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Docente: Ana Cláudia Gomes Viana

Discente: Maria das Neves Santos

Luana Maria da Silva

Atividade de oncologia

Criança de 1 ano e 9 meses iniciará o tratamento de uma leucemia linfóide aguda. Foi interna
para realizar sessão de quimioterapia com a seguinte prescrição médica:

- Vincristina 0,57 mg + 50 ml de SF 0,9% EV em bolús.

- Doxorrubicina 15,4 mg + SG5% 100 ml EV em 1 h.

Como é o seu primeiro ciclo de QT, ainda não foi programado o implante de um porth a cath e
será necessário a realização de uma punção venosa periférica.

Com base no exposto discuta com o grupo e elabore um plano de cuidados para essa criança
que inclua:

- Característica das drogas antineoplásicas:

O sulfato de vincristina é um agente quimioterápico útil para o tratamento de neoplasias e


pertence à classe dos produtos naturais, pois é um alcaloide obtido de uma planta florescente
comum, a pervinca (Vinca rósea Líné). Conhecida originalmente como leucocristina, tem sido
designada também como LCR e VCR. A relativa baixa toxicidade da vincristina para as células
normais de medula óssea torna-a um fármaco extraordinário dentre os fármacos
antineoplásicos, sendo frequentemente utilizada em associação quimioterápica com outros
agentes mielosupressores. Os alcaloides da vinca são substâncias que atuam especificamente
sobre o ciclo celular, bloqueando a mitose com interrupção da metáfase. Caso ocorra
extravasamento, pode ocorrer irritação considerável e a administração e qualquer porção da
dose deve ser aplicada em outra veia. O sulfato de Vincristina é um medicamento vesicante.

As antraciclinas (especificamente a doxorrubicina) são as drogas mais temidas durante um


extravasamento de antineoplásicos, sendo considerada emergência oncológica. Seu
mecanismo de ação para lesão tecidual engloba a formação do complexo DOX-DNA. A
doxorrubicina liga-se ao DNA e bloqueia a divisão e o crescimento celular, provocando a morte
da célula e consequentemente necrose. Porém, quando ocorre a morte celular o complexo
DOX-DNA continua ativo e é distribuído para as células subjacentes, causando um efeito em
cascata, levando a uma necrose crônica, progressiva e aumentada. Visto isso, pode
permanecer recirculando no local por 28 dias, por meio da ligações de DNA, aumentando a
lesão em 5 cm a partir do local do extravasamento. Um dos mecanismos de lesão induzida por
DOX é sugerido ser o estresse oxidativo causado pelo radical semiquinona de DOX. Acredita-se
que o mecanismo para a ocorrência desse dano tecidual seja a liberação de radicais livres no
tecido. Em geral, o extravasamento da DOX provoca danos ao tecido, variando desde eritema,
edema e dor à necrose e ulceração grave da pele, alterando gravemente o prognóstico do
paciente.

- Cuidados com o local de punção para evitar extravasamento:

Desta forma, elencamos algumas práticas para a prevenção de extravasamento:

• Realizar a avaliação da rede venosa antes da punção, identificando potenciais riscos;

• Puncionar as veias a cada 24 horas. Em pacientes com dificuldade de acesso venoso


periférico, deve ser indicado o cateter venoso central;

• Evitar veias tortuosas e de pequeno calibre;

• Escolher criteriosamente o dispositivo, optando sempre por cateteres não agulhados e


flexíveis. Dispositivos de infusão com agulhas não devem ser utilizados;

• Evitar punção sobre articulações;

• Preferir punções em veias do antebraço;

• Não administrar em membros inferiores e veia jugular;

• Não administrar em membros com edema.

- Orientações que devem ser ofertadas ao cuidador que estiver com a criança no momento da
infusão:

Outra forma de prevenção do extravasamento, é o envolvimento do paciente por meio de


orientações. A equipe de enfermagem deve criar um relacionamento de confiança com o
paciente e familiares, explicando-lhes todos os riscos da terapia antineoplásica, inclusive o
extravasamento. Devem ser orientados a entender a gravidade de um extravasamento de
quimioterapia, explicando-lhes os principais sinais e sintomas, tornando-os participantes ativos
em seus cuidados, comunicando qualquer sinal de dor, edema, hiperemia, parada na infusão.

- Imagine que durante a infusão de uma das drogas você (enfermeiro responsável pela infusão)
identificou que houve um extravasamento de pequena quantidade (aproximadamente 3 ml da
droga). Diante do ocorrido, mencione o que deve ser feito com base nos protocolos existentes
para ocorrências dessa natureza:

• Interromper imediatamente a administração, em casos confirmados ou suspeitos de


extravasamento.

• Retirar o acesso venoso periférico;

• Aplicar compressa fria, imediatamente, no local por 20minutos;

• Manter aplicação das compressas por 05 dias de 6/6 horas;

• Informar a ocorrência ou suspeita de extravasamento ao médico e solicitar a prescrição de


pomada de dexametasona 4 vezes ao dia por 05 dias;
• Medir a circunferência do membro afetado e registrar o local exato da mensuração para
posterior comparação das medidas, no seu retorno;

• Orientar retorno, em casos de febre, alteração do quadro clínico ou piora da lesão;

• Orientar o cliente a não expor a área afetada ao sol e informar qualquer alteração;

•Registrar a quantidade aproximada da droga extravasada, se possível, em casos confirmados


ou suspeitos de extravasamento, sinais e sintomas apresentados e a conduta de enfermagem
em prontuário;

• Monitorar o índice de extravasamento como indicador de qualidade da assistência de


enfermagem.

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