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Capítulo I

Introdução ao Hermetismo

Hermes Trismegisto
Algumas figuras enigmáticas são normalmente citadas em muitas obras místicas e mesmo
históricas. Normalmente são seres de altíssima relevância nesse Ciclo de Civilização, tais como
Melquisedec, Apolônio de Tiana, Jesus, Salomão, Hermes Trismegistus, Zaratrusta, Lao Tsé,
Confúcio e outros. Todos foram proeminentes vultos que deram rumos ao desenvolvimento da
humanidade, especialmente no que diz respeito ao lado espiritual.
Em palestras anteriores falamos de Salomão, de Apolônio e de Melquisedec. Nesta palestra
queremos esclarecer alguns aspectos relacionados com Hermes Trismegisto, mesmo porque, iremos
estudar os Princípios Herméticos.
O nome de Hermes chegou até aos nossos dias através dos escritos gregos antigos e dos
hieróglifos egípcios. Os gregos afirmavam haver Hermes existido na Grécia, como um dos deuses do
Olimpo.
Inicialmente, diga-se que a Grécia é muitíssimo mais antiga do que se pensa, como o Sacerdote de
Sais disse a Sólon quando lhe falou a respeito da existência da Atlântida. Ele falou com Sólon a
respeito da antigüidade da Grécia, inclusive afirmando que, num passado distante, houvera uma
guerra entre a Atlântida e a Grécia. Sabe-se que a Atlântida1 submergiu num cataclismo há cerca de
12 mil anos; portanto existe uma pré-história grega não citada na história oficial.
De início, queremos salientar que o Hermes – que realmente indica Thoth, nome, chegou até nossa
época; na realidade teve grande significação na história grega, muito embora ele não haja nascido na
Grécia, e nem mesmo no Egito; sua Tradição remonta a Lemúria, bem anterior, portanto, a Atlanta.
De onde o nome Hermetismo, Ciências Herméticas, ou equivalentes, quando na verdade esse imenso
manancial de conhecimentos procede de Thoth, e não de Hermes? O Panteão incluía Hermes entre
os diversos deuses gregos. Os gregos, ao chegarem ao Egito, encontraram paralelismo entre as
façanhas de Hermes e as capacidades do “deus” egípcio Thoth, e por isso acreditaram se tratar de um
mesmo ser.
Na verdade Hermes e Thoth não são uma mesma pessoa, pelo que se pode dizer, pois os
ensinamentos iniciáticos atribuídos a Hermes, procedem de Thoth e não de Hermes.
Quando falamos da Atlântida, em uma palestra anterior, afirmamos que antes do cataclismo que
destruiu aquele continente, três correntes migratórias se antecederam à catástrofe; uma delas foi se
estabelecer no norte da África, onde deu origem à civilização do Antigo Egito.
Embora nos papiros egípcios exista um grande número de referências a Thoth, muitos
estudiosos afirmam que na realidade sua existência é mística, e sendo assim Hermes (Thoth) nunca
existiu como pessoa na terra.
Para os gregos Hermes era o Deus da Sabedoria, o mais misterioso de todos os deuses e era
representado simbolicamente por uma serpente.

THOTH É A DIVINA SABEDORIA CRIADORA.

A literatura esotérica refere-se a Hermes e a Thoth como sendo uma mesma pessoa: Hermes para
os gregos e Thoth para os egípcios.
Exatamente dos gregos que Hermes recebeu o título de Trismegisto, que significa três vezes
mestre. Para muitos gregos e egípcios Ele era bem mais do que Mestre; consideravam-no um Deus.
Muitas vezes, nos desenhos antigos, o símbolo esotérico é o lado brilhante da Lua, o que contém
a essência da Sabedoria Criadora.
Os antigos egípcios tinham a mais elevada veneração por Thoth, por haver sido o creador da
escrita hieroglífica, da alquimia, da Geometria − todas as ciências que revelaram os números − (a
1
Na verdade a Atlântida citada por Sócrates foi a derradeira das civilizações que existiu num Continente submerso; muito
antigo e que foi lar de várias civilizações. O continente, com mais de um milhão de anos, deu lugar a várias civilizações. A
referida por Sócrates, e citada por Sólon, conforme afirmativa de um alto sacerdote de um Templo de Saís no Antigo Egito,
foi a derradeira daquelas civilizações e a que submergiu há cerca de12.000 anos passados. Já antes, o Continente Atlântida
passara por dois imensos cataclismos, muito distantes no tempo.
Geometria, a Astronomia e as Letras). Deixou mais de dois mil livros escritos, quase todos
destruídos no incêndio da Biblioteca de Alexandria.
Thoth compreendia todos os mistérios da mente humana, pelo que, no Livro dos Mortos, do Egito,
ele é citado como o “advogado da humanidade”.
É representado, em muitas pinturas, como Anúbis ao lado da balança na qual era pesada a alma do
morto, no tribunal do julgamento. Anúbis (Thoth) aparece diante da balança em que era pesado o
coração do morto. De um lado, num dos pratos da balança, era posta uma pena (Maat) simbolizando
a verdade, e do outro lado um símbolo o Ab, simbolizando o coração do morto. Cabia a Thoth
examinar a mente e determinar a dignidade do morto. No grande tribunal está Thoth, diante de
Osíris, de pé diante da balança do julgamento dos homens, penetrando na mente para julgar os
sentimentos e propósitos.
Diziam os egípcios que Thot2 era o escriba confidencial do deus Osíris, o secretário de todos os
deuses. Dizem que Ele trouxe para a terra, a música e para o Egito, um calendário de 365 dias,
semelhante ao que somente muito depois foi oficializado e é utilizado na atualidade.
Diz a Tradição egípcia que foi Thoth quem ensinou à deusa Isis a conjurar encantos (Magia), o
que contribuiu decisivamente para que aquela deusa pudesse reconstituir totalmente o corpo do seu
irmão, Osíres, que havia sido desfeito em pedacinhos.
Os egípcios se referiam a Thoth como sendo a mente e a língua de RA. Também representava a
mente e a palavra falada de RA. A palavra constituía o poder com que RA objetivava suas idéias.
No Egito existiu uma casta de sacerdotes seguidores de Thoth e que foram os maiores
conhecedores das ciências da época, especialmente a Aritmética. Aqueles sacerdotes afirmavam que
toda inspiração que tinham, provinha de Thoth. Por outro lado, para muitos, Thoth nunca passou de
um ser lendário sendo a sua história nada além de um mito, portanto, quando, muito um escriba que
transcreveu os conhecimentos da sua época, enquanto para outros ele seria um Ser Divino. Podemos
afirmar que essa é a verdadeira natureza de Thoth.
Diziam que Thoth não fora filho de mulher, isto é, Ele não tivera um corpo físico e sim um
aparente com o qual se apresentava diante dos homens. No Egito ele não nasceu, apenas surgiu, pois
procedia da Atlântida onde o mesmo ocorreu; não nasceu lá tendo surgido a partir da Lemúria,
donde o nome de Hermes Trismegisto, isto é. Hermes Três Vezes Mestre.
Muito tem sido dito e escrito a respeito de Hermes (Thoth), através dos séculos, e muitas
Sociedades Iniciáticas existiram com o objetivo de estudar os ensinamentos herméticos, mas
praticamente poucas souberam da razão do nome Trismegisto. Muito do que se diz a respeito são
meras especulações.
Tudo indica que Thoth foi o principal Mestre em Goldwana, na Lemúria e na Atlântida de onde
trouxe para os egípcios todo o cabedal de conhecimentos que possibilitou o elevadíssimo nível de
informações a respeito daquele Grande Mestre. Em cada um daqueles ciclos Ele teve um nome
diferente: Thoth, foi o nome dado pelos egípcios; Hermes, pelos Gregos; e Kan (Ken), pelos
Atlantas. Naquelas civilizações o conceito sobre Ele pode ser equivalente ao de Buda, para os
orientais, e de Jesus, para os ocidentais.
O que acabamos de revelar, na realidade, refere-se ao verdadeiro sentido do qualificativo
hermético Trismegisto = Três Vezes Mestre.
Mestre de três ciclos de civilização, seguidos, Thoth era sabedor do destino da Atlântida, tendo
conhecimento de que uma inevitável e tremenda catástrofe se avizinhava. Visando à preservação dos
valores humanos, das ciências, das artes, da religião e de um número imenso de conhecimentos, ele
promoveu uma estratégia: incentivou a emigração para pontos distantes da Atlântida. Teve a
sabedoria de orientar para que a emigração se fizesse para pontos diferentes a fim de que houvesse
maior garantia de que os conhecimentos seriam preservados com maior segurança. Na realidade foi
uma medida sábia, pois das três correntes migratórias, somente restaram os conhecimentos parciais
levados pelos emigrantes que fundaram o Egito e em especial porque o próprio Thoth se deslocou
junto. O que foi levado pelos grupos que emigraram para a península de Yucatã, na América, e para
o Oeste da Europa, Bretanha, demorou muito a florescer, e ainda mais, o conhecimento ficou restrito
a um pequeno número de pessoas, sem falar que, em parte, foram muito mais mutilados, por certo
em decorrência da atuação do “terceiro interesse” e quem sabe! de uma forma de conjura que por
certo também existiu naquelas civilizações. Somente a corrente egípcia constituiu uma civilização
ampla.

2
A grafia Thot indica o escriba e Thoth , o Deus.
Pelo que afirmamos, por certo, Thoth não viveu apenas no Egito e grande parte do que a Ele é
atribuído como havendo sido realizado no Egito, na realidade refere-se ao período da Atlântida. Os
conhecimentos imensos de Thoth que muitos julgam ser originários do Egito, na realidade, vieram
da Atlântida, portanto os conhecimentos deixados por Thoth antecedem à civilização egípcia.
Num Ciclo de Civilização não se apresentam na terra apenas um único Avatar. Geralmente vêem a
terra mais de um Grande Iniciador que tem origem divina. Na atual raça, a Ariana, houve alguns
deles, sendo possivelmente Jesus o principal. Na realidade todos têm origem e Natureza Divina, por
isso, em essência, todos são reflexos diretos de UM mesmo SER.
Através dos séculos muitas organizações foram criadas com o nome de Ordem Hermética. Na
realidade, com esse nome, existiram e existem ainda organizações sérias, dedicadas ao estudo dos
Conhecimentos Tradicionais deixados por Thoth, mas que não necessariamente fundadas ou
dirigidas por “Hermes”. Muitas organizações existem que se auto-intitulam “hermética”. Algumas,
na realidade, estudam um tanto de coisas ensinadas por Thoth, mas, em essência, não se trata
daquela que descende diretamente das Escolas de Mistérios estabelecidas pelo Três Vezes Mestre.
Existe, pois, uma Ordem essencialmente hermética3 que proporcionalmente um pequeno número
de pessoas a ela tiveram ou têm acesso. Ela não se anuncia, não faz qualquer tipo de divulgação pelo
que é tida como a mais secreta de todas as ordens. Na realidade existe até o termo hermético, com o
sentido de dizer que algo é totalmente inviolável, fechado. Algo hermeticamente fechado é algo
inviolável. Esse termo tem sua origem no silêncio quase absoluto em torno de muitos
conhecimentos, especialmente os históricos, científicos e metafísicos. Também muitas existiram e
existem diversas que são inautênticas, que nada sabem realmente sobre Thoth; algumas vezes seus
adeptos trabalham sabendo, ou mesmo sem saber para forças opostas, isto é, para a “conjura” ou
para o “terceiro interesse” que intencionalmente visa o desvirtuamento dos ensinamentos sagrados.
Podemos afirmar que a Ordem Hermética, que existe atualmente ativa simultaneamente com a
Ordem de Melquisedec e Grande Fraternidade Branca.4
São, pois, três ordens distintas que formam uma Trindade Esotérica Administrativa que responde
por todo o desenvolvimento espiritual da humanidade.

Estudos Herméticos
Como já referimos em palestras bem anteriores, os estudos herméticos são muito vastos,
abrangendo muitos ramos das ciências, tais como Filosofia, Teologia, Astronomia, Alquimia, Magia,
Cosmologia, Medicina, Metafísica e outros. Na verdade os escritos superam em número a casa dos
100.000. Parte desse conhecimento no Antigo Egito era de domínio público, e em parte eram
reservados aos Iniciados das Escolas de Mistério. Com o tempo aquilo que era do domínio público
foi se perdendo um elevado número de documentos foram destruídos, mas o conteúdo daquilo que
havia sido guardado pelas escolas de Mistério foi em grande parte preservado e hoje fazem, parte
dos acervos de algumas organizações tradicionais. Diz a Tradição que as chamadas “Tabuas de
Esmeralda”, assim como os papiros correspondentes à cada uma das 12 câmaras secretas, ainda
existem e que estão guardadas no Templo da Esfinge em algum lugar soterrado no Egito.
Durante séculos algumas organizações tornaram-se depositárias dos conhecimentos herméticos os
quais vieram a se constituir a base dos seus ensinamentos. Existem diversas ordens dedicadas aos
estudos herméticos e que atuam separadamente no que diz respeito os objetivos específicos. Assim
uma se relaciona com a cabala; outra com a magia; com a alquimia, com a filosofia, com a

3
A VˆOˆHˆ não é essa Ordem, mas um dos seus diversos ramos.
4
Na realidade existem muitas organizações que se dizem Grande Fraternidade Branca, que se anunciam em revistas e
outros meios de comunicação. Queremos dizer que ninguém deve proibir isso, mas convém afirmar que a G.F.B. é
reservada, que quem diz não é, que quem é não diz, e muitos são e nem eles mesmos sabem que o são. Há muitas
organizações que se intitulam de Ordem Pitagórica, de Ordem Céltica, de Ordem Templária, e outras. Isso é bom porque o
conhecimento vai sendo ministrado para a humanidade, mas a quase totalidade não é oficialmente depositária dos
conhecimentos da Tradição. Há muitas organizações que se intitulam de Ordem Hermética, mesmo porque a palavra
“hermética” indica segredo. Há, pelo menos, três ramos autênticos do hermetismo oriundo dos ensinamentos de Thoth. Um
deles é a V.'.O.'.H.'. cuja característica básica é trazer o conhecimento milenar e tradicional, exposto em linguagem
atualizada, traduzindo os conceitos segundo uma visão científica. É uma organização que não faz proselitismo, que não tem
sede física, nem diretoria, nem mensalidades, que através de certos ensinamentos busca abrir os canais de percepção para
que a pessoa possa receber os ensinamentos mais reservados diretamente da fonte, sem ingerência de mestres ou
equivalentes.
metafísica, e assim por diante. Senão impossível, pelo menos pouco prático uma só organização se
dedicar à totalidade do colossal volume de ensinamentos e informações deixados por Thot.
As Ordens autênticas, guardiãs dos segredos herméticos, que se dedicam ao aspecto cosmogônico
e filosófico do Hermetismo, usam classificar e distribuir os ensinamentos em “câmaras”, tal como
era feito no antigo Templo da Esfinge. Simbolicamente as câmaras representam tanto o
desenvolvimento espiritual da pessoa, quanto ao nível de conhecimento acessível a todos os que
tenham a precisa dedicação.
Nas palestras antecedentes falamos dos seres habitantes das câmaras, e dissemos que, por
exemplo, que a 11ª corresponde aos Mensageiros Divinos, Avatares, Patriarcas, Iniciadores e coisas
assim. Isto é um dos sentidos das câmaras, indicar o grau de evolução espiritual do ser, mas num
outro sentido elas simbolicamente indicam os doze níveis de conhecimentos esotéricos. Por
exemplo, uma das câmaras diz respeito aos conhecimentos de cabala, outra de alquimia, outra de
magia, e assim por diante.
No sentido de grau espiritual as câmaras se sucedem, mas no sentido de conhecimento esotérico
não é assim, pois a pessoa pode adquirir sem que haja adquirido o das demais. Na verdade para um
bom entendimento é significativo se ter um conhecimento geral da temática básica de todas as
câmaras, mas não é exigido que a pessoa tome o conhecimento de uma câmara para poder passar
para a seguinte. Na verdade isto seria impossível devido a vastidão do Hermetismo como um todo.
Na verdade o estudo das câmaras tem muito a ver com a inclinação pessoal. Uma pessoa pode se
interessar mais pelos assuntos de uma câmara do que pelos de uma outra.
As câmaras no estudo hermético assemelham-se aos graus de outras organizações, tais como a
Maçonaria, a Ordem Rosa Cruz, a Ordem Teosofia, etc. Alguns ramos do Hermetismo em vez de
usar a palavra “grau”, para indicar o nível de aprendizado do discípulo, usam o termo “câmara”. Em
certos ramos oficiais do Hermetismo, entre estes a V.'.O.'.H.'., os ensinamentos são distribuídos em
12 níveis chamados de “câmaras”, e que indicam o grau de estudo hermético alcançado pela pessoa.
Neste caso assemelha-se aos graus das doutrinas esotéricas, tais como Rosacrucianismo, Maçonaria,
etc., mas com uma diferença, enquanto nestas organizações o que é ensinado num grau é
considerado secreto para os graus anteriores, no Hermetismo não é assim, na Primeira Câmara, a
pessoa pode tomar conhecimento do que é ensinado nas demais.
Nos ensinos da V.'.O.'.H.'. o segredo não vai além do nível do zelo, pois consideras que “A
sabedoria que vem de dentro não é facilmente ignorada como a que vem de fora”. “A pessoa tende a
acreditar mais naquilo que criou do que naquilo que lhe disseram”
Embora a palavra “hermético” seja usada normalmente para indicar “velado”, “secreto”,
“restrito”, “proibido”, na verdade nenhum desses adjetivos é adequado para os conhecimentos do
Hermetismo. O único sentido aplicável ao conhecimento hermético é o de “respeitável” ou
“reservado”, isto porque se tratam de conhecimentos que devem ser respeitados porque alguns
conhecimentos podem mexer com a compreensão de alguma pessoa que não esteja preparada para
entendê-los bem. Por isso é desejável que antes que alguém tome ciência de determinados assuntos
primeiro ele adquira um preciso embasamento a fim de não se sentir violentado pela natureza do que
é afirmado, ou que, por outro lado por não entende-los os desrespeite, vulgarize, ridicularize as
pessoas que os aceita.
A pessoa pode se sentir agredida mentalmente por determinados assuntos estudados no
Hermetismo quando ela ainda não está preparada para absorvê-los. Isto não acontece em se tratando
de alguém que tenha um nível mental suficientemente preparado para penetrar no mérito daquilo que
é ensinado.
Para a pessoa entender certos assuntos do Hermetismo é preciso que ela já haja atingido certo
desenvolvimento psíquico e isto é conseguido através dos métodos usados. Revelar conhecimentos
intempestivamente faz com que a pessoa não medite, não raciocine sobre eles buscando a
compreensão devida, não analise detalhadamente os diversos ângulos de um conhecimento, pois é
isto que faz com que. Pensando detidamente sobre um assunto a mente se torna ao entendimento,
ocorre, por assim dizer, um desenvolvimento mental necessário para poder absorver outros
conhecimentos mais elevados. Por esta razão é que os ramos autênticos do Hermetismo dão
preferência ao ensino do tipo dedutivo, enquanto que a maioria das organizações de cunho esotérico
usa mais o método indutivo. No Hermetismo a pessoa tem que ir tirando por si mesma as
conclusões, ir descobrindo por si mesma a verdade, e chegando às suas próprias conclusões. Isto
envolve um trabalho de amadurecimento mental pessoal diante do conhecimento tradicional, e a
revelação direta de um conhecimento bloqueia essa capacidade. A pessoa toma ciência diretamente,
conseqüentemente não examina o assunto detidamente e com isso perde a chance de amadurecer e
abrir a compreensão para outros tópicos mais elevados.
Grande parte dos conhecimentos herméticos não está escrita em livros e outros documentos, são
conhecimentos integrantes da “egrégora” da Ordem. Neste caso é a própria pessoa que ao se ligar
com ao “egrégora” os recebe diretamente. A ordem basicamente ensina uma série de princípios, mas
não costuma revelar certos conhecimentos elevados diretamente, pois isto faz parte da busca pessoal.
Ela transmite um manancial apreciável de informações, mas deixando sempre uma grande margem
de indagações sem resposta para que a pessoa pense sobre eles e chegue às suas próprias conclusões.
Na verdade nenhum grau é concedido pelo instrutor hermético, nenhum titulo, nenhum símbolo,
nenhuma palavra de poder, nenhuma admissão aos conhecimentos plenos de uma determinada
câmara, pois tudo isto está contido na “egrégora” disponível para qualquer um, desde que ele tenha o
conhecimento de como se ligar aos registros. Portanto o sentido de “segredo” não existe no
Hermetismo, e sim o de “reserva”.
Há apenas a recomendação para reservar os ensinos, para administrá-los de forma a mais
criteriosa possível afim de não prejudicar o acesso da pessoa ao “egrégora”. A não ser por isto não é
exigido qualquer sigilo especial, exceção para um restrito numero de ensinamentos, tais como
aqueles que envolvem a alquimia e a cabala. desenvolvimento da pessoa que tem interesse em se
desenvolver nesses conhecimentos. Não sendo por isto não tem nenhuma importância se falar de
assuntos de qualquer das câmaras para uma pessoa cujo objetivo seja apenas informativo e não
formativo, no que diz respeito ao objetivo de caminhar na senda do desenvolvimento espiritual
direcionado para essa área.
Na verdade falamos de um imenso número de conhecimentos herméticos durante todos estes anos
em que estamos escrevendo sobre o misticismo em geral, mas queremos dizer que tudo aquilo que
dissemos diz respeito apenas ao aspecto filosófico do Hermetismo e não ao aspecto prático
operativo.
A quase totalidade dos conhecimentos sobre os quais temos redigido estes temas no passado não
eram revelados diretamente não por serem segredos intrínsecos, mas por envolverem perigos para a
quem falasse sobre tais assuntos. Durante muito tempo, bastaria um desses temas para o tribunal da
inquisição condenar uma pessoa ao martírio da fogueira, mas como o nível de consciência de muitas
nações e religiões amainou então tem sido permitida a divulgação dessa temática através de muitas
pessoas suficientemente habilitadas para isto.
Mesmo que hoje haja menos perigos em se falar de certos assuntos, ainda assim no sentido prático
alguns ramos do conhecimento hermético têm que manter bem guardados certas informações, por
isto ao falar ou escrever sobre eles deve ser usado uma forma de linguagem muito velada. Isto só
acontece quando se tratam de conhecimentos dos quais possam advir prejuízos de diversos tipos
quando mal empregados, tal como acontece, por exemplo, com a alquimia, com a magia, etc..

