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SIMULADO

PVS 2022
QUESTÕES DE HISTÓRIA
QUESTÃO 21
No século XIII, Mali era um reino islâmico e suas cidades possuíam mesquitas, bibliotecas e
escolas para o estudo do Corão. A Grande Mesquita de Djené, erguida em 1280, é o maior
edifício em adobe do mundo. Suas grossas paredes mantêm uma temperatura interior
agradável durante todo o dia, mesmo sob o Sol abrasador de 40 graus. Durante o Império,
Tombuctu tornou-se um importante ponto de comércio transaariano, ligando o Mali ao
norte africano e ao mar Mediterrâneo, onde foram erguidas a mesquita e a universidade de
Sankoré.
Reino islâmico de Mali, na África ocidental. In: https://ensinarhistoria.com.br/reino-de-
mali/ Acesso em 04 setembro 2022.

Figura: Extensão do Império Mali (séc. XIII a XV) https://ensinarhistoria.com.br/reino-de-mali/

No apogeu do Império de Mali, localizado na África ocidental, a cidade de Tombuctu ganhou importância como um(a)
(A) centro comercial e propagador da cultura afro-islâmica.
(B) região de intenso comércio que atendia as rotas internas do Império.
(C) centro bélico entre os diferentes povos e etnias do Império.
(D) local de passagem para os comerciantes de origem islâmica.
(E) centro de peregrinação religiosa para os muçulmanos.
QUESTÃO 22
Texto 1
De longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama.
Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com este em redor do
Sol. (...) Não duvido que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente, mas duma
maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar
alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por
matemáticos. COPÉRNICO, Nicolau. De revolutionibus orbium caelestium.
Texto 2
Com Copérnico a astronomia e a cosmologia eram ainda um campo teórico, mais explorado pela matemática e pela reflexão dedutiva, com Galileu e Kepler,
pouco mais de cinquenta anos após, elas já eram objeto de observações sistemáticas e apoiadas por instrumentos e experimentos arrojados. A mesma evolução
ocorre nos demais domínios do saber: Vesálio funda as bases da moderna anatomia através de suas dissecações de cadáveres; William Harvey demonstra o
mecanismo da circulação sanguínea por meio da observação direta e da comprovação empírica; Agrícola desenvolve pesquisas mineralógicas diretamente
aplicáveis às técnicas de prospecção e mineração; Leonardo da Vinci elabora pesquisas teóricas e projetos práticos nos campos da hidráulica e da hidrostática;
o mesmo faz Brunelleschi com a arquitetura e as técnicas de construção. SEVCENKO, Nicolau. O Renascimento. São Paulo: Atual, 1994, p. 14. (Discutindo a história)
Entre os textos de Nicolau Copérnico e Nicolau Sevcenko, há uma distância de cinco séculos. Enquanto o primeiro foi escrito por um homem do renascimento,
no século 15, o segundo foi escrito por um historiador, no século 20. Mesmo com a distância temporal, ambos afirmam que a ciência deveria
a) assimilar as teses defendidas pela tradição religiosa.
b) estar submetida à teologia católica romana.
c) usar a observação e a experimentação para compreender e explicar a natureza.
d) conviver com as teses defendidas pelas lideranças religiosas.
e) superar as contribuições teológicas, eliminando qualquer colaboração com elas.
QUESTÃO 23
O intercâmbio cultural entre os povos andinos e amazônicos vinha de milênios de convivência. Habitando áreas
geográficas próximas, compartilhavam costumes, línguas, canções, histórias e sabedorias. A floresta tropical
comportava um número expressivo de habitantes e a dinâmica social dos grupos lá estabelecidos era bem mais
complexa do que se pensava. O Império Inca, por sua vez, precisou ter uma postura flexível e diplomática para
tentar conquistar os povos indígenas que viviam na Amazônia ocidental. Extensas e antigas redes de comércio de
longa distância ligavam Andes e Amazônia, permitindo um fluxo constante de produtos procedentes das duas áreas.
Enquanto penas, algodão, tecidos e plantas subiam a cordilheira, metais (machados de cobre) e tecidos de lã
desciam para a floresta.
BERTAZONO, Cristina. A cordilheira e a floresta. In:https://web.archive.org/web/20160419000101/ http://rhbn.com.br/secao/capa/a-
cordilheira-e-a-florestaAcessoem04 setembro2022.

