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COMISSÃO EXECUTIVA DO PLANO DA LAVOURA CACAUEIRA-CEPLAC

órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Brasil

Presidente: Pedro Simon , Ministro da Agricultura; Vice-Presidente: Roberto Fendt Júnior,


Diretor da CACEX; Secretário-Geral: Josuelito de Sousa Britto; Secretário-Geral Adjunto:
José Carlos Simões Peixoto ; Coordenador Téenico- Científico: Paulo de TaIso Alvim; Coor-
denador Regional: Antonio Pinheiro de Vasconcelos Filho.

REVISTA THEOBROMA
Publicação trimestral do Centro de Pesquisas do Cacau (CEPEC) da CEPLAC.

OI.fe do CEPEC: Paulo de Tarso Alvim ; Chefes Adjuntos: Perey Cabala Rosand e Edmir
Celestin o de Almeida Ferraz. Comisslo de Editoraçlo (COMED): Jorge Octávio Moreno,
Coordenador; Ronald Alvim; Maria Bernade th Macha do Santana; Antonio Henrique Maria-
no; Ariovaldo Matos; Leda Góes Ribeiro ; José Luiz Bezerra.

Editor: José Correia de Sales


Composição: Ana Andrade, euza Lisboa, Humberto Fonseca e Odetl! Nunes
Diagramação c Montagem: Diana Lindo
Assessores científicos : Selecionados pela COMED c relacionados no último número de cada
volume.

Endereço para conespondência (address for correspondence) : Editor; Revista Theobroma;


Centro de Pesquisas do Cacau - CEPEC; Caixa Postal 7; 45 .600, !tabuna, Bahia, Brasil .

Tiragem: 2.000 exemplares

Telex 07 32 157 CLRC SR.

Tel. (073)211-2211 e (and) 2 11- 1422

Revista Theobroma, v. I. n? 1 1971


Ilhéus, Comissão Executiva do Plano
da L.avoura Cacaueira , 197 1
v. 22,5 cm

I . Cacau Periód icos. L Co missão Executiva dn Pla-


no da Lavoura Cacaueira , ed.

o CDD 630.7405
ISSN 0370 - 7962

REVISTA THEOBROMA

V. 15 Janeiro - Março 1985 .I

CONTEÚDO
Política editorial da Revista Theobroma (Revisado em 1982) I

A polinização do cacaueiro nO Recôncavo Baiano . Brasil. 1. Entomofauna


com parada com a do Sul da Bahi a. S. de J. Soria, W.W. Wirth e A.F. de
S. Pmho 1

Tolerância de cultiva res híbridas de cacau a al um ínio. M.B.M . Santana,


M.M . Yamada e C.J.L. de Santana 9

Respostas do clone Fx 3864 de seringueira a doses de fertilizantes no Sul


da Bahia . E.L. Reis, P. Cabala-Rosand e C.J.L. de Santana 19

Efeito de diferentes níveis de suplementação sobre o ga nho de peso de


novilhos confinados alimentados com casca fresca do fruto do cacaueiro.
A. L1amosas C., J.M. Pereira e M.S. Soares 27

Eva potranspiração potencial em superfícies planas horizontal e inclinada s


na Estação Lemos Maia, Una, Bahia , por ocasião dos equinócios e solstí-
cios. D.F. de Sá e H.A. de Almeida. 35

NOTA
Estágio at ual dos estudos de mineralogia de argila do s solos da região ca-
caueira da Bahia. S.O. de Santana 43
REVISTA THEOBROMA

V.15 January - March 1985 N. I

CONTENTS

Edi torial policy of Revista Theobroma (Revised 19 82) I

Cacao pollination in the Bahian Reconcavo , Brazil. 1. The insect fauna


compared to that of southern Bahia (in Portuguese). S. de J. Soria ,
W.W. Wirth and A.F. de S. Pinho 1

Tolerance of cacao hybrids to aluminum (in Portuguese). M.B.M. Santa·


na, M.M. Yamada and C.I.L. de Santana 9

Re sponse of the rubber clone Fx 3864 to fertilizers in southern Bahia ,


Brazil (in Portuguese). E.L. Reis, P. CabaIa·Rosand and C.J.L. de Santana 19

Effect of different leveis of supplementation on weight gain of confined


young bulls fed with fresh cacao pod husks (in Portuguese). A. L1amosas
C., J .M. Pereira and M.S. Soares 27

Evapotranspiration potential on horizontal and inclined flat surfaces at


the equinoxes and solstices at Una , Bahia , Brazil (in Portuguese ). D.F. de
Sá and H.A. de Almeida 35

NOTE
Present status of the studies on the ciay mineralogy of the soils of the
Caeao Region of Bahia , Brazil (in Portuguese). S.O. de Santana 43
Pollt ica Editorial da
Revin a ThllObroma

(Rev isado em 1982 )

São a("e,IOS para publlca,'ão a fllgos Clen t i- só lerão efetua das 'c aprov adas pela Co m issã o
(I CO ~. fCV" Õ(' \ o lbhog.rárh:a, <.Ir na turrza nih- de hllt o ra~ão . Lima errata po derá ser mcl uida
ca. nota. elen! ífl...·a.'. r l'co mt:nd3 ~' ões de co n- t m núme ro po tenor para retific açõ es que
gre sso e c arta ~ ao edit o r <ob re trabal ho < pu - po rven tura ~{' faça m ncccs árias.
blicad o , na ReVl st. Th oob ro ma . redlg rdo , em 0< custO' de public ação do trabal ho são
Po rtuguê s. t:, panho l. Ingles o u Franr<', . F'ses co bert os pe la Co mISsão Execu tiva do Plano da
trabal ho ) devem "ier tné Ull OS c não dev\'m ,C f Lavou ra Cacauel.!a (CEP lAC) O autor que
sub metid o') a o utro peJlód l co an t e", o u dur :,"' ' uhme ter O trabal ho rece b.-rà um exemp lar de
te o proce ,so de análise pc," Co nu ' s:io d,' c.ort esla e 50 epara tas . Separ ata, ad,c,o nais
Edito ração da '"Vllta Traba lho, .prl',e nlado · pouer ão , c. so liCI tad a, pelo auto r qua ndo de-
l~n ferê n c i3~. :iolmpó sio(; c rc unlõe , I.· l~n ·
em vol ver as provas corng ldas e custar:io CrS 6 .00
I ificas pod<rão , er aceIto para pu bllca\·50 . po r página Impre s>a. Ped,d os de separa tas
ocorre ndo o mC t; mo ,:om resulta d oli a pc(' \cma - en camin hados posterio rment e não serão aten·
do') em t ec;,C'~ o u d1V ulga do . . pr l"IJJnln3 rm cnt~ . u ldo< .
em fo rma SUl'lnt a. em Info rme s o u rclat ó n())
tcenlc o) . O tempo necessá rio para public ação de um
a rt Igo té cnICO pode ser grand ement e abreVIa'
o o llglnal e uma có pIa logivt ·", .,om pa· do pelo a uto r. a começ ar pela prepa ração do
nhado s de quadr o> r fIgura>, deverã o ,c r o ngl nal e a tend, mento em lempo às solicit a-
submetldo:-. ao {'d lt o r da f ('Vh t a. ;tpó, :1 apro- çõc pnrve ntura feita s pelo edHo! . Suger e-se
va , ão pela Imlllu l ão que palroCLno u a pe . ainda aos colabo rado res co nsulta r um núme ro
qu isa, no <egui n le ender eço : Revlll a n,,'ob ro · rcC'e nte da revista a fim df tomar conhe cime n-
ma, Ccnl ro de Pe squl"" do ('a (";1U . C."" to do estrlo adota do . São tran scr ,ta s a eguir
Po tal 7, 45 f>00. It ab una , BahIa, Rr"rI algu mas Instru ções e no rmas obedeCIdas pela
o autor é respo nsá ve l CXcl U ~IVO pelo '> Cu n - Com ",ão de Edit o ração .
celt os c OpUlIÕC') emit idos nO trabalho. ma~ à
Redaç ão do tnbal ho. Red Igu o anlgo no
Conll>são de Edl t o ra~ão ,e re erva o dlr t lto pa ssa do Imp<s>oal, CO m clarez a , concis ão, coe -
de ace itar o u não <' artI go re cebId O, bem co· rência e exatId ão para fa c ititar O seu julga -
mo ~ ubmcl ê · l o ao . . eU corpo de a~ses o res ment o (' reV isão .
c lentif, cos . Quand o nc ccss:írro, O editor dt-
vo lverá O trabal ho ao auto r, j untam cQte com Texto . O artIgo c ientifi co ou a reVIsão
Os co monta no, c _ugc. tôes aprese ntada s pelos b Ibliog ráfIca não deve ter maIS de 6.000 pa -
asse.s orts cienti ficos. Aguar dar'<e -á o retOm o lavras , exclum do resum o, ab trac!. literat ura
do artigo ro r ng ldo e co m as justIfi cativa" ('Itada, quadr o e figura s. A nota c,enti f,ca
pa ra não ace Ita ção de algum a suge tão, pelo não deve exced e r 1.500 pa lavras . A car ta ao
prazo maxlm o de até 6 meses . ed,to r e rel'om cndaç ões de congre ssos não
podem ex r eder 200 palavr as ,
Antes da publlr "ção , a, prova., do traba lho
serão enviada< ao autor para TCVlsã o fma l, que Eslrul WL O artigo e no ta c,enti f,ca de -
deverá ser f cIta ate 30 dia S, co ntad os a partI.! Yem de prefer ência obede cer à segum te
do enVIO das prova s. Modlf ic.\õe s nas provas eSlrut ura . titulo comp leto, titulo abrevi ado ,

1
Revisto Theob romo 15(1). 1985
/I Politioo editorial da R,vista Throbroma
lutor. resumo. abstract . Introdução. mate- 7. Quadros (um err. cada página) :
rial e método. resultados . discussão. con-
8. Legendas das figuras;
clusões, aaradecimentos e lit.ratlUa citada.
Os r.sultados e discussão podem ser fundidos . 9. Figuras (uma em cada p.ina).
mas recomenda-se que as conelusões consti-
tuam um capítulo à parte. sempre que possí- Título e autor. O título completo deve
..,1. Cada capítulo poderá ser dividido em mostrar todos os aspectos importantes do tra-
subcapítulos . Devido à sua pequena extensão. balho sem ultrapassar 25 palavras. O título
a nota préVla pode ter alguns desses capÍlulos abreviado não deve ultrapassar cinco palavras.
fundidos e, ponanto. apresentar uma estrutu- O autor de .. usar o nome e endereço com -
ra diferente , mas deve sempre conter um re- pletos.
sumo e abstract : A estrutura do artigo de revi- Resumo. AbJtJlct. Devem ser redl8idos
são fica a critêrio do autor. ma~ o resumo e em um só parágrafo cada e informar a meto-
abstract são também obrigatórios. dologia utilizada. resultados encontrados e
conclusões tiradas. Nào podem ultrapassar
O texto deve ser corrido. sem intercalaçào
200 palavras cada e devem apresentar sem-
de quadros ou figuras. datilografado em espaço
pre um grupo de palavras-chave para indua-
duplo. em papel branco de boa qualidade. não
ção . Quando o texto for escrito em Inglês. o
transparente. tamanho carta (28 x 21.5 em).
abstract deve ser traduiido para o Português ;
com marzens de aproximadamente 3 cm em
quando em um dos outros três idiomas. o re-
todos os lados. As linhas devem ser preferen-
sumo deve se r traduzido para o Inglês ; em
cialmente numeradas em todas as pâglllas. in-
todos o s casos. o título e .s palavras-cMve
clusive cópias. começando sempre pelo nú-
devem ser traduzidos.
mero I em cada página . Aceita-se numeração
manuscrita , desde que perfeitamente legível. Números. Utilizar o sistema métrico de-
A margem direita não precisa ser alinh.da cimal. Evitar o uso de algarismos romano; .
(justificada). Não usar traço para substituir a preposição
"a" entre dois números a não ser entre pa -
Todas as páginas, lIIe1uSlve quadros e fi-
guras devem ser numeradas no canto supe- rênteses e em quadros e figlUas . Preferir
rior direito e identificadas pelo nome do fraçôe s decimais às ordinárias.
autor ao lado esquerdo super ior. A existên- Nomenclatura_ Os binômios e trinônuos
cia de página seguinte pode ser indIcada latinos e autores devem ser escritos completos
colocando ... seu número no canto inferior na primeira VeZ que são citados no resumo.
direito . O autor pode pedir ao editor um mo- ab,tract e texto. Nomes de marca registrada
delo de artigo datilografado espedalmente devem ser seguidos da letra ® e endereço do
para a revista. fabricante , se pouco conhecido . Variedades
devem ser destacadas somente na primeira
Orpninç'o_ Di spor o trabalho na '(guln- vez que apare\l!m no resumo. abstract e texto.
te ordem, começando cada item em págllla
separada : Abreriatutas e . . lu. Unidades de medIda.
1. Capa publicação a que se destina. fórmulas c expressões podem ser subsllluidas
t(tulo completo do artigo. título abreviado. pelas respectivas abreviaturas e sialas. princi-
autor e respectivo endereço ; palmente quando muito conhecidas, difíceis
de escrever ou cansativas para ler. Quando
2. Resumo com palavras-ch... ; desconhecidas ou nio encontradas em dicio-
3. Abstract com titulo e palavras-chave nários comuns. devem ser escritas completas
em Inglês; na primeira veE que aparecerem no resumo .
abstract e texto .
4 . Texto;
Not.. de rodapé, Recomenda-.. evitá-Ias .
5. Agradecimento. ;
dando ..e prefer~ncia a parênteses no texto.
6. Literatura Citada . Quando indispensáveis (informações sobre o

Rtvlltll Theobroma 15(1). 1985


Pollrico ediro riol do Revisro 71Ieo/jru mo 111
"'ligO. palrocmado r d o lra oa lho. e nd e reço do Uma reprodução satl sfa tó fl3 r~quer ilu Ira -
autor. referencI3 inédita ri lJ UJ \'.í r i il~ vezes ções o rigln'" de alta qu alidade . po IS o proces·
no te xto. rc strl ,'ào de re'pon,ah il id ade etc.). sarnento e impre sc:.ão se mpre resultam em per-
numera -Ia no Il'x lO ":-om 3 1~:H I ,rnQ( aráb icos . da de qu.~cI . d c . E mbo ra o edIto r lenha a
palavra final <ob re O ta manh o no q ua l 3 f.gura
literatura citada. Conc;ulta r um número l'erá imp re S"ii3 , o aut o r deve prcvc r a sua maio r
r ercn l e diJ r("'I\I :1 . Solll.:lt :I -S(· 30 auto r que redu ção , Por IIõ,O dev('m' lõe prcpa riJJ flgur a\
com par e CU ld;)(l o .;,jm~n t C' a... referênc ia... COm clata lõ e legível'- , não 'i e u,and o Ir 3ço <lema ·
O o r igina i (' lfad n. antc, de subml~t(' r o tr a· c:. iadamrnlr fino' e l('tr3 e:. multo pequl'na\
balho pa ra pu b IH. ' a~'.io A ~ refe renCJ:1; de ve m
~e r C1 la d:t <;; n o 1\." \1 0 n:J\ ,egumte:- fo r OlJ c; • A <r. (ua~d lmen(c..l r (, não devem ultrap:1~'a r .
Mo r." (197S1 o u 1.\I",al\. 19781 . Tra tando ·' . '\(" po "lvt'I. , 3'\ 11;:t maJ\ t ha de Im p l c ~, ;io da
de dOI' o u Iree; autore s, cl d ·lo) t o d o~ no rc vII " 17.Rx 1 2.2cmou 17.S ' S.8 cmpar3
tex (o ; q u ~nJ() mal ~ d I? trê ~ . o pr ime iro la rgu ra lotn l de pagina ou de l'oluna re' pct tl -
Cicguid o UJ cxp r l~ "ão e-t aI. Quando o auto r V3m rn lO. A d imen,ão m aIOr (17 .R<m) pode
d o trab :.dho ~ dl'C;Co nhCl' Jd o (anommo), ci t ar a tamMrm valer como I:J rgura de,de qua a a ltu ·
palavr.1 An ()OImo ou a su a co rre sponden te no ra não ultrap.t'\' e 12,2 rOl . F t;t;:l~ dl ml'n (Õ l~
idioma <1 0 1.: \; 10 . No (JliO do , auto re lõ corpo- I n tl urm a figu rJ e a IrgC'ndJ Im pr C'i.'i.J ' DI men ·
rativo,. l'll ar o 0001(' c.'. ômpll't O da m"fitu J\':io , <:;,: c.e , m:uo n,', pode m t;('l ar('l t ~l \ de ~d l' qu(' nã o
ull rap::""' "m O dobro d3' a . . lma C'S pc(' lfH:ada,
~uadros, Não c..!e\'C'Ol re petir dado" Inclui, Alé m d ,, '\o . :I , h' lra" nú m(' ro' f..' "ln311õ não de ,
do \ no h,·;t..(o o u na'\ figura " Num e rá -lo s ("on · V\" m flel r, tl epo l' tia rCdu,:.i o fOlog:d fi ca , mc -

