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Reeducação postural

SUMÁRIO

REVISÃO ANATÔMICA DA COLUNA VERTEBRAL .................................................. 5


FIGURA DA COLUNA VERTEBRAL ........................................................................... 5
VÉRTEBRAS ............................................................................................................... 6
Vértebras cervicais ...................................................................................................... 7
Vértebras torácicas...................................................................................................... 7
Vértebras lombares ..................................................................................................... 7
Vértebras sacrais......................................................................................................... 8
Cóccix.......................................................................................................................... 8
DISCOS INTERVERTEBRAIS .................................................................................... 8
ARTÉRIAS ESPINHAIS............................................................................................... 9
LIGAMENTOS ............................................................................................................. 9
FÁSCIAS TORACOLOMBARES ............................................................................... 10
FUNÇÃO MUSCULAR .............................................................................................. 11
Planos musculares .................................................................................................... 12
MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL .............................................................. 15
Flexão ........................................................................................................................ 15
Extensão.................................................................................................................... 16
POSTURA PADRÃO ................................................................................................. 22
ANÁLISE DA POSTURA ........................................................................................... 22
Vista lateral ................................................................................................................ 23
Vista posterior............................................................................................................ 24
ALTERAÇÕES POSTURAIS ..................................................................................... 31
ESCOLIOSE .............................................................................................................. 31
Tipos de escoliose ..................................................................................................... 32
Sintomatologia ........................................................................................................... 38
Avaliação ................................................................................................................... 38
Exames complementares .......................................................................................... 40
Tratamento conservador ........................................................................................... 42
Tratamento cirúrgico .................................................................................................. 45
HIPERCIFOSE DORSAL........................................................................................... 50
DORSO PLANO ........................................................................................................ 53
HIPERLORDOSE LOMBAR ...................................................................................... 54
ACHATAMENTO LOMBAR ....................................................................................... 55

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POSTURA – ACHATAMENTO LOMBAR .................................................................. 56


TRATAMENTO CONSERVADOR PARA DESVIOS ANTEROPOSTERIORES ........ 57
CORRETOR POSTURAL .......................................................................................... 57
MÉTODO MÉZIÈRES – INÍCIO DO CONCEITO DE CADEIAS MUSCULARES ...... 58
FRANÇOISE MÉZIÈRES .......................................................................................... 58
PRECURSORES DAS CADEIAS MUSCULARES .................................................... 60
GODELIEVE DENYS STRUIF .................................................................................. 61
LEOPOLD BUSQUET ............................................................................................... 62
DEFINIÇÃO DE CADEIAS MUSCULARES ............................................................... 63
MÉTODO RPG (REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL) .......................................... 63
Cadeia inspiratória ..................................................................................................... 64
Cadeia posterior ........................................................................................................ 64
Cadeia anterointerna do ombro ................................................................................. 66
Cadeia anterior do braço ........................................................................................... 66
Cadeia anterointerna da pelve................................................................................... 67
POMPAGENS ........................................................................................................... 68
APONEUROSE SUPERFICIAL ................................................................................. 69
CADEIA PROFUNDA CERVICOTORACOABDOMINAL........................................... 69
OBJETIVOS DA POMPAGE ..................................................................................... 71
POMPAGENS PREPARATÓRIAS ............................................................................ 72
Pompage global......................................................................................................... 72
Mobilização global da fáscia ...................................................................................... 73
AVALIAÇÃO DE ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DAS CADEIAS .................. 74
ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS ANTERIORES .............................................. 74
ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS POSTERIORES............................................ 77
ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO ........... 78
ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTEROINTERNA DO OMBRO
..................................................................................................................................81
AVALIAÇÃO POSTURAL .......................................................................................... 83
CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO POSTURAL ........................................................... 83
HISTÓRIA CLÍNICA .................................................................................................. 83
CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DAS POSTURAS ..................................................... 94
RELAÇÃO POSTURA X MORFOTIPOLOGIA .......................................................... 95
POSTURAS ............................................................................................................... 96
POSTURA PARA CORREÇÃO DA CADEIA INSPIRATÓRIA................................... 96

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POSTURAS EM FECHAMENTO............................................................................... 97
POSTURA RÃ NO AR ............................................................................................... 98
POSTURA SENTADA ............................................................................................. 100
INDICAÇÃO - POSTURAS COM BRAÇOS AO LONGO DO CORPO .................... 108
INDICAÇÃO - POSTURA COM BRAÇOS EM ABDUÇÃO ...................................... 109
RESULTADOS EM REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL .................................... 109
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 112

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REVISÃO ANATÔMICA DA COLUNA VERTEBRAL

A coluna vertebral constitui o eixo ósseo do corpo e está constituída de modo


a oferecer a resistência de um pilar de sustentação, mas também a flexibilidade
necessária a movimentação do tronco. Assim, ela protege a medula espinhal do
sistema nervoso central que está alojada no seu interior, serve de pivô para suporte e
mobilidade da cabeça, permite movimentos entre as diversas partes do tronco e dá
fixação a numerosos músculos. Sua função principal, entretanto, é suportar o peso da
maior parte do corpo e transmiti-lo, por meio da articulação sacroilíaca, para os ossos
do quadril.
A coluna vertebral é constituída de 33 peças esqueléticas – as vértebras,
colocadas umas sobre as outras no sentido longitudinal, de modo a formar um
conjunto que se estende pela nuca, tórax, abdome e pelve, onde reconhecemos sete
vértebras cervicais, doze torácicas, cinco lombares, cinco sacrais e quatro coccígeas.
Por ser um suporte de peso, a parte anterior das vértebras, corpo vertebral, aumento
de volume da porção cervical a lombar, uma vez que as vértebras inferiores têm
sobrecarga de peso, quando comparadas às vértebras superiores.

FIGURA DA COLUNA VERTEBRAL

https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-
esqueletico/coluna-vertebral/

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Encontramos entre os corpos vertebrais, um disco intervertebral,


fibrocartilaginoso, depressível, capaz de absorver os aumentos de pressão numa
súbita sobrecarga da coluna e conferir mobilidade entre vértebras adjacentes.

Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

Apresenta curvaturas no sentido anteroposterior, indispensáveis para a


manutenção do equilíbrio e da postura ereta.

VÉRTEBRAS

Embora as vértebras de cada uma das porções da coluna tenham suas


características particulares, todas possuem uma estrutura básica, comum. Cada
vértebra é constituída por um anel ósseo que circunda um forame (forame vertebral),
que pode ser considerado como canal vertebral onde se aloja a medula espinhal. A
parte anterior do anel é o corpo da vértebra. A parte posterior do anel, denominado
arco vertebral, consiste de um par de pedículos e um par de lâminas. Os pedículos
projetam-se posteriormente da parte superior do contorno posterior do corpo da
vértebra e se unem com as lâminas formando o processo espinhoso.
No ponto de fusão dos pedículos com as lâminas projetam-se três processos
adicionais com direções diferentes:
 Lateralmente: processo transverso;

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 Cranialmente: processo articular superior;


 Caudalmente: processo articular inferior.

Estes dois últimos processos apresentam uma faceta articular.

FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

Vértebras cervicais

A 1ª e a 2ª vértebras cervicais (C1 e C2) são consideradas atípicas e


denominadas respectivamente, atlas e áxis. As quatro seguintes (C3, C4, C5, C6) são
consideradas típicas, com a sétima (C7), embora apresente uma particularidade, é
chamada de vértebra proeminente.

Vértebras torácicas

Embora as vértebras T1, T9, T10, T11 e T12 possam apresentar alguns
acidentes que as distinguem das demais vértebras torácicas, estas diferenças não são
de grande importância. É evidente que a primeira vértebra torácica assemelha-se a
última cervical, assim como as últimas torácicas podem apresentar alguns aspectos
encontrados nas vértebras lombares.
Porém, as particularidades das vértebras torácicas em geral são: articula-se
com as costelas; os processos espinhosos são mais inclinados e as facetas articulares
situam-se principalmente em um plano frontal.

Vértebras lombares

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As vértebras lombares (L1, L2, L3, L4, L5) são as mais volumosas da coluna
vertebral, com corpo reniforme; os processos espinhosos são mais curtos e
quadriláteros situando-se no mesmo plano horizontal do corpo vertebral, e as facetas
articulares estão situadas em plano anteroposterior.

Vértebras sacrais

No adulto, ocorre a fusão das cinco vértebras sacrais que diminuem no sentido
craniocaudal, formando o sacro. Deste modo, é um osso triangular recurvo, de base
superior e ápice inferior, com concavidade anterior. Situa-se em cunha entre os ossos
do quadril e fecha posteriormente a cintura pélvica.

Cóccix

Deriva-se da fusão de três ou quatro peças coccígeas, constituindo um osso


irregular, afilado, que representa o vestígio da cauda no extremo inferior da coluna
vertebral. Articula-se com o sacro por meio de um disco intervertebral.

DISCOS INTERVERTEBRAIS

Os discos intervertebrais situam-se entre os corpos das vértebras,


promovendo união, alinhamento e certa mobilidade de vértebras vizinhas. São coxins
compressíveis de fibrocartilagem que absorvem as forças de tração muscular,
gravidade e carga.
Cada disco apresenta duas partes: uma periférica, o ânulo fibroso e uma
interna, o núcleo pulposo, suficientemente elástico para atuar como amortecedor dos
choques de compressão.

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FONTE: Sobotta: Atlas de anatomia humana, 2002.

ARTÉRIAS ESPINHAIS

A união de dois pequenos ramos das artérias vertebrais formam a artéria


espinhal anterior. A artéria espinhal anterior percorre a extensão da medula espinhal
na fissura mediana posterior e supre os dois terços anteriores da medula espinhal. O
calibre dessa artéria varia de acordo com sua proximidade de uma artéria radicular
magna e geralmente é menor na região de T4 a T8 da medula. As artérias espinhais
posteriores originam-se como pequenos ramos das artérias vertebrais ou das artérias
cerebelares inferiores posteriores e frequentemente apresentam anastomoses entre
si e com a artéria espinhal anterior.

LIGAMENTOS

A função principal dos ligamentos é unir e manter as vértebras em


alinhamento.
Os ligamentos posteriores ao eixo do movimento limitam a inclinação para
frente (flexão) dos segmentos vertebrais. Os ligamentos sujeitos às maiores
sobrecargas na inclinação anterior são os ligamentos interespinhosos e
supraespinhoso. Os ligamentos capsulares, ligamento amarelo e ligamento
longitudinal posterior também ficam tensos e estabilizam a coluna no final da
amplitude de flexão.
O ligamento longitudinal anterior limita a inclinação para trás. Os ligamentos
intertransversos colaterais, assim como o ligamento amarelo e os capsulares limitam
a inclinação lateral.

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FÁSCIAS TORACOLOMBARES

A fáscia toracolombar consiste de três camadas de fáscias e aponeurose de


vários músculos – o grande dorsal, serrátil posterior inferior, oblíquos internos e
abdominais transversos.
A camada posterior da fáscia insere-se nos processos espinhosos e cobre os
músculos da coluna.
A camada média é posterior ao quadrado lombar e insere-se nas pontas dos
processos transversos e ligamentos intertransversos. Esta com a camada posterior
envolve os músculos eretores da espinha.
A camada anterior é uma lâmina final anterior ao quadrado lombar e insere-se
na face anterior dos processos transversos e ligamentos intertransversos.

FIGURA DA FÁSCIA TORACOLOMBAR

FONTE: Kisner; Colby: Exercícios terapêuticos – fundamentos e técnicas,


1996.

A fáscia toracolombar reforça todo sistema ligamentar posterior através da


orientação de suas fibras e inserções na coluna lombar e região pélvica. A tensão
passiva na camada posterior da fáscia ocorre com a inclinação para frente da coluna
lombar sobre a pelve ou com a inclinação posterior da pelve. A tensão suporta a
vértebra lombar inferior através da estabilização contra os movimentos de flexão.
Sua função principal é de prover estabilidade e suporte à coluna lombar, à
medida que funciona na dinâmica do tronco em conjunção com suas inserções
musculares.

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FIGURA DA COLUNA LOMBAR

FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

FUNÇÃO MUSCULAR

Os músculos do pescoço e tronco agem primariamente como estabilizadores


da coluna vertebral na postura ereta. Eles são o controle dinâmico contra as forças da
gravidade à medida que o peso de vários segmentos transfere-se para longe da base
de suporte.
Quando a linha da gravidade transfere-se para frente, o controle é feito pelos
músculos extensores. Eles são o grupo eretor da coluna e os músculos cervicais
posteriores, incluindo o trapézio superior.
Quando este deslocamento transfere-se para trás, o controle é feito pelos
músculos flexores, que são os músculos abdominais, intercostais, o longo da cabeça,
o longo do pescoço, o reto da cabeça, psoas maior, escaleno anterior e o
esternocleidomastóideo.
Quando o deslocamento é lateral, os músculos contralaterais proveem o
controle. Eles incluem o psoas maior, o quadrado lombar, os escalenos, o
esternocleidomastóideo, o eretor da espinha, os oblíquos interno e externo e os
músculos intercostais.

