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Prof.

Renzo Fernandes Bastos

CTF06001 – TERMODINÂMICA 1
1 INTRODUÇÃO

CONTINUAÇÃO

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ESTADO DE EQUILÍBRIO
➢Considere um sistema que não esteja passando por nenhuma mudança.
➢Nesse ponto, todas as propriedades podem ser medidas ou calculadas em todo o sistema, o que nos dá um
conjunto de propriedades que descreve completamente a condição ou o estado do sistema.
➢Se o valor de apenas uma propriedade mudar, o estado será diferente.
➢A termodinâmica trata de estados em equilíbrio.
➢Em um estado de equilíbrio não existem potenciais desbalanceados (ou forças motrizes) dentro do sistema.
➢Um sistema em equilíbrio não passa por mudanças quando é isolado de sua
vizinhança.
▪Equilíbrio térmico: Todo sistema com a mesma temperatura.
▪Equilíbrio mecânico: Todo sistema com a mesma pressão.
▪Equilíbrio de fase: As duas fases do sistema mantém equilíbrio de massa.
▪Equilíbrio químico: A composição química não muda com o tempo.

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O POSTULADO DE ESTADO
➢Após a especificação de um número suficiente de propriedades, o restante das
propriedades automaticamente assume determinados valores. Ou seja, a
especificação de um determinado número de propriedades é suficiente para
fixar um estado.
➢O número de propriedades necessárias para definir o estado de um sistema é
dado pelo postulado de estado:
“O estado de um sistema compressível simples é completamente especificado por
duas propriedades intensivas independentes.”

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O POSTULADO DE ESTADO
➢O postulado de estado requer que duas propriedades especificadas sejam
independentes para que o estado seja definido.
➢Duas propriedades são independentes se uma propriedade puder ser alterada
enquanto a outra é mantida constante.
➢Por exemplo, a temperatura e o volume específico são sempre propriedades
independentes e, juntas, podem definir o estado de um sistema compressível
simples.
➢A temperatura e a pressão, porém, são propriedades independentes nos
sistemas monofásicos, mas são propriedades dependentes nos sistemas
multifásicos.

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PROCESSOS E CICLOS
➢Toda mudança na qual um sistema passa de um estado de equilíbrio para outro
é chamada de PROCESSO, e a série de estados pelos quais um sistema passa
durante um processo é chamada de PERCURSO do processo.
➢Para descrever um processo completamente, é preciso especificar os estados
inicial e final, bem como o percurso que ele segue, além das interações com a
vizinhança.
➢Quando um processo se desenvolve de forma que o sistema permaneça
infinitesimalmente próximo a um estado de equilíbrio em todos os momentos,
ele é chamado de processo quase-estático ou processo de quase-equilíbrio.
➢Quando o processo é feito repentinamente, como no pistão de baixo, há um
acúmulo de pressão em uma pequena região à frente do pistão, criando ali uma
região de alta pressão.

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PROCESSOS E CICLOS
➢Diagramas de processo traçados com o emprego de propriedades
termodinâmicas como coordenadas são muito úteis na visualização dos
processos.
➢Algumas propriedades comuns usadas como coordenadas são a temperatura
𝑇, a pressão 𝑃 e o volume 𝑉 (ou o volume específico 𝑣). A Figura ao lado
mostra o diagrama 𝑃 − 𝑉 do processo de compressão de um gás.
➢Observe que o percurso do processo indica uma série de estados de
equilíbrio pelos quais o sistema passa durante um processo, e tem significado
apenas para os processos de quase equilíbrio ou quase estático.
➢Nos processos de não equilíbrio, não somos capazes de caracterizar todo o
sistema com um único estado e, portanto, não podemos falar de um percurso
de processo para um sistema como um todo.
➢Um processo de não equilíbrio é indicado por uma linha tracejada entre o
estado inicial e final, em vez de uma linha contínua.

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PROCESSOS E CICLOS
➢O prefixo iso- é quase sempre usado para designar um processo
em que determinada propriedade permanece constante.
➢O processo isotérmico, por exemplo, é um processo durante o
qual a temperatura 𝑇 permanece constante;
➢O processo isobárico é um processo durante o qual a pressão 𝑃
permanece constante;
➢O processo isocórico (ou isométrico) é um processo durante o
qual o volume específico 𝑣 permanece constante.
➢Diz-se que um sistema executou um ciclo quando ele retorna ao
estado inicial no final do processo. Ou seja, para um ciclo, os
estados inicial e final são idênticos.
➢O processo adiabático é um processo em que não há troca de
calor com a vizinhança.

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O PROCESSO EM REGIME PERMANENTE
➢O termo permanente implica nenhuma modificação com o tempo.
➢O oposto de permanente é transiente, ou temporário.
➢O termo uniforme, por sua vez, implica nenhuma variação espacial.
➢Diversos equipamentos de engenharia operam por longos períodos
sob as mesmas condições e são classificados como dispositivos de
regime permanente.
➢Os processos que envolvem tais dispositivos podem ser
razoavelmente bem representados por um processo idealizado,
chamado de processo em REGIME PERMANENTE.
➢As propriedades podem mudar de um ponto para outro dentro do
volume de controle, mas em qualquer ponto fixo elas permanecem
as mesmas durante todo o processo.

