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JORNAL
ÜO

gr:, or:. brazileiro


N. S. | Rio de Janeiro.—Domingo «7 de Novembro. I 1890

.A. Maçonaria.
NO PASSADO !•: NO PRESENTE.-

T.
Com razão os MMaç. •. esclarecidos lamentão a decadência e o des-
prestigio a que tem chegado a Maç.\ no Brazil.
Os MMaç.-. da primitiva época, em que o Gr.-. Or.-. Brazileiro
inaugurou os seus trabalhos, ou aquelles que têm conhecimento dos
trab.1. de então, com dor e pezar, vêm que a instituição tem dege-
nerado sob a direcção das corporações Maç.\ que por ahi existem, ou
tem existido.
A inutilidade dos trab.-. das OOffic.-., o pouco interesse
ofTerecem aos espíritos reflexivos, a má direcção que os corposque elles
supe-
riores tem dado a estes trab.-. são motivo de desgosto para os MMac \
que desejão a prosperidade da Maçon.-., que almejão a fiel execução
de suas leis, que desejão o complemento de seus fins.
Constantemente se tem manifestado o desejo de reformas, tor-
nem as ceremonias mais nobres e imponentes, que produzão que e obri-
guem a uma instrucção mais solida e mais apropriada ás necessidades
da civilisação actual, que torne a instituição apta a funccionar á
das luzes do século em utilidade da sociedade civil, que restaurempara
— 18 —
Maç,\ em todo o seu explendor, tornando seus t.rab.\ úteis ao
segundo determinão as bazes fundamentais de sua organisação. povo,
Tudo degenera com o tempo e a Maçon.1., teve a masmi sorte das
melhores instituições, mas em grande parle devido esse fecto a má
direcção que lhe derão, aos abusos que se tem commettido.
Esses abusos tem produzido na Maç >n.\ o mesmo que têm se dado
nas religiões, nas quaes, as praticas*e ceremonias de hoje differem
muito das que se praticavão outr-ora.
Estudando-se a historia Maçonica, conhece-se que não só no Brazil
se tem dado taes abusos, mas que elles têm infectado a Macon.-.
em muitos outros povos.
Assim como existem mais de dez mil seitas religiosas, existem mais
de setecentas associações que se dizem Maçonicas.
E' um facto que muitos MMaç.\ ignorãoe de que é bom instruir-se,
para se reconhecer a necessidade de reformas, que restaurem a verda-
deira Maçon.-., e que a elevem á altura que ella attinge.
E' nos povos livres que a Maçon. -. deve ser exercida com toda a pu-
reza de sua instituição, porque ahi é que ella pode produzir os bens
que d'ella resultão em favor da liberdade, do progresso, da civilisa-
Ção e da regeneração social.
No Brazil, seria uma anomalia, um erro, deixar que a Maçon.-.
continuasse no estado em que vegeta, sem utilidade alguma para a
instituição, nem para o povo a quem ella deve ser útil.
Para que melhor se conheça esta verdade, entremos na analyse
do que é a Maçou.-., para chegarmos á demonstração do estado em
que se achava entre nós, e aos trab.-. que é necessário operar, afim
de que ella seja uma realidade.
Assim como são conhecidas as origens dos povos e das religiões, é
necessário conhecer a origem da Maçon.-. e sobre tudo exhibir as pro-
vas incontestáveis da sua utilidade, que tem-se tornado inefíicaz pela
perseguição que se lhe tem feito, pelos erros que se tem commettido,
e pelo deleixo com que se tem curado da sua conservação, indicando
os meios de fazer face e destruir ou inutilisar seus adversários, de
reparar os males causados, de a reconstruir em toda a sua puresa.
Uma tal empresa, que não pôde agradar áquelles que a temem e a
perseguem, por certo que agradará aos que, conhecendo a sublimi-
dade e utilidade de seus fins, gemem sobre o seu abandono e avilta-
mento.
Por certo incorrerá no desagrado e soffrerá o anathenia dos que por
meio da mentira, da calumnia, e da injuria, a desfigurão e pintâo com
negras cores, que influem na crédula ignorância que lhe presta ou-
vidos, sem pensar que serve de instrumento contra os seus mesmos
direitos e interesses.
Porém, será aprazível aos homens intelligenies e esclarecidos, que
desejão o engrandecimento e prosperidade social, a igualdade entre
os homens, a liberdade dos povos, para que fraternalmente gozem dos
fructos da paz, da eivilisação e da verdade.
19
A Maçon/ tem uma origem
nascimento é devido ao amor do bem,philosophica e philantropica ; seu
do bom, e do bello • ao ódio
do mal, do erro e da mentira.
Tem passado por vicissitudes diversas
causas, mas que jamais a destruirão. que tiverão differentes
Sua historia, é a historia da humanidade ; ella é tão antiga
mundo e durará tanto como dle. como o
A historia Maçon. \ póde-se dividir em três
lamente distinclas. grandes épocas, absolu-
A primeira comprehende os tempos antigos, em
cerao.na Ásia as famosas escolas que se estabele-
transmittirão ao Egvpto as
sciencias, que o Egypto transmittio que
a Grécia, e á Grécia a Itália
A segunda começa com o Christianismo, os judeos erão es-
cravos dos romanos, e os romanos escravos dequando
seus próprios tvrannos •
quando a liberdade, a igualdade e a fraternidade, forão tão alta-
mente pregadas pelo Evangelho e Apóstolos; quando os primi-
tivos chnstãos enthusiastas corriãopelos
á morte, para sustentar uma tal
revolução.
*
A terceira época, data do renascimento das letras e vem
actuahdade. até á
A primeira Maçon.., istoé, a philosophica
que lhe deu origem se-
guio a fortuna dos impérios em que ella se desenvolveu. Seus nívs-
tenos consistião na arte de instruir e
governar os homens. Os svste-
mas contrários ensina vão o meio de enganal-os e dominal-os
Pelo e>tudo das doutrinas de Zoroastro e Confucio, vemos
os princípios Maçon.-. tiverão seu desenvolvimento e refulgirão eme
naquellas épocas de ignorância, sob estes dous
suas máximas, ensinavão aos povos o amor a Deus, philosophos que por
e aos homens • a
adoração ao Creador, a fraternidade entre as creaturas.
Essas mesmas doutrinas florescerão sob Anaxagoras, Sócrates
Platão, Epicteto, Marco-Aurelio e outros sábios, mas eclipsarão-se
com as glorias e as virtudes de Roma.
Os principios ensinados e proclamados por aquelles
formarão os grandes homens da Grécia e Roma ; mas essesphilosophos
forao postergados e o seu esquecimento ou despreso, principios
a perda
da liberdade e das virtudes civicas, conduzindo os produzio á servidão
ao dominio da tyrannia. povos e
Do centro da Judéa, sujeita aos pro-consules de Roma, surdo então
uma nova doutrina para aquella época; doutrina de paz de frater-
nidade e de liberdade.
Era o Christo, que pela voz poderosa de um Deos, condemnava
tyrannia, a hypocrisia e a mentira : ensinando os direitos do homema
para a sua redempção, para regeneração social.
Era o Christo, que pregando e ensinando as verdades sublimes
sua divina doutrina, achou incrédulos e trahidores. de
Era o Christo, que chamava para si os pobres e os humildes
ensi-
— Í20 -

