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Epílogo
Sobre a Autora
Uma Amante Secreta
Um Romance
de Harém Reverso
Krista Wolf
Capítulo 1
JULIANA
O interior do prédio era quente e acolhedor, muito diferente do frio e
impessoal que eu esperava. Parecia os fundos de um museu, ou
mesmo de uma biblioteca. Carpetes e plantas estrategicamente
dispostas nos guiavam pelo corredor enquanto eu seguia a mulher
vestida com apuro à minha frente.
Ela parou diante de uma porta de vidro fosco, dando três batidas
secas e abrindo seu melhor sorriso falso. Após olhar rapidamente
pela fresta da porta, ela finalmente a abriu.
– Sra. Emerson?
– Por favor.
– Obrigado por vir tão prontamente – disse ele com voz suave,
macia.
Episódio. Caralho.
Seis meses!
Não.
– Não. Cansei.
Capítulo 2
JULIANA
As portas do elevador abriram-se com suavidade no décimo sexto
andar para o lobby de vidro da Shameless Marketing. Gente
caminhava apressada por todos os lados, sumindo atrás de mais
portas de vidro. Eles levavam notebooks, pastas, até apresentações
inteiras debaixo do braço.
Porra.
A estrada até ali fora longa e tortuosa. Cerca de oito anos atrás, eu
conseguira meu primeiro cliente importante num golpe de sorte, por
meio
de uma aposta tudo-ou-nada que no fim deu muito certo. A partir daí
eu fizera a empresa crescer expandindo sempre que podia,
reinvestindo cada centavo que entrava. Correndo risco após rico
para manter os funcionários, muitas vezes pagando salários do meu
bolso.
Ele deslizou o copo grande de latte na minha mesa com uma mão
forte e experimentada. Eu peguei o copo e bebi bastante.
Aric riu.
– É isso aí.
– Nada.
Ri pelo nariz.
– E por quê?
– Bom, você tem uma casa linda – disse eu. – E um bom marido.
– Sempre.
– Sério?
Aric não era só meu braço direito, ele era os meus dois braços. Ele
administrava tudo na Shameless que eu não administrava, e talvez
até algumas coisas que eu administrava.
– Acho que é por isso que ainda estou esperando... – disse ele –
Você sabe. A hora certa.
A hora certa...
Ele olhou para o nada por cima do meu ombro. Ou talvez olhasse
para algo ou alguém através da parede de vidro.
– Aric?
– Sim, chefe?
– Quero que você tire o resto da noite de folga – disse eu. – Use o
cartão preto. Leve seu marido para jantar num restaurante bom, por
conta da empresa.
– Sério?
O rosto dele ficou vermelho vivo com todos esses elogios. Desviei o
olhar, com medo de ficar da mesma cor.
– Caralho, chefe – disse ele. – Não ligo para o que dizem de você,
você é...
Capítulo 3
JULIANA
Há boas decisões e há más decisões, cada uma com suas
consequências. Para as mais importantes, eu fazia a due dilligence.
Eu agonizava, pesquisava, estudava os dados até ter certeza de
estar fazendo a coisa certa, e não potencialmente cometendo um
erro.
– Um pouco mais?
Ainda bem que ele sabia, porque eu não ia explicar de jeito nenhum.
Mmmmmm…
Juliana.
Ah, droga.
– Desculpe – eu disse.
– Fez merda?
– Para caramba.
– Eu sei.
– Você nunca está satisfeita com o que tem, Juliana – vociferou meu
ex-namorado abruptamente. – Você sabe disso, não sabe? Esse é o
seu problema.
Mordi o lábio, deixando a dor obliterar tudo mais. Sim, quase fiz algo
desprezível. Sim, eu era uma total escrota por causa disso.
Mas você não foi até o final, outra voz, mais razoável, me disse.
Nem isso.
Capítulo 4
JULIANA
– Então tá. Se você não vai me ajudar, arrume alguém que sirva.
– Cha-ma-o-di-re-tor.
Foi com essa carta de apresentação que tive o clique, e foi isso o
que determinara minha decisão. Qualquer um capaz de escrever
algo assim passaria adiante características de amor, felicidade e
risadas. Quem quer que ele fosse, um homem assim sem dúvida
tinha um grande coração.
Emerson, certo?
– A senhora sabe que este homem não está mais no nosso sistema
–
– Então por que não fazer um esforcinho por minha causa e entrar
em contato com ele? – perguntei – O pior que ele pode fazer é dizer
“não”.
– Mas...
– Então você pode me dar o DNA dele, mas não o nome? – rosnei –
Você pode plantar a semente dele dentro de mim, mas não pode dar
seu último endereço conhecido?
Uma cadeia de palavrões veio à minha mente, junto com coisas que
fariam uma mulher dessas sair correndo pela porta. Em vez de gritá-
las, eu as engoli. Estava deprimida demais até para essa pequena
diversão.
Capítulo 5
JULIANA
Addison era uma das minhas amigas mais antigas de Nova York –
uma policial que parou meu carro no meu primeiro mês na cidade.
Ela me citou especificamente por “dirigir feito idiota”, um termo que
depois descobri ser usado para descrever qualquer motorista que
não era de Nova York.
– Devyn.
– Espera... o quê?
Deixei cair a faca que estava usando para passar a cobertura nos
cupcakes. Meu coração, batendo com força, ameaçava sair pela
boca.
– Cacete – xinguei.
Ela hesitou.
– Fiz cupcake.
eu disse. – Não estou nem aí, e não vou ficar ofendida. Mas eu
preciso ver esse arquivo.
– Eu tenho leite.
– Tá.
– Sim?
– Me deixa.
Capítulo 6
JULIANA
Addison comeu três cupcakes e meio, depois embrulhou mais
quatro para “Evan e as crianças” (não que eu tenha acreditado
nela). O resto ela esmagou com os punhos. A atividade foi
estranhamente satisfatória de assistir. Ela gostou da experiência
demais.
Que estranho.
– Hmmm. A negócios?
– Questão pessoal.
Parecia que ele era meu chefe e eu estava lhe dando satisfação, o
que, claro, era o que ele queria. Aric e eu brincávamos disso o
tempo todo. Era legal pensar nele como um igual, o que ele era,
mesmo sem ser formalmente sócio.
– É homem?
Acenei de má vontade.
Capítulo 7
JULIANA
O endereço nem aparecia no GPS: uma casa perdida no fim de uma
estrada de terra no meio do deserto do Arizona. Eu custei mais de
duas horas para chegar lá partindo de Phoenix, e mais trinta
minutos para descobrir qual saída pegar. Mas agora eu estava ali, à
sombra das montanhas. Logo ao sul de um lugar chamado Queen
Valley, bem onde Judas perdeu as botas.
Passei por portões de ferro forjado até uma parada coberta de pó.
Em coexistência perfeita com a paisagem desértica, a casa era
assimetricamente linda. Sua arquitetura italiana combinava com as
cores e texturas do deserto, parecendo que cada geração construíra
e aumentara mais um pedaço.
Mesmo parecendo tão antiga, dava para ver que fora erguida com
materiais de qualidade e um charme exótico, moderno.
É isso.
É is...
– Eu, é...
– Só um minuto.
Meu Deus, era ele! O objeto da minha busca. O mais recente centro
do meu universo. E sim, o insuspeito sujeito de algumas das minhas
mais disparatadas fantasias.
– Sim?
Porraaaaa.
– Certo – ele sorriu, e seu sorriso era radiante –, pode falar. Eu vou
ouvir.
Seu rosto não era só bonito, era gentil também. E que voz! Mais
grave do que eu imaginara, mas de forma alguma áspera. Na
verdade, bem suave e agradável. Assim como ele.
– Você é Devyn Bishop – eu finalmente consegui dizer.
– Talvez.
– Sempre.
– Perdão?
– Preciso do seu esperma – repeti com simplicidade. – Da sua
semente.
– Meu... esperma.
Nós nos olhamos nos olhos pela primeira vez, e me senti derretendo
ali mesmo, na varanda da casa dele. Quando ele sorriu, eu já era
quase uma poça.
Capítulo 8
DEVYN
Não é todo dia que uma estranha bonita aparece na sua porta
pedindo para ter um filho seu. Principalmente quando você mora no
meio do deserto e nem sabe como ela te achou, em primeiro lugar.
Eu ri.
– Ah.
– E o que mais?
– Um segundo. Primeiro...
Disparei aquele olhar universal para Gage de “por que você não vai
dar uma volta?” Num primeiro momento ele apenas bufou, mas eu
persisti.
– Você sabe que a gente tem aquela coisa daqui a pouco – ele me
lembrou.
– Eu sei.
– Eu sei.
– Esperma?
A palavra poderia ter soado grosseira ou ofensiva, mas por alguma
razão, não foi o caso. Não, ela a pronunciou delicadamente, e com
muita tranquilidade.
– Na verdade, eu não sei se você fez sucesso ou não. Eles não dão
nenhuma informação sobre irmãos em potencial a menos que você
conceba.
– Mas como doador, você pode ligar e perguntar – ela disse. – Eles
vão te falar quantos filhos biológicos você tem. Isso eu sei.
– Onze.
Eu acenei, me lembrando.
Cocei o queixo.
– Hmmm.
– Sim.
– Milhares, na verdade.
– Como...?
– Bom, você é alto, por exemplo. Seu perfil dizia que você tinha 1,88
m, mas te vendo pessoalmente, você deve ter pelo menos uns cinco
centímetros a mais.
– E sem querer ser superficial, mas você tem boa aparência – disse
ela sem papas na língua. – Você é forte. Tem boa constituição.
