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JORNAL
ÜO
.A. Maçonaria.
NO PASSADO !•: NO PRESENTE.-
T.
Com razão os MMaç. •. esclarecidos lamentão a decadência e o des-
prestigio a que tem chegado a Maç.\ no Brazil.
Os MMaç.-. da primitiva época, em que o Gr.-. Or.-. Brazileiro
inaugurou os seus trabalhos, ou aquelles que têm conhecimento dos
trab.1. de então, com dor e pezar, vêm que a instituição tem dege-
nerado sob a direcção das corporações Maç.\ que por ahi existem, ou
tem existido.
A inutilidade dos trab.-. das OOffic.-., o pouco interesse
ofTerecem aos espíritos reflexivos, a má direcção que os corposque elles
supe-
riores tem dado a estes trab.-. são motivo de desgosto para os MMac \
que desejão a prosperidade da Maçon.-., que almejão a fiel execução
de suas leis, que desejão o complemento de seus fins.
Constantemente se tem manifestado o desejo de reformas, tor-
nem as ceremonias mais nobres e imponentes, que produzão que e obri-
guem a uma instrucção mais solida e mais apropriada ás necessidades
da civilisação actual, que torne a instituição apta a funccionar á
das luzes do século em utilidade da sociedade civil, que restaurempara
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Maç,\ em todo o seu explendor, tornando seus t.rab.\ úteis ao
segundo determinão as bazes fundamentais de sua organisação. povo,
Tudo degenera com o tempo e a Maçon.1., teve a masmi sorte das
melhores instituições, mas em grande parle devido esse fecto a má
direcção que lhe derão, aos abusos que se tem commettido.
Esses abusos tem produzido na Maç >n.\ o mesmo que têm se dado
nas religiões, nas quaes, as praticas*e ceremonias de hoje differem
muito das que se praticavão outr-ora.
Estudando-se a historia Maçonica, conhece-se que não só no Brazil
se tem dado taes abusos, mas que elles têm infectado a Macon.-.
em muitos outros povos.
Assim como existem mais de dez mil seitas religiosas, existem mais
de setecentas associações que se dizem Maçonicas.
E' um facto que muitos MMaç.\ ignorãoe de que é bom instruir-se,
para se reconhecer a necessidade de reformas, que restaurem a verda-
deira Maçon.-., e que a elevem á altura que ella attinge.
E' nos povos livres que a Maçon. -. deve ser exercida com toda a pu-
reza de sua instituição, porque ahi é que ella pode produzir os bens
que d'ella resultão em favor da liberdade, do progresso, da civilisa-
Ção e da regeneração social.
No Brazil, seria uma anomalia, um erro, deixar que a Maçon.-.
continuasse no estado em que vegeta, sem utilidade alguma para a
instituição, nem para o povo a quem ella deve ser útil.
Para que melhor se conheça esta verdade, entremos na analyse
do que é a Maçou.-., para chegarmos á demonstração do estado em
que se achava entre nós, e aos trab.-. que é necessário operar, afim
de que ella seja uma realidade.
Assim como são conhecidas as origens dos povos e das religiões, é
necessário conhecer a origem da Maçon.-. e sobre tudo exhibir as pro-
vas incontestáveis da sua utilidade, que tem-se tornado inefíicaz pela
perseguição que se lhe tem feito, pelos erros que se tem commettido,
e pelo deleixo com que se tem curado da sua conservação, indicando
os meios de fazer face e destruir ou inutilisar seus adversários, de
reparar os males causados, de a reconstruir em toda a sua puresa.
Uma tal empresa, que não pôde agradar áquelles que a temem e a
perseguem, por certo que agradará aos que, conhecendo a sublimi-
dade e utilidade de seus fins, gemem sobre o seu abandono e avilta-
mento.
Por certo incorrerá no desagrado e soffrerá o anathenia dos que por
meio da mentira, da calumnia, e da injuria, a desfigurão e pintâo com
negras cores, que influem na crédula ignorância que lhe presta ou-
vidos, sem pensar que serve de instrumento contra os seus mesmos
direitos e interesses.
Porém, será aprazível aos homens intelligenies e esclarecidos, que
desejão o engrandecimento e prosperidade social, a igualdade entre
os homens, a liberdade dos povos, para que fraternalmente gozem dos
fructos da paz, da eivilisação e da verdade.
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A Maçon/ tem uma origem
nascimento é devido ao amor do bem,philosophica e philantropica ; seu
do bom, e do bello • ao ódio
do mal, do erro e da mentira.