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É necessária pouca atividade muscular para manter a postura ereta, mas com
relaxamento total dos músculos as curvaturas espinhais se tornam exageradas e as
estruturas passivas de sustentação são requisitadas para manter a postura.
Planos musculares

Plano Profundo: responsáveis pela manutenção do alinhamento das


vértebras.
a) Músculos interespinhal: são pouco desenvolvidos na região torácica
ou mesmo inexistentes nesta região. Unem os processos espinhosos das regiões
cervicais e lombares;
b) Músculos intertranversais: só estão presentes na região cervical e
lombar. Estes músculos unem os processos transversos adjacentes;
c) Músculos rotadores: originam-se nos processos transversos e se
dirigem medial e superiormente para se fixarem na lâmina da vértebra supraadjacente.
Existem nas três regiões da coluna;
d) Músculos levantadores das costelas: só existem na região torácica.
Têm origem nos processos transversos e prendem-se nas costelas supraadjacentes.

IMAGEM DOS MÚSCULOS INSERIDOS NO PLANO PROFUNDO

FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

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Plano Intermédio: Este plano cobre o plano profundo e suas fibras em


disposição bastante complicadas, com maior grau de fusão. Também chamados de
complexo transverso espinhal.
a) Músculo Multifídio: é mais espesso na região lombar e termina na
região cervical. É constituído por muitos feixes musculares, sem divisão clara e por
esta razão, tem sido descrito como músculo único. Os feixes se originam do sacro e
de todos os processos transversos, dirigindo-se cranial e medialmente para se
inserirem nos lados dos processos espinhosos das vértebras, de L5 até o áxis;
b) Músculo Semiespinhal do tórax: situa-se nos dois terços craniais do
segmento torácico, estendendo-se dos processos transversos das seis vértebras
torácicas inferiores aos processos espinhos das vértebras superiores e cervicais
inferiores;
c) Músculo Semiespinhal do pescoço: mesma disposição do semi
espinhal do tórax, originando-se dos processos transversos das seis vértebras
torácicas superiores e se insere nos processos espinhosos da 3ª até a 5ª vértebra
cervical;
d) Músculo Semiespinhal da cabeça: é a parte mais alta do complexo
transverso-espinhal, estendendo-se de processos transversos cervicais à parte
medial da linha nucal superior do occipital.

IMAGEM DOS MÚSCULOS DO PLANO INTERMÉDIO

FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

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Plano Superficial: Este plano constitui a camada mais lateral e superficial dos
músculos pós-vertebrais. Também chamados de complexo sacroespinhal.
a) Músculo Iliocostal: três porções: iliocostal lombar, iliocotal torácico e
iliocostal cervical;
b) Músculo Dorsal Longo: três porções: longuíssimo do tórax,
longuíssimo do pescoço e longuíssimo da cabeça;
c) Músculo Espinhal: três porções: espinhal do tórax, espinhal do pescoço
e espinhal da cabeça;
d) Músculo Esplênio do Pescoço: ascende lateralmente dos processos
interespinhos torácicos superiores aos processos transversos cervicais inferiores;
e) Músculo Esplênio da Cabeça: estende-se dos processos espinhosos
cervicais inferiores e ligamento nucal ao processo mastoide do temporal.

FIGURA DOS MÚSCULOS DO PLANO SUPERFICIAL

FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

BIOMECÂNICA DA COLUNA VERTEBRAL

A biomecânica lida com os movimentos e a cinesiologia, considerando a


anatomia em relação aos movimentos do corpo. O conhecimento sobre a biomecânica

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é importante para a compreensão do desenvolvimento e para o tratamento das


deformidades vertebrais.
A translação e o movimento linear ocorrem sobre um único eixo, mas a rotação
ocorre sobre o eixo longo de uma estrutura ou sobre seu centro de rotação. Na coluna
vertebral, frequentemente, esses movimentos são associados, por exemplo:
movimentos laterais de coluna são acompanhados de um movimento rotacional.
Já quando ocorre falha nos mecanismos estabilizadores da coluna, ocorrerão
possíveis deformidades vertebrais levando a alterações do eixo e comprimento da
coluna vertebral.
A seguir estudaremos os movimentos funcionais, as curvaturas normais e
patológicas da coluna vertebral.

MOVIMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL

Os movimentos da coluna são, em geral, o somatório de pequenos movimentos


de vértebras adjacentes, resultando em ampla extensão da mobilidade da coluna
como um todo.

Flexão

A flexão da coluna requer o relaxamento do ligamento longitudinal anterior e o


estiramento dos ligamentos supraespinhal, infraespinhal e ligamento posterior.
Na flexão, a cabeça e o tronco movem-se em direção anterior. Na parte superior
das costas, a coluna normalmente se curva convexamente para trás. A flexão
aumenta essa curva, resultando em um arredondamento da parte superior das costas.
Em virtude do tamanho dos corpos vertebrais e da presença das costelas, ela será
reduzida no segmento torácico da coluna. A flexão, pela inclinação da cabeça para
frente, geralmente resulta apenas em retificação da coluna cervical.
Semelhantemente, na região lombar, a coluna curva-se convexamente para frente,
retificando-se, e a região mostra-se plana.

AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 40° - FLEXÃO CERVICAL

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FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 105° E LOMBAR: +/- 60° - FLEXÃO DO


TRONCO

FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

Extensão

A extensão da coluna estira o ligamento longitudinal anterior e relaxa os


ligamentos posteriores.
Na extensão da coluna, a cabeça e o tronco movem-se em direção posterior.
Seria uma flexão posterior. No pescoço e região lombar, a extensão resulta em um
aumento nas curvaturas normais à medida que a coluna vertebral dobra-se para trás.
Já na região torácica superior e média ela resulta em uma diminuição da curva normal
e retificação da coluna, de vez que esta parte não se dobra para trás onde a grande
inclinação dos processos espinhosos bloqueia o movimento.

AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 75° - EXTENSÃO CERVICAL

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FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 60° E LOMBAR: +/- 35° - EXTENSÃO DO


TRONCO

FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

Flexão lateral

A flexão lateral não é um movimento puro, pois ocorre em concordância com


elementos de rotação em alguns segmentos da coluna. O alcance deste movimento é
limitado pelos ligamentos circunjacentes.
Pode ser à direita ou à esquerda. É o mais limitado dos movimentos cervicais,
ampliando-se quando conjugada a rotação de cabeça. É máxima no segmento lombar
da coluna e reduzida no segmento torácico.

AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 35°

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FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

AMPLITUDE - TORÁCICA E LOMBAR: +/- 20° CADA SEGMENTO

FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

Rotação

Resulta da soma de pequenas torções entre vértebras adjacentes, permitidas


por seus discos intervertebrais e a natureza das respectivas articulações sinoviais. Em
movimentos combinados a rotação amplia-se. No segmento cervical, ela é máxima
quando combinada com flexão lateral. Existe na região torácica, mas é mínima na
lombar.

AMPLITUDE - CERVICAL: +/- 50°

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FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL

AMPLITUDE - TORÁCICA: +/- 35° E LOMBAR: +/- 5°

FONTE: Hoppenfeld: Propedêutica Ortopédica, 1995.

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As curvas normais da coluna consistem em uma


curvatura convexa anterior no pescoço (região cervical),
convexa posterior na coluna superior (região torácica),
convexa anterior (região lombar) e levemente convexa
posterior na região sacral. Essas podem ser descritas
como leve extensão do pescoço, leve flexão da coluna
superior e leve extensão da coluna inferior.

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos,


provas e funções, 1995.

As curvaturas anteriores (cervical e lombar) são denominadas lordoses,


embora algumas fontes usem lordose para denominar condições anormais como
hiperlordose lombar.
As curvaturas posteriores (torácica) são denominadas cifoses. Postura cifótica
refere-se a uma curvatura excessiva na coluna torácica.
A linha da gravidade transecciona as curvaturas vertebrais, que são
equilibradas anteriormente e posteriormente. Quando existe uma curvatura normal na
coluna inferior, a pelve se acha em posição neutra. As proeminências ósseas na frente
da pelve se acham no mesmo plano vertical, indicando que a pelve está em posição
neutra.
Qualquer desvio de uma parte da coluna vertebral resulta em alteração em
outra parte para compensar e manter o equilíbrio.

POSTURA

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Postura é uma posição ou atitude do corpo. Da mesma forma entende-se por


postura o arranjo relativo das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma
maneira característica de alguém sustentar seu corpo.
A postura corporal envolve conceito de equilíbrio, coordenação neuromuscular
e adaptação que representa um determinado movimento corporal, e as respostas
posturais automáticas são dependentes do contexto, ou seja, elas são ajustadas para
ir de encontro às necessidades de interação entre os sistemas de organização
postural (equilíbrio, neuromuscular e adaptação) e o meio ambiente.
O controle da postura não está simplesmente baseado em um conjunto de
respostas reflexas ou em uma resposta pré-programada acionada por um
desequilíbrio. O controle da postura é uma característica adaptável ao sistema motor,
que se baseia na interação entre o estímulo aferente e a resposta eferente (ENOKA,
1995).
Para avaliar e tratar problemas posturais é necessário uma compreensão de
princípios básicos relacionados ao alinhamento, articulações e músculos, como já
estudados anteriormente.
As estruturas inertes que suportam o corpo são ligamentos, fáscias, ossos e
articulações, enquanto que os músculos e suas inserções tendíneas são as estruturas
dinâmicas que mantêm o corpo em uma postura ou o movimentam de uma postura
para outra.
A gravidade sobrecarrega as estruturas responsáveis por manter o corpo em
postura ereta. Normalmente, a linha da gravidade passa através das curvaturas
fisiológicas da coluna vertebral e elas são equilibradas. Se o peso em uma região
desloca-se para longe da linha da gravidade, o restante da coluna compensa para
recuperar o equilíbrio.

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FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.


POSTURA PADRÃO

O alinhamento esquelético ideal usado como padrão é consistente com


princípios científicos válidos e envolve uma quantidade mínima de esforço e
sobrecarga, conduzindo a eficiência máxima do corpo.
A postura correta consiste no alinhamento do corpo com eficiências fisiológicas
e biomecânicas máximas. Minimizando o stress e a sobrecarga sofrida pelo sistema
de apoio através dos efeitos da gravidade.
A postura adequada é aquela que o indivíduo, em posição ortostática, exige um
pequeno esforço da musculatura e dos ligamentos para manter-se nesta posição, de
tal modo que seja facilitado o equilíbrio estático.
Na postura adequada, a coluna apresenta as curvaturas normais e os ossos
dos membros inferiores ficam em alinhamento ideal para sustentação do peso. A
posição “neutra” da pelve conduz ao bom alinhamento do abdome, do tronco e dos
membros inferiores. O tórax e coluna superior ficam em uma posição que favorece a
função ideal dos órgãos respiratórios. A cabeça fica ereta em uma posição bem
equilibrada que minimiza a sobrecarga sobre a musculatura cervical.

ANÁLISE DA POSTURA

A análise da postura envolve a identificação e a localização dos segmentos


corpóreos relativos à linha de gravidade.

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Vista lateral

Para visualizarmos uma postura na posição em pé, na vista lateral, utilizamos


um fio de prumo para representar uma linha de referência. O fio de prumo é uma linha
com um peso preso na ponta para prover uma linha absolutamente vertical para medir
desvios. É usado para determinar se os pontos de referência da pessoa que está
sendo testada estão no mesmo alinhamento que os pontos correspondentes à postura
padrão.
Os pontos que coincidem com a linha de referência (prumo) do alinhamento
ideal (postura padrão) na vista lateral estão relacionados abaixo:

• Levemente posterior ao ápice da sutura coronal;


• Meato auditivo externo;
• Corpos das vértebras cervicais;
• Articulação do ombro;
• Corpo das vértebras lombares;
• Levemente posterior ao eixo da articulação do quadril;
• Levemente anterior ao eixo da articulação do joelho; Levemente
anterior ao maléolo lateral.

VISTA LATERAL

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FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.


Vista posterior

Para visualizarmos a vista posterior, a linha de referência vertical divide o corpo


em secções direita e esquerda.
Na vista posterior, o eixo referência fica a meio caminho entre os calcanhares
e representa o ponto básico do plano médio sagital do corpo em alinhamento ideal.

VISTA POSTERIOR

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FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

EQUILÍBRIO

O sistema vestibular tem um papel importante na manutenção do equilíbrio,


com interação com o sistema nervoso central, por meio das fibras nervosas aferentes
que provêm das cristas ampulares ou das máculas otolíticas, que atingem a cavidade
craniana pelo meato acústico interno, onde se encontram os corpos celulares
bipolares formando o gânglio de Scarpa (ou gânglio Vestibular), são essas fibras que
vão formar a porção vestibular do oitavo par de nervos craniano (COSTA; CRUZ;
OLIVEIRA, 1994).
O equilíbrio corporal postural, também, está fundamentado nas relações
provenientes das vias aferentes (vias auditivas e vias vestibulares) através do VIII par
de nervos craniano chamado vestíbulococlear, relacionado respectivamente com o
equilíbrio e a audição, dois fatores fundamentais para se trabalhar com as questões
posturais (BANKOFF et al., 1992).