Percebi que ela usou a última frase para me dar uma boa checada.
– Bom, pelo jeito você considerou tudo com cuidado – disse eu,
finalmente.
– Phoenix?
– Sim.
– Vou pensar.
Juliana teve um espasmo visível. Não era o que ela esperava ouvir
em absoluto.
– Pensar?
– Claro – eu disse a ela. – Quer dizer, é uma decisão importante,
não é? Além disso, eu nem te conheço.
– M-Mas você estava disposto a doar sem saber quem iria receber...
– Vamos lá, você tem que admitir que é meio engraçado – eu disse.
–
– No Renaissance. No centro.
– Claro.
– Tá – ela suspirou. – E se tudo correr bem? A gente já vai estar em
Phoenix. Você entende o que quero dizer.
Ela deu um sorrisinho, e até isso foi uma graça. Um minuto depois,
trocamos nossos números de telefone. Dois minutos depois, eu a
acompanhei até o carro.
– Acho que também quero saber mais de você – disse ela antes de
entrar. – Quem é você? E como você veio parar aqui?
Capítulo 9
JULIANA
– Marketing, é? Me conte mais.
Assim que tive idade de usar uma câmera, comecei a fazer minhas
próprias paródias.
Deus, ele era gato demais! Eu podia admitir isso agora. Na noite
passada eu me perguntei se não fora apenas minha obsessão de
meses com as fotos que inflara sua óbvia boa aparência a
proporções astronômicas.
– Parece arriscado.
– E o que aconteceu?
Deslizando a ponta do dedo pela borda da taça, fiz que sim com a
cabeça.
– Ainda não acredito que foi você – disse ele, sem fôlego. Ele me
olhou de novo, desta vez com outros olhos. – Caralho. Você é
famosa!
– Isso não teve nada a ver com sorte – ele discordou. – Seu
conceito era criativo, e foi você quem teve coragem de implementá-
lo. Foi você quem arriscou tudo numa única ideia, e a ideia deu
certo.
Eu sempre tive orgulho de ser sortuda, mas agora não sabia mais
se era o caso.
– Parte difícil?
– Aff.
– É, ninguém pensa nessa parte. Meus editores são heróis que não
usam capas – encolhi os ombros. – Mas eu fiz tudo sem
consentimento.
– Manda.
– Como eu vou saber que sou eu que você quer mesmo, e não
outra pessoa?
– Sim. E daí?
– Mas...
– Hã... obrigado.
– Imagine.
– Você me rastreou – disse ele, por fim. – Você deve querer isso de
verdade.
Capítulo 10
JULIANA
O caminho até a casa no deserto pareceu bem mais curto desta
vez, talvez por causa da companhia. O Ford Raptor azul-elétrico de
Devyn devorava a estrada com suavidade, levantando uma nuvem
de pó quente atrás de nós. Mas dentro, abrigados no ar
condicionado e bancos de couro, estávamos confortáveis.
Com sorte.
Foi o sorriso dele que fez meu coração dar uma pirueta abrasadora.
– Este é o Maverick – Devyn indicou o amigo com a cabeça. – Ele é
o cérebro da nossa operação.
– Ele?
– Eu sou aviador.
Ele me levou por baixo de outra arcada, onde uma mesa de sinuca
vermelha dominava outro espaço enorme. Havia outros jogos ali –
tudo desde totó a máquinas de pinball, e alguns fliperamas
encostados nas paredes. Não reconheci a maioria, mas por fim
distingui um Ms. Pac-Man parecido com um que eu dominara por
alguns anos na escola.
– Deve ter sido caro para caramba – notei – trazer isso tudo até o
meio do deserto do Arizona.
PÁ!
Tive a sensação de que eles eram uma equipe, de que agiam como
um só. E
pingente era uma plaqueta de identificação militar. Mas não era lisa.
Estava muito longe de estar intacta.
– É você.
Que p...
– Gente?
Um helicóptero.
Capítulo 11
JULIANA
O helicóptero militar logo baixou, suas hélices gêmeas cortando o ar
em sentidos opostos à medida que manobrava em nossa direção.
Devyn estava com as mãos na cintura. Gage e Maverick protegiam
os olhos com as mãos e fitavam a forma escura no ar.
Se Devyn ouviu, ele nem piscou. Apenas olhou para frente enquanto
o helicóptero se aproximava. Finalmente o helicóptero girou a
cauda, pairou no ar por um momento, e então virou-se suavemente
antes de aterrissar. As hélices desaceleraram, o ruído dos motores
gêmeos enfraqueceu ao que a máquina zunia até parar.
– Comandante Bishop!
Todos olhamos juntos para o céu. Não estava mais apenas escuro,
o tempo fechara, nuvens rolavam com violência sobre nós como um
ninho de vespas enfurecido.
– Ei! Júlia!
Virei os olhos, mas com o barulho dos motores enormes ligando era
tarde demais para discutir com ele. Além disso, o loiro alto era gato
demais para discutir com ele.
Capítulo 12
GAGE
Ela trabalhava rápido, não dá para negar. Melhor ainda, ela entendia
extremamente rápido.
Achei bonitinho que seu rosto ainda estava corado com o esforço de
correr para nos ajudar a fechar as janelas e trancar as portas. Seus
olhos, iluminados por uma luz interior que os deixavam mais vivos.
Também eram extraordinariamente lindos: a cor castanho-claro do
café com creme.
– Agora? – repeti, sorrindo. – Bom, agora não tem mais nada para
fazer além de esperar a tempestade passar.
– Ah, eu não diria que não tem nada para fazer – ela sorriu com
malícia ao me agradecer com um aceno da cabeça –, mas vocês
prometeram explicar o que está acontecendo. E isso inclui me dizer
por que Devyn acabou de ser sequestrado por um helicóptero
gigante e assustador.
– E agora se aposentaram?
– Isso aí.
– A qualquer momento – continuou ela, apontando para fora – como
o Devyn.
respondeu Maverick.
– Não.
– Que horror.
tempestade.
– Nunca vi o céu tão escuro nesta hora do dia – disse ela com
assombro.
Capítulo 13
JULIANA
A primeira hora com os rapazes fora informativa, a segunda,
relaxante. Mas agora, depois de três taças e meia de vinho e a
tempestade rugindo lá fora, eu estava me sentindo maravilhosa.
– Mostra essa.
Maverick apontou para meu braço esquerdo, onde parte de uma das
minhas tatuagens estava aparecendo. Docilmente, enrolei a manga
e a mostrei para ele.
– Isso mesmo.
– Contar o quê?
– A história da tatuagem.
– Não tem muita história – disse eu, finalmente voltando o rosto para
eles. – Fiz vinte e nove anos alguns meses atrás. Passei por uma
certa crise dos trinta.
Sorri para ele por alguns momentos, deixando meu corpo balançar
lentamente ao ritmo da música. Era uma puta música boa.
– Talvez.
–Vai lá.
Meio como verdade ou desafio, mas sem desafio. Pelo menos até o
momento. Usamos o jogo para quebrar o gelo. Para nos
conhecermos num ambiente sem enrolação, sem mentiras.
– Sua pequena crise dos 30 tem alguma coisa a ver com querer um
filho?
– Manda.
– Não dá tempo.
– Isso não pode ser verdade – franzi o cenho. – É óbvio que vocês
têm tempo. Quer dizer, vocês estão aqui, não estão?
– Mas...
Juliana!
Não havia tempo para pensar, para resistir. Não que eu pudesse, de
qualquer forma. Principalmente quando um segundo par de lábios
colou-se aos meus, e a língua quente de Gage entrou na minha
boca...
Cacete!
Meu DEUS.
Sim.
Caraaaaamba...
– Por favor digam que têm uma cama grande o bastante para isso?
Minhas mãos subiram para suas nucas, sumindo por trás de seus
pescoços quentes e masculinos. Abrindo os dedos, passei as unhas
pintadas sensual e carinhosamente por seus cabelos.
Capítulo 14
JULIANA
O quarto subindo as escadas estava quente e à meia-luz e era
muito aconchegante. A cama king size estava coberta por um
edredom branco e almofadado de plumas macias.
Puta.
Merda.
Eu faria qualquer coisa por eles. Eu tive certeza disso na hora que
Gabe baixou minha calcinha, parando só para enterrar seu lindo
rosto entre minhas pernas e respirar fundo.
Uau...
Oh UAU.
– Ei...
– Tudo bem?
Ohhhhh…
Meu D...
Era completamente avassalador ser beijada e chupada ao mesmo
tempo. Eu me forcei a relaxar e deixar meu corpo se convulsionar
com alegria contra a língua vagante de Gage, enquanto me
agarrava com unhas e dentes a Maverick. Eu retribuí seus beijos
com total abandono luxurioso, para que ele soubesse o quanto eu
queria e precisava do que estava para acontecer. Lá embaixo, seus
dedos me abriram como uma florzinha rosa.
– MMMmmmMMMmmm…
Soltei um gemido entrecortado, sem nem ligar como soou. Tudo que
me importava eram as duas bocas quentes fazendo mágica. Outro
par de dedos – dessa vez de Gage – entraram com prazer quase
doloroso dentro de mim, junto com sua língua. Entraram e saíram
num ritmo escorregadio e azeitado, fazendo eu jogar a cabeça para
trás ao pressionarem delicadamente meu ponto G.
CARALHO!
– Solta.
Caceeeeete!
