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Professor(a),
Divida a turma em grupos e peça aos alunos para fazerem uma pesquisa
sobre fábulas. Cada grupo fica com uma parte da pesquisa: (1) O que é fabula,
suas principais características; (2) Quais os principais autores de fábulas e as
fábulas mais conhecidas; (3) Como e onde nasceram as fábulas? Se a turma tiver
muitos alunos, deixe que dois grupos pesquisem sobre cada uma das partes e
depois troquem informações num debate sobre o que foi pesquisado.
Qual a história sobre bichos de que vocês mais gostaram? Vamos contá-la?
Tem bicho que fala?
Agora, mostre o texto aos alunos e procure articular essas informações com
outras, como:
Essa é a hora da primeira leitura do texto, que pode ser silenciosa. Leitura
feita, vamos levar os alunos a buscar o sentido das palavras que constam do
Glossário. Caso haja muitas dúvidas ou divergências entre eles, convide-os a
consultar o dicionário.
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Ao término dessa atividade, peça aos alunos que falem sobre as impressões
do que leram (livremente) para que você tenha uma ideia do perfil de cada
aluno/leitor. Em seguida, você pode fazer um exercício de compreensão do
texto, uma exploração topográfica, isto é, um exame parágrafo a parágrafo, linha
a linha, enfim, de tudo o que compõe visualmente o texto, com as seguintes
perguntas:
Depois dessa primeira leitura, você pode ler o texto em voz alta, ou fazer
uma leitura compartilhada e, em seguida, pode levá-los a fazer algumas
inferências, ou seja, a construir novos sentidos para o texto. É o plano da
interpretação do texto, em que se usam estratégias que caracterizam o
comportamento reflexivo, de nível consciente do leitor.
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12º ENCONTRO
No tempo em que
os bichos falavam
Houve um tempo em que os
bichos falavam, e eles falavam
tanto que Esopo resolveu
recolher e contar as histórias
deles para todo mundo.
Esopo era escravo de um
rei da Grécia e divertia-se
inventando uma moral para
as histórias que ouvia dos
animais.
Na verdade, nem todos
os moradores do país eram
capazes de entender a
linguagem dos animais, mas
Esopo era. Sobretudo dos
pequeninos, que falavam
muito baixinho, como por
exemplo os ratinhos que
moravam num buraco da parede da cozinha do palácio.
Um dia, quando limpava o chão da cozinha, Esopo ouviu uns ruídos que vinham
de dentro do buraquinho. Os ratinhos estavam muito agitados e preocupados, pois
o rei havia colocado um gato grande e forte para tomar conta dos petiscos reais e o
tal gato não era de brincar em serviço, já tinha devorado vários ratos.
Esopo apurou os ouvidos e pôde ouvir tudo o que os ratinhos diziam. Um
deles, muito espevitado, parecia ser o líder e, de cima de uma caixa de fósforos,
discursava:
Meus amigos, assim não é mais possível, não temos mais paz e tudo porque
o rei resolveu trazer aquela fera para cá. Precisamos fazer alguma coisa, e logo,
porque senão esse gato vai acabar com a nossa raça!
Era uma assembleia de ratos e todos estavam muito empenhados em solucionar
o problema que os afligia: um gato, grande e forte, que o rei havia mandado colocar
na cozinha.
Já tinham perdido vários amigos nos dentes afiados da fera: o Provolone, o
Roquefort, o Camembert e o pobre Tatá, o mais amado de todos.
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Planejaram, planejaram e não conseguiram chegar a nenhuma conclusão que
agradasse a todos. Precisavam de estratégias eficazes e seguras.
Uns achavam que deveriam matar o tal gato; outros diziam que era impossível:
"Como matar uma fera daquelas?"
Horácio estava quase convencido de que a sina de seu povo era morrer entre os
dentes do gato. Com lágrimas nos olhos, já ia descendo da caixa de fósforos quando
Frederico, um ratinho muito tímido que nunca falava, saindo de uma prateleira de
vidro, resolveu dar sua opinião:
Como vocês sabem, eu não gosto muito de falar, por isso serei rápido, mas
antes vocês vão responder a uma pergunta: Por que esse gato é tão perigoso para
nós, se somos tão ágeis e espertos?
E Horácio respondeu:
Ora, Frederico, esse gato é silencioso, não faz nenhum barulho. Como é que
vamos saber quando ele se aproxima?
Exatamente como eu pensei. Me perdoem a modéstia, mas acho que a ideia
que tive é a melhor de todas as que ouvi aqui. Vejam só, é simples: Vamos arrumar
um guizo, pode ser até aquele que pegamos da roupa do bobo da corte. Lembram?
Aquele que achamos bonitinho e que faz um barulho enorme.
