO
O desenvolvimento tecnológico atinge a todos os segmentos da sociedade.
Com isso vem se buscando a participação dos profissionais uma constante busca de
desenvolver a sua competência para melhor desempenhar a sua função. Na área
metal mecânico tudo começa pelo desenho, pois além de conhecimentos técnicos da
área afim primeiro precisasse ter o conhecimento do desenho.

O que é Desenho técnico?


Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus
pensamentos para o papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica
conhecendo os pensamentos de quem a escreveu. Quando alguém desenha,
acontece o mesmo, passa seus pensamentos para o papel na forma de desenho. A
escrita, a fala e o desenho, representam ideias e pensamentos. A representação que
vai nos interessar neste momento é o desenho.
Assim Imagine que você tenha que fazer uma determinada peça. As
informações para a execução desta peça poderão ser apresentadas de diversos
modos:
a) Recebendo a descrição verbal da peça
b) Recebendo uma fotografia da peça
c) Recebendo um modelo da peça
d) Recebendo um desenho da peça

Analisemos, agora, cada um deles.

a) Ao você receber a DESCRIÇÃO VERBAL – Você deve


concordar que a palavra não é o bastante para transmitir a ideia da
forma de uma peça, mesmo que ela não seja muito complicada.
Experimente, usando SOMENTE o recurso da palavra, descrever
um objeto de maneira que outra pessoa o faça. Você concluirá
que isto é praticamente impossível.

b) Recebendo agora FOTOGRAFIA – Embora a fotografia


transmita relativamente bem à ideia da parte exterior da peça, não
mostra seus detalhes interiores, além de não transmitir a ideia das
dimensões, logo, a fotografia não resolve o seu problema.

c) Tendo agora o MODELO – O modelo resolve, até certo ponto,


alguns problemas, mas nem todos, imagine você transportando
um eixo de navio para executá-lo. Além disso, a peça a ser feita,

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pode estar sendo idealizada, não existindo ainda um modelo.


d) Finalmente, através do DESENHO – o desenho é que se pode
com clareza e precisão, de maneira simples, transmitir todas ideias
de FORMA e DIMENSÕES de uma peça. Além disso, há uma série
de outras informações necessárias que, somente o desenho pode
dar, tais como:
 O material de que a peça é feita
 Os diferentes acabamentos das superfícies,
 As tolerâncias de suas medidas, etc.

Podemos então concluir que:


O conhecimento do desenho é indispensável a todos aqueles que, como você, terão
necessidade de executar tarefas na indústria.
O ensino de desenho, lhe preparará para:
 Ler e interpretar desenhos técnicos, com segurança;
 Realizar projetos auxiliados por computador;
 Executar traçados à mão livre e com instrumentos básicos;
 Criar hábitos de ordem nos trabalhos, sendo elementos de cultura para
educação geral.
Portanto, o conhecimento em desenho é indispensável a todos aqueles que
necessitam executar alguma tarefa como ajustagem, tornearia, frezagem,
conformação, projetista e outras atividades industriais.
O desenho é uma linguagem universal, o desenho está normalizado, por
normas especificas, para seu traçado e interpretação. Estas normas são elaboradas
por entidades especializadas que padronizam e normalizam os seus empregos.
Por essa razão, é fundamental e necessário que o desenhista conheça com
segurança todas as normas do desenho técnico mecânico. Como em outros países,
existe no Brasil uma associação (ABNT) Associação Brasileira de Normas Técnicas,
que estabelece, fundamenta e recomenda as normas do Desenho Técnico Mecânico,
as quais serão expostas gradativamente.

Normas ABNT
Editadas e distribuídas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Normas ISO
Editadas e distribuídas pela ISO - International Organization for Standardization.

Normas DIN
DIN - Deutsche Normen (antigamente Deutsche Industrie - Normen). Editada pelo
DIN - Deutsche Institut fur Normung – Instituto Alemão para Normalização.

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Representante no Brasil: ABNT - que possui na sua sede no Rio de Janeiro e na


Delegacia de São Paulo coleções completas e em dia de todas as normas DIN.
Para que o emprego do desenho se torne fácil e preciso, recorre-se ao uso de
instrumentos apropriados e, neste caso, é chamados “desenho com instrumento” ou
“desenho rigoroso”; quando feito à mão, sem auxílio de instrumentos, denomina-se
“desenho à mão livre”, “esboço” ou “croqui”.

2. NORMALIZAÇÃO
Inicialmente. o desenho mecânico era descomprometido com regras e
normas de execução. Hoje, assume uma posição difusa e multidisciplinar, utilizando-
se de uma linguagem normatizada e universal. Das ideias preliminares aos estágios
finais de representação, sua aplicação se faz presente em projetos mecânicos,
elétricos, mobiliários, arquitetônicos, aeroespaciais, navais e em inúmeras outras
áreas.
De acordo com as normas técnicas de cada área ocupacional, você poderá
observar que nas figuras a seguir as representações foram feitas por meio de traços,
símbolos, números e indicações escritas.

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Para transformar o desenho técnico em uma linguagem gráfica foi necessário


padronizar seus procedimentos de representação gráfica. Essa padronização é feita
por meio de normas técnicas seguidas e respeitadas internacionalmente.
As normas técnicas são resultantes do esforço cooperativo dos interessados
em estabelecer códigos técnicos que regulem relações entre produtores e
consumidores, engenheiros, empreiteiros e clientes. Cada país elabora suas normas
técnicas e estas são acatadas em todo o seu território por todos os que estão ligados,
direta ou indiretamente, a este setor.
Uma norma técnica é um documento estabelecido por consenso e aprovado
por um organismo reconhecido que fornece, para uso comum e repetitivo, regras,
diretrizes ou características para atividades ou para seus resultados, visando à
obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto. Esta é a definição
internacional de norma.
Deve ser realçado o aspecto de que as normas técnicas são estabelecidas
por consenso entre os interessados e aprovadas por um organismo reconhecido.
Acrescente ainda que são desenvolvidas para o benefício e com a
cooperação de todos os interessados, e em particular, para a promoção da economia
global ótima, levando-se em conta as condições funcionais e os requisitos de
segurança.
As normas técnicas são aplicáveis a produtos, serviços, processos, sistemas
de gestão, pessoal, enfim, nos mais diversos campos.
Usualmente é o cliente que estabelece a norma técnica que será seguida no
fornecimento do bem ou serviço que pretende adquirir. Isto pode ser feito
explicitamente, quando o cliente define claramente a norma aplicável, ou
simplesmente espera que as normas em vigor no mercado onde atuem sejam
seguidas.
Elas podem estabelecer requisitos de qualidade, de desempenho, de
segurança (seja no fornecimento de algo, no seu uso ou mesmo na sua destinação
final), mas também podem estabelecer procedimentos, padronizar formas,
dimensões, tipos, usos, fixar classificações ou terminologias e glossários, definir a
maneira de medir ou determinar as características, como os métodos de ensaio.
Se não existissem normas haveria...
No Brasil as normas são aprovadas e editadas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT, fundada em 1940.
Para favorecer o desenvolvimento da padronização internacional e facilitar o
intercâmbio de produtos e serviços entre as nações, os órgãos responsáveis pela
normalização em cada país, reunidos em Londres, criaram em 1947 a Organização
Internacional de Normalização (International Organization for Standardization – ISO).
Quando uma norma técnica proposta por qualquer país membro é aprovada por todos
os países que compõem a ISO, essa norma é organizada e editada como norma
internacional.

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As normas técnicas que regulam o desenho técnico são normas editadas pela
ABNT, registradas pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e
Qualidade Industrial) como normas brasileiras -NBR e estão em consonância com as
normas internacionais aprovadas pela ISO.