<l'\'utl,..:tlnl'n tC' com llgar hmolõ :lr:ibh'O\ , 1: \113 1 no re'\ do q ue O'i. t ip O... Ull hZ3JO \ na s Icg<.' ndat;
numl'ro , r om mUIT O:. alg:HI, molõ; !luh . . litui·lo, ll:l .. fl~U r3 <ii Imprn,a..:. A, flgur:.t' nunca devem
po r pr...- flxO Ou pOtl: nl' la de 10. 0, ,impolo" ~c..·r ampliada . .
(' •• podem ~er u ~ 3do< paIa intll",'ar ,,~n l f J '
\::in ": 13 C$13t ílõ1lca 30 $ ol\'elS de 5 l' 1%, r<" - A ( fo tu, devem . . cr b(' m foralizadas. e m
pcctl\'amenle , r dcvc..>rn "~ r ld c nll fll'aJ o , l'm pr(' lo \,' br:lnl"o, prcparad :1\ em papel t- nlhan( e
no la ,de rodapé . Det 3 1 h~~ incluld o!<o no ('or pu (' r o m bom c on tr ,l~ le , O :l ut Ol dt'\'t' a p3d·la'
d evem ~ (' r ~ ~ cl a r e c ld o , em nO ta s de rOll:tpé , e m âng u lo re to para mO' lr:;u Jpr n:l s 0, de (3,
q ue' srr:io H.Ii.:nt,fIC3(bs dt" pre fcrrn c I3 po r lhe . :. i.' '''ent:l.:.II' ('l U md lca r 0 ' dl· talhe . . Imp0 r-
lerra'\ . tan te' o u :i rl' J\ q u ~ t!ew m rc, \"t;he r p:HlI cul a r
atrn\'ào nJ re produçlio Qu :mdo , a gr U p:l d3 ~ ,
O" qU3 d r o ~ d c vc:m
(cr in tC'hg lvcts po r '\ 1
form :lm uma ' ó l igu ra, n50 devem ~ ~ r co lada,
me '\ mos. Para l an(O , d e- ve m tc r legC'nd3 \ e no-
pOI . . o edit o r po J (' r.i e nc o n tr a r um:t manei ra
t.1 S de rodapé claras, que per mitam e nt cnde ·lo ~
mel ho r tl t' d ,"pó·Ia"
sem co n,ul tar o t ex t o A s co ndh;õc::, p.: ..: ull ~'
res a cada expe riment o devem Ser C,.\phl':\d<:t :, ().... gr ~j l lt' (" não dc..' \"cm lõCr comh lnado ..
\'o m fo:o' nell1 a p r ~ ,(' n I 3r le tra" núnH.'ro,
l.lnhas ho riZOntais deve m ,Cr u ~:tdJ ' p :ua o u ImÍla' p\.',al! a, A, Itnh.1' dCV\,' Il1 'l~r h'l rllO '
se para r o ,'abc,a lh" da lege nd a, do COlpO (' ~~ m' a ' , 'l' ndo a... (u rVa, m al:- Inh.' I1 ' .t ' do q ue
~ te da s n O l a~ de rodapé LI nhas hOflzo nt 31) ~ , o rdl' na J~ , l' ah \,.' I' \ ~ ' Sl' ho uvt' r hnh.J '
c ull as po de m lõe r u,ada\, se n ('( C."~ sá ri o, para , Up ~' fl lH e dlrt'lta , <.! l''n,' Jl\ tl'r a ml'Qll;'1 Ul((' n ,\ ·
« par a r os <Ub l ' t ul o> d e nt ro do <abe,a lho.
Linhas Verlh,'a lS de sepa ra ção não poó('m .. e r
.
d:Jdl' das ordr n:lda, t' ;)~CI''\<:J' ('o rno 0\ m a,
p a~. lh.· .... em )C' r prc parado\ e m p3pel bran ro
usa das (dr: prl,rr r l~ n \IJ \'l'gr tjl o u H ercuh'nC' ) co m
U n i a nart klm l' utlhnnrlo · .. e "omen tr e 'c::II.3
Figuras, Como os qua d ro .. , de ve m , (' r 1Ii -
gr:i fIca .
tehgívri s l'c m consulta ao texto c numc:rada~
com algarl ,mO\ arábi CO'). Não d~ v(,Jl1 rl' pl'tu A' Icgcnd", não devcm <C I da tI logra fa da'
dad oc:. apresen tad o.; no 1(" X1 0 o u qU:Hho" na s flgura~ nem a (' I a~ presas po r grampo o u
Podem 'l' T fo to" gráficos Ou "'apao" cli pes. Cada figura de ve <C r Idenl lflcada cs·

Revisto Theo bromo 15(1). 1985


IV Po/l,ica edi,orial dI1 Revisra Theobro mt1
crew:n do ·se leve mente a lápis o s~ u númu o e dicação do lado superi or . se ne"," ssáJio . Re·
o no me do autor. Nas (o to>. essa Identificação metê·las ao edItor em envelope . sem dobrá ·las
t. relia no v('r so e dc:yc ser aoo mpanhada da in- ou prend ( ·las oom clipes ou gramp os.

R evisra Theob roma 15( IJ. 1985


Revista TheobrofTUl 15(1): 1 - 7. 1985
Centro de PesquijlJ$ do Ozeau. Ilhéus. BahÍll, Brasil

A polinização do cacaueiro no Recôncavo Baiano, Brasil.


1. Entomofauna comparada com a do Sul da Bahia

Saulo de Jesus Soria I . Willis W. Wirth 2 e Antonio Fernando de Souza Pinho 3

Resumo

Foi feito um eSludo comparativo simultâneo da entomofauna de ceratopogonídeos associados


à flor do cacaueiro. para detenninar a identidade e abundância relativa de insetos polinizadores
dessa planta e conhecer o valor H de diversidade. O estudo foi feito em duas regiões produtoras:
Sul da Bahia e Recôncavo Baiano, nas quais o cacau vem sendo cultivado, respectivamente, há
muitos anos e so mente nos últimos anos. As avaliações faunísticas foram feitas pelos métodos
de coleta manual das mosquinhas noS cacaueiros e de coleta em casqueiros e folhedo do cacaual.
Os resultados mostraram diferenças na composição de espécies e abundância. No Sul, o complexo
fa unístico constitui-se de nove espécies, duas delas de grande interesse econômico (Forcipomyia
blantoni e F. sparullfera) e, no Recôncavo, de quatro espécies. uma delas (F blantonl), também
de grande interesse econômico . A abundância foi maior no Sul (32 1 exemplares) do que no
Recôncavo (229 exemplases). O valor H de diversidade de Shanon e Weaver foi maior no Sul
0,29) do que no Recôncavo (0.74). As diferenças na composição de espécies e abundância po-
dem ser atribuldas ao grau de maturidade dos cacauais, conceituados como ecossistemas em
graus diferent es de desenvolvimento .

Palavras·chave: TheobrofTUl cacao. polinização, Forcipomyia

Cacao pollination in the Bahian Reconcavo, Brazil .


1. The insect fauna compared to that of southem Bahia
Abstract
Entomofaunistic survey was carried out in the new cacao regio n near Salvador Bay (Reconcavo
Baiano ) simultaneous \Vith similar survey in the southern regio ll of Bahia where cacao is a tradi-
tional ~'Ulture . The collection was manual from cacao flowers and by extraction flOm cacaO fruits
and litter. Results ind icate differenccs in the spedes composition and abundance. In the so utheast

I Divisão de Zoologia Agrfcola, Centro de Pesquisas do Cacau. Caixa Postal 7, 45600. Ita buna ,
Bahil1, Brasil. Endereço arual.· EMBRAPA /C7VPUV/BG, Rua Livramento, 515. Ozlxa Postal 130.
95700, Bento Gonçalves. R S.
2 Sistematic Entomology LobOTruory, llBlll, Agric. Res" Sei. & Educ. AdmJn., USDA , c/o
USO National Museum, Washington, De 20560, US.A .
3 CEPLAC, Estação Experimental Sósthenes de Miranda, Caixa Postal 50. Santo Amaro. Bahio.
Brasil.

Recebido para publicação em 25 de julho de 1983 I


SorÍll. Wirlh e Pinho

region. where cacao has becn grown for over one hundred years , the entomofaunistic complex
was composed of nine species of ccatopogonids. two of them of great economic importance for
poUination : Forcipomyia blanloni _ F. spalullfera. In the Reconcavo, where cacao culture is
recent, the entomofaunistic comple,; was madc up of fOUI species, F. blanlonl the only one of
economic interes!. The abundance (321 spccimcns) w3S also higher in the southern region as
co mpared to the Reconcavo one (229 spccimcns). H index 01' divcrsity of Shanon and Weavcr was
larger in the south (1.29) as comparcd to that of Reconcavo lO.74). Differences in species com·
pOlition and abundance wcre interpreted as due to the leveI of maturity of the cacao plantations
if they were considcred as agro-ecosystems undergoing different degrees of developmen!.
K ey words : Theobroma cacao. poUinat ion, Forclpomyia

Introdução tese de que o sucesso da polinização


natural numa área está relacionado não
A diversidade de espécies de um siSo só com a abundância de polinizadores,
tema ecológico é uma característica mas também com a diversidade de
mensurável que reflete numerosas mo· espécies. Silva e Pinho (1979) afirmam
dalidades de organização e funciona· que a produtividade inicial dos cacau ais
mento do ecossistema. Por exemplo, no Recôncavo Baiano tem sido in·
tem sido sugerido que a diversidade ferior àquela dos cacauais do Sul da
bióiica está relacionada com o grau Bahia e que, provavelmente, a defi·
de estabilidade do ecossistema porque ciência de insetos polinizadores é um
um sistema com alta diversidade de dos fatores que contribuem para este
espécies possui uma rede complexa de fato. A produtividade inicial das plano
caminhos tróficos ao longo dos quais taçõe s de cacau no Recôncavo tem sido
a energia pode fluir (Poole, 1974). inferior à das plantações do Sul da
Quando ocorre a eliminação de uma Bahia. Entre os fatores que provavel·
especle num ecossistema complexo, mente contribuem para isto , inclui·se
este possui muitas espécies alternativas a deficiê ncia de insetos polinízadores .
dentro do mesmo nível trófico que for·
O presente trabalho teve os se·
nece energia aos consumidores de n (.
guintes objetivos : determinar a iden.·
vel superior. Desse modo , o ecossistema
tidade e a abundância de insetos poli·
persiste e constitui·se estável po r sua
nizadores nas plantações do Recô ncavo
diversidade.
e do Sul da Bahia e conhecer o valor
Resultados recentes (dados não pu· H de diversidade para as localidade s
blicados) sobre a determinação de mencionadas.
criadouros de insetos polinizadores in·
dicam que a polinização do cacaueiro Material e Métodos
pode estar relacionada com mais de uma
ATaliação faunística pelo método de co·
especle. Um complexo de espécies
den tro do gênero Fordpomyia (Diptera , leta manual
Ceratopogonidae) tem sido determi· Neste trabalho, o método de coleta
nado co mo poli nizador do cacaueiro . de insetos foi o descrito por Soria e
t teoricamente válido propor a hipó· Wirth ( 1974). A metodologia consiste

Revisla Th eobroma J 5(1). /985


A polinizaçllo do cacaueiro no Rec()nCtrl/o Bafllno, Branl 3

em realizar avaliaçOes sistemáticas por O método mais consagrado na li-


observaçllo direta de flores, insetos p<>- teratura para a avaliaÇllo da diversidade
Iinizadores, "bilros" e frutos . As avalia- de espécies num ecossistema é o chama-
çOes foram feitas na Estação Experi- do fndice de Diversidade de WiUiams,
mentai Sósthenes de Miranda (ESOMI), que foi utilizado neste trabalho . A
Município de São Sebastião do Passé e medida mais simples da diversidade é
nas Fazendas Almas e Engenho d' Água, o número de espécies de algum grupo
Município de SlIo Francisco do Conde, taxonômico que ocorre em um " ha-
em abril de 1977_ bitat". Todavia, essa medida nllo leva
em conta a abundância relativa . O
Avaliaçto pela coleta de casqueiros índice de diversidade é baseado em
séries logaritmicas e foi usado origi-
A coleta de casqueiros foi feita de
acordo com a metodologia descrita por nalmente para comparar a captura
Soria, Wirth e Besemer (1978). Os lo- de lepidópteros em armadilhas de
cais de coleta foram a Fazenda Engenho luz (Southwood , 1966). Esse índice
d' Água, que está implantada com cacau de diversidade (Poole, 1974), é dado
pela fónnula S = lüge (I +.lif-), onde
da variedade Catongo, leucomutante do
o número de espécies (S) e o número
complexo varietal denominado "Co-
de iníviduos (N) entram na equação.
mum" da Bahia. A idade da plantaçllo
Essa medida pressupõe que as abundân-
supera os 30 anos e está sombreada
cias relativas das espécies numa amos-
com eritrina (Erythriruz gIaUCtl), caja-
tra ou coleçao de indivíduos de algum
zeiras (Spondia lutea) e jenipapeiros
tipo condizem com a distribuição
(Genipa ameriCtlna),
logarítmica. f) índice de diversidade
A plantaçllo amestrada no Sul da mais geral e comumente usado, e que
Bahia é a denominada Quadra 5, loca- não depende de alguma distribuição
lizada no Centro de Pesquisas do Ca- de freqüência subjacente dos indiví-
cau (CEPEC), krn 22, rodovia Ilhéus- duos entre espécies (como a última) é
Itabuna A variedade implantada é de- o índice de teoria de infonnaçllo. É
nominada " Comum" da Bahia, A idade a medida H que mede a incerteza da
média da plantaçllo é de aproximada- prediÇllo da espécie de um indivíduo
mente 50 anos e a sombra está cons- tirado ao acaso de uma população de
tituída por universo diversificado de múltiplas espécies. Aumentando o nú-
espécies nativas, entre as quais podem- mero de espécies de uma comunidade,
se citar a cajazeira, a jaqueira (Arto- a predição toma-se de maior incerteza.
Ctlrpus integrifolia), o jenipapeiro e a A incerteza e a diversidade de uma
eritrina. comunidade podem ser aumentadas
pelo aumento do número de espécies
Os insetos foram identificados no
ou pela igualdade de distribuiÇllo
Laboratório de Entomologia Sistemáti-
dos indivíduos entre as espécies.
ca, U.S.D.A., junto ao Museu de His-
tória Natural dos Estados Unidos, H' = - ~= I Pjlog2 Pi
Washi ngton, D.e. onde

Revista Theobroma 15(/). J 985


4 Sori4. Wirth e Pinho

S = número de espécies ,
Pi = proporç3'o do número total de in· '~
divíduos de espécies x"ith". Caso
H' fosse estimado em duas coleç6es, - o
~
o.
,..,.
o o
....
N

as duas diversidades poderiam ser com·


paradas pelo teste "t" para verificar
se as mesmas diferem dignificativamen·
.•s ~
~
te (poole, 1974 , p. 393). " ~
."
Neste trabalho, o número de inse· .;1
tos por espécie e o valor H' seca0 f'
comparados nas duas localidades. ..,a
í:<> .
Resultados e Discusslo
..
,~ ~

~, ~

AvaliaÇ'o faun ística pelo mét odo de co·


leta manual
."" ~

c ..
~
C""
~

e
o
o

...e:::,
~

Os resultados das avaliações e obser·


vações feitas quanto às condições de ." ,
N
0-
floraçã'o (Quadro I) mostram que as . ~