O texto afirma que o contato entre as sociedades andinas e os povos da Amazônia, ao longo dos séculos, ocorreu a
partir da
(A) superioridade política e econômica dos povos andinos.
(B) imposição sociocultural das sociedades amazônicas sobre as andinas.
(C) constituição de relações de trocas no campo econômico, cultural e político.
(D) necessidade de sobrevivência dos povos andinos e amazônicos.
(E) convivência da cultura andina e amazônica sem diferenças socioeconômicas.
QUESTÃO 24
(...) é importante escapar de uma armadilha recorrente, que implica entender a escravidão no Brasil como um modelo de trabalho
quase a-histórico, espécie de evolução natural, que desconsidera contextos, especificidades ou variações. A escravidão — indígena e
africana — esteve presente, de modo combinado e diverso, em várias partes do Brasil, e apresentou diferentes feições econômicas,
culturais e demográficas.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e GOMES. Flávio dos Santos (orgs.). Dicionário da escravidão e liberdade: 50 textos críticos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 21.

No texto acima, os autores ressaltam a coexistência da escravidão africana e indígena ao longo dos períodos colonial e imperial no
Brasil, que pode ser explicada a partir
a) da tensão entre comerciantes portugueses envolvidos no tráfico de africanos escravizados e as elites coloniais, mais interessadas na
escravização dos indígenas.
b) das condições econômicas e demandas de mão de obra em cada região do Brasil, que se desdobravam na presença de escravizados
africanos e indígenas em maior ou menor escala.
c) do interesse da Coroa portuguesa e, posteriormente, do Império em estimular as duas formas de escravidão para benefício
econômico.
d) da presença da escravidão indígena na mesma escala que a africana, principalmente nas regiões de produção açucareira.
e) da densidade demográfica dos indígenas, que permitia uma mão de obra disponível, sendo acrescida dos africanos escravizados
trazidos pelo tráfico atlântico.
QUESTÃO 25
(...) pode-se inegavelmente atestar como a revolução haitiana contribuiu para a emancipação das colônias espanholas e
como foi bem-vista pelos rebeldes anticolonialistas. Mesmo assim, o Haiti não era exemplo a ser seguido pelas nações
recém-independentes da América: aqueles que tinham recebido ajuda dos haitianos deixaram a ilha isolada, pois ela
inspirava mais medo do que admiração pelas “novas” classes que haviam conquistado o poder político.
NASCIMENTO, Washington Santos. Além do medo: a construção de imagens sobre a revolução haitiana no Brasil
escravista (1791-1840). Cadernos de Ciências Humanas - Especiaria.
Ilhéus, v. 10, n.18, jul. - dez. 2007, p. 469-488.
A característica da emancipação haitiana que explica o temor das elites americanas é o(a)
a) adoção do sistema político republicano, que poderia trazer instabilidade às nações recém independentes.
b) desenvolvimento de uma política expansionista, que ameaçava a soberania das nações vizinhas.
c) estabelecimento de uma agricultura intensiva e mecanizada, que competia com a dos demais Estados da região.
d) abolição da escravatura através de uma revolução negra, que poderia inspirar movimentos semelhantes no
continente.
e) opção por um modelo federalista, que poderia gerar fragmentação territorial.
QUESTÃO 26
É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste
nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o
direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não
teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder.
Barão de Montesquieu. Do Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).

