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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA
LICENTURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

VÁLVULAS DE CONTROLO, REGULADORES PILOTADOS

Jeremias chaves Constantino Matuta

Pemba, 2017
UNIVERSIDADE LÚRIO
FACULDADE DE ENGENHARIA
LICENTURA EM ENGENHARIA MECÂNICA

Jeremias Chaves Constantino Matuta

VÁLVULAS DE CONTROLO, REGULADORES PILOTADOS

Trabalho a ser apresentado ao Departamento de


Engenharia Mecânica, como requisito parcial
para avaliação da disciplina de projecto de
redes de Fluidos.

Docente: Engº. Wine Jó

Pemba, 2017
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASTM American Society for Testing Materiais


API American Petroleum lnstitute
UL Underwriters Laboratories) e FM (Factory Mutual
ASME American Society of Mechanical Engineers
ISA Instrument Society of America
LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1: Válvula de controlo (Fisher).......................................................................................... 13


Figura 2: Aspectos das Válvulas de controlo ................................................................................ 14
Figura 3: Representação simbólica de uma válvula ...................................................................... 15
Figura 4: Representação simbólica de actuadores ........................................................................ 15
Figura 5: Válvula de comando com actuador e com actuador e posicionador ............................. 16
Figura 6: Características típicas de válvulas ................................................................................. 18
Figura7: Actuador pneumático e mola .......................................................................................... 24
Anexo A: regras práticas para seleção adequada da característica de vazão. .................................. i
Anexo A: regras práticas para seleção adequada da característica de vazão. .................................. i
Anexo B: Figura 2: Aspectos das Válvulas de controlo .................................................................. i
Anexo B: Figura 2: Aspectos das Válvulas de controlo .................................................................. i
Anexo C: Corte de uma válvula de controlo, tipo globo e sede simples ......................................... i
Anexo D: Vista explodida de uma válvula de controlo ................................................................... i
Anexo E: .......................................................................................................................................... i
LISTA DE SIMBOLOS

SIMBOLO DESCRIÇÃO
Diâmetro da entrada da válvula
Coeficiente de vazão da válvula
Vazão instantânea em massa ou peso
Velocidade na entrada da válvula
Temperatura absoluta sucção, em kelvin (K) ou grau Rankine (°R)
Temperatura reduzida, adimensional
Temperatura absoluta termodinâmica crítica
Número de Reynolds da válvula, adimensional
Vazão instantânea máxima (condições de vazão chocada) a uma dada condição sucção
Vazão instantânea volumétrica
Pressão absoluta aparente na vena contracta
Pressão reduzida, adimensional
Pressão absoluta termodinâmica crítica
Pressão estática absoluta sucção, medida em dois diâmetros nominais succao do conjunto
válvula-conexão
Pressão estática absoluta no recalque, medida em seis diâmetros nominais recalque do conjunto
válvula-conexão
Pressão diferencial, p1 - p2
Constantes numéricas para as unidades de medição usadas
Peso molecular, unidade de massa atómica
Factores de altura da velocidade para uma conexão de entrada, adimensional
Coeficiente de Bernoulli, adimensional
Coeficiente de perda de pressão de um dispositivo, adimensional
Densidade relativa (gravidade específica) do gás em relação à densidade do ar, ambos nas
condições padrão. Igual à relação do peso molecular do gás para o peso molecular do ar,
adimensional
Relação dos calores específicos, adimensional
Densidade relativa (gravidade específica) do líquido nas condições sucção. Relação da
densidade do líquido à temperatura de vazão para a densidade da água a 15,6 ºC (60 ºF ),
adimensional
Aceleração local da gravidade
Factor de vazão laminar, adimensional
Factor de número de Reynolds, adimensional
Factor de geometria da tubulação, adimensional
Factor de recuperação de pressão do líquido de uma válvula sem conexão anexa, adimensional
Produto do factor de recuperação de pressão do líquido de uma válvula com conexão anexa e o
factor da geometria da tubulação, adimensional
Factor de relação da pressão crítica do líquido, adimensional
Modificador do tipo da válvula
Diâmetro interno da tubulação
INDICE
Lista de abreviaturas e siglas .......................................................................................................... 3

Lista de figuras e tabelas ................................................................................................................. 4

Lista de simbolos ............................................................................................................................ 5

INDICE ........................................................................................................................................... 7

CAPITULO I .................................................................................................................................. 9