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FONTE: Fattini e Dangelo: Anatomia humana sistêmica e segmentar, 2002.

Segundo Rebelatto, o equilíbrio corporal é um processo complexo envolvendo


a recepção e a integração de estímulos sensoriais. O planejamento e a execução de
movimentos para controlar o centro de gravidade sobre a base de suporte é realizado
pelo sistema de controle postural, que integra informações do sistema vestibular, dos
receptores visuais e do sistema somatosensorial.
O posicionamento dos segmentos corporais em relação ao ambiente e a outros
segmentos é fornecido pelo sistema sensorial, enquanto o sistema motor ativa, correta
e adequadamente, os músculos para realização do movimento. Já o sistema nervoso
central conecta as informações advindas do sistema sensorial para enviar os impulsos
nervosos aos músculos (REBELATTO; CASTRO; SAKO; AURICHIO, 2008).
Os reflexos de endireitamentos utilizados para a manutenção da postura se
constituem importantes para que possamos entender a complexidade da postura
corporal tendo em vista ser um trabalho integrado e simultâneo na postura corporal.
Se em algumas situações esta integração for interrompida, consequentemente algo
acontecerá, como por exemplo: quando perdemos a sequência lógica de passos numa
caminhada, quando erramos os passos numa dança em relação ao ritmo; quando
perdemos o equilíbrio e tropeçamos, e outros fatores; tudo isso se constitui pela
interrupção momentânea no circuito integrado destes reflexos posturais.
Estes reflexos de endireitamentos labirínticos – os que atuam sobre a cabeça,
pescoço, corpo e os ópticos – estão situados na parte ventral do mesencéfalo, situado
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em frente ao terceiro par de nervos cranianos. Pouco se sabe a respeito do meio pelo
qual esses reflexos contribuem para proporcionar uma postura corporal ereta e de
equilíbrio, porém, sabemos o quanto eles são importantes (BANKOFF et al., 1992; DI
GRAZIA, 2003; BEKEDORF, 2003; DI GRAZIA, BANKOFF, 2005).
Na posição ereta, 25% do peso do corpo são distribuídos para cada calcâneo
e 25% para a cabeça dos cinco metatarsos de cada pé; na proporção de cerca de
uma parte para o metatarso I e 2,5 partes para os metatarsos II a V. A maior parte da
tensão no arco longitudinal é suportada pelos ligamentos plantares. Somente cerca
de 15% a 20% da tensão são suportadas pelos músculos tibiais posterior e fibular.
Quando o corpo está na ponta de um pé, a tensão no arco é aumentada quatro vezes.
O equilíbrio postural atua continuamente durante as mudanças de posição. Ou
seja, na situação que o indivíduo encontra-se estático, o controle corporal atua de uma
determinada maneira e em situação dinâmica, atua de outro modo.
• Equilíbrio estático: a base de suporte se mantém fixa enquanto o
centro de massa corporal se movimenta. Neste caso, o senso de equilíbrio deve
manter o centro de massa corpórea dentro da base de suporte;
• Equilíbrio dinâmico: tanto o centro de massa quanto a base de suporte
se movimentam. O centro de massa jamais se alinha à base de suporte durante a fase
de apoio unipodal do movimento.

CONSEQUÊNCIAS DAS POSTURAS ESTÁTICAS

A utilização de posturas equivocadas durante as atividades que realizamos


frequentemente pode levar a uma aceleração do processo de desgaste sofrido pelo
aparelho locomotor.
As posturas estáticas favorecem o encurtamento e/ou enfraquecimento de
importantes grupos musculares. A falta de atividade física pode, em longo prazo,
proporcionar uma somatória de efeitos negativos até o surgimento de problemas mais
graves para a postura.
As más posturas são mais prejudiciais para a vida de pessoas pouco ativas e
para indivíduos que possuem profissões que não exigem esforços físicos (ACHOUR
JÚNIOR,1996).

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A seguir, apresentamos alguns exemplos de posturas estáticas:

FONTE: Disponível em: < bloglsd.blogspot.com>. Acesso em: 17.12.2009

FONTE: Arquivo pessoal.

Posturas estáticas podem solicitar constantemente ou deficitariamente o


recrutamento de alguns grupos musculares produzindo encurtamentos musculares
(pelo excesso de exigência). Em geral, atividades estáticas causam enfraquecimento
pela deficiência de atividade.
A manutenção de um grupo muscular encurtado aumenta a estimulação dos
músculos agonistas tornando-os mais rígidos. Agonistas mais rígidos provocam
simultaneamente maior enfraquecimento de seus antagonistas.
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Reeducação postural

A permanência de posturas por tempo prolongado prejudica o processo de


entrada e saída de nutrientes para o interior do disco intervertebral, favorecendo o
desgaste precoce destas estruturas, uma vez que são estruturas avasculares
(NACHEMSON, 1990).
Sendo assim, em qualquer circunstância, devemos procurar impedir o
encurtamento do sistema muscular e observarmos as posturas cotidianas para as
ações motoras exercidas. Esta medida pode reduzir os sintomas de dor localizada na
coluna vertebral ou em outros segmentos corporais provocados pelo encurtamento
musculoarticular.

DESENVOLVIMENTO E CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CORPORAL

Schilder (1999) vê a imagem corporal como uma unidade que engloba os mais
diferentes aspectos. A denominação “esquema corporal”, “modelo postural do corpo”
e “imagem postural” são termos equivalentes que tratam de uma mesma realidade.
A imagem corporal é formada por um complexo fenômeno humano que envolve
aspectos afetivos, cognitivos, socioculturais e motores. A imagem corporal está
relacionada ao conceito de si próprio e é influenciada pela integração entre o ser e o
meio em que vive.
O processo de construção/desenvolvimento da imagem corporal está
associado às diversas fases da existência humana, às concepções determinantes da
cultura e à sociedade em que o indivíduo está inserido.
A imagem corporal sofre alterações, transformações e adaptações de acordo
com o momento vivido e com as fases de desenvolvimento do indivíduo desde o seu
nascimento até a morte.

É através do movimento que desenvolvemos e adquirimos uma nova imagem


corporal correta, que depende da realização de um trabalho de reprogramação
sensorial, utilizando elementos de estimulação estática e dinâmica, desenvolvendo
estímulos aferentes de diversas características.

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Reeducação postural

O movimento é essencial para o reconhecimento e construção da imagem


corporal e, ao mesmo tempo, a cada instante em que nos movemos estamos
modificando nossa imagem corporal.

PROPRIOCEPÇÃO

As informações proprioceptivas constituem papel importante para a


manutenção do equilíbrio corporal, pois as mesmas fornecem dados sobre a posição
relativa das várias partes do corpo que serão captadas pelos receptores nas cápsulas
articulares e também os impulsos de exteroceptores cutâneos, especialmente os de
tato e pressão. Por exemplo: o cerebelo, a substância reticular e núcleos vestibulares
do tronco cerebral determinam ajustes adequados nos músculos posturais quando
recebem as informações de angulação de tórax ou no abdome, ajustando
adequadamente a postura.
Como mencionado, as sensações exteroceptivas também são importantes na
manutenção do equilíbrio. As sensações de pressão provenientes dos pés podem dar
informações quanto ao peso distribuído proporcionalmente ou com relação ao
posicionamento.
Quando uma pessoa projeta seu corpo para frente, durante uma corrida, é o
resultado dos ajustes de manutenção do equilíbrio que ocorre devido à pressão do ar
contra a parte anterior do seu corpo mostrando que a força se opõe ao corpo em uma
direção diferente da que é causada pela força gravitacional.
O sistema vestibular é quem comanda o equilíbrio, e sendo assim, a informação
proprioceptiva mais importante e necessária à manutenção do equilíbrio é proveniente
dos receptores articulares do pescoço. Se a cabeça é inclinada em determinada
direção, ou rotação do pescoço, faz com que o sistema vestibular provoque uma
sensação de desequilíbrio. Isto ocorre, pois, os receptores transmitem sinais opostos
aos sinais transmitidos pelo sistema vestibular.
Já os impulsos provenientes do sistema vestibular não são opostos aos que se
originam nos proprioceptores do pescoço, deste modo, quando todo o corpo se desvia
em uma determinada direção, a pessoa perceberá uma alteração de equilíbrio de todo
o corpo.

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ALTERAÇÕES POSTURAIS

ESCOLIOSE

A escoliose é uma curvatura lateral da coluna. Como a coluna vertebral não


pode inclinar-se lateralmente sem também fazer rotação, a escoliose envolve tanto
flexão lateral quanto rotação, ocorrendo geralmente nas regiões torácicas e lombares.
Quando ocorre esta alteração lateral da coluna, as forças de torção e
lateralização se somam às forças compressivas, levando à descompensação do
tronco e, consequentemente, à piora da escoliose.
A progressão da escoliose depende da ação da gravidade e da qualidade
muscular acometida.

ALINHAMENTO IDEAL – DESALINHAMENTO (ESCOLIOSE)

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

Na imagem de escoliose em vista posterior, observa-se o desvio do eixo


longitudinal da coluna.
Quanto à relação estrutural as escolioses podem ser divididas em:

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• Escoliose não estrutural: esta escoliose corrige-se nas radiografias em


supinação com inclinação lateral ou com radiografias sob tração;
• Escoliose estrutural: consiste em uma curvatura lateral fixa com rotação.
Este tipo de escoliose não se corrige nas radiografias de lateralização forçada na
posição supina, portanto sem flexibilidade.

Conforme conceito de alguns autores, escoliose estrutural é caracterizada pela


rotação do corpo da vértebra. As curvas espinhais evoluem em direção lateral e são
acompanhadas por um padrão de deformidade rotatório. Na coluna torácica, a ligação
costal às vértebras resulta em deformidade do gradeado costal. A rotação do corpo
vertebral está relacionada com a convexidade e a concavidade da curva. Devido à
rotação e inclinação que as vértebras sofrem, os músculos da concavidade estão
sempre encurtados e os da convexidade estão sempre alongados.
A magnitude desta alteração postural pode ser classificada em: leves,
moderadas e graves, dependendo do grau de acometimento.
A localização da escoliose é caracterizada conforme o local onde se encontra
o ápice da curvatura.

Tipos de escoliose

a) Idiopática: é o tipo de escoliose que possui predisposição genética e é a mais


comum escoliose estrutural. Embora existam várias teorias etiológicas sua causa
permanece desconhecida.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE IDIOPÁTICA

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FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações,


1995.

b) Paralítica: é relacionada a uma patologia de origem neuromuscular


(poliomielite, paralisia cerebral, pós-paraplegias traumáticas, etc.). Não tem relação
com o desenvolvimento esquelético, mas, sim, segue o curso da doença original,
progredindo à medida que progride a paralisia da musculatura paraespinhal.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE PARALÍTICA

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Reeducação postural

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações,


1995.

c) Congênita: é uma paralisia associada principalmente à malformação


vertebral e dos arcos costais. Estas malformações tornam-se evidentes no primeiro e
segundo ano de vida.
As anomalias mais graves que envolvem os elementos nervosos são a
diastematomielia e disrafismo espinhal. Esta escoliose possui crescimento lento, suas
curvaturas não crescem mais que cinco graus por ano. O aumento desta curvatura
ocorre rapidamente durante o surto de crescimento da pré-adolescência. A escoliose
congênita não progride após a puberdade.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE CONGÊNITA

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FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações,


1995.

d) Secundária à neurofibromatose: pertence a uma classificação a parte. São


caracterizadas por neurofibromas cutâneos, histórico familiar autossômico dominante,
manchas amarronzadas "café com leite" na pele e, eventualmente, pseudoartrose
congênita da tíbia. A curvatura característica é torácica para o lado direito, rígida, de
raio curto e bastante progressiva.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA À NEUROFIBROMATOSE

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FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

e) Secundária à assimetria de membros inferiores: diferença de comprimento


de membros inferiores por causas diversas.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA A ASSIMETRIA DE MEMBROS

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FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

f) Antálgica: alteração postural relacionada com sintomas dolorosos em relação


a processos tumorais ou hérnias discais. Esta alteração pode ser corrigida quando
cessar a causa da dor. As dores posturais estão relacionadas a posturas inadequadas
crônicas.