Normas da ABNT
A execução de desenhos técnicos é inteiramente normalizada pela ABNT. Os
procedimentos para execução de desenhos técnicos aparecem em normas geraisque
abordam desde a denominação e classificação dos desenhos até as formas de
representação gráfica, como é o caso da NBR 5984 – NORMA GERAL DE
DESENHO TÉCNICO (Antiga NB 8) e da NBR 6402 – EXECUÇÃO DE DESENHOS
TÉCNICOS DE MÁQUINAS E ESTRUTURAS METÁLICAS (Antiga NB 13), bem
como em normas específicas que tratam os assuntos separadamente, conforme os
exemplos seguintes:
• NBR 10647 – DESENHO TÉCNICO – NORMA GERAL, cujo objetivo é definir os
termos empregados em desenho técnico. A norma define os tipos de desenho quanto
aos seus aspectos geométricos (Desenho Projetivo e Não-Projetivo), quanto ao grau
de elaboração (Esboço, Desenho Preliminar e Definitivo), quanto ao grau de
pormenorização (Desenho de Detalhes e Conjuntos) e quanto à técnica de execução
(À mão livre ou utilizando computador).
 NBR 10068 – FOLHA DE DESENHO LAY-OUT E DIMENSÕES, cujo objetivo é
padronizar as dimensões das folhas utilizadas na execução de desenhos técnicos e
definir seu lay out com suas respectivas margens e legenda. As folhas podem ser
utilizadas tanto na posição vertical como na posição horizontal. Os tamanhos das
folhas seguem os Formatos da série “A”, e o desenho deve ser executado no menor
formato possível, desde que não comprometa a sua interpretação. Os formatos da
série “A” têm como base o formato A0, cujas dimensões guardam entre si a mesma
relação que existe entre o lado de um quadrado e sua diagonal (841√2 = 1189), e
que corresponde a um retângulo de área igual a 1 m2.
Havendo necessidade de utilizar formatos fora dos padrões recomendados a
utilização de folhas com dimensões de comprimentos ou larguras correspondentes a
múltiplos ou a submúltiplos dos citados padrões. A legenda deve conter todos os
dados para identificação do desenho (número, origem, título, executor etc.) e sempre
estará situada no canto inferior direito da folha.
• NBR 10582 – APRESENTAÇÃO DA FOLHA PARA DESENHO TÉCNICO, que
normaliza a distribuição do espaço da folha de desenho, definindo a área para texto,
o espaço para desenho etc. Como regra geral deve-se organizar os desenhos
distribuídos na folha, de modo a ocupar toda a área, e organizar os textos acima da
legenda junto à margem direita, ou à esquerda da legenda logo acima da margem
inferior.

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• NBR 13142 – DESENHO TÉCNICO – DOBRAMENTO DE CÓPIAS, que fixa a


forma de dobramento de todos os formatos de folhas de desenho: para facilitar a
fixação em pastas, eles são dobrados até as dimensões do formato A4.
• NBR 8402 – EXECUÇÃO DE CARACTERES PARA ESCRITA EM DESENHOS
TÉCNICOS que, visando à uniformidade e à legibilidade para evitar prejuízos na
clareza do desenho e evitar a possibilidade de interpretações erradas, fixou as
características de escrita em desenhos técnicos.
• NBR 8403 – APLICAÇÃO DE LINHAS EM DESENHOS – TIPOS DE LINHAS –
LARGURAS DAS LINHAS.
• NBR10067 – PRINCÍPIOS GERAIS DE REPRESENTAÇÃO EM DESENHO
TÉCNICO.
• NBR 8196 – DESENHO TÉCNICO – EMPREGO DE ESCALAS.
• NBR 12298 – REPRESENTAÇÃO DE ÁREA DE CORTE POR MEIO DE
HACHURAS EM DESENHO TÉCNICO.
• NBR10126 – COTAGEM EM DESENHO TÉCNICO.
• NBR8404 – INDICAÇÃO DO ESTADO DE SUPERFÍCIE EM DESENHOS
TÉCNICOS.
• NBR 6158 – SISTEMA DE TOLERÂNCIAS E AJUSTES.
• NBR 8993 – REPRESENTAÇÃO CONVENCIONAL DE PARTES ROSCADAS EM
DESENHO TÉCNICO.
Existem normas que regulam a elaboração dos desenhos e têm a finalidade
de atender a uma determinada modalidade de engenharia. Como exemplo, pode-se
citar: a NBR 6409, que normaliza a execução dos desenhos de eletrônica; a NBR
7191, que normaliza a execução de desenhos para obras de concreto simples ou
armado; NBR 11534, que normaliza a representação de engrenagens em desenho
técnico. Uma consulta aos catálogos da ABNT mostrará muitas outras normas
vinculadas à execução de algum tipo ou alguma especificidade de desenho técnico.
Conhecendo-se a metodologia utilizada para elaboração do desenho
bidimensional é possível entender e conceber mentalmente a forma espacial
representada na figura plana. Na prática pode-se dizer que, para interpretar um
desenho técnico, é necessário enxergar o que não é visível e a capacidade de
entender uma forma espacial a partir de uma figura plana é chamada visão espacial.

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Objetivos
O estudo e a aplicabilidade das Normas Técnicas têm como objetivos:
SIMPLIFICAÇÃO Reduzir a crescente veracidade de procedimentos e tipos de produtos
COMUNICAÇÃO Proporcionar os meios mais eficientes para a troca de informações
entre o fabricante e o cliente, melhorando a confiabilidade das
relações comerciais e de serviços.
ECONOMIA Visa à economia global, tanto do lado do produtor quanto do
consumidor.
SEGURANÇA Proteger a vida humana e a saúde, A segurança é considerada um
dos principais objetivos da normatização.
PROTEÇÃO AO Possibilitar à comunidade o controle na qualidade dos produtos
CONSUMIDOR
ELIMINAÇÃO Evitar a existência de regulamentos conflitantes sobre produtos e
DAS BARREIRAS serviços em diferentes países, facilitando assim o intercâmbio
COMERCIAIS comercial.

“O código de defesa do consumidor – Lei 8078, de 11/09/1990, em seu


artigo 39, inciso VIII, deixa isso bem claro: É vedado ao fornecedor de
produtos ou serviços...colocar, no mercado de consumo, qualquer
produto ou serviço em desacordo com as normas exigidas pelos órgãos
oficiais competentes ou, se normas especificas não existirem, pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra entidade
credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normatização e
Qualidade Industrial – CONMETRO.”

O que é Visão Espacial


Visão espacial é um dom que, em princípio todos têm, dá a capacidade de
percepção mental das formas espaciais. Perceber mentalmente uma forma espacial
significa ter o sentimento da forma espacial sem estar vendo o objeto. Por exemplo,
fechando os olhos pode-se ter o sentimento da forma espacial de um copo, de um
determinado carro, da sua casa etc.
Ou seja, a visão espacial permite a percepção (o entendimento) de formas
espaciais, sem estar vendo fisicamente os objetos.
Apesar da visão espacial ser um dom que todos têm, algumas pessoas têm mais
facilidade para entender as formas espaciais a partir das figuras planas. A habilidade
de percepção das formas espaciais a partir das figuras planas pode ser desenvolvida
a partir de exercícios progressivos e sistematizados.

A Origem do Desenho Técnico


A representação de objetos tridimensionais em superfícies bidimensionais
evoluiu gradualmente através dos tempos. Conforme histórico feito por HOELSCHER,
SPRINGER E DOBROVOLNY (1978) um dos exemplos mais antigos do uso de

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planta e elevação está incluído no álbum de desenhos na Livraria do Vaticano


desenhado por Giuliano de Sangalo no ano de 1490.
No século XVII, por patriotismo e visando facilitar as construções de
fortificações, o matemático francês Gaspar Monge, que além de sábio era dotado de
extraordinária habilidade como desenhista, criou, utilizando projeções ortogonais, um
sistema com correspondência biunívoca entre os elementos do plano e do espaço.
O sistema criado por Gaspar Monge, publicado em 1795 com o título
“Geometrie Descriptive” é a base da linguagem utilizada pelo Desenho Técnico.
No século XIX, com a explosão mundial do desenvolvimento industrial, foi
necessário normalizar a forma de utilização da Geometria Descritiva para transformá-
la numa linguagem gráfica que, a nível internacional, simplificasse a comunicação e
viabilizasse o intercâmbio de informações tecnológicas. Desta forma, a Comissão
Técnica TC 10 da International Organization for Standardization – ISO normalizou a
forma de utilização da Geometria Descritiva como linguagem gráfica da engenharia e
da arquitetura, chamando-a de Desenho Técnico.
Nos dias de hoje a expressão “desenho técnico” representa todos os tipos de
desenhos utilizados pela engenharia incorporando também os desenhos não
projetivos (gráficos, diagramas, fluxogramas etc.).

O Desenho Técnico e a Engenharia


Nos trabalhos que envolvem os conhecimentos tecnológicos de engenharia, a
viabilização de boas ideias depende de cálculos exaustivos, estudos econômicos,
análise de riscos etc. que, na maioria dos casos, são resumidos em desenhos que
representam o que deve ser executado ou construído ou apresentados em gráficos e
diagramas que mostram os resultados dos estudos feitos.
Todo o processo de desenvolvimento e criação dentro da engenharia está
intimamente ligado à expressão gráfica. O desenho técnico é uma ferramenta que
pode ser utilizada não só para apresentar resultados como também para soluções
gráficas que podem substituir cálculos complicados. Apesar da evolução tecnológica
e dos meios disponíveis pela computação gráfica, o ensino de Desenho Técnico
ainda é imprescindível na formação de qualquer modalidade de engenheiro, pois,
além do aspecto da linguagem gráfica que permite que as ideias concebidas por
alguém sejam executadas por terceiros, o desenho técnico desenvolve o raciocínio, o
senso de rigor geométrico, o espírito de iniciativa e de organização. Assim, o
aprendizado ou o exercício de qualquer modalidade de engenharia irá depender, de
uma forma ou de outra, do desenho técnico.