1. INTRODUCAO ....................................................................................................................... 9

1.1. OBJECTIVOS.................................................................................................................... 10

1.2. ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 11

CAPITULO II ............................................................................................................................... 12

REVISAO BIBLIOGRAFICA ..................................................................................................... 12

2. Válvulas de controlo ................................................................................................................. 12

2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS VÁLVULAS ................................................................................. 13

2.3. SIMBOLOGIA ...................................................................................................................... 15

2.4. DESEMPENHO DA VÁLVULA.......................................................................................... 16

2.5. CARACTERÍSTICA DE VAZÃO DE VÁLVULAS DE CONTROLO .............................. 16

2.5.1. CARACTERÍSTICA DE VAZÃO ..................................................................................... 17

2.5.2. CARACTERÍSTICA INERENTE OU INTRÍNSECA ...................................................... 17

2.5.3. CARACTERÍSTICA DE VAZÃO EFETIVA OU INSTALADA ..................................... 18

2.6. COMO SELECIONAR A CARACTERÍSTICA DE VAZÃO ............................................. 18

CAPITULO III .............................................................................................................................. 19

3. DIMENSIONAMENTO DE UMA VÁLVULA DE CONTROLO ......................................... 19

3.1. CÁLCULO DO COFICIENTE DE VAZÃO (CV) DE UMA VÁLVULA .......................... 20

3.3. FÓRMULA GERAL PARA FLUIDOS INCOMPRESSÍVEIS ............................................ 21

4. APLICAÇÃO DA VÁLVULA DE CONTROLO ................................................................... 23

5. ATUADOR ............................................................................................................................... 24
6. Operação Manual ou Automática ............................................................................................. 25

7. NORMAS E ESPECIFICAÇÕES ............................................................................................ 25

8. FACTORES AMBIENTAIS .................................................................................................... 27

11. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................................... 31


CAPITULO I

1. INTRODUCAO
Uma Válvula de controlo é um dispositivo mecânico destinado à regulação de caudais de
fluidos. Basicamente trata-se de um orifício de área variável, através do qual se escoa o fluido, e
cuja secção é feita variar de acordo com o caudal pretendido.

A válvula de controlo constitui normalmente o elemento finalde uma cadeia automática de


controlo de um processo. Há também válvulas projectadas para trabalhar especificamente em
regime de tudo ou nada (válvulas on/off) e outras destinadas a serviço manual. Neste capítulo
será utilizada a palavra Válvula para designar qualquer destes tipos de válvulas.

As válvulas são usadas em tubulações, entradas e saídas de vasos e de tanques em várias


aplicações diferentes; as principais são as seguintes: serviço de liga-desliga, serviço de controlo
proporcional, prevenção de vazão reversa, controlo e alívio de pressão, especiais, controlo de
vazão direcional, serviço de amostragem, limitação de vazão, selagem de vaso ou de tanque. De
todas estas aplicações, a mais comum e importante se relaciona com o controlo automático de
processos.

O presente trabalho consiste em fazer o estudo e dimensionamento das válvulas de controlo a sua
classificação e simbologia, as suas características, desempenho, actuadores, a sua especificação,
instalação e manutenção. Além das válvulas, falar – se – a dos reguladores pilotados, as suas
caracteristicas e simbologia.

O objetivo deste trabalho é o de fornecer os conceitos básicos e mais importantes para o


engenheiro ou técnico envolvido na aplicação, seleção, especificação, dimensionamento,
instalação e manutenção de qualquer tipo de válvula de controlo.

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1.1.OBJECTIVOS

1.1.1. Geral
 Fazer o estudo e o dimensionamento das válvulas de controlo.

1.1.2. Específicos
 Dar a conhecer os conceitos básicos relativos as válvulas de controlo;
 Classificar as válvulas de controlo e os reguladores pilotados;
 Apresentar a simbologia das válvulas e dos reguladores;
 Descrever os factores de desempenho de uma válvula de controlo;
 Apresentar as principais aplicações das válvulas de controlo.
 Descrever os procedimentos da manutenção das válvulas de controlo.