'" o.
~ ~ ~
o o.
, "c
-
plantações estavam, geralmente , num - o ~ ~

...ê o. ,..e
" o o
período de recesso de floraç3'o , parti· o "
0. ' .
..,
N

cularmente aquelas da ESOMI (média


"' '''
" >
o
~ "
de 29 flores/ planta) e as da Fazenda .•
"" 0
c
u
., ..
......e o.~ ;..>
Engenho d'Água (média de 50 flores "u u
~
. o .
por planta). Uma densidade maior de "'",
u o N

floraç:ro foi observada na Fazenda


~
'" '"
Almas , com aproximadamente 100
"""o "
u
'" u
flores/planta. Mesmo assim , esta flora· u"'" ""~
Ção é menor que a média geral obtida
nos estudos fenol6gicos a longo pra·
..", "'"o
~

~
~

..
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N

-
o
o
o
....

zo - média ISO/planta - conduzidos na ~ 3


mesma fazenda (dados n3'o publicados, .." .
o
' "' ~'"
~

arquivo da ESOMI).
.
-
~

.."
~

D
No que diz respeito à " bilraç3'o"
e fru ti fi caç3'o , observou·se geralmente
o per íodo de recesso de produçao.
A única exceção aconteceu na Fa·
zenda Engenho d' Água, na qual a fru·
tificaç3'o alcançou uma densidade de
30 frutos/ planta, correspondente à cole·
ta de "temporão" , de acordo com a
denominação corrente no Sul da Bahia.
-"
u
.3

Revista Theo bro mil 15(1). 1985


A polinização do cacaueiro no Rec(Jncavo Baiano, Brasil 5

Para detenninar a densidade popula- bém na regia:o cacaueira do Sul da


cional dos polinizadores na área visitada, Bahia, este último sem hábitos polini-
procuraram-se mosquinhas Forcipomyia zadores. Neste caso, a deficiência de
spp. (Diptera, Ceratopogonidae) presen- polinizaça:o natural poderá estar asso-
tes nas flores, botOes, "bilros" secos ciada a aspectos de níveis populacio-
e outros abrigos naturais dos adultos, nais insatisfatórios para a função re-
em três áreas diferentes. produtiva do cacaueiro.
Os resultados relativos à densidade Avaliaçio por coleta de casqueiros
populacional de polinizadores naturais
Os resultados relativos à entomofau-
(Quadro I) indicam valores numéricos
na comparada (Quadro 3) indicam que
de aproximadamente uma mosquinha F. (Euprojoannisia) blantoni, de interes-
por árvore na fazenda Engenho d' Água,
se econômico (Soria e Bystrak, 1975),
e de uma mosquinha por aproximada-
ocorre nas duas regiOes com nível apro-
mente 10 árvores na ESOMI.
ximado de abundância, isto é, 85
Os níveis populacionais de mosqui- exemplares na regiãO sul e 95 no Recôn-
nhas na fazenda Engenho d'Água 53:0 cavo, A espécie spatulifera ocorreu no
comparáveis aos ocorrentes no Sul da CEPEC, mas esteve ausente no Recôn-
Bahia. cavo, pelo menos durante as observa-
Os resultados relativos à identidade ções efetuadas no período referido.
dos polinizadores naturais , durante um A espécie F. genualis, existente nas
período de busca de aproximadamente duas regiOes, não tem qualquer papel
12 horas / homem, indicaram insetos do no polinização do cacaueiro, porquanto
gênero Forcipomyia spp. (Quadro 2), nunca foi observada atividade explo-
que foram preliminannente detennina- ratória deste inseto. O restante das
dos como F. ( Euprojoannisia) bÜlntoni espécies freqüentes no Sul da BallÍa
(Soria e Bystrak), polinizador efetivo esteve ausente no Recôncavo no pe-
na reRia:o sul e F. (Forcipomyia) sp., ríodo referido. As espécies F. harpe-
próximo ã harpegonala, freqüente tam- gonala, F. poulaineae, F. pie/oni, F.
fuliginosa, F. eriophora e F. squamosa
Quad ro 2 - Inseto9 do gênero Fe r-
c ipomyia e nc ontrado$: nas f lore:s, botões não têm papel na polinizaça:o, pelos
f l o raii, bilroG vivos, bilro$ s eco s , mesmos motivos aparentes, para con-
ponta s de folhas e outroi abrigos na-
tur a i s c oletados manua lmente em ca -
siderá-las espécies restritas ao Sul da
c aua i~. Re côncavo Baiano, 12-04- 77 a Bahia, tendo em vista que as duas
14-04 - 77 . regiOes têm continuidade geográfica,
tanto do ponto de vista fisiográfico
lns e t os To tal
como de distribuiç~o da vegetação
FOr'cipomyia (E.'uprojoann Lai a)
do Estado.
blalltOni 2
A monocultura canavieira, no Recôn-
F'o rcipomyia (f'ol'Cipcmyia ) cavo, mantida por quase 400 anos, tem
harpego':Gta 2
reduzido consideravelmente o índice de
FOr'c i pomyia ( Fo rcip~myia ) Sp. J
diversidade (valor H = 0.74) das espécies

Revisla Theobroma 15(1). 1985


li Soria, lVir/h e Pinilo

qua cl r o ) - ;'1 o ~ qu i nhi.1S ;: n ' . 'i'~ ro::n:' (: ('o lI.' t :ldas l'm (' .1 s q U (' i r os ~ [o 1ht.' dos <h' l ' ~I C .1 U~ i ~
do Su l d .1 K:thi.a (CI::PEC) e R~ ônc a vo 8aiano (}o'c1z e ntl .l Eni:enho d · Á ~u:" . til· ., h ri l :t
sl.u·mh ro (,h' 197 7 .

FôlZ l 'nda En),t('nho


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,. , ", . i r. Fi:i~ h~:, Y"Q

,,. e·' , 3qUl./t"IO:J'1 J

lIa l o r 11' de Shan o n e Weav e r .


( rndi ce de d ive r s i dade ) ! , 29 0 , 74

(Quadro 3), devido à substituiçlio da também na composiçlto de espécies


vcg~taç:lo natural intrinsicamente diver· do estrato consumidor , particularmente
sa pela cana. O número de espécies tem a fauna de insetos. Isto poderá ser com·
sido reduzido de nove no CEPEC para pensado pela tendência do rest abeleci-
quatro no Recôncavo. As espécies F men 10 gradual do bioma original de
gellua/is e F. b/amoni, dominantes, aproximar-se do cl ímax à medida em
a última no Recôncavo , têm interesse que a plantação de cacau atinge a ma-
econômico. Estas persistem por causa turidade.
da disponibilidade de locais naturais Um fator que aparentemente influi
de criaçlio, a saber : casqueiros de cacau de forma considerável, e a curto prazo,
para F genualis e camada de folhas de é a idade do cacaual : quanto mais novo,
cacau para F b/antoni, F fuliginosa e menos diverso em entomofauna de po·
F piclOni. As espécies F spatullfera, F linizadores; quando mais velho, mais
eriophora e F squamosa, presentes diverso e estável. Assim, parece prati·
no Sul da Bahia, estavam ausentes no cável propor como método para a1can·
Recôncavo no período referido. çar níveis desejáveis de diversidade e
A diversidade e abundância dos in · abundância de in se tos polinizadores,
setos podem ser também afetadas pelas a implantaç:lO de árvores de rápido
condições climáticas. No recôncavo, a crescimento que desempenham papel de
ocorrência de estiagem , marcada por , no dossel de som bra, como acon tece no
mínimo, três mese s seguidos no ano, bioma primitivo do bosque tropical
pode trazer conseqüências nlIo SOmente úmido , sempre verde.
na qualidade do estrato ecológico de Um outro fator que potencialmente
produtores no bioma respectivo como pode desempenhar papel importante na

Revisto TileobrO"'1J 15(1 J. / 985


A polinização do cacaueiro no RecOncavo Baiano, Brasil 7

diversidade de polinizadores e que não 2. O objetivo de conhecer o valor


foi medido na presente pesquisa, é a pre- H ~ 0,74 para o Recôncavo , quando
sença de variedades de cacau que sejam comparado ao H = 1,29 para o sul da
preferidas pelas mosquinhas Forcipo - Bahia, foi alcançado após leval1lamen-
myia, tendo em vista que as varieda- to entomológico feito nas duas
des implantadas no Recôn'c3vo sao, localidades.
de acordo com dados não publicados 3. Interpreta-se a diferença marcante
de polinizaçao mecânica, hlb ridos par- como sendo devida à substituição da
cialmente autoincompatíveis. No Sul vegetação natu ral pela monocultura de
da Bahia, o cacau "Comum'- consti- cana por um período considerável de
tui-se no complexo varie tal dominante. tempo .
Este complexo varietal é autocom-
pat ível. 4. Dentre os fatores que mais afetam
a abundância dos insetos. acredita-se
Além disso, o manejo, que tende que a disponibilidade de locais naturais
a fornecer dossel de sombra a curto de criação é o fator limitante . Isso foi
prazo, parece propiciar a reprodução evidenciado pela abundância de F
dos insetos polinizadores e induzir gellualis e F blanrolli, que dispõem de
gradativamente sua abundância , diver- meios naturais no Recôncavo a n íve[
sidade e conseqüente aça:o na produção de implantaça:o de cacau.
do cacaueiro.
5. O tipo de manejo que otimizaria
Conclusões o desenvolvimento da entomofauna
1. A espécie F. blanlOni foi conside- desejável de polinizadores seria a da
rada como a de maior importância rápida implantação de sombra defi-
econômica para a regiao do Recôncavo nitiva, já que ela permite o mais rápido
e as espécies F. blallToni e F spatulifera desenvolvimento do cacau ai como agro-
as mais importantes no Sul da Bahia. ecossistema.

Literatura Citada
POOLE, R.W, 1974. An inlroduction to quanritative ecology . Ncw York, McGraw-HiII . 532 p.
SILVA, L.F da y PINHO, A.F. de S. 19 79. Capacidad produ ctiv, de los Vertisols utilIzados
con cacao en el Rcconcaco de Bahia. Revista Theobroma (Brasil) 9:3 - 12.
SORIA, S. de J. e \\1RTH, W.W. 1974. Identidade e caracterização taxonOmica preliminar da
mosquinhas Forcipomyia (Diptera, Ceratopogonidae) associadas com a polinização do
cacaueiro na Bahia. Revista Thcobroma (Brasil) 4(1 ):3 - 12.
_ _ _ __ and BYSTRAK, P.G. 1975 . A new spccies of Forcipomyio (Dip lc ra . Ceratopo-
gonidae ) described in aU stages, ",ith an account of its role as a cacao poUinator. Revista
Theobroma (Brasil) 5(2) :3 - 11 .
_ _ __ _ , WIRTH, W.W. and BESEMER, H,A. 1978. Brceding places and sites of colleClion
of adults of Forcipomyio spp. midges (Diptera. Ccralopogonidae) in cacao plantarions
in Bahia, Brazil : a progress reporto Revista Theobroma (Brasil) 8 :21 - 29 .
SOUTHWOOD, T.R.E. 1966 . Ecological mcrhods. London, Mçthucn . S.p .

Revista Theobroma J5( J). J985


Revista TlreobromaI5(1): 9 - 18. 1985
Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus, Bahia, Branl

Tolerancia de cultivares h (bridas de cacau a alumínio

Maria Bemadetlz M. Santana! ,Milton Maeoto Yamado 1 e Ourrles José L. de Santana!

Resumo
Com o objetivo de avaliar a tolerância de quatro combinações híbridas e da cultivar Catongo
a alum inio, conduziu-se um ensaio em solução nutritiva com diferentes níveis desse elemento. Os
diferentes tratamentos foram constituídos da. combinações SIC 864 x SIC 328, SIC 823 x ICS I ,
SIC 831 x Sca 6. SIC 831 x IMC 67 e Catongo cultivadas em solução nutritiva de Steinberg a 1/5
(com baixo nível de P: 4 Ilg. mr'), acrescida das doses O. 5,10. 15 e 20 Ilg. mr' de alumínio, n.
forma de sulfato . Empregou-se o delineamento experimental inteiramente co.ualizado com cinco
repetições e a unidade experimental foi constituída por três plantas. As soluções eram substituí-
das quinzenalmente , ajustando-sc o pH pasa 4 ,0 a 4,2. As plantas foram colhidas ao. 110 dias,
medindo-se a área foliar, produç4'o de matéria $eca e teores de P, K, Ca, Mg e AI nas raízes e por-
ções inferior e superior da paste aérea . A maior tolerância a nível baixo de fósforo em presença
de alum(nio, a menOr diferença da área foliar e da produção de matéria seca entre as plantas do
tratamento zero e de 20 ppm, O maior nível crítico de alumínio para redução da área folia r e da
produção de matéria seca em 25% em relação ao lratamento zero, e a relação mais baixa de
K/Ca + Mg, nos cruzasnentos SIC 831 x Sca 6 seguido de SIC 931 x IMC 67 indicam maior lo-
lerância destas cultivases ao alumínio em relação às outro. lrês.
Palavras chave: Theobro11Ul cacao. h!brido, tolerância a alumíniO

Tolerance of caca o hybrids to aluminum

Abstract
To evaluate lhe differences among rtve cullivars of cacao {foUl hybrids combinations and Ca-
longO} relative to a1uminum tolerance, the plants were tested in nutrient solution with differcnt
leveis• of the elemeol. Tlte combinations, SIC 864 x SIC 328, SIC 823 x ICS I , SIC 831 x Sca 6,
SIC 831 x IMC 67 and the Calongo were grown in a Steinbcrg solutíon (1/5 strength) with a low
levei ofP, 4 Jlg . mfl andwilh leveis ofO, 5 , 10, 15 and 20 Jlg .mf! ofaluminum assulfate. A
completely randomized block experimental dcsign was used with flVe repetitions; lhe experiment
unil was threo planls. Tltc salutions were rcplaccd every two wccks; the pH was adjusted to 4 .0-
4 .2. Tlte plaots were coUccted aI 110 days. Tlte foliar asca, dsy matter produclion and lhe P, K,
Ca, Mg and. AI coolents in lhe rools and aerial parts were measUlcd . TIIC highcr loleraocc to lhe

' D/vistio de Geociências, Centro de Pesqu/JIls do CaC<IU (CEPECJ, Caixa Postal 7, 45.600, Itabu-
na, Bahia, Bras/I.
2 D/visão de Genética, CEPE'C.