nando aos povos a igualdade, indicando ás nações o respeito


liberdade,-condemnando a servidão. pela
Era o Christo, que não distinguia classes, que n§o permittia
se repellisse o peccador, porque a humanidade é susceptível da rege- que
neração, que elle pregava.
Era oChrito, que chamava a si a infância eos ignorantes, para lhes
ensinar a doutrina nova e Divina; e que legou aos Apóstolos, seus
discípulos a continuação e proclamação de suas santas doutrinas,
de caridade, de paz e de liberdade.
Foi esta a segunda época q/ue em seu explendor, apenas durou três
séculos, sustentada pelos primeiros christãos, pelos discípulos
que se-
guião as doutrinas do mestre divino e que quasi todos forão
martyres de tão santos e sublimes princípios; e estes
princípios de
caridade, de liberdade e de igualdade que os primeiros christãos
clamavão, ensinavão e sustentavão, erão os mesmos pro-
que os phi-
losophos ensinavão nas escolas populares, a bem do interesse do
E durou somente três séculos o explendor destas doutrinas, povo.
que
produzirão uma revolução em todo o mundo romano; a maior revo-
lução conhecida, porque não só abalou em suas bazes o
polytheismo,
que conseguio destruir, como também fez tremer os déspotas em seus
thronos, proclamando direitos de liberdade e igualdade até então des-
conhecidos; durou só três séculos, dizemos, porque sob o reinado de
Constantmo, surgirão as subtilezas e disputas theologicas, com que
o sacerdócio já ambicionando domínio e poder, alterou e transfor-
mou a purâsa das doutrinas do Evangelho.
Então por uma d'estas trocas tão freqüentes nas revoluções, os
até então prégavão a liberdade dos povos, a igualdade dos homens, que
fundando estes princípios na religião de Christo, em nome do mesmo
Deos, se tornarão os oppressores, os senhores de seus irmãos.
Esquecerão ou forão desprezadas, a simplicidade e a
commen ladas pelo Evangelho, que elles tinhão pobresa, re-
jurado.
Elles creárão para si um império, apezar do reino de Christo, não
ser d'este mundo, e reinarão orgulhosos, com a coroa na cabeça e a
espada na mão.
Já não erão Tiberio, Néro, ou Caligula, nem os
nos, que perseguião os sectários das doutrinas pro-consules romã-
puras do crucificado •
foi da própria Roma, já capital da religião christã, surgio um
novo gênero de escravidão desconhecido até então, auequeordenava ao
homem suffocar a intelligencia, e abjurar a razão.
Em lugar dos pro-consules dos imperadores da Roma
paga, os de-
legados do poder pontificai, acendião as fogueiras inquisitoriaes
concitavão os massacres, condemnavâo as idéas philosophicas <rae ó
chnstianismo ensinou. ¦
A terra onde imperava a soberania derivativa da Roma moderna,
em lugar da paz e da luz brilhante do christianismo, foi alagada de
sangue, coberta de trevas, em nome da religião de Christo
Depois de uma noite tão longa e tão dolorosa, os oppressores,
pa-
— 21

drfín iffK1Çardi)as papel agozeS; os P°vo' começarão á despertar


-g0 vozef íe
de alguns amig°s da humanidade,
rn«S
restarão as iras e o poder desses oppressores, que ar-
nd ignorância que lhes convinha. que conservavão o povo
Claróes de.uma ver(Jadelonginqua, começarão ailluminar
.J^iT G a
°PPnmidos voltarão-se para esse oriente se lhes
Sií. ÜS
antolnava radiante e promettedor de um melhor futuro. que
e-5°!i1S0,1Íe <íue.s,e dourava «os luminosos raios da liberdade,
w® da
e da caridade> era a Maçon. •. resurgia como de um
Ynl
túmuloiade ubronze que
que despertava do longo somno a que a forcarão,
que rompia os sellos de chumbo com que a tinhão amordaçado, *e
apparecia aos povos, repetindo-lhe as doutrinas que
nismo, ensinando-lhes a puras do christia-
aaoe, a liberdade, a igualdade,philosophica dos séculos em que a ver-
a caridade e a fraternidade, erão
ensinadas pelo mestre divino, eerão
proclamadas pelos sábios, pelos
pmlosophos, amigos da humanidade.
Continua.