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TEMPERATURA E A LEI ZERO DA
TERMODINÂMICA
➢Várias propriedades dos materiais mudam com a temperatura de maneira repetida e previsível, e isso
cria a base para a medição da temperatura com exatidão.
➢Equilíbrio térmico: A única exigência é a igualdade de temperatura, pois assim os corpos não trocam
calor.
➢A LEI ZERO DA TERMODINÂMICA afirma que, se dois corpos estão em equilíbrio térmico com um
terceiro corpo, eles também estão em equilíbrio térmico entre si.
➢A lei zero pode ser reescrita como:
“Dois corpos estão em equilíbrio térmico se ambos tiverem a mesma leitura de temperatura,
mesmo que não estejam em contato.”

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ESCALA DE TEMPERATURA
➢Todas as escalas de temperatura se baseiam em alguns estados facilmente reprodutíveis, como os
pontos de congelamento e de ebulição da água, os quais também são chamados de ponto de gelo e ponto
de VAPOR DE ÁGUA, respectivamente.
➢Na escala Celsius, aos pontos de gelo e de vapor foram atribuídos originalmente os valores 0 °C e 100 °C,
respectivamente.
➢Os valores correspondentes na escala Fahrenheit são 32 °F e 212 °F.
➢Com frequência, elas são chamadas de escalas de dois pontos, já que os valores de temperatura são
atribuídos em dois pontos diferentes.
➢Em termodinâmica, é bastante desejável uma escala de temperatura que seja independente das
propriedades de qualquer substância.
➢A escala termodinâmica de temperatura no SI é a escala Kelvin [K].
➢A menor temperatura da escala Kelvin é o zero absoluto, ou 0 K.
➢A escala termodinâmica de temperatura do sistema inglês é a escala Rankine [R].

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ESCALA DE TEMPERATURA
➢A escala Kelvin está relacionada à escala Celsius por:

𝑇(𝐾) = 𝑇(°𝐶) + 273,15; ∆𝑇 𝐾 = ∆𝑇(°𝐶)

➢A escala Rankine está relacionada à escala Fahrenheit por:

𝑇(𝑅) = 𝑇(°𝐹) + 459,67; ∆𝑇 𝑅 = ∆𝑇(°𝐹)

➢A relação entre as escalas de temperatura nos dois sistemas de unidades é:


𝑇(𝑅) = 1,8𝑇(𝐾)
𝑇 °𝐹 = 1,8𝑇 °𝐶 + 32

❖O ponto triplo da água (onde as suas três fases coexistem) é 273,16 𝐾.

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DENSIDADE E DENSIDADE RELATIVA
➢A densidade é definida como massa por unidade de volume:

𝑚 𝑘𝑔
𝜌=
𝑉 𝑚³

➢O inverso da densidade é o volume específico 𝑣, definido como volume por unidade de massa. Ou seja:
𝑉 1 𝑚³
𝑣= =
𝑚 𝜌 𝑘𝑔

➢Geralmente, a densidade de uma substância depende da temperatura e da pressão. A densidade da


maioria dos gases é proporcional à pressão e inversamente proporcional à temperatura. Os líquidos e
sólidos, por sua vez, são substâncias essencialmente incompressíveis, e a variação de suas densidades com a
pressão são geralmente desprezíveis.

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DENSIDADE E DENSIDADE RELATIVA
➢Às vezes, a densidade de uma substância é dada de forma relativa à
densidade de uma substância bem conhecida. Nesse caso, ela é
chamada de gravidade específica ou densidade relativa, e é definida
como a razão entre a densidade da substância e a densidade de
alguma substância padrão, a uma temperatura especificada (em
geral água a 4 °C, para a qual 𝝆𝑯𝟐𝑶 = 1.000 kg/m³ ou 1 g/cm³ ou 1
kg/l). Ou seja:
𝜌
DR = [𝑠𝑒𝑚 𝑢𝑛𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒]
𝜌𝐻2𝑂

➢Como 𝝆𝑯𝟐𝑶 = 𝝆 para a água, a densidade relativa (DR) é igual a 1.


➢O peso de uma unidade de volume de uma substância é chamado
de peso específico e pode ser expresso como:
𝑁
𝛾𝑠 = 𝜌𝑔
𝑚³

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PRESSÃO
➢A PRESSÃO é definida como uma força normal exercida por um fluido por unidade de área.
➢O equivalente da pressão nos sólidos é a tensão normal.
➢Como a pressão é definida como a força por unidade de área, ela tem unidade de newtons por metro
quadrado [N/m²], denominada de pascal [Pa]. Ou seja:
1 Pa = 1 N/m²
➢A unidade de pressão pascal é MUITO PEQUENA para quantificar as pressões encontradas na prática.
➢ Assim, normalmente são usados seus múltiplos quilopascal (1 kPa = 103 Pa) e megapascal (1 MPa = 106 Pa).
➢Outras três unidades de pressão muito usadas na prática, particularmente na Europa, são bar, atmosfera
padrão e quilograma-força por centímetro quadrado:

❖Essas 3 medidas são quase equivalentes.