Recebido p<lra publicação em 31 de agOslo de 1984 9


la Santana, Yamada e Sanrana

low levei of phosphorus in the prese nce of aluminull1 , the smaU differcnce of the foliar arca and
dey maltcr production between plants for O and 20 ppm of aluminum trcatment s, the higher
eritical levei of aluminum for a reduetion of 25% of the foliar area and dey malter production in
relation to the zero Ireatment, and the lower relation of K/Ca+Mg in the SIC 831 x Sca 6 combi-
nation followed by SIC 831 x IMC 67 suggest a greater tolerance of these cultivars to aluminum
than the olher three_

Key words: Theobroma cacao , hybrid, aluminum tolcrance

Introdução foram elevadas (1.500 kg/ha), não so-


Entre os solos cultivados com cacau, mente em um solo de alta fertilidade
no Sul da Bahia, figura a unidade Tropu- natural, como também em um solo áci-
dult distrófico (Ultisol), que, apesar das do de baixa fertilidade , enquanto as
boas características físicas , apresenta, produções dos hlbridos com clones tri-
em geral, acentuado grau de acidez , ex- nitários (ICS I e UF 613) foram eleva-
presso em altos índices de saturação de das apenas no solo de alta fertilidade.
alumínio no complexo de troca (> 30%). Garcia e Léon (1978) classificaram co-
Com a expansão da cultura, v<!m sendo mo tolerantes a alumínio os hlbridos
utilizados também os oxissolos, com teo- ICS 60 x Sca 12 e ICS 6 x Sca 6, com
res de alumínio relativamente elevados. base em resultados obtidos em experi-
Nesses dois solos, tem sido recomendada mentos com soluções nutritivas.
a prática da calagem; no ultisol, mais A seleção de cultivares tolerantes a
para fins corretivos, e no oxissol, além alumínio, tão em voga em culturas
de corretivo, o calcário representa fon- anuais (Miranda e Lobato, 1978; Ma-
te de suprimento de cálcio e magnésio lavolta, Nogueira e Oliveira, 1981; Mu-
(Cabala e Santana, 1983). zilli, 1978), pode ser aplicada a cultu-
Os efeitos do alumínio têm sido ava- ras perenes, como a do cacau, visando
lIados no cacaueiro Catongo através de sobretudo ao aproveitamento de solos
cultivos em soluções nutritivas, onde ácidos que, embora na faixa climática
se tem detectado um nível de 15 a 16 adequada, sao considerados marginais
ppm como limite de tolerância. Até para a cacauicultura.
este nível, não foi significativa a redu- Neste trabalho, procedeu-se à carac-
çao na produção de matéria seca, em- terizaçãO de quatro combinações híbri-
bora tenha havido diminuição na ab- das e da cultivar Catongo com relação
sorção de cálcio e fósforo (Santana, à tolerância a alumínio.
Cabala-Rosand e Miranda, 1973; Ezeta
e Santana, 1979). Material e Métodos
Segundo informações apresentadas Sementes de Catongo e das combi-
por Silva, Carletto e Mariano (1982), nações SIC 864 x SIC 328, SIC 823 x
as produções de hlbridos com clones ICS I, SIC 831 x Sca 6 e SIC 831 x !MC
de origem amazOnica (combinações 67 foram colocadas em germinador de
com Sca 6 e com Sca 12), durante 3 areia, onde permaneceram 20 dias após
anos, a partir do quarto ano de idade, a germinação. Após esse período, as

Revisra Tlreobroma /5(1). 1985


Toler4nc/a de cultivares hfbridtzs de ctlCIIU" alunúnio 11

plantas foram transferidas para vasos cante 72 horas. Após a secagem, tanto
de 6,5 litros contendo soluções nutriti- as raízes quanto a parte aérea foram
vas com doses crescentes de alumínio. pesadas, para cOmputo da produção
Empregou-se a SOlUÇa:0 de Stein berg a de matéria seca, e moídas para dosagem
1/ 5 (Foy et ai , 1967) sem alumínio (ze- de fósforo, potássio, cálcio, magnésio
ro) e acrescida de 5, lO, 15 e 20 mg de e alumínio em extrato nitro perclórico
AI/ I , na forma de Al Z (S04)3. 18 HzO. (5: I). Com exceção do alumínio , que
A composição da solução nutritiva em foi medido por espectrometria de emis-
mg/l foi: N-NOj(5I,9), N- NHt(4,4), são de plasma, nos laboratórios de CE-
P (4,0), K (31,9), Ca (50,8), Mg (6,6), NA (piracicaba, SP), os demais elemen-
S-SO~ (4,0), Mn (0,13), B (0,07), Zn tos foram dosados de acordo com os
(0,04), Cu (0,01), Mo (0,OO5)ê Fe(I,O). métodos empregados nos laboratórios
de análise química do CEPEC (Santana,
Cada hlbrido foi submetido a cinco
Pereira e Morais, 1977).
tratamentos (O, 5, 10, 15 e 20 mg de
AI/!), em cinco repetições, num deli- Calculou-se também o nível de AI em
neamento inteiramente casualizado. Ca- que cada variedade teve a área foliar e a
da unidade experimental foi constituída produção de matéria seca reduzidas em
por trés plantas. 25% em relação à testemunha (sem alu-
mínio)_
A solução era substituída quinzenal-
mente, ajustando-se o pH para 4 ,0 a 4,2 Resultados e DiscussIo
com HCI ou NaOH. Antes da substitui- No Quadro I, encontram-6e os dados
ça:o, completava-se o volume da solução relativos aos teores de P na solUÇão nu-
usada e, após homogeneização, tomava- tritiva, antes do uso, e nas soluçOes usa-
se uma alíquota para determinação do das e substituídas a cada 15 dias. Os de-
pH e dos teOres de P, K, Ca e Mg. Aos mais nutrientes deixaram de ser- apre-
110 dias, coletaram-se as plantas, subdi- sentados porque não foram· afetados
vidindo-as em raízes e parte aérea. De- pelo alumínio da solUÇãO. Observa-se
pois de lavadas trés vezes em água des- que parte do fósforo, à semelhança do
tilada, separou-se a raiz principal, para que ocorre no solo, fora imobilizado na
medição do comprimento, e a parte SOluçfo, mesmo antes do uso, tomando-
aérea foi subdividida em parte aérea su- se essa irnobilizaçllo mais acentuada com
perior e inferior, considerando-se co- o tempo de cultivo, havendo também a
mo limite a escara foliar encontrada en- depleça:o normal resultan te da absorção.
tre a parte mais escura e a parte mais Nas últimas substituiçOes, observou-se
clara do caule (respectivamente parte menor teor de P nas soluçOes com me-
inferior e parte superior). Destacaram-se nor concentraçJ"o de alumínio, devido
as folhas para medição da área foliar naturalmente a maior absorção pelas
em medidor automático e, a seguir, cau- plantas que se desenvolveram mais. Nos
les e folhas foram colocados em sacos níveis mais elevados de alumínio, o fós-
de papel e levados à estufa para secagem foro assimilável passou a quase zero na
a uma temperatura entre 65 e 70 0C du- soluça:o, o que mostra a grande influén-

Revista- Theobroma 15(11. 1985


12 Santa"" , Yamada e Santana

Quadro 1 - Ní ve i s de fósforo nas soluçõe s nutritivas , antes e após cada subs -


tituição.

Tratamen t os Sub s , 1 , u i ç o e s

(doses de Al em ppm) Ant es 1~ 2~ 3~ 4~ 5~ 6~

ppm de P

O 3,86 3, 15 2, 02 1,33 0 , 07 0 , 02 0 , 01
5 3,62 0 , 79 0 , 04 0 , 02 0 , 02 0 , 01 0 , 02
10 3, 18 0,46 0 , 05 0 , 03 0 , 07 0 , 01 0 , 05
15 2,78 0 ,51 0, 03 0 , 03 0 , 06 0 , 03 0 , 05
20 2, 44 0 , 65 0,0 4 0 , 06 0,06 0, 06 0 , 08

cia daquele elemento na imobilizaçao das folhas caídas prematuramente re-


do fó~foro. Com efeito, observou-se velou teores de P extremamente bai-
uma deficiência acentuada deste elemen- xos (0,03 a 0,08%). Essa capacidade
to nas plantas, com queda das folhas ba- de sobreviver sob baixos teores de fós-
sais e conseqüentemente transporte de foro em presença de altos níveis de alu-
fósforo para as folhas superiores. mínio, sem maiores conseqüências, su-
Os primeiros sinais de deficiência de gere uma possível toler:!ncia da çulti-
fósforo, caracterizados pela presença var a este último elemento! Cabala-Ro-
de pontos necróticos nas folhas mais ve- sand e Mariano ( 1985) assinalaram que
lhas, foram observados aos 45 dias, em as combinações SIC 831 x .Sca 6 e SIC
estágio,:;avançado, em todas as repeti- 831 x IMC 67 mostraram-se como as

ções dOs .tratamentos 15 a 20 da culti- de maior capacidade em absorver fósfo-
var Catongo; em estágio inicial em al- ro da SOlUÇa:0 nutritiva. Salinas e San-
gumas repetições dos tratamentos 15 chez (1976) admitem que maior capa-
a 20 das combinações SIC 864 x SIC cidade de absorção de fósfor.o está asso-
328 e 'SlC 823 x ICS I; em estágio ini- ciada a toler:!ncia a alumínio , mostran-
cial em algumas repetições do tratamen- do que variedades de sorgo tolerantes a
to 20 da combinaç:!o SIC 831 x IMe alumínio foram também tolerantes a es-
67; e nenhuma ocorrência na combina- tresse de fósforo. Esses dados reafinnam
ça:o SIC 831 x Sca 6_ a necessidade da aplicação de maiores
Esses sintomas evoluíram e tomaram- quantidades de 'fósforo em solos con-
se mais .generalizados, principalmente tendo in dices elevados de alumínio
trocável.
nas cultivares Catongo SIC 864 x SIC
328, SIC 823 x ICS I, registrando-se Na Figura I, encontram-se represen-
inclusive queda de folhas aos 75 dias ; tados os dados relativos a área foliar,
foram porém menos generalizados e peso da matéria seca total e os teores
menos acentuados na combinação SIC de cálcio, potássio e magnésio das por-
831 x IMC 67 e praticamente inexis- çCleS superior e inferior da parte aérea.
tentes na SIC 83) x Sca 6. A análise Obviamen te, â medida que se elevam

Revista Tlteobroma 15(1). /985


-
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SIC 864 ,SIC 328 SIC823.,CS 1. SIC831, SCA 6 SOC 831' IMC 67 CATONGO

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a:
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70 ,2= O,9~138 ,2. O,9~1~2
o
,2. 0,93100
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,2. O,962~6

o
,2. 0,96028

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,2. 0,98341 ,2. 0,89974 ,2. O,94~ 11 ,2. 0,99744 1;'
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Q CONCENTRACÕES DE ALUMíNIO NA SOLUCÃO (1'0 , ml-')
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.... o ÁREA FOLlAR
. ........ K (1Wn"E AÉREA 'NFERIOR) .... - . MQ IPARTE AÉREA SUPERIOR
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....'"" 8 IllATERIA SECA TOTAL Co (PARTE AÉREA SUPERIOR) • MQ (PARTE A€REA INFERIOR
'"- . --tI K (PARTE AÉREA 8UPERIVfI) ...... Co (PARTE AÉREA I~ ,' ERIOR)
....
'O Figura 1 - ÃIea fol ia r, matéria seCa total e teores de K, Ca e Mg da s porções superior e infe,
e': rior da pane aérea da s variedades de cacau submetida s a doses crescentes de alum ínio.
....
'"
14 SimlaM. YamJIdiz e SanlaM

os nlvels de a1wnÚlio na solução nutri- inferior. Com relaç4'o ~ bases, portan-


tiva, há um decréscimo nos valores cor- to, o efeito do' a1umÚlio se exerce prin-
responden tes ~ área foliar e produção cipalmente reduzindo a absorção do
de matéria seca, nwna correlação bas- cálcio e elevando a absorç3'o de potás-
tante elevada, conforme os valores apre· sio, mantendo-se assim o equilíbrio ele-
sen tados jun to aos gráficos. troquímico nos tecidos. Embora n4'o es-
A diferença da área foliar e da pro- teja ainda esclarecido, tem-lõe constata-
duç4'o de matéria seca entre as plantas do o efeito do alumínio e de outros ions
do nível zero e as de 20 ppm de AI foi polivalentes sobre a acumulação de po-
menos acentuada no SIC 831 x Sca 6, tássio nos tecidos, ao ponto de já se ha-
indicando maior grau de tolerancia des- ver sugerido o uso da relaç3'o K/Ca + Mg
sa cultivar em relação ~ que foram in- como critério para medir-se o efeito ad-
cluídas neste trabalho, principalmente verso do alumínio. Warde Stltton ( 1960)
a SIC 864 x SIC 328, SIC 823 x ICS I assinalam, em um trabalho sobre toxici-
e Catongo. dade em pimenta-do-reino, que, quando
essa relaçlo era de I ,29 , a planta havia
Os níveis de a1wnÚlio, em ppm, na sido ligeiramente afetada e, com 3,89 ,
soluç4'o nutritiva, para reduzir em 25% os danos já foram considerados severos.
a área foliar e a produç4'o de matéria se-
ca total , calculados a partir das equações O Quadro 2 mostra os valores médios
de regress3'o, para cada uma das cultiva- dessa relação nos diferentes níveis de
res, foram para área foliar: 8,1 , 8,3 , 9,1 , alumínio. Nas condições deste experi-
10,3 e 7,6, e para matéria seca: 8,1,9,2, mento, os valores globais dessa relação
10,5 , 10,5 e 7,6, respectivamente para foram 0,58 e 1,48 (respectivamente
SIC 864 x SIC 328, SIC 823 x ICS I , porção inferior e porção superior) na
SIC 831 x Sca 6, SIC 831 x !MC 67 e testemunha e aumentaram progressiva-
Catongo. Os mais elevados foram para mente até 2,32 e 4,08 (inferior e supe-
SIC 831 x Sca 6 e SIC 831 x!MC 67e rior) no tratamento 20 ppm de AI , com
o mais baixo foi para a cultivar Caton· ligeira tendéncia de serem mais baixos
go que, aparen temente , é a menos tole- nas combinaçOes SIC 831 x Sca 6 e SIC
rante. ~ possível que , em níveis mais 831 x !MC 67, os quais, de acordo com
elevados de fósforo, esses limites atin- outros parâmetros, tem-se mostrado
jam valores bem superiores. mais promissores em termos de toleran -
cia a a1umÚlio. Ezeta e Santana (I 979),
Os teores de cálcio foram mais bai- estudando o efeito do alumínio sobre
xos na porção superior da parte aérea absorção de nutrientes em plantulas de
e, tanto na porçllo superior quanto na cacaueiros Catongo, obtiveram , pa~a a
inferior, reduziram-lõe com o aumento relaç4'o K/(Ca + Mg), valores de 1,88
dos níveis de alumínio. Contrariamen- na testemunha e 3,56 na dose de lO
te, houve aumento nos teores de potás- ppm de a1wnínio.
sio com os níveis de alumÚlio e , sendo
um elemen to bastan te móvel na plan ta , Contrariamente, Malavolta, Noguei-
os teores foram mais baixos na porção ra e Oliveira (1981) mostram que as

ReviJla TheobromJI15(lJ. 1985


ToIerllndll d~ cultil1l1TeI hfbridlzs de cacau 11 alum(nw J5

Quadro 2 - Vato~cs médios da relação K/(Ca+HR) par. os diferentes n lvelS de


AI nos d ife ren tes híbridos.

Tratamentos Parte aerea


Combinações
(doses de AL em ppm) in f e ri o r superior

SIC 864 x SIC 328 0,58 I ,53


SlC 823 x ICS I 0 ,59 1,63
O SIC 83L x Sca 6 0 , 48 L,L 4
SIC 831 x IHC 67 0 ,60 1, 40
Catongo 0 , 66 I , 70

SIC 864 x SIC 328 1 , 26 2,4 5


SIC 823 x ICS I 1, 26 2,95
5 STC 83L li( Sca 6 0 , 94 2, 11
SIC 831 x lHe 67 0 , 83 2,43
Ca l ongo I , 15 2,50

SIC 864 x SIC 328 I , 59 3,83


SIC 823 x TCS 1 L,7 4 4,27
10 SIC 831 x $ca 6 L, 23 2,58
SIC 83 1 x IHC 67 L, 53 2,95
Catongo I ,91 4,48

SIC 864 x STC 328 2,07 4,37


SIC 823 x l~ I I , 77 3,96
15 SIC 831 x Sca 6 1,89 3,84
SIC 831 x IHC 67 1, 96 3,56
Catongo 2 , 07 5,00

SIC 864 x SIC 328 2 , 32 5, 3Z


SlC 823 x ICS 1 2 , 27 4,55
20 SIC 83L x Se. 6 2, 11 4,52
SIC 831 x l He 67 2, 38 4 , 39
Catongo 2, 52 5,24

variedades mais tolerantes de sorgo e te observado em casos de defici!ncia


feij:lo absOlveram mais potássio em desse e lemen to .
presença de maiores quantidades de
No tratamento sem alumÚlio , apenas
alumínio.
46,7% do fósforo foram mobilizados pa-
Os teores de fósforo e de alumínio ra a porça'o superior, enquanto a 5, lO,
li» raízes e da parte aérea (POrção supe- 15 e 20 ppm essa taxa foi de, respectiva-
rior e inferior) encOlltram-se apresenta- mente, 61 ,8, 64,6, 65 ,7 e 67 ,7%. Nas fo-
dos no Quadro 3. lhas caídas prematuramen te os teores
Nos tratamentos a partir de 5 ppm de desse elemento variaram entre 0,03 e
alumÚlio, na soluç:lo, observou-se urna 0,08% .
reduçlo gradativa dos teores de fósforo Os níveis de alumÚlio foram inferio -
dos tecidos da parte aérea e uma cres- res a 150 ppm na porçlo superior e va-
cen te mobilizaçlo da porç:lo inferior pa- riaram de 196 a 309 ppm na parte in-
ra a porçlO superior, o que é comumen- ferior, sendo que , nas follias caídas,

Revista Theobroma J5(J). J985


J(j San tona, YamadiJ e Santana

esses níveis atingiram valores médios 1966) que se trata de uma reaÇio de ad-
de 397 ppm. sorç:ro-precipitaçllo entre H 2 PO' e o
grupo AI (OH)! predominantemente a
Nas raízes, quase não houve redução pH abaixo de 5,0, o que reduz efetiva-
nos teores de fósforo, e os níveis médios mente a quantidade de fósforo disponí-
de alumínio foram consideravelmente vel a ser transportado para a parte aérea
elevados, atingindo percentuais médios e entrar nos " pools" metabólicos da
de 0 ,795, 1,029, 0,921 e 1,112, respec- raiz. Como o pH das soluçOes, no pre-
tivamente, nas plantas dos tratamentos sente experimento , esteve sempre abai-
5, 10, 15 e 20 ppm de alumínio. ê ampla- xo de 4,5 , deve ter ocorrido uma rea-
mente comentado na literatura o efeito ç:ro sin1ilar, podendo-se ex plicar assim
de interaç:ro entre alumlnio e fósforo a existéncia de altos teo res de fósforo
no sistema radicular, admitindo alguns no sis tema radicula r e baixos teores na
autores (Hsu e Rennie, 1962; Clarkson, parte aérea.
Quadro J - T~ores de P e AI n~S raf z~5 ~ na s pareoes infp r io r ~ supe ri or da
parte a~rca .