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1.2.ESTRUTURA DO TRABALHO
O trabalho esta estruturado em três capítulos: O primeiro capítulo: para além da
introdução, faz-se uma apresentação dos objectivos do trabalho. O segundo capítulo: faz-se uma
revisão de literatura dos aspectos referentes as válvulas de controlo e reguladores pilotados. No
terceiro capítulo farei o dimensionamento de uma válvula de controlo, os critérios de selecção
das válvulas, falarei acerca dos actuadores, a manutenção das válvulas e os factores ambientais
referentes as válvulas de controlo. E por fim foi feita a conclusão do trabalho, o levantamento
bibliográfico e os anexos onde são colocados algumas tabelas de apoio para melhor percepção do
trabalho.

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CAPITULO II

REVISAO BIBLIOGRAFICA

2. Válvulas de controlo

Válvulas são utilizadas largamente pela indústria como mecanismos instalados em linhas
de tubulações que se destinam a diferentes propósitos, tais como: garantir a segurança da
instalação e dos operadores, ou ainda permitir a realização de manutenções e substituições de
elementos de fluidos em tubulações. Essencialmente, a válvula de controlo é um componente que
dissipa energia hidraulica de maneira controlada.

Devidas as suas múltiplas funções, existem vários tipos e subtipos de válvulas, em que a sua
escola não só depende das Características de operação, como da natureza do fluido, condições de
pressão, temperatura e forma de acionamento.

Para efectuarmos a selecção de uma determinada válvula é importante saber a operação de


instalação quanto os custos que possam envolver tal operação. Caso se faça uma má escolha das
válvulas pode causar danos a toda instalação colocando assim em risco a industria e ou local
onde estiver instalada a válvula (Ribeiro, 2003).

2.1. As funções das válvulas de controlo são:

 Conter o fluido do processo, suportando todos os rigores das condições de operação. Como o
fluido do processo passa dentro da válvula, ela deve ter características mecânicas e químicas
para resistir à pressão, temperatura, corrosão, erosão, sujeira e contaminantes do fluido;
 Responder ao sinal de atuação do controlador. O sinal padrão é aplicado ao atuador da
válvula, que o converte em uma força, que movimenta a haste, em cuja extremidade inferior
está o obturador, que varia a área de passagem do fluido pela válvula;
 Variar a área de passagem do fluido manipulado. A válvula de controlo manipula a vazão do
meio de controlo, pela alteração de sua abertura;
 Absorver a queda variável da pressão da linha. Em todo o processo, a válvula é o único
equipamento que pode fornecer ou absorver queda de pressão controlável. Depois de instalada
na tubulação e para poder desempenhar todas as funções requeridas a válvula de controlo
deve ter corpo, atuador e castelo. Adicionalmente, ela pode ter acessórios opcionais que

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facilitam e otimizam o seu desempenho, como posicionador, booster, chaves, volantes,
transdutores corrente elétrica para ar pneumático e relé de inversão (Senai-Santos, 1990).

Figura 1: Válvula de controlo (Fisher) (Senai-Santos, 1990).

2.2. CLASSIFICAÇÃO DAS VÁLVULAS

A classificação das válvulas é feita correntemente de acordo com o tipo do seu corpo e
com o actuador que utilizam, embora seja possível efectuar a classificação de outras formas. No
quadro seguinte classificam-se os tipos correntes de válvulas de duas vias, ou seja, válvulas que
têm apenas uma entrada e uma saída para o fluido, as mais importantes em controlo automático.
Há válvulas de três vias, que permitem repartir caudais (uma entrada, duas saídas) ou misturar
fluidos (2 entradas, uma saída). Abaixo V. = válvula (Senai-Santos, 1990).

Dedeslocamento linear

 V. globo Convencional;
 V. globo de Três vias;
 V. globo tipo Gaiola;
 V. de globo Angular;

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 V. tipo diafragma;
 V. tipo Bi partida;
 V. de guilhotina.

Dedeslocamento rotativo

 V. tipo borboleta;
 V. de esfera;
 V. de obturador Excêntrico;
 V. de segmento de Esfera.

Numa válvula linear a secção do orifício é modificada por meio de um movimento rectilíneo da
haste de comando, enquanto numa válvula rotativaa haste de comando efectua um movimento
angular. Não confundir o deslocamento linear da haste com a característica linear, descrita
adiante. Na Figura 2 apresenta-se o aspecto dessas válvulas descritas, outras válvulas
relacionadas podem ser vistas no anexo B do trabalho.

Figura 2: Aspectos das Válvulas de controlo

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2.3. SIMBOLOGIA

A representação simbólica de uma válvula encontra-se a seguir, na Fig. 3.

Figura 3: Representação simbólica de uma válvula

Consoante o tipo, assim a representação simbólica de um actuador, Fig. 4.