Os Egrégoras
Mesmo no campo místico temos que procurar as leis e os princípios que regem os fenômenos,
pois o Poder Superior rege tudo por meio de leis e não por determinações. É verdade que em níveis
superiores de consciência surgem coisas absurdas para a razão comum, mas se assim julgamos é tão
somente por desconhecermos as leis presentes naqueles níveis.
Temos afirmado seguidamente que esse universo – Mundo Imanente – tem sua estrutura
essencialmente baseada na Mecânica Ondulatória, pois tudo o que existe e se manifesta, de alguma
forma o faz mediante as leis que regem as vibrações. Tudo pode ser entendido e explicado mediante
um esquema universal que é a “Árvore da Vida” e as leis da Mecânica Ondulatória.
As ondas vibratórias podem se interferirem mutuamente, podem se somarem, ou podem se
subtraírem anulando-se total ou parcialmente. Podem se somar nas cristas ou nos vales5 aumentado
quer a positividade quer a negatividade. Quando duas ondas se somam em crista aumentam a
positividade, quando se somam nos pontos mais baixos das curvas (vales) elas aumentam a
negatividade. Na realidade quando duas ondas se interferem elas se somam algebricamente
podendo disto advir muitos valores para a resultante.
Um "mundo" só interfere no outro mediante as leis das vibrações, é preciso que haja ressonância
entre eles. Por isto somente quando uma pessoa num determinado momento consegue elevar a sua

5
Vide Tema 0.037 - As bases físicas do Misticismo
vibração é que pode ter percepção dos mundos superiores ao seu. Somente pela pureza é que se
pode ter acesso ao mundo Superior, ao Astral Superior.
A conduta de vida sadia é importante, pois permite a ampliação da vibração pessoal, e assim a
possibilidade da pessoa se guarnecer contra as coisas nefastas do universo. Melhorando, ampliando a
vibração ocorre à possibilidade de sintonizar os planos mais elevados da existência, ao mesmo
tempo em que a pessoa se isola das coisas negativas. Esse isolamento decorre da não sintonização,
do não estabelecimento de harmonia vibratória com as coisas negativas.
Os 4 mundos citados pela Cabala não são delimitações de espaço e sim delimitações vibratórias.
Todos os 4 mundos estão em cada ponto do Universo apenas que cada um ocupa uma faixa
vibratória própria e a passagem da mente de um para outro desses mundos só se faz pela adequação
de freqüência, de modo tal que haja ressonâncias recíprocas.
Pela sintonia harmônica é possível a pessoa trazer forças poderosas para si ao nível do plano
material e isto somente pode ser feito pelo se aumento da vibração pessoal. Como existe uma
propriedade de vibrações se adicionarem algebricamente é possível então cada vez em maior
intensidade aumentar a amplitude da vibração individual. Isto é o que resulta de práticas místicas,
entre elas a oração e a meditação. A vibração, portanto, pode ser rebaixada ou ampliada através de
práticas místicas. Pode ser ampliado na crista positiva ou na negativa e assim sendo tanto a
negatividade quanto a positividade pode ser ampliada.
Tudo quanto ocorre no Universo, de alguma forma, fica gravado e isto faz com que exista um
registro de todos os eventos e que vem sendo ampliado constantemente. Pode ser ampliado tanto no
que diz respeito às coisas negativas quanto às positivas. Assim, a somatória das vibrações de um
número muito grande de mentes vai gerando uma força enorme, um poder que de certa forma pode
agir como se fosse consciente. Isto é o que significa uma Egrégora.
Na realidade um egrégora não é uma coisa consciente, mas a mente pode sintonizar aquela força e
agir segundo o que estiver contido nela. Quando a pessoa sintoniza o registro e age é como se ela
desse vida à egrégora, lhe desse a capacidade de agir como se fosse uma forma de consciência.
Uma Egrégora é nada mais do que um registro de um nível de vibração. Tudo quanto estiver
vibrando naquela freqüência vai se somando, vai se ampliando através dos tempos e construindo um
registro enorme, que pode ser acessado pela mente que entre em sintonia.
Para um bom entendimento vamos exemplificar praticamente o que seja uma Egrégora.
Consideremos o carnaval, festa pagã, que existe há milênios sob diferentes formas. A sua origem
nunca foi positiva. Desde o seu surgimento se originou um registro das vibrações correspondentes,
dos objetivos das pessoas que nele se envolviam. Então, ao se ligar ao carnaval a pessoa fica a mercê
da egrégora do carnaval, pois entra em sintonia com o registro de tudo que está ligado àquela festa.
Por sua vez as atitudes das pessoas envolvidas na força daquele egrégora passam a contribuir para
aumentá-lo. Tudo o que foi feito em carnavais passados ficou registrado como uma. Assim a
egrégora vai crescendo assustadoramente e cada vez mais vai se tornando imenso. Quando uma
pessoa se liga àquela festa pagã entra em sintonia com a egrégora, harmoniza as suas vibrações com
a do egrégora e assim vai dispor de todos os registros nele existentes. Por isto a pessoa se torna
sujeita a levar para si todas as aberrações de conduta possíveis, a se envolver com crimes e muitas
coisas hediondas.
O universo está repleto de egrégoras das mais diversas naturezas. Como uma egrégora é uma
forma de registro de eventos, então podemos entender que o numero desses registros organizados
como egrégora é imenso. Grosso modo, podemos comparar uma egrégora com estações
radiofônicas, com programas de informática que podem ser consultados e usados a qualquer
momento.
Uma Egrégora é algo bem real, é o registro no tempo dos acontecimentos de um mesmo nível de
vibração. Resultam da soma de amplitude das vibrações ligadas a algo de uma mesma natureza.
Existem Egrégoras tanto negativos quanto positivos. As coisas boas, os atos positivos ao serem
registrados compõem egrégoras benéficos. Neste caso é bom a pessoa entrar em sintonia com ele. É
isto o que acontece quando pensamos, estudamos, analisamos, meditamos, oramos, etc. dentro do
bem. Dessa maneira se podem colher os melhores frutos para nossas existências. É uma maravilhosa
guarnição. Uma Egrégora assim, com certeza, constitui-se um "protetor".
Cada religião, cada doutrina, cada ciência, cada arte, cada filosofia por certo acaba por gerar um
egrégora próprio. Todo aquele que participar daquela maneira de pensar e de agir, automaticamente
se incorpora àquele egrégora.
Pelo que dissemos acima é fácil se entender a razão pela qual, consciente ou inconscientemente,
desde a mais remota Antigüidade, houve legiões de demônios e de deuses. Há citações de deuses da
plantação, deuses da guerra, deuses das flores, dos pomares, enfim, deuses das mais diversas
profissões. O panteão da humanidade sempre esteve e ainda está povoado de deuses, que na
realidade são os Egrégoras.
A maioria das pessoas tem dificuldades em compreender como povos antigos, muitos deles
filosoficamente avançados como os Gregos, tinham tantos deuses em seu panteão. Os povos de todos
os lugares e épocas tiveram deuses e mais deuses. Não é fácil se entender como um povo culto
aceitava isso. Na realidade aqueles deuses existem sob a forma de egrégoras desde que a pessoa
entre em sintonia com aquele tipo de condição cuja vibração é a de um egrégora ele certamente
estará sujeito a agir de conformidade com ele. Na verdade é um registro, assim como um programa
de um computador é um programa, mas que pode desenvolver uma ação, assim também uma ação
pode ser desenvolvida por uma pessoa segundo o registro de um egrégora.
Existem inúmeras Egrégoras adormecidos, isto é que não estão mais sendo evocados, mas que
continuam "vivos", razão pela qual eles podem agir a qualquer momento, bastando para isto que
alguém entre em sintonia com eles e façam aquilo que nele está contido. Em conseqüência disso, na
vida é muito importante o posicionamento mental de uma pessoa, assim como o agir e o falar,
porque tudo isto se manifesta vibratoriamente e a pessoa com certeza através de cada pensamento,
palavra ou ato permanentemente está sujeita a se ligar a alguma egrégora existente ficando à sua
mercê; assim como pode estar dando surgimento a algum novo.
Os pensamentos elevados permitem o estabelecimento de sintonia com as coisas elevadas, afasta
a pessoa do mundo inferior de Assiah, até que um dia ela possa pela purificação completa chegar a
merecer o mundo de Beriah, e quando todos se purificarem, e se cientificarem chegarem ao UM no
mundo de Azilut.

Sobre os Que Buscam o Hermetismo


Muitos aspectos do Monismo não serão analisados nestes temas, mas como existe a necessidade
de pessoas que chegaram a determinados patamares de compreensão avançarem em certos
conhecimentos, então vamos estender um tanto mais o leque de ensinamentos, pois não podemos
negar-lhes o que pretendem, assim podemos orientá-los individualmente, pois quando uma pessoa
busca o conhecimento mais elevado qualquer hermetista da V.'.O.'. H.'. tem o dever de instruí-lo.
Muitos conhecimentos que chegamos a tomar ciência pretendemos dividi-los com o máximo de
pessoas, embora mas até agora não sejam muitas as que estão devidamente credenciadas. O critério
de escolha não depende de nós, mas do grau das próprias pessoas. Não são os orientadores que
conferem graus de admissão aos grupos de estudos herméticos em nível de venerável e sim algo
ligado à egrégora do Hermetismo.
Temos grande desejo de poder contar com um grupo de estudos que permita penetrar num outro
patamar bem mais elevado de conhecimentos, mas por enquanto temos que nos conformar em ter
que esperar mais. De um total de quase duas centenas de interessados, em grupos que orientamos nos
últimos dez anos de estudos herméticos, e por meio de cerca de 1600 temas escritos, até esta data
apenas seis foram admitidos ao nível de membros Veneráreis da Ordem Hermética. Acreditamos que
o número dos que consideramos preparados ainda é muito restrito.
No Nordeste do Brasil, até recentemente, somente tínhamos conhecimento de 15 pessoas que
chegaram a receber o símbolo sagrado da Ordem Hermética, dos quais apenas quatros foram
participantes de grupos de estudos que dirigimos. Particularmente considero que mais cinco podem a
qualquer momento receber psiquicamente o símbolo que confere o direito de admissão na
V.'.O.'.H.'.6 mas isto depende de vários fatores que estão além de minha visão pessoal.
Tenho observado que, no transcorrer de mais de 20 anos à frente de grupos de estudos
herméticos, a maioria dos membros acompanha os estudos simplesmente como um estado de
empolgação, de descoberta do novo. Quando os integrantes de um grupo terminam de receber os
ensinamentos básicos, quase nenhum deles inicia a segunda fase de preparação que consiste em por
algum tempo continuar sozinhos a busca.
Na primeira fase é transmitido o conhecimento básico, os Princípios Herméticos são
apresentados, e o buscador quando está encerrando o primeiro nível chega por dedução aos
6
Estas iniciais indicam o nome da Ordem Hermética para os paises de língua portuguesa. Em paises de outros idiomas nem
sempre são as mesmas letras, pois na verdade cada letra corresponde a um símbolo, assim ela se apresenta como três
símbolos, cada um deles representando aquilo que cada letra significa.
princípios complementares e a algumas outras deduções relativas aos Princípios Herméticos. A partir
daí ele deve caminhar sozinho por certo tempo. Se houver conseguido entrar em sintonia com a
egrégora da Ordem ele continuará com a mesma inquietude de busca e o orientador pressentindo isto
continua transmitindo ensinamentos complementares. O orientador apenas leva o discípulo até o
portal o “templo” mas não o com ele. Esta é uma etapa que cada um tem que seguir sozinho.
É nesta a fase de teste que se vê se o discípulo está ou não preparado. Se ele estiver ele “penetra
no portal”, ou seja, continua a sua busca e o orientador sabe disto pelo interesse demonstrado. Se não
está preparado ele para ali, deixa os estudos de lado, acomoda-se satisfeito com o que já pensa
conhecer. É comum que alguns deles se julguem mestres, ou até mesmo orientador. Muitas
organizações que se auto-intitulam de “ordens iniciáticas” surgem a partir de discípulos que não
ultrapassaram o portal, mas que apoiados na base que receberam fundam organizações, etc. Outros
começam a praticar alguma forma de proselitismo.
Vale o que é dito nos Evangelhos: “Muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”.
Pode acontecer que alguns parem “diante do portal”, que não penetrem, mas continuem ligados ao
anseio de mais conhecimentos preliminares. A estes o orientador pode ampliar um pouco mais o
horizonte do conhecimento hermético visando despertar o interesse deles em prosseguir e atravessar
o portal.
No passado, nas Escolas Iniciáticas, após o conhecimento básico o discípulo, era considerado
apenas um “buscador”. Ao completar a primeira etapa era levado ao Portal do Templo onde deveria
penetrar sozinho para cumprir algumas “provas”. Depois se seguia uma outra fase em que o
buscador por um período de três anos ficava afastado dos ensinamentos do templo. Nessa fase,
alguns escolhiam o isolamento em algum lugar, muitos iam para o deserto, mas a maioria preferia
caminhar de cidade em cidade sem contacto com os orientadores, enfrentando as vicissitudes,
enfrentando as “tentações da vida”. Por caminhar de lugar para lugar eram chamados de
“peregrinos”.
As Ordens Tradicionais se adaptam às épocas; hoje os estudos herméticos não ocorrem em
templos, eles podem ser feitos em muitos lugares. Muitas vezes o buscador não conta nem sequer
com um orientador próximo, pois a busca solitária também é válida. Mas, geralmente acontece como
no ditado: “Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece”. De alguma forma, em decorrência da
ligação que o discípulo estabelece com a egrégora hermética, de uma forma ou de outra ele acaba
localizando um orientador sem que precise sair procurando, pois a ocasião se apresenta. A
V.'.O.'.H.'. não atribui o título de Mestre àqueles que preparam os discípulos, pois segundo os
ensinamentos arcanos o Mestre Hermético é a própria egrégora.
Na egrégora está registrado tudo aquilo que diz respeito à Ordem, e isto faz com que o buscador,
sem que se dê conta disto, acabe por localizar alguma pessoa que posas lhe servir de orientador, de
lhe preparar para que possa receber o conhecimento diretamente da Fonte.
Muitas vezes as coisas acontecem de forma inusitada. Por exemplo, acontece que um buscador
que vive em um lugar onde não possa contar com um orientador, sinta vontade de ser mudar para
uma outra cidade. Ele mesmo nem sabe por que está querendo se mudar de uma cidade para outra,
até mesmo de um país para outro, movido ou não por diferentes razões. Isto acontece amiúde porque
o buscador está sendo conduzido ao encontro de um orientador. No passado, a pessoa tinha que
buscar um templo, que podia ser perto ou distante. Na atualidade a busca de conhecimento leva a
pessoa a um orientador, a alguém que pode instruí-la, até mesmo numa praça pública.
No passado após o buscador haver assimilado os conhecimentos básicos ele se retirava do templo
e ia para um lugar solitário, até mesmo para o deserto, ou, peregrinava durante um determinado
período de tempo. Durante aquele período ele não recebia ensinamentos diretos, mas os recebia
mentalmente, vezes sob a forma de “descobertas pessoais”, vezes sem que o soubesse “encontrava
pessoas comuns” com as quais conversava e aprendia muitas coisas “novas”. Esse era o período de
peregrinação, daí o título que a pessoa recebia: “Peregrino da Senda”.
Hoje, em essência, tudo permanece como antes, é oferecida à pessoa a oportunidade de estudar o
Hermetismo. Para isto sempre surge alguma oportunidade desde que a pessoa tenha um mínimo de
preparo e de interesse sincero. Acontece que ao integrar um grupo muitos são movidos por vários
tipos de interesse, assim nem todos chegam ao fim da primeira etapa, nem todos conseguem chegar
ao fim daquilo que pode ser chamado de “primeiro grau” e receber o título de “Peregrino da Senda”.
Alguns permanecem, cumpre a primeira fase quando então o grupo é desfeito. Ai começa a fase em
que o discípulo tem que peregrinar sozinho, isto é volta a suas atividades normais, a atuar em sua
religião ou em outros movimentos. Esta etapa é aquela representada na “Iniciação do duplo
caminho” (Tema 0.424) também popularmente conhecida como a “iniciação do Y”. È ai que ele tem
diante de si dois caminhos distintos, o do mundo do conhecimento superior, e o da vida comum. Esta
situação está simbolicamente representada na iniciação do duplo caminho.