EXEMPLO DE ESCOLIOSE SECUNDÁRIA À ASSIMETRIA DE MEMBROS

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

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Sintomatologia

A principal queixa é a deformidade em si ou a queixa de dor. As curvas na


região torácica produzem logo uma assimetria do gradil costal, fazendo com que o
diagnóstico seja mais precoce.
Nas crianças, as deformidades em geral não causam dor, o que ocorrem
geralmente com os adultos. O quadro álgico do adulto apresenta caráter funcional ou
secundário a fenômenos degenerativos.
Ao depararmos com um quadro doloroso e apresentando deformidade,
devemos ficar atentos para patologias do tipo espondilólise ou listese, tumores ósseos
ou medulares, doenças inflamatórias, hérnias discais, entre outras.
No caso da queixa principal ser de caráter neurológico, devemos questionar se
são sensitivas ou motoras e observar se estão associadas com alterações de
equilíbrio.
Nas deformidades paralíticas, é importante sabermos a etiologia, evolução e
patologias associadas (principalmente esfincterianas).

Avaliação

A escoliose pode ser classificada através de critérios clínicos radiológicos


segundo alguns aspectos: a altura da localização do aumento de curvatura na coluna
vertebral (levando em conta a vértebra-ápice), a lateralidade do desvio, a etiologia e
a quantidade de curvas existentes na curvatura principal.
A avaliação clínica é de grande importância para se chegar a um correto
diagnóstico e prognóstico.
A avaliação musculoesquelética em casos de escoliose deve incluir:
 Testes de alinhamento postural: este teste pode ser realizado tanto com
fio de prumo quanto segmentares observando a vista posterior, lateral e
anterior. Observa-se se a escoliose é à direita, à esquerda ou ambas.
Outro fator importante a ser analisado é se a escoliose é em forma de S
(curvando-se para ambos os lados) ou em C (predomínio de um hemi
lado).

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AVALIAÇÃO POSTERIOR DA ESCOLIOSE - DIREITA OU A ESQUERDA,


EM S OU C

FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

 Testes musculares: devemos observar o comprimento muscular dos


seguintes músculos: flexores de quadril, isquiotibiais, inclinação anterior
para músculos posteriores, tensor da fáscia lata, redondos e latíssimo
do dorso.
A força muscular também deve ser avaliada, como: extensores da coluna,
abdominais superiores e inferiores, tronco lateral, flexores e extensores do quadril,
adutores e abdutores do quadril e trapézio médio e inferior.
Uma parte essencial do exame é a observação da coluna durante o movimento.
Um dos testes mais conhecidos para a avaliação da escoliose é o “Teste de
Adam”. Este teste consiste em o fisioterapeuta se postar em pé, atrás do paciente, e
solicitar ao mesmo que se incline para frente, e logo em seguida retornar lentamente
à posição ereta. Por meio deste método verifica-se a presença de gibosidade que
ocorre devido à presença de rotação nas vértebras. A gibosidade consiste em uma
deformidade rotacional que altera o gradil costal e é evidenciada pela protusão do
mesmo, na região posterior do tronco, do lado da convexidade.

REALIZAÇÃO DO TESTE DE ADAM – VERIFICAÇÃO DE GIBOSIDADE

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FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

Exames complementares

 Raio X: auxilia na determinação das curvaturas com relação ao seu eixo


e seu potencial de progressão; deve ser realizado nos planos lateral e
frontal. Alguns autores propõem que as radiografias frontais sejam
realizadas posteroanterior para que as mamas recebam uma radiação
menor.
Um detalhe importante e curioso é que as radiografias devem ser lidas na
posição posteroanterior (padrão internacional), ou seja, o contrário do raio X clínico.

RADIOGRAFIA EVIDENCIANDO ESCOLIOSE TORÁCICA À ESQUERDA

FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

Através dos exames complementares, pode ser determinado o grau de


deformidade da escoliose através da técnica de medição do ângulo de Cobb. A

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determinação deste grau auxilia na verificação da inclinação da curvatura e no


acompanhamento periódico desta alteração postural.
Para a medição do ângulo de Cobb procura-se a vértebra inicial e final, que são
aquelas com maior angulação em direção ao lado da escoliose. Depois disso, traça-
se uma linha paralela ao platô vertebral superior da vértebra inicial e uma linha
paralela ao platô inferior da vértebra final. Teremos, assim, duas linhas que se
aproximam uma da outra. O ângulo de Cobb, entretanto, não será feito diretamente
entre essas linhas, e sim, entre duas linhas traçadas perpendiculares a elas.
Por definição, teremos uma escoliose com ângulo superior a 10 graus.

MEDIDAS DO ÂNGULO DE COBB

FONTE: Arquivo pessoal

EXEMPLO DA MEDIÇÃO EM UMA RADIOGRAFIA

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FONTE: Arquivo pessoal

Curiosidade: em indivíduos destros observa-se uma leve curvatura em S para


a direita na região torácica e a esquerda na lombar, ou uma leve curvatura em C para
a esquerda na transição toracolombar.
• Tomografia computadorizada: é importante na avaliação de
deformidades congênitas e em casos de escolioses associadas com quadros
dolorosos. A tomografia pode demonstrar patologias do tipo hérnias discais ou
tumores benignos, como osteomas.
• Ressonância magnética nuclear: tem superado as tomografias nas
patologias vertebrais. É importante ressaltar sua disponibilidade limitada devido ao
seu custo.
• Este exame é necessário para determinar o posicionamento do cone
medular.
• Teste de função pulmonar: estes testes são úteis em deformidades
graves nas quais o risco cirúrgico é muito grande, ou nas deformidades
neuromusculares em que a fraqueza muscular for importante, como nas miopatias.

Tratamento conservador

• Órteses: tem a função principal de manter as deformidades que


suportam, com pouca ou praticamente nenhuma função de correção.

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Reeducação postural

A órtese mais utilizada é a de Milwaukee que consiste em um artefato que,


exercendo uma tração contínua na coluna vertebral, promove uma melhora acentuada
do desvio angular.
A órtese é autorregulável, podendo ser ajustada à medida que o indivíduo
cresce. Para a utilização deste artefato se faz necessário um preparo psicológico do
paciente e, muito mais, dos familiares.

COLETE DE MILWAUKEE

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

Estes coletes são utilizados em casos de diagnóstico precoce e para pacientes


infantis e juvenis com curvas consideradas progressivas. A indicação do uso de colete
se faz necessário para impedir a progressão da deformação da coluna, acompanhada
de educação corporal através de exercícios.
Poderemos também utilizar o colete de Milwaukee em casos inoperáveis pelas
condições físicas do paciente, proporcionando-lhe uma atitude mais ou menos correta
para o crescimento da coluna vertebral.
É necessário para sua eficiência períodos de utilização de até 22 horas por dia
e que o paciente esteja em fase de crescimento musculoesquelético. Sendo indicado
para crianças antes da puberdade, que apresentam escoliose de 20° a 40°, de forma
torácica e toracolombar.

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As principais vantagens do colete de Milwaukee são:


• Prevenir o aumento das curvas;
• Diminuir a irregularidade das curvas;
• Promover o alinhamento do tronco;
• Não apresentar riscos apreciáveis ou contraindicações sérias;
• Não causar sérios danos à pele;
• Manter a coluna completamente imóvel.

As contraindicações do colete de Milwaukee são:


• Curvas acima de 40°;
• Lordose torácica;
• Insuficiência pulmonar grave;
• Deformidade grave das costelas;
• Curva escoliótica rígida;
• Paciente que não coopera;
• Pais ou familiares indisponíveis;
• Falta de um bom técnico ortopédico ou de um ortopedista competente;
• Barreiras geográficas ou socioeconômicas.

Os controles radiográficos são muito importantes com e sem aparelho, na


evolução dos casos, até a estabilização da curvatura ao fim do crescimento.
Existem também métodos corretivos com coletes gessados. Dos coletes
gessados, o tipo de Risses é mais tradicional. Este promove a preparação do paciente
para a correção cirúrgica ou fusão.
Lembrando que existem vários outros tipos de coletes em ortopedia para o
tratamento das escolioses.

• Fisioterapia: o tratamento a ser instituído depende do grau da curva da


escoliose, sua localização e de suas manifestações. Assim, as escolioses que causam
perturbações respiratórias, que sejam geradoras de dores e incapacidades, bem como
as que tenham tendência a um crescimento desenfreado da curva, são indicadas a
tratamento cirúrgico.

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Em todos os casos de escoliose, é importante o diagnóstico precoce e a


avaliação clínica completa e radiológica do paciente. O tratamento não significa
envolver-se em um programa vigoroso de exercícios ativos, mas prescrever alguns
poucos exercícios selecionados cuidadosamente que ajudem a estabelecer um senso
cinestésico de bom alinhamento.
A fisioterapia deve proporcionar orientações ao paciente sobre evitar posições
habituais ou atividades que claramente conduzam ao aumento da curvatura.
Mais adiante verificaremos a utilização da reeducação postural global aplicada
às alterações na coluna vertebral.

Tratamento cirúrgico

A principal função da cirurgia deve ser a de conter a evolução da deformidade


e de estabilizar o tronco, podendo também corrigi-la. Ainda, pode ser indicada para
tratar deformidades dolorosas, quando associadas a fenômenos degenerativos.
As escolioses idiopáticas têm indicação cirúrgica quando há progressão da
curva em pacientes jovens, apesar do tratamento conservador ou após o término do
crescimento; por razões estéticas, por desequilíbrio de tronco e por dor, o que é raro.
Geralmente são escolioses acima de 45 º.
As escolioses congênitas devem ser operadas quando as curvas progridem.
Em deformidades paralíticas, as intervenções podem incluir o sacro e por fim, nas
escolioses dolorosas, deve-se inicialmente excluir a causa da dor.

São indicações precisas para tratamento cirúrgico em escoliose de adultos:


• Dores;
• Aumento da deformidade;
• Diminuição da capacidade pulmonar (insuficiência respiratória);
• Problemas neurológicos (paralisias);
• Problemas renais;
• Deformidades estéticas progressivas;
• Quando falham métodos conservadores e a curva progride.

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Reeducação postural

A cirurgia envolve uma fusão espinhal, na maioria dos casos, por via posterior,
que apresenta menor morbidade. As técnicas mais utilizadas são: a de Harrington,
que consiste na fixação em dois pontos nos extremos da haste, por meio de ganchos
fixados nas vértebras neutras superior e inferior; e por meio de distração, corrigindo a
deformidade, porém deve ser feito a utilização de imobilizações externas por períodos
de até seis meses.

TÉCNICA DE HARRIGTON

FONTE: Hebert; Xavier: Ortopedia e Traumatologia: princípios e aplicações, 1995.

Outra técnica é a de Luque: consiste na passagem de fios de aço de cada lado


da coluna amarrados a hastes de aço inoxidável, fixando-a. Não há necessidade de
uso de fixador externo pós-cirúrgico.

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A) PACIENTE COM ESCOLIOSE IDIOPÁTICA B) RAIO X PRÉ-OPERATÓRIO

FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003.


C) RAIO X PÓS-OPERATÓRIO (TÉCNICA DE LUQUE)
D) APARÊNCIA DA PACIENTE NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO (NOTAR
AUSÊNCIA DE IMOBILIZAÇÃO EXTERNA)

FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003.


TÉCNICA DE LUQUE

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FONTE: Sizínio e Cols: Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática, 2003.

A) ACENTUADA ESCOLIOSE NO PRÉ-OPERATÓRIO


B) RAIO X PANORÂMICO ANTEROPOSTERIOR DA COLUNA
VERTEBRAL
MOSTRANDO O PADRÃO DA CURVA ESCOLIÓTICA DUPLA TORÁCICA E
TORACOLOMBAR E A OBLIQUIDADE PÉLVICA NO PRÉ-OPERATÓRIO

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FONTE: ROSO et al: Surgical treatment of scoliosis in spinal muscular atrophy,


2003.

A - ACENTUADA MELHORA DA ESCOLIOSE NO PÓS-OPERATÓRIO. RAIO


X
ANTEROPOSTERIOR DA COLUNA VERTEBRAL NO PÓS-OPERATÓRIO
IMEDIATO (TÉCNICA DE LUQUE-GALVESTON) E
B) NO PÓS-OPERATÓRIO TARDIO E
C) MOSTRANDO A MELHORA DAS CURVAS TORÁCICA E
TORACOLOMBAR E DA OBLIQUIDADE PÉLVICA

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FONTE: ROSO et al: Surgical treatment of scoliosis in spinal muscular atrophy,


2003.

Em ambas as técnicas cirúrgicas, o paciente apresentará uma artrodese


(fixação rígida) no segmento fixado, restringindo assim a amplitude de movimento da
coluna vertebral.

HIPERCIFOSE DORSAL

Também chamada de “dorso curvo”. Caracterizado por uma curvatura torácica


aumentada, protração escapular (ombros curvos) e, geralmente uma protração da
cabeça acompanhando.

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POSTURA – HIPERCIFOSE DORSAL

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

EXEMPLO DE HIPERCIFOSE

FONTE: Disponível em: <www.fisioterapiacientifica.blogspot.com>. Acesso


em 18.12.2009

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RAIO X – HIPERCIFOSE DE 50°

FONTE: Disponível em: <www.fisioterapiacientifica.blogspot.com>.