T r atamt-:llo~ P"rte acr ... a


Ra í zes
(doses de AI em ppm ) lnfcr io r Supe r io r

p( %) AI (%) p( AI (ppm) p(~) AI (ppm)

0 , 426 O , 45~ 0 , 395


0,503 0 , 626 0 , 1.09
o 0 , 487 O , ~"5 0 , 365
0 , 388 0 , 393 O, 36 /,
0 , 448 0 , 1,93 a, '.01..
0 , 397 0 , 846 C, 184 LH 0 , 327 70
0 , 395 0 , 727 0 , 16 66 0 , 306 75
O?t.J7 O, 82i O, 191 310 0 , 277 1 3~
0 , ~26 0 , 78 4 0 , 19 5 L28 . 28 1 1 !. 4
0 , 387 0 , 791 0 , 179 '213 0 , 283 110

0 , 641 L, 130 0 ,1 62 186 0 , 302 I2L


0 , 416 I , OI b 0 , 121 169 101
10 O, 77 0 , 934 0 ,11 9 20~ 0 , 206 128
0 , 1.06 1, 076 O, 158 L60 0 , 279 82
O, 4 1l O, 9l.8 0 ,1 69 L I 0 , )06 99

0 , 395 I , 104 O, I L8 204 0 , 259 104


0 , 402 0 , 978 0 , 18!. 262 0 . 261 \31,
15 0 , 308 O, 70L 0 , 093 23\ O, ! 73 12 9
0 , 373 0 , 85 6 0 , 137 237 0 , 262 12 t
0 , 398 1, 070 0 , 120 2/.9 0 , 289 153

0 , 405 1, 12\ 0 , 106 280 0 , 261 L56


0 , 444 I . 09 /• 0 , 108 364 O, L80 L50
20 0 , 356 0 , 953 0 , 089 234 O, L79 I ÓZ
0 , 41 4 L, 097 O, L06 372 O, L99 106
0 , 502 l, 29 4 0 , 123 296 0 , 292 )~

Revista Theobro/TIIJ / 5(1). J985


Tolerdn cia de cultivares h(bridtJs de cacau a alum(nio
/7

ConclusOes foliar e as produções de matéria seca


A maior capacidade de crescimento reduzidas em 25 % com maio res dOSeS
da combinaça'o SIC 831 x Sca 6 se- de alumínio ;
guida de SIC 831 x [MC 67, em nível
Também a relação K/(Ca + Mg), pará-
baixo de fósforo na presença de alu-
metro sugerido como critério para
mínio , indica maior tolera'ncia des-
classificaçao de espécies ou varieda-
tas cultivares a este elemento ;
des tolerantes , foi mais baixa na SIC
Essas mesmas cultivares tiveram a área 831 x Sca 6 e na SIC 831 x !Me 6 7 .

Agradecimentos
Os autores agradecem a pasticipação de Dr . Percy Cabala -Rosa nd , dos técnicos agrícolas Se-
ba st i~o
Assis Brandão e Renato Novaes e da equipe de laboratório da Divisão de Geocif ncia s do
CEPEC na ela boração deste trabalho .

ti teratura Citada
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Centro de Pesquisas do Cacau. Ilhéus. Bahia. Brasil

Respostas do clone Fx 3864 de seringueira a doses de


fertilizantes no sul da Bahia 1

Edson I,opes Reis' , Percy Cabala-Rosond' e O/arles J. L. de Santana'

Resumo
Foi avaliada a influência da aplicaça-o de nitrogênio. fósforo e potássio em um seringal em de-
senvolvimento, localizado no município de Comamu. Bahia. Utilizou-se o delineamento experi-
mentai em blocos casualizados com 10 tratamentos e 7 repetições, sendo 8 dos tratamentos pro-
venientes do arranjo fatorial incompleto e 2 adicionais em que se mediram os efeitos da calagem
e da adiça-o de micro nutrientes. Os nutrientes foram aplicados em três níveis, a intervalos regulares
°
de 60, 90 e 60 kg ha -I de N, P1 0s e K1 0, respectivamente. desenvolvimento do tronco da se-
ringueira mostrou efeito altamente significativo para a aplicação de fósforo e, através de equações
de regressão, determinaram .. e as doses que condicionam máximo desenvolvimento do tronco, que
se situaram entre 128 e 139 kg ha _1 de P10, . A aplicação de 90 kg ha -I de P10" todavia, ioi a
mais econômica, sendo suficiente para antecipar o período de sangria, enquanto que a aplicaça-o
de nitrogênio, potássio, calcário dolomítico e micronutrientes não teve efeito significativo sobre
o desenvolvimento da seringueira.

Pa/gvras-chave: Hevea brasil/emis. solo. adubaça-o mineral

Response of the rubber clone Fx 3864 to fertilizers


in southem Bahia, BraziJ

Abstract
The effeet of nitrogen, phosphorus and potassium on the development of the rubber clone
Fx 3864 wasevaluatcd at Comamu, Bahia, Brazil. A random block experimental design of 10
treatrnenlS and 7 replieations included 8 treatments of an incomplete faetorial plus 2 additio-
nal in whieh lime and micronutrients were added. Nitrogen, phosphorus and potassium were
added at three leveis with intervals of 60 , 90 and 60 kg ha -Iof N, P1 0, and K1 0 , respectively.
The effeet of phosphorus on the trunk circunference of the rubber tree was highly significant.
The leveis which gave maximum eircunference growth varied from 128 to 139 kg ha _I OfPl0,.
However, applications of 90 kg ha -I ofP10, were economical and ,uffieienl to advanee the

I Trabalho apresentado no IV Seminário Nacional de Seringueira. Salvador. 10a 16 de junho de


1984, e executado com recursos do ConvêniO SUDHE VEA IEMBRAPA ICEPLAC.
1 Divisão de Geociéncills, Centro de Pesquisas do Cacau, Caixa Postal 7,45.600, Itabuna, Bahill.
Brasil.

Recebido para publicação em 13 de agosto de 1984 19


20 R~is. Cabala-Rosand e Santana

period of bleeding_ Nitroge n, potassium , lime and micronutrients showed nO significant effects
on lrunk growth_

Key words: Hevea brasiliensis. o il, mineral fert ilizat ion

Introdução respostas de plantas enviveiradas aos fer-


tilizantes (Cabala-Rosand e Maia , 1974? ;
Trabalhos conduzidos nos principais Re is, Souza e Caldas , 1977), avaliar res-
países produtores de borracha natural postas de seringueiras em formação a
têm mostrado que a adubação da serin- doses de fertilizantes (Santana , Miranda
gueira em desenvolvimento acelera o seu e Cabala-Rosand , 1979?; Reis, 1979) e
crescimento, antecipando o período de verificar os cfei tos de adubaça-o e cal agem
sangria, man têm o vigor da planta e ga- em presença e ausên cia de estimulação
rante níveis elevados de produção_ sobre a produção da seringueira ( Reis ,
Rosenquist (1960) e Hasselo (1960) 1977?; Reis , Santana e Cabala-Rosand .
mediram os efeitos de NPK sobre o cres- 1984)_
cimento da seringueira e obtiveram res - O presente trabalho foi realizado
postas significativas para esses nutrien - com o objetivo de avaliar a influência
tes_ Do mesmo modo , Pushparajah e da aplicação de doses de nitrogêni o ,
Guha ( 1968), em oito ensaios de adu- fósforo e potássio sobre o desenvolvi-
bação, instalados em quatro grupos de mento da seringueira visando a antecipa-
solos da Malásia, constataram aumen- ção da sangria_
tos no desenvolvimento da seringueira
devido à adubação e concluíram que a Material e Método
necessidade dessa prática poderia ser
O experimento foi instalado em 1975 ,
estimada mediante conhecimento
na Fazenda Três Pancadas, da Firestone ,
prévio do nível de fertilidade do solo _
no município de Camamu , Estado da
Jeevaratnam ( 19 69), por outro lado ,
Bahia , em solo que corresponde à Uni-
considera importante a adubação da se- dade Una (Haplorthox variação Criltali-
ringueira, nas fases pré e pós sangria, 110), em um seringal em fase de de sen-
enquanto Hardjono e Angkapradipta volvimento, plantado através de tocos
(1973) mostram que o crescimento da enxertados do clone F x 3864 , em
seringueira apresenta efeitos lineares 1972_Nos três primeiros anos , o seringal
para o nitrogênio e quadráticos para foi adubado com a fórmula 19- 19-19 ,
o fósforo _ na razão de 95 kg ha -. ano -. _
No Sul da Bahia, a seringueira vem Utilizou-se o delineamento em blocos
sendo implantada preferentemente em ao acaso com 10 tratamentos e sete re-
solos de bai xa fertilidade , fato que tem petições , com arranjo de oito tratamen-
levado à necessidade de realizar ensaios tos , segundo esquema fatorial incomple-
de adubação nesses 301 os , objetivando to, e dois adicionais . em que se aplica-
delimitar faixas de disponibilidade (Ca- ram cal agem e micronutrientes. A uni-
bala-Rosand e Santana , 1976), medir dade experimental foi constituída de

Revista Theobroma 15(1)- 1985


Doses de fertilizantes em seringueira 21

seis plantas úteis, separadas por borda- lados são bem semeUlan tes aos en con-
duras simples entre as fileiras e duplas trados por Bolton e Shorrocks (J 961) e
entre as plantas . Pushpadas et ai (1973).
Os nutrientes foram aplicados em Os teores trocáveis de cálcio e magné-
três níveis, com intervalos regulares de sio aumentaram logo após a aplicação
60, 90 e 60 kg ha - I de N, P1 Os e K10, do calcário e mostraram uma dinúnui-
respectivamente. A dose total anual dos ção com o decorrer do tempo. Todavia,
nutrientes N, P e K, aplicada na forma •
nas parcelas que n[o receberam calcário ,
de uréia, sulfato de amônio, superfos- a dinúnuiçil:o nos conteúdos trocáveis
fato triplo e cloreto de potássio, foi dessas bases ocorreu numa proporção
dividida em duas aplicações anuais , bem menor. A acidificação do solo
sendo adicionado todo o fósforo e o foi evidenciada pela reduçã'o nos valores
potássio e a metade do nitrogênio em de pH e aumento nos teores trocáveis
setembro e a outra metade de nitro· alumínio, que aparentemente decorre
gênio em março. Nos tratamentos adio do uso de (NH 4h S04 e KCI , confir-
cionais , o calcário dolomítico foi incor- mando resultados anteriormente assina-
porado à raz[o de 900 kg ha . 1 no in ício lados por PUshpadas et ai (J 973).
. do ensaio e os micronutrientes aplicados
na forma de FTE (Frited Trace Elemen- Os dados de circunferência do tron-
ts) BR-8 , a razão de 70 kg ha .1 ano -1 , co, após o 2~ ano de aplicaçã'o dos trata-
junto com a adubação efetuada em se- mentos , acusaram efeitos altamente sig-
tembro. nificativos para a aplicação de fósforo
Para fim de análise , foram tomadas (Quadro I), apresentando resposta de
anualmente as circunferências do tronco natureza quadrática (Figura 2). Através
a 1,30 metro do solo, coletando-se tam- das equações de regress[o , determina·
bém amostras de solo no início e ao tér- ram-se as doses que propiciam maior de-
mino do experimento para se avaliar as senvolvimento do tronco no 5~ , 6~ ,
transformações ocorridas em funç[o dos 7~ e 8~ anos e que correspondem a

tratamentos aplicados. 128,130, 136 e 139 kg ha· 1 deP10s ,


respectivamente . A análise estatística,
Resultados e Discussão entretanto, não mostrou diferenças en-
Na Figura I , est:Io ilustrados os da- tre as doses de 90 e 180 kg ha ·1 de
dos de análises químicas dos solos , co- P10 S de onde se depreende que a dose
letados as profundidades 0 - 5 cm ; de 90 kg ha _1 de P1 Os é a mais indicada
5 - \O cm e 10 - 20 cm em dois períodos do ponto de vista econômico . Estes re -
'de controle (1976 e 1980). Observam·se sultados coincidem com os anteriormen-
alterações decorrentes dos tratamentos e te obtidos por Hardjono e Angkapradipta
do período de aplicaçã'o: no caso do fós- ( 1973) e Reis (J 979), que avaliaram os
foro , há incrementos resultantes das do- efeitos da adição de NPK sobre o desen-
ses aplicadas , enquanto que o potássio volvimento da seringueira.
não evidencia alterações marcantes em A adição de nitrogênio e potássio n[o
função das doses utilizadas . Esses resul- contribuiu para o desenvolvimento do

Revista Theobroma 15(1). 1985


22 R~is. Cabala·Rosand e Santana

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PROFUNDIDADE (CIII)

AMOSTRAGEM OUTu9RO DE 1976 - - - '''OSTRA8EM SETE ..... O OE 1980

p,o. _,o
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NivEIS H

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It.

Figura 1 - Algumas características químicas do solo, coletado a três profundidades e em dois


períodos de controle .

Re1Iista TheobTOmIl 15(1). 1985


Doses de fertilizantes em seringueira 23

Quadro 1 - Inf luênc ia dos tratamentos sobre o de senvolvimento da c ircunf c ren


eia do tronco da seringueira em formata0 . -
Tratamentos Circunferência do Lton <,o

N P205 K20 49 ano S9 ano 69 ano 79 apo 89 ano

kg h.- I em
00 00 00 18 , 10 20,36 26 , 53 29,46 34 , 60
00 90 60 18 ,1 3 23 , 84 32 , 94 37,47 44 , 39
60 00 60 16 , 50 19,36 25 ,67 28 ,07 34 , 49
60 90 00 17 , 76 24 , 56 33 , 39 38 , 06 45 , 03
60 90 60 18 , 51 24 , 24 J2,57 37 , 23 45 , 13
60 90 120 17, 20 23 , 06 3 I, 93 36,51 43,01
60 180 60 17 , 04 23, 59 32,56 37, 56 44,87
120 90 60 17, 87 24 , 37 33 , 53 38,36 44 , 36
60 90 60 1 17,53 23 , 56 32,97 37,90 44,11
60 90 60 2 17 , 93 24 , 06 33,01 37,80 44, 6 4

Tuk.y (5%) N.S. 4,18 7, 97 8,61 6, 98


Tuk.y (1%) N.S . 4,91 9,34 10,09 8 , 18

C.V. (%) 10,00 10 , 00 14, 00 14,00 9,00

1 Adlçao
. - d e 900 kg ha- I de calcário dolom ít ico
' - d e 70 kg ha- 1 d.
2 Ad lçao F.T.E .

tronco da seringueira (Quadro I). Apa- dias do tronco em condições de sangria


rentemente, as exigências de desenvolvi- decorridos S anos do plantio e 5 anos
mento foram atendidas plenamente pela da aplicação dos tratamentos fertili-
disponibilidade desses nutrientes no so- zantes .
lo, concordando com os resultados de
George (1963), Wignjatmodjo (1964), Conclusões
Ananth et ai (1966), Jalichan e Taka- I . Para as condições edafo-climá-
hashi (1970), Soong (1973) e Reis ticas em estudo, o fósforo é o nutrien-
(1979). te que propicia maior desenvolvimen-
A aplicação de calcário dolomítico to da seringueira e apresenta resposta
e DÚcronutrientes , na forma de FTE, de natureza quadrática ;
também não provocou aumento no de-
senvolvimento da seringueira. Com exce- 2. Entre as doses estudadas, a dose
ç![o dos tratamentos testemunha e sem de 90 kg ha -I ano _I dePlOs seapre-
fósforo , os demais , constantes do Qua- senta como a mais indicada do ponto
dro I, apresen tam circunferências mé- de vista econôDÚco, sendo suficiente

Revista Theobroma 15(1). 1985


24 Reis, Cabala·Rosand e Salltana

para suprir as necessidades desse ele- nível de fertilidade do solo ensaiado


mento na fase de desenvolvimento e satisfaz as necessidades de nitrogênio ,
antecipar a sangria. potássio, cálcio , magnésio e micronu-
3. Na fase de desenvolvimento, o trientes.