Em nenhum momento é perguntado ao Buscador ou ao Peregrino se eles querem continuar. Se o


fosse por certo diriam sim. Prosseguir é uma decisão pessoal e muito sutil, mas que todos os
buscadores vivenciam. A quase totalidade escolhe o caminho oposto ao do conhecimento, escolhem
exatamente a “via da acomodação”. Acomodam-se naquilo que estava antes, continuam fazendo o
que sempre fizeram, apenas com um pouco mais de conhecimento, mas não de sabedoria, ou, o que é
mais lastimável é que passam a usar o conhecimento em proveito egoístico e não maléficos.

Sobre o Hermetismo Atual


Muitos podem dizer que todo o material apresentado nesses temas nada tem a ver com o
Hermetismo da época dos antigos egípcios. Em parte isso é verdade, pois não analisamos as figuras,
desenhos e hieróglifos, visto que nosso intento é o de traduzir os ensinos herméticos em linguagem
clara e atual. Durante séculos, os ensinos herméticos seguiram o modo de expressão clássico, de
épocas passadas; ótimos livros foram escritos para ensinar o Hermetismo e mesmo modernamente
ainda têm sido publicados, mas sempre usando a linguagem simbólica e velada. Atualmente
podemos citar Moustafa Gadalla que, através de excelentes livros7, vem estabelecendo uma ponte de
ligação entre o simbolismo das figuras egípcias e os conhecimentos atuais da Física.
A nosso ver, o surgimento da Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ vem trazendo o Conhecimento Antigo de forma
atualizada, comparando os ensinos Herméticos com os modernos conceitos da Física, especialmente
daqueles ligados à Teoria Quântica, e usando linguagem atual para o ensino do Hermetismo
Tradicional. O que temos escrito vem obedecendo esse critério. Visamos apresentar conhecimentos
tradicionais do Hermetismo em linguagem contemporânea, estabelecer analogias com conceitos
científicos modernos, com filosofias mais atualizadas, religiões e pensadores que surgiram bem
depois do ocaso da Civilização do Egito Antigo e ainda mostrar que eles essencialmente em nada
diferem do pensamento antigo mediante o uso de uma forma de linguagem que está defasado, ou
superado. O necessário para mostrar e que integram o acervo de conhecimento.
Muitas vezes pessoas se surpreendem quando afirmamos que nosso trabalho tem como base os
ensinos de Thoth, mas deixando de lado as figuras clássicas do Antigo Egito, usando ao invés delas,
exemplos comparativos com elementos atuais, oriundos da ciência moderna até mesmo baseado na
Teoria Quântica. Mas, o nosso intento é preencher uma lacuna existente entre os ensinamentos
antigos e os modernos. Evidentemente muito do que falamos não era falado dessa forma nas
civilizações antigas, mas a finalidade do nosso trabalho é o estabelecimento de uma ponte de união
entre o passado e o presente, no tocante aos conhecimentos místicos e metafísicos, entre a forma
como eram falados e como o podem ser atualmente.
Mesmo que se considere o tremendo desenvolvimento dos conhecimentos místicos dos antigos
egípcios, ainda assim muitas explicações dadas pelos místicos atuais não eram apresentadas da
forma como é feito atualmente, mas o que importa é mostrar que o legado deixado pelos antigos se
adapta perfeitamente ao pensamento filosófico clássico e atual, e mesmo aos enunciados científicos
atuais. O que precisa haver é o estabelecimento de uma “ponte” entre a linguagem simbólica antiga e
a linguagem usual moderna.
Evidentemente no passado o Hermetismo não falava diretamente sobre proposições atuais da
Teoria Quântica visando explicar a natureza de muitos fenômenos ligados à Mente, mas deve ser

7
No Brasil foi editado um livro do referido autor, pela Editora Madras – COSMOLOGIA EGÍPCIA – Moustafa
Gadalla.
lembrado que Thoth (Hermes) ao dizer em seu Primeiro Princípio: “O Universo é Mental”, não deixa
dúvida de que sabia e ensinou isso com outro modo de expressão. Vemos assim que, ao invés do
Hermetismo ser desfeito pelos conhecimentos mais elevados da Física e da Matemática moderna, ele
é fortalecido, pois muito daquilo que não passava de especulações filosóficas, hoje encontra
embasamento científico, razão pela qual vem se tornando matéria inerente aos avanços atuais da
Metafísica.
Mas, não se pode dizer que os Antigos Egípcios tinham conhecimentos elevados de Física, de
Metafísica, e de Matemática, mas não se pode negar que o desenvolvimento deles era muito
avançado, haja vista os problemas matemáticos e geométricos necessários para a construção das
pirâmides, por exemplo.
Não se pode dizer com precisão, como os ensinamentos filosóficos e científicos eram expressos
no Antigo Egito, nem comprovadamente saber o nível metafísico alcançado por aquele povo,
contudo os ensinamentos de Thoth (Hermes) são um sinal de que eram conhecimentos de alto nível,
pois atualmente eles encontram respaldo nas teorias: Quântica e da Relatividade.
Muitas pessoas discordam de que houve grande avanço dos egípcios em campos científicos como
os propostos pela Física e por outros ramos das ciências atuais. Alegam que um povo cientificamente
avançado não poderia ter religiões “rudimentares”, quais as do Egito Antigo, em que havia até
mesmo aceitação de formas animais como divindades. Mas, o que acontecia, sabe-se bem, era que
parte dos ensinamentos era transmitida simbolicamente, e a razão disso baseia-se nos motivos
mencionados sobre a origem das Escolas de Mistérios8 e o Obscurantismo. Assim as Escolas de
Mistérios adotavam a linguagem simbólica para ocultar conhecimentos, para que eles só fossem
entendidos pelos Iniciados, protegendo-os do peso da mão do obscurantismo.
Se, por um lado, a linguagem dos símbolos era usada para velar os conhecimentos não permitidos
aos profanos, por outro, estava sujeita a favorecer o surgimento de desvios, desde que muitas
interpretações nada têm a ver com o propósito básico do símbolo. Assim, muitas informações e
interpretações podem ser sacadas de um determinado símbolo. O conhecimento oriundo de um
símbolo pode estar sujeito a muitas interpretações, algumas até mesmo opostas ao propósito básico,
consequentemente facilitando até mesmo a deformações da idéia. Como exemplo: O meandro
deixado pelo deslocamento de uma serpente na areia, assinalam uma senóide, e a senóide é a
representação geométrica do Princípio da Vibração (Princípio Sagrado). Contudo, nada proíbe que
alguém atribua à própria serpente – o animal – um caráter sagrado passando então a ser aceita e
venerada como divindade, e daí, estabelecidos cultos e mesmo religiões ligadas. Assim é que muitas
pessoas, que ainda não têm nível de clareza suficiente para entender o princípio oculto de uma
senóide, acabem divinizando a serpente9.
Como geometricamente a senóide representa o alicerce desse mundo objetivo, imanente, em que
a vibração é a base de tudo, naturalmente os meandros da serpente podem dar a entender que até
mesmo uma religião pode ser estabelecida a partir de uma interpretação errônea de um desenho -
símbolo. Por razões assim, aqueles que não eram iniciados acabam atribuindo muitas formas
zoomórficas aos deuses da Antiguidade.
Por tudo o que dissemos nos parágrafos anteriores, podemos afirmar que o nosso intento e o da
Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ é o de apresentar o conhecimento dos antigos sem necessitar de meios ocultos, isso
porque estamos vivendo uma época de grandes transformações e mesmo de liberalizações, o que
permite aos que detêm conhecimentos metafísicos elevados não serem punidos e até mesmo
sacrificados. Mas, mudanças não são rápidas, elas não ocorrem de um minuto para outro e é por isso
que ainda há grande resistência aos que pretendem tirar o véu de mistério que envolve o
conhecimento tradicional. Grande parte dos místicos ainda prima por manter velados certos
conhecimentos, sem que se dêem conta de que princípios escondidos não têm tanto valor prático
quanto se possa acreditar. Jesus em uma parábola disse: “Não se deve acender uma candeia para
colocá-la em baixo do alqueire”. “Ninguém acende uma lucerna e a põe em lugar escondido, nem
debaixo do alqueire, mas sobre o candelabro, para que os que entrevejam a luz” Lucas 11 – 33.
O conhecimento deve ser dado a todos os que possam deles fazer um bom uso. No passado, certas
verdades tinham que ser ocultadas para que pessoas e organizações não se tornassem vítimas do
terrível algoz – o obscurantismo. Hoje, conhecimentos de Matemática, Medicina, Geometria,
Arquitetura e outros que integravam os ensinamentos das Escolas de Mistérios, vêm sendo
8
Em temas anteriores – 0220 – 0221 – 0222 falamos sobre a origem e o porquê das Escolas de Mistérios.
9
Há um outro sentido metafísico para a serpente. Trata-se do ouroborus, uma serpente mordendo a própria
cauda e formando um círculo. Isso simboliza o Infinito (círculo)
curriculares nas próprias escolas básicas, nas universidades, sendo livremente publicados em
incontáveis livros e revistas, mas isso não era possível em determinados momentos da História.
Coisas que no passado eram zelosamente veladas têm sido livremente divulgadas em nossa época,
incluindo-se ensinamentos curriculares das escolas. Assim sendo, não tem sentido em manter
velados os conhecimentos metafísicos e espirituais, enquanto os demais que integravam o
Hermetismo no Antigo Egito estejam totalmente disponíveis através de inúmeros meios de
divulgação. Evidentemente nem tudo deve ser difundido, em especial quanto ao “modus operandi”
de muitas artes alquímicas, mágicas, e cabalísticas, mas falar sobre a existência delas e explicar em
que se baseiam não tem por que ser considerado algo inconveniente, desde que não se forneça a
“receita” e o respectivo “modo de preparar”.
Mas o que importa é considerar que tudo o que se diz atualmente em nível de hermetismo, na
verdade não se trata de algo novo, de algo que não era conhecido dos egípcios, a não ser a nova
linguagem usada. O que se ensina atualmente não vai além de ensinamentos antigos, apenas
apresentados em linguagem e métodos atualizados, e é isso o que faz com que possam parecer um
tanto diferentes, mas no que diz respeito ao conhecimento essencial. Quando os egípcios eruditos
aceitavam as palavras de Thoth na afirmativa de que “O Universo é Mental”, eles até podiam ter
mais dificuldades de entender do que nós na atualidade, em que podemos contar com o auxílio da
Física moderna, que envolve as bases matemáticas da Teoria Quântica, da Teoria da Relatividade, da
Física de Partículas e de outras especialidades que no passado ainda não eram conhecidas. De forma
alguma estamos afirmando que todos os conhecimentos que envolvem as proposições modernas,
constituíssem mistérios escondidos por trás de símbolos ou coisas assim, no passado remoto. Os
sacerdotes eruditos sabiam muito bem como trabalhar com esse nível de conhecimentos, sem que
precisamente adotassem a Metafísica tal como a conhecemos hoje, mesmo que não utilizassem a
metodologia de Física direcionada como hoje acontece no tocante às Teoria da Relatividade e
Quântica, o que importa, é que por outros meios, chegaram às mesmas conclusões sobre a natureza
do universo, mediante meios distintos dos que temos chegado, atualmente. O importante é se ver que
os conhecimentos do passado e do presente são idênticos, de forma que o Hermetismo pode
facilmente ser representado por conceitos mais modernos, que não se constituem de coisas arcaicas.
Arcaica pode ser considerada a linguagem usada no passado, mas não, a essência do conhecimento
explícito e nem a simbologia. Corrigida a linguagem, o Hermetismo de hoje é tão atual quanto o do
Antigo Egito. É visando isso que a VˆOˆHˆ trabalha, na tentativa de explicar conhecimentos
tradicionais em linguagem e bases atualizadas, desde o modo como, durante milênios foram usados.
Por isso podemos dizer que o que precisamos de agora por diante é trazer os ensinamentos em
formas de expressão atualizadas, para que possam mais facilmente ser aceitos pelas pessoas da
atualidade.
Quando os egípcios aceitaram ser mental a natureza do Universo, tudo o que se veio a
compreender antes e depois – na época atual –, especialmente no que diz respeito à Mente, não
acrescentou nada de novo ao Primeiro Princípio citado por Thoth. Tudo o que a psicologia atual
possa dizer a respeito do comportamento da mente está implícito nesse princípio. O mesmo acontece
com referência à Metafísica. Tudo o que ela explana na atualidade a respeito da natureza do
Universo, tem como base os 12 Princípios Herméticos. Tudo quanto a Teoria Quântica afirma, na
verdade não vai além do que afirmam aqueles Princípios. Trata-se de uma explicação atual sobre um
princípio antigo.
Assim, o que temos escrito, pode parecer nada ter a ver com o Hermes, que estamos usando
indevidamente o nome Hermetismo para expor proposições nascidas depois. Isso não é verdade, o
nosso intento, e de outros membros da Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ, é o de trazer o Hermetismo para o mundo atual,
para a compreensão atual, para a ciência e filosofia atuais, sem repetir nomes que não significam
muito para as pessoas atuais. O mesmo dizemos com relação à ocidentalização das doutrinas
orientais. Comumente usam o vocabulário de origem que envolve palavras de difícil memorização, e
cujo significado, muitas vezes, foge à compreensão dos ocidentais. Por isso, os exemplos que damos
em nossas palestras, de preferência são verbalizados em linguagem ocidental atual para que o
verdadeiro sentido e significado possa ser compreendido com precisão. Por isso temos apresentado
os ensinos de Thoth que compõem a Doutrina Hermética, em linguagem filosófica, cientifica e
psicológica, porém moderna. O mesmo podemos dizer da Cabala que no Ocidente sempre se limita
ao Hebraísmo, quando na verdade ela transcende até mesmo ao Antigo Egito.
Os Princípios Herméticos são modelos aos quais se podem aplicar quaisquer tipos de
conhecimentos de qualquer época, isso porque se trata de verdades universais, que até mesmo podem
ser aceitas como LEIS DE DEUS.

CAPITULO II
Venerável Ordem Hermética - V.˙.O.˙.H.˙.

Hermestimos - V.'.O.'.H.'.
O que na atualidade é chamado de Hermetismo, ou de Ciências Herméticas, compreende um
campo de conhecimento muito vasto. Vemos cada dia ordens e sociedades herméticas; ouvimos falar
de conhecimentos herméticos. À primeira vista, o leigo acredita que a palavra “hermética”, presente
em inúmeras organizações, significa oculto, mistério, velado. Realmente não é este o sentido. Aquilo
que é ensinado como Hermetismo, tem raízes tão antigas cujo início é impossível se precisar. Na
verdade se pode considerá-lo como o registro de todos os conhecimentos que a humanidade foi
acumulando ciclo após ciclo de civilização, mesmo muito antes da Atlântida.
O Hermetismo na atualidade é conglomerado de conhecimentos que muitas instituições possuem
– ou dizem possuir – e cujas origens são atribuídas a Hermes. Na verdade Hermes – considerado
com um deus do Panteão da Antiga Grécia – recebeu o mérito de ser o autor desses conhecimentos,
mas na verdade eles foram trazidos até o atual ciclo de civilização, ao antigo Egito por Thoth,
também considerado um deus no Antigo Egito.
Como a origem dos conhecimentos herméticos data de alguns milhares de anos, é natural que
durante tão longo tempo hajam ocorrido grandes transformações, tanto no que diz respeito aspectos
organizacionais quanto no contexto dos próprios ensinos. Disto resultou um grande número
organizações no , assim como no presente, intituladas de “Ordem Hermética”. Os conhecimentos e a
estruturação de algumas são oriundos das Escolas de Mistérios do Antigo Egito, mas existem outras
que nada têm a ver com os ensinamentos deixados por Thoth. Naturalmente o termo “Ordem” dado
aos ensinos de Thoth só apareceu depois da decadência do Egito, quando grupos de estudiosos
deram nomes às organizações que transmitiam o conhecimento oriundo do Antigo Egito.
Não existe oficialmente qualquer organização que possa ser intitulada de Ordem Hermética, o que
existe são organizações derivadas que tramitem ensinamentos herméticos de vários modos, em
conformidade com aquilo a que se propõem. Temos ensinado de conformidade com uma Ordem
recente denominada de V\O\H\criadas com o objetivo de atender mundo atual rigorosamente dentro
dos Princípios Herméticos, mas dando prioridade a uma temática moderna. Nela os ensinamentos
são milenares, mas não da forma como o eram apresentados no Egito. Na verdade essa organização
existe para, sem modificar a essência dos ensinamentos de Thoth apresenta-los de forma atualizada
no que diz respeito à linguagem e ao contexto dos eventos que ocorreram desde a época antiga.
Assim a V.'.O.'.H.'. fala a respeito e examinam detalhes de sistemas doutrinários recentes, doutrinas
de eminentes iniciados que surgiram depois de Thoth, tais como Buda, Jesus, Maomé, Lao Tse,
Apolônio de Tiana, e muitos outros.
Na verdade o propósito da V.'.O.'.H.'.não é repetir o que já foi dito com propriedade no Antigo
Egito, mas sim mostrar tudo em uma visão atual. Por exemplo, comparar a Teoria da Relatividade,
as ciências físicas atuais, a Astrofísica, a Biologia, e as proposições da Física Quântica, assim como
de inúmeros ramos do conhecimento humano atual. O funcionamento administrativo pode ser
considerado secreto, mas não os ensinamentos. Quando muito podem ser considerados “reservados”,
mas qualquer pessoa se desejar pode ter acesso a eles. O que acontece é que na V.'.O.'.H.'.não há
busca de prosélitos.
O sentido de “oculto”, de secreto, vem desde as Escolas de Mistérios. Quando as Ordens foram
instituídas os ensinamentos passaram a ser “velados” em decorrência das perseguições contra o
conhecimento promovidas por algo que é conhecido pelo nome de "Conjura do Silêncio” ou
“Obscurantismo”. Mas, não há segredo algum no que o Hermetismo ensina.
Vários ramos de ensinos herméticos existes cobrindo um vasto campo de conhecimentos. Os
ramos são muito abrangentes por compreender um somatório de conhecimentos milenares da
humanidade.
Podemos dizer que existem duas vertentes através das quais conhecimentos elevados chegaram a
este ciclo de civilização: o Hermetismo e os Vedas. O Hermetismo é à base de todo o misticismo
ocidental, enquanto os Vedas o é do oriental. Não existe religião oriental que não tenha como base,
direta ou indiretamente, os ensinamentos Vedas, acontecendo o mesmo quanto ao Hermetismo no
tocante ao ocidental. No Ocidente nenhuma organização pode-se dizer que não tenha Hermetismo
como base, seja ela a Alquimia, a Cabala, a Magia, a Maçonaria, o Rosacrucianismo e muitas outras.
Direta ou indiretamente todas as principais religiões ocidentais no passado ou no presente são
“filhas” do Hermetismo, mesmo que não reconheçam isso. Falamos de duas vertentes básicas, mas
vale salientar que, na verdade, elas, por sua vez, têm uma origem única na Atlântida. A aconteceu
que os conhecimentos místicos da Atlântida chegou até este ciclo de civilização, uma parte através
dos Vedas10, e outra através do Egito. Atualmente havendo um reencontro das duas fontes; já é bem
marcante o sincretismo entre as diversas doutrinas orientais e ocidentais.
Sempre existiram muitas organizações que se intitularam de Sociedade, ou de Ordem Hermética,
e também na atualidade, porém não existe uma Ordem Hermética geral. Há aspectos distintos dos
ensinamentos milenares feitas por organizações diversas e a V\O\H\é uma delas. Existem diversos
grupos de ensinamentos herméticos, algumas trazem ensinamentos autênticos, porém outras usam o
nome “hermético” a conceitos de grupos, ou para divulgação de meras fantasias. Entre outras, como
transmissoras de conhecimentos autênticos, citamos a V.'.O.'.H.'..Trata-se de um ramo do
hermetismo cujo objetivo é transmitir conhecimentos milenares transmitidos por Thoth no Antigo
Egito, porém fazendo uso de uma linguagem não velada, de conceitos expressos em linguagem atual,
em consonância com a ciência de nossos dias. É uma organização cujo objetivo não visa qualquer
lucro pecuniário, não tem por objetivo fazer proselitismo. Assim sendo, é uma Ordem que se
caracteriza por não ter sócios, nem membros efetivos, nem diretoria, nem sedes, nem bens materiais,
nem mensalidades, nem taxas de quaisquer tipos. No plano material ela apenas atua através de
estimulo a grupos independentes de estudo, relativamente autônomos orientados por discípulos mais
experientes que não se intitulam de “mestre”. Quando muito eles podem ser considerados
respeitáveis instrutores.
A Ordem preserva o anonimato de grupos e de membros (discípulas) para evitar abordagens
inoportunas e indesejáveis.
Há uma direção orientadora de nível internacional e representada em alguns países, trabalhando
discretamente, e visando em especial a divulgação de verdadeiros conhecimentos milenares através
de uma metodologia capaz de atender àqueles que sentem necessidade de certos conhecimentos
tradicionais aplicados ao mundo atual.
A administração da V.'.O.'.H.'. pode ser representada graficamente por uma pirâmide em que no
ápice se situa o “Iniciado Maior”. O segundo patamar é ocupado pelos “Três Iniciados”, a seguir
terceiro patamar ocupado por 12 membros. A seguir no quarto plano um “conselho” composto por
72 membros. Na verdade a atuação desses membros visa apenas adaptação dos ensinos à época,
aplicação dos Princípios ao contexto histórico e científico, sem, contudo promoverem modificações
dos ensinamentos básico milenares, pois a verdadeira via de acesso às verdades não se faz através de
“mestres”, mas sim através do Egrégora da Ordem11.
Na V.'.O.'.H.'.nenhum instrutor tem qualquer prerrogativa de ingerência na vida das pessoas,
nenhum titulo, nenhum poder administrativo, e nenhum título ele pode conceder a quem quer que
seja. Na verdade tem como papel apenas o de transmitir os conhecimentos básicos o Hermetismo,
por meio dos quais é o próprio discípulo quem se torna apto para estabelecer ligação com o
“Egrégora da Ordem Hermética”. É o discípulo quem amplia seu próprio nível de percepção para
receber o conhecimento da “Eterna Fonte Cristalina” do saber cósmico.