Em decorrência da inclinação pélvica que pode ser variável, em geral ocorre


um deslocamento do segmento pélvico, anteriormente, resultando em extensão do
quadril e deslocamento do segmento torácico, posteriormente, resultando em flexão
do tórax na coluna lombar superior, aumento da lordose na região inferior e protusão
da cabeça.
Após períodos prolongados na posição em pé, geralmente assume-se um apoio
assimétrico sendo que a maior parte do peso fica predominantemente sobre um dos
membros inferiores, com mudanças periódicas do peso para o membro oposto.

Os desequilíbrios musculares observados são:


 Alongados e fracos:
 Flexores do pescoço;
 Músculos abdominais inferiores;
 Extensores da região torácica inferior; Flexores de quadril uniarticulares.

 Curtos e fortes:
 Músculos abdominais superiores;
 Intercostal interno;
 Isquiotibiais;
 Músculos extensores lombares inferiores.

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As causas comuns: é uma postura relaxada na qual os músculos não são


usados para dar suporte, atitude assumida de desleixo contínuo, fadiga, fraqueza
muscular ou ênfase excessiva em exercícios de flexão em programas gerais de
exercício.

DORSO PLANO

Caracterizado por uma diminuição na curvatura torácica, depressão escapular,


depressão clavicular e postura de achatamento cervical.
A cabeça encontra-se anteriorizada, com a cervical em ligeira extensão, porção
torácica e lombar retificadas.

Os desequilíbrios musculares encontrados são:


 Alongados e fracos:
 Flexores de quadril uniarticulares.

 Curtos e fortes:
 Isquiotibiais;
 Abdominais.
As causas mais comuns é uma postura exageradamente ereta.

POSTURA – DORSO PLANO

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FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.


HIPERLORDOSE LOMBAR

Também conhecida como “postura militar”. A acentuação da curvatura da


coluna lombar é evidente, projetando a pelve em anteversão.

Os desequilíbrios musculares encontrados são:


• Alongados e fracos:
 Abdominais anteriores;
 Isquiotibiais.

• Curtos e fortes:
 Músculos lombares;
 Flexores dos quadris.

As causas mais comuns são má postura mantida, gravidez, obesidade e


músculos abdominais fracos.

POSTURA – HIPERLORDOSE LOMBAR

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

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EXEMPLO DE HIPERLORDOSE

FONTE: arquivo pessoal.

ACHATAMENTO LOMBAR

Caracterizada por uma diminuição no ângulo lombossacro, diminuição na


lordose lombar ou inclinação posterior da pelve.

Os desequilíbrios musculares encontrados são:


 Alongados e fracos:
 Flexores de quadril uniarticulares;
 Oblíquos externos;
 Extensores da coluna superior; Flexores do pescoço.

 Curtos e fortes:
 Isquiotibiais;
 Fibras superiores do oblíquo interno;
 Músculos lombares: fortes, porém não encurtados.

As causas mais comuns são desleixo ou flexão contínua durante postura


sentada e em pé, ênfase excessiva em exercícios de flexão em programas gerais de
exercícios.

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Reeducação postural

POSTURA – ACHATAMENTO LOMBAR

FONTE: Kendall; McCreary; Provence: Músculos, provas e funções, 1995.

AVALIAÇÃO EM DESVIOS ANTEROPOSTERIORES

A avaliação musculoesquelética, em casos de desvios anteroposteriores deve


incluir:
• Testes de alinhamento postural: tanto com fio de prumo quanto
segmentares, nas vistas posterior, lateral e anterior.
• Testes musculares:
 Comprimento muscular: flexores de quadril, isquiotibiais, inclinação
anterior para músculos posteriores, tensor da fáscia lata, redondos e latíssimo do
dorso.
 Força muscular: extensores da coluna, abdominais superiores e
inferiores, tronco lateral, flexores e extensores do quadril, adutores e abdutores do
quadril e trapézio médio e inferior.
Os exames radiológicos evidenciarão as alterações de desvios da coluna,
ajudando assim a diagnosticar e prever um prognóstico de cada caso.

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Reeducação postural

Mais adiante verificaremos a especificidade de uma avaliação postural diante


os princípios da Reeducação Postural Global.

TRATAMENTO CONSERVADOR PARA DESVIOS ANTEROPOSTERIORES

O tratamento será traçado através da avaliação prévia da postura apresentada,


e determinando a prescrição de alongamentos ativos e passivos, fortalecimentos,
conscientização de respiração, alinhamento e postura adequada, recorrendo, em
certos casos, ao uso de eletroterapia com ondas curtas e crioterapia para aliviar a dor.
Aplicam-se, conjuntamente, massagens e manipulação da coluna vertebral.
Podemos utilizar como método associativo a utilização de acessórios como
cintas elásticas corretivas.

CORRETOR POSTURAL

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Reeducação postural

Mais adiante verificaremos a utilização da Reeducação Postural Global


aplicada com seus princípios e utilização aos desvios e alterações posturais da coluna
vertebral.
MÉTODO MÉZIÈRES – INÍCIO DO CONCEITO DE CADEIAS
MUSCULARES

No final da década de 40, Françoise Mézières, fisioterapeuta corporal, através


de uma observação cuidadosa, desenvolveu uma teoria sobre os desequilíbrios
corporais, segundo a qual todos os desvios de postura são causados pela
hiperlordose (encurtamento anormal da coluna vertebral), afetando toda a “cadeia
muscular posterior” responsável pelo equilíbrio. (Andrei, 2001)
Mademoiselle Françoise Mézières, que nasceu na França em 1909, ensinou o
seu método do fim dos anos 50 até sua morte em 1991, somente para os
fisioterapeutas diplomados. Mézières acabou influenciando alunos que vieram a criar
suas próprias técnicas, como Philippe-Emmanuel Souchard, que ensinou o método
Mézières durante dez anos no centro Mézières, no sul da França, e criou o método
conhecido como Reeducação Postural Global (RPG).

FRANÇOISE MÉZIÈRES

FONTE: Disponível em: < http://www.pucrs.br>. Acesso em: 18.12.2009.

Françoise Mézières dedicou-se intensivamente ao estudo da mecânica


muscular. Suas descobertas levaram-na concluir que a cadeia muscular posterior, que

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Reeducação postural

interliga os pés à cabeça, trabalha como um só músculo, obrigando os demais, menos


potentes, a seguir seus “comandos”; e que o deslocamento das massas do corpo
(cabeça, barriga e costas) faz com que as curvas vertebrais se acentuem, obrigando
os músculos ligados às vértebras a tomarem uma posição de arco côncavo; e que
essa curva e o achatamento da musculatura posterior só tendem a agravar-se com o
decorrer dos anos. A essa curvatura dá- se o nome de lordose.
A partir dessas descobertas, Mézières afirmou que as alterações provinham do
excesso de força da cadeia posterior, sugerindo então que a solução seria soltar os
músculos posteriores para que eles libertassem as vértebras mantidas no arco
côncavo. Concluiu também que não é somente o esforço para ficar em equilíbrio que
encurta os músculos posteriores, mas, também todos os movimentos de média e
grande amplitude executados pelos braços e pernas, que estão ligados pela coluna
vertebral.
Mézières observou que cada vez que tentava tornar menos acentuada a curva
de um seguimento da coluna vertebral, a curva era deslocada para outro seguimento.
Desta forma era necessário considerar o corpo em sua totalidade e cuidar dele como
um todo.
Então, seguindo as observações e princípios de Françoise Mézières, em 1947,
nascia o método Mézières, através da observação de uma paciente afetada de
hipercifose e de uma grave forma de artrite escapuloumeral bilateral que limitava
quase que totalmente o movimento natural da articulação superior. Através de seus
estudos e descobertas, Mézières aplicou as melhores formas possíveis de posturas
corrigidas cuidadosamente de maneira ativa e com longa duração, obtendo assim
excelentes resultados. Na publicação com o título “Revolução na Ginástica
Ortopédica”, Françoise afirmou que as lordoses estão na origem de todas as
deformações, as afecções decorrentes da lordose são devidas as compensações
musculares causadas por esta curvatura.
Mademoiselle Françoise Mézières propôs então, um tratamento com base no
alongamento dos músculos que causam a lordose e músculos rotadores internos
(músculos posteriores), por manutenção postural prolongada a fim de obter um efeito
corretivo das massas musculares.

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Reeducação postural

O Método Mézières buscou tratar as causas e não os sintomas, o físico e o


emocional, proporcionando o bem-estar dos pacientes através de um método
completo de aplicação dos princípios das cadeias musculares.
Seu conceito sobre cadeias musculares: “É um conjunto de músculos de
mesma direção e sentido que trabalham como um só músculo. São geralmente
poliarticulares e se recobrem como telhas de um telhado” (Andrei, 2001).

PRECURSORES DAS CADEIAS MUSCULARES

Therése Bertherat, fisioterapeuta, foi aluna de Françoise Mézières e ficou


fascinada pelos seus conceitos assim como pelo rigor e pela precisão do seu método.
Assim, criou a antiginástica nos anos 70, na França. Ela define a antiginástica como
um trabalho de prevenção que se destina a todos e é praticada em grupo onde o valor
está na conscientização do movimento.

THERÉSE BERTHERAT

FONTE: Disponível em: < http://www.pucrs.br>. Acesso em: 18.12.2009.

Phillipe Souchard, fisioterapeuta francês, associou-se à Mézières e hoje é


reconhecido mundialmente como o criador do RPG. Realizou profundos estudos sobre
anatomia dos animais e dos humanos, chegando ao método do Campo Fechado, que
analisa o movimento humano de forma global e holística. Seu conceito sobre cadeias
musculares: “Grupos musculares com as mesmas características histológicas e
fisiológicas, interligadas por uma rede aponeurótica.” (Andrei, 2001).

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Reeducação postural

PHILLIPE E. SOUCHARD

http://www.ipsrpg.com.br/rpg-souchard.html

Godelieve Denys Struif, fisioterapeuta e retratista, concebeu um conjunto de


posturas designativas de estados “psicofísicos” e personalísticos específicos.
Desenvolveu o método GDS. “O indivíduo se estrutura sobre a sua história de
vida. As cadeias musculares irão moldar o indivíduo de acordo com as suas
necessidades de expressão corporal” (Andrei, 2001).

GODELIEVE DENYS STRUIF

http://fisioterapiacomvoce.blogspot.com/2013/07/o-metodo-gds-as-cadeias-
musculares-de.html

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Reeducação postural

Leopold Busquet criou o mais dinâmico dos métodos neo-mézièristas. Grande


conhecedor da anatomia humana, Leopold Busquet concebeu um conjunto de várias
cadeias dinâmicas (cadeias de flexão e extensão, cadeias cruzadas), para além de
uma cadeia estática posterior. Para ele, as Cadeias Musculares baseiam-se em três
princípios: equilíbrio, economia e conforto. O tratamento é feito de forma analítica
(liberação de zonas chaves) e global para rearmonizar a fisiologia das cadeias
musculares.

LEOPOLD BUSQUET

FONTE: Disponível em: < www.methode-


gds.com/images/equipe/godelieve.jpg>. Acesso em: 17.12.2009

Michael Nisand, responsável por um método criado nos anos 90, logo após a
morte de Françoise Mézières; sendo este o mais “neurológico” dos métodos, pois
valoriza todas as modalidades de trabalho postural que facilitem a “inibição tônica” da
musculatura postural.
MICHAEL NISAND

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Reeducação postural

FONTE: Disponível em: < www.methode-


gds.com/images/equipe/godelieve.jpg>. Acesso em: 17.12.2009

DEFINIÇÃO DE CADEIAS MUSCULARES

A noção de cadeias musculares vem, prioritariamente, da organização que


unifica o sistema locomotor. Uma organização que unifica o corpo, da cabeça às mãos
e aos pés.
Segundo definição de Busquet, as cadeias musculares são circuitos
anatômicos onde se propagam as forças organizadoras do corpo, onde se estruturam
as compensações.

MÉTODO RPG (REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL)

É um método criado na França em 1980, pelo fisioterapeuta francês Phillipe


Emanuel Souchard, que, com os conceitos iniciais de cadeias musculares aprendidos
com Mézières, desenvolveu o método hoje conhecido como RPG.
O RPG é um método manual para liberar pontos de tensão apresentados nas
diferentes cadeias e dar nova função, preservando ou restituindo o equilíbrio estático
e dinâmico.
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Reeducação postural

O tratamento pelo RPG visará reequilibrar as fontes de tensões musculares,


articulares, viscerais, cranianas que estão na origem das compensações, das
deformações.
O tratamento com RPG é realizado através de posturas estáticas, com o
objetivo de atuar neste conjunto de cadeias musculares, de modo que os músculos
estáticos sejam alongados, enquanto que os dinâmicos devem ser contraídos.
As posturas são feitas em conjunto com exercícios respiratórios, no qual o
paciente faz 80% do trabalho, seguindo orientação do fisioterapeuta. O tratamento
pode durar de três meses a dois anos, com uma sessão semanal de 50/60 minutos.
Sendo assim, partindo da consequência até a causa do problema, o RPG busca
reencontrar a boa morfologia corporal e solucionar os problemas relacionados a ela.
Segundo Souchard, cinco são as cadeias musculares que serão avaliadas e
que poderão sofrer atuação: a inspiratória, a posterior, a anterointerna da bacia, a
anterior do braço e a anterointerna do ombro.