50

E 8~ ANO
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y= 34,5+0)6122P- 0,OOO58p r =0,8246*"*
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y =28,4+0,I5I80P- 0,00056 p2 r =0,842l"*
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Il:
<.)

O 1 2
, ,
NIVEIS DE FOSFORO

Figura 2 - Efeito de níveis de fósforo sobre o desenvolvimento da circunferência do tronco,


depois da 2~ • 3~. 4~ e 5~ aplicações de fertilizantes.

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Rt vis /a Theobro ma 15( 1) : 27 - 34. 1985
Cell tro de Pesquisas do Cacau . IIlu!" s. Bahia. Brasil

Efeito de diferentes níveis de suplementação sobre o ganho de


peso de novilhos confinados alimentados com casca
fresca do truto do cacaueiro

ÁllIOro Uamosas C. I. José Marques Pereira I e Marcos Silva Soares I

Resum o
Foi estudado o efeito de suplementaç[o de uma mislula de concenuados sob,,· o ga nho
de peso vivo til- no vilhos alimen tad os Cxcl uslvamcnh: COIl1 C3::,c..l do fruto do ClClIUCirO ( Theohro-
ma cacao L.). Tr~s ""veis de mistura foram adicionatlos à ca sca oferecida ad Iibifllnl a 21 no vi -
lho s confinados , em fa s" de aca.b;lmcn lo. O consumo méd io de mil téri:l seca prove nie nte (,,!c frLl ·
ç:ro vo lumosa não fo i difele nte enuc ua lamentos CP >0.0 5). A panicipação do vo lumoso na, r. -
çOCs do ' tlata men tos I . 2e 3,cxplcssacm l'eree nlagem de matéria SC"" , foi de 82.0: 77.6 e 71 .4 .
respectivam ente. muito superior j reco me ndada pe lo Na tiona l Rcsca.rch ('ouncil par;;I novilho, da
mesma categoria. com um ga nho esperado d~ 900 g/ ôia . tão houve dücrcnça c~t;){i s tic-~1I111..:nt ~
significativa enlle Ilatamentos para ganho de peso VIVO. A Icndfncia destc par~me tro mostra qu~
O tratamen to 2 foi o mrus eficie nt e.

Palavras chave: Theobroma cocao, frulo. casca, ração, confiname nto

Effee l of diffe rent leveis of supplem entali on on wcighl gain o f confine d


y oung bulls fed with fre sh cacao pod husks

Abstrae t
T lle effccI of thc supplementar y fceding of a mix tule of concenUa lcs o n Ih,' liVe' \Vc igh l ga in
a'
of yo ung buUs red with flesh caeao r n ,eobr 011la cocao L) pod husks the o nll' source of bu lk
was stud ied . nlfee Icvels of lh e mix tule \Ve re added 10 t he husks, fed ad Iihi/u11I lO 21 )'oung
bu lls confined fOI fi nishing. Thc avelage dry mal tCI eonsumplion from lhe bu lk fraetion dld no t
diffe l among Ircalmcnl s (P >0.05). The bulk polt ions in lhe la lion s of Irealmc"" I. 2 and 3
\Vere 82.0, 77 .6 a nd 71.4 pcreen t ofdry ma llel rcspeetivclY.lllue h mOle Ihan Iha l lecommcnded
by the 'alio nal Rc careh Co uneil fOI young bu lls of lhe sa me ca tegor y \V il h an cX I>ce led \\'e l~h t
gain of 900 g}day . Th. r. was no significanl slal i, lical difference belwcen Ilealment, of Iive weight
sain. n,e lendeney of this parJmC ICI show, ll catmen t 2 10 be lhe 1II0S1 cfficien!.

K ey words : 711cobr011la cacoo. flu it , husk, ratio n. fecd 10 1

I Divisão de Zootecn ia. Cm /ro de Pesqu isas do Cacau. Caixa Pos /al 7. 45.600. I /abUlia. Bah ia.
Orasil.

R eceb ido para pu blicação e11l 1 7 de jall eiro de 1985


28 Ll4moJaJ. Pereira e Soares

In trodufão capim de corte na alimentaçãO de novi-


Grandes quantidades de casca do fru- lhos confinados e de vacas estabuladas,
to do cacaueiro ( Theobroma C11cao L) respectivamente , pois a sa pidez e a, alta
sao abandonadas no cam po após a sua taxa de passage m pemlitiram consumos
colheita c quebra (De Alba ct al, 1954 ; elevados, capazes de garantir um bom
Larragan. 1958; Branckaert , Vallerand c desempenho do animal . Verifica ram
Vicent, 1973; L1amosas, 1976; Hutaga- tanlbém que o uso da casca fresca é con-
lun g c Chan g, 1980 ; Atanda e Jacobs, dicionado pela freqü~ncia das colhei tas.
ci tados po r Smith e Adgbola , 1982)_ Es- pois, para pode r usá-Ia diariamen te,é ne -
te res íduo cultural tem merecido a aten- cessário que se façam colheitas semanais.
çao de pesqu isadores, que detennina ranl Segundo Vciga, citado po r TIliago
a sua composiçãO quimica ( De AJba, (1 984), a eficiéncia da conversa0 ali-
1945; Dittmar, 1958; Larragan , 1958 ; mentar é um processo biológico que de-
Bateman e Frcsnillo, 1967; Branckaert, ve, fundamen talmcn te, scr adap tado âS ·
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1984), valor nutritivo, através de ensaios fraç ao vo lum osa seja utilizada eficien te-
de consumo volunt ário. digestibilid ade e mente pe los microorganismos do rúmen.
balanço de nutrientes (Bate man e Fres- Esta eficiência está estreitamente vin-
nill o, 1967; L1amosas, 1976}e de ex peri- culada à suplementaça:o alimentar , ex-
men to de prod ução (De Alba e I3asadre , pressa em termos de qualidade e quanti-
1952 ; De Alba ct al , 19 54 ; Hain es e dade. Ainda mais , a suplementaçao pre-
Echeve rria, 1955; Larraga n , 1958; Ba- cisa ser também cuidadosamente testada
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Chang, 1980 ; Coutin o c Riquelme _
O prc sc nte trabalh o teve como objeti-
198 1; Smith c Adcgbola , 1982 )_ a
vo medir o efeito de diferentes n iveis de
mai o ri a dos casos, esses aut ores es tabe-
suple men taçao sob re os ganh os mé dios
leceram a perce nta ge m com a qual a cas-
de peso vivo, de nov ilhos de corte em
ca deve ria parti cipar das rações para as
fase de acabamento. mant idos em con fi -
diferent es espécies de animais domésti -
namento e alimentados ad libirum com
cos, nunca chegando a recomend ar o
casca C0l110 única fonte de vol umosos.
uso da casca com o única fon te de ali-
mentos volumosos.
Material e Métodos
Posteriomlen tc L1amosas, Pereira e InstalaçOes . O experimen to foi con-
Soares (1983) c Pereira. LIamosas e duzido na Granja Experimen tal Ca rlos
Soa res (1984) verificaram que a casca Brandão, da Divisão de Zoo tecnia do
fresca poderia substi tuir to talmente o Cen tro de Pes quisas do Cacau (CEPEC),

ReviJla Theobromo / 5(1 J. / 985


Suplementaçt!o da CQsca do fru to do cacaueiro na a/imelltaçt!o de novilhos 29

situado no município de Dhéus , BA. Qu adro 1 - Pe r Cen tualS de-maté-ria se


ca ( MS) . pro t e ína br uta ( PS ) e fibra b ru
As baias s:ro individuais , contíguas, ta ( FB) dos cornpo nen[e~ das rações .
tém uma área de Ii m', sendo que esta
Componente s M$Z
é parcialmente coberta com teUlas de
zinco . O piso da parte coberta é de con-
creto e o da deseoberta é de terra e se Casc a l 5, 5 1 , 81 26, 11

apresenta bem drenado. Cada baia tem Fare l o de ,ri ~o 85 , 6 18,35 11 , 39


cochos individuais para alimentos volu -
Feijão 83 . 0 2 1, 2 t. , O
mosos , concentrados e mistura de mine-
rais. Os bebedouros s:ro providos de a
Perc entagem na ~S .
água corrente .
Alúmais usados, delineamento e ro, 70; sódio, 226; enxo(re, 0,334: clo -
n(veis de suplementação. Utilizaram-se ro, 340 ; cobre, 0,320; cobalto, 0,075;
nOviUIOS azebuados, castrados, com 349 iodo, 0 ,059 e zinco, 0,272. Água c mis-
kg de peso médio inicial e que foram tura mineral foram oferecidas ad libitum
evennin a<los e identificados a ferro durante o expe riment o.
quente. O delineamento experimental
Manejo dos animais, O expe rimento
foi o inteiramente causalizado com três
foi conduzido no período de julho a o u-
tratamen tos e sete repetiçOcs. Os ani-
tubro de 1982, num total de 90 dias. l'a
mais foram distribuídos nos tratamentos
fase inicial - 30 dias - , os noviUlOs se
de fonna a se obter grupos seme lhantes
adaptaram ao sistema de confinamento,
em peso .
sendo que o capim de corte inici almen te
Nos três tratamentos, a ração foi oferecido foi sendo subSlituído gradati-
constituída de casca (fração volumosa), vamente pela casca fresca. Nesta fase, to-
oferecida ad libirum. e por uma fraç:ro dos os animais receberam 1,6 kg de mis-
suplementar fonnada por uma mistura tura de concentrados. Este concentrado
de concentrados, ministrada nos níveis constituído por uma mistura de 80% de
de 1,6; 2,2; e 2.8 kg/ani mal/dia para os farelo de trigo e 20% de feijão mo ído, in-
tratamen tos I, 2 c 3, respec tivamente. servível para consumo human o, foi ofe-
Os teores de matéria seca, proteína e recido em se parado , pela manha . Na fa-
fibra destes alimentos encontram-se no
se da tomada de dados - 60 dias - ,
Quadro I. As percentagens de matéria a casca, nos tr~s tratamentos, fo i pesa-
seca, prote ína e fibra da fração su ple- da e oferecida ad libirulIl, duas vezes
mentar foram de, respectivamente, 85,2, ao dia, de fonna a, no dia seguin te,
18,R e 9,9% e a casca, C0l110 foi ofereci- existirem sob ras para pennitir a ob ten-
da, tinha 1,22 de proteína e 4 ,46% de ção de dados sob re a quantidade consu-
fibra . mida pela diferença en tre o oferecido e
A mistu ra de minerais, adquirida no as sobras retiradas no dia seguinte.
comércio, tinha os seguin tes níveis de
garantia (em 4 g de elemento ativo po r A casca fo i recoUlida semanalmente,
1000 g de mistura): cálcio, 167; fósfo - após a quebra dos frutos , e transportada

Revista Theobroma 15(1}. J 985


30 L14moSQs. Pereira e Soares

para o galp:l'o de beneficiamento. onde, efetuada segundo a metodologia de Len-


usando máquina adaptada para este ckeith e Becker (I958)e as de proteínas
fim. foi fragmentada de forma a facilitar e fibra foram feitas de acordo com as re-
o consumo. comendações da A.O .A.C. (Association
A determinação do consumo de mi- of Official Analytical Chemists, 1970).
nerais por animal foi efetuada por dife-
rença en tre o oferecido e o resto, pesa- Resultados e Discussão
do no final do experimento. Consumo de alimentos. Os dados so-
O consumo médio da casca, mistura bre consumo médio diário de matéria
mineral e concentrados, em cada trata- seca , proteína e fibra concernentes ~
mento, está no Quadro 2. fração volumosa , ~ de mistura de con-
centrados, bem como ao total da fração
Para obterem-se os dados sobre ga-
e ~ mistura mineral, encontram« no
nho de peso vivo , os noviUlos, após um
Quadro 2.
jejum de 16 horas, foram pesados duas
O porcentual de participação do vo-
vezes. A primeira, ao iniciar-se o perío-
lumoso, expresso em termos d"e maté-
do de tomada de dados e a segunda ao
ria seca, foi de 82,0, 77 ,6 e 71 ,4 para
término do mesmo. Estes dados esta"o
os tratamentos I, 2 e 3, respectivamen -
no Quadro 3 .
te. Esses valores, quando comparados ao
No período de tomadas de dados, fo- recomendado pelo National Research
ram obtidas 16 amostras dos alimen tos Counci! (1976) para novilhos de corte
usados e submetidos ao tratamento de em fase de terminaçl!O , foram sensivel-
praxe para possibilitar a realização das mente maiores , chegando a representar
análises químicas. quase o dobro no tratamento I .
A determinação de matéria seca foi Os diferentes níveis de suplementa-
Quadro 2 - Consumo mêdio diá ri o de matéria seca (MS), prote ín a bruta (P8) e
fib ra brut a (F B) em cada fração das ratões e consumo medio diário de matéria se-
c a, pro teína, fibra e mistura mineral nos três [rata~entos.

Vo l umoso Concen trad o To t a 1 (kg)


Tratamentos
MS· P8 f8 MS PB fB MS PB f8 !iH

1 6 , 69 0 , 526 1,92 1, 36 0 , 259 O, 13 8 , 05 0 , 783 2,05 0 , 065


2 6 , 64 0 , 522 1,91 1, 88 0 , 355 0 ,1 9 8 , 52 0 , 877 2, 10 0 , 070
3 6 , 03 0 , 474 1, 73 2, 39 0 . 451 0 , 24 8,42 1,925 1, 97 0 , 059
c v-ll,41

Tratamentos:
1 - casca ad Li bitum • 1,6 kg de mistura de co ncentrados .
2 - casc a ad l i bit wn • 2,2 kR de misl.ura de co ncentrado s .
3 - c asca ad libitW"1 + 2,8 kg de mistura de conc ent rados.
a A S mé dia s desta va r iáve l não foram e stat i sti c amente diferentes ent r e 5 1.

Revista Tlteobroma J 51 J). J 985


SuptementaçlIo da casca do fruto do cacaueiro na alimentação de novilhos 31

Quadro) - Pesos médi os i ni c ia l e final , ganhos médios toc ai s e di ários por


tratamento e er ro padrão de média (E PM).

Pesos méd i os ( !'.) Ganhos méd i os


Tra t1me nt oS E. P~
a
Ini c ial Fina l TOl. 1 Diã r i o

347 , 3 384 , 7 37 , 3 0 , 616 I,5

2 349 , 0 397 ,7 48 , 7 0,8 11 2, 5

3 348,8 393 , 0 44 , 2 0 , 736 3, 3

cv • 8,8

Tratame nt os:
I - casca ad libitl.r1 + l , b k ~ de mistura de conce n trados.
2 cas ca ad libi tum + ,-, -, kg de mis cur a de concent rados.
3 - casca ad Libüum + 2 , 8 kp. de mistura de concen tri)dos .
" AS méd La s des ta variáve l n ao foram e statisti c ament e dife re nt e s entre si.