Tem passado por vicissitudes diversas
causas, mas que jamais a destruirão. que tiverão differentes
Sua historia, é a historia da humanidade ; ella é tão antiga
mundo e durará tanto como dle. como o
A historia Maçon. \ póde-se dividir em três
lamente distinclas. grandes épocas, absolu-
A primeira comprehende os tempos antigos, em
cerao.na Ásia as famosas escolas que se estabele-
transmittirão ao Egvpto as
sciencias, que o Egypto transmittio que
a Grécia, e á Grécia a Itália
A segunda começa com o Christianismo, os judeos erão es-
cravos dos romanos, e os romanos escravos dequando
seus próprios tvrannos •
quando a liberdade, a igualdade e a fraternidade, forão tão alta-
mente pregadas pelo Evangelho e Apóstolos; quando os primi-
tivos chnstãos enthusiastas corriãopelos
á morte, para sustentar uma tal
revolução.
*
A terceira época, data do renascimento das letras e vem
actuahdade. até á
A primeira Maçon.., istoé, a philosophica
que lhe deu origem se-
guio a fortuna dos impérios em que ella se desenvolveu. Seus nívs-
tenos consistião na arte de instruir e
governar os homens. Os svste-
mas contrários ensina vão o meio de enganal-os e dominal-os
Pelo e>tudo das doutrinas de Zoroastro e Confucio, vemos
os princípios Maçon.-. tiverão seu desenvolvimento e refulgirão eme
naquellas épocas de ignorância, sob estes dous
suas máximas, ensinavão aos povos o amor a Deus, philosophos que por
e aos homens • a
adoração ao Creador, a fraternidade entre as creaturas.
Essas mesmas doutrinas florescerão sob Anaxagoras, Sócrates
Platão, Epicteto, Marco-Aurelio e outros sábios, mas eclipsarão-se
com as glorias e as virtudes de Roma.
Os principios ensinados e proclamados por aquelles
formarão os grandes homens da Grécia e Roma ; mas essesphilosophos
forao postergados e o seu esquecimento ou despreso, principios
a perda
da liberdade e das virtudes civicas, conduzindo os produzio á servidão
ao dominio da tyrannia. povos e
Do centro da Judéa, sujeita aos pro-consules de Roma, surdo então
uma nova doutrina para aquella época; doutrina de paz de frater-
nidade e de liberdade.
Era o Christo, que pela voz poderosa de um Deos, condemnava
tyrannia, a hypocrisia e a mentira : ensinando os direitos do homema
para a sua redempção, para regeneração social.
Era o Christo, que pregando e ensinando as verdades sublimes
sua divina doutrina, achou incrédulos e trahidores. de
Era o Christo, que chamava para si os pobres e os humildes
ensi-
— Í20 -
I.
Parecerá uma superfiuidade tratar da matéria
que indica a epi-
graphe deste artigo, quando se reflectir que por demais tem sido
desenvolvida, sem que até ao presente os argumentos
tossem destruídos, ou pelo menos contestados; em produzidos
que ao menos
os que combatem a existência do único Or.-. Leg.\ e Legit.-.
o Rit.-. Esc.-, no Brasil, ousassem refutar um só dos argumentos para
produzidos, todos fundamentados nas determinações que regem a
Ord.\ e o Rit. -., em suas differentes leis.
Porém, como ha grande numero de MMac.\, ignorão essas
disposições de lei, e que á muitos não chegou o que conhecimento do
Manifesto publicado pela Offic*. Fidelidade ao Or.-. de Campinas,
na província de S. Paulo ; força é que tratemos de tão importante
assumpto, reproduzindo as razões do já citado Manifesto e corrobo-
rando o que ali se acha dito, com novos argumentos deduzidos da
legislação Maçon.-.
E' admirável o ousado orgulho com que os grupos Maconicos
existem nesta corte, e que são conhecidos pelos nomes deLavradioquee
Bmedictinos se intitulão Orientes legues do Rit.'. Esc--., arrogando a
si direitos que não têm, e que só influem na credulidade dos
ignorão a legislação Maçon. \ a respeito. que
Por agora não entraremos na analyse da origem desses
grupos, da
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Liberdade
I.
A Maçon.-. tem sempre proclamado, sustentado e defendido a
liberdade, porque o bem e a virtude que ella pratica só podem ter
desenvolvimento com a liberdade.
Se a perversidade prospera, se a oppressão tyrannica empolga o
sceptro, então a Maçon.-. sob tal dominação que a teme, que a perse-
gue, que procura destruil-a, torna-se uma sombra do que na reali-
dade é, sem força para fazer o bem, sem voz para ensinar a virtude.
Os déspotas, os que querem dominar os povos com os pretensos pri-
vilegios de um phantasiado direito divino, que creárão no interesse
próprio e em prejuízo das nações :
Os jesuítas, que sustentão esse mesmo direito divino, porque
— M —
Expediente.
O Vigilante publica-se todos os domingos, excepto o de Paschoa.
subscreve-se e acha-se á venda, nas seguintes casas:
Rua do General Câmara n. 139 (Pharmacia.)
Rua de S. José n. 93 A (Loja de livros.)
Praça da Constituição n. 30 (Pharmacia.)
Sacco do Alferes, n. 141 (Pharmacia.)
Preço da assignatura.
PAGAMENTO ADIANTADO.
CORTE E N1CTHEROY.