Legalidade do Gr. •. Or. •. Braz. •.

I.
Parecerá uma superfiuidade tratar da matéria
que indica a epi-
graphe deste artigo, quando se reflectir que por demais tem sido
desenvolvida, sem que até ao presente os argumentos
tossem destruídos, ou pelo menos contestados; em produzidos
que ao menos
os que combatem a existência do único Or.-. Leg.\ e Legit.-.
o Rit.-. Esc.-, no Brasil, ousassem refutar um só dos argumentos para
produzidos, todos fundamentados nas determinações que regem a
Ord.\ e o Rit. -., em suas differentes leis.
Porém, como ha grande numero de MMac.\, ignorão essas
disposições de lei, e que á muitos não chegou o que conhecimento do
Manifesto publicado pela Offic*. Fidelidade ao Or.-. de Campinas,
na província de S. Paulo ; força é que tratemos de tão importante
assumpto, reproduzindo as razões do já citado Manifesto e corrobo-
rando o que ali se acha dito, com novos argumentos deduzidos da
legislação Maçon.-.
E' admirável o ousado orgulho com que os grupos Maconicos
existem nesta corte, e que são conhecidos pelos nomes deLavradioquee
Bmedictinos se intitulão Orientes legues do Rit.'. Esc--., arrogando a
si direitos que não têm, e que só influem na credulidade dos
ignorão a legislação Maçon. \ a respeito. que
Por agora não entraremos na analyse da origem desses
grupos, da
— 22 —

irregularidade do seu proceder, dos erros que têm commettido para


com a Maç.-., das infracções e desacatos ás instituições (que por
ellas têm sido praticadas), nem da inutilidade que provém do func-
cionameuto desses grupos irregulares, para com a Maç.\ e para com
a sociedade civil,
Não trataremos de todos esses pontos, porque elles serão o assumpto
de outros artigos, com que procuraremos esclarecer os espíritos ob-
secados no erro, levando-lhes a L.\ da Verd. \ E' um acto de carida-
de a que jamais nos furtaremos, tanto mais, quando pôde ser provei-
toso a muitos dos nossos Hr.-.
O artigo 5.° das Constit.-. de Berlim, que formãoaConslit.'. Ger.\
do Rit.'. Esc.-., determina que em cada estado ou nação, haverá
um só Supr.-. Cons.v do Gr.-. 33.'.
Já existia no Brasil um Corpo Maçon.'. do Rit.-. que era coevo da
Independência Pátria, e que tinha sido fundado pelo Ir.-. João Pau-
Io dos Santos Barreto; corpo que pela perseguição que então soííria
a Macon.-. tinha deixado de funccionar, achando-se seus membros
forçados a celebrarem seus trab.\ em lugares occultos e sem fôrma
de Temp.-., aguardando osllr.-. occasião azada, para de novo abri-
rem as portas da sua Offic.
Por este tempo e julgando que não havia corpo algum do Rit.-.
Esc. o Ir.-. Montezuma fundou um Or.\ que ficou conhecido pelo
nome do seu fundador, e que obteve reconhecimento de diversos
OOr.-. europeus e americanos, e que tomou parte no Congresso de
Paris, onde se celebrou oTrat.'. deConfed.-. entre as Pot.-. Maçon.-.
do Rit.'. Esc.-.
Estes dous corpos Maçon.-. fizerão parte do 0r.\ Brasileiro, quan-
do este deixando o Rit.-. Franc. que seguia, se esc. •.-. e já exis-
tião estes dous corpos, quando surgio o grupo do Lavradio, fundado
por membros do Apostolado, que jamais foi reconhecido por corpo
Maçon.'., sendo até' seus membros condemnados por perjuro e trai-
çãoá Maç.'.
Estes membros do Apostolado, erão do Rit.-. Franc.-., com excep-
ção de um ou outro, e no entanto, ao corpo que tinhão formado, eri-
girão em Pot.-. Maçon.-. do Rit.-. Esc.
Este Apostolado era um corpo político que se figurava Maç.'., mas
que tinha por fim principal a destruição das liberdades pátrias e o
enthronamento do absolutismo nesta terra de Santa Cruz, como de-
monstraremos mais de espaço.
Por estes factos, vê-se quanto foi irregular e contraria ás leis do
Rit.'. acreação desse corpoMaç.'., que se arvorou em Pot.-. Maçon.-.
do Rit.-. Esc.
Assim pois, o grupo do Lavradio, não podia ser um corpo Maçon.-.
porque seus elementos erão os antigo > membros do Apostolado,
queestavão considerados banidos da Ord.\ por seus crimes attenta-
torios contra o Gr.-. Or.\ Brasileiro, que em 1822 foi o motor prin-
cipal da independência e autonomia do Brasil; contra osMMaç.-. que
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pertenciào ao mesmo Gr.-. Or.-., que forão perseguidos, encarcera-


