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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

CLINICA PSICANALITICA

CAMPUS TOM JOBIM

Trabalho de av2

2019.1

Professor: Maicon Pereira da Cunha

Luana Lago dos Santos – 201403079897

Monica de Almeida Nery - 201202269231


Entrevistas Preliminares em Psicanálise e sua importância

Como em qualquer aborgadem da Psicologia, em psicanálise não é


diferente da importância das entrevistas preliminares.

As entrevistas preliminares nem sempre tiveram essa nomenclatura.


Inicialmente Freud a chamava de “Analise de Prova” ou “tratamento de ensaio”.

Para Freud (1913) para que a analise aconteça, é necessário que se


atinja um determinado objetivo, sendo esse o que acontece no qual seja
possível traçar um caminho para que o analista possa cumprir sua promessa
de cura.

No texto “sobre o inicio do tratamento” fala-se da pratica de um


tratamento de ensaio, a fim de evitar a interrupção da analise, o objetivo seria
conhecer o caso e decidir sobre a possibilidade de uma “analisabilidade”. Neste
período Freud denominou de tratamento preliminar o que é considerado até
hoje a regra fundamental da associação livre.

Nesse primeiro momento ocorre o primeiro contato entre o analisando e


o analista, etapa essa importante para o restante do processo de analise.

Esse primeiro contato irá abrir espaço para a transferência, que até o
momento não está de fato instalada. Isto não significa que a transferência não
ocorreu, esta ocorre sim, porém de maneira rasa, superficial e que vai se
consolidar no decorrer do processo. A princípio, quando o paciente voltar na
próxima sessão. Como sabemos, a transferência é a pedra fundamental para o
tratamento, e esta pode ser positiva ou negativa, e com isso temos a relação
de amor e ódio, que são considerados afeto para a psicanálise.

O paciente busca a analise com o intuito de cura, livrar-se do sintoma, e


espera ajuda nessa empreitada, alguém que ele acredita saber de suas dores e
pode tratá-lo. As entrevistas iniciais servem para investigar os motivos que
levaram o paciente aquela consulta. Contribuindo para que o analista elabore
hipóteses iniciais. É nesse primeiro contato que o analista detecta o que é
possível ou não ser “tratado” em termos psicanalíticos.

A postura do analista se volta totalmente para a escuta ao discurso do


sujeito, mantendo segundo Freud, a atenção flutuante. Este discurso é
diferente dos outros, pois dá um sentido novo aos ouvidos do Psicanalista. É o
posicionamento que vai determinar apenas para tamponar o sofrimento
psíquico ou trazer à tona a subjetividade do sujeito. Sendo assim, o analista
não deve criar interpretações precipitadas, pois é o paciente que dá sentido o
seu experiências.

Justamente nesse primeiro momento que o analista entra em contato


com esse “candidato” a analise formando-se assim uma dupla escolha. Outra
função das entrevistas preliminares compreende a função diagnostica, que
segundo Freud, para começar o tratamento, deve existir razões diagnosticas,
como nos casos de sintomas histéricos ou obsessivos.

Sobre o tempo das sessões de analise considera-se relativo, é o tempo


do inconsciente que determina. O silêncio é de extrema importância nas
entrevistas iniciais, pois o analisando pode falar através do olhar, do gestual, e
mesmo que ele fale coisas aleatórias, o analista já pode usar isto como um
gancho, para o início da analise. Exemplo: O paciente está calado há um
tempo, e “do nada” pergunta sobre a tomada na parede, nesse momento o
analista já pode questioná-lo sobre isto, o que aquela tomada significa pra ele,
etc.

Também se deve deixar definido desde o inicio as questões financeiras,


como valores, pacotes, reposições em caso de falta, etc. Freud no texto “sobre
o inicio do tratamento” nos deixa claro que a forma como o sujeito se relaciona
com o dinheiro, diz muito sobre como ele se relaciona com o mundo.

Em suma queremos, dizer de forma breve e simplista, que não só nas


entrevistas, mas no decorrer das sessões, deve ser estabelecido um vinculo
analista /analisando para que só então se estabeleça a transferência. É o
analisando que conduz a analise através da fala, ainda que o analista faça
intervenções. O processo de analise se dá a posteriore.
Referencias:

BUENO, C. M. O.; SANTOS, R. N. Entrevistas preliminares e transferência: sua


importância para o atendimento clínico. Disponível em:
http://www.institutoexpansaosistemica.com.br/f/userfiles/file/Artigo
%20Romualdo.pdf

FREUD, S. Sobre o início do tratamento (Novas recomendações sobre a técnica da


psicanálise I) (1913). FREUD ONLINE

Entrevistas preliminares: Marcos orientador do tratamento psicanalítico.

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