Venerável Ordem Hermética


COMUNICADO ESPECIAL:

10
Vedas não é um povo, e sim um sistema.
11
Egrégora não é uma pessoa, nem um ser, é apenas o registro que muitos chamam de Registro Akáshico.
Como diversos discípulos têm indagado sobre a V.'.O.'.H.'., além do que foi dito (...), enviamos
mais algumas informações. Periodicamente iremos enviando outros conforme a necessidade do
grupo e mesmo endereçada a algum dos membros.
Os ensinamentos esotéricos chegaram à humanidade a partir de duas vertentes. Uma deu
origem aos ensinos Vedas e a outra ao Egito cujo Primeiro Mestre foi Thoth, que posteriormente os
gregos associaram a Hermes. Como a cultura ocidental passou pela Grécia então os ensinamentos de
Thot passaram a ser denominados de Ensinos Herméticos.
É natural que uma tradição com muitos séculos haja sofrido grandes transformações. Como todo
o ensinamento com o tempo ocorre uma tendência a sofrer modificações, muitas resultantes de
interpretações. Assim aconteceu com o Hermetismo também. Mas a par das ingerências humanas a
sabedoria deixada por Thoth permaneceu ciosamente guardado pelos descendentes dos Sacerdotes
do Olho de Horus. A Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ foi organizada visando aplicar os conhecimentos do Antigo Egito
ao mundo atual. Assim não se fala muito em deuses egípcios, e outros valores da Antiguidade
Egípcia.
Para aqueles que pretendem a adoção do modo de ensinamentos da Tradição Egípcia há
muitas obras valiosas. Muitos crêem que os ensinos ficaram totalmente perdidos, mas não é assim.
Conforme nos mostra um valioso livro recentemente publicado em português:

Título: Cosmologia Egípcia - O Universo Animado


Autor: Mustafá Gadalla
Sinopse: Cosmologia Egípcia - O Universo Animado é um convite ao leitor a ouvir e aprender com o
tesouro de conhecimento permeado nas tradições dos povos Baladi, uma minoria silenciosa que
segue as antigas tradições egípcias.
Editor: Editora Madres - São Paulo.
Site: http://www.madras.com.br

Parte dos ensinos preservados é mostrada por várias organizações autênticas, entre estas a
V.'.O.'.H.'.. Esta visa ensinar aquilo que Thoth deixou, mas usando uma linguagem atual e
comparando os ensinos antigos com aquilo que é ensinado pela ciência moderna.
Sabendo-se que a institucionalização das organizações, através do tempo, acaba por tornar os
ensinos alterados segundo os mais diversos tipos de interesse. Por esta e outras razões Certos
Mentores vêm inspirando algumas pessoas espalhadas por todos os continentes para auxiliarem neste
trabalho.
Entre as primeiras cautelas da V.'.O.'.H.'. é a não constituição de organizações
administrativas. Os ensinos são transmitidos por instrutores através de vários meios de comunicação,
mas sem que haja um regência central. A regência não é exercida por pessoas humanas da terra.
Visando a não institucionalização a Ordem recomenda não haver qualquer ônus para os
membros. Nem mesmo contribuição destinada a pagamento de aluguel de local para reuniões, pois
isto implica em pagamento de taxas ou mensalidades, que implica em um tesoureiro e finalmente
uma diretoria. Disto disputa por cargos. Assim as reuniões devem ser feitas na casa de algum
membro, ou em um local que não implique em mensalidades. Se não houver um local assim, elas
podem ser efetivadas em uma praia, em um sítio, debaixo de uma árvore, etc.
Os discípulos quando alcançam um necessário grau de compreensão passam a receber ensinos
diretamente, por afloramento de ideias, por sonhos, ou por outros meios de percepção.
Função exercida por pessoas existe apenas um Conselho constituído por 12 membros que
periodicamente se reúne em Constantinopla e cuja finalidade não é discutir e nem opinar sobre a
doutrina, mas apenas decidir sobre questões administrativas, tais como nome da organização etc. Por
exemplo, o nome Venerável Ordem Hermética foi escolhido como título nos países de língua
portuguesa. Na verdade foi escolhido o Latim, mas nesta língua as letras correspondem às mesmas
do português.
A Ordem não dá carta de autorização a qualquer pessoa para falar por ela, mas ao mesmo
tempo concede o direito de qualquer uma ensinar (mesmo um discípulo que esteja iniciando os
estudos), e levar os ensinamentos a outras pessoas que tenham desejo sincero de aprender Diante
disto alguém pode indagar: E se a pessoa adulterar os ensinamentos? A Ordem responde: Se o que é
transmitido não corresponder ao que deve ser ensinado, o máximo que está sujeito a acontecer é a
pessoa não conseguir estabelecer o contacto com o Egrégora da Ordem, aquele canal de percepção
não se abrirá. Jamais a V.'.O.'.H.'. contestará qualquer pessoa ou organização que se diga sua
representante, o resultado do aprendizado é a resposta.
Em dado momento da caminhada do discípulo pode ver (perceber) o símbolo representativo
da Ordem. Ele sempre se faz presente quando necessário, e podemos dizer ser uma grande dádiva.
Receber o símbolo da V.'.O.'.H.'. significa que aquele discípulo passou do nível de discípulo para o
de membro da Ordem. Trata-se de algo muito importante pois nos auxilia em todas as decisões que
não tenham razões carecas para ocorrerem.
A percepção do símbolo não significa esforço algum. Trata-se da sintonia da pessoa com a
Ordem. Alguém que já tenha tido ligação em outras encarnações pode recebê-lo até mesmo antes de
se filiar. Há pessoas que passam muitos anos para recebê-lo e outras que numa determinada
encarnação não o recebem. Quando acontece não cabe dúvida, pois ele se apresenta com muita
clareza e se repete de forma constante,chegando até ser tedioso, até que a pessoa se dê conta de que
ele é o símbolo. Há centenas de símbolos herméticos, estamos falando de um dos símbolos
representativo da V.'.O.'.H.'..
Os ensinos Herméticos ministrados pela V.'.O.'.H.'. estão distribuídos em 12 câmaras. O
tempo de cada câmara varia de instrutor para instrutor. No nosso caso pessoal,que já vimos
ministrando palestras há cerca de 30 anos, a objetivo da Primeira Câmara que consiste no
desenvolvimento e ampliação dos princípios clássico e de mais alguns; nos sete distintos níveis de
como Deus se manifesta; no conhecimento dos números de 0 a 12. Mais conhecimentos básicos
sobre Thoth e do seu diálogo com Poimandres. A segunda Câmara dois anos, e a Terceira três anos.
Fazemos uma palestra de 4 horas uma vez por mês.
A Ordem não envia ou apresenta lições oficiais. Aos Instrutores ela estabelece a meta a ser
atingida pelo discípulo, não importando a maneira como eles o façam. Assim, textualmente os
escritos de um determinado Instrutor pode ser bem diferente dos de um outro, mas a base e a meta é
uma só.
Discípulos podem se reunir para o estudo da matéria. Mesmo alguma pessoa que não seja
discípula de algum curso pode participar. Apenas é recomendado um bom critério de escolha.
Qualquer discípulo pode ter o seu grupo de estudos, procurando seguir o que lhe estiver sendo
transmitido. Quando surgir alguma dúvida consulte o seu Instrutor. Não há pelo que temer, pois se
houver sinceridade de propósito, se a intencionalidade for boa, sem duvida a própria Egrégora da
Ordem se fará presente sob a forma de inspiração. Mas, desconfie de um Instrutor que disser que
aquilo que ele ensina é a verdade, que outras organizações religiosas ou filosóficas são falsas.
Aquele que proceder assim por certo não entendeu o Hermetismo cujo Primeiro Principio diz O
UNIVERSO É MENTAL. Isto quer dizer que tudo é ilusão12.

A proposta da V.'.O.'.H.'. é libertar o ser do jugo da mente tornando-o consciente de Quem


realmente ela é.

Que os laços da paz e da clareza se façam sentir.

Pela V.O.H.
José Laércio do Egito.

Metas de Ensino da V.'.O.'.H.'.


A Quarta Câmara Hermética

Nesta palestra vamos falar a respeito da distribuição dos ensinamentos da Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ, e do


modo como o estudo Hermético é transmitido.

12
Não se trata de alucinação mas sim de Ilusão. Diferença: A ilusão tem objeto, algo é percebido como uma coisa mas é
outra. A alucinação, pelo contrário, é ter percepção de algo que de forma alguma existe.
A forma de fazer chegar o ensino até os discípulos varia de uma para outra organização.
Algumas não oferecem qualquer material escrito, a transmissão é feita verbalmente em reuniões
privativas para os membros. Outras o fazem através de escritos etiquetados como privativos da
ordem. Por sua vez, a Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ não tem qualquer publicação oficial, ela apenas atribui metas a
serem atingidas em 12 níveis, que chamam de Câmaras. Aquele que se propõe livremente ensinar,
apenas devem fazer segundo seu próprio modo para levar o discípulo a atingir uma meta a que ele
deve atingir. Para isso o Instrutor preferencialmente deve adotar sua própria maneira, visando
conduzir o discípulo. Para isso o Instrutor pode usar o seu próprio método, pois o que importa é o
objetivo a ser atingido e não o meio como isso é cumprido.

O primeiro objetivo da V.'.ˆO.'.ˆH.'.ˆ é ensinar o Principio Unístico. Trata-se de uma linha de


conhecimentos muito antigos, talvez bem mais do que o próprio Egito Antigo. Tem como base os
ensinamentos deixados por Thoth e transmitidos primitivamente pelos chamados “Sacerdotes do
Olho de Horus”. Esses ensinamentos atravessaram séculos, e assim sendo é natural que eles hajam
sofrido muitas modificações; umas válidas e outras não. Também um ponto a ser considerado diz
respeito ao fato de que após milênios uma quantidade muito grande de conhecimentos novos foi
surgindo e que, obviamente não constavam do Hermetismo Primitivo. Diante disso os ensinamentos
dos “Sacerdotes do Olho de Horus” foram se tornando incompletos, e assim deixando de atender
incontável número de conhecimentos filosóficos, científico e mesmo históricos.

A V.'.ˆO.'.ˆH.'.ˆ não tem qualquer publicação oficial, ela apenas atribui metas a serem atingidas
em 12 níveis, que chamam de Câmaras de Estudo. Aquele que se propõe livremente levar até às
pessoas os ensinos deixados por Thoth, preferencialmente devem fazê-lo preferentemente segundo
modo próprio, desde que dessa forma o discípulo possa atingir à meta de cada câmara. O Instrutor
pode usar o seu próprio método, pois o que importa é o objetivo a ser atingido e não o meio como
isso é cumprido13.

Outro ponto que deve ser considerado diz respeito ao velamento dos ensinos. No passado o
obscurantismo imperava e era uma temeridade ensinar, escrever e mesmo falar a respeito de certas
verdades. A historia está repleta de casos de perseguições, e até de condenações à morte para os que
tentavam revelar os chamados Segredos Iniciáticos – aqueles que não estivessem de acordo com os
interesses do obscurantismo. Sendo assim, para preservação os ensinos eles feitos em linguagem
velada, de tal forma que somente os iniciados podiam entendê-los. Mas, atualmente o poder do
obscurantismo se reduziu acentuadamente, fazendo com que coisas impossíveis de serem livremente
ditas no passado poderem sê-lo atualmente. Sendo assim deixou de existir a necessidade da
linguagem velada. O conhecimento pertence à humanidade e não tem razão para escondê-los, apenas
certo cuidado par não vulgariza-los. São aqui validas as expressos: “Não atireis perolas aos
porcos...” e “Não tenteis iluminar pássaros à noite, pois eles se tornarão mais cegos”.

As necessidades do mundo moderno levou à criação do ramo do Hermetismo chamado de


V.'.ˆO.'.ˆH.'.ˆ. a em consonância com o livro “Caibalion” escrito por Os Três Iniciados da Ordem
Hermética.

Por tudo isso a V.'.ˆO.'.ˆH.'.ˆ foi criada para divulgar ensinamentos dentro do restrito do Unismo,
para oferecer ensinamentos milenares, e sempre que possível em linguagem não velada. Outro ponto
básico da V.'.ˆO.'.ˆH.'.ˆ é a não institucionalização da organização. A Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ é muito severa
no não revelar sede, endereços, e nome de seus membros e menos ainda daqueles que estão na
direção organizacional. Por outro lado é a mais maleável de todos no tocante aos conhecimentos;
nesse sentido se pode dizer ser um sistema aberto. Para os que entendem de informática podemos
dizer que as organizações iniciáticas podem ser comparadas ou ao modo da Microsoft (Windows –
sistema fechado) ou ao Linux (sistema aberto). Nesse contexto a Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ deve ser comprada
com o sistema Linux.

13
Atualmente graças aos recursos técnicos as palestras dos Instrutores podem ser gravadas e servirem de base
para outros menos experientes, mas sem que esse tipo de material seja considerado oficiais e menos ainda
privativos da Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ.
Muitos indagam sobre a validade do sistema Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ, se não há controle como pode se
prevenir contra deformações, ou até mesmo inversão de finalidades dos ensinamentos, e coisas assim
Como a pessoa evitar a ação de falsos instrutores, e até mesmo que eles usem em proveito pessoal.
Nenhum Instrutor pode dizer ser representante da V.'.O.'.ˆH.'.. Se os ensinamentos não condizerem
com a verdade é responsabilidade pessoal, e o que ocorre é a ineficiência dos princípios.

Os instrutores da Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ são livres para ensinar através de escritos individuais, de métodos
próprios, o que importa é o cumprimento da meta. Cabe a cada um orienta, divulgar os
conhecimentos e não a Ordem através de dos meios de comunicação.

Apresentamos uma relação das metas básicas de algumas câmaras:

PRIMEIRA CÂMARA:
Conceitos sobre o Universo
Natureza geral do universo – fundamentos básicos.
Bases da creação e conceito de RA e MA
Os 7 Princípios Herméticos
As 5 Condições. Bases para que os princípios possam existir.
O lado esotérico dos números: de 0 a 12.
Os aspectos de Deus, os sete níveis como Ele é sentido pelas pessoas.

SEGUNDA CÂMARA:
Aprofundamento sobre os Princípios Herméticos
Aprofundamento sobre as cinco condições.
Os mitos gnósticos
Conceitos sobre Deus
Conceitos sobre a realidade.
Conceitos sobre as religiões clássicas.
Teoria dos códigos
Considerações sobre a culpa.
As 12 Câmaras Herméticas. (ênfase sobre a Nona Câmara)

TERCEIRA CÂMARA:
Estudo da Mente e da Consciência.
Conhecimentos básicos sobre Transcendência e Imanência.
Natureza da Transcendência.

QUARTA CÂMARA:
Estudo da Energia no Universo
Aspectos da Energia Cósmica
Aspectos de Energia Sutil – bio-energia.