dos, ou votados ao ostracismo.
Não podia o grupo do Lavradio formar um Or.-. doRit.-. Franc.\
porque este já existia no Gr.-. Or.-. Brasileiro, que funccionava
neste Rit.-., e que não estava adorm.-., mas que apenas tinha seus
trab.-. interrompidos por força maior, em razão daparseguição
que lhe movia o governo de então, que pretendeu destruirá Maçon.-.
aquém tudo devia; e ainda assim, esta interrupção de trab.-'. não
era completa, pois que a Offic.-. errante, Vigilância da Pátria, com-
posta de esforçados e corajosos llr.\, representava o Or.-. a que per-
tencião, e sob a base dessa Offic.-. restaurarão-se os trab.-. do Gr.-.
Or. . Braz.-.
Não podia o grupo do Lavradio, crear um Or.-. do Ril.\ Esc.-.,
não só porque a máxima parte de seus membros pertencia ao Kit.-.
Franc.-. e não tinha poderes para funccionar no Rit.\ Esc.;
como porque existia um Gr.-. O.-, do Rit.\ Esc.-, [o deMontezuma)
e além delle e com direitos de antigüidade, a Offic.-. Educação e Mo-
ral, que foi o centro onde convergirão' novas OOfíic,-. Esc.-, de
que formou-se um Gr.-. Cap.\ e um Areopag.-.
Em vista de todas estas razões, o grupo do Lavradio, commet-
teu o attentado de infringir a Constit.-. do Rit.\ Esc.'., quando
nem corpo Maçon/. podia ser, ousando chamar-se Or.-. do Rit.-.
Esc.-.
Mas em face da lei, ainda o grupo do Lavradio, praticou outras
infracções das leis Maçon.-., pelo que tornou-se aquelle grupo cri-
minoso, eaté considerado banido da Maçon.-. Vejamos.
[Continua.)

Liberdade

I.
A Maçon.-. tem sempre proclamado, sustentado e defendido a
liberdade, porque o bem e a virtude que ella pratica só podem ter
desenvolvimento com a liberdade.
Se a perversidade prospera, se a oppressão tyrannica empolga o
sceptro, então a Maçon.-. sob tal dominação que a teme, que a perse-
gue, que procura destruil-a, torna-se uma sombra do que na reali-
dade é, sem força para fazer o bem, sem voz para ensinar a virtude.
Os déspotas, os que querem dominar os povos com os pretensos pri-
vilegios de um phantasiado direito divino, que creárão no interesse
próprio e em prejuízo das nações :
Os jesuítas, que sustentão esse mesmo direito divino, porque
— M —

dominando elles latente e systematicamente, para subjugar a humani-


dade ás suas doutrinas, ao seu poderio, necessítão apoiar esse poder
ostensivo, que habilmente dirigem das trevas de seus antros e que,
um dia, lambem subjugaráõ, como já tem subjugado:
Oi que na servidão dos povos, na ignorância das massas fundão o
seu poder, a sua dominação.
Todos combatem essa mesma liberdade, que condemnão como ori-
gem de anarchía, de dissolução social, de destruição da religião,
como fonte de vicios e crimes.
E são contrários á liberdade que detestão e que perseguem, porque
com ella as nações se instruem e engrandecem ; porque os homens se
tornão moralisados, paciíicos e laboriosos ; porque conhecedores de
seus direitos ede seus deveres, os povos detestão asguerrasdynasticas,
de religião e de conquista, mas são corajosos, unidos, e fazem inteira
abnegação espontânea de si e da família na defeza da pátria.
Esses adversários da liberdade, maldizem, calumniâo e detestão a
Maçon. •., que instrue os povos pela educação livre; que lhes ensina
a curvarem-se somente a Deus, que os leva a amarem-se fraternal-
mente, sem reconhecer na virtude e na probidade, distincções de
classes e condições; quelhes ensinaaamarem obem, obello e o justo.
E por isso, déspotas, tyrannos, jesuítas e ambiciosos, de mando e po-
der, a condemnão e perseguem, como inimiga do altar e do throno.
Estas idéas sustentadas e vulgarisadas pelos governos oppressores,
que se apoião no fanatismo, na superstição e na ignorância dos
povos, são pregadas no púlpito, são insinuadas no confessionário,
principalmente pelos jesuítas e seus adeptos, os quaes ainda as ino-
culão na infância, nos collegios da Companhia, que infelizmente
entre nós ainda funccionão, para dar á pátria cidadãos úteis, tabo-
riosos e patriotas.
Ora, esses esforços libertecidas, mas que têm por si altar e throno;
calão nos espíritos apoucados e pouco cultivados, que em sua
ignorância passivamemte se submettem a taes doutrinas.
E' assim que vemos alguns homens, por alguns ânimos fracos
que se curvão sem discutirem aos preceitos que baixão da altura do
direito divino, condemnarem a Maçon.-. porque ensina a liberdade,
individual e das nações.
E' assim que vemos alguns entes que fazem aberração da razão que
vem de Deos, curvando-se á autoridade theocratica emanada do Va-
ticano, ou de Gesú, condemnarem a Maçon.-. como inimiga do
throno e altar.
E' assim que vemos evitar e condemnar a Maçon.-.. aquelles que
prestando ouvidos ás calumnias com que se ultraja e desacata o pul-
pito e o confessionário, julgarem que os pedreiros-livres, Fão preju-
diciaes á sociedade, por que são sacrilegos, Ímpios, hereges, viciosos,
immoraes, e quantas outras mil infames mentiras, calão nesses es-
piritos simples, mas crédulos em sua ignorância.
Para demonstrar a mentira e má fé de uns, e para combater o erro
- Í5 -

