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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU – UNINASSAU

CENTRO DE SAÚDE: CURSO DE PSICOLOGIA- 10º MA

FICHAMENTOS

MARYANA BATISTA DA SILVA

01157702

RECIFE

2019
A noção de diagnóstico em Psicanálise

O texto remete de onde começou a observação de diagnóstico, quando


relembra o método terapêutico Breuer faz com que Freud tire conclusões
importantes. Freud estabelece que, na clínica psicanalítica o diagnostico é
necessário para à condução da cura, mas que só se estabelece e só se
confirma após certo tempo de tratamento.

Que mesmo sendo tão paradoxal faz parte de como ele é constituído na
psicanálise. Quando se trata do termo diagnóstico é impossível não se lembrar
da clínica médica, onde podemos entender minuciosamente como se constitui
o seu diagnóstico. É consistente em um diagnostico etiológico e diferencial, que
não apenas contribui para o prognostico funcional e vital da doença, mas em
como trata-la.

Trazendo agora para o diagnostico em psicanálise, é necessário, como


diz Freud “para à condução da cura”, mas considera-se importante para o
descobrimento da causa que levaria a pensar em um tratamento para a cura.
Por isso ele pontuou que para se confirmar, é necessário o tempo de analise.

Sendo importante assim dizer que, são clínicas diferentes, pois não tem
como dizer o nome de uma doença, se que antes haja um tempo de avaliação
do sintoma. Diferente no sentido de que a clínica médica não necessita desse
tempo, pois a mesma consegue ter através de subsídios investigativo um
diagnostico orgânico da doença, que se contrapõem ao tempo de investigação
inconsciente e psíquico.

A aproximidade de ambas clínicas em noção do diagnostico, são


apenas na forma de cada uma trabalharem com um método de descobrimento
na causa do adoecimento, mas que no todo cada uma é singular. Na clínica
médica trabalha-se com a investigação anamnestica que recolhe os fatos e
com a investigação armada que reúne informações com ajuda de mediadores
técnicos, instrumentais, biológicos e etc.

Na clinica psicanalítica é impossível uma determinação assim do


diagnostico por causa da estrutura de personalidade de sujeito, pode assim
dizer que a entrevista preliminar é a partir da escuta e acolhimento. A entrevista
armada na noção da clínica psicanalítica o material é disponibilizada a partir do
sujeito e é essencial a partir da fala. Sendo assim, não se produz um
diagnostico que não seja disponibilizado pelo sujeito!

Na clínica médica se não se sabe da doença, se usa instrumentos


materiais técnicos, como maquinas e entre outras coisas, sem
necessariamente o sujeito falar, já na clínica psicanalítica é impossível que se
tenha um descobrimento da doença se o uso da fala e da escuta. “A fala esta
vem por meio das palavras às quais são saturadas de mentiras e tem o
imaginário como parasita.” A avaliação do diagnostico é subjetiva e essencial
que seja, tomando apoio na subjetividade do analista.

A clínica médica é lida como uma implicação lógica o que faz com que
seja extremamente oposta a clínica psicanalítica e a noção do diagnostico, a
única lógica que existe no diagnostico psicanalítico é a escolha do tratamento
que é singular. Freud deixou alguns aprendizados no problema do diagnostico;

O primeiro diz sobre a impossibilidade do diagnostico ser elaborado


sem antes existir um tempo na analise, mas é importante ter o mais rápido para
decidir a orientação da cura. No segundo momento é orientado para que seja
suspendida as intervenções de valor terapêutico, passando apenas a escutar e
acolher o sujeito.

Trata-se do cuidado do analista, tendo a principio a percepção de que


não se intervém em um neurótico como se intervém em um psicótico, pois são
estruturas diferentes e que precisam ser observadas, não se faz necessário o
uso de intervenção terapêutico enquanto não se tem um diagnostico, pois
tratando-se de intervenções terapêutico, seria muito perigoso intervir sem ter a
noção desse diagnostico que caberia executar de acordo com suas
singularidades estruturais.

No terceiro, fala sobre a importância do tempo dedicado na observação


do curto tempo da entrevista preliminar. Que remete a dedicação do analista
em observar e escutar a demanda do sujeito e nisso atentar para a
identificação da estrutura, deixando claro que esse curto tempo é impossível
ser elaborado um diagnostico, por isso é necessário a observação para ser
identificado nos outros tempos de análise.

Freud deixa clara a importância do discurso livre, é nesse discurso que o


analista deve escutar de uma forma apurada e identificar o que o sujeito fala e
o que é da ordem do dito, o que pontuou que é importante a mobilização
imperativa da escuta. É importante o discurso livre sem que o analista interfira
na fala do sujeito que por sua vez é inerente ao desenvolver do diagnostico.

Por que é importante a observação do analista e por que é uma


problemática do diagnostico o que o está na ordem do dizer e do dito? Como
foi falando anteriormente no inicio do texto, a fala chega em um discurso
fantasmático, ou saturado por mentiras e até mesmo em que o sujeito dá
testemunho da sua cegueira, como diz o autor, então, não é pertinente avaliar
e diagnosticar em seu primeiro contato e escuta do paciente.
Sintomas, diagnóstico e traços estruturais

Esse capitulo inicia falando sobre a prática clínica que por sua vez
precisa de uma correlação entre as causas dos sintomas e o diagnóstico e que
sem esse entrelaço de ambos não é possível para os sucessos terapêutico. Se
esse dispositivo se mostra capaz e eficaz, significa que o corpo responde ao
funcionamento.

