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RISCOS ELÉCTRICOS

Paulo Beaumont

1
 Quais as causas mais frequentes dos
acidentes envolvendo a electricidade?

 Que meios de prevenção conhece para os


trabalhos com electricidade?

 Que meios de protecção conhece para os


trabalhos com electricidade?

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 2
“A electricidade é a forma de
energia mais discreta que existe:
não tem cheiro, não se vê e não se
ouve;

Só se pode reconhecer pelos seus


efeitos imediatos, o que contribui
para alguns comportamentos
perigosos.”

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 3
 RISCOS PESSOAIS
 Em consequência da passagem da corrente eléctrica pelo corpo
humano (afecta directamente a pessoa)

 RISCOS MATERIAIS
 Destruição de bens, normalmente em resultado de incêndios e/ou
explosões provocados por instalações deficientes ou mal utilizadas
(poderão afectar indirectamente as pessoas)

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 4
 O acto de substituir uma lâmpada

eléctrica, se não forem cumpridas

as regras de segurança, pode

provocar um acidente fatal…

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 5
 Forma de energia

 Envolve “contacto”

 Não tem cheiro; não se vê; não se ouve

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 6
 Como ocorre o choque eléctrico ?

 Quais o tipos de choque ?

 Porque é que a electricidade é um risco ?

 Qual o efeito do choque eléctrico no nosso corpo ?

 Quais os factores que determinam a gravidade do choque ?

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 7
 Quando uma pessoa torna-

se parte de um circuito

eléctrico em tensão e a

corrente eléctrica flui

através do seu corpo

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 8
DIRECTOS INDIRECTOS

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 9
ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 10
 Contacto estabelecido pelo indivíduo

entre um elemento em tensão e a

terra ou, dito de outro modo, entre

uma parte activa sob tensão e um

elemento condutor ligado à terra

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 11
 O indivíduo toca directamente dois
pontos de um circuito com potenciais
diferentes ou seja, são estabelecidos
pelo contacto entre uma parte activa
sob tensão e uma outra parte activa
sob tensão diferente

 Este tipo de contacto é frequente e


particularmente perigoso

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 12
 O indivíduo não toca
directamente nos
dois pontos de um
circuito com
potenciais diferentes
mas a corrente
eléctrica, devido ao
elevado potencial,
estabelece o contacto

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SEGURANÇA 13
ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 14
TIPO DE CONTACTO PROCESSO PROBABILIDADE

Contacto entre uma parte activa


Muito frequente
sob tensão + terra

Contacto entre uma parte activa


Muito frequente e particularmente
DIRECTOS sob tensão + uma parte activa com
perigoso
tensão diferente

Contacto entre uma parte activa


sob tensão + uma massa Raro
acidentalmente sob tensão
Contacto entre uma massa
acidentalmente sob tensão + terra Muito frequente

INDIRECTOS Contacto entre uma massa


acidentalmente sob tensão + outra
Muito raro
massa, acidentalmente sob tensão
diferente

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 15
 Contacto directo: contacto das pessoas com as partes activas dos
materiais ou equipamentos;

 Partes activas: condutores activos e peças condutoras de uma


instalação eléctrica susceptíveis de estarem em tensão em serviço
normal

 Condutores activos: condutores afectos à transmissão de energia


eléctrica (inclui os condutores de fase e o neutro, no caso da
corrente alternada)

 Contacto indirecto: contactos de pessoas com massas ou


elementos condutores postos acidentalmente sob tensão

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 16
 Massa: todo o elemento condutor de um material eléctrico
susceptível de ser tocado, normalmente isolado das partes activas,
mas podendo ser posto acidentalmente sob tensão

 Elemento condutor: elemento metálico estranho à instalação


eléctrica susceptível de propagar um potencial

 Sobrecarga: aumento da potência absorvida, superior ao


admissível, de um equipamento

 Curto Circuito: ligação acidental de dois pontos do circuito a


tensões diferentes, originando uma intensidade muito elevada na
corrente

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SEGURANÇA 17
 Defeito de Isolamento: ligação acidental, por falta de
isolamento

 Tensão de contacto: diferença de potencial entre o ponto de


entrada e o ponto de saída da corrente

 Tensão de segurança: corresponde ao limite superior


indefinidamente suportável pelo organismo sem gerar efeitos
fisiopatológicos perigosos

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 18
 Tensão de segurança:
 a) 50 V: quando não há massas susceptíveis de serem
empunhadas

 b) 25 V: quando há massas susceptíveis de serem empunhadas


ou aparelhos de utilização portáteis com massas acessíveis

 Fonte (geradores, baterias, pilhas, dínamos, …)