e ignorância de outros, trataremos, de, como a Maçon.-. entende a


liberdade e como a define.
Divide-se a liberdade em moral, natural e civil.
Liberdade moral é o desenvolvimento das íaculdades intellectuaes,
a acção da intelligencia sobr^ o pensamento, que nos conduz á refle-
xão,'que nos esclarece a razão, que nos leva a descriminar o bom do
máo, o justo do injusto, o útil do inútil, a verdade do erro, o saber
da ignorância, ensinando-nos a despresar as prejudiciaes e falsas dou-
trinas do fanatismo e da superstição, a amar a virtude e a detestar o
crime.
E' o desenvolvimento das faculdades intellectuaes que nos eleva
para Deos, que nos faz reconhecer sua existência, sua omnipotencia
e sua bondade.
O exercício destas faculdades nos leva a reflectir sobre os crimes de
leza-humanidade, commettidos por despoticos e tyrannicos oppresso-
res das nações ; sobre os males causados á humanidade por esses fia-
gellos dos povos, que os dominão pelo direito de conquista, de nas-
cimento, ou da fona, o que appelhdão direito divino.
E' o actuar destas faculdades, que nos leva a reflectir sobre os
abusos commettidos em nome da religião ; sobre os crimes commetti-
dos em nome de Deos, pelos que se dizem ministros desse Deos que
elles ultrajão, pelos sacerdotes dessa religião que elles desacatão, mas
que lhes serve de pretexto hypocrita, para dominarem pelo fanatismo
e a superstição, obrigando os povos, sob a ameaça de penas eternas,
a reconhecerem nos déspotas poderes que não têm, mas que lhe fazem
acreditar são emanados de Deos, para sustentação do throno e do
aliar.
( Continua.)

JlLCtos d.o Or*.*. Or.-. Brazlleiro.


ELEV.\ AO GR.-. 18.'.

No dia 19 do corrente m.\ da er.\ chris.-., emsess.\ do Gr.'.


Cap.\, forão elevados ao Gr.'. 18 do Rit.\ Esc.-. Ant.\ e 4c.-.
trinta e três membros das diversas OOfnV. do Circ.\ do Gr.-. Or.-.
Braz.-., que por diversos serviços prestados ao mesmo Gr.-. Or.*. se
tornarão merecedores desse augmento de salar.-.
A cerem,-. foi praticada como ordena o Rit.\ e com todas as for-
malidades da Litn.\; assistindo ao acto distinetos e illustrados
MMaç.-., que não são membros do Or.1. Braz.*.
Para instrucção dos Ilr.- , é conveniente dizer alguma cousa sobre
esta cerem.-.
O Gr.\ de Cav.-. R.-. Cr.', é um dos importantes no Rit.\ Esc.-.,
não só pela ordem hierarchica que esse Gr.-, occupa na Maçon.-., co-
mo pelos serviços que á instituição podem e devem prestar os que
d'elle se achão revestidos.
O Gr.*, de R.*. Cr.-, não é uma creação moderna, data de remotas
épocas; é coevo da poética idade da romanesca cavallaria, e como
ella foi destinada á sustentação dos principios religiosos, moraes ehu-
manitarios; á defeza do opprimido, á protecção do desvalido, ao
auxilio do fraco contra o forte, que só faz consistir o seu direito, a
sua lei, na força.
Assim como os antigos cavalleiros da idade media, o Cav.-. R.\
Cr.', erão e devem ser os ptladinos dos direitos e liberdade dos po-
vos, combatendo a oppressão que sobre eiles exercem os déspotas, os
tyrannos, que têm por seus auxiliares, seus principaes tenentes, a
superstição, o fanatismo e a hypocrisia.
Os antigos cavalleiros empregavão no cumprimento desses deveres
da cavallaria, a lança, a espada, a acha de armas, e na arena, em
campo fechado, ou no batalhar dos campos, fazendo completa abne-
gação de si próprios, elles se dedicavão ao bem da sociedade, segun-
do as crenças e costumes da época,
Os Cav.-. R.\ Cr.-, têm por armas a palavra e a penna, por cam-
po de batalha o mundo inteiro, e achão-se sempre em repto contra o
erro e a mentira, a que oppoem a verdade.
E' assim, que elles devem formar a vanguarda d'essa phalange phi-
losophica e humanitária, que tem por dever trabalhar na regenera-
ção dos povos, por meio da instrucção e do trabalho, fontes inexhau-
riveis de prosperidade e riqueza publica, bases indestructiveis do
engrandecimento social.
Um povo que não tem«a precisa e devida instrucção, desconhece os
seus direitos e os seus deveres; e nessa ignorância curva-se ao poder
que o corrompe para melhor o dominar; presta crença e fé ás falia-
zes doutrinas dos que nos próprios interesses, ou no d'aquelles a
quem servem, o conserva em mascarada servidão.
Um povo que nâo possue, ou despreza a necessária instrucção, é
victima da corrupção quelheinoculão os que o conservão naignoran-
cia, para melhor exercerem a sua dominação.
Um povo nestas condições não sente a depravação dos costumes que
lhe degenerão a Índole, que o lanção no aviltamento, que enervão,
fazendo-lhe esquecer as cadeias douradas que o manietão e com
brinca, sem lhe lembrar que a liberdade e a igualdade, são donsque de
Deos, de que o homem não deve prescindir, pois que lhe corre o de-
ver de osdeixarem herança intacta, ás gerações que se lhe seguirem.
Os Cav.\ R.\ Cr.\ que tiverão sua primittiva organisação junto
ao túmulo de Christo, têm por dever ser rígidos observântes das
doutrinas do Mestre Divino, que pregou os santos deveres da carida-
de e da fraternidade, que ensinou aos povos os direitos de igualdade
e de liberdade.
— 27 -