Figura 4: Representação simbólica de actuadores

Na Fig. 5 representa-se uma válvula de controlo com actuador de diafragma, e uma válvulade
controlo com actuador de diafragma e posicionador. Repare-se que no caso em que existe
posicionador, que é o caso mais vulgar, o sinal de comando proveniente do controlador ou da
estação manual é injectado no posicionador, existindo um “feedback” da posição da haste de
comando da válvula. Note-se a entrada para o sinal de comando no posicionador, na válvula de
borboleta da Fig. 2.

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Figura 5: Válvula de comando com actuador e com actuador e posicionador

2.4. DESEMPENHO DA VÁLVULA

O bom desempenho da válvula decontrolo significa que a válvula

1. é estável em toda a faixa de operação do processo,

2. Não opera próxima de seu fechamento ou de sua abertura total,

3. é suficientemente rápida para corrigir os distúrbios e as variações de carga do processo,

4. Não requer a modificação da sintonia do controlador depois de cada variação de carga do


processo. Para se conseguir este bom desempenho da válvula, deve-se considerar os fatores que
afetam seu desempenho, tais como característica, rangeabilidades inerente e instalada, ganho,
queda de pressão provocada, vazamento quando fechada, características do fluido e resposta do
actuador.

2.5. CARACTERÍSTICA DE VAZÃO DE VÁLVULAS DE CONTROLO

A escolha de adequada característica de vazão de uma válvula de controlo, em função da


suaaplicação em um determinado processo, continua sendo um assunto não somente bastante
complexo, como principalmente muito controvertido. Os problemas a serem resolvidos são
realmente complexo, começando pelo próprio dilema de qual deve ser a fração da queda de
pressão total do sistema que deve ser absorvida pela válvula de controlo. E ainda, face às
interferências instaladas no sistema, como a própria tubulação, desvio, reduções,equipamentos,
malha de controlo, etc.

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2.5.1. CARACTERÍSTICA DE VAZÃO

A característica da válvula de controlo édefinida como a relação entre a vazão através de


válvula e a posição da válvula variando ambas de 0% a 100%. A vazão na válvula depende do
sinal de saída docontrolador que vai para o atuador da válvula. Na definição da característica,
admite-se que:

1. o atuador da válvula é linear (odeslocamento da haste da válvula éproporcional à saída do


controlador),

2. a queda de pressão através da válvula é constante,

3. o fluido do processo não está em cavitação, flacheamento ou na vazão crítica ou sônica


(choked)

São definidas duas características:

1. inerente

2. instalada

A característica inerente da válvula se refere à característica observada com uma queda de


pressão constante através da válvula; é a característica da válvula construída e fora do processo.
A instalada se refere à característica quando a válvulaestá em operação real, com uma queda
depressão variável e interagindo com as influências do processo não considerados no projecto.

2.5.2. CARACTERÍSTICA INERENTE OU INTRÍNSECA

É definida como sendo a relação existente entre a vazão que escoa através de uma válvula
e acorrespondente variação percentual do curso, quando é mantido constante a pressão
diferencial através da válvula. Ela é constatada através de teste em laboratório especial e
representada através de gráficos específicos. Sua obtenção é conseguida pela caracterização
geométrica do obturador da válvula ou pelo formato da janela da gaiola e pode ser do tipo
abertura rápida, linear, igual porcentagem ou parabólica modificada.

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2.5.3. CARACTERÍSTICA DE VAZÃO EFETIVA OU INSTALADA

É definida como sendo a característica real de vazão que a válvula oferece quando
instalado noprocesso e portanto sujeita às condições reais de operação onde a pressão diferencial
não émantida constante.

Figura 6: Características típicas de válvulas

2.6. COMO SELECIONAR A CARACTERÍSTICA DE VAZÃO

Face a todo o exposto, podemos ter agora uma idéia, pelo menos da complexidade do
assunto e da existência de diversas experiências, das quais foram obtidos dados práticos de
muitaimportância.

Para estabelecer-se de forma correta a adequada característica de vazão, na realidade há


possibilidade de uma análise dinâmica do sistema, verificando-se a queda de pressão real a ser
absorvida pela válvula, fato esse que somente pode ser obtido por meio do levantamento das
curvas da bomba e das perdas localizadas.