Formas de Elaboração e Apresentação do Desenho Técnico


Atualmente, na maioria dos casos, os desenhos são elaborados por
computadores, pois existem vários softwares que facilitam a elaboração e
apresentação de desenhos técnicos.

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Nas áreas de atuação das diversas especialidades de engenharias, os primeiros


desenhos que darão início à viabilização das ideias são desenhos elaborados à mão
livre, chamados de esboços.
A partir dos esboços, já utilizando computadores, são elaborados os
desenhos preliminares que correspondem ao estágio intermediário dos estudos que
são chamados de anteprojeto.
Finalmente, a partir dos anteprojetos devidamente modificados e corrigidos
são elaborados os desenhos definitivos que servirão para execução dos estudos
feitos.
Os desenhos definitivos são completos, elaborados de acordo com a
normalização envolvida, e contêm todas as informações necessárias à execução do
projeto.

3. CALEGRAFIA TÉCNICA (NBR 8402/94)


Retomando alguns conceitos.
Uma escrita simples, perfeitamente legível é com certeza desejável, constitui
uma das mais importantes condições dos desenhos técnicos.

O desenho transmite melhor a ideia de formas e


dimensões de uma peça.
O desenho transmite melhor a ideia de
formas e dimensões de uma peça.
Normas para o traçado de Letras e Algarismos:
1 – As letras e algarismos usados em legendas ou anotações podem ser verticais ou
inclinadas para a direita, adotando neste caso, um ângulo de inclinação com a linha
de base de aproximadamente de 75º.
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
0123456789
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ
abcdefghijklmnopqrstuvwxyz
0123456789
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2 – Para o traçado rápido e execução perfeita das letras e algarismos a mão livre,
devemos fazer pautas a lápis com linhas quase invisíveis, e seguir as sequências de
operações para a execução das mesmas.

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4. FORMATO DE PAPEL USADO EM DESENHO


Retomando alguns conceitos.
De acordo com a NBR 1068, o formato básico
do papel, designado por A0 (A zero) é o retangular,
cujos lados medem 841 mm e 1189 mm, tendo a área
de 1 metro quadrado. Do formato básico, derivam os
demais formatos. No formato A0 temos duas A1, e
assim por diante.

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DOBRAMENTO DA FOLHA
Sendo necessário o dobramento de
folhas, o formato final deve ser o A4, de modo a
deixar visível o quadro destinado à legenda e
facilitar o arquivamento em pastas.
O dobramento das folhas pode ser
efetuado da seguinte maneira.

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5. LEGENDAS INDUSTRIAIS
Retomando alguns conceitos.
Toda folha desenhada deve ter, no canto inferior direito, um quadro destinado
à legenda, constando na mesma além do título do desenho, as indicações
necessárias à sua interpretação.
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A3, A2, A1, A0, ou
ao longo da largura da folha de desenho no formato A4.
As legendas nos desenhos industriais variam de acordo com as necessidades
internas de cada empresa, mas deve conter obrigatoriamente:

_ Designação da firma;
_ Projetista, desenhista ou outro responsável pelo conteúdo do desenho;
_ Local, data e assinatura;
_ Nome e localização do projeto;
_ Conteúdo do desenho;
_ Escala (conforme NBR 8196);
_ Número do desenho;
_ Designação da revisão;
_ Indicação do método de projeção (conforme NBR 10067);
_ Unidade utilizada no desenho (conforme NBR 10126);
_ Lista de peças,
_ Relação de materiais,
_ Descrição de modificações e indicações suplementares quando necessárias, devem
ser colocadas normalmente acima da legenda. Observe as seguintes figuras.

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Dimensões de legendas conforme norma

A legenda pode, além disso, ser provida de informações essenciais ao projeto


e desenho em questão. O número do desenho e da revisão é colocado junto e
abaixo, no canto direito do padrão de desenho.
Após completar a representação de uma peça por intermédio do desenho
cotado, determinados dados técnicos relativos à peça ou ao seu processo de
fabricação necessitam, às vezes, ser acrescentados sob a forma de notas escritas.
Eles podem ser colocados de diversas maneiras; uma delas é numa lista
geralmente localizada acima ou ao lado da legenda.
Nessa lista estão contidos os elementos específicos relativos à peça ou às
peças desenhadas na folha.
Embora existam inúmeras formas de listas de peças, abaixo vemos uma
bem comum, preenchida para uma folha que contivesse três desenhos.

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5. FIGURAS GEOMETRICAS PLANAS


Se olhar ao seu redor, você verá que os objetos têm forma, tamanho e outras
características próprias. As figuras geométricas foram criadas a partir da observação
das formas existentes na natureza e dos objetos produzidos pelo homem.

Você vai conhecer ou recordar os diversos tipos de figuras geométricas. Pois


todos os objetos, mesmo os mais complexos, podem ser associados a um conjunto
de figuras geométricas. Você terá mais facilidade para ler e interpretar desenhos
técnicos mecânicos se for capaz de relacionar objetos e peças da área da mecânica
as figuras geométricas.

Figuras geométricas elementares

Ponto
Pressione seu lápis contra uma folha de papel. Observe a marca deixada pelo
lápis: ela representa um ponto. Olhe para o céu, numa noite sem nuvens: cada
estrela pode ser associada a um ponto no céu.
O ponto é a figura geométrica mais simples. Não tem dimensão, isto é, não
tem comprimento, nem largura, nem altura.
No desenho, o ponto é determinado pelo cruzamento de duas linhas. Para
identifica-lo, usamos letras maiúsculas do alfabeto latino, como mostram os
exemplos:

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Plano
Podemos ter uma ideia do que é o plano observando uma parede ou o tampo
de uma mesa. Você pode imaginar o plano como sendo formado por um conjunto de
retas dispostas sucessivamente numa mesma direção ou como o resultado do
deslocamento de uma reta numa mesma direção. O plano é ilimitado, isto é, não tem
começo nem fim. Apenas disso, no desenho, costuma-se representa-lo delimitado por
linhas fechadas:

Para identificar o plano usamos letras gregas. É o caso das letras: α (alfa), β
(beta) e γ (gama), que você pode ver nos planos representados na figura acima. O
plano tem duas dimensões, normalmente chamadas comprimento e largura. Se
tomamos uma reta qualquer de um plano, dividimos o plano em duas partes,
chamadas semiplanos.

Posições da reta e do plano no espaço


A geometria, ramo da Matemática que estuda as figuras geométricas,
preocupa-se também com a posição que os objetos ocupam no espaço. A reta e o
plano podem estar em posição vertical, horizontal ou inclinada. Um tronco boiando
sobre a superfície de um lago nos dá a ideia de uma reta horizontal. O pedreiro usa o
prumo para verificar a verticalidade das paredes.
O fio do prumo nos dá a ideia de reta vertical. Um plano é vertical quando tem
pelo menos uma reta vertical; é horizontal quando todas as suas retas são
horizontais. Quando não é horizontal nem vertical, o plano é inclinado. Veja as
posições da reta e do plano.

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Figuras geométricas planas


Uma figura qualquer é plana quando todos os seus pontos situam se no
mesmo plano. A seguir você vai recordar as principais figuras planas. Algumas delas
você terá de identificar pelo nome, pois são formas que você encontrará com muita
frequência em desenhos mecânicos.
Observe a representação de algumas figuras planas de grande interesse para
nosso estudo:

As figuras planas com três ou mais lados são chamadas de polígonos.

Polígonos

Triângulos

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Quadriláteros

Polígonos Regulares

Círculos

Circunferências

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Diagonais

Alturas de Figuras Planas

OBS: A altura é sempre perpendicular à base

6. SOLIDOS GEOMETRICOS
Você já sabe que todos os pontos de uma figura plana localizam-se no
mesmo plano. Quando uma figura geométrica tem pontos situados em diferentes
planos, tem um sólido geométrico.

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Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura.


Embora existam infinitos sólidos geométricos, apenas alguns, que apresentam
determinadas propriedades, são estudados pela geometria. Os sólidos que você
estudará neste curso têm relação com as figuras geométricas planas mostradas
anteriormente. Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por
superfícies que os limitam. E essas superfícies podem ser planas ou curvas.
Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies planas, estudaremos
os prismas, o cubo e as pirâmides. Dentre os sólidos geométricos limitados por
superfícies curvas, estudaremos o cilindro, o cone e a esfera, que são também
chamados de sólidos de revolução.
É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos
porque, por mais complicada que seja, a forma de uma peça sempre vai ser
analisada como o resultado da combinação de sólidos geométricos ou de suas
partes.
Prismas
O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. Você pode imaginá-
lo como uma pilha de polígonos iguais, muito próximos uns dos outros, como mostra
a ilustração.

