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Revolução Verde

Professora Juliana Sena Calixto


IF Sudeste MG – Campus Muriaé
 REVOLUÇÃO VERDE
 A chamada Revolução Verde foi um programa que
tinha como objetivo explícito contribuir para o
aumento da produção e da produtividade agrícola
em todo mundo, através do desenvolvimento de
experiências no campo da genética vegetal para a
criação e multiplicação de sementes adequadas às
condições dos diferentes solos e climas e
resistentes às doenças e pragas, bem como da
descoberta e aplicação de técnicas agrícolas ou
tratos culturais mais modernos e eficientes.
 (BRUM, 1988, p.44)
 A Revolução Verde é baseada em tecnologias
genéricas (fertilizantes químicos, máquinas,
equipamentos, agrotóxicos e poucas espécies de
plantas) que podem ser utilizadas em
praticamente todos os lugares do mundo (pacotes
tecnológicos).

 Isso facilitou seu processo de difusão/adaptação,


tornando possível a adoção quase imediata dessas
tecnologias. O resultado desse processo foi a
“homogeneização biológica e social” da
agricultura comercial mundial (Buttel,1995;
Goodman et al., 1987).
Três princípios básicos do
paradigma da Revolução Verde
 Fertilizantes de síntese química;
 Venenos contaminantes (agrotóxicos);
 Monoculturas.

 (Pinheiro Machado, 2017)


 As tecnologias relacionadas com a Revolução Verde
não são "escala - neutras". Elas não só exigem
uma escala mínima para tornarem-se
economicamente viáveis, como também
apresentam ganho de escala, isso é, quanto maior
a quantidade produzida, menores serão os
custos proporcionais de produção.



 Ao mesmo tempo, são tecnologias muito
exigentes em capital e poupadoras de mão-de-
obra.

 Dependem violentamente de recursos externos à
propriedade, seja do ponto de vista da energia
consumida (basicamente derivados de petróleo
e energia elétrica), seja dos equipamentos e
insumos necessários.

 É um pacote tecnológico desenvolvido para a
produção em larga escala, em grandes
monoculturas. (Ahmed et al., 1992; Ehlers,
 Cerca de 85% dos imóveis rurais brasileiros tem área
inferior a 100 ha (Silva, 1992).

Êxodo Rural
Quadro – Variação da população brasileira de
1950-2000 com a estratificação rural-urbana

1950 ●
2000 ●
Variação %

Pop. Total ●
51.944.397 ●
169.590.093 ●
+226,48

Pop. urbana ●
18.782.891 ●
137.755.550 ●
+631,96

(36,82%) ●
(81,23%)

Pop. Rural ●
33.101.506 ●
31.835.143 ●
- 4,00

(63,18%) ●
(18,77%)

Pinheiro Machado, 2017. Dados obtidos do IBGE.


 O regime militar foi capaz de “modernizar” o
campo brasileiro, sem alterar o elevado
grau de concentração de terras que
caracterizava (e caracteriza) a estrutura
agrária nacional. Por essa razão, o processo
de modernização levado a cabo no Brasil é
conhecido como “Modernização
Conservadora” (Silva, 1992).
 O livro Primavera Silenciosa (“Silent Spring”), de Raquel
Carson, publicado em 1962, foi a primeira crítica aos
efeitos ecológicos da utilização generalizada de insumos
químicos/industriais na agricultura.
 Nos anos 70, outros autores ampliaram estas críticas,
incluindo a questão do crescimento das desigualdades
econômico - sociais como resultado da Revolução Verde
(Kloppenburg, 1991).
 Outras consequências da disseminação deste modelo de
produção:


erosão de solos;

contaminação da água por agrotóxicos;

eutrofização da água pelo uso de adubos químicos;

aumento no número de pragas e doenças;

destruição de habitats naturais;

erosão genética e

aumento da instabilidade econômica e social nas
comunidades de agricultores familiares.
1.1 – Cultivo intensivo do solo

- áreas são aradas ou cultivadas diversas vezes


por ano
-
- as terras ficam sem cobertura por longos períodos
(erosão)
-
- maquinaria pesada sobre o solo (compactação)
-
- redução da matéria orgânica (redução da fertilidade
e degradação da estrutura)
Solos degradados...
1.2 – Monocultura

- criam economia de escala

- adequam-se ao modelo proposto

- favorecem o cultivo intensivo do solo, a aplicação


de
fertilizantes, irrigação, controle químico de pragas e
as variedades especializadas de plantas

- forte relação com os agrotóxicos, pois vastos


cultivos da mesma planta são mais suscetíveis a
ataques devastadores de pragas específicas e
requerem proteção química

- Redução da Biodiversidade
1.3 – Utilização de fertilizantes sintéticos

- podem ser aplicados fácil e uniformemente nas culturas

- satisfazem as necessidades das plantas a curto prazo,


mas se ignora o longo prazo

- seus componentes são lixiviados do solo


(eutrofização, contaminação de águas subterrâneas)

- os agricultores não têm controle dos seus custos.


1.4 – Irrigação

- o fornecimento adequado de água é fator limitante para


a produção de alimentos

- o bombeamento das águas subterrâneas muitas vezes é


mais rápido do que a renovação de seu estoque pelas
chuvas

- aumenta a possibilidade de lixiviação de fertilizantes das


lavouras para cursos d'água

- pode aumentar acentuadamente a taxa de erosão do solo


1.5 – Controle Químico de “pragas e ervas adventícias”

- prometiam aos produtores uma forma de livrar suas


lavouras das ameaças aos cultivos, de uma vez por todas;

- agrotóxicos podem baixar dramaticamente a população de


pragas a curto prazo, mas como também matam seus
inimigos naturais, essas populações podem se recuperar
e alcançar números ainda maiores que antes,
necessitando de mais produtos químicos para
controle; aumenta a resistência das pragas aos compostos

-“ a rotina dos agrotóxicos”

-aumenta os custos de produção

- efeitos negativos profundos no ambiente e sobre a


saúde humana
1.6 – Manipulação de genomas de plantas

- produção de sementes híbridas

- variações híbridas requerem condições ótimas a fim de


atingir seu potencial produtivo

- falta a elas a resistência natural às pragas

- não produzem sementes com o mesmo genoma de


seus pais

- transgênicos (recombinação de genomas de plantas


com genes oriundos de diversos organismos)

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