 Receptor (lâmpadas, motores, computadores, …)
 Equipamentos de protecção e controlo (interruptores, fusíveis,
disjuntores, …)

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SEGURANÇA 19
 Um condutor sujeito a uma diferença de

potencial “U” entre dois pontos é percorrido

por uma corrente eléctrica “I” dada por:

U = R.I

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SEGURANÇA 20
 Aplicada ao corpo humano, a Lei de
Ohm, funciona da mesma maneira

 Quando dois pontos do corpo humano


ficam sujeitos a uma diferença de
potencial há uma passagem de corrente
que, dependendo da sua intensidade e
do tempo de passagem, pode provocar
graves lesões ou mesmo a morte da
pessoa
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SEGURANÇA 21
 O efeito de Joule é o aquecimento de um condutor percorrido por
uma corrente eléctrica

 A energia libertada sob a forma de calor é proporcional:

 À resistência do elemento condutor;

 Ao quadrado da intensidade da corrente eléctrica;

 Ao tempo durante o qual passa a corrente

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SEGURANÇA 22
 E
E  R I t
energia eléctrica transformada (J)
2

 R Resistência eléctrica (Ω)


 I intensidade da corrente (A)
 t tempo de passagem da corrente (s)

 Este efeito é responsável pelas queimaduras quando o


condutor percorrido pela corrente eléctrica é o corpo humano

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SEGURANÇA 23
INTERNA

Ri1  200
 500 


Ri3  100

Rit  500
EXTERNA


pele húmida

0
Ri2  200

pele seca

 de 1000 a 2000 

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SEGURANÇA 24
 Podem estar relacionadas com:
 Luminárias ou lâmpadas
 Extensões
 Equipamentos diversos
 Carcaças de motores
 Máquinas eléctricas
 Estado de conservação
 Degradação dos isolamentos
 Desenho/ projecto do circuito
 Tensão usada em determinados trabalhos
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SEGURANÇA 25
 Locais de trabalho
 Espaço confinado
 Indústrias

 Elementos condutores
 Utilização de máquinas ou equipamentos
 Instalação eléctrica cruza vias de circulação
 Locais sem protecção anti-deflagrante
 Restabelecimento de tensão no circuito
 Isolamento defeituosos

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 26
 Os trabalhos realizados em P.T’s (Postos de
Transformação), assim como em quadros de
distribuição de energia eléctrica nas empresas, não
devem ser realizados por pessoas não qualificadas e
sem que se tomem as necessárias medidas preventivas,
pois no caso dos P.T’s os acidentes são normalmente
mortais

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SEGURANÇA 27
 Trabalhos em

aproximação de

catenárias (gruas e

afins)

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Combinação dos seguintes factores:

 Falta de FORMAÇÃO

 Falha da SUPERVISÃO

 PRÁTICAS inadequadas de trabalho

 Instalação e MANUTENÇÃO precárias

 AMBIENTE DE TRABALHO desordenado e mesmo sujo

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 29
Fluxo em tubos

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 30
 No caso de recipientes móveis de
pequena capacidade os tubos serão
usados de modo semelhante, com
funis

 A distância entre o fim do tubo e o


fundo do recipiente terá, no
máximo, 25cm

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SEGURANÇA 31
 Eliminar a electricidade

estática (ligação à terra);

 Humidificar o ambiente

de trabalho

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SEGURANÇA 32
 CHOQUE ELÉCTRICO
 Percepção

 Convulsão

 Fibrilhação ventricular

 Paragem respiratória

 Asfixia

 Queimadura

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 33
 O limiar da percepção da

corrente eléctrica varia

entre 0,3 mA e 2 mA

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SEGURANÇA 34
ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 35
 A passagem de corrente

eléctrica no corpo humano é

inversamente proporcional à

resistência deste

 A pele é o principal meio de

interposição à passagem da

corrente eléctrica

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 36
 Percepção: Apenas um leve formigueiro

 Convulsão:

 Esticão - Interrupção do contacto

 Tetanização - “Colagem” da corrente - não largar, músculos

contraídos

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SEGURANÇA 37
 Fibrilhação Ventricular: Perturbações

nas fibras musculares do coração

(paragem da circulação sanguínea)

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SEGURANÇA 38
 Paragem respiratória: se a corrente perturba

centros respiratórios

 Asfixia: Músculos em estado de crispação,

flectores mais fortes que os extensores sendo

o aperto mais intensificado

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SEGURANÇA 39
 Queimaduras

 Por arco eléctrico


 Resultam da intensa libertação de

calor produzida pelo arco eléctrico;

