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CENTRO DE ENSINO UNIFACVEST

CURSO DE ODONTOLOGIA

NARA CHRISTINE SANTOS GALVÃO

ANTIBIÓTICOS
Interações com Ingestão de Álcool

Lages/ SC
05 de Setembro - 2018
A prática da automedicação e o uso indiscriminado de antibióticos tem sido
considerada por profissionais e autoridades sanitárias um grave problema para a saúde da
população, visto que esta prática abusiva causa sérios prejuízos para quem dela se utiliza. A
prática da automedicação está enraizada na cultura popular, entretanto, falta campanhas de
esclarecimento à respeito das complicações que esse hábito pode causar. Dentre elas, destaca-
se efeitos adversos, alergias, intoxicações, interações e aumento à resistência bacteriana no
caso dos antibióticos. Pode ocasionar, inclusive, a não percepção de patologias evolutivas.
Muitas medicações, e não apenas antibióticos, podem interagir com o álcool, levando a
um aumento do risco de doenças, lesões orgânicas potencialmente graves e até mesmo morte.
Alguns estudos indicam que a interação entre medicamentos e bebidas alcoólicas sejam
responsáveis por até 25% dos atendimentos em certos serviços de urgência e emergência.
A razão para tais ocorrências é que após ser ingerido, o medicamento passa pela
corrente sanguínea até o seu local de ação. Após este trajeto com o passar do tempo, seu efeito
diminui à medida que ele é metabolizado por enzimas e eliminado do organismo. De modo
parecido aos antibióticos, o álcool também é transportado pela corrente sanguínea, agindo
sobre o cérebro e causando intoxicação, até ser finalmente metabolizado e eliminado do
corpo, ou seja, o álcool pode influenciar a eficácia do antibiótico alterando sua
disponibilidade.
Uma dose aguda de álcool pode inibir o processamento do remédio, competindo pelas
mesmas enzimas metabolizantes. Esta interação prolonga e intensifica a disponibilidade da
droga, aumentando o risco de efeitos colaterais.
Enquanto, a ingestão crônica ou prolongada de álcool pode aumentar a atividade das
enzimas metabolizantes, diminuindo a disponibilidade e os efeitos de um determinado
medicamento. Uma vez ativadas, estas enzimas podem permanecer em ação mesmo durante a
abstinência de álcool, afetando o metabolismo de certos fármacos por várias semanas.
O consumo crônico de álcool ativa a ação de enzimas pelo consumo crônico de as
quais transformam alguns medicamentos em substâncias químicas tóxicas que podem
danificar o fígado e outros órgãos.
De tal modo, ao parar de beber, uma pessoa que possui o hábito de consumir bebidas
alcoólicas de modo intenso e crônico pode necessitar de doses maiores de medicamentos para
obter os mesmos efeitos terapêuticos observados em pessoas que não bebem.
Por ser o álcool uma substância irritante para a mucosa intestinal e, alguns antibióticos
de acordo com a sua composição, também são agressivos ao organismo provocando, por
exemplo, diarreia, náuseas, vômitos, conseqüentemente a ingestão de ambos não é
aconselhada porque podem potencializar efeitos adversos. Outra situação que pode ocorrer
dessa associação é o fato do indivíduo acometido de uma infecção precisar ingerir antibiótico,
e, portanto, necessitar de um sistema imunológico competente para combatê-la. Dessa forma,
quantidades elevadas de álcool prejudica a ação do sistema imunológico, dificultando assim a
cura da doença. Outro fator que deve ser destacado é o fato de que por ser o álcool uma
substância que é metabolizada no fígado pelas mesmas vias enzimáticas que metabolizam
alguns dos antibióticos, o consumo excessivo de álcool pode deixar o fígado sobrecarregado
de modo que o antibiótico não seja adequadamente metabolizado. Esse fato pode provocar
não só redução da ação do medicamento, mas também o acúmulo de metabólitos tóxicos dos
mesmos, aumentando a incidência de efeitos colaterais.
Apenas algumas classes de antibióticos devem ser evitadas quando se está ingerindo
bebidas alcoólicas. É importante abster-se completamente de álcool se estiver utilizando os
seguintes antibióticos:
Metronidazol: os efeitos colaterais incluem erupções cutâneas, falta de ar, dor de
cabeça, batimentos cardíacos acelerados ou irregulares, queda da pressão arterial, náuseas e
vômitos.
Tinidazol: é quimicamente semelhante ao metronidazol e pode causar as mesmas
reações. Furazolidona, Griseofulvina, Antimaláricos (Quinacrina) e Sulfametoxazol.
Pacientes que possuem o hábito de consumir bebida alcoólica deve estar alerta no que diz
respeito ao fato de que a associação entre álcool e fármacos pode causar sérios problemas à
saúde. Com relação aos antibióticos, muitos deles possuem vários efeitos colaterais o que
pode piorar com a ingestão de bebida alcóolica.
A promoção do uso racional de medicamentos contribui para a diminuição dos
números de intoxicação e internações hospitalares, e conseqüentemente atuam em níveis de
prevenção e promoção da saúde proporcionando melhor alocação dos recursos disponíveis.

Bibliografias
HERREIRAS, T.; MARTINEZ, M.; BARETA, G. M. S. Automedicação. Em Curitiba.
Pharmacia Brasileira, v. 12, n. 5/6, mai-jun. 2000. Disponível em: http//: www docslide.com.br ›
Documents . Acesso em: 07 de abril de 2017
CONFERENCIA DE EXPERTOS SOBRE USO RACIONAL DE LOS MEDICAMENTOS,
1985, Nairobi, Kenia. Uso racional de los medicamentos: informe de la Conferencia de Expertos,
Nairobi, 25-29 de noviembre de 1985. Genebra: Organización Mundial de la Salud, 1986. 304p.

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