Era vida. Amor. Terra e Céu. Tudo e qualquer coisa de uma vez
envoltos na pura e brilhante luz do êxtase incandescente. Eu gritei e
me contorci e gritei contra a maciez daquela cama gostosa
enquanto Gage continuava me chupando e Maverick continuava me
comendo com a mão, e os dois juntos me segurando. Os dedos de
Gage finalmente deixaram meu canal estremecente e num momento
de paixão, os colocou dentro da minha boca sedenta para que eu
também pudesse sentir o sabor.
Ohhhh…
Dei uma apertadinha nele com a mão, depois fiz o mesmo com seu
amigo. Batendo os dois ao mesmo tempo, fiz uma prece silenciosa
de gratidão a seja lá quem for que a ouvisse.
Capítulo 15
MAVERICK
Ela era perfeita em todos os sentidos. Rosto perfeito, bunda perfeita.
Eu e meu amigo...
Entrei, e nós dois nos olhamos quando eu a parti como uma flor.
Coloquei devagar, mas sem parar, puxando suas pernas por sobre
meus ombros. Finalmente eu atingira o fundo. Nossos olhos se
encontraram e uma conexão foi formada: éramos amantes agora,
completa e irrevocavelmente. Minha vara latejante estava apertada
dentro de Juliana, enterrada fundo dentro dela.
Dava para ver que com ela era necessário se acostumar, pelo
menos eu precisaria me acostumar. Por isso fui devagar, entrando e
saindo com estocadas longas e profundas. Precisei de toda a minha
força de vontade para me controlar, mas de alguma forma me
obriguei a manter o ritmo, quando tudo que eu queria fazer na
verdade era prender aquelas pernas flexíveis com os braços e meter
com força até perder a consciência de mim.
Com certeza havia mil razões para não estarmos os três aqui e
agora –
– Mmmm…
Surreal!
Devyn.
Até algo assim – por mais louco que parecesse – não seria exceção.
– Troca.
A voz de Gage foi música para meus ouvidos. Se ele não tivesse
dito nada, quem sabe o que teria acontecido.
Capítulo 16
JULIANA
Eu flutuava no delírio de ser possuída pelas duas extremidades.
– Troca.
SIM.
Fiz a Torre Eiffel para um lado e para o outro entre dois corpos rijos
e meus dedos percorreram com prazer cada músculo e curva de
tirar o fôlego.
– Caralhooo.
Mmmmm… sim.
Fui inclinada sobre a cama e levei com força por trás. Jogada contra
a parede e comida de pé, cara a cara, beijando, acariciando e
gemendo o tempo todo.
– Mete.
Ele grunhiu para Maverick, que veio com tudo e colocou em mim.
Era a altura perfeita. A posição mais incrível imaginável. Fui
carregada como se não pesasse nada, com as costas arqueadas,
as pernas abertas enquanto Maverick metia de novo e de novo, me
comendo com força e rapidez e Gage mordia meu ombro. Ele
sussurrava no meu ouvido enquanto seu amigo me fodia. Coisas
sujas. Coisas safadas. Mas, também, coisas inimaginavelmente
sensuais que eles planejavam fazer comigo e que me derreteram na
hora.
Ele me disse quantas vezes iam me comer naquela noite, e como
planejavam continuar até eu desmaiar de prazer. Aninhada entre os
dois, com um corpo rijo na minha frente e outro atrás, explodi
novamente. Meu clímax foi forte, quase violento na intensidade,
pulsando e apertando o membro potente que me estocava no fundo
do ventre. Meu orgasmo deve ter provocado o dele, porque de
repente Maverick gemia e grunhia e me apertava com força contra
seu membro totalmente dentro de mim.
– NNNNGHHH…
O barulho que ele fez foi sexy, lindo, animalesco. Ele baixou o rosto
e eu o apertei contra os seios enquanto ele bombeava até me
encher, seu membro pulsando e puxando dentro de mim ao
descarregar até o último mililitro da quente semente da vida.
CARALHO, Juliana!
Capítulo 17
JULIANA
– Aqui, mata.
Não podia acreditar que era a mesma bunda que eu apertara com
tanta força nas mãos, com seu corpo metido entre minhas pernas.
Devia ter marcas de unhas naquela bunda agora, que eu que
deixara. Estava decidida a descobrir antes de ir embora.
francês.
Eu ri.
– Jura?
– É sério – confirmou Maverick. – Você já sabe mais que qualquer
outra pessoa. Se te contássemos mais, teríamos que...
Capítulo 18
JULIANA
– E já falei, está tudo sob controle. Estou mandando você ficar onde
está e curtir.
Parte de mim queria rosnar no telefone. Uma parte maior ainda, por
mais surpreendente que seja, queria deixá-lo de queixo caído dando
dois nomes em vez de um.
Com meu silêncio, não fiz nem uma coisa nem outra.
– Qual foi a última vez que você tirou férias, realmente? – ele
perguntou pela terceira vez.
– Tenho quase certeza que foi aquela vez que você foi para Vale –
Finalmente, sem mais nada para fazer, voltei dirigindo para a casa
dos dois e bati na porta novamente.
– Juliana?
– Tudo bem – disse ele por fim –, mas sério, fique o tempo que você
quiser.
– Talvez – admitiu ele –, embora isso talvez demore mais que uma
semana só.
– Eu... uhh...
Mordi o lábio e ofeguei de leve quando meu fio dental foi puxado
para o lado. Ouvi um barulhinho gostoso quando Gage o esticou por
cima da minha nádega esquerda e o soltou como um elástico.
– Aric...
– Sim, capitã?
– Sério?
Nós dois giramos para encontrar Maverick de pé do outro lado da
porta. Ele estava com um pano de prato na mão. Vi molho de
tomate no pano.
– Você sabe que ela acabou de tomar banho, não sabe?– disse
Maverick.
– É, bom, ela vai ter que tomar de novo, só isso – disse Gage. –
Então por que você não dá uma pausa no jantar e me ajuda?
Capítulo 19
JULIANA
O prédio, o elevador, os escritórios de vidro eram exatamente os
mesmos. Era como se eu nunca tivesse saído. Como se eu tivesse
descido para tomar um café, um pretzel quente de trufa e cheddar
do carrinho do Sigmund em vez de férias de uma semana num
parque de diversões sexual com dois anfitriões muito generosos.
Mas por outro lado, era como se eu tivesse ficado uma vida longe.
– O deserto, né?
– Umm-hmm.
– Nada a ver.
– Vendo estrelas?
Deus bem sabia que eu tinha os meus. Aric não insistiu em mais
detalhes da viagem, e não ofereci mais nenhum. Desde que
chegara em casa no dia anterior, eu deixara as malas no chão, caíra
na cama e dormira feito pedra por umas boas dez ou onze horas
seguidas.
– Tudo bem, Jenny – sorriu Aric. – Não tem problema. Deixa com a
gente.
– Olá, Juliana.
– É... Oi!
– Quando você voltou?– disse eu, sem traquejo – E como veio parar
logo em Nova York?
– Meu Deus!
– Quem?
– Aric...
– Então o quê?
– Vai!
Capítulo 20
JULIANA
Havia poucos lugares mais frescos para dar uma volta do que o
Central Park, principalmente na primavera e no verão. Com as
folhas das árvores e os exuberantes gramados verdes, quase dava
para esquecer que se estava em Nova York. Andando bastante, não
dava nem para ver mais os prédios. Era como ser teletransportado
de repente para outro mundo onde o barulho do trânsito sumia e
tudo desacelerava.
Num dia como aqueles, era perfeito: nem quente demais, nem frio
demais. Ao passarmos pela Cedar Hill rumo ao Great Lawn, o céu
se abria sobre nós como um grande mármore azul. Surpreendi-me
com a tranquilidade do céu, com fofas nuvens brancas rolando que
me faziam esquecer do trabalho, do meu apartamento e até da
cidade.
– Então... estilhaços.
– Sim.
– Gente ruim?
– Equipe UDT.
– Equipe de Demoli...
– Pois é.
Queria saber da sua vida, sua família, sua criação aqui em Nova
York.
Sem uma palavra, o SEAL alto me puxou pela mão, passando por
uma dezena ou mais de pessoas sentadas em bancos, alimentando
os pombos.
– A pior parte é que ele foi traído por alguém da própria unidade –
Nossa.
Capítulo 21
JULIANA
Aproximei-me de Devyn quando três crianças começaram a jogar
frisbe por perto. Nós as observamos em silêncio por um tempo, e eu
voltei o rosto para ele.
Embora sua história fosse triste, não havia melancolia nele. Ele
parecia tão feliz e bem ajustado como qualquer outra pessoa que eu
conhecia, ou talvez ainda mais.
– Eu sei.
– Sabe?
– Tudo?
– Normalmente é assim.
Foi tudo muito rápido, mas eu respondi ainda mais rápido, trazendo
sua doce língua para minha boca e enlaçando-a com a minha.
Tantas vezes eu sonhara com esse momento. Eu me dera prazer só
imaginando como seria beijar esse espécime perfeito de homem, e
agora isso estava acontecendo de fato, no meio do Central Park e
com todo o mundo por testemunha.
Mas agora, o beijo era tudo que importava. A pressão dos lábios de
Devyn sobre os meus enquanto nossos corpos ondulavam
ternamente um contra o outro. Mesmo com toda a paixão e
emoções reprimidas aflorando do meu lado, eu podia sentir as
mesmas coisas da parte dele, também. O
– murmurou Devyn.
Seus olhos azul anil brilharam selvagemente. Seu rosto com sombra
de barba – riscado de cicatrizes – sofreu um leve espasmo antes de
ele desviar o olhar.