QUINTA CÂMARA:
Níveis sutis da Cosmologia.
Trabalhando com a energia
Controle sobre a energia
Nível Transcendente
Creação mental
O Mundo mágico14.
Magia dos Sonhos

14
Por mais de 30 anos temos transmitido conhecimentos herméticos segundo os preceitos da V ˆ.'.O.'. ˆH.'. ˆ sobre isso
temos um volume muito grande de Temas, que embora sigam fielmente aos ensinamentos do Unismo, eles não devem ser
considerados temas oficiais, isso não existe na V ˆ.'.O.'.ˆH.'. ˆ . Eles refletem uma forma de entendimento em consonância
com as metas preconizadas pela Vˆ.'.O.'.ˆH.'.ˆ .
Estudo das Câmaras Herméticas
Na Primeira câmara a pessoa toma ciência dos princípios e das condições que regem o mundo,
especialmente sobre a natureza mental. Isso não é fácil e nem acontece instantaneamente; se faz
necessário um amadurecimento progressivo, estabelecimento de um questionamento sobre a
natureza de tudo quanto existe. Requer anos de exame, de elucubrações parcimoniosas para se
chegar a entender a natureza mental do mundo que se nos parece tão objetivo.
É na Primeira Câmara que se tem ciência dos sete níveis da creaçao, os chamados Princípios
Herméticos e também os sete níveis de como Deus se faz sentir na creaçao. Nesse nível se tem
contacto com os princípios básicos da Cabala e também perceber os planos da ilusão da creaçao
mental do Mundo Imanente.

Na Segunda Câmara o discípulo toma ciência de que vive cercado de códigos que estabelecem os
escrúpulos e conceitos de errado e certo estabelecidos pela sociedade, pela família, pelas doutrinas
filosóficas e religiosas, e por si mesmo. Ele tem que chegar à conclusão de que vive mergulhado
num oceano de preconceitos. Aprende a separar o significado das Leis de Deus e das leis dos
homens. Estudo o real sentido de pecado e muito especialmente o de Carma. É na Segunda Câmara
que se tem ciência dos Códigos e das 12 Câmaras de Desenvolvimento Espiritual.

Na Terceira Câmara é feito um estudo básico visando mostrar o que é a Mente e o que é a
Consciência. Mostra com precisão aquilo que é do âmbito da Mente e o que pertence à Consciência.
Isso é importante, pois, se o mundo é um artifício mental, é imprescindível que se tenha ciência do
que seja a Mente, e especialmente do julgo que ela impõe ao ser. Sentir que é um prisioneiro do jugo
da mente. Entender que dentro do Mundo Imanente não se pode destruir a mente sem que se destrua
a existência. Por exemplo, é impossível uma pessoa viver sem pensar, sem imaginar, sem comparar,
sem associais, e assim com todos os elementos constituinte da Mente. O que ele tem que fazer é não
ser um escravo desse e de outros elementos. Estuda sucintamente tudo aquilo que a integra
especialmente percepção e pensamento.

Na Quarta Câmara se trabalha com distintas formas de energia. Naturalmente estudar energia é
estudar todas as ciências, estudar o Universo desde o Micro até o Macrocosmo, pois que tudo quanto
há depende dela. Sendo assim o estudo conduz a pessoa apenas a ter vislumbres de muitos aspectos
da energia, especialmente aqueles não considerados pela ciência oficial. Um estudo mais amplo e
acurado, em decorrência da vastidão da temática, evidentemente é impraticável, portanto essa
câmara focaliza apenas o entendimento básico do papel da energia em muitos campos e
especialmente no biológico. Examina-se como ela se apresenta, e como atua, como pode ser
adquirida, conservada, eliminada, e especialmente o como pode ser direcionada. Cabe nessa câmara
entender que o ser vivo em geral, e o humano em particular, depende diretamente da energia, e que
todos os processos, desde o nível intelectual ao físico, dependem dela.
A Quarta é uma câmara em que é revelado que o universo é predador, que existe uma competição
ferrenha entre muitas estirpes de seres em torno de captação de energia. Analogicamente podemos
dizer que a “moeda” imperante no Universo em todos os níveis é energia. No mundo das relações
humanas, a moeda pode ser dólar, Libra, ou Euro, mas no universo é a energia. Se a economia
pecuniária dita as regras no plano social, a energia dita as regras do universo.
Sem energia não podem existir manifestações da vida quer seja em nível orgânico quer
inorgânico, e existe uma luta competitiva em sua busca. No plano biológico há uma tremenda
competição envolvendo a chamada cadeia alimentar. O mesmo acontece no universal, existe uma
cadeia competitiva em torno de energia. É um mundo de competição, são formas de existência
sugando, parasitando outras. Isso pode ser visto até mesmo no plano físico em que pode ser reduzido
a interações competitivas em torno de energia, isso vai desde as interações atômicas no intimo das
partículas, até níveis elevados como os “buracos negros” ; refletem-se na Termodinâmica e no
processo da entropia no Universo, que em essência não são mais do que meras manifestações de
competição energética.
Não bastasse tudo o que foi dito a respeito da luta por energia, podemos ainda afirmar que somos
seres cativos do processo de captação, que, como seres biológicos, nos não estamos à margem do
processo de vampirismo, e que na verdade também somos um dos elos da cadeia alimentar
energética configurada no mundo. Isso nos leva ao entendimento de que somos escravos e que não
somos livres. Temos que entender o que se passa em nível de interações entre todos os seres do
Mundo Imanente, por isso o quanto é importante que se tome ciência da necessidade premente de
sabermos como nos abastecer de energia, como contar com elevado índice de energia refletido como
poder pessoal, único meio para que possamos um dia nos tornar seres livres.
É na Quarta Câmara que se estudam as várias categorias de “sugadores de energia” e os meios
que permitem percebe-los, e evitar a ação predatória deles.
No filme Matrix é dito que o ser humano exerce o papel de “pilhas elétricas”, destinadas ao
abastecimento energético dos mentores do Mundo de Matrix; isso de fato reflete uma verdade.
No mundo biológico a energia flui sobre muitos aspectos, sendo, talvez, o mais importante deles
aquele ligado ao sexo. Por isso, o estudo da Quarta Câmara envolve toda magia sexual, em especial
aspectos do Tantrismo. O estudo da chamada magia sexual, é um dos capítulos que tem imensa
importância no processo energético que envolve os seres biológicos.
O objetivo do estudo de Quarta Câmara, mais do que descrever as manipulações energéticas, visa
fazer com que a pessoa possa acumular energia sutil importante para todas as aplicações possíveis,
sendo a principal delas a capacidade de libertá-la a pessoa do mundo predador em que vive. Não
existe outro meio para a libertação a não ser ter energia.
A Segunda Câmara, de certo modo, afasta a pessoa de conceitos de errado e de certo, de não fazer
ou fazer determinadas coisas, mas apenas como. Na Quarta Câmara se dá o inverso, a maioria
daquilo que é praticado como código determinado pela moral e pela ética estabelecidas pelas
religiões passa a ser praticado, por com bases lógicas que nada tem a ver com proibições.
A Quinta Câmara de estudos Herméticos tem o nome de Câmara da Libertação, nome decorrente
do fato de que somente aquele que chegou a esse nível tem condições de se libertar do jugo da ilusão
do mundo. Contudo, não basta chegar nessa Câmara em nível do intelecto, mas sim em nível da
vivencia. O que foi estudado na Quarta Câmara precisa ser posto em prática.
A Quinta Câmara diz respeito à criação mental. Chegando nela, a pessoa deve ter um grande
reserva de energia e especialmente aprender a manipulá-la. Não adianta muito chegar a Quinta
Câmara sem ter a capacidade de manipular a energia. É essa capacidade que faculta o ser a se
libertar do mundo predador, por isso a Quinta Câmara é denominada de Câmara da Libertação.
Estuda a manipulação da energia .
Todos os processos que ocorrem no mundo em essência são ilusões, mas em toda ilusão há um
substrato e isso é o que a torna algo muito mais efetivo do que uma imaginação. O mundo não é uma
imaginação, ele é sim uma ilusão e como tal tem um substrato, mesmo que seja imaterial. É a
energia quem controla tudo dentro do processo da ilusão.
Tudo dentro do mundo imanente – ilusão – para ser obtido requer apenas 4 elementos
fundamentais: Intencionalidade, concentração mental, visualização mental e energia. Isso vai desde
toda a magia, toda alquimia, mentalismo e muito mais. Coisa alguma se consegue sem que se tenha
energia. Assim, nas praticas de alquimia, de magia, do mentalismo, etc. sistematicamente requerem
energia. Tudo isso pode se fazer sentir de forma aleatória, sem que a pessoa tenha o domínio da
situação, sem conhecimento de causa. São fenômenos que acontecem naturalmente. Mas é a energia
quem dá o poder pessoal, por isso a pessoa que sabe e quer agir com conhecimento de causa, vive
permanentemente buscando ampliar o seu gradiente de energia.
Podemos dizer que é a Quarta Câmara quem fornece os meios para o incremento energético que vai
ser fundamental nas práticas da Quinta. Sem os frutos colhidos na Quarta Câmara, a Quinta apenas
serve como conhecimento sem aplicação alguma, o que pode levar a pessoa a duvidar dos ensinos
desta câmara. Podemos dizer que a rigor somente aquele que haja adquirido poder pessoal,
disponibilidade abundante de energia merece ser admitido a Quinta Câmara, do contrário apenas será
um curioso em busca de informações.
Outro alvo muito importante da Quinta Câmara é o domínio do sonhar. O estudo do sonhar
começa na Quarta Câmara e se aprofunda na Quinta.
O alvo básico da Quinta Câmara é a “criação mental”, quer seja ao nível do micro até o nível do
macro. É a essa câmara quem conduz o ser à condição de creador, condição essencial para ele se
libertar do domínio da ilusão de mundo, da multiplicidade, e da descontinuidade.
O estudo da Quinta Câmara deve ser iniciado com um aprofundamento do conhecimento da
natureza do mundo, com ênfase para o aspecto virtual de toda a existência aceita como realidade
pelos não iniciados.
CAPÍTULO III
Princípios Herméticos

Os Sete Princípios Herméticos Tradicionais


Desde antiquíssima época, os estudiosos das verdades ocultas têm se dedicado ao estudo dos
ensinamentos de Hermes – Thoth. A fim de que possamos ter idéia precisa a respeito dos Princípios
Herméticos é preciso primeiro se ter uma compreensão melhor a respeito de Thoth, e assim poder
saber exatamente sobre aquele cognominado de “Trismegisto”.
Na Grécia Antiga, Hermes era conhecido como um dos deuses, filho de Zeus e Maia.Diz J. P.
Vermant: “Embora habitasse na terra, ele representava no espaço e no mundo humano, o
movimento, a passagem, a mudança de estado, as transmissões, os contactos entre elementos
estrangeiros” Ele construiu a primeira lira com o casco de uma tartaruga e já com um ano de idade
inventou a flauta”.
Diz a mitologia grega que Hermes, ainda quando criança, certa vez, roubou os bois do deus
Apolo, que descobrindo o autor do roubo, o levou à presença de Zeus para ser punido. Ao chegar à
presença de Zeus, Hermes começou a tocar a flauta, distraindo e divertindo os deuses e aplacando a
fúria de Apolo. Hermes, então, ofertou a flauta a Apolo que em troca lhe deu o Caduceu de ouro –
bastão mágico em torno do qual estão enroladas duas serpentes e que até hoje ainda são o símbolo da
Medicina – e ensinou-lhe o domínio da arte da adivinhação. Zeus vendo a esperteza daquela criança,
um dos seus filhos entre milhares de outros, o escolheu para mensageiro entre os deuses, entre eles e
os homens, entre o céu e a terra, e assim sendo, ocupar todas as funções assumidas como arauto da
sociedade grega. Zeus deu-lhe, então um gorro e um par de sandálias aladas. (O símbolo de Hermes
da Mitologia Grega é um par de sandálias aladas.).
Dizia-se na Grécia que Hermes deslizava pela noite e penetrava pelas fechaduras como um
nevoeiro. Cruzava todas as encruzilhadas e estradas, abria todas as passagens, descobria todos os
caminhos. Por tais qualidades ele ocupava a função de mensageiro dos deuses, pois era quem
representava o espaço como lugar de movimentos. Orientava os pastores a conduzirem os rebanhos
com segurança os quais ele multiplicava. Era considerado guia dos heróis e aventureiros e dos
viajantes perdidos.
Zeus, um libertino sedutor, desejava conquistar uma jovem, e Hera, a sua esposa ciumenta
incumbiu Argos, um gigante que tinha cem olhos e nunca dormia, de permanentemente vigiar a
jovem para que Zeus não a conquistasse. Então Zeus pediu o auxílio de Hermes para raptar a jovem.
Hermes tocou suavemente a sua flauta, o gigante Argos adormeceu e a jovem foi raptada. Desde
então Hermes passou a ser considerado o patrono dos ladrões, e o mediador dos assuntos amorosos.
Era Hermes quem preparava o fogo sagrado cujas chamas faziam subir aos deuses, as
oferendas. Participava dos julgamentos como testemunha dos acordos e juramentos.
Dominava a arte das palavras e por isso inspirava às pessoas a empregá-las nas formas
corretas de persuasão a fim de que elas tivessem força de convencimento. Por isso foi considerado o
patrono dos oradores. Mas, não foi apenas os bois de Apolo que ele roubou; em verdade
roubou algo de muito valor de outro deus, como por exemplo, o Tridente de Netuno.
Muitas qualidades de Hermes, especialmente como mensageiro, condutor e conhecedor de
todos os caminhos, tornam-no muito parecido com o deus romano Mercurius; por isso foram
considerados como sendo um único deus. Há muitos pontos em comum entre as descrições da
mitologia grega e da romana no que diz respeito a Hermes – Mercurius.

HERMES TRISMEGISTO

Em decorrência de muitos pontos negativos na natureza do Hermes da Mitologia Grega é


preciso que se conheçam esses pontos que estamos salientando. Na realidade os gregos associaram o
Hermes de sua Mitologia com Thoth, deus do panteão egípcio. Como as civilizações ocidentais estão
intimamente ligadas à Grécia, é natural que até nós, em vez do nome Thoth, haja chegado o de
Hermes. Sem dúvida alguma os hermetistas sérios sabem e ensinam que um tanto daquilo que se diz
de Hermes da mitologia grega, é um aspecto deformado das qualidades de Thoth, por isso, eles
estabelecem diferenciações entre o Hermes da mitologia grega e Thoth do Panteão dos deuses do
Antigo Egito, ao qual, agregando ao nome o termo “Trismegisto”, exatamente visando diferenciar os
dois seres.
Na verdade muitos aspectos atribuídos pelos gregos a Hermes são de Thoth, como resultado
daquela astuciosa associação estabelecida no passado. Queremos revelar que, mais uma vez, a mão
nefanda do “terceiro interesse” agiu intencionalmente procurando fazer passar Hermes por Thoth –
um ser superior, o deus egípcio Thoth. Assim, mais uma vez, vemos uma expropriação de nomes, de
lugares, e de doutrinas efetivadas pelo “terceiro interesse”15.
A cidade onde Thoth teve mais influência nos derradeiros séculos da civilização egípcia foi
denominada de Hermópolis – cidade de Hermes – mas esse nome é grego e não egípcio. Hermes o
“Três vezes grande”, o que nunca teve pai e nem mãe, por não ter corpo físico como diz a tradição,
no conceito do povo se situava bem próximo da Divindade, aquele considerado pai da sabedoria
antiga dos egípcios, dos livros religiosos.
Quando a religião egípcia penetrou no quadro da cultura helenística, os gregos adotaram
Thoth atribuindo-lhe toda a literatura, sobretudo no século I a.C. quando diversos tratados de
Astrologia foram incorporados. Vários trechos fundamentais dos escritos herméticos foram
apresentados como revelação divina, ou como mensagem secreta de um mestre aos iniciados, como
ciência oculta, e não como resultado de pesquisa metódica. Assim, muitas obras, muitos tratados de
Astrologia são de uma antiguidade fabulosa e tidos como sendo de origem divina, mas que já
integravam os escritos de Thoth. Quase todos os tratados de Alquimia, de Medicina e de Magia16
clássicos têm como base os escritos de Thoth.
Aos autênticos ensinamentos herméticos foi acrescentada uma tradição temperada de
ocultismo mais moderno entre os séculos I e III d.C. tratados de Filosofia apresentados com diálogos
entre Hermes e Asclépius e Poimandres. Assim, às obras filosóficas atribuídas a Hermes
Trismegisto, convergiram muitas correntes de pensamentos.
A partir do período de influência grega nos ensinamentos sagrados de Hermes Trismegisto,
houve uma profunda modificação nas bases do Hermetismo autêntico quando foi deliberadamente
alterado o sentido da segunda proposição, revertendo o verdadeiro sentido dos ensinamentos
herméticos. O Hermetismo autêntico propugna um elevado desejo de união dos espíritos com Deus,
tendo dois pontos básicos que definem dois aspectos da natureza do Universo. O primeiro diz ser o
Universo um mundo de ordem e beleza, e que somente pela contemplação da admirável ordem
reinante se pode atingir o Ordenador e juntar-se a Ele. O segundo diz que o mundo é mau, e a alma
se torna impura ao cair nele; para reencontrar a pureza original ela deve percorrer as esferas até
alcançar o Deus Supra-celeste, totalmente separado do mundo, do qual não foi o criador 17 A partir
dos gregos passou a existir um sentido perverso nessa afirmativa. A essa proposição foi dado um
sentido contraditório capaz de reverter tudo quando diz: “... o Deus supraceleste, totalmente
separado do mundo do qual não foi o criador”.
Muitos falsos hermetistas, muitas pessoas incautas que se filiam a ramos herméticos
inautênticos, acabam por concluir que existem dois creadores e que Deus é algo separado do próprio
Universo.
Alguns tratados herméticos destacam a necessidade da pessoa trilhar uma vida pura, separada
das massas, separada moralmente dos não iniciados, mas, na verdade, o Hermetismo conceitua
pureza de forma bem diferente daquela ditada pelas religiões. O Hermetismo não se constituiu
propriamente uma seita; pois a ausência de sacramentos, a inexistência de clero, e de vários outros
argumentos não permite vê-lo mais que uma atitude religiosa, embora, especialmente nos séculos II
e III d.C, muitos sistemas ditos herméticos se apresentaram como seitas religiosas. No século XV
houve uma crise naquelas instituições com a profunda crise do pensamento grego. Foi um período de
grande confusão nos buscadores do hermetismo quando a Magia, a Alquimia e a Filosofia hermética
exerceram sua maior influência sobre os homens do fim da Idade Média e do Renascimento. Isso foi
mais uma decorrência do desconhecimento de que a verdadeira Ordem Hermética não se apresenta
diretamente a quem quer que seja. Não se pode procurá-la, a pessoa que tiver o preciso merecimento
15
Essa expressão diz respeito aos interesses do lado negativo da natureza, conforme estudaremos
posteriormente.
16
O termo magia no antigo Egito tinha um sentido diferente do atual, pois indicava conhecimentos
transcendentais e não ilusionismo nem operações nefandas.
17
Na verdade os autênticos ensinamentos herméticos não endossam nenhum desses dois sistemas, pois
propugnam pela condição de um universo ilusório onde toda a creação é apenas um estado mental.
algum dia inesperadamente é contatado por ela. Esse caráter oculto deu margem ao surgimento de
uma multiplicidade de denominações herméticas inautênticas. Porém muitos grupos existem que,
embora não representem a própria Ordem Hermética, mesmo assim são constituídas de pessoas
interessadas nos estudos dos ensinamentos herméticos sagrados, e mesmo não sendo a ordem
original, são válidas.
Os ensinamentos do Hermetismo são de tal magnitude, algo tão importante no
desenvolvimento dos espíritos, que as forças negativas do mundo tudo fazem para modificar, alterar,
ou mesmo destruir os seus ensinamentos.
Thoth, Deus egípcio do saber, era representado como uma íbis, ou um babuíno, ou ainda um
homem com cabeça de babuíno. Considerado o Grão Vizir de Osíris; era o deus da Lua, portanto,
patrono dos cálculos do tempo.
Muitas organizações herméticas existiram e existem ainda, e certo número delas tem um
valor positivo. Autodenominam-se “ordens”, ou “sociedade hermética”, mas que têm um objetivo
válido que é o de estudar e praticar os princípios da ciência hermética. Por outro lado, a recíproca é
verdadeira, também existiram e ainda existem muitas pseudo-ordens que se dizem herméticas, mas
cujos objetivos reais são o desvirtuamento dos ensinos de Hermes, disseminando inverdades e falsos
ensinamentos.
Do imenso número de ensinamentos deixados diretamente por Hermes no Egito, a quase
totalidade foi premeditadamente destruída, mas a autêntica ordem continua reensinando grande parte
daquilo que foi destruído. Do que restou como escrito e que chegou até aos não iniciados, podem ser
considerados a “TÁBUA DAS ESMERALDAS”, “O CABAILION” e “CORPUS
HERMETICUM” e como obra mais recente o “PISTIS SOPHIA”.
Os grupos de estudos herméticos essencialmente têm como base de estudo os chamados Sete
Princípios de Hermes:

OS SETE PRINCÍPIOS HERMÉTICOS


1 - O PRINCÍPIO DO MENTALISMO.
2 - O PRINCÍPIO DA CORRESPONDÊNCIA.
3 - O PRINCÍPIO DA VIBRAÇÃO.
4 - O PRINCÍPIO DA POLARIDADE
5 - O PRINCÍPIO DO RITMO.
6 - O PRINCÍPIO DE CAUSA E EFEITO.
7 - O PRINCÍPIO DO GÊNERO.