Cadeia inspiratória

Compreende os músculos escalenos, peitoral menor, intercostais, diafragma e


seu tendão.
Em caso de encurtamento desta cadeia não mais será possível alongar a nuca,
soltar os ombros ou corrigir a lordose lombar sem acarretar um bloqueio inspiratório.
No caso de retração mais evidente dos escalenos e peitorais menores, a região
superior do tórax será particularmente afetada. Quando da retração mais evidente do
diafragma e seus pilares, as seis últimas costelas colocar-se-ão em posição de
inspiração. Consequentemente, a expiração levará os ombros e a nuca para frente e
então poderá realizar-se corretamente graças a uma compensação: a flexão dorsal
anterior.
Comprometimentos desta cadeia: protração dos ombros, tórax inspiratório,
protração da cabeça e aumento da lordose lombar.

Cadeia posterior

Compreende os músculos espinhais, glúteo máximo, isquiotibiais, poplíteo,


tríceps sural e os da planta do pé.

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Reeducação postural

O encurtamento dos espinhais altera a harmonia das curvas vertebrais: nuca


curta e cabeça elevada, ausência de cifose dorsal e/ou hiperlordose lombodorsal. O
encurtamento dos músculos estáticos dos membros inferiores impede o bom
posicionamento de diferentes segmentos: joelho varo ou valgo, calcâneo varo ou
valgo, de acordo com a predominância da rigidez dos músculos da coxa, da panturrilha
ou da planta do pé.
Comprometimentos desta cadeia: elevação da cabeça, desequilíbrios das
curvas vertebrais, coxofemural aberto, alterações do joelho e calcâneo (varo ou
valgo), ângulo tíbiotársico aberto ou fechado.

CADEIA MESTRA POSTERIOR

FONTE: Souchard: Reeducação postural global, 2007.

ENCURTAMENTO CADEIA POSTERIOR

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Reeducação postural

FONTE: Struyf: Cadeias musculares e articulares, 1995.

Cadeia anterointerna do ombro

É constituída pelo subescapular, coracobraquial e peitoral maior. Prolongase


pela cadeia anterior do braço. A perda de flexibilidade desta cadeia ocasiona adução
e rotação medial do braço.
Comprometimento desta cadeia: adução de ombros e rotação medial dos
ombros.

Cadeia anterior do braço

Suspensores do braço, do antebraço, da mão e dedos. Trapézio superior,


deltoide médio, coracobraquial, bíceps, braquiorradial, pronador redondo, palmares,
flexores dos dedos e os músculos da região tenar e hipotenar.
Comprometimento desta cadeia: ombros elevados, cotovelo fletido, pronação
de antebraço e flexão de punhos e dedos.

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CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO

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Cadeia anterointerna da pelve

Iliopsoas, adutores pubianos (pectíneo, adutor curto, adutor longo, grácil e


porção anterior do adutor maior). Em cima ela continua pelos espinhais graças à ação
lordosante desses músculos sobre os ilíacos e a coluna lombar. Embaixo, sendo o
psoas e adutores pubianos flexores e rotadores internos do fêmur, quando o indivíduo
está em pé, ela prolonga-se com o poplíteo, a panturrilha e os músculos plantares.
A retração desta cadeira acarreta uma adução rotação interna dos fêmures e
uma hiperlordose lombar.
Comprometimentos desta cadeia: aumento da lordose lombar, flexão de
quadril, rotação medial e adução do quadril, joelhos valgos.

CADEIA ANTEROINTERNA DA PELVE

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AS CADIAS MUSCULARES SEGUNDO SOUCHARD

FONTE: Souchard: Reeducação postural global, 2007.

POMPAGENS

As cadeias de fáscias são virtuais, existem apenas na teoria fisiológica. Dizem


respeito apenas à função mecânica que utiliza diversos órgãos. Esses órgãos
encontram-se ligados entre si pelo tecido conjuntivo, das fáscias, das aponeuroses e
etc.
As pompagens serão utilizadas dentro de uma posição precisa, que Françoise
Mezières denominou “postura”. Esta posição é em decúbito dorsal, nuca em extensão.
Os dois membros inferiores alongados fletidos a 90 graus sobre o quadril, os dois pés

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Reeducação postural

em talo. Esta posição coloca toda a musculatura posterior, antigravitacional, sob


tensão.

APONEUROSE SUPERFICIAL

Essa grande aponeurose é, seguramente, a mais importante de toda a


anatomia, recobrindo toda a face externa do corpo.
Por ser a maior e principal aponeurose, torna-se um órgão mecânico da
coordenação motora, fazendo parte de várias cadeias igualmente, tornando-se assim
foco principal nas intervenções posturais.
A aponeurose superficial é composta por um conjunto de todas as
aponeuroses; esta envolve o corpo e tem poucas inserções fixas; além disso, muitas
dessas inserções ocorrem sobre ossos móveis, como por exemplo, a fíbula, e envolve
profundamente todo o sistema contrátil muscular. Diante da visão deste conjunto
membranoso, conseguimos compreender que uma falta de mobilidade em um local
qualquer possa provocar uma lesão à distância.
A aponeurose superficial apresenta-se como duas aponeuroses simétricas,
recobrindo paralelamente cada hemilado corporal. Sua inserção ocorre na porção
posterior, ao longo da coluna e, na frente, sobre o esterno e a linha alba.
Essa visão de uma aponeurose única, sempre em conjunto com suas
extensões, leva a uma noção fundamental da base dos métodos globais de
alongamentos posturais. Não há deformidade ou correção única, isolada ou
localizada. No tratamento de deformidades ou limitações com base nos princípios da
reeducação postural, e tendo em vista a funcionalidade aponeurótica, observa-se que
o mesmo deve ser realizado de forma global.

CADEIA PROFUNDA CERVICOTORACOABDOMINAL

É considerada a mais sólida e mais volumosa fáscia da anatomia. Devido à


união de três pontos de sustentação é chamada de cadeia dos três diafragmas, ao
qual se unem os quatro membros. A porção superior suspende o diafragma na base
do crânio e na coluna cervicodorsal alta que comanda os membros superiores; a

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porção inferior suspende os membros superiores ao diafragma e a coluna lombar. O


diafragma é dessa forma, a ligação entre os dois níveis.
O diafragma não é um músculo, e sim um conjunto tendinomuscular constituído
por oito músculos digástricos e sendo o diafragma um conjunto membranoso,
geralmente adapta-se aos movimentos do tronco e às deformidades torácicas que
esses movimentos acarretam.
A lâmina fibrosa pré-vertebral ocupa um lugar muito importante na evolução
escoliótica por ser considerada o pilar central de sustentação. Ela se origina no
occipital pela aponeurose cervical profunda. Na região do mediastino é constituído
pelo espessamento posterior da fáscia endocárdica. Até T4 ela se encontra unida à
coluna, em seguida, separa-se dela para com ela manter contato apenas por meio de
pequenos tratos fibrosos ricos em receptores sensitivos. Na região abdominal e
pélvica, ela se prolonga até o sacro pelo espessamento da fáscia parietal. Ao longo
desse trajeto, ela volta a se colar à coluna lombar e sacra a partir de L1.
Na porção superior, ela se liga ao membro superior até T4 pela aponeurose
dos trapézios, em baixo ao membro inferior a partir de L1 pela aponeurose do psoas
e a fáscia ilíaca. Ela se separa da coluna vertebral entre T4 e L1, zona de rotação do
tronco para permitir a rotação do sistema cruzado. Assim ela forra a coluna óssea em
todo o seu comprimento, mas tensiona a zona entre T4 e L1 como a corda de um arco.
Marcel Bienfait recuperou esse procedimento para utilização em fisioterapia,
sistematizando e classificando as diferentes manobras.

As pompagens são realizadas em três tempos:

1) Tensionamento do segmento: deve ser feito até o limite da elasticidade


fisiológica da estrutura musculoaponeurótica. Se esse tensionamento ultrapassá-la,
haverá reação através de um reflexo miotático direto. O fisioterapeuta deve alongar
de forma lenta, regular e progressivamente as fibras até o limite de sua elasticidade.
A pompage é uma manobra simples e leve, porém, difícil de executá-la
convenientemente. O tensionamento é mantido por 20 a 30 segundos, durante os
quais o paciente realiza de três a quatro expirações relaxantes. Retorno lento e
cuidadoso;

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Reeducação postural

2) Manutenção do tensionamento, que será maior ou menor de acordo com


o objetivo que se procura;
3) Retorno à posição inicial, que ocorrerá lentamente e cuja velocidade
também será determinada de acordo com o objetivo perseguido;
4) Repetições: a manobra deve ser repetida de até 5 vezes.

OBJETIVOS DA POMPAGE

1) Relaxamento muscular: em casos de contratura e retrações, as moléculas


de actina e miosina interpenetram-se excessivamente, havendo, assim, diminuição do
comprimento muscular. A pompage, realizada no sentido das fibras musculares,
promove o deslizamento dessas moléculas em sentido contrário e aumenta o
comprimento total do músculo.
• No primeiro momento, de maneira lenta, regular e progressivamente, a
estrutura muscular é tensionada até onde permitir, para não haver reflexo miotático.
A forma de proceder nesse primeiro tempo é a mesma, seja qual for o tipo de pompage
que se realize;
• No segundo momento, a tensão obtida deve ser mantida. Esse é o tempo
principal da pompage muscular;
• No terceiro momento é o tempo de retorno, que deve ser realizado
lentamente, uma vez mais, para não provocar um reflexo contrátil do músculo. Este
tipo de pompage pode ser realizada isolada ou segmentarmente, preparando uma
determinada região para a realização da postura; ou pode ser realizada dentro de uma
postura com objetivo corretivo, sendo que neste momento a retração será combatida,
sem que haja compensações em outras regiões, através do relaxamento do músculo
em questão durante um tensionamento geral.

POMPAGE DE TRAPÉZIO

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www.centrodesaopaulo.com.br/fisioterapia

POMPAGENS PREPARATÓRIAS

Pompage global

Esta manobra independente de qualquer mobilização global da fáscia,


relaxando todas as tensões à distância. É agradável ao paciente e relaxa fisicamente.
• O paciente deve-se posicionar em decúbito dorsal, com os membros
inferiores alongados e não cruzados, seus braços ao longo do corpo e relaxados,
palmas das mãos voltadas para o teto;
• O fisioterapeuta senta-se à cabeceira do cliente, com os antebraços
apoiados sobre a mesa. Escorrega suas duas mãos sob o occipital repousando em
suas palmas. Os polegares devem apoiar-se contra as têmporas, os indicadores sobre
as apófises mastóideas, a extremidade dos outros dedos levemente fletidas ao longo
da linha curva occipital superior;
• A pompage deve ser realizada de maneira suave e simétrica
tensionando com as duas mãos simultaneamente.

POMPAGE GLOBAL

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Reeducação postural

FONTE: Bienfait: Bases elementares: técnicas de terapia manual e


osteopatia, 1997.

Mobilização global da fáscia

Esta manobra é uma excelente pompage linfática torácica.


O paciente encontra-se em decúbito dorsal.
O terapeuta encontra-se em pé à cabeceira, suas duas mãos colocadas uma
sobre a outra sobre o esterno do cliente. O punho da mão inferior apoia-se sobre o
manúbrio, o dedo médio da mão superior prende levemente o processo xifoide.
Ao final da inspiração do paciente, o fisioterapeuta amplifica a descida do tórax
por um leve empurrar sobre o manúbrio. No final da inspiração ele amplifica da mesma
forma a elevação do tórax por uma pequena tração sobre o processo xifoide. Estas
duas manobras devem ser realizadas sem quebrar o ritmo respiratório do paciente.

MOBILIZAÇÃO GLOBAL DA FÁSCIA

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FONTE: Bienfait: Bases elementares: técnicas de terapia manual e


osteopatia, 1997.

AVALIAÇÃO DE ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DAS CADEIAS

Antes de iniciar o exame é preciso conhecer a zona de crédito. A zona de


crédito está situada acima da lordose lombar ou, na junção da lordose lombar com a
lordose diafragmática. É chamada lombodiafragmática e corresponde
aproximadamente a L2-L3.
A zona de crédito deve ser eficazmente controlada, durante o trabalho de
correção, para que a lordose não aumente. Antes, porém, é importante identificar os
músculos responsáveis pela manutenção da lordose.

ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS ANTERIORES

Os músculos anteriores que fixam a lordose são: diafragma, iliopsoas e


adutores pubianos.
São os músculos anteriores que empurram a coluna lombar para a frente,
colocando a pelve em anteversão. Quando encurtado, o diafragma traciona o tórax
para o alto e para frente, o iliopsoas leva a lombar para baixo e para frente, os adutores
pubianos levam os ilíacos para anteversão. Quando se retifica a lordose lombar, a
tendência é verticalizar o sacro.
Para verificação de encurtamento dos músculos anteriores:
1) Colocar o indivíduo em pé, na posição anatômica.
2) O indivíduo mantém os pés juntos e alinhados. Retifica-se, então, a
lordose lombar por meio de uma retroversão do quadril, que verticaliza o sacro.

