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A rápida evolução da tecnologia de inteligência artificial tem levantado uma série

de questões polêmicas e discussões em diversas áreas do conhecimento. À medida que


as AIs se tornam cada vez mais integradas em nossas vidas pessoais e profissionais,
as preocupações em torno de privacidade, segurança, viés algorítmico, autonomia e
transparência estão se tornando cada vez mais importantes.

As AI estão mudando a forma como trabalhamos, como interagimos com o mundo e até
mesmo como pensamos sobre nós mesmos. Nesse sentido, trouxemos alguns ensaios com
diferentes pontos de vista sobre o assunto para que você possa acompanhar as
discussões mais recentes, principalmente quanto ao ChatGPT, e entender o que
diferentes especialistas têm defendido sobre o impacto dessas ferramentas no dia a
dia e na nossa própria percepção sobre inteligência.

Numa linha mais crítica ao mecanismo do ChatGPT e modelos de linguagem similares,


temos o recente artigo de opinião A falsa promessa do ChatGPT, escrito pelo
renomado linguista Noam Chomsky e outros dois pesquisadores em Linguística e
Inteligência Artificial, Ian Roberts e Jeffrey Watumull. Nele, os autores discutem
as limitações de sistemas de machine learning e inteligência artificial, tendo como
ponto central a preocupação de que essas ferramentas perpetuem uma concepção
equivocada de conhecimento e linguagem.

Para eles, modelos de linguagem, como o ChatGPT, conseguem retornar descrições e


previsões, mas não são elaborados de forma que possam expressar uma explicação ou
uma capacidade crítica (raciocínio) sobre um determinado fenômeno como a
inteligência humana é capaz de performar. Além disso, segundo os autores, esses
sistemas não conseguem operar com pensamento moral e preservar a criatividade de
suas interações quando essas são combinadas com restrições morais ou éticas, o que
torna questionável a concepção de inteligência atribuída a eles.

Como um contraponto aos argumentos levantados por Chomsky, Roberts e Watumull, o


doutor em Bioengenharia e Neurociências, Gabriel A. Silva, traz em sua coluna na
Forbes The ChatGPT Debate: Are We Intelligent Enough To Understand ‘Intelligence’?
comentários de diversos especialistas de áreas relacionadas à tecnologia e
neurociências sobre o assunto. Além de debater o ensaio, o autor também traz
diferentes pontos de vista sobre o conceito de inteligência, principalmente quando
aplicado ao contexto de AIs e modelos de linguagem como o ChatGPT.

Silva também fomenta ainda mais a discussão ao mencionar uma percepção recente e
ainda em estudo de que modelos de linguagem, como o ChatGPT, aparentemente estão
adquirindo a habilidade de aprender e criar inferências sobre certas classes
limitadas de coisas para as quais não foram explicitamente treinadas. Em outras
palavras, há um aprendizado emergente dentro do próprio modelo. Essa conclusão
possibilita que a discussão sobre o assunto ganhe ainda mais camadas futuramente e
esteja longe de encerrar.

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