Capítulo 22
JULIANA
O resto do meu “dia de trabalho” foi muito diferente do que devia. Eu
estava distraída demais, dominada demais por pensamentos sobre
Devyn e sobre o que aconteceria entre nós mais tarde naquela
noite.
Por todas as razões acima, saí mais cedo, fui para casa e tomei um
banho quente e demorado. Me arrumei e fiquei me olhando no
espelho.
A suíte de Devyn era uma das melhores. Ele estava atrás do bar,
entre a cozinha e a área de estar, servindo um líquido de intensa cor
âmbar num copo de cristal.
– Vou querer tomar um pouco, seja lá o que isso for – disse eu. –
Por favor.
– Uísque, então.
– Não, obrigada.
– Boa menina.
Cheguei mais perto, deixando meus olhos percorrerem seu corpo,
se assim o quisessem. E, cara, se eles queriam. Devyn estava com
uma camisa branca completamente desabotoada na frente. Na parte
de baixo, nada além de uma cueca boxer ciclista justa e vermelha.
– Aqui.
– Que foi?
SIM.
Fui para cima dele com tudo, segurando seu rosto com as duas
mãos.
Sentada no bar, eu o beijei como se não houvesse amanhã. Como
se o mundo inteiro estivesse próximo de um fim de fogo e caos e a
única coisa que importasse era chegar com a alma tão próxima da
dele quanto humanamente possível.
Queria tirar meu vestido. Queria jogar a cueca dele no chão. Mais
que tudo, eu queria o grande volume do crescente membro de
Devyn mergulhado completamente dentro de mim enquanto eu o
envolvesse com os braços, agarrando sua bunda perfeita e
puxando-o para frente e para dentro.
– Escuta – disse ele com gentileza –, quero que você saiba que não
precisa ser assim, se você não quiser.
– Providências?
– É muito legal da sua parte – disse eu, por fim. – Obrigada, Devyn.
Ele passou a mão no meu rosto de novo. Dessa vez com tanto
cuidado, tanto amor, que derreteu meu coração.
– Quero ter um filho seu – disse a ele com firmeza. – Mal posso
esperar para senti-lo crescendo dentro de mim.
– Deixa eu te mostrar.
Capítulo 23
DEVYN
O quarto girou quando Juliana me chupou, minha mente voando
pelo calor, o prazer e o espaço. Deixei meu corpo relaxar e a cabeça
pender para trás, meus dedos vagavam sem rumo por seu cabelo
macio, farto e fragrante.
Finalmente...
A corveta Bayandor não afundara, mas esse não era o objetivo final.
Mas sim, eu estava com ciúme da semana que ela passara com
Maverick e Gage. Não ciúme por eles terem dormido com ela. Sob
tais circunstâncias, como eu poderia culpá-los?
Não, eu estava com mais ciúme por eu não ter estado lá.
Caramba.
Juliana virou de bruços para que eu tirasse seu vestido. Quando ela
virou de costas novamente, seu sutiã e tanguinha pretos fizeram
meu pau já
Ela é perfeita.
Ela era mesmo, de todas as formas possíveis. Seu único defeito era
morar em Nova York, milhares de quilômetros a leste. Mas o pior
defeito era, claro, meu: a total impossibilidade de trazer alguém
assim – com horários e estrutura (e logo menos, um filho) – para um
mundo caótico e imprevisível como o meu.
Portanto, esta seria nossa única noite juntos. Nosso único incrível,
inesquecível rendez-vous. Decidi torná-lo memorável, para que anos
após, quando pensasse no pai biológico de seu filho, tivesse algo
especial para se lembrar. Algo que compartilhamos, aqui, agora.
– Ohhhhhh!
Eu a chupei até ela explodir como uma bomba, apertando meu rosto
com força entre suas coxas exuberantes. Mas eu não parei. Não
ergui a cabeça a até o tremor diminuir, seus dedos relaxarem e seu
corpo tombar sem forças contra a maciez da cama. Só então, o
rosto ainda coberto por seu doce, viscoso sexo, subi para beijá-la de
novo e de novo, enquanto a provocava esfregando a cabeça do pau
para baixo e para cima na sua entrada agora encharcada, até que
ela gemesse e implorasse pelo que viria a seguir.
– Me fode...
Capítulo 24
JULIANA
Ele entrou em mim devagar, o que foi bom, já que era a única forma
que isso funcionaria. Carne contra carne, centímetro a centímetro, o
homem com quem eu sonhara por tanto tempo finalmente me
transpassava até o âmago.
Cace...
Agarrei os lençóis com uma mão e a bunda dele com a outra. Parte
de mim queria gritar, mas estava ocupada demais beijando-o
enquanto o trazia mais para dentro. Devyn era grande, talvez até
enorme, mas sabia exatamente o que fazer. Ele me deu a medida
certa de controle para que eu pudesse relaxar e aceitá-lo no meu
corpo, e eu estava já tão excitada que nada o impediria de se enfiar
até o útero no meu canal quente, molhado.
CACETE!
– Eu também.
Compartilhar.
Mas para ele, isso nada mudou. Se alguma coisa, talvez fez com
que me quisesse ainda mais. Talvez ao saber que eu me comportei
tão livremente com seus camaradas, ele tenha se sentido à vontade
para vir para Nova York atrás de mim. Ou talvez ele sentira ao me
conhecer o quanto eu estive obcecada pela ideia de me deitar com
ele e, portanto, ele também ficou a fim.
MMMMMmmmm…
Sem pressa, sem afobação. Sem junção frenética dos corpos que
por fim amontasse num clímax violento. Não. Nós nos balançamos
juntos, esfregando-nos profundamente um contra o outro. Parecia
que nossas almas estavam ligadas. E havia um calor e um conforto
– até uma familiaridade –
Não sei por quanto tempo ficamos assim. Apenas que transamos
devagar, confortavelmente, e no fim nos demos as mãos e
entrelaçamos os dedos para nos apoiarmos enquanto cada um de
nós se aproximava da beira do abismo. Foram muitos toques,
muitos beijos. E de repente Devyn se enrijecia sob mim, seus olhos
estelares fazendo a pergunta que só eu poderia responder.
– Goza...
Sorri a palavra para ele, logo antes de ele soltar. Era tudo por qual
ele esperava. Tudo que ele precisava para finalmente deixar vir.
Yessssss!
Meu amante sorriu.– Não vai sobrar nada para amanhã – reclamou
ele. – Você vai me drenar por completo.
– E daí?
Capítulo 25
JULIANA
– E você achou ele?– insistiu Addison – Você realmente se
encontrou com esse cara?
Mal cabia mais alguma coisa, então ela só estava me seguindo pelo
bufê.
– Sozinha?
– Por quê?
– Devyn.
– Foda-se.
– Sim e não. Quer dizer, ele mais que se prontificou a entregar outra
amostra. Mas teve uma... Sei lá...
– Sei lá o quê?
– Está dizendo...
– Eu sei.
Você achou ele, graças a mim, muito de nada, e ele fez outra
doação para a clínica.
– O quê?
Era uma pergunta lógica. Eu ainda nem tinha ligado para a clínica.
Eu sabia que Devyn tinha ido lá, porque eles me mandaram três
mensagens diferentes dizendo isso. E o próprio Devyn ligara, pouco
depois de aterrissar em Phoenix.
No Arizona...
Eu falara duas vezes com eles nesse mês, e não por falta de
esforço deles. Maverick me mandara umas mensagens muito fofas
e Gage mandara o triplo de mensagens engraçadas. Por mais que
eu quisesse interagir, a vozinha chata no fundo da minha mente
dizia que provavelmente não era boa ideia.
Capítulo 26
MAVERICK
– É, concordo – disse eu com solenidade, olhando para uma série
de fotos. – Esse aqui... Esse é o grandão.
– Ninguém vai pegar ninguém – disse ele. – Ainda não, pelo menos.
Mas é tudo que temos por enquanto, até que chegue o resto das
informações.
Sempre Damasco.
– O senhor quer dizer garantir que ele não está escondido nos
fundos de um orfanato, ou acampado num hospital infantil.
– Infelizmente, sim.
– E então usou esse exército para ficar rico por meio de sequestros
–
adicionei.
Olhei mais uma vez para o arquivo aberto na mesa. O lugar onde
fora fotografado poderia ser um esconderijo, ou mesmo uma base
de operações.
Merda.
– Em breve quando?
Ele não estava errado. Parecia que já se passara mil anos desde a
BUD/S e os soldados de quem fomos colegas já estavam longe. Eu
mal reconhecia o pessoal daquele tempo, inclusive os de alta
patente. Era bom ver gente das antigas, como Ramos, mas
restavam poucos.
– Mas...
– Sem “mas” – ele cortou Gage. – Olha, talvez ela ligue. Talvez não.
No fim das contas, o que está feito está feito. É isso aí.
Com isso, Devyn enfiou a mão no bolso por uns segundos e nos
deu o dedo do meio.
Capítulo 27
JULIANA
A decisão de ter um filho não fora repentina, mas fora com certeza
firme. Era ratificada toda vez que eu visitava meus muitos sobrinhos
e sobrinhas. Cimentada como algo que eu queria
desesperadamente depois de ficar com Addison, Evan e seus três
lindos pimpolhos.
Família. Era uma coisa muito importante para mim quando eu era
mais nova. E ainda assim eu sacrificara os poucos relacionamentos
com os parentes que eu tinha ao vir para Nova York e me
estabelecer aqui. Claro que eu ia para casa às vezes, e sempre me
recebiam de braços abertos. Mas era nesses períodos que eu
realmente via o que estava perdendo. Era nessas viagens que eu
babava na Abbyzinha dormindo tão gostoso nos braços do
meu irmão Patrick, ou via Colin, de três anos, erguer os olhos para
minha irmã Jessica e lhe dar um sorriso lindo e brilhante capaz de
chacoalhar o mundo.