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No anexo A são mostradas de forma resumida, algumas regras práticas que eventualmente
podem auxiliar na seleção da adequada característica de vazão. Tais regras devem apenas serem
utilizadas com devidas precauções, já que como dissemos anteriormente, apenas uma análise
dinâmica do sistema é que pode de forma correta nos indicar qual a característica de vazão
recomendada para termos um sistema de controlo estável.

A experiência e inúmeras análises realizadas nos mostram que é melhor, em casos de dúvidas,
escolhermos a característica igual porcentagem ou a parabólica modificada.Utilizando-se de uma
característica de vazão linear onde por exemplo, uma igual porcentagem seria bem melhor,
geralmente nos conduz a um sistema instável. Contudo, a recíproca raramente produz
instabilidade no sistema (Masoneilan, 2004).

CAPITULO III
3. DIMENSIONAMENTO DE UMA VÁLVULA DE CONTROLO

Normalmente as informações necessárias para o correcto dimensionamento de uma


válvula de controlo podem ser agrupadas nos seguintes itens:

a) Dados quanto ao Fluxo

 Vazão ( máxima, normal e mínima)


 Pressão à montante (P1) e à jusante (P2) para vazão máxima, normal e mínima

b) Dados quanto ao fluido

 Identificação do fluido;
 Estado do fluido ( líquido, gasoso, mistura de fases)
 Densidade, peso específico ou peso molecular
 Temperatura do fluido
 Viscosidade ( para líquidos)
 Pressão de vaporização (para líquidos).

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c) Dados quanto a influência da tubulação

 Existência ou não de reduções ou outros dispositivos causadores de turbulência junto a


válvula.

3.1. CÁLCULO DO COFICIENTE DE VAZÃO (CV) DE UMA VÁLVULA

Define-se o coeficiente de vazão (CV) de uma válvula como sendo o “número de galões
de água em condições normais, que passam por um minuto, através da válvula mantendo-se uma
queda de pressão de 1 psi”. Este coeficiente obtido experimentalmente, embora seja definido em
função da capacidade de água, também é utilizado para definir a capacidade de fluidos
compreensíveis, tais como vapores e gases.

Basicamente, o cálculo do diâmetro de uma válvula de controlo, consiste em utilizar a


equação adequada, calcular o CV (CV calculado) e através das tabelas publicadas, escolher um
CV (CV nominal) de valor sempre maior que o obtido via cálculo, e verificar então o diâmetro da
válvula correspondente ao CV escolhido (Masoneilan, 2004).

A apresentação das equações para cálculo do coeficiente de vazão (CV) divide-se em dois grupos
conforme o tipo de fluido: fluidos incompressíveis ou fluidos compressíveis.

O Cv é basicamente um índice de capacidade, através do qual o engenheiro é capaz de estimar,


de modo rápido e preciso, o tamanho de uma restrição necessária, em qualquer sistema de fluido.

3.2. Dados para o cálculo

O Cv depende principalmente dos dados do processo e pouco do método de cálculo. O


Cv pode ser obtido experimentalmente ou calculado. Todo fabricante de válvulas apresenta em
seus catálogos tabelas com os diâmetros e Cv correspondentes de cada tipo de válvula.

O dimensionamento da válvula feito pelo fabricante é um assunto diferente que o feito pelo
engenheiro usuário. O fabricante dispõe de dados que ele não pode alterar e tem uma escolha
limitada dos tipos de válvula para usar. O engenheiro usuário projecta um sistema, que pode ser
manipulado dentro de limites para produzir uma planta óptima. O engenheiro tem algum controle

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sobre os dados de dimensionamento, mais uma escolha de tipos e fabricantes de válvula e por
isso pode ter a facilidade de fazer mais cálculos e dar a resposta mais rápida do que o fabricante.

Os dados para o dimensionamento podem ser divididos em três grupos:

Dados da vazão

1. Vazão normal, mínima e máxima

2. Pressão sucção e recalque para todas as vazões acima

3. Temperatura do fluido

Dados do fluido

1. Identificação do fluido

2. Estado de fase do fluido: líquido, gás ou vapor da água

3. Densidade absoluta, relativa, peso específico ou peso molecular

4. Viscosidade

5. Pressão de vapor

Dados da instalação

Diâmetro da tubulação, na entrada e saída da válvula.

Para o engenheiro projectista, o principal problema é ainda a colecta, verificação e manipulação


dos dados de dimensionamento. O dimensionamento de uma válvula é tão bom quanto seus
dados de processo.