ção não afetaram estatisticamente o Ganho de peso. No Quadro 3, en-


consumo de matéria seca. Não obstante, contram-se os dados sobre os pesos ini-
as tendc!ncias mostram que a uma maior ciai e final e ganhos médios totais e diá-
suplementaçao (2,8 kg de mistura de rios em cada tratamento. Não houve di-
concentrados) corresponde um menor fere nças estatisticamente significativas
consumI? de volumosos. Todavia, a di · entre tratamentos. Ao observarem-se as
ferença de consumo de volumosos en· tendc!ncias, verifica-se que os animais
tre tratamentos não apresentou a mes- do tratamento 2 (2,2 kg de mistura de
ma proporção com o nível de suplemen- concentrados) apresentaram um melhor
taçao. desempenho , embora o consumo de
matéria seca e proteína, observados nes-
O consumo de matéria seca total foi
se tratamento, fossem muito próximos
estatisticamente igual entre tratamentos.
do tratamen to 3 (2,8 kg de mistura de
A pequena diferença a favor do trata-
concentrados). Os ganhos de peso nos
mento 2 (2,2 kg de mistura de concen-
três tratamentos foram menores que
trados) não tem, aparentemente, expli-
os esperados (900 g por dia), fato que
cação lógica.
deve ter sido provocado pela qualida-
O consumo de matéria seca, expresso de genética dos novilhos, pois eram
em quilogramas de matéria seca por 100 mestiços de raças zebu. Este fato fica
kg de peso vivo , foi maior no tratamen- mais evidente se comparado com os
to 2 (2,2 kg de mistura de concentra- resultados encontrados por Uamosas ,
dos). Os resultados nos tratamentos 2 e Pereira e Soares (I 983), no qual novi-
3 sllo ligeiramente maiores aos encontra- UlOS mestiços de Holandés x Zebu atin-
dos por Uarnosas, Pereira e Soares giram peso igual ao esperado.
(1983). A análise de eficiéncia alimentar

Revisra Theobroma 15(11. J 985


32 LÚlmoSllS, Pereira e Soares

apontou o tratamento 2 (2,2 kg de mis - clui-se que o ganho de peso vivo dos ani-
tura de concentrados) como o melhor mais nao se alterou com os diferentes
(Quadro 4). níveis de suplementação.
Não houve problemas de ordem ali-
A casca apresenta grande sapidez,
men tar durante a condução do experi-
sendo in tegralmen te aceita quando na'o
mento, o que vem ratificar os dados cn-
deteriorada . Sugere-se outros estudos
con trados por Uamosas, Pereira c Soa-
utilizando-se animais com maior poten -
res ( 1983).
cial de ganho de peso e incluindo outras
CondusOes
fontes e níveis de concen trados.
Nas condiçOes experimentais, eon-

Quadro 4 - Eficiênci a alimentar e xpressa em quilogr ama de mat é ri a seca ( MS) e


de proteína bruta (P B) por qu ilog rama de peso vi vo ( Pv ) g anho em cada tratamento
e consumo médio diá r i o de ma têr ia seca (~S) em cada tratame nt o por 100 kg de pe-
so vivo (p v ) .

Va r i á v e i s
Tr atamentos
kg de MS/kgPV kg de PB / k~ PV MS (kg /lOO kgPV)

1 13 , , 1, 29 2,3l

2 10,5 1, 08 2,"

3 11, li 1,25 2 , 41

Tratamentos:
1 - casca ad ~iôitwn + 1, 6 kg de mis tura de concentrados.
2 - casca ad Zibitum + 2 , 2 kR de mistura de conc ent rados.
3 - ca sca ad LibitWTI + 2 , 8 kg de mi stura de conc en trados.

Agradecimen tos
Aos funcionárips das Divisões de Agronomia e Produção e. de Zootecnia. pelo apoio opera-
cional na execução do trabalho.

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Centro de Pesquisas do Cacau, Ilhéus, Bahia, Brasil

Evapotranspiração potencial em superfícies planas


horizol1tal e inclinadas na estação
lemos Maia, Una, Bahia, por ocasião dos
equinócios e solstícios

Dagmar Finizola de Sá l e Hermes Alves de Almeida l

Resumo
Determinou-se, através de um estudo topoclimatológico, a radiaç[o solar global incidente nas
encostas orientadas para os pontos cardeais de uma depress!o a fun de quantificar a sua evapo-
transpiração potencial pelo método proposto por Penman , Situada na Estação Lemos Maia, Una,
Bahia , a depressão tem encostas com inclinaç[o em torno de 30 0 ,Os dados observados - tempe-
ratura do ar, umidade relativa, radiação _solar global e velocidade do vento a 2 m de altura - cor-
respondem a um período de observação de setembro de 1979 a junho de 1981. A tomada de da-
dos centrou-se nos equinócios e solstícios, isto é, de 4 dias antes a 4 dias após cada uma dessas
efemérides. Os resultados evidenciam que, por ocasião dos equinócios e solstício de inverno , a fa-
ce voltada para o norte recebe mais radiação solar global incidente quando comparada com as de-
mais exposições, com acréscimos na temperatura e decréscimos na umidade relativa e, como con-
seqüência, maior evapotranspiração potencial. No solstício de ver[o, a encosta faceada para o sul
é afetada por maior quantidade da radiaç[o solar global incidente, verificando~e umidade relativa
mais baixa, temperatura e evapotranspiração potencial mais elevadas.

Paillvros-cht1lle: evapotranspiração, topoclirnatologia , topoevapotranspiração, radiação solar

Evapotranspiration potential on boriz:ontal and inclined f1at surfaces


at tbe equinoxes and solstices at Una, Babia, Brazil

Abstract
The total incident solar radiation was determined on slopes of the Lemos Maia Experimental
Station at Una, Bahia, Brazil, The topoclimatological study was made in a hollow of about 30 0 in-
clina tion along the cardinal points in order to quantify the evapotranspiration potential by the
method of Penrnan. Data - air temperature, relative hum idity , total solar radiation and wind ve-
locity at 2 m height were obtained during the period of September 1979 - June 1981. Data-
taking was centered on the equinoxes and solstices, i.e. 4 days before and 4 days arter each
ephemcrides. The result for the equinoxe s and winter solstice showed that the north-facing
surface received more total incident solar radiation as compared to the other surfaces with an

1 Divisão de Climatologia, Centro de Pesquisas do Cacau, Caixa Postal 7, 45.600, /tabuna, Bahia,
BrosiL

R ecebido paro pu blicação em 28 de m4rço de 1985 35


36 Sá e Almeida

increase in temperaturc and a decrease in relative humidity and as a conscquence greater evapo-
transpiration potentiaL At the summer solstice. the south-facing slope had more total incident
solar radiation as shown by the lower relative humidity and higher temperatures and evapotrans-
piration potentiaL

Key words: evapotranspiration . topoclirnatology , topoevapotranspiration , solar radiation

Introdução Material e Método


O clima de uma escarpa ou de uma O trabalho foi desenvolvido numa
exposição é determinado primeiramen- depressa:o, cuja inclinaça:o média das en-
te, pela quantidade de radia~o solar re - costas se encontra em tomo de 30 0 , lo-
cebida_ Como exemplifica Ge iger calizada na Estação Experimental
(1966), uma superfície inclinada de Lemos Maia, Una, Bahia, latitude
20 0 , exposta na direçiIo sul , na Ale- 15 0 17'34" S e longitude 39 0 04' 38" W.
manha, recebe, grosseiramente, duas
vezes mais radiaçlfo, em janeiro, do Foram utilizados dados médios, pro-
que uma superfície horizontal situada venientes de registros diários , relativos
no mesmo lugar. à temperatura do ar , velocidade do ven-
Num dado ponto no topo da atmos- to a 2 metros de altura, umidade do ar ,
fera terrestre, a quantidade de energia horas de insolaça:o e radiaça:o solar
solar inciden te é maior no verlfo que no global.
inverno , principalmente, devido à ele- As medições foram efetuadas nas fa-
vação angular do Sol. A elevaçlfo do Sol ces norte , sul , leste e oeste, num mesmo
ao meio dia solar, na zona intertropical, plano, eqüidistante cerca de 60 metros
nunca é menor que 43 0 e a duraça:o do do fundo e da parte superior da depres-
dia nunca é inferior a 10 horas e 30 'mi- sa:o, e no posto agroclirnático - super-
nutos (Wang, 1967). fície plana e horizontal - distante 850
Além da posiça:o relativa do Sol, di- metros, aproximadamente, utilizando-se
versos fatores alteram , ainda, a quanti- dos seguintes instrumentos: psicrôme-
dade de energia solar que é recebida tros August de ventilaça:o natural , psi-
na superfície da Terra : a opacidade da crômetro Assmanm , anemOmetro tota-
atmosfera, as características do terreno, lizador, termômetros de máxima e mí-
cobertura vegetal e, no âmbito urbano, nima, termohigrógrafos, pluviômetros,
o tipo e orientaça:o das construções_ actinógrafos Robitzch-Fuess e piranô-
A orografia , com variad íssimas ori- metros Bellani.
entações e inclinações, tem influência De posse dos dados médios diários,
marcante sobre o total de energia so- coletados nas encostas e posto, nos três
lar recebida e, conseqüentemente, o horários de observação, ou seja , às
objetivo agronômico se amplia , deter- 12:00, 18 :00 e 00 :00 TMG, por oca-
minando-se a evapotranspiraça:o poten- sião das principais efemérides do Sol
cial, com a possibilidade de melhor (conSiderando-as como 22 de março,
aproveitamento das encostas. 22 de junho, 22 de setembro e 22 de

Revista Theobroma 15{1). 1985


EvapotTanspiTaçtro potencial ~m supeT!lcies pIDnas 37

dezembro), calculou-se, com base nas onde U é a velocidade do vento, em kml


fórmulas teóricas deduzidas por Perunan dia, a 2 metros de altura acima da super-
(1956), a evapotranspiraça'o potencial fície ; e a é a pressão parcial de vapor; e
diária para os equinócios e solst ícios, is- (e s - ea ) é o déficit de presSa'o de satu-
to é: 9 dias consecutivos, 4 dias antes e ração do ar em mm de Hg.
4 dias após cada uma dessas efeméri- O saldo de energia dispon ível (H),
des, no período de setembro de 1979 a para evaporação ou evapotranspiraça'o.
junho de 1981 (Quadros I, 2, 3 e 4)_ pode ser estimado pela expreSSão:
Consoante Maldonado (1964), as H = Qg(1 - a) - 144Q.oT 4 (0,56 -
fórmulas teóricas apresentadas por Pen- n
man (1956) para evaporaça'o de super- O,09"'Fa) (0,10 + 0,90 N) (5)
fície de água livre e evapotranspiração
onde Qg é a radiação global; a indica o
potencial de cada cobertura vegetal
albedo da superfície; a é a constante de
baixa, densa e uniforme, são inteira-
Stefan-Boltzman; T é a temperatura mé -
mente semelhantes e podem expressar-
dia (~) ; n e N representam, respecti-
se convenientemente sob a forma:
vamente, insolação efetiva e duração
6 H máxima de insolaça'o, ambos em ho-
-n>?+REa
r .)0,0 ras e décimos. Nesta expresSa'o, ea é
E = ....:....---.:..._-- (I)
p 6 + I dado em mm de Hg; H e Qg em cal.
r em -2 . dia -I ou Iy _dia-I.
onde Ep é a evapotranspiraça'o poten-
cial. esta equação, Resultados e Conclusões
'Y =C p i5/0,622 L (2) As encostas faceadas para este e oeste
(durante os equinócios) e o posto têm
é o parâmetro psicrométrico, em que Cp
valores de evapotranspiração potencial
é o calor específico do ar seco sob pres-
semelltantes. Estas superfícies recebem
sa'o constante; p é a presSa'o atmosfé-
menos energia radiante do que a norte
rica média; e L é o calor latente de eva-
e mais do que a sul, diferenciando-as,
poração (Smithsonian Institution, 1968).
conseqüentemente. As faces voltadas
O parâmetro 6 é deflllido como:
para o norte e o sul apresentam os va-
6 - K des/dT (3) lores extremos de radiação solar global
onde es(mb) é a presSa'o de saturaça'o e evapotranspiração potencial .
d'água à temperatura T (OC) e K =
As encostas faceadas para este e
0 ,"150062 é o fator de conversa'0 de mb
oeste (durante o solstício de verão)
em mm de Hg.
e o posto apresentam valores seme-
Calculou-se o poder evaporante do lltantes de evapotranspiraça'o potencial.
ar (REa) mediante a avaliação empírica Estas superfícies recebem menos ener-
obtida por Penrnan (1956): gia radiante do que a faceada para o sul
e mais do que a faceada para o norte .
U
REa ~ 0,35 (J +160 )(e s - ea) (4) Neste período, a face voltada para o sul

R~{sta TheobToma 15(/l. 198 5


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~. Quadro I - ~l·d i .lS r. i .jri.1S de témp~.:'.l l llr:1 (t . íl C) , umi d3dt."' re l .1 ti v.a (CR , 't) , f l uxo de r adi3cão sol:l r ~ l oha l sobre SUpcr" fl c i es
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I • 11.
23 , 8
20 , 9
21 . 3
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91.
97
110

150
2
1 , 19
0 , 55
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19 26 , 0 82 504 3 , 75 24 , 0 90 370 2 , 46 25,7 86 478 3 , 45 25 , 9 85 '72 3, /;2 24 , 0 85 GlO J . 13
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~ Quadro 3 - Med i as di árias de tempe r atlJ r a ( t, °C) I umi dad~ :"ela liva (UR , X) I fluxo de radiação sola r global 8obr~ duperíícles
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..... 19 23 , 9 85 325 2, 47 21, 3 93 221 1 , 37 22 ,3 86 286 2, 00 23 , 2 86 290 2, 10 21, 9 88 303 2, 0 1

~ 20 24,S 81 492 3, 76 22 , 6 87 352 2 , 44 23 , 3 84 416 2 , 97 2l. ,3 82 425 3, 20 22,9 8S 4;9 3 , 18


21 24 , 9 87 432 3, 36 23 , 0 93 331 2. 26 23 , 9 88 376 2,77 24 ,7 87 381 2, 91 23 , 2 90 403 2, 82
Se<./80 22 25 , 9 86 37 1 3 , 22 23 ,7 92 278 2 , 12 25 ,1 88 ,342 2 , 81 25 ,8 87 340 2 , 89 24 , 0 90 346 2 , 70
23 22 , 2 92 120 1, 14 21,0 98 92 0 , 67 21 , 7 9; 103 0 ,8 7 22,0 9 /• \lO 0 , 98 21 , I 96 111 0 , 90
24 22 , 2 91 162 1, ;7 21 , S 98 125 0 , 97 21 , 8 93 140 1, 28 22 , 1 92 142 1 , 35 21 , 6 95 151 1, 30 '"...,.
25 23 , 2 90 200 1,93 22 , 4 98 161 1, 30 22 , S 92 185 1, 70 23 , 1 90 188 1 , 82 22 , 8 93 186 1, 69 :..
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19 24 , 6 92 19; 1 , 62 25 , 6 81 315 3, 00 2; , 0 86 252 2, 27 25,2 83 262 2,4 2 24 , 9 85 270 2, 41
20 24 , 9 87 390 3, 08 25 , 8 80 600 4 , 90 25 , 6 84 4 14 3, 31 25,7 82 452 3, 62 25 , 0 84 516 3 , 95
21 24, 9 86 385 3, 10 25 , 9 77 602 5,14 25 ,3 82 460 3 , 77 25 , 4 79 483 4 , 00 25 , 0 80 517 4, l6
Dez , / 80 22 23 , 7 94 316 2, 32 24 , .4 86 486 3, 96 24,0 90 363 2, 80 24 , 2 89 374 2 , 92 24 , 0 91 418 3 , 15
23 24 , 1 90 130 1,19 25 , 6 80 20 1 2, 19 24 ,9 85 151 1, 56 25 ,1 84 170 1, 74 24 , 2 85 172 1,68
24 25 ,2 85 349 2, 82 26,7 79 592 5 , 04 26,0 82 444 3 , 65 26 , 4 78 46 1 3,88 25 , 3 83 509 3,98
25 24 , S 88 375 2 , 92 2; , 8 82 595 4,9 5 2; , 4 85 447 3 , 60 25,6 82 449 3, 69 24 , 1 86 51 1 3 , 93
26 24 , 0 87 308 2,3 ; 25 , 8 78 500 ~ 2; , 1 83 389 ~ 25 , 6 81 40; 3, 32 24 , 2 83 430 3 , 26
22 , 02 37 , 84 27 , 43 29 , 11 30 , 06
Quad ro 4 - Médias.diárias de t empe rat ura (t. °C), umidade rela tiva <UR , X) . fl uxo de radiação solar globa l sobre superfícies
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Norte Su l Es t e Oes t e Po sto


Data t UR Q Ep t UR Q Ep t UR Q Ep t UR Q Ep t UR Q Ep.