Eu queria a maternidade.
O filho de Devyn.
Capítulo 28
JULIANA
A viagem foi tão mais longa dessa vez, tão menos agradável. Teve
uma escala na Filadélfia. Um atraso na pista. Acabou que a
locadora de carros perdera minha reserva, então passei mais uma
hora no aeroporto Sky Harbor esperando só para ser atochada num
carro apertado.
– CARALHO! Ju!
O sorriso de Gage era tão verdadeiro, tão sincero, que quase partiu
meu coração. Ele me tomou no maior, mais incrível abração da
minha vida, praticamente me rodopiando pelo hall enquanto os
outros vinham correndo de dentro.
Por um bom tempo, o único som foi o vento do deserto lá fora. Ele
uivou pelo átrio aberto, como uma estranha música sobrenatural.
– Sim.
– Tem certeza.
– Certo, desculpe – disse ele. – Claro que você tem certeza. Sua
expressão de choque transformou-se em uma de hospitalidade
constrangida
– Quê?
– Você quer o nosso DNA? Você veio até aqui por causa disso?
– Então você não veio para nos ver ou falar com a gente – Gage me
olhou com olhos apertados. – Você veio pegar amostras de saliva...
e só?
– Eu... eu só queria...
– Mas sempre foi isso – respondi. – Nada mudou. Sempre foi isso
que eu queria.
Odiei ver Gage assim. Ele sempre fora o que me fazia sorrir, me
fazia rir. Mas nesse momento ele parecia confuso. Magoado. Até
com raiva.
Merda.
Completamente indecifrável.
– O-Obrigada.
E então partiu.
Capítulo 29
JULIANA
A gente pode se sentir mal e a gente pode se sentir um total e
completo cocô. Os dois são péssimos, mas a terceira opção –
sentir-se um total e completo cocô com um toque de raiva
incontrolável e irracional – é o pior de todos.
Mas não importa o que eu fizesse, não havia alegria. Não havia
felicidade naquilo sabendo como eu deixara as coisas com eles.
Merda.
Mas sempre tinha aquela hora final, logo antes de dormir, em que
era assaltada pela dúvida. Aqueles delirantes últimos momentos
antes que o sono me levasse, quando a solidão era mais forte, meu
coração doía e as lembranças dos três invadiam minha mente
exausta.
– Pode ser – cedeu Aric –, mas você poderia dar um alô para ele só
para eu ficar tranquilo? Ou prefere ser pega de surpresa?
– Não foi o que ele disse – respondeu Aric. – Foi o que ele não
disse.
– Obrigado, chefe.
Observei enquanto ele saía tenso da sala, sem seu andar tranquilo
de sempre. Ele estava nervoso mesmo. Em algum momento eu teria
que contar que estava grávida, e esse momento chegaria mais cedo
do que tarde. Aric era a única pessoa em que eu confiava, e não
poderia esconder isso dele por muito tempo. Além disso, eu estava
meio que doida para contar. Até então, manter minha gravidez em
segredo fazia-a parecer quase irreal. Como se não fosse verdade
mesmo.
Talvez eu ainda não pudesse abrir o jogo sobre o filho que estava
esperando, mas pelo menos podia tranquilizar meu assistente.
Capítulo 30
GAGE
O motor do buggy de areia engasgou quando eu virei a chave,
dando uma última tossida que ecoou pela garagem. Definitivamente
precisava de conserto. Principalmente considerando o quanto a
gente o usava.
Mas às vezes, você tem que ir para o meio do deserto para pensar
nas coisas.
que era ainda mais errado não voltar a falar com essa mulher que
caíra de paraquedas na nossa vida como uma bomba atômica. Eu,
pelo menos, estava de saco cheio de viver nas ruínas radioativas do
nosso silêncio amargurado.
Foi fazendo amor assim no meio da noite, olhando fundo nos olhos
um do outro, que nós realmente nos aproximamos. Que nossos
vínculos mais pessoais foram formados.
Vê-la voltar para Nova York foi agridoce, mas até onde dependia de
mim, sempre haveria chance para algo mais. Não tinha como nós
três termos nos dado tão bem e não querer repetir a dose,
principalmente depois de nos despedir com tanto carinho.
Foda-se.
Capítulo 31
JULIANA
– Uhmm... Gage?
– Não sei se dá para falar que era isso – suspirei –, mas tudo bem.
– O nosso filho?
– Sim.
Não consegui segurar o riso.
– Porque sei que fui mais longe que os outros – disse ele com
orgulho
– Sabendo.
Eu ri mais.
– É.
– Mas você ainda tem várias coisas ótimas pela frente – adicionou
ele, alegre. – Azia, cansaço, pé inchado. Ir no banheiro o tempo
todo.
– Ótimo – eu ri.
– Insônia.
– Essa aí já superei – grunhi.
Confortáveis.
– Um pouquinho, sim.
– Fofo?
– Muito.
Fazia tanto tempo que eu não ouvia a voz dele que até me
esquecera como era. As lembranças voltaram com tudo, todas de
uma vez. Junto com outras lembranças, quisesse eu ou não.
– Pensou no quê?
– Umm-hmm.
– Minha cama está com saudade – disse Gage. – Ela não está mais
com o seu cheiro.
Abri a boca para falar, mas acabei fechando de novo. Eu não sabia
o que dizer.
adicionou ele.
– Ju?
– Quê?
– Era uma situação difícil – disse Gage. – Acho que não tem um
jeito simples de lidar com uma coisa assim.
– Mas...
– Olha, você é uma pessoa direta, Ju. É uma das coisas que
admiramos em você. Nunca se desculpe por falar as coisas direto e
reto.
– Mais perigoso que nunca – disse ele com a voz do Iceman. – Não
estou chegando nem perto dele.
– E o Devyn?
– Sim, sempre.
Capítulo 32
JULIANA
Eu não via Robert Valentine há quase seis meses, exceto em
reuniões do Zoom. E não ia à Legendary Gaming há quase o dobro
disso, desde que Aric assumira as tarefas cotidianas do
relacionamento com o nosso principal cliente.
– Caramba.
Algo que Aric disse uma vez em que estávamos concorrendo para
uma campanha num escritório no mesmo estilo. Fiquei triste na
época.
– Juliana! Oi!
Uma mulher morena de meia idade veio correndo até mim e me deu
um abraço semiformal. Tori era uma das primeiras seis funcionárias
da Legendary e já estava na empresa há tempo suficiente para me
chamar pelo primeiro nome. O que é muita coisa.
– Não sabia que a gente tinha uma reunião hoje – começou ele. –
Não achava que...
– Vamos lá – cortei, com uma olhadela que dizia tudo. – Sou eu.
Robert parou de falar enquanto eu andava por sua nova sala,
observando tudo. Sua mesa era a mesma de sempre, mas nessa
sala ficava grande demais. E não tinha mais plantas. Metade de
suas miniaturas de avião também não estavam mais lá.
Ahhhh, bosta.
Com certeza absoluta algo estava errado. Algo tão grande que nem
Robert estava conseguindo administrar.
Capítulo 33
JULIANA
– Caralho Robert!– gritei de novo – Assim? Depois de todo esse
tempo!?
Era a pior coisa que ele poderia dizer. Preferia que ele tivesse me
dado uma facada no estômago.
– Mas é muito mais do que isso – disse Robert. – Eles estão ligados
no...
O discurso era tão batido que eu acabei gargalhando antes que ele
terminasse. Ri muito e por muito tempo, mas por dentro estava triste
por Robert ter comprado essa palhaçada.
– Ouvi falar que eles não são nem orgânicos – praticamente cuspi. –
– Ouvi falar disso também – disse ele, por fim. – Mas o negócio já
foi praticamente fechado e a decisão já foi tomada – ele se mexeu,
desconfortável, na cadeira. – Vamos terminar todos os contratos
atuais com você, é claro. Vamos completar tudo que estamos
fazendo com a Shameless no momento, não importa o que
aconteça.
– Juliana...
– Lembro.
Ele riu.
– Adeus, Robert.
Meu amigo finalmente se vendera, por assim dizer. Mas era ele
quem realmente estava errado? Pelo menos ele enchera o bolso de
dinheiro antes de passar o bastão. Talvez a otária fosse eu.
Capítulo 34
JULIANA
As próximas semanas foram um redemoinho de trabalho e estresse,
piorado mil vezes por só poder tomar café descafeinado. Eu tinha
que jogar fora o café que Aric me trazia em algumas manhãs e
colocar o meu escondido no copo. Também tive que interromper
nossas reuniões com sushi de sexta-feira fingindo estar com desejo
de comida mexicana ou tailandesa.
Droga.
– Sim. Estou.
– Juliana! PARAB...
– Então estou muito feliz por você – disse ele com sinceridade. – Eu
sei o quanto você queria isso, Juliana. Eu sei quantos obstáculos
você superou para chegar até aqui.
Ele me olhou como um irmão e tocou meu rosto. Seu sorriso era tão
largo que era contagiante.
– Vou mesmo.
– Não, eu acho que vai ser isso mesmo – insistiu Aric. – Um lindo
garotinho que vai roubar seu coração. E se for menina... – ele
balançou a cabeça devagar – Ela vai ser uma versão sua em
miniatura. Ela vai te ter bem sentadinha na palma da mão dela e
você vai chegar chorando todo dia, implorando a minha ajuda.