Existe um determinismo orgânico, segundo o autor, que diz que quanto


mais aprofundado, mais as causas e feitos se multiplicarão e mais a
especificação do diagnostico se afina. Ou seja, é necessário compreender e
investigar por meio da escuta as causas dos sintomas, como aconteceu para
desenvolver do sintoma e a partir disso o diagnostico que ambos contribuem
ainda mais para novos dispositivos terapêuticos que mediará na cura.

Os dispositivos quando são utilizados a partir do que se compreendeu


sobre os sintomas e a avaliação diagnostica o sujeito corresponderá ao
funcionamento e ao processo terapêutico e cada vez mais será compreendida
os traços estruturais do mesmo. Diferentemente da terapêutica psíquica, a
terapêutica médica consiste nas ocorrências causais orgânicas, já na psíquica
não se trata de determinismo, pois não existem previsões para garantir como
nas que envolve o orgânico.

É a partir da fala que se observa a estrutura, o que não se pode prever


um diagnostico sem que a informação venha do paciente, diferentemente da
médica, que é necessários exames partindo do médico em que a partir disso
possa existir um diagnóstico. Nem tudo é possível ao sabor do desejo das
fantasias de cada um, essa foi a frase usada pelo autor, ou seja, para
simplificar, apenas com a estrutura pode ser desenvolvido o diagnostico, não
há diagnostico sem a escuta do desejo do outro, ou até de desejar não desejar.

A dinâmica do inconsciente não se desenvolve a partir de uma


explicação lógica entre a estrutura do sujeito e a manifestação do sintoma, pois
a dinâmica diagnostica é importante que haja uma cadeia de procedimentos
intrapsíquicos e intersubjetivo. É como pensar no quanto falho seria um
diagnóstico baseado em hipóteses, porque não é esse o trabalho da
psicanálise, não como uma lógica, mas com as questões mais profundas e
subjetivas do sujeito que assim no determinado momento o analista perceberá
qual é sua estrutura e assim pontuando o diagnóstico.

Outra questão muito interessante citada no texto, retrata a questão do


cuidado diagnóstico, porque não dá para diagnosticar a partir das experiências
cotidianas, como faladas anteriormente, é necessário observar as questões
intrapsíquicas e intersubjetivas, para poder então diagnosticar, afinal, como diz
o autor e como está na teoria, o exibicionismo não é próprio do perverso, pois
esse sintoma também está atrelado a histeria. Então é necessário esse
cuidado, porque como no primeiro tópico foi falado, que para prosseguir com o
processo é necessário diagnosticar, pois só assim o processo poderá
desenvolver um percurso. Acredito que seria perigoso fazer intervenções e dá
continuidade a um processo com um diagnostico equivocado.
A função paterna e as estruturas psíquicas

É em torno dos amores edipianos que se pode dizer que o sujeito


escolheu sua própria neurose, a partir da vivencia em que o sujeito traça com a
função fálica, ou melhor, com a função paterna. Da mesma forma que essa
relação é de ordem, é também de desordem, pois a estrutura psíquica é
determinada de uma vez por todas.

Para entender o diagnóstico na clínica é importante compreender essa


relação em que o sujeito negocia sua relação com o falo, sua adesão com
relação ao desejo e a falta. Compreender essa dinâmica do ser e do ter é
retomar a dinâmica edipiana em que o sujeito se identifica com a mãe, logo em
outra posição se o sujeito renuncia a identificação e aceita, então, há a
castração simbólica, ele tende a se identificar com o sujeito suposto não tê-lo
ou tê-lo.

Esse momento de simbolização é crucial para a estruturação, tanto por


um como por outro. Nas interferências dos desejos recíprocos da mãe, do pai,
da criança em relação ao objeto fálico. Sendo assim acontecem as estruturas:
Histéricas, perversas, obsessivas e psicóticas. Não dominamos a estrutura,
pois uma coisa é ela ser irreversível, outra é a economia do seu
funcionamento, pois ela é sujeita a variações. Somos sujeitos do efeito do
significante, é nesses efeitos do significante que a estrutura trabalha.

A função fálica tem seus protagonistas, que é o pai, a mãe, a criança e o


falo. Lacan diz que, para fazer psicanálise precisaria saber pelo menos contar
até três. No caso a partir do um, então, implica dizer que até quatro, ou seja,
elemento quarto o falo, que se trata unicamente do sujeito controlar o seu
desejo com referência ao desejo do outro. É a partir do falo que o desejo do
pode ter uma continuidade de se constituir.

A função fálica é caracterizada pelo significante fálico, onde a criança se


identifica com o objeto único de desejo de sua mãe, esse é o primeiro momento
e decisivo para o questionamento da identificação fálica. A figura paterna não
se trata de figura paterna, mas da instancia que media o desejo. Na instancia
do desejo esse pai, designa a função paterna que nada mais é que, a função
fálica que todo o simbolismo supõe.

É importante vetorizar o desejo da criança em relação a esta instância


simbólica mediadora, parafraseando com o autor. Identificando o pai simbólico,
o pai imaginário e o pai real. O pai real não é o mesmo presente na função
edipiana, o real é aquele que ocupa o lugar de genitor, já o da função edipiana
é o imaginário onde a criança tem interesse de perceber de acordo com a
economia do seu desejo, na qual consegue uma representação a partir do
discurso da sua mãe. O pai simbólico está sustentado entre o real e o
imaginário o que se resume na função paterna.

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