Porém, a degenerescencia é uma das fataes condições das institui-


çóes humanas, e a Maçon.-. não podia ser isempta dessa regra geral.
Com o correr dos tempos e das vicissitudes por que a Maçon.-. pas-
sou, adulterarão-lhe as doutrinas tradiccionaes, esquecerão os deve-
resqueandão ligados aosCav.-. R.\ Cr.-., e até o seucerem.'. fi-
cou ignorado.
E' assim que vemos nas pseudo-maçonarias que têm existido e que
existem, baratear-se a investidura do Gr.-. 18.-., gráo que não é
conferido como oremio dtvido ao talento, á virtude, á honra, á pro-
bidade, aos serviços prestados; mas unicamente concedido como um
titulo para satisfazer a vaidade dos fatuos, ou como um engodo para
prender os que julgão que entre MMaç.\ os gráos trazem classes pre-
vilegiadas, que formem aristocracia e*plebe.
Muitas vezes estes gráos, têm sido resultado de uma venda ignóbil;
raras vezes tem sido unicamente concedidos como prêmio do mérito
e da inteüigencia.
Para crear adhesões, esse, bem como outros gráos, têm sido dados
por procuração, como se fossem graças honoríficas da realeza.
Mas em qualquer dos casos, em que esses grupos pseudo-maçoni-
cos, concedem os gráos, os agraciados apenas são possuidores de um
diploma, sem conhecimento algum do que significão taes gráos, nem
dos deveres que têm a cumprir para com a Maçon.-. e para com a
sociedade civil.
O Gr.-. Or.-, Braz.-., tratando da regeneração da Macon.'.,
reconstruido-a com toda a sua pureza, segundo o principio da
instituição; reformando os abusos e corrigindo os erros, que têm
feito decahir a Ord.-. do seu explendor, aviltando-a aos olhos
prof.v, o Gr.-. Or.-. Braz.-., dizemos, não podia deixar em oi-
vido a origem, importância e fins do Gr.-.; não podia deixar
em olvido, os serviços que os R.\ Cr.-, podem e devem pres-
tar á sociedade civil.
E, neste firme propósito de tornar a Maçon.'. uma realidade
que o Gr.-. Or.-. Braz,-. çgnfere o Gr.'. 18.\ com toda a so-
lemnidade. e com o cerem.'. ordenado pelo Rit.-, explicando
aos agraciados no acto de receberem o Gr.-., a sua historia phí-
losophica e deveres que lhe são inherentes,
E' assim que os agraciados podem bem comprehender a im-
portancia da graça que lhes é outorgada, do Gr,-, que lhes é con-
ferido, reconhecendo que não é uma decoração pueril de que se
vão a dornar ; mas sim, um novo compromisso que tomão em fa-
vor dos fins da instituição; em favor da caridade, da humanidade e
da liberdade.
E se algum se esquece desses deveres, não pôde allegar a igno-
rancia dos que possuem um igual Gr.-, dado pelos grupos pseudo-
maçonicos, que com tanta facilidade os distribuem, sem mais
instrucção, nem explicação, e nesse caso são mais criminosos, nas
faltas que praticarem e que os sujeitão ás penas das leis Maçon. •,
28 -
RESOLUÇÃO

OGr.-. Or.-. Brazileiro não reconhece legaes no Rit.-. Esc.-.


Ant.-. e Ac.-, nenhum dos corpos ou grupos Macon.*. que cxis-
tem nesta cidade do Rio de Janeiro, funccionando com o titulo
de OOr.-. do Rit.\ Esc,-., e não os reconhece, porque não só elles
se achão em opposição ás Leis Ger.-. do Rit.\, que transgre-
dirão e alterarão, como também não ensinâo nem cumprem os
deveres de verdadeiros Mac.-, expondo a instituição aos motejos,
sarcasmos, injurias e calumnias de seus adversários e dos prof.\
Por estas razões, em nome do Gr.-. Or.-. Braz.-., o Sob.-.
Gr.*. Capit.-. fez baixar a resolução de 18 do 4o m.\ Maçon.-.
do an.\ de 5870, que ainda se acha em vigor e que é do theor se-
guinte.
O Solb.*. Gr.'. Oap.'.
" ' "
DO R1T. . ANT. . E AC. .

Da obediência e em nome do Gr.-.Or.-. Brazileiro resolve :