O prisma pode também ser imaginário como o resultado do deslocamento de


um polígono. Ele é constituído de vários elementos. Para quem lida com desenho
técnico é muito importante conhece-los bem. Veja quais são eles nesta ilustração:

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Note que a base desse prisma tem a forma de um retângulo. Por isso ele
recebe o nome de prisma retangular. Dependendo do polígono que forma sua base,
o prisma recebe uma denominação específica. Por exemplo: o prisma que tem como
base o triângulo, é chamado prisma triangular. Quando todas as faces do sólido
geométrico são formadas por figuras geométricas iguais, temos um sólido geométrico
regular. O prisma que representa as seis faces formadas por quadrados iguais
recebe o nome de cubo.

Pirâmides
A pirâmide é outro sólido geométrico limitado por polígonos. Você pode
imaginá-la como um conjunto de polígonos semelhantes, dispostos uns sobre os
outros, que diminuem de tamanho indefinidamente. Outra maneira de imaginar a
formação de uma pirâmide consiste em ligar todos os pontos de um polígono
qualquer a um ponto P do espaço.
É importante que você conheça também os elementos da pirâmide:
O nome da pirâmide depende do polígono que forma sua base. Na figura
abaixo, temos uma pirâmide quadrangular, pois sua base é um quadrado. O
número de faces da pirâmide é sempre igual ao número de lados do polígono que
forma sua base mais um. Cada lado do polígono da base é também uma aresta da
pirâmide. O número de arestas é sempre igual ao número de lados do polígono da
base vezes dois. O número de vértices é igual ao número de lados do polígono da
base mais um. Os vértices são formados pelo encontro de três ou mais arestas. O
vértice principal é o ponto de encontro das arestas laterais.

Sólidos de revolução
Alguns sólidos geométricos, chamados sólidos de revolução, podem ser
formados pela rotação de figuras planas em torno de um eixo. Rotação significa ação
de rodar, dar uma volta completa. A figura plana que dá origem ao sólido de

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revolução chama-se figura geradora. A linha que gira ao redor do eixo formando a
superfície de revolução é chamada linha geratriz.
O cilindro, o cone e a esfera são os principais sólidos de revolução.
Cilindro
O cilindro é um sólido geométrico,
limitado lateralmente por uma superfície
curva. Você pode imaginar o cilindro como
resultado da rotação de um retângulo ou de
um quadrado em torno de um eixo que passa
por um de seus lados. Veja a figura ao lado.
No desenho, está representado apenas o
contorno da superfície cilíndrica. A figura
plana que forma as bases do cilindro é o
círculo. Note que o encontro de cada base
com a superfície cilíndrica forma as arestas.
Cone
O cone também é um sólido geométrico limitado
lateralmente por uma superfície curva. A formação do
cone pode ser imaginada pela rotação de um triângulo
retângulo em torno de um eixo que passa por um dos
seus catetos. A figura plana que forma a base do cone é
o círculo. O vértice é o ponto de encontro de todos os
segmentos que partem do círculo. No desenho está
representado apenas o contorno da superfície cônica. O
encontro da superfície cônica com a base dá origem a
uma aresta.

Esfera
A esfera também é um sólido geométrico limitado
por uma superfície curva chamada superfície esférica.
Podemos imaginar a formação da esfera a partir da
rotação de um semicírculo em torno de um eixo, que
passa pelo seu diâmetro. Veja os elementos da esfera na
figura ao lado. O raio da esfera é o segmento de reta que
une o centro da esfera a qualquer um de seus pontos.
Diâmetro da esfera é o segmento de reta que passa pelo
centro da esfera unindo dois de seus pontos.
Sólidos geométricos truncados
Quando um sólido geométrico é cortado por um plano, resultam novas figuras
geométricas: os sólidos geométricos truncados. Veja alguns exemplos de sólidos
truncados, com seus respectivos nomes:

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Sólidos geométricos vazados


Os sólidos geométricos que apresentam partes ocas são chamados sólidos
geométricos vazados. As partes extraídas dos sólidos geométricos, resultando na
parte oca, em geral também correspondem aos sólidos geométricos que você já
conhece.
Observe a figura, notando que, para obter o cilindro vazado com um furo
quadrado, foi necessário extrair um prisma quadrangular do cilindro original.

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Comparando sólidos geométricos e objetos da área da matemática


As relações entre as formas geométricas e as formas de alguns objetos da
área da Mecânica são evidentes e imediatas. Você pode comprovar esta afirmação
analisando os exemplos a seguir.

Há casos em que os objetos têm formas compostas ou apresentam vários


elementos.
Nesses casos, para entender melhor como esses objetos se relacionam com
os sólidos geométricos, é necessário decompô-los em partes mais simples. Analise
cuidadosamente os próximos exemplos. Assim, você aprenderá a enxergar formas
geométricas nos mais variados objetos. Examine este rebite de cabeça redonda:

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Imaginando o rebite decomposto em partes mais simples, você verá que ele é
formado por um cilindro e uma calota esférica (esfera truncada).
As respostas corretas são: a) esfera truncada; b) tronco de cone; c) cilindro;
d) tronco de cilindro vazado por furo quadrado.
Existe outro modo de relacionar peças e objetos com sólidos geométricos.
Observe, na ilustração abaixo, como a retirada de formas geométricas de um modelo
simples (bloco prismático) dá origem à outra forma mais complexa.

Nos processos industriais o prima retangular é o ponto de partida para a


obtenção de um grande número de objetos e peças.
Observe a figura abaixo. Tratasse de um prima retangular com uma parte
rebaixada. Veja como foi obtido o rebaixo:

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A próxima ilustração mostra o desenho de um modelo que também deriva de


um prisma retangular.

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7. LINHAS
Podemos ter uma ideia do que é linha, observando os fios que unem os
postes de eletricidade ou o traço que resulta do movimento da ponta de um lápis
sobre uma folha de papel.
A linha tem uma única dimensão: o comprimento.
Você pode imaginar a linha como um conjunto infinito de pontos dispostos
sucessivamente. O deslocamento de um ponto também gera uma linha.

Linha reta ou reta


Para se ter a ideia de linha reta, observe um fio bem esticado. A reta é
ilimitada, isto é, não tem início nem fim. As retas são identificadas por letras
minúsculas do alfabeto latino. Veja a representação da reta r:

As linhas podem ser:

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ÂNGULOS

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LINHA
As linhas são à base do desenho. Combinando-se linhas de diferentes tipos e
espessuras, é possível descrever graficamente qualquer peça, com riqueza de
detalhes. Desse modo, o profissional, com conhecimentos básicos de leitura de
desenho, pode visualizar, com precisão, a forma da peça apresentada.
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), são as
seguintes às linhas básicas recomendadas para o desenho técnico, segundo norma
NBR 8403/1984.

a) arestas e contornos visíveis;


b) arestas e contornos não visíveis;
c) de centro e para eixo de simetria;
d) de chamada, de cota e de construção;

A seguir, uma breve descrição destas linhas, com exemplos do seu


emprego.

NOTA: A espessura das diversas linhas está na dependência do tamanho e proporções do


desenho; a linha para arestas e contornos visíveis é que determina a espessura das demais,
obedecendo-se sempre, às normas abaixo especificadas.

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Linha para arestas e contornos visíveis


É contínua larga e indica todas as partes visíveis do objeto, determinando-lhe
o contorno.

Linha para arestas e contornos não visíveis


Para ser bem compreendido, o desenho
deve apresentar linhas mostrando todas as
arestas e interseção das superfícies de uma
peça. Muitas destas linhas não são visíveis para
o observador porque estão encobertas por
outras partes da peça.
Para a indicação destas partes não
visível, usa-se uma linha tracejada estreita.

Linhas de centro e eixo de simetria


Trata-se de uma linha estreita, formada por traços e pontos alternados.

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Certas peças possuem elementos que não aparecem à vista do observador,


um exemplo é o que se apresenta abaixo:

ASSIM EM VISTAS
Note que em duas das projeções o furo não aparece aos olhos do
observador. Assim, este deverá ser indicado por uma linha tracejada (linha de aresta
e contorno não visível).
E que na projeção ao lado o centro do furo está indicando com traço e ponto e que
assim apresentamos o eixo de centro ou simetria da peça.

LINHA DE COTA
Trata-se de uma linha estreita e contínua limitada por flechas agudas. Em
casos especiais, usam-se pontos ou traços no lugar das flechas. As pontas das
flechas devem tocar as linhas auxiliares.
Linha contínua estreita para chamada

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LINHA AUXILIAR
Uma linha contínua e estreita, auxiliar para a linha de cota.

LINHA DE DOBRA
Linha traço dois pontos estreita, para perfis e contornos auxiliares e complementares.
DOBRAR 90º P/ CIMA

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LINHA DE CORTE
Linha traço e ponto estreita, larga nas extremidades e na mudança de direção, para
indicar cortes e seções.