18 27 , 2 80 548 4 , 85 26 , 1 84 384 3 , 34 26 , 9 83 502 4 , 36 27,0 81 526 4 , 59 27 , 0 82 529 4,60 t>,


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19 25,9 86 267 2 , 46 25,6 94 211 1,72 26,0 91 238 2 ,04 26,1 89 240 2 , 13 25 , 7 89 244 2 ,1 3
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251
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26 23 , 9 89 267 ~ 23,0 96 187 23,6 95 240 23 , 8 92 23 , 3 93 ~
24 , 03 15 , 85 19 ,09 21,11 21 ,38 '":s
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18 23 , 3 75 351 2 , 09 2 1, 0 89 119 0 , 62 21,7 85 226 1 , 21 22 , 0 83 216 1 , 21 23, 1 83 3)) 1 , 84
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19 23 , 0 78 335 1 , 86 20 , 9 90 104 0 , 52 21 , 2 86 214 1 , 07 21,9 85 219 1, 15 21 ,7 86 329 1, 59 ~
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20 23 , 7 80 334 2 , 46 21, 4 93 90 0 , 53 22, O 89 216 1 , 37 22 , 8 88 208 1 , 41 21,8 89 305 1,87 ã'
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21 , 8 90 150
10 , 88
144

11 ,I. 2 16 , 43

~ ........
42 S6 e Almeida

está exposta aos raios solares incidentes A encosta. orientada para o sul. na
e a norte menos exposta. Por esta razao, época do verão, dispõe de caracterís-
os valores sao mais altos e mais baixos, ticas semelhantes às que ocorrem na en-
respectivamente. costa faceada para o norte , por ocasiao
As encostas faceadas para este e dos equinócios.
oeste (durante o solst ício de inverno)
As encostas faceadas para o leste e
são símiles com relação à evapotranspi-
oeste, em virtude da simetria, apresen-
ração potencial e à energia radiante, po-
tam valores intennediários, em todas as
rém apresentam valores superiores aos
estações, qua:ldo comparadas com as ex-
da face voltada para o sul e inferiores
posições norte e sul.
aos constatados no posto e na face nor-
te. Por ocasi:ro do inverno, no hemisfé- Os Quadros I a 4 evid~nciam clara-
rio sul, a incidência dos raios solares mente, qual a exposição que asseguraria
é muito grande na encosta faceada para menor evapotranspiração, em cada época
o norte e muito pequena na faceada do ano. Ao agrônomo e ao agroclimato-
para o sul. logista compete orientar o agricultor para
Verifica-se que, na encosta faceada utilizar a encosta mais conveniente, em
para o norte, durante o outono, inverno função da cultura considerada e das
e primavera, a temperatura é mais alta épocas de plantio e colheita correspon-
e a umidade relativa é mais baixa. Esta dentes, levando em conta as proprieda-
encosta recebe mais energia radiante e, des físico·químicas do solo, as classes
conseqüentemente, a evapotranspiraç:ro de capacidade de uso das terras, as téc-
é mais elevada, quando comparada com nicas de manejo e controle da erosão
as demais exposições e, principalmente, mais indicados e a fertilidade natural
com a face voltada para o sul. dos terrenos.

literatura Citada
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R~i$(a Theobroma /5(1). /985


Revista T1teobroml1 15(1): 43 - 48. / 985 NOTA
Cen tro de Pesquisas do Cacau. Ilhéus, Bahia, Brasil

Estágio atual dos estudos de mineralogia de argila dos solos da


região cacaueira da Bahia

Sandoval Oliveira de Santana!

Resumo

IÕ apresentado um resumo dos estudos de mineralogia de argila já efetuados sobre algumas


unidades de solo da região cacaueira da Bahia . Das 15 unidades estudadas, 11 apresentam está-
gio de int emperização mais avançado , com dominância de minera is 1 :1, famllia da caulinita .
Mon tm orilo nita /esmectil<! e vermiculil<! predominam na unidade ltamirim (MoUisol) e foram
ide ntificados I<!mbém nOs solos Hidromórticos ( In ce p~o\s) . Ocorrem ainda m icas, atalpugita,
minerais estratificados. gibsil<! , goe tita e he matita .
Palavras-chaves: Tlreobromll cocao. solo, minera!ogia

Present status of lhe studies 00 lhe day mineralogy of the soils of lhe
Cacao Region of Bahia, Brazil
Abslracl
Thc present status of the studies on the clay mineralogy of some earlographie units of the
Oteao Region of Bahia . Brazi!. issummarizcd. E1even of the 15 soil u nits showed advanced
weathering. with dominance of 1 :1 of minerals. kaolinite family. Montmorilonite /smeet ite and
vermieulite predominate in the ltamirirn (Mollisol) soil un it and were found in the lIydromorphic
(Inceptisol) soil uni!. Mieas, atta lpug ite. interstratified minerais . gibsi te. goetite and Itematite
were also noted .
K ey words: Theobroml1 C4 cao, soi!. mineralogy

o intuito deste trabaUlo é apresentar (Comissao Executiva do Plano da la-


dados mineralógicos de alguns solos voura Cacaueira).
cartografados na Regiao Cacaueira da
Bahia . cujos est udos, na área de minera- A Regiao apresenta diversidade ped o-
logia , se rao dinamizados com o funcio- lógica, possuindo 30 unidades carto-
namento de aparelhos de difraça'o de gráficas ( Silva et ai , 1975), o que re-
raios X Spectrometry TuR M 62, re- quer um est udo minucioso sob re a sua
centemente adquirido pela CEPLAC mineralogia para um melhor conheci-

I Setor de Pedologia. Centro de PesquiStls do Cacau, Caixa Pos/al 7, 45600 , l/abuna , Bahia,
Brasil.

Recebido para publicação em 4 de mI1io de 1984 43


44 Santana

mento desses solos e fornecimento de também em ~olos Ultic Tropudalf,


subsídios para pesquisas em áreas Oxic Tropudalf e Typic Eutropept,
correlatas. também coletados no CEPEC. Em
Um dos primeiros estudos na área dois perfis de Orthoxic Tropudult,
de mineralogia da fraçao argila dos estudados no Município de Camac:r,
solos da Regiao (Figura I) foi feito Bahia, na Fazenda Divina Pastora, foi
por Morais c Page (1976). Trabalhando encontrado como argilo mineral domi-
com os horizontes A e B de cinco nante , nos horizontes A e B a caulinita
perfis de solos. os pesquisadores mencio- bem cristalizada, seguido de interes·
nados constataram a predominância tratificados e goetita aluminosa.
de caulinita na fraçao argila, com A caulinita desordenada foi identifi-
exceç:ro da unidade Itamirim (Ar- cada por Melo et ai (1977) como mine-
giuston. na qual predomina o argilo- ral dominante na camada mC 2 de um
mineral montmorilonita/esmectita , se- Aluvial Distrófico (Typic Tropaquent),
guida de verrniculita , caulinita e mica. coletado no Município de Uruçuca.
as demais unidades - Cepec (Tropul- Nesse mesmo solo , foram encontrados
dalO, Vargito e Itabuna (Tropudults) goetita , talco , montmorilonita/esmectita
e Una (Haplusthox) - verifica-se a e interestratificados.
seqüência caulinita , interestratificados e Melo (1978; 1980) estudou os mine-
mica. além de hidróxidos de alumínio rais de argila de seis perfis localizados
(gib ita) e ferro (goetita). Em trabalho no Município de Uruçuca . No latosso-
posterior , Morais, Santana e Chepote lo, perfis I, 2 e 3, unidade Água Sumi-
(1977), estudando os horizontes A 1 e da (Typic Umbriorthox), predomina a
B21 das unidades Una. Valença e caulini ta desordenada em todos os
Colônia Argilosa (Haplorthoxs e lIaplus- horizontes, exceto no C, onde a me-
thox s). constataram a dominância de tahaloisita é o argilo mineral predomi-
minerais do grupo I : I. famtlia da cauli- nante; já no perfil 4 (Umbriorthox),
nita. alem de gibsita e goetita, quartzo e ocorre uma 'mistura de caulinita desor-
óxido de ferro (hematita). Para as uni- denada e metahaloisi ta , com a última
dades Vargito e Itabuna (Tropudults). a predominando também no último hori-
seqüência encontrada na fraç:ro menor zonte. Traços de esmectitas e interes-
que J. Jl foi caulinita , interestratificados, tratificados são encontrados em todos
quartzo, gibsita e goetita . os perfis. além de gibsita e goetita .
Rego (1977) encontrou, na fraç:ro A metahaloisita predomina em to-
argila. nos horizontes A e B da unidade dos os horizontes do Tropudult variaça-o
Cepec Moda] (Typic Tropudalf), coleta- Itabuna (perfil 5), com pouca haloisita
do na área do CEPEC (Centro de Pesqui- hidratada no 8 2 ; traços de talco , es-
sas do Cacau), Ilhéus, Bahia, a presença mectitas e interestratificados sao encon-
marcante de metahaloisita e ocorrência trados em todos os horizontes. Consta-
de intcrestratificados e goetita . Esses tou-se ainda a presença de gibsita, goeti-
mesmos minerais foram encontrados ta e quartzo nos horizontes A) e B I ' Na

Re l'ista 71l eobroma 15(1). 1985


M/nua/0g/4 dOJ 1OI0J ~m CQcau 45

Leu"do :
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Figura 1 - Ãrea pesquisada na regi:ro cacaueira da Bahia ,

Revista TheobroTTU1 J 5( 1), J 985


46 Santana

unidade Rio Branco (Umbric Haplor- Vertic Tropaquept, segundo O U.S.


thox), predomina a caulinita desorde- Departament of Agriculture ; Soil Con-
nada , sendo que a biotita e goetita fo- servation Service (1975). Neste solo,
ram encontrados em todos os horizon- a caulinita predomina no horizonte
tes , bem como traços de esmectita/ AI , ficando constatado também a pre-
montmorilonita e interestratificados. sença de interestratificados, i1ita e
atapulgita. Nos demais (11 Bg e III Cg),
Em estudos realizados em solos
foram encontrados montmorilonita/es-
latossoozados das unidades Una , Co-
lônia (Haplorthoxs) e Água ' Sumida mectita, caulinita, interestratificados e
(Umbriorthox), Carvalho Filho (1981) i1ita. No mesmo trabalho , encontrou~e ,
identificou como mineral dominante, na fração menor que 2j.1 de um Podzó-
em todos os horizontes, a cau1inita, Iico Vermelho Amarelo Equivalente
seguido de pequenas quantidades de Eutr6fico (Série Sede), classificado co-
gibsita e mica . mo Typic Tropudalf, a seqüência
caulinita , montmorilonita/esmectita , in-
Chepote e Pereira (J 981). estudaram terestratificados , talco e atapulgita. sen-
a fração argila das unidades Cepec (Tro- do que este último mineral ocorre nos
pudalf) e Camaca- (Tropudult) e horizontes mais profundos.
identificaram ilita, caulinita e goetita.
No solo Rio Branco ( lnceptisol), detec- Em síntese , constatou~e , nas quatro
taram interestratificados , caulinita, goe- unidades de mapeamento pertencentes
tita e gibsita . Cabala-Rosand e Wild )10 Grande Grupo de Solos Tropudalf, a

(1982), estudando a unidade Camaca- presença de caulinita e/ ou metahaloisi-


(Tropudult), identificaram esmectita, ta, montmorilonita/esmectita e mica
quartzo e mica como minerais cons- e/ou ilita (Quadro 1).
tituintes ; na unidade Una (Haplorthox
Cristalino), foi reconhecido somente a Em 11 das 15 unidades pesquisa-
caulinita . No solo Vargito (Tropudult), das , a caulinita predomina na fração
os mesmos pesquisadores reconhece- argila indicando solos mais desenvol-
ram caulinita e interestratificados e , vidos.
mais , vermiculita e mica quando a
Conclui~e pela necessidade de novos
argila foi saturada com magnésio e
tratada com glicerol. trabalhos nesta área a fun de que se
possa caracterizar mais extensiva e
Santana (1983) e Santana , lima detalhadamente a mineralogia dos
e Mota (1984) constataram a predo- solos da região cacaueira , com o obje-
minância do mineral montmorilonita/ tivo de melhor conhecer os proCessos
esmectita, principalmente nos horizon - de gênese , a potencialidade e os meca-
tes subjacentes de solos Hidromórfi- nismos de adsorção e retenção de nu-
cos (Série Baixada), classificado como trientes nestes solos .

Revista Theobrom4 15(1). 1985


Quadro 1 - Minerais da (raci o ar ,ila de '0101 repre sen tativos d. re~ião caeauei r. d. B.hi. 3 ,

Unid.de Ordelll. Crupo Subgrupo Hor.


Pro ( .
(em) "".
( %)
r.u.
(%)
Minerais da (r.cão ar~ i l.b
(0.002 nn )

I t amarim Moll i so l Ar gi ust ol l Typic Argiustoll Ali O \I ~, 2 18 , ~ H(E) . v. C. 5oi , 4, ,"o


.2 58 - n 1' , 0 22 , 1 ~ ( E) , v, C, aIIi , 4, /to e Cb
ee pe c "Ifi ,o } Tropud.lf Typic Tropuda 1( AI. 25 , 5 '2 , 0 11, C, Co
Hoda l Typic Tropudalf Al8 H ,I}, 42 , 0 H~ , I , ItO
Cepte f a$« AlfiAo l Tropud.H OKie Tropudalf AI O- 10 6,0 29,0 C, Cb , . i , q , go
Substna t o 021 55 70 9, 0 29, 0 C, Cb . i, q, mi, ao
Caue ã (Vara i lH t i$o l Tropudult Typie Tropudult Ala 12 . 4 29 , 0 M([), mi , q
t o rutr">(i c(f
Vngi l o ois- Ulti so l Tropudul t Typi c Tropudult AI O- 5 16 , 0 42 . 0 c, I , Q , Cb . SO. q
lró f i co 82 1 52 - 18 2, 0 38,0 C, I , Cb , f{o , q
Itabuna Ultisol Tropudult Typ i.c Tropudu tl AI O- 7 15, 0 24,0c , q, (to
Moda I 82 36 - 64 100 , 0 34 , 8
c , [to ~
Itabu n. " I U,o l Tropud a1f Typi e Tropudalf A O- 20 3, 0 c, M(E), 1, q S-
82
c
61
100
120
120
22,0 nd
33, 0
e/He, .(e).
e / He, m( e ) . i , t , at
9
Nnarê Ulti.ol Tropudul t Ortho)Cic Tropudult AI
821
o - 15
86 _ 125
10 ,0
0, 0
26,0
42 , 0
c, q
c , .0 , q
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Ri o Br.neo Ine.pelaol Dyatrop.pt Ode Dyu rop ep t AI O- 8 14 ,0 36,0 l , C, ao, Cb t
~
82 30 - 51 1, O 32,0
Hidro~rfico lnc.pti .o l TTOp.qu.pt Vartie Trop.qutpt AI O - 20 2,0 c, m( e), i , il , . t
!i(E>, c, i , il
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64
135
91
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Aluvial
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Odtol
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Typie Tropaquent
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AIlU' Su.."Di d. Oxi$o l Umbrio rtho)C Typ ic Vmbrior thoJC AI
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1, 5
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0 , 6 0 , 0 He l e , e. i , RO, go

--
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·V'lore. obti dol d ~ perfi s repre sentativos
bc _ C. ulinit. ; ~e - Metaho110 i.ita; H - Montmo r i lonita; E _ Es~c tit a; 8 _ 8iotit.; V - ve r micu l ita
I - Interestratirie.dos; Hi - Mi e. ; H - HemAtita ; Go - Coet ita; Cb - (; ib,it.; 11 - 11i(a; Q _ Qua rt zo
ao ADA - arRil. d i 5persa eo _Rua ; nd • nio deter.in ado.
E.U. - équival~nté de ~id.de . .........
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48 Santana

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Revista Theobroma /5(/). 1985


POUTICA EDITORIAL DA REV ISTA THEOBROMA

São aceito s para publicação trabaUlo s que se com1ituam em original e rcal contribuição
para um melhor conhecimento dos temas relacionados com problemas agronômicos e socio-
econômicos de áreas cacauciras. Os artigos dev~m ser redigidos em I'ortuguês, Espanhol, Inglês
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