Quando se examinam os 7 Princípios Herméticos logo se percebe que o mundo tal como se
apresenta não poderia existir sem a ausência sequer de um deles, e também que existe uma total
integração entre eles. Por exemplo, não pode existir vibração sem ritmo, nem polaridade sem gênero,
e assim por diante.
Em nosso trabalho, apresentado numa sucessão de centenas de palestras, temos estudado
muitos aspectos dos sete princípios herméticos, em especial os princípios da vibração, da polaridade,
e do mental. Ainda temos muito que estudar sobre os mencionados princípios e mais ainda sobre os
demais, assim como mostrar alguns ângulos que não têm sido observados pelos estudiosos do
hermetismo. De início queremos dizer que na realidade existem outros princípios além dos sete
mencionados, mas que não são via de regra, citados em livros. São princípios que cabem ser
descoberto diretamente pelo discípulo.
O Nono Princípio, como veremos oportunamente, é algo inefável quanto a sua natureza, mas
que, mesmo assim, pode facilmente ser percebido em todos os lugares e em todos os momentos. Sua
natureza é impossível de ser descrita com palavras faladas ou escritas. É algo inefável e o inefável é
indescritível. Vale para ele o axioma hermético: “Os Lábios Da Sabedoria Estão Fechados, Exceto
Para Os Ouvidos Do Entendimento”. O Nono Princípio é aquele ao qual mais diretamente esse
axioma se refere, pois quem sabe não diz e quem diz não sabe. O que pode ser dito a respeito dele é
como um véu diáfano, algo que pode ser dito, até mesmo definido, mas cuja natureza é
incognoscível.
Em tudo o que existe no Universo, portanto dentro da criação, sempre estão presentes os
Princípios Herméticos, por isso se em algum tipo de manifestação eles estiverem ausentes, por certo,
se trata de uma FACE DO PODER SUPERIOR, uma manifestação direta DELE.
Já mostramos que seja qual for à manifestação integrante do Universo sempre está presente a
Vibração. Tudo o que existe criado, com certeza, nada mais é do que o resultado de uma vibração. A
creação constituiu-se pela vibração do “Nada Quântico”, ou como denominado pelos egípcios MA –
Princípio cósmico passivo – vibrando pela ação de RA – Princípio Cósmico Ativo – entra num
estado de vibração e conforme a frequência alguma coisa se manifesta.
O princípio da vibração, não diremos que seja o mais importante de todos, mas sim que é
aquele que mais diretamente está ligado à gênese das coisas materiais. Algo só se manifesta pela
vibração, se não vibrar é o mesmo que o Nada Imanifesto, por isso vibração, em essência, é uma
manifestação direta do Poder Superior. Tudo no Universo vibra, portanto algo que não vibra não é
um componente do mundo creado, manifestação imanente, mas sim do increado, do Imanifesto, do
Transcendente.
A vibração é fruto da natureza descontinua do Universo. A creação é fragmentária, o
Universo é “granular”, por assim dizer. Para que o Universo possa existir ele tem que se apresentar
como se fosse fragmentário, como uma descontinuidade limitada dentro de uma continuidade
ilimitada – Continuum.
Pensemos num incremento de vibração. Por mais alta que seja uma vibração ainda é possível
aumentá-la seguidamente. Sempre se pode somar um valor mais elevado a uma frequência vibratória
e isso tende ao infinito. Teoricamente somente quando se atinge a continuidade – continuum – é que
não mais se pode adicionar um valor a uma determinada vibração. Também se pode fazer o inverso,
diminuir a vibração; sempre será possível diminuí-la mais um pouco a não ser quando se atinge o
limite da continuidade. Somente no infinito, isto é, quando atingir o continuum é que não mais será
possível diminuir ou aumentar uma vibração.
Com esse exercício mental pode-se perceber que os extremos da vibração repousam no
Infinito, portanto nos extremos está o Poder Superior, por isso a creação pode ser considerada como
um aspecto do próprio Deus.
A vibração pode ser representada pelo “efeito dominó”, (uma sucessão de peças do jogo
dominó colocadas “de pé” uma em frente da outra) em que se derrubando a primeira peça, essa passa
a derrubar a seguinte sucessivamente ocorrendo uma onda de quedas. Assim acontece com tudo na
creação, há uma descontinuidade entre as coisas e o passar algo de um para outro elemento é o que
produz a vibração; também o ritmo, a necessidade de espaço, e o que é mais significativo, exige a
cronologia, ou seja, um fluir do tempo que na realidade resulta daquele passar a informação até o
limite de um elemento para o seguinte.
O principio da vibração é importante, pois que somente pela vibração pode-se transformar
uma coisa em outra. Mudando-se a vibração uma coisa se converte em outra, constituindo-se isso
uma Alquimia que pode ser material ou mental. Pela vibração é possível converter uma coisa em
outra, o que não acontece por meio da polarização, como veremos num tema futuro.
Pelo Princípio da Polaridade não é possível transformar a natureza das coisas. Somente é
possível alterar a intensidade, fazer algo passar de um pólo a outro. Mas, pelo Princípio da Vibração
é possível transformar. Podemos transformar um efeito sonoro em efeito luminoso. Tudo dentro da
creação pode ser transformado pela mudança de vibração.

A Esfinge e as Câmaras Secretas


Afirma-se que no Antigo Egito, sob a Esfinge de Gizé, existia um templo ao qual somente os
“iniciados” de algumas Escolas de Mistério tinham permissão de visitar 18. Era naquele templo que
estava guardado o imenso cabedal de conhecimentos legados por Thoth19. Uma parte daquele templo
era especialmente dedicada aos chamados “Princípios Herméticos”.

Na verdade oficialmente não se sabe o quanto do Templo ainda existe, apenas se sabe que a
arqueologia ainda não tem registro oficial da sua existência, pois até o momento apenas alguns
indícios insignificantes foram constatados, não suficientes para uma afirmativa, no mais todos os
relatos têm como origem o que está escrito em alguns papiros.

18
Maiores detalhes nos temas: 862-865-866
19
Impropriamente chamados de Hermes
Tehuti20, escriba dos Deuses, inventor da escrita.
Thoth arquiteto das Grandes Pirâmides.

Alguns papiros referem que Thoth foi o arquiteto das Grandes Pirâmides de Gizé, e que sob elas foi
construído um sistema de túneis que levariam a um templo situado sob a esfinge, e cuja entrada
localiza-se entre as suas patas. Podemos dizer que essa referência apenas serve como despistamento
para a verdadeira localização do templo, e que somente aos “iniciados” de maior grau era dado o
conhecimento exato do local do precioso santuário. Embora a arqueologia haja encontrado indícios
de uma entrada entre as patas da esfinge na verdade não corresponde àquela que leva ao templo.

Relembremos o que já estudamos em outra palestra a fim de fixarmos mais detalhes. O templo a que
nos referimos tem o nome de “Templo da Esfinge”, o santuário onde os escritos de Thoth estão
depositados, e que somam mais de cem mil papiros, além das tábuas de esmeralda correspondentes
aos chamados Princípios Herméticos. Conforme diz a Tradição, a verdadeira história da creação foi
gravada em lâminas de esmeralda e que apenas uma delas foi encontrada, as demais só virão a sê-lo
no momento oportuno. Contudo, embora esses documentos continuem guardados no “Templo da
Esfinge”, ainda assim “eles sempre puderam ser vistos pelos Iniciados como um portal aberto para
a verdade antiga”.21

Os túneis, corredores subterrâneos, que levam às câmaras onde estão guardadas as “tábuas
esmeraldinas” são em número de doze que se ramificam em diversas direções.

Diz a Tradição que durante a Civilização Egípcia o Iniciado seguia cada um dos corredores e no fim
de cada um encontrava uma “tábua de esmeralda”, que era decifrada e cujos ensinamentos deveriam
ser bem aprendidos. Com certo esforço, o iniciando decifrava a mensagem e aprendia as lições nela
contida. Após decifrar as doze tábuas então, Thoth aparecia ao Iniciando.

Maat e Thoth! Dois Mestres do coração de Atlantis.

Tomar conhecimento sobre a verdade no tocante a Creação constituía um grande sofrimento para o
Iniciando. Depois de sair das Câmaras Interiores, um Hierofante dizia ao Iniciando: “Agora
conheces a verdade, teu semblante reflete dor, foste tu que a buscaste, mas não te aflijas, é pela
dor22 da verdade que se chega à libertação”.

Era um caminho sem volta, aquele que tomava conhecimento da verdade jamais voltava a ser o
mesmo que antes. Daí gerou-se o enigma da esfinge: “Decifra-me ou te devorarei...”

A esfinge sempre foi considerada símbolo do mistério exatamente porque no Templo está guardado
todo o conhecimento essencial da Creação, assim como o seu propósito que serve de resposta para o
grande mistério do “quem somos, de onde viemos e para onde vamos”. Essa indagação deixa de ser
mistério para o “Buscador da Senda”.

Com o declínio da Civilização Egípcia, o Templo da Esfinge, com o tempo, foi sendo soterrado pela
areia do deserto e o povo acabou por ignorar a sua existência, e as iniciações antes ali praticadas
diretamente deixando de ser praticadas.

Podemos afirmar que o templo dos Mistérios Herméticos existiu e ainda existe, relaciona-se com a
Esfinge, mas na verdade somente a Hierarquia da Ordem Hermética tem ciência de sua localização
exata assim como do acesso ao seu interior. Neste caso a própria esfinge nada mais é do que um
marco, um símbolo do verdadeiro templo que jaz sob as areias do deserto, talvez bem distante da

20
Tehuti era um dos nomes oficiais do Deus Thoth.
21
Acreditamos que somente os Iniciados que atingiram os mais elevados graus podem ter acesso a tais
documentos, enquanto os demais os recebem proporcionalmente através de algumas Ordens iniciáticas
autênticas ligadas à Tradição.
22
Por esta razão o titulo do discípulo do Primeiro Grau corresponde em diversas línguas: Aquele que busca
a dor (= buscador). Em português: “Buscador da Senda”.
esfinge. Entrando por um portal que dizem existir entre as patas da esfinge chega-se apenas a um
pequeno santuário, que na verdade tem a ver com o grande templo.

Durante muitos séculos acreditou-se existir apenas Sete Princípios Herméticos e sete câmaras no
templo, mas hoje a Tradição liberou esse segredo. Os Princípios são em número de doze. Revistas,
livros e mesmo um orientador do Hermetismo podem dissertar sobre os Sete Princípios Herméticos,
mas não devem revelar precisamente quais são os restantes. Estes necessariamente têm que ser
descobertos pelo discípulo.

A não revelação direta dos princípios complementares não indica um sentido de simples segredo.
Trata-se de uma forma de exercitar a mente do discípulo a fim de que ela se torne apta para entender
os novos conhecimentos que advirão. Por isto é de suma importância que eles sejam descobertos e
não simplesmente revelados. Somente um discípulo que examine bem os 7 Princípios básicos
consegue descobrir os demais, o que é de capital importância no desenvolvimento psíquico. Se não
houver esse esforço a mente do discípulo perde a grande oportunidade de se “abrir” para os
mistérios maiores. Aquele que revela os cinco princípios comete o erro de prejudicar, ao menos
dificultar muito, o desenvolvimento mental do discípulo.

Possivelmente dentro de pouco tempo todos os princípios serão descritos nas publicações esotéricas
e mesmo exotéricas, como aconteceu com os 7 princípios clássicos. No passado eles não eram
mencionados diretamente, todos tinham que ser descobertos pelo discípulo ao qual apenas era dito
que existia certo número de princípios básicos, pilares da creação e manutenção do universo
imanente, a respeito do que ele deveria dedicação de direcionar a sua busca.

É importante que se diga que tudo o que existe em termos de descrições apresentada em publicações
sobre os Princípios Herméticos são simples “migalhas” se comparadas com o que cada um deles
contém. Cada um dos princípios encerra conteúdo para um volumoso livro, ou quiçá bem mais. Na
verdade o que se tem revelado serve apenas como “isca” para atrair as pessoas interessadas no
conhecimento da natureza íntima do universo.

As Sete Câmaras Herméticas


O segredo mantido pelas organizações religiosas, místicas e esotéricas, basicamente se deve a dois
fatores. Um diz respeito ao obscurantismo dominante em muitos períodos da história que agiu com
mão de ferro contra todas as formas de conhecimento. O “terceiro interesse” configurado pelo poder
das trevas sempre induziu perseguições contra a verdade, pois ela reina sobre a mentira. Uma outra
razão é que alguns princípios estudados levam perigos se usados por pessoas, ou por civilizações
inescrupulosas. Por esta razão no Egito Antigo existiram as “Escolas de Mistérios”, instituições de
ensinos controlados pelos mentores do desenvolvimento da humanidade.

Neste contexto podemos dizer que hoje não existe outra razão para os Princípios Herméticos serem
mantidos em sigilo, a não ser como uma forma de descoberta pessoal, como exercício de
desenvolvimento mental capaz de abrir a mente a compreensões mais elevadas.

O trabalho místico sobre os Princípios Herméticos é estabelecido em torno de sete princípios bem
divulgados e mais cinco condições não claramente citados e relacionados, sem as quais é impossível
a manifestação dos sete básicos. Assim falam de doze princípios e não apenas de sete. De inicio o
discípulo pode indagar do porquê do número doze. Na verdade vamos encontrar resposta para essa
indagação na própria natureza da creação. Conforme a Cabala esquematiza, existem 4 planos de
criação distintos, porém interligados. Em outras palavras, a creação se processou em 4 níveis: Nível
da emanação, nível, nível da creação, nível da formação, e nível da manifestação, cujos nomes
hebraicos são respectivamente. Atzilut, Berihat, Yezirah e Asyah23.

23
Vide temas 062 - 063
Todos os processos da creação e existência do mundo imanente estão contidos nesses planos,
consequentemente os Princípios Herméticos que compõem a natureza deste mundo, com todas as
suas leis regentes, devem estar presentes. A fig.1 representa os 4 níveis da creação. A natureza trina
da creação faz com que cada nível seja regido por três grandes princípios, totalizando assim o
número doze.

O Hermetismo usa mais a forma dedutiva de ensino, por isto é o discípulo após conhecer um tanto
sobre os Princípios deve estabelecer um grande número de relações com o Mundo Imanente. Ao
orientador cabe fazer as proposições clássicas ao discípulo, pois no Hermetismo a mente não deve
parar de analisar e de estabelecer relações e chegar a novas conclusões.

O discípulo após atingir um determinado patamar, deve ter formado certa base cabalística e é nesse
patamar que ele pode descobrir muitas relações.

Etapas do aprendizado:

 Quais são os doze Princípios?


 Qual dos doze Princípios não é um principio. Por quê?
 Qual o Princípio que indica não ser verdadeiro. Por quê?
 Qual é o Principio Fundamental?
 A qual Nível da Creação cada um dos Princípios está mais relacionado. Por quê?

Durante o período do cativeiro do povo hebreu no Egito muitos ensinamentos de Thoth foram
incorporados á cultura e religião hebraica. Assim os hebreus incorporaram ensinamentos
relacionados com os Princípios Herméticos expressos na Cabala Judaica. Os cabalistas judeus
atribuíram uma das letras mudas do hebraico para representar as câmaras correspondentes aos
Princípios Herméticos. Conhecendo as propriedades do alfabeto hebraico o hermetista sabe qual a
letra correspondente a qualquer um dos princípios e isso o conduz a muitos ensinamentos velados.

Os Princípios também representam as doze constelações zodiacais, conseqüentemente cada um deles


se relaciona com um dos doze meses do ano.

 A qual signo zodiacal cada Princípio está mais ligado. Por quê?

No Antigo Egito existiu um templo sagrado chamado de O Templo da Esfinge, cada uma das
câmaras correspondia a um dos Princípios e cada uma delas guardava um número imenso de papiros
contendo os ensinamentos de um Principio. Na entrada de cada câmara existia um símbolo, um
hieróglifo indicativo de uma palavra24, e uma cor distinta.

24
Afirma-se que a palavra estava grafada não só em hieróglifo, como também em noutros alfabetos, tais
como o Malachim, o alfabeto Celestial. Posteriormente também em Hebraico. Não podemos afirmar isto
com convicção, O Alfabeto Celestial e o Malachim são formas de escrita de uma antiguidade imensa, com
certeza precede a raça Atlanta. O alfabeto Malachim tornou-se conhecido no Ocidente através de Agrippa,
no livro III, Capitulo XXX de sua obra “Occult Philosophy”. Segundo Agrippa o nome quer dizer “dos Anjos
No passado o discípulo era fisicamente levado a estudar no templo, onde, na medida em que
progredia em seus estudos, ele ia tendo ciência dos segredos e mistérios de cada câmara.

