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Ciclo de Krebs - Parte 2
INTRODUÇÃO Como você viu na Aula 12 o ciclo do ácido cítrico foi descoberto por Hans
Krebs e, portanto, é também denominado de Ciclo de Krebs.
Você viu nas Aulas 9 e 10 que algumas células obtêm energia por processos
fermentativos em que a molécula de glicose é quebrada na ausência de
oxigênio. Para a maioria das células eucarióticas e para algumas bactérias, sob
condições aeróbicas, seus combustíveis orgânicos são transformados em CO2
mais água, sendo a glicólise o primeiro estágio da degradação completa da
glicose. Após esse estágio, você viu que a molécula de piruvato poderia seguir
diversos caminhos metabólicos; entre eles, podia ser convertida em etanol e em
lactato, se a célula estivesse na ausência de oxigênio. No entanto, a molécula
de piruvato pode também ser convertida a acetil-CoA. Na realidade, o grupo
acetil, na forma de acetil-CoA, é um intermediário comum ao metabolismo de
quase todos os compostos biológicos. Ele pode ser formado a partir de glicídios,
lipídeos e proteínas (veja a Figura 14.1).
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Coenzima A (CoA ou CoASH)
piruvato desidrogenase
Piruvato + NAD + CoASH Acetil-CoA + CO2 + NADH + H +
(∆Go= - 8kcal\mol)
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Figura 14.5: Representação do complexo piruvato desidrogenase e das etapas de descarboxilação da molécula
de piruvato.
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Para começar a primeira volta do ciclo, a molécula de acetil-
CoA doa seu grupo acetil para um composto de quatro carbonos, o
oxaloacetato, para formar a molécula de citrato com seis carbonos.
Citrato é então transformado em isocitrato, uma molécula também com
seis carbonos. Essa molécula é desidrogenada, com perda de CO2 para
produzir um composto com cinco carbonos, o α-cetoglutarato. Essa
molécula perde CO2, produzindo um composto com quatro carbonos,
chamado succinato. O succinato é então convertido enzimaticamente, em
três etapas, regenerando a molécula de oxaloacetato, a qual está pronta
para reagir novamente com outra molécula de acetil-CoA. Como você
pôde ver, duas moléculas de CO2 foram formadas e serão eliminadas.
Uma molécula de oxaloacetato foi utilizada, mas foi regenerada ao final
do processo. Assim, em teoria, uma molécula de oxaloacetato poderia
ser utilizada infinitamente no ciclo; de fato, oxaloacetato está presente
nas células em baixíssimas concentrações. Quatro das oito etapas desse
ciclo são oxidações nas quais a energia de oxidação é conservada na
forma das coenzimas reduzidas NADH e FADH2. Um resumo dessas
etapas é apresentado na Figura 14.6.
succinil-CoA
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formação de um intermediário, o cis-aconitato, que normalmente não
se dissocia do sítio ativo da enzima.
Essa reação é impulsionada no sentido de formação do isocitrato,
pois essa molécula é constantemente consumida na etapa seguinte do
ciclo. Veja Figura 14.8.
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Succinato
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A hidratação do fumarato que resulta em malato é catalisada pela
enzima fumarase (Figura 14.15).
L-malato oxaloacetato
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succinil-CoA
REAÇÕES ANAPLERÓTICAS
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A regulação das enzimas-chave em vias metabólicas, por
efetores alostéricos e por modulação covalente, assegura a produção de
intermediários e de produtos na velocidade requerida para manter a célula
em um estado estável, evitando a superprodução de um intermediário. O
fluxo de átomos de carbono do piruvato é finamente regulado em dois
níveis: em nível de formação do acetil-CoA e em nível de formação de
citrato. O ciclo é também regulado em nível das reações catalisadas pelas
enzimas isocitrato desidrogenase e da α-cetoglutarato desidrogenase.
Veja a Figura 14.20.
O complexo piruvato desidrogenase é modulado por dois tipos de
regulação. Primeiro, dois produtos da reação da piruvato desidrogenase,
acetil-CoA e NADH, inibem o complexo (Figura 14.21). Segundo, o
complexo piruvato desidrogenase existe de duas formas: 1) um ativo,
desfosforilado; 2) um inativo, fosforilado (Figura 14.21). A inativação
do complexo é feita por uma proteína quinase que está fortemente ligada
ao complexo. A reativação é catalisada por uma proteína fosfatase que
desfosforila o complexo (Figura 14.21).
Resumindo esse processo de regulação, podemos dizer que quando
a situação energética da célula é alta, ou seja, quando os níveis de ATP,
acetil-CoA e NADH são altos, os produtos de reação catalisados por esse
complexo enzimático, o complexo enzimático é inibido. O que também
ocorre quando os níveis de ácidos graxos estão aumentados. Essa inibição
ocorre porque ácidos graxos podem ser convertidos em acetil-CoA no
processo de β-oxidação que você irá estudar na Aula 22 desta disciplina.
Por outro lado, quando os níveis energéticos da célula estão baixos, ou
seja, quando os níveis de AMP (adenosina monofosfato), NAD+ e CoA
estão reduzidos, ocorre uma ativação alostérica do complexo piruvato
desidrogenase.
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