LINHA DE HACHURA
São estreitos traços contínuos ou tracejados, geralmente inclinados a 45° demonstram
as partes cortadas da peça. Servem também para indicar o material de que a peça é feita, de
acordo com as convenções recomendadas pela ABNT.

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LINHA DE RUPTURA
Linha contínua estreita à mão livre para indicar rupturas e cortes parciais.

Linha contínua estreita em zigue-zague. Esta linha destina-se a desenhos


confeccionados por máquinas.

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LINHA PARA REPRESENTAÇÕES SIMPLIFICADAS

São linhas de espessura média e traço contínuo e servem para indicar o


fundo de filetes de roscas e de dentes de engrenagens.

8. DIEDRO – ÂNGULOS DE PROJEÇÃO


A representação de objetos tridimensionais, utilizando-se de projeções
ortogonais, foi idealizada por Gaspar Monge no século XVIII. O sistema de projeção
criado por Gaspar Monge é denominado Geometria Descritiva.
Podemos considerar dois planos, vertical e horizontal, perpendiculares entre
si, dividindo o espaço em quatro ângulos. Os diedros são numerados no sentido anti-
horário, isto é, no sentido contrário ao do movimento dos ponteiros do relógio.

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Na maioria dos países utilizam o método de projeção ortográfica no 1º


diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º Diedro. Entretanto,
alguns países, como por exemplo, os Estados Unidos e o Canadá representam seus
desenhos técnicos no 3º Diedro.
Ao ler e interpretar desenhos técnicos, o primeiro cuidado que se deve ter é
Identificar em que diedro está representado o modelo. Esse cuidado é importante
para evitar o risco de interpretar erradamente as características do objeto.
No desenho não se representam às linhas de referências, nem se escrevem
os nomes das vistas. Deve-se, porém, indicar o diedro em que é feita a
representação, de modo a permitir a identificação das vistas pelas suas posições
relativas.
Essa indicação se faz, seja escrevendo “1º DIEDRO” ou “3º DIEDRO”, seja
utilizando os símbolos na legenda.

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O símbolo ao lado indica que o desenho técnico está representado no 1º


diedro. Este símbolo aparece no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos
técnicos, dentro da legenda.

Quando o desenho técnico estiver representado no 3º Diedro, você verá este


outro símbolo:

9. PERSPECTIVA
As projeções de perspectiva têm a finalidade de evidenciar a forma de
qualquer objeto com o gráfico de um só desenho sendo assim mais clara a
interpretação. desenho em perspectiva mostra o objeto como ele aparece aos olhos
do observador. Dando uma ideia clara por apresentar diversas faces do objeto.
Mesmo que sendo um desenho ilustrativo, a perspectiva é facilmente compreensível
aos leigos, o que não acontece com o desenho técnico (precisam conhecer suas
regras de representação). Comparem-se as figuras abaixo.

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Temos algumas formas de representação em perspectiva, como:


 Cavaleira;
 Bimétrica;
 Trimétrica;
 ISOMÉTRICAS
 e outras.

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Sendo a PERSPECTIVA ISOMÉTRICA a projeção que fica mais próxima da


realidade, compare as figuras abaixo.
A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e eficientes.
Parte de três eixos a 1200 (Eixos Isométricos), sobre os quais se marcam as medidas
reais da peça.

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FASE DO TRAÇADO

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Perspectiva Isométrica de Circunferências e de Arcos de


Circunferência

São geralmente representados pela elipse isométrica, cujo traçado oferece


exatidão suficiente para os trabalhos comuns.

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10. PROJEÇÃO
Uma peça que estamos observando ou mesmo imaginando, pode ser
desenhada (representada) num plano. A esta representação gráfica dá-se o nome de
“projeção”.
O plano é denominado “plano de projeção” e a representação da peça recebe,
nele, o nome de projeção.
Podemos obter as projeções através de observações feitas em determinadas
posições. Poderemos ter então várias “vistas” da peça.

VISTA FRONTAL

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PROJEÇÃO DO 1º DIEDRO

Símbolo representativo do 1º
Diedro

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11. SUPRESSÃO DE VISTAS


Quando em um desenho representamos uma peça pelas suas projeções,
usamos as vistas que melhor identificam suas formas e dimensões. Podemos usar
três ou mais vistas, como também podemos usar duas vistas e, em alguns casos, até
uma única vista. Nos exemplos abaixo estão representadas peças com duas vistas.
Continuará havendo uma vista principal (vista de frontal, no caso), e
escolhida como segunda vista aquela que melhor complete a representação da peça.
Estaremos utilizando quantas vistas forem necessárias em que melhor
apresenta os detalhes de uma determinada peça, sendo assim necessário utilizar
algumas simbologias, e regras de cotagem.

12. DIMENSIONAMENTO E REGRAS DE


COTAGEM
Para a execução de uma peça, torna-se necessário que se coloquem no
desenho, além das projeções que nos dão ideia da forma da peça, também as suas
medidas e outras informações complementares. A isto chamamos Dimensionamento
ou Cotagem.

Cota – O que é e para que serve?


Para que urna peça seja fabricada já sabemos que é necessário representá-
la em desenho técnico com vistas, cortes, etc. Lembramos ainda que este desenho
deve conter todas as dimensões das partes que o compõe.
Este conjunto de dimensões (medidas) colocadas nos desenhos, de forma
convencional e normatizada, sem as quais jamais poderíamos executar a peça,
denomina-se cotagem.
Uma boa cotagem exige o conhecimento de normas próprias e o processo de
fabricação das peças, assuntos que serão apresentados nesta unidade, pautados na
norma NBR 10126 de novembro de 1987, que fixa os princípios gerais de cotagem a
serem aplicados em desenhos técnicos.
A título de definição chamamos cota o valor numérico indicado no desenho
para expressar uma dimensão. Por sua vez, cotagem é a representação gráfica no
desenho da característica do elemento. Essa representação se dá através de linhas,
símbolos, notas e valor numérico numa unidade de medida, O elemento é uma das
características do objeto: superfície plana, superfície cilíndrica, um ressalto, um filete
de rosca, uma ranhura, um contorno.
Por essas observações iniciais você deve ter percebido a importância da
cotagem para o desenho técnico. Analise agora a sua aplicabilidade.

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Aplicação das cotas


Toda a cotagem deve ser representada diretamente no desenho, de forma
clara e completa, a fim de descrever uma peça ou seu correspondente. A cotagem
deve ser localizada na vista ou no corte que representa mais claramente o elemento.
Como representação gráfica, a colagem deve ser feita apenas para descrever
o objeto ou o produto acabado. Nenhum elemento do objeto ou do produto acabado
deve ser definido por mais de uma cota. Mas há exceções. Vejamos:
a) Nos casos em que for necessária a cotagem de um estágio intermediário
de produção, por exemplo: tamanho do elemento antes da cementação e do
acabamento.
b) Nos casos em que a adição de uma cota auxiliar for vantajosa.

Elementos básicos da cotagem


Os elementos básicos da cotagem são: a linha de cota, a linha auxiliar, o
limite da linha de Cota e a cota. É importante que você identifique claramente todos
esses elementos.

Linha de cota
É a linha estreita Contínua, paralela à direção de comprimento. Contém setas
nas extremidades e é limitada pelas linhas auxiliares.

Linha auxiliar ou de extensão


É uma linha estreita contínua que limita a linha de cota. As linhas auxiliares
não devem tocar na linha de contorno do desenho e ultrapassam ligeiramente a linha
de cota.

REGRAS
1. Em desenhos de máquinas, as cotas são expressas em milímetros sem
mencionar o símbolo desta unidade de medida, com exceção de quando a cota não é
milímetro.

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2. As cotas devem ser distribuídas nas vistas que melhor caracterizam as partes
cotadas, podendo ser colocadas dentro ou fora dos elementos que representam,
obtendo-se melhores condições de clareza e facilidade de execução. Nas
transferências de cotas para fora do desenho empregam-se linhas auxiliares evitando
o seu cruzamento com linhas de cota.

3. A linha de cota é limitada por flechas agudas:

4. Os algarismos ou números devem ser indicados nas linhas de cotas:


a) em posição horizontal sempre sobre estas:

b) em posição vertical sempre ao lado esquerdo destas:

c) em posição inclinada como mostra o exemplo abaixo:

Porém evite a colocação de cotas inclinadas nos espaços inclinados a 30º


conforme indicados na figura.

d) Exemplo:

5. As linhas de centro podem ser empregadas como


linha “auxiliares’’ sendo prolongadas com traço estreito
e contínuo”. Nunca, porém, poderão ser usadas como
linhas de cota, devem continuar como linhas de centro
até a linha de contorno do desenho.

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6. Como regra geral, as linhas de cota devem ficar afastadas entre si e também da
peça pela distância de aproximadamente 7mm.

7. Em desenhos de máquinas as cotas são expressas em milímetros, mas sem


mencionar o símbolo desta unidade de medida. Sendo necessário o emprego de
outra unidade de medida, o símbolo deverá ser escrito, obrigatoriamente, ao lado da
cota.