O desenho gravado acima da porta de cada câmara - santuário - tinha o poder mágico de se
manifestar na mente do buscador em momentos precisos. A tradução do hieróglifo significava então,
como ainda significa no presente, uma palavra cujo sentido serve como passe indicativo do grau
alcançado pelo Neófito.

Com a decadência da civilização egípcia o templo foi sendo soterrado, foi perdendo o papel de
“Escola de Mistérios”, contudo afirma-se que até hoje as câmaras com todo o seu conteúdo ainda
existem. As ruínas soterradas do Templo ainda conservam intactos todos os seus segredos, assim
como as Tabuas de Esmeraldas lá se encontram guardadas.

Embora na atualidade o templo não seja mais visitado fisicamente ainda assim ele é
permanentemente visitado psiquicamente pelos discípulos de elevado grau dos autênticos ramos
da Ordem Hermética. Como tudo quanto existe tem o seu duplo a nível astral, o Templo da
Esfinge não faz exceção, ele existe a nível astral e pode ser visitado psiquicamente tal como
acontecia fisicamente no Antigo Egito. Normalmente é a réplica astral do templo que atualmente é
“visitada” pelos “Peregrinos da Senda” em nível psíquico. O acesso pode ser concedido por meio da
palavra de passe de cada grau, mas também pode ocorrer de forma espontânea. Hoje o discípulo
dedicado ao estudo do Hermetismo, em determinado momento recebe, vê o símbolo que lhe será
muito útil na busca espiritual e mesmo na vida prática. Além deste símbolo ele pode receber outros
daqueles símbolos dos portais das câmaras.
Nenhum ser humano, nenhum instrutor, nenhum venerável, nenhum mestre pode conferir o direito
de acesso às câmaras, especialmente porque se trata de uma réplica em nível não material. No
máximo eles podem ser “facilitadores”, instrutores. No passado a caminhada pelos corredores do
templo era individual. Hoje é a Egrégora da Ordem Hermética quem libera os símbolos de grau
dentro da Hierarquia.

As 12 câmaras também servem de indicação para o nível de desenvolvimento e de evolução


espiritual. Neste caso a expressão mais comum é “As Doze Câmeras de Amenti”.

Introdução ao Estudo do Princípio Mental


Em palestra anterior dissemos que Deus infinito tornou-se finito na creação. Em realidade
devemos salientar que a palavra mais precisa não é se tornou e sim se manifestou. Melhor dizer que
Ele Infinito tirou de si o Ele Finito, pois o finito está contido no infinito. A palavra “tornou-se” faz
supor transformação e no Infinito não cabe transformação alguma.
Todas as transformações finitas são partes integrantes do Infinito. O infinito que não puder
conter em si todos os finitos possíveis, por certo ele não é infinito. Assim, Deus, como Poder
Superior, não se tornou propriamente finito, mas sim apresentou na creação o seu aspecto finito
(Força Superior) que já estava contido em Si. Deus, o Continuum, apresentou-se no Mundo
Imanente como descontinuo que é a Sua própria face finita.
É natural que alguma pessoa tenha dificuldade em entender como o Poder Superior possa ser
finito. Na realidade Ele continua Infinito, mas manifestando um aspecto finito no que diz respeito à
creação. A creação é limitada, é finita e contida no ilimitado. Claro que o Infinito (Poder Superior)
necessariamente tem que conter o finito. O finito tem que fazer parte dele porque, se não o fizer,
algo está fora, ausente do infinito e neste caso seria um infinito incompleto, e sendo algo incompleto
logicamente deixaria de ser infinito.
Nas duas palestras anteriores mostramos algumas características do Poder Superior em se
tratando de Infinito. Demos ênfase à condição do infinito não poder se expandir, ser acrescido,
diminuído, e nem transformado. Mostramos que coisa alguma pode ser creada dentro do infinito, e
ser ele um continuum e que como tal transcende a espaço e tempo – Tempo linear, bem visto.

ou Regal”. Como o Alfabeto celestial ele é baseado em 22 letras.


O infinito comporta-se como uma “singularidade” no sentido restrito do que preceitua a
física. Um “vazio quântico”, algo que tudo contém num espaço zero e numa cronologia zero. Como
infinito, a criação não pode ser uma expansão daquela singularidade, uma expansão do infinito, pois
esse não pode se expandir sem que se extinga. Também não os eventos inerentes a uma criação
poderiam ocorrer porque o fluir to tempo no infinito é igual à zero.
No infinito a criação não poderia decorrer num eon, num século, num ano, numa hora, num
minuto, num segundo, num centésimo, milésimo ou em qualquer n ésimo de segundo, porque, por
menor que seja a fração considerada, ainda seria tempo cronológico e como tal indicaria que no
infinito existiria o “fluir de tempo”. O mesmo se pode dizer quanto ao espaço, num ponto, ou numa
fração n ésima de espaço.
Assim a creação e tudo quanto há em nível de infinito, portanto em nível de Poder Superior,
tem que ser zero em tempo e zero em espaço. Uma condição assim é inerente àquelas características
do Poder Superior, do Absoluto, e que corresponde exatamente àquilo que é conhecido como
Consciência Cósmica.
Os fenômenos ligados à Mente, e sabe-se bem, não envolvem espaço algum e nem tempo
algum, tudo é o aqui e o agora. Um pensamento pode estar aqui e num tempo zero estar nos confins
do universo. O pensamento, por exemplo, é instantâneo, para ele não existem distâncias, portanto
está fora de tempo do espaço.

O TODO É MENTE – O UNIVERSO É MENTAL. (O Caibalion)

Eis um imenso paradoxo, o mundo creado parece não poder existir, mas ao mesmo tampo
sabemos que ele existe, que estamos nele, que estamos diante de espaço e tempo. Como entender
esse paradoxo? - Essas coisas, por um lado, inexistem como infinito, mas existem como finito. A
creação não pode haver saído do infinito desde que infinito não tem dentro e muito menos fora e não
pode ser acrescido nem diminuído.

O UNIVERSO É UMA CRIAÇÃO MENTAL DO TODO E TEM EXISTÊNCIA NA


MENTE DO TODO, NA QUAL VIVEMOS, MOVEMO-NOS E TEMOS A NOSSA
EXISTÊNCIA.

Para o absoluto o Universo não existe como coisa, é uma Manifestação Mental, mas para o
relativo existe, Não existe objetivamente no continuam, mas sim no descontinuo.
Para conciliar essas situações antagônicas têm que ser admitida a afirmativa de o universo
não é mais que uma condição mental. Os metafísicos sabem, os místicos também, e Teoria Quântica
endossa o seguinte preceito: A CREAÇÃO, NA SUA ESSÊNCIA, NÃO É UMA COISA, MAS
UM ESTADO.

O Universo é um estado da Mente Cósmica. Em nível de Mente Cósmica, em nível de


Infinito ele é apenas uma condição, mas como finito é uma realidade objetiva. O finito é imanente ao
infinito, tem suas qualidades próprias, mas todas elas inexistem em tempo e espaço em nível de
infinito, mas sim em nível de finito.
Vimos que em nível de Infinito, em nível de Poder Superior não pode haver Universo
objetivo algum, assim também infinito algum. Em nível de infinito o universo está contido e
imanifesto, é apenas algo mental, e em nível de universo o infinito está imanifesto. Não é
propriamente um pensamento, mas um estado da Mente Cósmica indefinível e incognoscível para
os seres relativos.
Como não há tempo em nível de infinito o Universo em nível do Poder Superior nunca foi
creado e nunca será desfeito. Coisa alguma pode sair do infinito. Sair do infinito, para onde, se o
infinito é o tudo absoluto? Conseqüentemente só pode ter existência aquilo que existir nele.
Ao infinito, coisa alguma pode ser acrescida, diminuída, ou mesmo transformada, pois se
assim não fosse tudo isto antes estava, e agora estaria, fora dele, e infinito não tem “fora”.
Agora queremos evidenciar que não pode haver transformação real no infinito, por isto se diz
que o Poder Superior é imutável.
Para entendermos o porquê de não existir mais do que uma creação, voltemos a um exemplo
dado num tema anterior em que falamos de uma estatueta esculpida num bloco de madeira.
Dissemos que qualquer estatueta que venha a ser esculpida não é uma criação do escultor, este é
apenas um instrumento que retira do bloco a estatueta. Ela não é creada, pois a mente em sua
manifestação relativa não é creativa. Só a Mente Cósmica é Creadora. A estatueta está contida, ela é
apenas uma, entre uma infinidade de outras estatuetas e de outras coisas possíveis. É uma das
alternativas possíveis dentro do bloco, imanente ao bloco de madeira. Se a estatueta não fosse uma
condição imanente ela não seria criada de foram alguma pelo mais exímio artista. Se não vejamos:
Do bloco de madeira não se pode retirar tudo, somente aquelas coisas a ele imanentes. Vejam como
as coisas já preexistem. É possível se fazer surgir uma estatueta de um bloco de madeira, por
exemplo, mas não se pode fazer o mesmo a partir de um volume de água liquida.
Se o escultor tivesse realmente a capacidade de crear ele esculpiria a estatueta a partir de
qualquer coisa. Mas, não é assim, ele só a esculpe a partir daquilo em que ela preexiste, portanto as
coisas nunca são realmente criadas e sim manifestadas a partir da pré-forma da forma, como diz o
físico David Bohm.
Porém é possível modificar a natureza aparente da água, ou seja, atuar de tal forma que ela
manifeste o seu caráter de solidez (gelo), e assim torna-se possível fazer surgir do bloco de gelo à
estatueta. Há a necessidade da transmutação de um estado para outro, mas essa transmutação (água
líquida / água sólida) já é inerente à água. A possibilidade de se tornar sólida é uma condição
imanente da água. Assim, no Universo sempre uma coisa é imanente a uma outra e são os Princípios
Herméticos que inter-relacionam tudo quanto há.
Passo a passo as coisas podem ser transmutadas até chegar ao princípio primeiro de tudo.
Mas é bom que se perceba que nenhum estado “vem de fora”, todas as coisas são manifestações de
algo imanente, inerente a uma outra. Assim tudo está contido, não existe nada de novo no universo.
Transformação, alquimia quer física quer mental é a manifestação de estados preexistentes, de
condições imanentes.
Não é muito fácil se entender tudo o que foi dito nesta palestra, para que se venha a ter uma
compreensão clara é mister que este tema seja lido atentamente muitas vezes procurando-se
acompanhar pelo sentir.
Entender o Absoluto é impossível, mesmo que se trate de frações, pois a mente humana em
sua condição limitada nega-se a aceitar tudo o que lhe for transcendente. Mesmo assim embora não
seja fácil é possível porque mente é uma só, aquilo que chamamos nossa mente é um estado
imanente da Mente Cósmica, ou seja, uma forma imanente de manifestação.
Vivenciamos um Universo objetivo, finito, onde nos damos conta da existência de tempo e
de espaço, mas ele está no Infinito e não fora dele. Aquilo que tem tempo cronológico e que ocupa
espaço por sua vez está contido num Infinito onde nem existe tempo cronológico e nem espaço.
Este é o maior dos mistérios, que alguns espíritos podem sentir um tanto dele, mas não tudo a
não ser quando houver a unificação com o ABSOLUTO. Eis o GRANDE MISTÉRIO DA VIDA.

Tudo é imante na mente, tudo é mental, todas as coisas são estados de manifestação do PRINCÍPIO MENTAL
DO UNIVERSO.

O Princípio do Mentalismo
O Mentalismo é, sem dúvidas, o Princípio Hermético mais controvertido de todos, talvez porque ele
diz respeito a uma condição incomum e difícil, que é mostrar algo que pertence ao absoluto em
manifestação no mundo relativo. Pode-se sentir a dificuldade de se descrever a verdadeira natureza
do mundo através de palavras, por isto místicos e filósofos orientais dizem que a creação – expressa
como o mundo do relativo – nada mais é do que um “Pensamento de Deus”, ou mesmo, que é como
se fosse um “Sonho de Deus”, ou algo assim.

Nesta palestra, primeiramente, queremos salientar que o pensamento não existe fora da creação, no
momento em que ele surge o transcendente se torna imanente. Conforme já estudamos em outras
palestras, ao contrário do dizem algumas doutrinas, o universo não pode a rigor ser considerado um
pensamento de Deus e igualmente também não pode ser um sonho de Deus a não ser que
consideremos todas as creaturas como Deus. O universo é sim um pensamento da mente limitada dos
seres.
Temos visto opiniões de pensadores que chegam a afirmar que coisa alguma existe fora da nossa
mente, que todo o universo está dentro e não fora da mente, e assim sendo as coisas visíveis não são
reais fora dela. Mas falar assim reflete uma má interpretação no tocante ao que significa o Princípio
do Mentalismo quando diz que “Tudo é Mente”. A expressão “tudo é mente” indica apenas que tudo
o que existe para nós são percepções, ou seja, todas as coisas se fazem sentir como percepções
mentais, sem ter sua existência real tal como se nos apresentam. O mundo para a pessoa é uma
condição basicamente baseada nas percepções dela.

É mais fácil se entender que o universo é apenas o resultado de um estado da mente que toma uma
coisa por outra, que admite que de alguma forma as coisas existe no mundo físico, portanto elas têm
existência real, embora não seja aquilo que a pessoa percebe. Acontece que tudo aquilo que algo
parece ser, na realidade não se trata da coisa em si, mas sim de uma imagem mental formada, por
isto pode não ser o mesmo para uma outra pessoa. É nisto que se baseia o Princípio do Mentalismo,
todas as concepções que se tem das coisas em particular, e do mundo como um todo, são apenas
ilusões, não coisas estruturadas como elas parecem ser, meras imagens mentais, formas de
percepção, apenas.

Só se pode entender bem o que quer dizer o mentalismo quando antes já se entende o significado de
duas expressões: Ilusão e Alucinação por isto, de início vamos conceituar o que é uma alucinação.
Alucinação diz respeito a uma imagem mental formada sem que exista objeto alguma coisa presente
que a gere. Por outro lado, ilusão é uma imagem mental formada a partir de um objeto existente, mas
que a mente toma-o como sendo outro. Aqui vale um ditado popular: “A noite, que muitos fantasmas
gera, facilmente faz do cepo uma fera”...Na verdade esse verso define bem o que é uma ilusão. Na
alucinação a mente cria algo que exista um algo que passa a ser aceito como sendo outra, algo que os
sentidos físicos e instrumentos não detectam. Na ilusão sim, existe algo detectável, mas acontecendo
que aquilo que é detectado não corresponde ao que é registrado pelos sentidos e interpretado pela
mente.

Agora vejamos, muitas pessoas que endossam o Princípio do Mentalismo admitem o universo como
se ele fosse uma alucinação – visão sem objeto. Assim elas o aceitam como tal, e dizem que o que o
Mentalismo afirma é que o Universo é uma ilusão – visão com objeto – mas não uma alucinação –
visão sem objeto. Nesta palestra, visando facilitar o entendimento e “amaciar” a reação contrária do
discípulo vamos considerar precisamente assim. Em palestra futura elevaremos a compreensão do
discípulo até um patamar mais sutil quando adotaremos a natureza alucinatória em detrimento da
ilusória para justificar todo o Universo.

O universo com tudo o que o compõe existe como objeto, mas acontece que a mente é que não o
percebe como ele essencialmente é25, e sim como é aquela imagem que é montada pelo pensamento.
Se qualquer imagem mental é algo próprio de cada pessoa, algo individual, então a imagem mental
que dele é feita, também não corresponde à realidade (na linguagem Rosacruz = atualidade). A
imagem que se tem do universo trata-se de algo mental, o que se percebe é um universo mental –
Tonal26 – e não a natureza daquilo que determina a percepção – Nagual. Como base, como
verdadeira natureza, ele é falso, apenas uma imagem montada. Naturalmente existe algo que a mente
toma como mundo, existe uma montagem mental que chamamos mundo, mas isto não quer dizer que
essa montagem seja idêntica para todos. Acontece da mesma forma como dissemos a respeito de
Deus; cada um cria o deus à sua própria imagem, pelo que todos os deuses são falsos, assim como
todas as criações efetivadas pelo pensamento. Isto pode ser dito com relação às coisas em geral e ao
próprio universo. Todos os conceitos e imagens que se tem das coisas e também do universo são
evidentemente falsas. Coisa alguma é como é vista ou sentida, não é nem o que se vê, nem o que se
mede, e nem o que se pensa; até mesmo tempo e espaço estão incluídos nisto.

Muitos mentalistas chegam a dizer que coisa alguma existe fora da mente, que tudo está dentro da
mente. No ser encarnado, a mente funciona como se existisse dentro do cérebro e sendo assim não
fica fácil a pessoa colocar um automóvel, ou um elefante, e ainda mais o próprio mundo inteiro
25
Usando-se a “Arvore da Vida” a mente percebe o Universo e as coisas que o compõem como Yesod e não como
Tipheret.
26
Termo usado por Dom Juan e expressos nas obras de Carlos Castaneda.
dentro da cabeça. Não fica fácil a pessoa bater com um pé numa pedra machucando-o e depois dizer
que a pedra não existe e bem assim também o dedo do pé. Não se enganem, este mundo é real e
objetivo para tudo o que é objetivo e estiver fazendo parte da própria ilusão 27. O que o Principio do
Mentalismo quer dizer é que a pedra, o pé, o carro, o mundo, e tudo o mais, não são exatamente
aquilo que é percebido, mas algo do qual se tem uma percepção; a percepção tem objeto sobre o qual
estrutura-se uma imagem que é uma ilusão.

Vale o exemplo deixado pelo filósofo Vedanta Sankara que bem auxilia no entendimento do
universo mental. Trata-se de uma comparação feita entre uma corda enrolada e uma cobra. A pessoa
vê a corda e pode pensar se tratar de uma cobra. Assim, conforme a intensidade de tal convicção,
mesmo em se tratando de uma ilusão, ela pode até provocar um ataque cardíaco e matar a pessoa.
Embora se tratando de uma simples corda, mas se a pessoa ao ter a visão da corda a mente a
interpreta como sendo uma serpente a partir do que a pessoa age como se aquilo realmente o fosse.
Mas, na verdade se trata de uma ilusão, mas mesmo sendo uma ilusão isto não indica que a corda
não exista. Na verdade a ilusão não é gerada do nada, existe algo, que não é uma cobra, mas que a
mente o associa com ela. Assim acontece com o mundo imanente, algo existe, mas que não é
realmente aquilo que se acredita ser. Na realidade a partir de algo existente a mente cria tudo quando
há, todas as formas e aspectos do mundo imanente nada mais são do que criações mentais – ilusões.

A imagem que se tem do universo não é uma alucinação, mas sim uma ilusão desde que tem objeto.
O objeto como é visto, ou sentido, é que é ilusão, desde que nunca é aquilo que se percebe. Todas as
imagens, todas as formas, incluindo até mesmo tempo e espaço não são conforme se vê ou sente-se.