Art. 1.° Todos os MMaç... de qualquer Rit.-. ou Gr.-, que forem
podem ser admittidos ao grêmio do Gr.-. Or.-. Braz.-. nos casos
seguintes ;
§ 1.° Provando por seus diplomas que Gr.-, possuem.
§ 2.» Sendo sujeitos ás Prop.-.e Syndic.-,, como determinão as
Leis Maçon.-. do Rit.-. Esc. Ant.-. e Ac.-.
Escossezando todos os MMaç.-. que forem de outro Rit.-.. não po-
dendo de então em diante'fazer parte de outro Circ, ou Rit.-.
como determina a Constit,-. do Rit.-. Esc. Ant.-. e Ac.-.
§ 3.° Pagando as ua Fil.\ ás OOff. •. doCirc. ás quaes forem per-
tencer.
Art. II. Todos os MMaç,-. admittidos ao grêmio do Gr.-. Or.-.
Braz.-:, na fôrma do Art.-. I. além de prestarem o juram. -. de-
terminado pelas Leis do Rit.-., prestaráõ mais o juram.-, de concor-
rerem para que se restabeleça a Maçon.-. do Rit.-, Esc. Ant.-. e
Ac. em toda a sua pureza.
Art... III. Por graça especial, são dispensados da joi.\ de Regular.-,
os MMaç.-. que assim se regulares.-.
Art. IV. São desconhecidas como illegaes todas as cubert.-.
impostas a Maçons do Rit.-. Esc.-. Ant,-. e Ac.-, pelos dois OOr.-,v
irregulares e illegaes no Rit.-. Esc-. Ant.-. e Ac.-.
Art. V. A presente Resolução assignada pelas sete
DDignid.-. do Sob.-. Gr.-. Cap.-., e referendada primeiras Secret.-. e
pelo
Chanc.-. da Legaç.-. do Gr.-. Or.-. Braz.-. será distribuída portodas
as OOff.-. e por todos os MMaç.-. do Império do Brazil, de qualquer
Rit.-. que forem, ou de qualquer Or.-. (mesmo irregular a que per-
tenção).
Cumpra-se, registre-se, imprima-se e publique-se.
Dada e passada em Sess. -. do Sob.-. Gr.-. Cap/. do Rit. •. Esc. -.
_. 39 _
Ant.\ eAc.-. da Obediência e cm Nome do Gr.-. Or.-. Braz.-. ao
Or.-. da cidade do Rio de Janeiro, Vai.-, do Campo da Acclamacão,
aos 18 dias do i" mez Maçon.-. doan.-. da V.-. L. 5870.
(Seguem-se as assignaturas)
Damos publicidade a esta Resolução, por ser ignorada por muitos
Ilrm.-. que pertencem aos Circ.-. irregulares que existem, e princi-
palmente no grupo existente ao Lavradio, restos do antigo e condem-
nado Apostolado, que sempre foi opposto ás doutrinas Maçon.-., e
que tem alterado a instituição em suas bazes e em seus princípios
e fins.
VViz.-.
Por vezes se têm apresentado no Gr.\ Or.\ Braz.-. com VViz.-.
e com diplomas do Lavradio, diversos membros daquelle grupo
irregular para assistirem aos trab. -. em Sess.-. Mas.-, do mesmo
Gr.-.Or.-.
Não têm sido admittidos esses MMaç.-. porque membros de um
corpo illegal e irregular participâo da mesma illegalidade, não poden-
do ter ingresso nos trabalh.-. regulares que elles não conhecem e a
que não podem dar o devido valor, porque o Lavradio, deixa os
seus sócios em perfeita ignorância do que é a Maçon.-., quaes os prin-
cipios em que se bazêa, quaes os fins a que attinge.
Esses Hr.-. não vêem ao Gr.-. Or.-, Braz.-. em boa fé para
assistirem á ceremonias que ignorão e cujo valor desconhecem.
E' simplesmente a curiosidade, mas curiosidade sem critério,
que traz esses Ilr.-. aos portaes do Temp.-. do Gr. -.Or.-. Braz.-.,
que guerreião e que maldizem, porque elle trata da reforma dos
abusos que commette a corporação a que pertencem porque suas
doutrinas são as da verdade para combater o erro e a falsidade
daquelle grupo irregular ; porque seguindo a vereda da lei e do
dever, quer a regeneração da Maçon. •. e com ella a regeneração
social, uma aviltada pelos successores do Apostolado, e outra
abandonada por aquelles que, se fossem MMaç.-. devião cumprir
os seus deveres, os deveres impostos pela instituição.
E' com razão que a entrada do Gr.-. Or.-. Braz°.\, tem sido in-
terdicta a esses MMaç.-. de um corpo de origem condemnada, e
que no seu passado e no seu presente, não têm dado provas de um
corpo Maçon.-.
»;E' com razão que a esses MMaç.-. tem sido interdicto o ingresso
aos trab. -. do Or.\ Braz.-. que elles não podem comprehender, por
falta de conhecimentos Maçon.-., e que, talvez, só pretendessem
occasionar scenas de desordem e confusão, segundo se pôde colligir
da hostilidade com que se tem pronunciado contra o Or. -. Braz.-.,
o grupo do Lavradio.
E' de lamentar que naquelle grupo existâo MMaç.-. de boa fé,
e que se suppõem muito e muito regulares, só porque têm um
titulo ou diploma, que já em si mesmo é irregular e nullo em
— 30 —

seus effeitos; ignorando, por falta de devida explicação o que é


Maç.*.
E' de lamentar, repetimos, que essa bôa fé, induza muitas illustra-
ções, muitos talentos, a crerem na fallaz legalidade de um corpo
illegal, que argumenta com princípios falsos, como o Vigilante de-
monslrará, destruindo um por um esses argumentos sem baze.
Mas se o Gr.-. Or.-. Braz.-. não permitte o ingresso a esses
MMaç.-. que confião que um diploma do Lavradio lhes dá entrada em
todas asOOffic*. Maçon.-., elle não recusada admissãoáassistência dos
seus trab.-. a todos os MMaç.-. que sob a garantia de um Maç.-. do
Gr.-. Or.-. Braz.-., mostrarem desejos de seguirem a verdadeira
senda Maç.-., de procurarem a L.\ da V.-. onde ella se encontra, de
exercerem a Maçon. •. em toda a sua puresa.
A esses MMaç.-., não só o Or.-. Braz.-. admitte como VViz. -.,
como até lhes proporciona os meios de se regular.-., e de serem rece-
bidos com amplexo fraternal, com a condição de que tendo por
norma de sua conducla Maçon.-., Deos e a Lei da instituição, con-
corrão com seus esforços para a regeneração e prosperidade da
Ord.-., bem como para a regeneração social, por meio dos actos cari-
dosos e philosophicos, que conduzem o homem ao conhecimento de
seus deveres, e de seus direitos; ao gozo da liberdade que lhes
vem de Deos; á correcçâo dos vicios; ao amor ao trabalho.
Nestas condições o Gr. -. Or.-. Braz.-. recebe em seu seio os MMaç.-.
que a elle se•. quizerem acolher, com. as formalidades que a lei exige,
e que o Or. Braz. •. respeita e faz respeitar, ensinando estes prin-
cipios aos seus membros, conduzindo os Ilr. -. a pratical-os por amor
á verdade e á dignidade do homem ; proclamando-os pela imprensa,
a bem da sociedade civil.
ORD.-. DOS TRAB.*.