8. Os furos de diâmetro grandes e pequenos podem ser cotados como segue:

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9. A linha de cota para indicação de raio parte do centro do arco e levará somente
uma flecha na extremidade ligada à circunferência.

10. As dimensões são colocadas fora do contorno da peça, a não ser que sua
colocação dentro, não auxilie a clareza do desenho. Quando uma dimensão se refere
a duas vistas, poderá ser colocada entre elas, conforme exemplificado abaixo. Em
desenhos de tamanho médio, as linhas de cotas devem ser colocadas a uma
distância de aproximadamente 8 mm.

11. Para cotagem em locais limitados, de difícil acesso.

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12. Para cotagem de arcos e circunferências muito grandes, que podem estar sobre a
linha de simetria ou deslocada da mesma.

TIPOS DE COTAGEM

As cotas podem ser em série, no qual as cotas têm a mesma direção e são
referenciadas umas nas outras.

Ou as cotas podem ter a mesma face de referência, onde as cotas partem do


mesmo ponto referencial em paralelo.

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As cotas podem também ter o mesmo ponto de referência, onde temos a


origem como ponto de início, sistema aditivo.

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Outro procedimento de cotagem também utilizado é o sistema de coordenadas

Cotagem de chanfros, ângulos e equidistantes.

Conforme o espaço disponível no desenho, os ângulos podem ser cotados assim:

8xØ12
6xØ14

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Indicações suplementares
Até aqui você pôde aprofundar seus conhecimentos sobre cotagem. Mas há
ainda muito que aprender sobre as cotas. Considere as indicações a seguir como
informações suplementares, mas não menos importantes.

a) A altura dos algarismos que indicam as cotas deve ser proporcionais às dimensões
do desenho.

b) Quando uma cota é escrita em uma secção, ela interrompe a hachura.

c) As cotas devem ser dispostas nas vistas ou nas secções nas quais a sua função
fique mais clara. Acompanhe os exemplos da figura abaixo.

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13. SIMBOLOS E CONVENÇÕES


Recomenda-se a utilização dos símbolos abaixo, que devem ser colocados sempre
antes dos valores numéricos das cotas.
Ø – Sinal indicativo de diâmetro
Usado na indicação de partes cilíndricas e nas vistas onde as seções circulares das
mesmas não estejam bem caracterizadas. O sinal é colocado sempre antes dos
algarismos.

– Sinal indicativo de quadrado


Usado na indicação de elementos de seção quadrada onde não estejam bem
caracterizados.
“R” Indicativo de Raio
EXEMPLOS:

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A Cotagem de Círculos se faz indicando o valor de seu diâmetro por meio dos
recursos apresentados nas figuras abaixo, que são adotados conforme o espaço
disponível no desenho.

Diagonais cruzadas
Duas diagonais cruzadas, traçadas com linha contínua estreita, são usadas na:
a) Representação de espigas com seção quadrada.

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b) Representação de superfícies planas em peças cilíndricas.

Outros símbolos:
R = Raio
R. ESF = Raio esférico
ØESF = Diâmetro esférico

14. ESCALA
TIPOS E EMPREGOS

O homem sempre necessitou registrar no papel coisas de que ele gosta ou


precisa: uma foto, um desenho para construção ou ainda o projeto de alguma ideia
que posteriormente deseje executar.
Há, porém, uma dificuldade a ser superada: algumas vezes os objetos são
muito grandes e não cabem no papel, como por exemplo, uma casa, um automóvel.
Em outras, até caberiam, mas seriam desenhos tão pequenos de difícil interpretação
e, nesse caso, ninguém os enxergaria. É claro que poderíamos utilizar papéis

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maiores ou menores, porém, não vamos esquecer que as folhas têm dimensões
padronizadas por normas.
Assim, antes de representar objetos, modelos e peças é preciso estudar o
seu tamanho real. Tamanho real é a grandeza que as coisas têm na realidade.
Existem objetos que podem ser representadas no papel em tamanho real. Mas,
existem outros que não podem ser representados em seu tamanho real. Alguns são
muito grandes para caber numa folha de papel. Outros são tão pequenos, que se os
reproduzíssemos em tamanho real seria impossível analisar seus detalhes.
A solução para esses problemas é a redução ou a ampliação das
representações destes objetos. E como pode ser feito?
Manter, reduzir ou ampliar o tamanho da representação de alguma coisa é
possível através da representação em escala.
A Norma NBR 8196 fixa as condições exigíveis para o emprego de escalas e
suas designações em desenhos técnicos.

ESCALA USUAIS

 Escala natural (1:1) – mesmo tamanho da peça e do desenho;


 Escala de redução (1:2) – o desenho é menor que a peça;
 Escala de ampliação (2:1) – o desenho é maior que a peça.

ESCALA NATURAL

Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou quando tiver as


mesmas dimensões indicadas nas cotas, teremos a escala natural.

A escala natural é indicada da seguinte forma:


Escala 1:1, que se lê “Escala um por um”.

ESCALA DE REDUÇÃO
Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do que o
tamanho da própria peça, estaremos usando escala de redução. Note que, embora
reduzindo o tamanho, as cotas conservaram as medidas reais da peça.
A escala de redução é indicada da seguinte forma:

Escala 1:2, que se lê “Escala um por dois”.


As escalas de Redução recomendadas pela ABNT são as seguintes:
1:2 - 1:2,5 – 1:5 - 1:10 - ... – 1:100

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ESCALA AMPLIAÇÃO
Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior do que esta,
estaremos usando escala de ampliação. Note que as cotas conservaram, também,
os valores reais da peça.

A escala de ampliação é indicada da seguinte forma:

Escala 2:1, que se lê “escala dois por um”, significando que o desenho é duas
vezes maior que a peça.

As escalas de ampliações recomendadas pela ABNT são as seguintes:


2:1 – 2,5:1 - 5:1 – 10:1 - ... – 100:1

RELAÇÃO NUMERICA DA ESCALA


A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da
seguinte forma:
Usam-se dois números; o primeiro refere-se ao desenho e o segundo, à peça.

MEDIDAS ANGULARES EM ESCALA

Em escalas, as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação como


as lineares, por exemplo. Seja qual for a escala empregada, um ângulo de 60º será
representado com o mesmo valor.

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EXEMPLO DE DESENHO EM ESCALA

NOTAS:
1) A escala do desenho deve obrigatoriamente ser indicada na legenda.
2) Constando na mesma folha desenhos em escalas diferentes, estas devem ser
indicadas tanto na legenda como junto aos desenhos a que correspondem.
3) Sempre que possível devemos desenhar em escala natural.

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15. VISTAS AUXILIARES


Existem peças que têm uma ou mais faces oblíquas em relação aos planos
de projeção. Veja alguns exemplos.

A projeção normal (Vertical ou Horizontal) de peças que tenham partes ou


detalhes inclinados (oblíquos), além de deformarem os elementos, torna-se difícil a
interpretação. Para evitar tais dificuldades, criou-se “vistas auxiliares”, que consiste
em projetar paralelamente a parte inclinada, obtendo-se assim a forma real do
detalhe.
OBS: Uma superfície só se apresenta com sua verdadeira forma, quando projetada
sobre um plano que lhe é paralelo.

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Vista Auxiliar Simplificada


A vista auxiliar simplificada, pela facilidade de sua interpretação, é da maior
importância no desenho de mecânica. Tem por objetivo, tornar mais fácil a construção
dos desenhos, economizando tempo e espaço. Entretanto a sua interpretação nem
sempre é tão fácil aos que iniciam a arte de ler desenho técnico.

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Consiste em representar a peça em vista única e, por meio de linhas finas,


complementar o desenho com os detalhes que não ficaram esclarecidos na vista
apresentada.

OBS: Só podermos aplicar as vistas auxiliares simplificadas, quando as vistas ou


detalhes apresentados forem simétricos.

Vistas parciais
Certas peças, embora simples, necessitam, devido a pequenos detalhes,
mais de uma vista para sua inteira interpretação. A representação dessas peças pode
ser simplificada, deixando-se de desenhar a segunda vista por inteiro, mas rebatendo
apenas o detalhe no qual não ficou bem interpretado na vista principal.

Casos usuais de vistas parciais

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Outras Representações (Detalhes Ampliados)

Para melhorar a representação e facilitar a cotagem de pequenos detalhes de um


objeto, faz-se a identificação do detalhe, circundando-o com uma linha fina, contínua
e identificada por uma letra maiúscula, desenhando posteriormente, em escala
ampliada e com a devida identificação, o detalhe marcado no desenho do objeto.

16. ROTAÇÃO DE DETALHES OBLÍQUOS


Rotação é um movimento giratório, um giro
em torno de um eixo. A seguir, começaremos nosso
estudo exercitando esse tipo de representação. A
peça em perspectiva abaixo, um tipo de braço de
comando, apresenta uma parte oblíqua.
Observe, na próxima ilustração, a projeção
ortográfica dessa peça em dois planos de projeção.