O que se vê das coisas, o espaço ocupado por ela, assim também o tempo envolvido com ele, são
valores relativos, algo bem distante da realidade. Os Rosacruzes para definir este estado usam o
termo realidade e atualidade. Dom Juan usava os temos Tonal e Nagual. Dizer que o universo não
existe, que tudo é um sonho, e coisas assim, são quimeras que pertencem aos arsenal das insanidades
e não da filosófica, como diz Paul Brunton.

Por outro lado, igualmente errado é separar o objeto da mente, colocar como algo separado da
consciência, atribuir ao corpo qualidade que devem ser imputadas à mente. Não é lícito tratar como
mental o conhecimento que se tem de todos os objetos externos.

O Mentalismo tem o seu valor por dizer que tudo se conhece através da mente, que tudo é medido
pelos valores da mente, e conseqüentemente tudo é construído pela mente – o mundo – mas isto só
se aplica no que diz respeito às imagens que se criam das coisas e não as coisas em si. Só os
mentalistas menos preparados dizem que coisa alguma existe fora da pessoa. Isto acontece porque
eles confundem o sentido de extracorporal com extramental. O universo extracorpóreo existe sim,
mas o que se percebe dele é intramental. Todas as idéias formadas, todos os conceitos, estão na
mente, porém não indicando isto que nada exista fora da mente.

O que é mente? Sentir - pensar - querer. Já dissemos que só se quer o que se pensa e só se pensa no
que existe – ao menos como registro da memória – e só há registro na memória do que de alguma
forma aconteceu ou existe. Por isto é que todas as idéias que se possa fazer do universo ou de
qualquer parte dele são montagens mentais, assim sendo é que o Hermetismo diz que o nosso
universo é mental, e conseqüentemente que existe um universo próprio de cada um.

Jamais alguém pode “ver” um objeto fora da mente. Tudo o que se vê e se tem como um objeto é
uma imagem montada, estruturada, a partir dos blocos de memória preexistentes. Seja qual for à
imagem ela é mental e comporta-se como uma ilusão. Pode-se dizer que o mundo é uma ilusão, pois
a mente aceita com um coisa aquilo que em essência é outra. Mas, por outro lado não é válido se
dizer que o universo é uma alucinação, algo simplesmente creado na tela da mente. Os orientais até
definem bem quando chama o universo de “O Mundo de Maya”, ou que equivale dizer o mundo da
ilusão. Vejam que eles não chamam de mundo da alucinação e sim mundo da ilusão.

27
O Mundo de Matrix era muito real para Neal, mesmo que ele soubesse se tratar de uma ilusão gerado por
uma máquina.
É válido se dizer que tudo o que se vê quase sempre é apenas pensamento. Isto é correto porque é o
pensamento que estrutura tudo a partir de um objeto que existe. Todas as coisas existentes tais como
são percebidas são montagens efetivadas pelo pensamento, desde que tudo o que se vê e mesmo que
se sente depende dele. Não é possível se ver algo que não tenha uma imagem mental formada pelo
pensamento. Quando se observa algo esse algo existe, mas as características com que se apresentam
são obviamente estruturações do pensamento. Por outro lado há uma percepção que vai alem do
pensamento – ver – que é o perceber diretamente – enxergar - a essência das coisas.

Importância dos Princípios Herméticos


Assim como é em cima é embaixo.

O que está expresso nesta declaração é um dos chamados Princípios Herméticos – o Princípio da
Correspondência – e têm sido à base dos ensinamentos de Thoth e aceito como verdade fundamental
pelas mentes conscientes.
.'.
Nesta afirmativa Thoth indica que o mundo objetivo é apenas um espelho do céu, ou seja, que os
padrões existentes no mundo inferior são reproduções dos padrões do mundo superior, existindo,
portanto, uma conexão íntima entre o divino e as formas exteriores que constituem o mundo
imanente.

O imenso cabedal de ensinamentos de Thoth, em parte, é descrito numa obra conhecida pelo nome
de Corpus Hermeticum.

No Corpus Hermeticum ensinamentos cosmológicos são apresentados sob a forma de diálogos entre
Hermes - Thoth - e várias outras deidades egípcias, inclusive Ísis. Estudiosos mostram que se trata
de um texto verdadeiramente original.

O conteúdo mencionado, em sua maior parte, é composto pelo que Thoth escreveu sobre a
polaridade do Universo definindo-o em termos de treva e luz, mal e bem, e assim por diante. Ele faz
ver a polaridade do mundo imanente, não no sentido de dualismo cósmico, isso está bem claro
quando diz “... semelhante e dessemelhante são uma coisa só...”, significa exatamente o principio da
polaridade.
.'.
Pelos ensinamentos de Thoth foram estabelecidas as bases que constituem os ensinos das várias
organizações de estudos herméticos referentes à visão do mundo.

Realmente, a visão universal hermética tem muito em comum com a filosofia de Platão.

Indubitavelmente, para os antigos egípcios Thoth era “a personificação da Mente de Deus, o Mestre
Supremo de Sabedoria. Essencialmente a religião dele era a Religião da Luz, como Luz era o Pai da
Religião de Iluminação (os Mistérios da Luz e de um Nascimento Divino), assim era Vida, o cônjuge
dele, a Mãe da Religião de Alegria” (TGH).
Nem todos os estudiosos, mesmo muitos que integram grupos de estudos direcionados, chegaram à
conclusão de que os Princípios Herméticos não são apenas simples condições inerentes ao mundo,
ainda não se deram conta de que na realidade eles constituem a própria base de todo o Universo.

Certamente a “Árvore da Vida” da Cabala representa a planta arquitetônica de tudo quanto há no


mundo da Imanência - o seu “modus faciendi”, enquanto que os Princípios Herméticos podem ser
considerados como o “modus operandi”, ou seja, a manifestação da Lei.

Isso que estamos falando indica que os Princípios Herméticos manifestam-se segundo um modelo
que é representado esquematicamente pela “Árvore da Vida” e não segundo um padrão aleatório. A
Árvore é o modelo de organização do caos, cuja distribuição ordena-se mediante desdobramentos da
Lei manifestada consoante os princípios Herméticos.
Podemos considerar que em tese todos os princípios resumem-se em um só, desde que eles estão
intimamente relacionados entre si, sendo difícil estabelecer o limite onde tem início um e termina o
outro pois, geralmente, eles se interpenetram, e não poderia ser diferente pois existe apenas UM.

Inicialmente ao estudar os 7 Princípios Herméticos o discípulo não percebe o quanto eles significam,
o quanto de conhecimentos eles encerram. Não podemos afirmar o percentual exato, mas
acreditamos que 99% de tudo quando se percebe no mundo imanente são manifestações ligadas ao
Principio da Vibração. “Nada está parado, tudo se move, tudo vibra” - O Cabailion.

Obviamente, a vibração é a base de todo o Universo Imanente, de toda Creação. Na verdade,


somente as manifestações daquilo que temos chamado em algumas palestras de “Faces do Poder
Superior” é que não vibra, isto é para aqueles que conseguem penetrar no entendimento sobre o 9º
Princípio, correspondente à “Nona Hora” mencionada no Nuctemeron de Apolônio de Tiana.
.'.
É pela vibração que a absoluta unidade de Deus manifesta-se na imensa variedade dos mundos. –
Huberto Rhoden.
.'.
O limite das percepções faz com que a Mente aceite a existência de princípios independentes quando
na realidade só existe UM.
.'.
Leis e mais leis são mencionadas pela ciência, mas todas se resumem apenas em uma.

Indubitavelmente vivemos na Terra imersos num oceano de vibrações que nos cercam por todos os
lados, e isso tem grande significação em decorrência da ressonância vibratória. Quando estudamos
algumas peculiaridades das vibrações nos temas iniciais falamos que nunca um som mantém-se
isolado; qualquer som gera outro som.

Mesmo que apenas uma corda de um piano seja percutida não ocorre apenas à nota correspondente
isoladamente, pois inúmeras outras cordas vibram em uníssono mesmo que não sejam tocadas.

Isso que estamos falando não diz respeito somente a uma nota musical, mas a tudo quanto existe.
Uma vibração qualquer ressoa num incalculável número de coisas existentes, e quando nos referimos
a coisas estão incluídos também os seres vivos, em geral, e o humano em particular.

Precisamos considerar que somos seres interagentes com todo o Universo, pois estamos sujeitos às
leis que regem o movimento vibratório. Se nossa constituição física é material e matéria nada mais é
do que manifestação vibratória, logicamente vivemos sujeitos às leis da ressonância vibratória.

Esta palestra é o preâmbulo de uma temática de imensa significação, mas que mesmo assim tem sido
totalmente negligenciada pelas pessoas - o som.

O Princípio da Correspondência
De todos os Princípios Herméticos o da Correspondência é o mais citado:
“O QUE ESTÁ EM CIMA É COMO O QUE ESTÁ EMBAIXO, E O QUE ESTÁ EMBAIXO É
COMO O QUE ESTÁ EM CIMA”.

No Cosmos tudo o que existe em um nível tem o seu homólogo em outros níveis. Não existe algo
isolado, fora ou dentro da creação.

A Creação é uma objetivização da Mente Cósmica. O Poder Superior, como Absoluto, polariza-se,
projeta-se, expande-se, e a expansão corresponde precisamente à Creação. Nisso reside o primeiro
nível de Correspondência.
Tudo aquilo que existe na Creação tem o seu homólogo em todos os planos superiores, a partir da
própria Mente Cósmica. Até mesmo na Consciência Cósmica já existe potencialmente todo o
modelo da Creação. Por mais amplo que seja um sistema, ou, por mais insignificante que seja uma
determinada coisa, por certo ela tem correspondência na Mente Cósmica.

O Universo, com tudo aquilo que nele existe, é uma projeção da Mente Cósmica, tal como o Poder
Creador é o lado descontinuo do contínuo.

Dentro da Creação quase tudo é vibração, por isso pode-se dizer que o Universo é vibratório, e a
vibração é inerente à natureza sétupla representada na “Árvore da Vida”. Tal como na escala
musical, em que só existem sete notas possíveis, sete notas agrupadas em oitavas perfazem a
totalidade das vibrações – Teclado Cósmico. Uma escala musical é constituída por sete notas que se
unem compondo uma oitava que pode ser agrupada e formar como que uma escada.

No “Teclado Cósmico”, cada oitava pode constituir um mundo, um plano, uma coisa qualquer.
Todas as formas existentes no Universo sempre estão interligadas. A Vibração é o que individualiza
as coisas e a Correspondência é o que une. As notas se repetem de oitava em oitava. Qualquer nota
de uma oitava tem a sua correspondente nas demais oitavas.

Tudo pode ser representado pela “Árvore da Vida” e aquilo contido numa oitava tem
correspondência nas demais oitavas que constituem a “Escada”, isso é o que significa o Princípio da
Correspondência.

Segundo as leis da Mecânica Ondulatória, qualquer nota ressoa ao longo de toda a escala segundo
determinada relação; isso é uma decorrência do Princípio da Correspondência. Em qualquer oitava
acima ou abaixo no “teclado” as notas se repetem, isto é, cada nota tem uma homóloga. Assim como
é na oitava de baixo é também na oitava de cima, pois tudo apenas se repete, em um outro nível,
diferindo apenas na freqüência vibratória.
Também a harmonia musical – vibratória – é uma decorrência do Princípio da Correspondência. Na
escala das vibrações há notas ressonantes harmônicas e notas ressonantes desarmônicas. Isso é
estudado na música; sabe-se que existem notas que se combinam harmonicamente e notas que não se
combinam. Por exemplo: as notas mi - sol - si formam um acorde harmônico; ré - fá - lá, outro.
Vejam que as notas harmônicas estão em um mesmo pilar – lado – da “Árvore da Vida”, o que faz
ver que a harmonia musical não ocorre por acaso, é algo inerente à constituição da própria natureza.

Pela “Árvore” se pode ver que o “dó” inferior (Malkut) tem sua réplica no início da oitava seguinte
(Kether), portanto: “Assim como é em baixo é também em cima”. Se Malkut representar o homem
material Kether representará Deus, e vice-versa, portanto, o homem no Mundo Imanente, de certa
forma, é a própria imagem de Deus.

Como temos mostrado em nossos temas, o Universo é constituído por vibrações de um princípio
primordial – MA – ordenadas numa escala colossal em que as oitavas se repetem numa imensa
sucessão formando uma fantástica “escada”. As vibrações se manifestam formando tudo quanto há,
constituindo não só as coisas materiais existentes, mas também outros planos distintos. Não se trata
de uma escada linear, de uma escala simples, pois, como já dissemos em outras palestras, cada nota
de uma oitava – Ilustração 1 – pode se constituir por si mesma uma oitava completa (Cada sephirah
de uma “árvore” pode “conter” uma “árvore” secundária e assim sucessivamente).

O Universo basicamente é constituído por três amplos planos que podem ser representados por
“Árvores da Vida”. Esses planos recebem denominações próprias em algumas doutrinas:

1 - ASTRAL INFERIOR; 2 - ASTRAL RESPLANDECENTE; 3 - ASTRAL


SUPERIOR

1 - GRANDE PLANO FÍSICO; 2 - GRANDE PLANO MENTAL; 3 - GRANDE PLANO


ESPIRITUAL

1 – BERIAH; 2 - YETZIRAH ; 3-
ASSYAH

Tudo o que existe num plano também existe nos demais, segundo o Princípio da Correspondência.
Por exemplo: tudo o que existe no Grande Plano Físico também existe no Grande Plano Mental e no
Grande Plano Espiritual. A única diferença diz respeito apenas à “densidade”. Como os níveis de
vibração diferem muito de um plano para outro, naturalmente a réplica de algo num plano superior
apresenta-se com um aspecto bem mais atenuado que aquele do plano imediatamente inferior.
Comparativamente se pode ver que uma estrutura material do mundo denso tem a sua réplica no
plano astral mais tênue, por isso, via de regra, ela não é facilmente visível.

É o Princípio da Correspondência que permite se intervir sobre uma estrutura densa a partir da sua
réplica no plano astral. Qualquer modificação que se processe em um plano se reflete em todos os
demais, por isso se diz que qualquer ato afeta todo o Universo28. Muitos trabalhos de magia são
praticados a partir de interferências nas réplicas presentes no “astral”, tanto em um sentido quanto no
outro.

Dizem as “lendas” e “mitos” que os duendes, as fadas, e outros elementais protegem a Natureza. Na
realidade eles são seres cuja linhagem chega somente ao plano astral. Suas ações ocorrem a partir
das réplicas existentes naquele plano, portanto, trata-se de um processo baseado no Princípio da
Correspondência.

O Princípio da Correspondência é função do efeito de ressonância inerente ao Princípio da Vibração.


Quando uma corda de um piano é percutida, provocando um som, todas as notas correspondentes –
ressonantes – também vibram e provocam os sons correspondentes, mas, vale notar que, a
intensidade do som será progressivamente atenuada. A ressonância é tanto mais intensa quanto mais
próxima estiver da nota básica. Em um piano, se uma tecla de um extremo for percutida fazendo
vibrar uma corda, muitas outras cordas ao longo do teclado também vibrarão, porém os sons
correspondentes serão tanto menos intensos quanto mais afastada se situar a corda daquela que
inicialmente foi percutida.

Conforme se pode perceber pela ilustração 2, todas as notas se desdobram em 7 outras e assim
sucessivamente. Esse processo tente ao Infinito. O mesmo acontece não somente com as notas
musicais, mas com tudo o que vibra. Isso é o que permite que existam outros planos além deste que

28
Efeito Borboleta
conhecemos, denominado de plano material. Assim, no plano da matéria podemos situar os reinos da
natureza, sendo os três mais conhecidos: o reino mineral, o vegetal e o animal. Podemos afirmar que
tal como esses reinos existem no mundo material eles têm réplicas nos demais planos. O que
estamos dizendo é significativo porque é importante a pessoa conhecer todos os seus harmônicos
para poder compreender certas percepções inusuais; possa saber que muitas vezes uma percepção
não pertence ao plano material e sim a outro, evitando ocasionais equívocos de interpretação.

Já dissemos em uma palestra anterior que muitas vezes a pessoa encontra algo pela qual sente grande
atração, sem motivo plausível; na realidade isso é devido ao Princípio da Correspondência. Muitas
vezes é uma pedrinha que atrai a atenção, pegamo-la e ficamos muito tempo com ela nas mãos e até
mesmo podemos ter algum tipo de impressão sensorial. Isso é devido à Correspondência. Quando
isso acontece com grande intensidade, e a sensação for prazerosa, é bom guardar aquela pedrinha,
até mesmo mantê-la em contacto físico, pois as vibrações dela podem harmonizar aquela pessoa. Por
outro lado, se a sensação for de desconforto ela deve ser descartada o mais breve possível.

A empatia, a atração entre pessoas, ou seja, a afinidade tem muito a ver com o Princípio da
Correspondência. O entendimento desse princípio facilita muito as coisas do dia a dia; pode,
inclusive, condicionar um viver melhor. Pode condicionar uma união conjugal mais duradoura e
harmônica por ter como companheira (o) uma pessoa que vibra em harmonia. Pode condicionar uma
vida mais feliz, um melhor repousar, dormir, permanecer, residir, etc. num lugar harmônico.

Veremos em tema ulterior, quando falarmos da energia sutil, que a pessoa pode aumentar suas
reservas a partir de um vegetal, ou mesmo de um mineral. Com essa finalidade existe um exercício
que consiste em colocar a coluna vertebral em contacto com uma rocha, ou com uma árvore, para
angariar energia. Podemos acrescentar que o vegetal, ou a rocha, deve ser harmônica com a pessoa.

No reino animal uma pessoa pode ter afinidade com algum animal em especial, mas às vezes é com
uma espécie inteira. É comum algumas pessoas terem afinidades com determinado tipo de animal
tais como gatos, enquanto outras podem ter com cachorros, outras com peixes, outras com
determinados tipos de pássaros, e até mesmo com serpentes. O mesmo acontece em relação ao reino
vegetal, existem lavradores que até mesmo não sabem o porquê de preferirem determinadas culturas
independentemente do lado lucrativo. O mesmo se pode dizer da afinidade das pessoas com
determinados minerais, especialmente com as pedras; uns ficam encantados com o rubi, outros com
ametista, outro com água-marinha e assim por diante. Baseada nisso, a pessoa deve procurar sempre
que for possível se acercar das coisas afins, pois estas tendo ressonância harmônica com a pessoa por
certo vão lhe facilitar o viver.

O Princípio da Correspondência é o resultado da ressonância vibratória, portanto é uma decorrência


da própria Vibração que constitui o Universo. Por esta razão não é fácil mudar o grau de afinidade
entre pessoas e coisas, a não ser quando o adepto sabe como alterar sua própria vibração, pois
somente assim ele pode manter a sintonia com coisas diferentes. Modificando a sua vibração básica
ele passa a ser harmônico com outras freqüências que antes lhe eram desarmônicas.

[1] Efeito Borboleta

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