A característica de democracia ressaltada por Montesquieu no texto acima diz respeito ao(à)
a) conquista da cidadania pelo indivíduo quando toma as decisões por si mesmo.
b) condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
c) possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, ser livre da submissão às leis.
d) livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.
e) direito do cidadão de exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
QUESTÃO 27
Em 1917, os operários de São Paulo realizaram a maior greve ocorrida na Primeira República. O movimento começou com a
paralisação de algumas fábricas da Mooca e do Ipiranga, bairros da capital paulista, e ganhou proporções maiores nos dias
subsequentes. Em uma das manifestações de trabalhadores na porta da fábrica de tecidos do grupo Matarazzo, a polícia abriu
fogo contra a multidão e baleou o operário José Martinez que não resistiu aos ferimentos e veio a morrer no dia seguinte.
Em 1920, em São Paulo, 51% dos operários eram estrangeiros, enquanto no Rio de Janeiro eles totalizavam 35%. A maioria
desses trabalhadores e trabalhadoras eram influenciados pelas seguintes doutrinas
a) Socialismo, que propunha a criação de uma sociedade igualitária, sem classes sociais – Anarquismo, que defendia a criação
de uma sociedade com Estado proletário forte e intervencionista.
b) Socialismo, que propunha uma sociedade baseada na distribuição do lucro através do controle extremo do mercado -
Anarquismo, que defendia uma sociedade igualitária, sem Estado e autorregulatória.
c) Socialismo, que propunha a criação de uma sociedade igualitária, sem classes sociais e com os trabalhadores no poder –
Anarquismo, que defendia uma sociedade igualitária, mas diferentemente dos socialistas, almejava o fim do Estado.
d) Socialismo, que propunha uma sociedade baseada da distribuição justa dos lucros com os trabalhadores no poder –
Capitalismo, que propunha uma sociedade regulada pela distribuição meritocrática da produção com os trabalhadores
como protagonistas.
e) Capitalismo, que propunha uma sociedade igualitária, sem classes e com trabalhadores no poder – Anarquismo, que
propunha uma sociedade igualitária sem Estado seguindo o princípio contrário à existência de qualquer tipo de governo.
QUESTÃO 28
Certo dia de eleição, na pitoresca cidade de Pacatuba […] cobriu-se de luto uma família de muitos filhos […]. O pai foi
assassinado depois de uma discussão acalorada em defesa do chefão político. Tombou o pobre homem, que fora arrastado
como um autômato para votar, ou, por outra, servir ao coronelão, homem dono do engenho e senhor de grande prestígio.
Queria agradar unicamente. Não tinha outro objetivo senão esse. Mal sabia assinar o nome […]. Para ele, aquele dia era de
festa, uma semana antes recebera um par de botinas, uma camisa de chita e um chapéu de palha desabado.
ATAÍDE, Raimundo de. Recomendações de um leitor que nuca votou. In: NEVES, Margarida de Souza; HEIZER, Alda. A
ordem é o progresso: o Brasil de 1870 a 1910. São Paulo: Atual,
1991, p. 71-72. (História em documentos)
Com a chegada da República no Brasil, as lideranças políticas estaduais passaram a ter enorme poder através
a) da Guarda Nacional, composta por cidadãos armados e fardados pertencentes ao exército que coagiam o eleitor.
b) dos governadores de estado que usavam a troca de favores e corrupção eleitoral para derrotar as oligarquias regionais e
eleger seus candidatos.
c) das oligarquias estatuais que faziam alianças entre si isolando os líderes locais e o governo federal para manipular o voto
e se manter no poder.
d) dos coronéis, que induziam eleitores a votar em seus candidatos através da troca de favores e do voto do cabresto.
e) dos governadores estatuais que faziam alianças entre si e elegiam seus candidatos, retribuindo favores através de verba
para construção de escolas, igrejas e praças.
QUESTÃO 29
A Primeira Guerra Mundial representou um impacto significativo na vida de
mulheres e homens que atuaram diretamente ou indiretamente no conflito. Nesse
contexto, o presidente estadunidense Woodrow Wilson propôs um acordo defendendo
uma paz sem vencedores após o conflito. Porém, acabou vigorando uma proposta
diferente com o Tratado de Versalhes (1919) que
a) proibiu Itália, Rússia e Alemanha de se desenvolverem militarmente.
b) dividiu a região da Alsácia-Lorena entre a França e Estados Unidos.
c) pagou uma indenização aos trabalhadores e trabalhadoras que contribuíram na
guerra.
d) estabeleceu o direito de cada povo escolher seu próprio destino.
e) obrigou a Alemanha a pagar uma vultosa indenização de guerra.
QUESTÃO 30
O fascismo teria acabado? Haveria a possibilidade de um Quarto Reich ou algo equivalente estar sendo gestado? Em
termos mais modernos, existiriam condições nas quais algum tipo de neofascismo poderia vir a se tornar um agente
poderoso o suficiente para exercer influência sobre as políticas de um sistema de governo? Nenhuma pergunta é mais
insistente ou perturbadora num mundo que ainda sofre as dores dos ferimentos infligidos a ele pelo fascismo, no
período entre 1922 e 1945.
PAXTON, Robert O. A anatomia do fascismo. São Paulo: Paz e Terra, 2007, p. 283.
O desemprego e a falta de esperança experimentados pelos europeus após a Primeira Guerra Mundial favoreceram o
surgimento de políticos e partidos autoritários que acusavam as democracias liberais de serem incapazes de resolver os
problemas da população. Nesse contexto, o fascismo se fortaleceu com a proposta de rejeitar a/o
a) democracia, o liberalismo e o socialismo.
b) violência e participação de mulheres como chefes de Estado.
c) perseguição a ideias contrárias ao líder.
d) nacionalismo exacerbado e subordinação do indivíduo ao Estado.
e) subordinação do indivíduo ao Estado em favor da coletividade.

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