Agora, analise a projeção ortográfica nos planos rebatidos.

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Observe que o segmento AB, que determina a


distância entre dois furos da peça, é maior na
vista frontal do que na vista superior. Isso ocorre
porque, na vista frontal, a parte oblíqua aparece
representada em verdadeira grandeza.
Na vista superior a parte oblíqua aparece
encurtada. O mesmo ocorre com o segmento CD
(diâmetro da parte cilíndrica), que na vista frontal
é representado em verdadeira grandeza e na
vista superior aparece menor que na vista frontal.
Para que os segmentos AB e CD sejam
representados em verdadeira grandeza, também
na vista superior, é necessário imaginar a rotação
da parte oblíqua.

Observe a ilustração a seguir, que mostra a rotação da parte oblíqua.

17. CORTES
Até o momento viu-se que as projeções são o melhor meio para reproduzir a
forma de uma peça em suas três dimensões. Planos de projeções e seus
rebatimentos, bem como as representações em vistas podem ser pouco para tornar
interpretável um desenho mecânico específico, especialmente por conta do
aparecimento de detalhes internos, os quais são mostrados por linhas invisíveis.
Quando estes detalhes são importantes para a fabricação, é conveniente que se
tornem visíveis. Isto é possível mediante a técnica do corte, uma forma de
representação do objeto na qual uma de suas partes é supostamente cortada e

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removida, apresentando assim, claramente, as partes ocultas do objeto e facilitando a


sua interpretação.
Sem tais cortes, não seria possível analisar os detalhes internos dos objetos
mostrados. Em mecânica, se utilizam modelos representados em corte para facilitar o
estudo de sua estrutura interna e de seu funcionamento.
Mas nem sempre é possível aplicar cortes reais nos objetos para um estudo.
Em certos casos deve-se apenas imaginar que os cortes foram feitos. É o que
acontece em desenho técnico mecânico, sendo o corte e seus tipos fixados pela
norma NBR 10067 de maio de 1995.
Os cortes são utilizados para representar de um modo claro os detalhes
internos de uma peça, fazendo ressaltar ainda em um conjunto a posição de cada
peça ou órgão que o constitui.
A aplicação do corte em desenhos de peças e conjuntos tem três
vantagens:

1. Facilitar a interpretação interna das peças ou do conjunto de peças.


2. Facilitar a colocação de cotas, evitando, assim, cotação em linhas tracejadas
(invisíveis), que não é permitido.
3. Identificar, por meio de hachuras, de que material é feita à peça (desenho de
detalhes) ou as peças (desenho de conjunto).

Planos de corte
Para a simplificação do desenho, o desenhista pode lançar mão de uma
técnica que consiste em cortar uma parte da peça e, dessa forma, expor as
superfícies internas. Em tais seccionamentos todas as partes que se tornam visíveis
são representadas por linhas de contornos visíveis.

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Para obter a vista em corte, um plano de corte imaginário é passado através


da peça como mostrado na figura acima (letra A). A parte anterior é removida (letra
B). A direção do plano de corte é representada no desenho por uma linha de corte. As
superfícies expostas, que foram cortadas, são identificadas por linhas convencionais
(hachuras), apresentadas na figura (letra B).

Interpretação do corte
Para representarmos melhor o corte, observemos as figuras abaixo, pois
quando executamos um corte, o executamos imaginariamente. Na figura abaixo,
podemos observar que as partes atingidas pelo corte estão representadas com linhas
finas inclinadas, chamadas linhas de hachuras.
Podemos também ao observamos a figura abaixo, concordarmos que a forma
de representação da direita é mais simples e clara do que a da esquerda. Fica mais
fácil analisar o desenho com corte porque nesta forma de representação usamos a
linha para arestas e contornos visíveis em vez da linha para arestas e contornos não
visíveis.
Como já dito, na indústria, a representação em corte só é utilizada quando a
complexidade dos detalhes internos da peça torna difícil sua compreensão por meio
da representação normal, como visto no caso do registro de gaveta.
Os cortes são utilizados para representar de modo claro os detalhes internos
das peças ou de conjuntos. Em desenhos de conjunto ressaltam a posição das peças
que constituem. Além disso, os cortes indicam através da hachura o material de que é
feita a peça ou as peças, facilitando a colocação de cotas internas.

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Observações

1. O corte é imaginário.
2. À parte hachurada, na projeção, corresponde à parte da peça que foi atingida pelo
corte. A região não hachurada indica a não atingida.

Hachuras

São traços equidistantes e paralelos que produzem em desenhos e gravuras


o efeito do sombreado (tipo do material da peça).
No desenho técnico, representamos as hachuras por meio de linhas finas
inclinadas a 45° em relação à base da peça ou em relação ao seu eixo. Para cada
material existe uma hachura convencional, conforme exemplos abaixo.

As hachuras em uma mesma peça são feitas sempre numa mesma direção,
já nos desenhos de conjunto ou peças adjacentes, devem ser feitas em direções
opostas ou com espaçamentos diferentes (Figura, letra A).
As hachuras devem ser espaçadas em função da superfície a ser hachurada.
O espaçamento mínimo para as hachuras é de 0,7mm, conforme NBR 8403.

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As hachuras devem ser interrompidas quando houver necessidade de se


escrever na área hachurada (Figura, letra B).

17.1. CORTE TOTAL


O corte total é aquele que atinge a peça em toda a sua extensão, como pode
ser visto na imagem abaixo:

No caso de corte total, o plano de corte deve atravessar completamente a


peça, atingindo suas partes maciças, como mostra a figura abaixo:

Em uma peça contendo elementos simetricamente distribuídos (furos ou


nervuras radiais) sem que seja necessário passar por um plano de corte, deve ser

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feita uma rotação no elemento até coincidir com o respectivo plano de corte e
rebatimento, sem fazer menção especial. Analise a figura abaixo.

Corte nas vistas do desenho técnico


Os cortes podem ser representados em quaisquer das vistas do desenho
técnico mecânico.
A escolha da vista onde o corte é representado depende dos elementos que
se quer destacar e da posição de onde o observador imagina o corte.

Corte na vista frontal


Considere o modelo a seguir (Figura abaixo), visto de frente por um observador.

Nesta posição, o observador não vê furos redondos nem o furo quadrado da


base. Para que estes elementos sejam visíveis, é necessário imaginar o corte (Figura
abaixo).

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Imagine o modelo seccionado, isto é, atravessado por um plano de corte,


como mostra a figura acima. O plano de corte paralelo ao plano de projeção vertical é
chamado plano longitudinal vertical. Este plano de corte divide o modelo ao meio, em
toda sua extensão, atingindo todos os elementos da peça. Veja as partes em que
ficou dividido o modelo atingido pelo plano longitudinal vertical. Na figura abaixo
mostrado dividido.

Imagine que a parte anterior do modelo foi removida. Assim, você poderá
analisar com maior facilidade os elementos atingidos pelo corte. Observe novamente
o modelo seccionado e, ao lado, suas vistas ortográficas (Figura abaixo).

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A vista superior e a vista lateral esquerda não devem ser representadas em


corte porque o observador não as imaginou atingidas pelo plano de corte. A vista
frontal está representada em corte porque o observador imaginou o corte vendo o
modelo de frente. Sob a vista representada em corte, no caso a vista frontal, é
indicado o nome do corte: corte AA. Ainda na figura acima, observe que a vista
superior é atravessada por uma linha traço e ponto estreito, com dois traços largos
nas extremidades. Esta linha indica o local por onde se imaginou passar o plano de
corte. As setas sob os traços largos indicam a direção em que o observador imaginou
o corte. As letras do alfabeto, próximas às setas, dão o nome ao corte.

Quando o corte é representado na vista frontal, a indicação do corte pode ser


feita na vista superior, como no exemplo anterior, ou na vista lateral esquerda, como
mostra a figura a seguir.

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Corte na vista superior


Como o corte pode ser imaginado em qualquer uma das vistas do desenho
técnico, agora você vai aprender a interpretar cortes aplicados na vista superior.
Imagine o mesmo modelo anterior visto de cima por um observador.

Para que os furos redondos fiquem visíveis, o observador deverá imaginar um


corte. Veja, a seguir, o modelo seccionado por um plano de corte longitudinal
horizontal.

Este plano de corte, paralelo ao plano de projeção horizontal, é chamado


plano longitudinal horizontal. Ele divide a peça em duas partes. Com o corte, os

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furos redondos, que antes estavam ocultos, ficaram visíveis. Observe novamente o
modelo seccionado e, ao lado, suas vistas ortográficas.

O que foi possível perceber?