Eu ri e a risada foi tão gostosa que não consegui parar. Nós dois
acabamos rindo até chorar e secar as lágrimas, embora a camisa de
Aric
– Você sabe que a gente vai superar isso – disse ele com
delicadeza.
Ele girou um dedo comprido em círculos – Que a Shameless vai
ficar bem.
– Podia pedir para alguém tirar isso daí – disse com um sorriso
irônico
Capítulo 35
JULIANA
Acordei no outro dia renovada e energizada, pronta para conquistar
o mundo. E pelas próximas doze horas eu conquistei o mundo, o
que me deixou sem fôlego e feliz e um pouco exausta, pelo menos
mentalmente, quando finalmente cheguei em casa.
– Ei, gatinha.
Girei nos calcanhares, pronta para dar minha melhor tirada. Mas em
vez de um estranho, estava olhando para o rosto da familiaridade.
– Meu Deus!
– Claro.
– Você não faz ideia de como é bom te ver – disse Maverick. Ele
desceu os olhos para a minha barriga – Então, como você está...
– Posso?
Eu ri com gosto.
Ele passou a mão pelo meu abdômen com gentileza, com amor. Eu
a vi subir e descer, a palma grande de sua mão passando em lentos
movimentos circulares logo abaixo do meu umbigo.
– Dos três?
Fui invadida por uma onda de alívio. Eram as exatas palavras que
eu não conseguia encontrar.
– Sim.
– Por quê?
– Gostaríamos?
– Sim.
– Nós falamos de você o dia todo, todo dia – disse ele. – Juliana,
estamos obcecados.
– Comigo?
– Por quê?
– É lindo.
Eu queria tanto beijá-lo. Beijá-lo com força, beijá-lo por muito tempo.
Mas eu também queria mais.
Muito mais.
– Eu vou.
não me arrependi.
– Pelo menos por uns dias – disse eu. – Mas sim, eu vou. Nós
vamos.
O rosto de Maverick ficou tão radiante que foi uma gracinha. Mas
não sei se ele ficou 100% convencido.
Podemos...
Mmmmmmm….
Capítulo 36
JULIANA
O banheiro unissex era limpo e bonitinho – uma versão bem
mantida de uso único dos outros dois ao lado. Eu já sabia disso,
porque já estivera ali. Mas nunca assim.
– Vem cá.
Foram as únicas palavras que ele disse. A única coisa que Maverick
disse antes de me agarrar pelos quadris, me girar e me empurrar
para frente com a força da mão direita.
Sim!
Isso aí.
– Oooohhhhhhh…
Não consegui conter minha excitação quando ele veio por trás.
Com isso ele se afastou e veio com tudo de novo, abafando meus
gemidos com a palma grossa da mão. Mais forte e mais forte ele foi,
pegando velocidade, me fodendo no escuro com visceral, selvagem
abandono. Uma mão apertava tanto o meu quadril que quase doía.
A outra cobria a minha boca.
Meu corpo era dele. Parecia que minha bunda pertencia às suas
mãos, fortes e capazes, que a puxavam para frente e para trás.
Finalmente meus olhos se adaptaram à escuridão, e com a luz
passando pelas frestas da porta, consegui me ver no espelho me
mexendo para trás ao encontro das estocadas. Era uma delícia me
ver assim. Me ver totalmente possuída, totalmente dominada.
Pooorra!
Mas agora...
Capítulo 37
JULIANA
Voltar de avião foi tão melhor com uma companhia. Tão mais
relaxante com Maverick ao meu lado, olhando abraçadinhos as
nuvens e o céu pela janela oval.
Ele me levou para a sala, onde a lareira a gás já estava ligada, com
seu calorzinho aconchegante. Todas as janelas estavam fechadas
até o chão. As luzes, apagadas. Tudo estava escuro e quentinho.
Mmmmmmm…
Capítulo 38
JULIANA
Sonhei, e no sonho eu nadava nua num lindo e plácido lago com
uma ilha no meio. A água estava quente e gostosa. Cristalina. Ela
me envolvia com um calor maravilhoso enquanto eu nadava, me
deixando com sono e feliz.
Depois de nadar por muito tempo, fui para a ilha e emergi sob um
céu estrelado de tirar o fôlego. Eu estava sem roupa, sem toalha,
mas não senti frio. A lua cobria tudo com um calor estranho, quase
como o sol, mas de alguma forma diferente.
Só que eu não tinha nada. Eu não levava nada, não usava nada.
– ONZE horas!
– Mas...
– E você estava dormindo tão fundo e tão em paz – adicionou Gage
–, como um anjo. Só que mais sexy.
– Cadê o Maverick?
– Almoçar?
Capítulo 39
DEVYN
O Gazelle voou baixo, cortando o ar seco do deserto com suavidade
e eficiência ao nos lançarmos pelo cânion. Vou ter que elogiar os
franceses. O
Uma corrente nos jogou uns quinze metros mais para cima e a mão
de Juliana apertou minha perna um pouco mais forte. Era uma graça
vê-la tentar controlar o próprio nervoso. Sua curiosidade era
contagiante, e seu
– Meu Deus!
Não era a terceira, nem a quarta, nem a quinta vez que ela dizia
essas palavras. Mas, sinceramente, não era culpa dela. Voamos
velozes e furiosos, e a vista de lá de cima era de cair o queixo.
– Já volto.
Ri concordando.
Gage jogou uma uva sem semente nele. Ele se esquivou com
agilidade, mas um segundo lançamento quicou bem na sua cabeça.
– Ei... aqui.
– Sério?
– Eu quero.
Engoli em seco.
Assistir ela...
– Bem frio.
Capítulo 40
JULIANA
Entramos no conforto da barraca quando o vento ficou mais forte,
chicoteando o fogo de tantas direções diferentes que não dava mais
para saber de onde soprava. Já estava escuro e já tínhamos comido
e bebido até nos saciarmos. Falamos de tudo e de nada, exceto da
única coisa que realmente precisávamos esclarecer: por que eles
me trouxeram até aqui, em primeiro lugar.
Eu não estava acostumada com rodeios, nem eles. Esses não eram
homens de dizer palavras vazias ou fazer promessas vazias. Eram
homens bons, sinceros e diretos.
– O quê?
– Óbvio – respondi.
Não podemos ter filhos. Não podemos ter distrações. Nada para nos
segurar ou nos afastar dos nossos deveres.
Tão solitário.
– Entendo.
– Até agora isso não foi um problema – disse Devyn. – Nós nunca
quisemos nada além desse acordo. Mas agora...
Encolhi os ombros.
Maverick concordou.
– Eu.
– Sim.
– Compartilhar eu?
– Isso aí.
– Ei. Ju.
Por outro longo momento, ninguém disse nada. Então Devyn pegou
minha mão.
– Então, sim, estamos obcecados com você – disse ele, olhos azuis
chamejantes. – Queremos o filho na sua barriga, mas queremos
você ainda mais. Juliana, a guerreira. A amante. A futura mãe.
Nosso filho. Essas duas palavras nunca tinham sido ditas juntas. Até
agora, era só eu.
Se tornar nossa.
Cace...
Capítulo 41
JULIANA
O chão da barraca foi um ótimo playground, quentinho e macio. Um
ninho perfeitamente acolchoado que cedia nos lugares perfeitos,
principalmente quando algum dos meus companheiros queria me
rolar e me posicionar como desejasse.
Mmmmmmm…
Três caras.
Beijei seus rostos e testas e lábios até seus olhos fecharem e sua
respiração ficar regular. Mas também beijei outras partes de seus
corpos.
– Ju...
– Eu te amo.
Primeiro achei ter ouvido errado. Mas lá no fundo, eu sabia que era
isso mesmo.
– Eu também te amo.
Eu o amo.
Com isso fui para cima dele uma última vez, batendo minhas
nádegas macias contra seu abdômen duro, definido. Era tudo que
ele precisava. O
estímulo final.
Sorri, estendendo o braço para puxá-lo para mais perto sem tirá-lo
de dentro de mim enquanto caíamos de lado sobre o calor do saco
de dormir.
Capítulo 42
MAVERICK
A viagem de fim de semana de Juliana se tornou de uma semana, e
então de dez dias. Eu não sabia quando ela ia voltar, ou se voltaria,
ou como ficariam as coisas entre nós.
Mas a cada dia que passava, seu sorriso se abria um pouco mais. A
cada noite que ela passava no meio de nós ou se revezando entre
nossas camas, sentíamos seu corpo liberando mais aquela tensão
contida.
– Não é que eu não queira estar aqui – disse ela. – Você sabe que
eu quero. As últimas duas semanas foram as melhores da minha
vida, para falar a verdade.
– Entendo.
– Entende?
Ela contraiu seus lindos lábios e então voltou a face para a luz do
sol morrendo. Eu estava começando a enxergá-la como duas
pessoas. A mulher por quem nos apaixonamos loucamente... e a
criança que ela carregava com tanto orgulho.
– Por quê?
– É mesmo?
– Sim – eu ri.
– E você?
Seu olhar encontrou o meu e a forma com que ela olhou para minha
alma fez meu coração disparar. Era uma loucura que alguém tivesse
tanto poder sobre mim, quanto mais uma mulher. Mas, em outro
nível, eu não me importava.
– Acho.
Havia fogo em seus olhos agora. Um calor emocionado por trás das
lindas íris castanhas.
Você não faz ideia de quantos presentes para o bebê ele já mandou
para Nova York.
– O quê?
Vem comigo.