3.3. FÓRMULA GERAL PARA FLUIDOS INCOMPRESSÍVEIS

A vazão de um fluido incompressível escoando através de uma válvula de controlo pode


sercalculado mediante a seguinte equação geral:

√ Eq. 1

21
Onde:

Queda de pressão ou diferencia! de pressão na válvula

Densidade relativa temperatura de operação;

Vazão volumétrica do líquido;

Coeficiente de vazão;

Fator de geometria da tubulação adjacente; e

Fator do número de Reynolds na válvula.

EXEMPLO DE CÁLCULO

Para o exemplo de dimensionamento das válvulas de controlo que se segue foi usada a norma
ISA S75.01-1985 (1995).

Dados
Vazão máxima - 160 Gpm Fluido - Benzeno

Pressão a montante - 150 Psi Temperatura - 200 °F

Pressão a jusante - 120 Psi Pressão de vapor - 25 Psi

Densidade relativa - 0,879 a 200 °F Pressão crítica - 701 Psi

Tipo de válvula - Globo Gaiola Diâmetro da tubulação – 3”

Sentido da vazão - Vazão para abrir Tipo de vazão Turbulenta - (FR = 1)

Resolução

Onde
√ Eq. 2

Verificar o tipo de vazão √ √

Eq. 3
Então

) Eq. 4

22
Como , a vazão é normal e não chocada.

Calcular Determinar

Da equação principal Como a tubulação é de 3” e a válvula de 2” tem-se d/D = 2/3 = 0,67

Válvula Globo Gaiola, diâmetro de 2” da Tabela E do anexo, tem-se


√ .

Calcular o Cv para o tipo de válvula seleccionado

A válvula continua a mesma, porque 41 é o Cv imediatamente superior a 27,4 ou 28,5.

O curso da válvula é determinado pela relação do Cv calculado pelo Cv a ser usado (máximo), ou
seja,

Eq. 5

4. APLICAÇÃO DA VÁLVULA DE CONTROLO

As válvulas podem ser classificadas conforme sua aplicação, como:

 Bloqueio (stop): Fecham completamente a vazão, em qualquer sentido. Exemplos: gaveta


e macho.
 Controlo: controlam continuamente ou liga-desliga a vazão em qualquer direcção.
Exemplos: globo, esfera, agulha, borboleta, diafragma.
 Retenção (check): Permitem a vazão em um só sentido. Exemplos: retenção de
portinhola, esfera e por levantamento.

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 Redutoras ou reguladoras de pressão: controlam a pressão a jusante (depois da válvula).
 Alívio, segurança e contra pressão: controlam a pressão a montante (antes da válvula).

5. ATUADOR

Actuador é o componente da válvula que recebe o sinal de controlo e o converte em


abertura modulada da válvula.

Os modos de operação da válvula dependem do seu tipo, localização no processo, função no


sistema, tamanho, frequência de operação e grau de controlo desejado.

Figura7: Actuador pneumático e mola (Senai-Santos, 1990).

A actuação da válvula pode ser

1. Manual

2. Automática

24
O actuador pode ser classificado, dependendo do tipo do dispositivo móvel, como

1. Linear

2. Rotativo.

Outra classificação útil do actuador é quanto à fonte de potência, que pode ser

1. Pneumática,

2. Eléctrica

3. Hidráulica.

6. Operação Manual ou Automática

A actuação manual pelo operador pode ser local ou remota. A actuação local pode ser
feita directamente por volante, engrenagem, corrente mecânica ou alavanca. A actuação manual
remota pode ser feita pela geração de um sinal eléctrico ou pneumático, que accione o actuador
da válvula. Para ser actuada automaticamente a válvula pode estar acoplada a mola, motor
eléctrico, solenóide, servomecanismo, actuador pneumático ou hidráulico. Frequentemente, é
necessário ou desejável operar automaticamente a válvula, de modo contínuo ou através de liga-
desliga. Actuação automática significa sem a intervenção directa do operador. Isto pode ser
conseguido pela adição à válvula padrão dos seguintes acessórios (Acosta, 2011):

1. Actuador pneumático ou hidráulico para operação continua ou de liga-desliga,

2. Solenóide elétrica para operação de liga-desliga,

3. Motor eléctrico para operação contínua ou de liga-desliga.

7. NORMAS E ESPECIFICAÇÕES

Sociedades técnicas, associações de comércio e agências de governo que possuem


normas e especificações de válvulas mais conhecidas e importantes:

 ASTM (American Society for Testing Materiais)

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Estabelece e escreve as exigências físicas e químicas de todos os materiais usados na fabricação
das válvulas e conexões.