RETROVERSÃO DA PELVE

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Reeducação postural

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.

Esta manobra tem por objetivo concentrar a tensão nos músculos anteriores,
que, quando encurtados, provocam uma flexão da coxofemural pela tensão dos
músculos iliopsoas e adutores pubianos, levando o tórax à posição inspiratória pela
tração exercida sobre os pilares do diafragma.
Toda verticalização do sacro e anteversão da pelve são acompanhadas de uma
retificação da curva lombar, o que se traduz fisiologicamente por flexão da
coxofemural e acentuação do tórax em inspiração.
3) Frequentemente, em vez de suprimir a lordose, o indivíduo com
encurtamento dos músculos inclina o tronco para trás. Essa atitude postural acaba
levando a uma agravação da lordose, e não a sua supressão.

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Reeducação postural

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.

4) A leitura do encurtamento real dos músculos anteriores, nessa posição,


será então impossível, havendo necessidade de colocar a coluna o mais reta possível,
mesmo que para isso seja preciso uma anteriorização da região torácica a fim de
recolocar a região lombar.

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.

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Quanto maior a necessidade de fletir o quadril e os joelhos para retificar a


coluna, maior será o encurtamento dos músculos anteriores.

ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS POSTERIORES

A ação dos músculos espinhais posteriores empurra e comprime a coluna


lombar para trás, levando a pelve à anteversão, com tendência à horizontalização do
sacro. A fim de realizar um exame detalhado, é conveniente suprimir a lordose lombar,
colocando a tensão nos músculos posteriores.
Para verificação do encurtamento dos músculos posteriores devemos:
1) Colocar o indivíduo inclinado para frente, com os pés juntos, suprimindo a
lordose lombar, uma vez que a região lombar se coloca em cifose. É importante que
os joelhos estejam bem estendidos.

VERIFICAÇÃO DE ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS POSTERIORES

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.

2) Enquanto o indivíduo fica inclinado à frente, pode-se observar o


encurtamento dos músculos posteriores dos músculos inferiores (músculos curtos do

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Reeducação postural

pé, posteriores do joelho, isquiotibiais e glúteos) e também a liberdade deixados por


esses músculos no quadril durante a flexão anterior. Esses encurtamentos se
observam em uma abertura do ângulo tibiotarsico.
3) Mas essa posição não permite, em alguns casos, definir o encurtamento
dos músculos da cadeia posterior no seu conjunto. Para isso, é necessário solicitar ao
indivíduo inclinado para frente que realinhe as regiões lombar, escapular e cervical.
Os indivíduos com músculos posteriores pouco encurtados, ao ficar nessa
posição, apresentarão o ângulo coxofemural fechado, ou seja, de aproximadamente
90 graus, ficando a coluna quase na horizontal.
Ao contrário, um indivíduo com os músculos posteriores muito encurtados
mostrará dificuldade em manter uma angulação próxima aos 90 graus, e seus
músculos serão mais curtos no tronco com tendência à verticalização.

ÂNGULO COXOFEMURAL

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.

ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTERIOR DO BRAÇO

Em geral, os trabalhos de reeducação têm como princípio atuar eficazmente


nos membros inferiores (MMII) e frequentemente se esquecem dos membros
superiores (MMSS), desprezando a importância de sua sintomatologia específica.

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Reeducação postural

O exame do indivíduo segue a ordem cronológica: em um primeiro momento,


verifica-se qual dos dois grupos musculares (anterior ou posterior) é responsável pela
lordose diafragmática; em um segundo momento, qual dos dois grupos musculares
da cadeia anterior do braço ou anterointerna do ombro está mais comprometido.
Dependendo do resultado da avaliação na primeira parte do exame (anterior ou
posterior), a avaliação dos membros superiores vai ser realizada com o indivíduo em
pé ou sentado. O indivíduo colocado em pé quando o comprometimento maior for o
dos músculos anteriores, e sentado quando o comprometimento maior for o dos
músculos posteriores. Então, partindo-se do princípio de que um indivíduo não pode
corrigir uma região com encurtamento muscular sem transferir a tensão muscular para
outra região, analisa-se qual é a correção (abdução ou adução) do ombro que mais
acentuará a lordose lombodiafragmatica.
Com o indivíduo já na posição correta, deve-se realinhar corretamente os
segmentos ósseos do membro superior na sua totalidade (cintura escapular, braço,
antebraço, mão e dedos) e realizar o exame comparativo, para verificar qual das suas
cadeias musculares está mais comprometida.
As compensações mais comuns da cadeia anterior do braço são:
• ombros elevados e encurtados;
• escápulas elevadas e ligeiramente abduzidas;
• úmeros em rotação medial;
• cotovelos fletidos;
• antebraços em pronação;
• punhos em desvio ulnar e fletidos;
• mãos semifechadas; dedos fletidos.

Para o exame de verificação do encurtamento dessa cadeia, executa-se o


contrário das compensações mais comuns, desde a extremidade do membro até sua
raiz (dedos até os ombros), procurando deslocar a tensão de fora para dentro. Assim,
o realinhamento completo só será possível se todas as correções forem mantidas ao
mesmo tempo em cada nível, o que deverá ser feito com a participação ativa do
indivíduo. Portanto, com os braços colocados ao longo do corpo, o indivíduo deve:
• abrir as mãos e estender os dedos;
• alinhar o punho desfazendo o desvio ulnar;

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• colocar o antebraço em supinação (a palma da mão voltada a frente);


• manter os cotovelos estendidos;
• colocar o úmero em posição neutra em relação à rotação
(frequentemente a correção da pronação leva o úmero a rotação lateral);
• deprimir os ombros, descendo e aduzindo as escápulas.

Somente depois que os membros superiores forem corretamente colocados e


ombros e escápulas deprimidas será possível analisar os encurtamentos que se
propagam no nível da lordose diafragmática.

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.


Para efetuar um trabalho global, qualquer que seja a postura escolhida, nosso
maior recurso é o controle da lordose lombo-diafragmática e a tentativa de suprimir
essa curva paralelamente à aproximação das extremidades.
Assim, se o indivíduo apresentar maior encurtamento da cadeia anterior do
braço, será conveniente trabalhar com os membros superiores em adução.

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ENCURTAMENTO DOS MÚSCULOS DA CADEIA ANTEROINTERNA DO


OMBRO

Essa cadeia pode ser considerada uma continuação da cadeia anterior do


braço. O encurtamento da cadeia anterointerna do ombro leva o braço à adução e
rotação medial. Para realizar o exame dessa cadeia, o indivíduo coloca os braços em
abdução de 90 graus, uma vez que o teste pretende revelar a tensão dos músculos
rotadores mediais do braço (acima de 90 graus, a elevação dos braços é feita com
uma abdução importante das escápulas).
As compensações mais frequentes da cadeia anterointerna do ombro são:
• úmero em rotação lateral exagerada;
• antebraço em pronação;
• mãos semifletidas;
• ombros protraídos e elevados, e escápulas elevadas e em abdução.

Todos os segmentos (da extremidade para a raiz do membro) são realinhados,


a fim de se verificar as compensações locais na lordose lobodiafragmática. É
necessário, portanto, colocar:
• úmeros em posição neutra (dobra do cotovelo voltado para frente);
• palma da mão para a frente para obter paralelismo entre os dois ossos
do antebraço;
• realinhamento do punho em relação ao antebraço, mão aberta e dedos
estendidos;
• alinhamento e depressão dos ombros, deprimindo e aduzindo as
escápulas.

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Reeducação postural

FONTE: Marques: Cadeias musculares, 2000.

O indivíduo que, após os dois exames, mostrar maior agravamento da lordose


lombodiafragmatica no teste da cadeia anterointerna do ombro deverá ser trabalhado
com os braços em abdução e na posição de abertura ou fechamento do ângulo
coxofemural, conforme definido na primeira parte do exame.
É necessário entender que o trabalho não pode ser realizado de forma isolada.
Os músculos anteriores e posteriores formam um conjunto, e somente um dos
dois grupos se mostrará mais comprometido durante a realização dos testes.
O trabalho de reeducação deverá ser iniciado pelo grupo muscular mais
comprometido. Se o grupo mais encurtado for o anterior, deve-se começar por esse
grupo de músculos, o que não exclui a necessidade de intervir sobre o grupo muscular
posterior, até como forma de evitar o encurtamento que pode ocorrer em função da
correção do grupo anteriormente trabalhado.
Por outro lado, quando os músculos posteriores forem os responsáveis pela
lordose, a postura de fechamento do ângulo coxofemural será a mais importante,
visando desenvolver o comprimento dos músculos posteriores dos músculos inferiores
e da coluna.
Já as posturas de abertura do ângulo coxofemural também são importantes
para evitar o encurtamento dos anteriores em consequência da correção realizada
nos posteriores.

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Reeducação postural

AVALIAÇÃO POSTURAL

A avaliação postural trará ao fisioterapeuta uma visão mais organizada e


sistemática do padrão postural do cliente, determinando o tipo de intervenção
terapêutica para o quadro apresentado pelo mesmo.
O fisioterapeuta irá relacionar a postura estática no momento da avaliação com
a assumida em atividades cotidianas.

CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO POSTURAL

O paciente deve estar desnudo e sentir- se à vontade, evitando rigidez e


posturas não naturais.
O simetrógrafo, ou fio de prumo, deverá será utilizado para mostrar possíveis
desvios da postura padrão. Deve se situar no ponto anteroposterior ao maléolo lateral
e para os desvios laterais, entre os calcanhares.
O fisioterapeuta poderá utilizar se também de outros instrumentos como: fita
métrica e goniômetros.

HISTÓRIA CLÍNICA

O fisioterapeuta, durante a avaliação, deve questionar quanto a hábitos e rotina


do paciente para traçar assim sua história clínica.
 Qual é a idade do paciente? Qual é a ocupação?
 Há um histórico de traumatismo?
 Se houver um histórico de trauma, foi uma postura específica, postura
sustentada ou uma postura repetitiva?
 A família tem qualquer histórico de problemas na coluna?
 Existe antecedente de doença, cirurgia ou lesões graves que tenham
ocorrido com o paciente?
 O sapato faz diferença para a postura ou os sintomas do paciente?
 Se uma deformidade estiver presente, ela é progressiva ou estacionária?
 Qual é a natureza, extensão, tipo e duração da dor?
 Existem posturas ou ações que aumentam ou diminuam a dor?

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 O que o paciente é capaz de fazer funcionalmente?


 Qual a atividade ou lazer habitual do paciente?
 Que atividades agravam e aliviam a dor?

MODELOS DE FICHA DE AVALIAÇÃO

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http://silvianesebold.blogspot.com/2009/01/avaliao-postural.html

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CABEÇA EM PROTUSÃO E RETRAÇÃO

João: Avaliação Postural, 2009.

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ALTERAÇÕES DE RETROPÉ

João: Avaliação Postural, 2009.

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JOELHOS VALGO E VARO

João: Avaliação Postural, 2009.

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João: Avaliação Postural, 2009.

ALTERAÇÕES DE ESCÁPULA: ALADA, ABDUZIDA E ADUZIDA

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João: Avaliação Postural, 2009.

VISTA ANTERIOR

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PÉ PLANO E PÉ CAVO

João: Avaliação Postural, 2009.

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ROTAÇÃO DE CINTURA PÉLVICA

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FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

Teste de flexibilidade:
3º DEDO NO CHÃO

FLEXÃO DE TRONCO
Teste de flexibilidade:
SCHOBER E STIBOR

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FONTE: João: Avaliação Postural, 2009.

MEDIÇÃO DE COMPRIMENTO DE MENBROS INFERIOREA

João: Avaliação Postural, 2009.

CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DAS POSTURAS

Elas são selecionadas a partir do exame de identificação do real


comprometimento dos músculos anteriores, posteriores e dos membros superiores.
Deve ser levada em conta a avaliação realizada com o indivíduo, de modo que se
tenha clareza do tipo de correção mais indicado para cada grupo muscular encurtado.
Por exemplo, todas as posturas em decúbito dorsal permitem uma melhor intervenção
manual sobre a nuca, os ombros, os membros superiores, o tórax e o diafragma. Por

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Reeducação postural

sua vez, as posturas com carga permitem atuar mais particularmente sobre a coluna
vertebral e os membros inferiores.
No caso de os músculos anteriores se mostrarem mais encurtados que os
posteriores, o exame dos membros superiores prosseguirá na posição em pé,
abandonando momentaneamente as posições em fechamento de ângulo. Por outro
lado, se os músculos posteriores se revelarem mais comprometidos, o exame dos
membros superiores prosseguirá na posição sentada, abandonando as posições em
abertura de ângulo. Partindo do princípio de que o encurtamento de uma cadeia traz
algum comprometimento nas outras cadeias musculares, é necessário estar atento
para escolher as posturas mais eficazes para cada caso.
Além de respeitar a globalidade durante o trabalho com as posturas, a patologia
deverá ser levada em conta. Assim, torna-se evidente que, para corrigir as vértebras
cervicais, é preferível uma postura em decúbito dorsal, enquanto em um varo ou valgo
de joelho, a postura em pé é indispensável.
Utilizar o bom senso para escolha das posturas é essencial. Assim, para os
indivíduos frágeis, idosos –, são utilizadas, de preferência, posturas sem carga;
enquanto jovens, com patologias musculares, devem ser tratados com posição com
carga. A essa orientação, acrescenta-se a abdução e adução dos membros
superiores, dependendo do encurtamento da cadeia anterior do braço ou
anterointerna do ombro.

