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2º ENCONTRO

A. Planejamento das atividades de


leitura do texto
Professor(a),
Como bem sabemos, a leitura é um processo de interação entre o leitor e o
texto. É, portanto, um processo que deve ser construído. Mas essa construção
deve ser feita pelo aluno. Para isso, você deve se colocar como um guia, um
mediador e não como um detentor do saber.
Neste ENCONTRO, iniciaremos nossas atividades com um planejamento da
leitura fazendo algumas propostas para desenvolver a leitura dos textos “O pulo
do gato” e “O pulo do gato”.
Na véspera da aula, peça aos alunos para trazerem fotos de felinos selvagens
(onça, tigre, pantera...) e de gatos domésticos. Faça um painel com eles,
destacando as semelhanças e diferenças entre os dois grupos.
Antes de pedir que os alunos façam a primeira leitura, coloque apenas os
títulos no quadro e comece a averiguar o que eles já sabem sobre o assunto.

Quem possui gato?


Quais são as características gerais dos gatos?

Nesse momento, você pode fazer antecipações com os alunos.

Será que o assunto dos dois textos é o mesmo?


Por que será que esses dois textos estão juntos?

Agora, mostre os textos aos alunos e procure articular essas informações


com outras, como:

Quem escreveu esses textos?


O gato é amigo do homem?

Essa é a hora da primeira leitura dos textos, que pode ser silenciosa. Leitura
feita, vamos levar os alunos a buscar o sentido das palavras que constam do
Glossário. Caso haja muitas dúvidas ou divergências entre eles, convide-os a
consultar o dicionário.
Ao término dessa atividade, peça aos alunos que falem sobre as impressões
do que leram (livremente) para que você tenha uma ideia do perfil de cada
aluno/leitor. Em seguida, você pode fazer um exercício de compreensão dos

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textos, uma exploração topográfica, isto é, um exame parágrafo a parágrafo,
linha a linha, enfim, de tudo o que compõe visualmente os textos, com as
seguintes perguntas:

Quais são os personagens principais do Texto 1?


No Texto 1, o que a onça pediu ao gato?
Segundo o Texto 2, qual a diferença entre os
esqueletos do gato e do lobo?

Depois dessa primeira leitura, você pode ler os textos em voz alta, ou fazer
uma leitura compartilhada e, em seguida, pode levá-los a fazer algumas
inferências, ou seja, a construir novos sentidos para os textos. É o plano da
interpretação do texto, em que se usam estratégias que caracterizam o
comportamento reflexivo, de nível consciente do leitor.

No Texto 1, por que o gato não ensinou o seu pulo à onça?


No Texto 1, qual era a intenção da onça?
Vocês concordam com a atitude do gato?
Que outro final vocês sugerem para a história do Texto 1?
Que outro título vocês dariam ao Texto 2?

Você pode aproveitar a leitura para relacionar os textos à época atual.

O que aconteceu entre o gato e a onça (Texto 1) pode


acontecer entre os homens? Por quê?
Vocês conhecem pessoas que criam gatos? Comentem.
Vocês conhecem a expressão “pulo do gato”? Já ouviram
alguém usando essa expressão? Comentem.

Outras estratégias de leitura podem ser adotadas. Estas representam apenas


algumas sugestões. Passemos, então, às atividades complementares que
deverão ser realizadas após a leitura dos textos.

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O pulo do gato Texto 1

O gato pulou do alto de uma árvore na floresta. Caiu no chão com leveza,
sem ruído, e saiu caminhando com a maior tranquilidade. Vendo aquilo, a onça
ficou admirada. Aproximou-se do gato e pediu que a ensinasse a pular. No mesmo
momento, o gato mostrou como fazia.
Então, os dois animais foram juntos até a fonte para beber água. No caminho,
fizeram uma aposta para ver quem pulava mais longe. Na fonte, viram um lagarto. A
onça virou-se para o gato e disse: “Compadre, vamos ver qual de nós apanha o lagarto
de um só pulo?” Vamos, concordou o gato.
“Você pula primeiro”, disse a onça.
O gato pulou em cima do lagarto. Em seguida, a onça pulou em cima do gato.
Mas o gato saltou de lado e escapou.
Muito desapontada, a onça disse: “Compadre gato, você começou a me
ensinar, mas não terminou...”
E o gato respondeu: “Comadre, nem sempre o mestre ensina tudo o que sabe
ao aprendiz”.
SALERMO, Silvana In: Viagem pelo Brasil em 52. São Paulo. Companhia das Letrinhas. 2006. p. 125.

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Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das palavras
abaixo:

leveza (l. 1): qualidade do que tem pouco peso.

desapontada (l. 12): decepcionada, desiludida, enganada.

aprendiz (l. 15): principiante, novato.

O pulo do gato
Texto 2

Entre o gato selvagem que chegou pela primeira vez perto de um humano
e o gatão peludo e preguiçoso esparramado no seu sofá,
existe um longo caminho. Ou será que não?