 O corte aparece representado na vista superior;
 As partes maciças atingidas pelo corte foram hachurada;
 A vista frontal e a vista lateral esquerda estão representadas sem corte, porque
o corte imaginado atingiu apenas a vista superior;
 O nome do corte: corte AA aparece sob a vista superior, que é a vista
representada em corte;
 A indicação do plano de corte na vista frontal, coincide com a linha de centro
dos furos redondos;
 As setas ao lado das letras que dão nome ao corte indicam a direção em que o
corte foi imaginado;
 Quando o corte é imaginado na vista superior, a indicação do local por onde
passa o plano de corte pode ser representada na vista frontal ou na vista
lateral esquerda.

Corte na vista lateral esquerda


Observe mais uma vez o modelo com dois furos redondos e um furo
quadrado na base. Imagine um observador vendo o modelo de lado.

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Para que o furo quadrado fique visível, o observador deverá imaginar um


plano de corte vertical atingindo o modelo, conforme a figura a seguir. Veja também
que a parte anterior do modelo seccionado foi retirada.

Finalmente, veja como ficam as projeções ortográficas deste modelo em


corte.

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Você deve ter acompanhado atentamente o efeito dos cortes imaginados no


modelo
anterior. Considerando as informações anteriores, tome nota:
 O plano de corte, que é paralelo ao plano de projeção lateral, recebe o nome
de plano transversal;
 Na vista lateral, o furo quadrado, atingido pelo corte, aparece representado
pela linha para arestas e contornos visíveis;
 As partes maciças, atingidas pelo corte, são representadas hachurada;
 O furo redondo, visível pelo observador, também é representado pela linha
para arestas e contornos visíveis;
 Nas vistas ortográficas deste modelo cm corte transversal, a vista frontal e a
vista superior são representadas sem corte;
 Quando o corte é representado na vista lateral, a indicação do plano de corte
tanto pode
 aparecer na vista frontal como na vista superior.

17.2. CORTE EM DESVIO OU COMPOSTO


A direção do corte, normalmente, passa pelo eixo principal da peça, mas
pode também, quando isso se fizer necessário, mudar de direção (corte em desvio),
para passar por detalhes situados fora do eixo e que devem ser mostrados em corte.

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A mudança de direção do corte é fita mediante dois traços grossos em


ângulo.

Observe um modelo em perspectiva, com aplicação de corte em desvio


(Figura abaixo).

O corte em desvio procura buscar todos os detalhes da peça. Para isso


precisa desviar a linha de corte (linha simétrica), passando pelas partes desejadas.
Veja a seguir o detalhamento da peça em perspectiva, mostrada
anteriormente.

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17.3. MEIO CORTE


É o corte que se emprega, às vezes, no desenho de peças simétricas, onde
somente meia vista aparece em corte.

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Meio corte
Há tipos de peças ou modelos em que é possível imaginar em corte apenas
uma parte, enquanto que a outra permanece visível em seu aspecto exterior. Este
tipo de corte é chamado meio corte, e é aplicado em apenas metade da extensão da
peça.
É um tipo peculiar às peças ou modelos simétricos no sentido longitudinal ou
transversal.

Modelos simétricos - longitudinal e transversal


Observe o modelo a seguir, representado em perspectiva. Em seguida,
imagine este
modelo dividido ao meio por um plano horizontal e depois, dividido por um plano
vertical.

Você reparou que, nos dois casos, as partes resultantes da divisão são iguais
entre si!!! Trata-se, portanto, de um modelo longitudinal e transversalmente simétrico.
Neste modelo é possível imaginar a aplicação do meio corte.

Representação do meio corte


Observando o modelo com meio corte, você poderá analisar os elementos
internos, além disso, poderá observar também o aspecto externo, que corresponde à
parte não atingida pelo corte.
A linha traço e ponto estreita, responsável pela divisão da vista frontal ao
meio, é a linha de simetria. As partes maciças atingidas pelo corte são representadas
hachuradas. O centro dos elementos internos, que se tornaram visíveis com o corte, é
indicado pela linha de centro.
A metade da vista frontal que não foi atingida pelo meio corte é exatamente
igual à outra metade. Assim, não será necessário repetir a indicação dos elementos
internos na parte não atingida pelo corte. Entretanto, o centro dos elementos não
visíveis deve ser indicado.
Quando o modelo é representado com meio corte, não será necessário
indicar os planos de corte. As demais vistas são representadas normalmente.

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Sempre que a linha de simetria que atravessa a vista em corte for vertical, a
parte representada em corte deve ficar à direita, conforme recomendação da NBR.
Veja a figura a seguir.

Em peças com eixos de simetria horizontais, o meio corte deve ser


representado abaixo da linha de simetria (norma lSO e DIN).
As linhas de cota, para dimensionar os elementos internos, devem
ultrapassar alguns milímetros o eixo de simetria e levam seta somente na
extremidade que toca o contorno ou a linha de extensão.

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A cotagem de peças cilíndricas com furos internos em meio corte deve ser
executada conforme o desenho abaixo.

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17.4. CORTE TOTAL EM DESVIO SEGUNDO


PLANOS CONCORRENTES
Na representação de uma peça, podem mesmo ser necessários, dois
planos de corte que formam entre si um ângulo determinado; vejamos um
exemplo:

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17.5. CORTE TOTAL EM DESVIO


SEGUNDO PLANOS SUCESSIVOS
Por vezes existem peças feitas de um modo tal, que para representá-las
em corte, devemos imaginá-las cortadas segundo planos paralelos e oblíquos.
Exemplo de uma peça cortada segundo dois planos paralelos e um
oblíquo, que chamamos de planos sucessivos:

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17.6. CORTE PARCIAL

Apenas uma parte da peça é CORTADA para indicar algum detalhe


interno. Este corte é limitado por linha de ruptura.
Linha de ruptura é uma linha contínua estreita a mão livre. Linhas
tracejadas, correspondentes aos detalhes não visíveis, na parte não atingida pelo
CORTE PARCIAL.

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Outra coisa muito importante que você deve observar é que, na


representação em corte parcial, não aparece o nome do corte. Não é necessário,
também, indicar o corte parcial em outras vistas.

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18. SEÇÕES
As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de peças,
evitando vistas desnecessárias, que nem sempre identificam a peça.

Seções traçadas sobre a própria vista

Seção traçada com a interrupção da vista

Seções traçadas fora das vistas

Neste caso representa-se apenas figura situada no plano de seção.

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19. OMISSÃO DE CORTE


Nervuras e braços de peças não são atingidos pelo corte no sentido longitudinal,
conforme os exemplos abaixo.

Nos desenhos de conjuntos, eixos, pinos, rebites, chavetas, parafusos e porcas


também não são considerados cortados quando atingidos pelo corte no sentido
longitudinal, conforme os exemplos abaixo.

Entretanto, quando necessário, cortes parciais poderão ser empregados.


Eixos, quando cortados no sentido transversal, aparecem hachurados.

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20. ENCURTAMENTO DE VISTAS


Encurtamento
Certos tipos de peças, que apresentam formas longas e constantes, podem
ser representadas de maneira mais prática.
O recurso utlizado em desenho técnico para representar estes tipos de peças
é o encurtamento. A representação com encurtamento, além de ser mais prática, não
apresenta qualquer prejuízo para a interpretação do desenho.
Nem todas as peças podem ser representadas com encurtamento. A seguir
você vai conhecer as condições para que se possa usar este tipo de representação.

Condição para representação com encurtamento


O encurtamento só pode ser imaginado no caso de peças longas ou de peças
que contem partes longas e de forma constante. Veja o exemplo de um eixo com
duas espigas nas extremidades e uma parte central longa, de forma constante.
Imagine o eixo seccionado por dois planos de corte, como mostra a ilustração.

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Rupturas
As rupturas são representações convencionais utilizadas para o desenho de
peças que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para melhor
aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com a sua forma, obedecem as
convenções abaixo.

A representação de ruptura é empregada quando, na parte que se imagina


retirada, hão houver detalhes que necessitam ser mostrados.

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21. CONJUNTOS MECÂNICOS


Os conjuntos mecânicos, geralmente, são desenhados de duas formas:

Desenho de detalhe – as peças são desenhadas separadamente.

Desenho de conjunto – as peças são desenhadas em conjunto, dando uma idéia de


montagem.
Nos exemplos abaixo, estão desenhados detalhes e conjunto de uma chave
de fenda de hastes permutáveis (extraídos da CBC de tornearia).

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A escolha das vistas para os desenhos de conjuntos obedece aos mesmos


princípios usados nas projeções das peças.
As peças componentes de um conjunto são identificadas, no desenho, por
números colocados dentro de pequenas circunferências.
Nos desenhos de conjuntos, existe uma tabela, colocada acima do rótulo, que
indica a quantidade, o número, o nome e o material de cada peça, além de outras
informações que se fizerem necessárias.
O exemplo abaixo e o da folha seguinte mostram o conjunto e os detalhes do
“grampo fixo”.

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