A ord.'. dos trab.-. OOfficin.-. no Gr.-. Or.-. Braz.-. quanto ás


OOffic.-. existentes na sede do Or.-., acha-se detalhada pela se-
guinte fôrma :
Offic.•. Brazil : funcciona ás segundas-feiras.
Orne*. Perf.\ Amk.-. e Uni.-. Esc.-., funecionão ás terças-
feiras.
Offic.;. Estr,-, da Âiner.-. funcciona ás quartas-feiras.
OOffic.-. Triumph.-. do Brazil e Segred.-. e Ainiz.-., funecionão
ás quintas-feiras.
Offic*. Protect.-. das Ârt.-., funcciona ás sextas-feiras.
Offic. -. Cruz. •. do Sul, funcciona aos sabbados.
— 31 —
Eseolas Maçonicas
ir.
Se o Gr.-. Or.-. Braz.-. não a idéa de escolas nocturnas,
também não a combate porque partilha
reconhece que ella é útil, mas enca-
rada diversamente do que é
julgada pelos autores da idéa e dos gue
partilhao essa mesma opinião.
Sendo o principal fim das escolas não só
trucçao regular, como lambem dar uma educação proporcionar uma ins-
moral que habilite
e prepare a regeneração social, facto
sim com o tempo preciso, necessariamente que não se opera em dias, mas
cação, deve ser dada á infância e que essa instruccão e edu-
para a infância as escoWsó podem
ser diurnas. r
A educação não deve ser facilitada somente ao sexo marculino
mas lambem o que é essencial, ao sexo feminino; e ninguém
sustentar que as aulas para este sexo poderá
possâo ser nocturnas.
O leccionamento, para ser regular, occupa
pelo menos três a
quatro horas, e por conseqüência, as aulas começando o seu trabalho
as b horas, terão de estender-se até ás 9 ou 10 horas, o
versos e importantes inconvenientes. que traz di-
A primeira circumstancia a atender é
que essa hora de trabalho
para a infância, é anti-hygienica e altera a regularidade de vida quê
a intancia exige, prejudicando a saúde e sendo o
desordens mórbidas, que só d'ahi tirào a sua origem. germen de futuras
A criança de 5 ou 6 annos, que tem de applicar-se aos rudimentos
da instruccão, não pôde durante essas horas da noite, ter a neces-
sana applicaçâo, porque ellas lhe são necessárias ao repouso
nessa idade a natureza exige seja maior que
que no adulto -, e dilatando-se
o ensino até 9 ou 10 horas, o alumno infantil, só vai repousar
noite, e no dia seguinte perderá as melhores horas do estudo e alta
habito do despertar matutino que tanto convém á saúde ou se até o
ceder em contrario alterará a saúde, pela falta de um longo ; pro-
repouso
que a natureza infantil reclama, e que não pôde perder impunemente!
Na idade adulta, não existem os mesmos inconvenientes, e a
dade mesmo os pôde arrostar, porque o organismo puber-
já então pode re-
sistir a essas alterações a que mesmo se habitua.
Nestes casos, aos estudantes de curso elevado, se leccionar
nocturnamente, mas ainda assim, esse estudo nãojádeve pôde exceder a uma
ou duas horas, pelas mesmas razões hygienicas.
Argumentar-se-ha que muitos estudantes se applicão ás matérias
lectivas durante a noite, não ha duvida que assim é ;
porém esse es-
tudo é feito em completa liberdade, segundo as forcas individuaes
mesmo assim, se exceder a poucas horas deteriora a saúde- do e
não são poucos os exemplos que se encontão na clinica medica. que
Sem nos querermos servir de muitos outros argumentos,
saltão á menor observação que se faça a respeito, que re-
julgamos que vai
— 32 —

dito bastante para comprovar a razão porque as escolas do Gr.-. Or.\


Braz.-. são diurnas e não nocturnas.
Comtudo julgamos as aulas nocturnas não só úteis, mas também
necessárias, porém somente para adultos; e essas aulas, não para se-
guir methodicamente o ensino primário, desde o seu elemento rudi-
mental até ao seu complemento; mas sim para prelecções variadas
sobre differentes matérias, as quaes tenhão a duração de uma
ou duas horas. ( Continua. )

Expediente.
O Vigilante publica-se todos os domingos, excepto o de Paschoa.
subscreve-se e acha-se á venda, nas seguintes casas:
Rua do General Câmara n. 139 (Pharmacia.)
Rua de S. José n. 93 A (Loja de livros.)
Praça da Constituição n. 30 (Pharmacia.)
Sacco do Alferes, n. 141 (Pharmacia.)
Preço da assignatura.
PAGAMENTO ADIANTADO.

CORTE E N1CTHEROY.

Por anno 10*000


Por seis mezes • • • 6$000
províncias e exterior.

Por anuo 123000


Por semestre • • 7$000
Números avulsos -400
Para os senhores assignantes das Províncias, que tomarão assig-
naturas nos prospectos, antes da publicação do Jornal, vigórâo os
mesmos preços que para os senhores assignantes da corte.
As pessoas, não assignantes, a quem fôr enviado o Vigilante, [não
quereado recebel-o, tenhão a bondade170.de Nãodevolver o primeiro
o fazendo fica sub-
numero, á rua do General Câmara n.
entendido que são assignantes. -
A redacção do Vigilante, acceita artigos para serem publicados,
com tanto*que seja° escriptos por qualquer Ir.\ do Circ.\ e que
estejão redigidos convenientemente e no programma do jornal, para
o que sujeitar-se-hão ao juizo e censura da redacção.
Toda a correspondência com a redacção, pôde ser dirigidaá Rua
do General Câmara n. 170.

Typ. de J. A dos Santos Cardoso & Ihmao.— Rua de Gonsalves Dias,

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