Há quem diga que nem domesticados de verdade eles são. O


que importa é que tomamos esse bicho como companheiro, o
espalhamos pelo mundo e criamos diversas raças. Para saber
como isso aconteceu, se é que aconteceu, vamos lá para o começo
da história.
Ninguém sabe exatamente quando os gatos deixaram de ser
animais selvagens e passaram a viver entre nós. "As mudanças
pelas quais o gato passou ao ser domesticado são sutis,
como a cor da pelagem e o comportamento, coisas que não
são possíveis de descobrir nos vestígios arqueológicos",
explica Melinda Zeder, arqueobióloga do Museu Nacional
de História Natural dos EUA. "Já o esqueleto do cachorro é
bastante diferente do esqueleto do lobo. Assim dá para saber
exatamente quando essa transição aconteceu", diz.
O que se sabe é que a domesticação ocorreu apenas uma vez. Pode ter
acontecido no norte da África, na região do Egito, 9 mil anos atrás. Ou, segundo
uma pesquisa da Universidade de Oxford, na Inglaterra, que em 2007 analisou o DNA
mitocondrial de quase mil gatos, essa transição entre a selva e a vida doméstica pode
ter acontecido há 10 mil anos no Crescente Fértil, região entre Israel e Iraque, local
das primeiras aldeias fixas. E então, na companhia dos humanos, os gatos foram
parar no resto do mundo.
[...] "E a maior parte deles não depende dos humanos para conseguir abrigo
ou comida", afirma. Por isso, vez ou outra um deles resolve voltar para o mato
e viver por conta própria - os chamados gatos ferais, que costumam perder também
a docilidade.
[...] Texto Barbara Axt
Disponível em https://super.abril.com.br/ciencia/o-pulo-do-gato/ Acesso em 05/12/2012. Fragmento.

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Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das palavras
abaixo:
sutis (l. 8): quase imperceptíveis.
vestígios (l. 10): pistas, indícios, sinais de coisas que se sucederam.
arqueológicos (l. 10): relativo à arqueologia, Arqueologia: é a ciência que estuda
as sociedades antigas por meio dos seus restos materiais.
transição (l. 14): mudança, transferência, a evolução progressiva de um estado a
outro.
ferais (l. 24): referente ao que é selvagem, natural, que não pertence à
domesticação (animais).

B. Planejamento das atividades


complementares

1 Desenvolvendo habilidades de leitura

1. O Texto 2 fala de gatos selvagens e de gatos domésticos. O trecho do Texto


1 que dá indícios de que o gato da história é selvagem (vive na selva) é
A) “O gato pulou do alto de uma árvore na floresta.”. (l. 1)
B) “No mesmo momento, o gato mostrou como fazia.”. (l. 3-4)
C) “O gato pulou em cima do lagarto.”. (l. 10)
D) “Mas o gato saltou de lado e escapou.”. (l. 11)
D15 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação
de textos.

2. No Texto 1, o fato de o gato não ter ensinado à onça tudo o que sabia, mostra
que ele foi
A) covarde.
B) desleal.
C) egoísta.
D) esperto.
D4 – Inferir uma informação implícita em um texto.

3. O que originou a narrativa do Texto 1 foi o fato de a onça


A) ter presenciado o pulo do gato.
B) ter feito um pedido ao gato.
C) ter ido beber água com o gato.
D) ter ficado desapontada com o gato.
D7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa.

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4. No Texto 1, em “Caiu no chão com leveza,” (l. 1), a expressão destacada
indica
A) causa.
B) lugar.
C) modo.
D) tempo.
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios, etc.

5. O Texto 2 trata principalmente


A) da origem dos gatos domésticos.
B) da forma de domesticar gatos.
C) das características dos gatos.
D) das diversas raças de gatos.
D6 – Identificar o assunto de um texto.

6. No subtítulo do Texto 2, em “Ou será que não?”, a interrogação indica


A) curiosidade.
B) desafio.
C) dúvida.
D) espanto.
D14 – Identificar o efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras
notações.

2 Compreendendo o texto

7. Quais são os personagens principais do Texto 1?


O gato e a onça.

8. No Texto 1, o que a onça pediu ao gato?


A onça pediu ao gato para ver qual dos dois apanharia o lagarto de um só
pulo.

9. Segundo o Texto 2, quais as mudanças que ocorreram no gato quando


foi domesticado?

A cor da pelagem e o comportamento.

3 Interpretando o texto

10. No Texto 1, por que o gato não ensinou o seu pulo à onça?
Porque era esperto e não confiou na onça.

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11. No Texto 1, qual era a intenção da onça?


A onça queria comer o gato.

12. Você concorda com a atitude do gato?


Sim. Ele desconfiou da onça e escapou de morrer.

13. Que outro final você sugere para a história do Texto 1?


(Resposta pessoal)

14. Que outro título você daria ao Texto 2?


(Resposta pessoal)

4 Pensando sobre o texto

15. O gato estava desconfiado da onça. Retire o trecho que comprova a


desconfiança da onça.
“Compadre gato, você começou a me ensinar, mas não terminou...”