– Onde estamos...
– Só vem.
– Abre.
Ela abriu, embora um pouco apreensiva de início. Mas ao entrar,
levou as duas mãos à boca.
– Meu Deus!
– Bom, a ideia foi dele – admiti –, mas depois que ele começou,
Devyn e eu assumimos. Ele não gostou de início, mas no final acho
que o trabalho em grupo ficou melhor.
– Nós sabemos que você não vai estar sempre aqui – disse Gage
rapidamente – ou que talvez nem vá trazer o carinha para cá.
– Ou a mocinha – interrompeu Devyn.
– É. Mas...
– Ninguém nunca fez nada tão querido por mim antes – disse ela
com voz estrangulada, porém feliz. – Ou tão atencioso. Ou tão...
Tão...
– Promete?
– Eu... Eu prometo.
– Estaremos aqui sempre que você precisar – disse eu, embora sem
poder prometer que sempre seria verdade. – Esta casa é para
sempre sua.
– E dele.
Eu a abracei forte.
Pela visão periférica, meus olhos escanearam seu terno Brioni, seu
cinto Gucci e seus sapatos Balenciaga de couro de tubarão. O
homem era alto e magro e extremamente bem arrumado, desde o
cabelo estiloso, com gel, até as unhas feitas. Ele batia os dedos no
encosto da cadeira diante de si.
Ele disse isso de forma toda obsequiosa e imparcial. Por mais que
eu odiasse, a declaração ainda era verdadeira.
Minha cara feia piorou. Eu também não podia negar isso, embora os
cálculos de tempo dele talvez estivessem um pouco errados.
– Acabou?
– Que p...
– Aric, não!
São as pequenas vitórias que te fazem seguir adiante, uma vez Aric
me dissera.
O homem soltou uma risada pelo nariz, virou-se e olhou feio para
Aric, que estava de pé em silêncio no canto da sala.
Minha própria raiva começou a ferver. Não com John James, porque
agora eu sabia que o CEO da Skyline não era mais que um menino
brincando de adulto com a vida dos outros.
Ele disse essa parte com tanto desprezo que eu não consegui
segurar o riso.
– Eu não sei tudo – disse eu. – Nem perto disso. Mas, James?
Capítulo 44
GAGE
A ligação viera no pior momento possível, como de costume. Eu
estava deitado de barriga para baixo e de braços e pernas abertos
na cama.
Dissemos a verdade.
– Levanta.
– Está na hora?
– Sim.
– Ótimo. Eu também.
Demos ainda mais espaço a Juliana desde que ela se fora, e ela
aceitara. Mas mantínhamos contato. Ainda conversávamos. Por isso
não parecia certo só partir sem dizer nada.
– Ela está grávida, ela está estressada, ela não precisa disso –
disse eu.
– De acordo?
– Bishop! Abraham!
– Gunarson!
Corri até o helicóptero e pulei para dentro bem na hora em que ele
deixava o chão. Ramos acenou com a cabeça. O aceno disse tudo.
Capítulo 45
JULIANA
A viagem foi solitária como sempre, mas desta vez, com uma ponta
de empolgação. Peguei um avião no impulso. Saí de Nova York sem
dizer a ninguém, nem a Aric, para quem eu sempre podia ligar de
manhã.
Não ouvir suas vozes me deu mais saudade do que nunca e tentar
não pensar neles só enchia minha cabeça de ainda mais
pensamentos conflitantes.
Mas meu apego a eles ia muito além disso, portanto a razão para eu
estar ali. Precisava de seus braços fortes, lábios firmes, mas
também de sua companhia. Precisava das risadas, do calor e da
amizade. Os três compartilhavam uma ligação indescritível que fazia
estar em sua presença naturalmente divertido e descontraído. E,
claro, eu os amava. E eles me amavam.
Dizer que eu era bem vinda “em casa” quando quisesse poderia não
ser mais que um gesto simpático. Mas agora, depois de pensar
bem...
Mas de qual?
Dei uma olhadinha pela arcada para ver se a cozinha estava vazia.
Capítulo 46
JULIANA
– Juliana?
Franzi as sobrancelhas.
Nós... eu...
BOSTA!
LEVANTA.
Visualizei seus rostos bonitos, seus corpos rijos, suas vozes graves,
poderosas, ecoando pela casa agora vazia. Eu me lembrei que os
amava. Eu disse a mim mesma que não tinha nenhum problema
nisso. Eu convenci a mim mesma que os três ficariam bem e que
eles cuidariam um do outro e que voltariam para mim inteiros e
felizes e repletos de ainda mais amor por mim do que quando
partiram.
Capítulo 47
DEVYN
Ramos nos levou até o litoral da Somália, mas nos separamos no
USS
– Vaughan!
O batedor à frente parou e deu meia volta.
– Legal?– sibilei.
– Olha, não vai ser bom para ninguém se você der de cara com os
homens do Bashir e estivermos longe demais para sequer saber o
que aconteceu – disse eu a Vaughan. – Certo?
Eu ri na minha mão.
– Equipamento de escalada?
– É o único jeito.
Capítulo 48
JULIANA
Depois de uma semana inteira na casa deles, tenho de admitir que
já estava ficando bem à vontade. Na segunda semana, eu já
desenvolvera uma rotina diária bem definida. Ela incluía acordar na
cama de um deles, lavar o cabelo com o xampu deles e
cuidadosamente raspar as pernas com as mesmas navalhas que
eles usavam em seus lindos rostos. Eu treinava na academia
completa deles para descansar a cabeça, assistia à televisão deles
para me distrair e me sentava numa cadeira no pátio deles à noite
para ver as estrelas.
– Com todas.
– Muito bem.
– E pegar a chave.
– Oh, tenho perfeita ciência disso – disse ele sem emoção. – Bom
dia, Sra. Emerson.
Talvez seja pelo tanto que eu estava pagando, mas ele sempre me
Capítulo 49
MAVERICK
O terreno era suficientemente uniforme para que todas as direções
parecessem iguais, mas a vegetação era esparsa, de forma que
seguir alguém era um saco ainda maior. Por isso ficávamos para
trás e escalávamos pontos mais altos sempre que possível.
Conseguimos observar os grupos à nossa frente, que determinamos
serem três facções diferentes.
– Novidades?
– Vamos escolher?
Asad Bashir era gente ruim do pior tipo. Um terrível chefe militar que
tomava conta de todos os recursos que encontrava e forçava a
submissão da população local pela fome. Se quiser comer, entra
para a milícia. Ou ele apareceria um dia na sua aldeia e levaria o
que quisesse, e isso incluía quem quisesse, também.
Duas noites atrás, Evans localizara Bashir na mira com zoom do rifle
Schmidt & Bender. Se dependesse de mim, ele teria levado o tiro.
Mas não dependia e mim.
Capítulo 50
JULIANA
– Sério?– insisti enquanto as portas do elevador se fechavam –
Você ainda não sabe por que eu te trouxe de avião até aqui?
Eu ri.
– E por quê?
– Porque após o que houve entre nós, acho que eu te devia pelo
menos isso.
– A Shameless West.
– Espera, o quê?
O homem cuja empresa eu tornara real – e que por sua vez tornara
a minha real – voltou-se para me encarar. Ele ainda estava
incrédulo.
– Mas...
– Mas o quê?
– A Jennifer Akin?
– Claro.
– Uau.
A admiração em seus olhos era verdadeira, o que foi bom de
constatar.
– Mas...
teorizou ele.
Eu balancei a cabeça.
– Caralho.
– Pois é.
– Você já sabe.
– E quando acabar, mostre aqui para eles. Diga a eles que podemos
restabelecer nossa relação, mas vamos precisar de um
compromisso um pouco mais sólido desta vez.
Capítulo 51
GAGE
A primeira parte da missão se desenrolou em silêncio, sem troca de
palavras e com a máxima precisão. A noite caíra. Nossos alvos
levantaram acampamento. Esperamos o suficiente até todos exceto
os guardas do perímetro estarem dormindo, então avançamos como
a lenta sombra da morte que realmente éramos.
– BASHIR!
– Eu pego ele!
À distância, ouvi Evans no rádio dizendo que não podia mais atirar.
Meu alvo ganhava terreno. Ele já estava quase na linha das árvores.
Bosta.
Tropecei. Foi tão rápido que minhas pernas não notaram até meu
queixo bater no chão duro e no pó. Foi uma queda feia, também.
Uma que eu realmente devia ter sentido, não fosse a adrenalina.
Xingando e resmungando, rolei, levantei e sacudi a poeira. Mas
meus olhos...
– GAGE!
– Vai se foder!
– ARRGHH!
– Chefe!
– Tudo bem?
Notei uma leve fumaça saindo do cano de seu rifle. Ainda lutando
com a histeria de batalha que vinha com a overdose de adrenalina
habitual, acenei com a cabeça.
– Acho que o atingi – ofegou Vaughan.
Vaughan riu também até que outro ruído atraiu nossa atenção. Aos
nossos pés, os gemidos de Bashir estavam ficando mais altos.
Capítulo 52
JULIANA
Estava saindo do melhor banho da minha vida quando ouvi o ruído:
uma batida amortecida lá fora, seguida por uma segunda. Elas não
me deram um mau pressentimento, na verdade. Mas também não
soaram naturais.
Eu já sabia que a arma era uma HK45C, com punho fino e mira
laser carmesim montada na parte inferior. Eu aprendera essas
coisas ao longo das várias aulas no clube de tiro Caswell que fizera
só porque me sentia mais segura sabendo atirar com a arma em vez
de só usá-la de porrete.