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PRESSÃO
➢A pressão real em determinada posição é chamada de pressão absoluta.
➢A maioria dos dispositivos de medição da pressão, porém, é calibrada para ler o zero na atmosfera e,
assim, indicam a diferença entre a pressão absoluta e a pressão atmosférica local. Essa diferença é
chamada de pressão manométrica.
➢As pressões abaixo da pressão atmosférica são chamadas de pressões de vácuo e são medidas pelos
medidores de vácuo, que indicam a diferença entre a pressão atmosférica e a pressão absoluta.

𝑃𝑚𝑎𝑛 = 𝑃𝑎𝑏𝑠 − 𝑃𝑎𝑡𝑚

𝑃𝑣𝑎𝑐 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑎𝑏𝑠

➢Na disciplina sempre iremos usar pressão absoluta 𝑃.

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EXERCÍCIO
➢A pressão de uma câmara de vácuo mostra a leitura de 5,8 psi em uma localização na qual a pressão
atmosférica é de 14,5 psi. Determine a pressão absoluta na câmara.

𝑃𝑚𝑎𝑛 = 𝑃𝑎𝑏𝑠 − 𝑃𝑎𝑡𝑚


𝑃𝑣𝑎𝑐 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃𝑎𝑏𝑠

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VARIAÇÃO DA PRESSÃO COM A
PROFUNDIDADE
➢A pressão em um fluido aumenta com a profundidade devido ao efeito do
“peso extra” em uma camada mais profunda, que é equilibrado por um
aumento na pressão.

𝑃𝑓 = 𝜌𝑔∆𝑧 + 𝑃𝑖

➢Onde 𝑃𝑓 , 𝑃𝑖 , 𝜌, 𝑔 e ∆𝑧 são, respectivamente, a pressão final, pressão inicial,


densidade do fluido, gravidade e variação de altura.
➢De modo geral, podemos escrever como:

𝑃 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 + 𝜌𝑔ℎ ou 𝑃𝑚𝑎𝑛 = 𝜌𝑔ℎ

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VARIAÇÃO DA PRESSÃO COM A
PROFUNDIDADE
➢A lei de Pascal diz: “A pressão aplicada a uma dada região de um fluido
confinado aumenta a pressão em todo o fluido na mesma medida.”
➢Observando que 𝑃2 = 𝑃1 , já que ambos os pistões estão no mesmo nível
(o efeito das pequenas diferenças de altura é desprezível, particularmente
a altas pressões), a razão entre a força de saída e a força de entrada é
determinada por:

➢A razão de áreas 𝐴2 / 𝐴1 é chamada de ganho mecânico ideal do elevador


hidráulico.

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O MANÔMETRO DE COLUNA
➢Normalmente é usado para medir diferenças de pressão pequenas e moderadas.
➢Um manômetro de coluna consiste principalmente em um tubo em forma de U,
de vidro ou plástico, contendo um ou mais fluidos como mercúrio, água, álcool ou
óleo.
➢Quando as diferenças de pressão são elevadas, fluidos pesados como o mercúrio
são usados, o que mantém o tamanho do manômetro em um nível gerenciável.
➢Como os efeitos gravitacionais dos gases são desprezíveis, a pressão em qualquer
parte do tanque e na posição 1 tem o mesmo valor. Além disso, como a pressão
em um fluido não varia na direção horizontal dentro do fluido, a pressão no ponto
2 é igual à pressão no ponto 1, 𝑃2 = 𝑃1 .
➢A coluna de fluido de altura h está em equilíbrio estático e aberta para a
atmosfera. Dessa forma, a pressão no ponto 2 é:

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EXERCÍCIO
➢MEDIÇÃO DA PRESSÃO COM UM MANÔMETRO DE COLUNA
▪Um manômetro de coluna é usado para medir a pressão em um tanque.
O fluido usado tem uma densidade relativa de 0,85, e a altura da coluna é
de 55 cm, como mostra a Figura. Se a pressão atmosférica local for de 1
atm ≅ 105 Pa, determine as pressões absoluta e manométrica dentro do
tanque em atm e também em kPa.
✓Primeiramente, qual a densidade do fluido manométrico?
•A densidade relativa do fluido manométrico é 0,85. Consideramos que a
densidade padrão da água seja 1.000 kg/m³.
✓Como é medido a pressão absoluta?

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EXERCÍCIO
➢Calculando a pressão absoluta e relativa em 𝑃.
𝑃 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 + 𝜌𝑔ℎ
𝑃𝑚𝑎𝑛 = 𝜌𝑔ℎ
𝜌𝐻2𝑂 = 1000[kg/m³]
𝜌𝐻2𝑂 = 1000[kg/m³]
1 𝑎𝑡𝑚 = 1 × 105 𝑃𝑎

DADOS:
▪𝜌 = ?
▪𝑔 = 9,81 𝑚/𝑠²
▪ℎ = 55𝑐𝑚

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OBRIGADO

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