 API (American Petroleum lnstitute)

Estabelece as normas de compra de válvulas e conexões para a indústria petroquímica.

 UL (Underwriters Laboratories) e FM (Factory Mutual)

Laboratórios de certificação que estabelecem normas de projeto e desempenho de válvulas e


conexões usadas no serviço de proteção contra incêndio e manipulação de líquidos perigosos.

 ASME (American Society of Mechanical Engineers)

Estabelece códigos cobrindo especificações de pressão e temperatura, espessuras mínimas de


paredes, especificações de roscas para válvulas feitas de materiais que estão de conformidade
com as especificações ASME.

As principais normas editadas pela ISA (Instrument Society of America) relativas a Válvulas de
Controlo são as seguintes:

1. ISA S75.01-1985, Flow Equations for Sizing Control Valves

2. ANSI/ISA S75.02-1982, Control Valve Capacíty Test Procedure

3. ANSI/ISA S75.03-1985, Face-to-Face Dímensíons for Fianged Globe-Style Control Valve


Bodíes.

4. ANSI/ISA S75.04-1985, Face-to-Face Dimensions for Flangeless Control Valves.

5. ISA S75.05-1983, Control Valve Terminology

6. ISA S75.06-1981, Control Valve Manifold Designs

7. ANSI/ISA S75.11-1985, Inherent Flow Characteristíc and Rangeabilíty of Control Valves.

8. ISA S75.14-1985, Face-to-Face Dímensions for Butterweld-End Globe Style Control Valves.

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8. FACTORES AMBIENTAIS

O ambiente pode ter uma grande influência na selecção e dimensionamento da válvula de


controlo. Por isso, devem ser conhecidos:

1. Condições climáticas de extremos de temperatura e humidade relativa

2. Zona sísmica

3. Elevação acima do nível do mar ou faixa de pressões atmosféricas

4. Condições locais de radiação e alta temperatura

5. Procedimentos atípicos da planta, como lavagem e descontaminação.

6. Classificação elétrica da área e a composição de qualquer gás, pó ou fibra flamável.

7. Tolerância ao ruído do local da válvula.

Os factores não técnicos que entram na selecção da válvula geralmente são económicos e
incluem:

1. Restrições de orçamento

2. Prazo de entrega

3. Vida esperada da planta

4. Oficina para manutenção e calibração

É útil conhecer as opiniões, preconceitos e habilidades das pessoas que devem conviver com a
válvula. Se elas não acreditam que a válvula irá operar, ela certamente não irá!

9. PROCEDIMENTO DE MANUTENÇÃO

 Consultar as informações relacionadas com as normas de segurança referentes à


manipulação do fluido do processo (descontaminação).

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 Usar o Manual de Instrução e a Lista de Peças de Reposição do fabricante. Verificar a
disponibilidade de peças em estoque.
 Obter a Permissão de Trabalho.
 Retirar a válvula do local de montagem. Proteger as conexões com a tubulação e os tubos
existentes (sinal, suprimento de ar). Identificar os parafusos e porcas.
 Transportar a válvula para a bancada ou para a área de descontaminação.
 Efectuar uma inspecção visual detalhada.
 Testar a válvula, anotando a condição de como foi achada.
 Marcador o actuador, castelo e corpo para orientação de montagem. Identificar os
acessórios existentes.
 Desconectar as hastes do actuador e do corpo. Separar o actuador do corpo.
 Remover o castelo.
 Manter órgãos e/ou elementos internos nos devidos lugares e anotar a sequência de
desmontagem. Inspeccionar e verificar se há arranhões ou danos. Examinar as juntas
(gaxetas).
 Retirar e inspeccionar os órgãos e/ou elementos internos.
 Inspeccionar a parte interna do corpo.
 Enviar o corpo, castelo e actuador para jateamento e pintura.
 Substituir as peças de elastômeros e os rolamentos do actuador (duração típica: quatro
anos).
 Inspeccionar cuidadosamente as faces de assentamento da sede e do obturador.
 Remontar o conjunto do corpo, usando juntas novas e torquímetro. Observar as marcas de
orientação. Reinstalar o engaxetamento, tendo cuidado no torque.
 Reinstalar e ajustar o actuador no castelo. Efectuar o bench set.
 Ajustar o curso e conectar as hastes. Apertar o engaxetamento.
 Testar a estanqueidade.
 Montar e recalibrar o posicionador e acessórios.
 Preencher o Relatório de Manutenção.
 Tamponar as conexões ao processo, identificar a válvula e condiciona-la para o
transporte.
 Reinstalar a válvula no local.
 Conectar os tubos de ar, após drenagem.