RELAÇÃO POSTURA X MORFOTIPOLOGIA

Na reeducação postural, as posturas se enquadram em duas regras básicas:


posturas de fechamento e posturas abertura.
Se o indivíduo apresentar, na avaliação postural, morfotipologia predominante
em abertura, serão utilizadas posturas de correção em fechamento e vice-versa.
As posturas propostas e utilizadas na Reeducação Postural são:

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Soushard: Reeducação postural global, 2007.

Para obter um resultado positivo com RPG são necessárias sessões semanais
de uma hora, mas pode haver exceções. Nos casos mais graves, as sessões podem
acontecer duas vezes na semana.
O tratamento é individualizado e pode ser iniciado em crianças a partir de sete
anos de idade.

POSTURAS

POSTURA PARA CORREÇÃO DA CADEIA INSPIRATÓRIA

Phillipe Souchard lembra que o homem, na tentativa de manter-se ereto,


submete os músculos da estática, que são responsáveis pela diminuição da
flexibilidade do sistema locomotor humano, a um estado de tensão constante. Os
músculos da dinâmica, após a contração inicial, retornam completamente a um estado
de relaxamento, sendo responsáveis pelos movimentos de grande amplitude.
Souchard relata ainda o importante papel desempenhado pela respiração na
manutenção da postura, levando em consideração que os músculos responsáveis
pela inspiração são os considerados da estática, pois desempenham função na

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manutenção do tórax, e que os músculos abdominais, os quais tracionam o tórax para


baixo, exercem um papel dinâmico.
Complementando, Souchard (1996) afirma que quando os indivíduos adotam
posturas inadequadas, geralmente mantêm os músculos inspiratórios constantemente
tensos. O não relaxamento da musculatura inspiratória acaba provocando o seu
encurtamento, dificultando assim o movimento de descida do tórax.
Consequentemente, a expiração torna-se insuficiente limitando a ventilação pulmonar.
É essencial em qualquer atividade física enfatizar a realização adequada do
movimento expiratório, para favorecer o relaxamento da musculatura inspiratória.
Pelos princípios da Reeducação Postural Global toda correção da lordose
lombodorsal fraciona os pilares do diafragma, bloqueia o centro frênico em inspiração,
o que eleva as últimas seis costelas.
Constata-se que toda manobra de correção da nuca, dos ombros ou da lombar
traciona a cadeia inspiratória.
Por isso, será necessário, em todas as posturas que se seguem, fazer o
indivíduo suspirar livremente a cada instante, se realmente quisermos alongar esta
sequência muscular. Conforme o nível do bloqueio do tórax, o terapeuta intervém
manual, qualitativa e progressivamente para corrigir em particular tal região.
Em caso de bloqueio torácico alto, o indivíduo deve suspirar enchendo a
barriga. Se o bloqueio for inferior, deve suspirar entrando a barriga.

POSTURAS EM FECHAMENTO

Indicadas para alongar os músculos posteriores e consistem em fechar de


maneira eficiente o ângulo entre o tronco e os membros inferiores, o ângulo
coxofemural.
São indicadas para os indivíduos que apresentem na avaliação postural
indicativos de postura em abertura (retificação da coluna cervical, escápulas aduzidas,
aumento da lordose lombar, rotação externa de quadril e joelhos e joelhos
hiperestendidos).
As correções deverão ser realizadas dentro da postura e as posturas podem
ser mantidas até 20 minutos. Para indivíduos iniciantes, as posturas serão mantidas
por menor tempo e progredir lentamente, tanto em manutenção como no tempo.

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Reeducação postural

Nelas, será necessário um tensionamento de todos os músculos da cadeia


posterior, desde o occipital até a ponta dos artelhos. Podem-se empregar as posturas:

POSTURA RÃ NO AR

a) Tração dos espinhais para dentro, uma correção expiratória do tórax,


uma flexão coxofemoral, com o sacro achatando contra o chão, a fim de produzir uma
tração sobre os espinhais lombares e a correção da hiperlordose.
b) TRAÇÃO DOS ESPINHAIS

c) Tração dos músculos posteriores dos membros inferiores

Realiza-se a partir de uma abdução rotação externa dos femures e joelhos,


onde normalmente denominamos esta postura “Rã para cima”. Solicitamos ao
indivíduo estender progressivamente os joelhos em boa posição quanto à rotação nem
varo, nem valgo). Fecha- e lentamente o ângulo coxofemural, trazendo os pés no
sentido do rosto e colocando se pouco a pouco os pés em V.

RÃ NO AR - BRAÇOS FECHADOS

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POSTURA RÃ NO AR

Marques: Cadeias musculares, 2000.


POSTURA RÃ NO AR – BRAÇOS FECHADOS

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POSTURA RÃ NO AR – BRAÇOS ABERTOS

POSTURA RÃ NO AR COM BRAÇOS FECHADOS


POSTURA SENTADA

As posturas da Rã no ar com braços Fechados e Abertos permitem ao


terapeuta corrigir a postura buscando um melhor alinhamento corporal das seguintes
estruturas: nuca, tórax e a respiração, coluna vertebral, ombros, cotovelos, mãos,
pelve, quadril, joelhos e pés.

a) Tração sobre os espinhais:


Após colocar corretamente o quadril do paciente, o terapeuta traciona o
occipital para cima e solicita um movimento de recuo do queixo (retificação da
cervical).

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Alinha- se num mesmo plano vertical o occipital, a região dorsal média e o
sacro. Se necessário, efetua- se correções no tórax.

INÍCIO DA POSTURA SENTADA

b) Tração sobre os músculos posteriores dos membros inferiores:


O paciente alonga progressivamente os membros inferiores, alinhando os
joelhos, puxando as pontas dos pés para si. O terapeuta induz lentamente uma
inclinação do tronco para frente, fechando pouco a pouco o ângulo coxofemural.

Observar na figura acima o tensionamento na cadeia posterior e orientação


quanto à respiração. A Postura Sentada permite ao terapeuta atuar sobre a coluna
vertebral, quadril, joelhos e sobre o esquema corporal.

POSTURA SENTADA

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POSTURA SENTADA FINAL

Marques: Cadeias musculares, 2000.

POSTURA EM PÉ INCLINADA PARA FRENTE

a. Tração sobre os espinhais:

Após colocar corretamente o paciente em pé sobre a prancha, o terapeuta


traciona o occipital para cima e solicita um movimento de flexão de quadril, mantendo
a tração vertical da cervical e retificação da lombar.
Alinha- se num mesmo plano vertical o occipital, a região dorsal média, lombar
e o sacro. Se necessário, efetua-se correções no tórax.

POSTURA EM PÉ INCLINADA PARA FRENTE

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Marques: Cadeias musculares, 2000.

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Na postura em pé, inclinada para frente, o terapeuta pode trabalhar a postura


corporal através da coluna torácica, região lombar, pelve, quadril, joelhos e os pés.

b) Tração sobre os músculos posteriores dos membros inferiores:

O paciente alonga progressivamente os membros inferiores, alinhando os


joelhos. O terapeuta induz lentamente uma inclinação do tronco para frente, fechando
pouco a pouco o ângulo coxofemural. Deve ser observado o alinhamento da cervical,
dorsal, lombar e o sacro.

POSTURA EM PÉ INCLINADA PARA FRENTE

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POSTURAS EM ABERTURA

Indicadas para alongar os músculos anteriores e consistem em abrir de maneira


eficiente o ângulo entre o tronco e os membros inferiores.
São indicadas para os indivíduos que apresentem na avaliação postural
indicativos de morfotipologia em fechamento (cabeça protusa, ombros protusos,
hipercifose dorsal, rotação interna de quadril e joelhos, semiflexão de joelhos).
As correções deverão ser realizadas dentro da postura e as posturas podem
ser mantidas até 20 minutos. Para indivíduos iniciantes, as posturas serão mantidas
por menor tempo e progredir lentamente, tanto em manutenção como no tempo.

POSTURA RÃ NO CHÃO

a) Tração sobre os espinhais:


Em decúbito dorsal, realiza uma manobra de pompage do sacro para obter
correção eficiente da região lombar.
b) Tração sobre a cadeia anterointerna do quadril
O indivíduo coloca-se em flexão abdução rotação externa dos quadris e alonga
progressivamente os membros inferiores, procurando em particular não lordosar a
região lombar.

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POSTURA RÃ NO CHÃO

RÃ NO CHÃO - BRAÇOS FECHADOS

RÃ NO CHÃO - BRAÇOS ABERTOS

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ESQUEMA - POSTURA RÃ NO CHÃO

Marques: Cadeias musculares, 2000.

No final da postura, o paciente deve ter os joelhos estendidos, aproximados e


em bom alinhamento; os pés em talo.

POSIÇÃO FINAL DA POSTURA RÃ NO CHÃO

POSTURA EM PÉ

a) A correção das costas como um todo, se faz como no caso da postura


sentada.

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POSTURA EM PÉ

ESQUEMA E FOTO - POSTURA EM PÉ

Marques: Cadeias musculares, 2000.

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POSTURA EM PÉ COM BRAÇOS ABERTOS

https://www.reeducacaoposturalglobal.com/posturamento/

b) Os membros inferiores se corrigem colocando os pés do indivíduo sobre uma


prancheta que pode progressivamente abrir um ângulo para frente de forma a
realizar um talo completo, o que tem por efeito alongar os músculos da
panturrilha
O paciente estende os joelhos pouco a pouco, numa rotação correta
procurando cuidadosamente não lordosar a região lombar previamente corrigida.

INDICAÇÃO - POSTURAS COM BRAÇOS AO LONGO DO CORPO

Sempre progressivamente global, ela permite a correção da rigidez da cadeia


anterior do braço. O membro superior deve permanecer aduzido ao longo do corpo a
fim de obter um alongamento do trapézio superior e do deltoide médio. O paciente
solta, “descarrega” os ombros, isto é, desce e achata-os no chão em um mesmo
movimento. Efetua-se uma extensão de punho e dedos e um afastamento do polegar.
A postura com braços ao longo do corpo poderá ser praticada durante:
• Rã para cima;
• Postura sentada;
• Postura em pé ou a rã no chão.

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INDICAÇÃO - POSTURA COM BRAÇOS EM ABDUÇÃO

Melhora a flexibilidade da cadeia anterointerna do ombro. Graças a uma


abdução progressiva do braço, ombro solto –, ela faz fluir todos os músculos estáticos
adutores do braço. Ela continua com a cadeia anterior, desde que o indivíduo coloque
seu úmero em rotação externa e termine por uma extensão e supinação do cotovelo,
extensão do punho e dedos. Em caso específico do subescapular, o terapeuta deve
impedir manualmente a abdução excessiva da escápula.

RESULTADOS EM REEDUCAÇÃO POSTURAL GLOBAL

Apresentamos, a seguir, alguns exemplos de resultados de tratamentos


baseados em Reeducação Postural Global.
Exemplo 1: paciente de 13 anos com queixa de dores generalizadas na prática
de esportes:

ANTES APÓS 20 SESSÕES DE RPG

https://fisiovida.pt/resultados-rpg/

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Exemplo 2: paciente de 38 anos apresentando lombalgia aguda e escoliose


antálgica.

Exemplo 3: indivíduo com 17 anos, sexo feminino, escoliose torácica à direita


de 20 graus; referia dores na região toracolombar, ao se deitar e cansaço nos
membros inferiores.

RAIO-X DA CURVA ESCOLIÓTICA ANTES DO TRATAMENTO – RPG

Marques: Cadeias musculares, 2000.

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RAIO- X DA CURVA ESCOLIÓTICA APÓS 16 SESSÕES DE TRATAMENTO RPG

Marques: Cadeias musculares, 2000

Exemplo 4: indivíduo de 15 anos de idade, sexo masculino, com diagnóstico


de cifose torácica de 55°, lombalgia crônica, referindo dores na região lombar do tipo
latejante após ficar muito tempo em pé.

INÍCIO DO TRATAMENTO APÓS 35 SESSÕES DE RPG - DIMINUIÇÃO EM


16°

Pita: Cifose torácica tratada com reeducação postural global, 2000.

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REFERÊNCIAS

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