– Meu DEUS!
Um segundo depois deixei a arma cair e me joguei dos últimos
degraus nos braços abertos de Gage e Devyn.
– Como assim!?
Voltei os olhos para a porta, que eles fecharam às suas costas. Meu
queixo caiu abruptamente, meus olhos se arregalaram.
– M-Maverick???
– Falando disso – Gage sorriu feliz – o que você está fazendo aqui?
– Manda.
– A correta.
– Então entramos no que deveria ter sido uma casa fria e solitária –
Minha nudez não tinha nem me ocorrido, estava tão feliz de vê-los
de novo. Eu ficava tão naturalmente à vontade com eles que a
toalha ter caído foi de segunda importância.
Meu sorriso lhes disse que seria uma conversa boa, não ruim. Isso
os animou. Fez com que suas mãos voltassem a passear, dessa vez
por outras partes do meu corpo além da minha barriga de grávida.
Uma mão forte apertou minha bunda, e outra cobriu meus seios por
trás. Devyn baixou a boca molhada até meu ombro descoberto. Ele
me beijou e me apertou, fazendo eu sentir choques elétricos por
todo o corpo.
– Então o que a gente faz até lá?– ele murmurou na minha orelha.
Esticando os braços para baixo e para trás, fechei as mãos excitada
sobre um par de virilhas bem conhecidas.
Capítulo 53
JULIANA
O portão de chegada do aeroporto Sky Harbor fervilhava de vida
enquanto esperávamos a chegada de Maverick. Para fazer
surpresa, Devyn e Gage ficaram bem próximos lado a lado comigo
às suas costas. Assim fiquei totalmente eclipsada pelos dois SEALs
altos na minha frente, pelo menos até o último momento.
alegria que cruzou seu rosto no momento que ele percebeu que eu
realmente estava lá.
– Voilà.
– Sim.
– Sério?
– Na última vez que estivemos juntos eu fui burra e parti – disse eu.
–
– Esse filho era para ser só meu. Não porque eu quisesse que fosse
assim, mas porque comigo era assim. Sempre foi assim.
– Mas...?
A palavra saiu dos meus lábios com uma onda de incrível felicidade
que me aqueceu por dentro. Foi tão bom dizer isso. Tão natural. Tão
perfeito.
Beijada. Erguida do chão por braços tão grandes e fortes que não
consegui segurar o riso, e quando as lágrimas começaram a rolar,
não consegui mais segurá-las.
– Claro, vou arranjar uma casa aqui. Um lugar com espaço para
todo mundo, então quando vocês estiverem na cidade...
– Sem chance.
– O quê?
– Você vai morar com a gente – Gage explicou por ele. Ele olhou
para a minha barriga. – Os dois. Vocês são nossos agora. Somos
uma família...
– Mas...
– Ou ela.
– Tem certeza que está preparada para ser nossa mulher?– Devyn
finalmente brincou – Porque o papel vem com certas...
responsabilidades.
– Pode ser.
– Acho que vou fazer outra no outro braço também – disse eu,
provocando.
Capítulo 54
JULIANA
As ruas de Nova York pareceram vagamente estranhas quando eu
voltei, mas claro que era eu quem mudara. Eu ficara longe por
tempo demais. Pior ainda, eu estava traindo Manhattan com uma
cidade totalmente diferente, e pela forma estranha que as ruas me
olhavam, era quase como se elas soubessem, de alguma forma.
– Chefe!
Aric não me via há tanto tempo que entrou correndo na minha sala
com o que prometia ser um abraço de urso de quebrar as costelas.
Mas quando eu me virei de lado, ele viu meu perfil e congelou.
– Meu Deus...
Pela expressão dele, essa era a última coisa que ele esperava que
eu perguntasse.
– Minha?
– Embora?
– Não, eu...
Mais tudo.
Sua expressão ainda não mudara. Parecia que ele fora atingido por
um raio, mas ainda não tinha notado.
– E também sei que gente igual a você só aparece uma vez na vida.
– Ah, e Aric?
– Sim?
– Sério?
Capítulo 55
JULIANA
Dias. Semanas. Meses.
Sempre tinha um, dois, às vezes até os três passando seus braços
fortes por mim no fim de cada dia. Sempre tinha movimento,
animação, histórias para contar. E assim como eles entravam e
saíam da casa... também entravam e saíam do meu quarto.
Mas eles sabiam que as coisas voltariam a ser como antes depois
do parto.
Todos os meus três homens ficaram em casa nos dias logo antes do
parto. Nossas vidas eram ocupadas, mas quase perfeitas.
Ela pesava três quilos e meio de pura felicidade nos braços de três
papais babões e uma mamãe orgulhosa. Ela ultrapassou todas as
expectativas de todos os nossos sonhos combinados. Ela nos levou
tão além de tudo que jamais pensamos que poderíamos amar juntos
que tanto nos sensibilizou quanto nos impressionou. Um belo feito,
considerando quanta experiência já tínhamos nesse departamento.
Essa parte foi até mais legal, porque a fizemos juntos. Assim como
quase tudo mais.
Até que uma noite no deserto a conversa ficou séria e os três Navy
SEALs ficaram de joelhos com precisão militar, exatamente ao
mesmo tempo. Um cintilante anel de diamantes foi colocado no meu
dedo trêmulo, refletindo a luz de milhões de estrelas brilhantes.
Chorei lágrimas de alegria quando eles me beijaram devagar e
ternamente, um por um, prometendo serem meus para sempre.
Eram homens acostumados a juramentos, homens que sabiam o
valor da lealdade e que sempre mantinham a palavra. Homens
devotados não só uns aos outros, mas também à mulher que
amavam e à filha que tiveram com ela.
Epilogo
JULIANA
Eu me estiquei ainda mais na frieza dos lençóis de seda, arqueando
as costas e deixando o corpo se alongar para frente como um gato.
Meus pulsos estavam atados com um lenço à minha frente. Pelo
menos parecia um lenço, porque sem meus olhos era impossível
saber.
Cadê eles?
Anda logo!
CARALHO...
Quase não parecia justo, sendo três contra uma. Mas ao longo dos
últimos meses eu ficara bem boa em descobrir quem era quem.
Meus homens eram de espessuras diferentes, tamanhos diferentes.
Eles me agarravam e me tomavam de formas diferentes, também
com técnicas diferentes, embora recentemente tivessem ficado
malandros e me confundido de propósito.
Ohhhhhh…
Então, de repente, meu fio dental foi puxado para o lado e senti a
maravilhosa e familiar presença de lubrificante que esquenta
pingando sobre meu traseiro exposto.
Pooorra.
– Mmmf…
Não era um grande, mas dava para sentir que também não era
pequeno. Talvez fosse novo. Com três namorados tarados, eu
acumulara uma bela coleção de sex toys ao longo do ano que
passara como sua mulher compartilhada.
O plug se encaixou bem no lugar, dando aquela sensação
maravilhosa de estar preenchida lá trás. Quem quer que estivesse
atrás de mim deu umas batidinhas nele, mandando choques
elétricos de prazer por todo o meu corpo que reverberavam do
vibrador ovo. Então ele tirou o vibrador, deixando-me atordoada por
um momento, antes de finalmente subir na cama e enterrar a cara
na minha boceta por trás.
POOORRA!
Duas mãos seguraram meus quadris e fui varada até a alma por um
pau grosso e latejante.
Simmm...
FINALMENTE!
Devyn ou não, quem quer que fosse gozou feito um vulcão, jorrando
magma dentro de mim e apertando meus quadris com as duas
mãos. Outra pista de que era ele, talvez. Outra informação que eu
poderia usar no final, quando me tirassem a venda e os três me
rodeassem sorrindo, me desafiando a adivinhar quem era quem.
PÁ!
OHHHHHHHHHHH…
A outra mão mexia minha perna para cima e para baixo como um
pistão, no ritmo em que meu novo amante entrava e saía do meu
corpo. A cama balançava para frente e para trás no que ele metia
com força, indo até o fundo a cada estocada.
Que loucura.
– Puta m...
Era a voz do Gage... e não era. Mas ele era o único que me
chamava por esse apelido. A menos que um dos outros estivesse
tentando me enganar de novo e fazer eu adivinhar errado. Se era
para ser ardiloso, aí já era maldade.
Mmmmmm…
Eu sabia!
Ouvi uma risada baixinha, seguida por duas mãos fortes que me
manobraram com destreza e rapidez. Fui deitada de costas, pernas
abertas, braços esticados acima da cabeça. Uma mão grande se
fechou sobre meus dois pulsos ao mesmo tempo, prendendo-os
sobre a cama enquanto meu
Eu sabia que seria verdade para nós dois. Meu último clímax fora
interrompido abruptamente, e o próximo não estava distante. Eu
também sabia que estando tão quente, molhada e melada de
semente quente, o pobre homem que pegara o palitinho mais curto
não teria chance.
me dá.
– Eu... Eu vou...
Eu estava falando com ninguém. Falando sem razão alguma
enquanto tudo que não fosse o clímax que se aproximava era total e
completamente borrado da minha mente. A venda não significou
nada. Estrelas prateadas dispararam por um campo cinza claro
cintilante tão incrivelmente lindo que parecia que todas as cores do
mundo se misturavam de uma vez.
– Não.
Ri alto.
– Te servir...
– Isso aí. Me dar comida. Fazer coisas para mim. Tipo isso.
Limpei a garganta.
Eu sou astuta.
– Alguém me dá o controle?
– Pipoca?
Eu já estava forçando a barra, mas queria ver até onde eles iriam.
muito sexy?
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