28
 Fazer testes entre campo e painel.
 Acompanhar a partida e fazer os últimos reapertos.

29
10. CONCLUSÃO

A correcta especificação do diâmetro nominal de uma válvula de controle, requer


inicialmente o cálculo do coeficiente de vazão, denominado Cv. Este coeficiente esta relacionado
directamente ao tipo de válvula e a sua área de passagem e basicamente exprime a sua
capacidade de vazão. Para o dimensionamento feito o nosso coeficiente de vazão e 28.5, logo a
nossa válvula esta dentro dos parâmetros de operação de acordo com a norma ISA S75.01-1985
(1995). Quanto maior for o coeficiente de vazão de uma válvula, maior a sua capacidade de
vazão quando instalada em um processo.

O tema é bastante extenso, por isso não foi possível apresentar aqui um aspecto mais detalhado
de todos os tipos de válvulas de controlo existentes, todos os tipos de actuadores, além de outros
termos, observações, especificações e dimensionamentos, todos factores de suma importância
nesse assunto tão interessante e complexo.

A escolha do elemento final de controlo mais adequado é de grande importância para o bom
desempenho de uma malha de controlo, pois ele é o responsável pela modificação de valores
diversos para que a variável sob controlo seja mantida no valor desejado. Existem diversos tipos
de elementos finais de controlo, tais como resistências eléctricas, bomba, motor, etc., porém, a
de maior é a válvula de controlo que foi elemento de estudo deste trabalho.

30
11. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

1. Acosta, S. M,. (2011). Elementos finais de controlo. Paraná.

2. ANSI/ISA S75.02-1988,. Control Valve Capacity Test Procedure.

3. Baumann, H.D,. (1968). Effect of Pipe Reducers on Control Valve Capacity, Instruments
and Control Systems, Dec.

4. Fisher Controls,. (2001). Catálogos e Manuais de Válvulas de Controlo tipo Esfera.

5. Foxwall,. (2004). Catálogos e Manuais de Válvulas de Controlo tipo Borboleta.

6. Marshalltow - Iowa-USA,. (2001). Control Valve Handbook. 3rd edition - Fisher


Controls International.

7. Masoneilan,. (2004). Catálogos e Manuais de Válvulas de Controlo tipo Globo.

8. Ribeiro, M. A,. (2003). Válvulas de controlo, fonte de pesquisa e trabalho. Salvador, BA.

9. Senai,. (1999). Elementos finais de Controle. Espirito Santo.

10. Senai-Santos., (1990). Válvulas de Controle - Dispositivos de Medição e Controle II.

11. Smar International., (1997). Technical Information Brochure of the Controller CD 600.
Sertãozinho-SP.

31
ANEXOS

Anexo A: regras práticas para seleção adequada da característica de vazão.

i
Anexo A: regras práticas para seleção adequada da característica de vazão.

Anexo B: Figura 2: Aspectos das Válvulas de controlo

ii
Anexo B: Figura 2: Aspectos das Válvulas de controlo

iii
Anexo C: Corte de uma válvula de controlo, tipo globo e sede simples

iv
Anexo D: Vista explodida de uma válvula de controlo

v
Tipo de Válvula Diâmetro do corpo d/D

0,5 0,6 0,7 0,8 0,9


Válvulas ⁄ 0,85 0,88 0,92 0,96 0,99
Globo sede simples ⁄ 0,92 0,94 0,96 0,98 0,99

Ou gaiola 0,95 0,96 0,98 0,99 0,99


Micro - fluxo ⁄ 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99

Válvula borboleta 0,84 0,87 0,91 0,95 0,98


0,76 0,81 0,87 0,92 0,97
0,66 0,71 0,79 0,87 0,96
Válvula ⁄ 0,31 0,35 0,43 0,56 0,79

Esfera 0,37 0,42 0,50 0,63 0,84

Anexo E: Valores de Fp para válvulas instaladas entre cones iguais (de redução e expansão).

vi

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