Os ratos não estavam entendendo nada, para que serviria um guizo?
Frederico tratou de explicar:
A gente pega o guizo e coloca no pescoço do gato. Quando ele se aproximar,
vamos ouvir o barulho e fugir. Não é simples?
Todos adoraram a ideia. Era só colocar o guizo que todos ouviriam o gato se
aproximar.
Todos os ratos foram abraçar Frederico e estavam na maior euforia quando,
de repente, um ratinho, que não parava de roer um apetitoso pedaço de queijo,
resolveu perguntar:
Mas quem é que vai colocar o guizo no pescoço do gato?
Todos saíram cabisbaixos. Como não haviam pensado naquilo antes?
Era o fim da euforia dos ratinhos.
Para Esopo, a moral da história era a seguinte: "Não adianta ter boas ideias se não
temos quem as coloque em prática". Ou ainda: "Inventar é uma coisa, colocar em
prática é outra".
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12º ENCONTRO
Glossário
Para ajudá-lo a compreender o texto, procure inferir o sentido das palavras
abaixo:
petiscos (l. 22): comidinha rápida; guloseimas, comidas gostosas.
espevitado (l. 25): assanhado, animado.
assembleia (l. 30): reunião de pessoas que têm algum interesse comum, com a
finalidade de discutir e deliberar sobre temas determinados.
empenhados (l. 30): que demonstra interesse em conseguir algo; comprometido.
afligia (l. 31): que causava aflição a (alguém) ou atormentava.
estratégias (l. 36): meios desenvolvidos para conseguir alguma coisa.
modéstia (l. 49): que não possui nem demonstra vaidade em relação a si mesmo,
às suas próprias conquistas.
guizo (l. 51): pequena esfera oca de metal que ressoa quando se agita com as
bolinhas que contém.
bobo da corte (l. 51): alguém com atitudes bobas, risíveis, que só serve para
distrair e divertir, que não leva nada a sério.
euforia (l. 59): estado caracterizado por alegria, despreocupação, otimismo e
ânimo, mas que não corresponde à realidade.
cabisbaixos (l. 63): sem ânimo; que está abatido, desanimado, deprimido.
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3. Os advérbios destacados em “Por que esse gato é tão perigoso para nós,
se somos tão ágeis e espertos?”, (l. 44-45), indicam
A) afirmação.
B) dúvida.
C) intensidade.
D) modo.
D12 – Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por
conjunções, advérbios, etc.
2 Compreendendo o texto
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12º ENCONTRO
3 Interpretando o texto
14. Você acha que é fácil colocar uma ideia em prática? Dê exemplo.
(Resposta pessoal)
Desanimados.
17. Existe um ditado popular: “Quem não arrisca não petisca”. Você acha
que ele se aplica ao texto? Comente.
(Resposta pessoal)
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5 Explorando a gramática no texto
Sinônimos e Antônimos
Pronomes indefinidos
São denominados indefinidos os pronomes que se referem à 3ª pessoa do
discurso quando esta tem sentido vago e indeterminado.
Desenvolvendo a escrita
6 Atividade para casa
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7 Conhecendo o gênero textual
Fábula
A fábula é um gênero narrativo que surgiu no Oriente, mas foi
particularmente desenvolvido por Esopo, autor que viveu no século VI a.C.,
na Grécia antiga. A Esopo foi atribuído um conjunto de pequenas histórias,
de caráter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos
por animais. Por meio dos diálogos entre os bichos e das situações que os
envolviam, ele procurava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem.
Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos para os seres humanos.
Cada animal simboliza algum aspecto ou qualidade do homem como o leão
representa a força; a raposa, a astúcia; a formiga, o trabalho etc. É uma
narrativa inverossímil, com fundo didático. Quando os personagens são
seres inanimados, objetos, a fábula recebe o nome de apólogo. A temática
é variada e contempla tópicos como a vitória da fraqueza sobre a força, da
bondade sobre a astúcia e a derrota de preguiçosos.
8 Conhecendo o autor
Georgina Martins
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, em 8 de junho de 1959. Especialista
em Teoria e Crítica da Literatura Infantil e Juvenil e doutoranda em Literatura
Brasileira, Georgina é professora do curso de Pós-Graduação em Literatura
infantil e juvenil da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, e diretora de Produção Cultural da mesma universidade. Coordena
projetos de formação de professores das redes estadual e municipal. Estreou
na Literatura Infantil em 1999, com o livro O Menino que não se chamava João
e a Menina que não se chamava Maria, publicado pela DCL.
Sugestões de leitura
1. As fábulas de 2. Fábulas de Esopo,
Esopo, Ruth Rocha, Editora
A F
Jean de La Fontaine, Salamandra.
adaptado por Lúcia
Tulchinski, Editora
Scipione.
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