16. A onça fingiu-se de amiga do gato. Qual era a intenção dela? Comente.
A onça queria pegar o gato. Por isso pulou em cima dele.

17. Você acha que o gato agiu certo não ensinando tudo para a onça? Comente.
Sim. Se o gato tivesse ensinado o que sabia, a onça teria matado ele.

5 Explorando a gramática no texto

Discurso indireto
No discurso indireto não há diálogo. O narrador não põe os personagens a
falar diretamente, mas faz-se intérprete deles.

“Aproximou-se do gato e pediu que a ensinasse a pular.” (T1 - l. 3)

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Discurso direto

É o texto, oral ou escrito, da fala de alguém, na íntegra. É quando as palavras


de outra pessoa ou personagem são reproduzidas e separadas das falas do nar-
rador. Este é o mais comum e natural entre os tipos de discurso. É uma forma
de dar vida própria aos personagens, o que faz o leitor ficar mais interessado
e mergulhar na história. Para fazer discurso direto são utilizados dois pontos,
aspas ou travessão de diálogo. Esses recursos ajudam a identificar a quem per-
tencem as falas.

“Você pula primeiro”, disse a onça. (T1 - l. 9)

18. Retire do Texto 1, um trecho em que o narrador fala pelo personagem.


“Aproximou-se do gato e pediu que a ensinasse a pular.”

19. Retire do Texto 1, um trecho em que o personagem fala diretamente.


“Compadre gato, você começou a me ensinar, mas não terminou...”

Adjetivo

É a classe de palavras variáveis que alteram a noção do substantivo


atribuindo-lhe qualidades, características, aspectos gerais ou específicos,
estados, modos de ser. Resumidamente, é a classe que nomeia as qualidades e
os estados atribuídos ao substantivo.

porta aberta

navio quebrado

casinhas brancas e amarelas

Na penúltima linha do Texto 2, na expressão “gatos ferais” a palavra destacada


atribui uma característica ao nome “gatos”.

20. Escolha três nomes de animais e atribua a cada um deles uma


característica.

a. cachorro brincalhão. (Sugestão)


b. gato manhoso. (Sugestão)
c. onça maldosa. (Sugestão)

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2º ENCONTRO

Desenvolvendo a escrita
6 Atividade para casa

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Você certamente tem um grande amigo ou uma grande amiga. Como ele (ela)
é? Descreva uma situação ou uma aventura que vivenciaram.

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7 Conhecendo o gênero textual

Conto popular
O conto popular faz parte da tradição oral de um povo. São histórias
curtas transmitidas de geração a geração, e são geralmente anônimas.
Pode-se dizer que é de criação coletiva, por isso novos elementos podem
ser acrescentados ou alterados de uma transmissão a outra. Já ouviu
o ditado popular de que quem conta um conto acrescenta um ponto? É
isso mesmo: a história nunca é igual. Os registros escritos nunca são
exatamente iguais com o passar das gerações. O conto popular registra a
eterna luta entre o bem e o mal representada nas virtudes do herói e nas
maldades do vilão.

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Artigo informativo
É um texto em que o escritor expõe brevemente um tema, fato ou
circunstância ao leitor. Trata-se de uma produção textual objetiva,
normalmente em prosa, com linguagem clara e direta. Tem como
objetivo principal transmitir informação sobre algo, estando isento de
duplas interpretações. Ao contrário dos textos poéticos ou literários, que
utilizam a linguagem conotativa, o texto informativo utiliza linguagem
denotativa. Além de apresentar dados e referências, não há interferência
de subjetividade, ou seja, o texto é isento de sentimentos, sensações,
apreciações do autor ou opiniões. O autor dos textos informativos é um
transmissor que se preocupa em relatar informações da maneira mais
objetiva e verossímil. No caso das notícias, por exemplo, o escritor está
encarregado de transmitir a informação para os receptores leitores de
maneira objetiva e alheia a ele. Escrito em prosa, o texto informativo
apresenta dados que o tornam mais credível.

8 Conhecendo o autor

Silvana Salermo

Escritora de literatura para crianças e jovens, tem mais de 20 livros publicados,


inclusive no exterior. Finalista do Jabuti em 2015 com a adaptação de Os
miseráveis, recebeu o prêmio “O Melhor Reconto” da Fundação Nacional do
Livro Infantil e Juvenil por Viagem pelo Brasil em 52 histórias e o Altamente
Recomendável por Qual é o seu Norte? e Ilusões perdidas e Acervo FNLIJ por
Germinal e Guerra e paz. O que mais gosta é de imaginar e de contar histórias,
ler, dançar e viajar. E viaja muito, dando palestras e participando de feiras de
livroS e debates sobre literatura, arte, mitologia e educação.

Sugestões de leitura
1. A Onça e o Gato, 2. O pulo do Gato 2,
Silvio Romero. In: Márcio Cotrim, Geração.

A O
Contos populares
do Brasil, Livraria
Clássica.

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