 Electrotérmica
 Está ligada à libertação de calor por

efeito de Joule, ao longo do percurso


da corrente

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 40
 Intensidade da corrente

 Resistência eléctrica do corpo humano

 Percurso da corrente eléctrica no corpo humano

 Tempo de exposição à passagem da corrente

 Tipos de corrente eléctrica (CA e CC)

 Frequência e variação brusca da corrente

 Outros (choque psicológico, estado do coração, envelhecimento do

organismo, pele molhada, …)

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 41
1

natureza
8 2
cc - ca
Duração nível de
do choque frequência

Condições
Percurso orgânicas e
da corrente Tipo de
7 psíquicas da contacto 3
no corpo
pessoa
Resistência Isolamento
do corpo do corpo
Intensidade
6 da corrente 4

5
ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 42
 As instalações deverão ser convenientemente protegidas por

aparelhos cuja actuação automática oportuna e segura

impeça que os valores característicos da corrente ou da

tensão da instalação ultrapassem os limites de segurança da

própria instalação

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 43
 No combate a fogos em instalações onde existe ou pode existir a presença

de tensão, nunca deve ser utilizada a água em jacto ou a espuma física

 Com tensões até 500V pode ser usada água pulverizada e, até 6.000V, o

pó químico (para classes de fogos BC e ABC)

 No entanto, os extintores mais adequados para este tipo de fogos são os

de dióxido de carbono (CO2)

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 44
Nos locais de trabalho
molhados ou com elevados
elementos metálicos usar
aparelhos eléctricos portáteis
adequados

Utilizar pequenas tensões de


segurança (máximo 24V)

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA
45 45
Sómente, utilizar equipamentos

e dispositivos de protecção

pessoal normalizados

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SEGURANÇA 46
 Pára-raios de
eléctrodos;

 Pára-raios em
gaiola de Faraday

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 47
 O pessoal não electricista, quando

utilizar ferramentas, aparelhos ou TENSÃO DISTÂNCIA


(V) (m)
equipamentos na proximidade de
< 1.000 1
peças condutoras nuas ou

insuficientemente protegidas, não < 60.000 3


pode trabalhar a distância inferior:
> 60.000 5

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 48
 A manutenção de sistemas eléctricos é um factor
essencial para controlar o risco eléctrico

 Deve ser estudada e adequada a cada sistema


eléctrico

 Deve ser realizada por indivíduos habilitados


para o serviço

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 49
 A realização de trabalhos de
manutenção deve ser sempre
devidamente identificada, e
assegurada a não interferência
de pessoas estranhas a esse
serviço

 Uma manutenção adequada é


definida por dois factores:
 Periodicidade.
 Nível de intervenção

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 50
 Os TET, devido à sua especificidade e elevado risco devem ter:

 Indivíduos devidamente habilitados, com formação e reciclagem


específica.
 Procedimentos próprios devidamente documentados.
 Ferramentas próprias com características especificas.
 Um nível de controlo de procedimentos, formação e manutenção de
ferramentas muito elevado

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SEGURANÇA 51
1 - Isolar a instalação de todas
as possíveis fontes de tensão

2 -Bloquear na posição de abertura

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 52
4 - ligar à terra e em
curto--circuito

3 - verificar a ausência de tensão

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 53
5 - proteger contra as peças em
tensão adjacentes e delimitar a
zona de trabalho

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 54
 O bloqueio (ou encravamento) tem por objectivo impedir a
manobra dos órgãos de isolamento. Consta de:

 Imobilização do órgão de corte ou seccionamento

 Esta imobilização é realizada por bloqueio mecânico ou


outro equivalente que ofereça as mesmas garantias e deve
neutralizar todos os comandos, locais ou à distância, assim
como, se necessário, desligar as fontes auxiliares de energia
necessárias para o seu funcionamento

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 55
 O bloqueio (ou encravamento) tem por objectivo impedir a manobra dos
órgãos de isolamento. Consta de:

 Sinalização

 Os comandos locais ou à distância dum órgão de corte ou seccionamento


assim bloqueado devem conter uma indicação, sinal ou qualquer outro tipo
de registo, referindo explicitamente que este órgão está bloqueado e não deve
ser manobrado.

 Quando não existirem ou não for possível imobilizar os órgãos de manobra,


as placas ou outros dispositivos de aviso (eléctricos, mecânicos, ...)
constituem a protecção mínima obrigatória de interdição de manobra.

ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 56
 Quando não existirem ou não for possível imobilizar os órgãos de
manobra, as placas ou outros dispositivos de aviso (eléctricos,
mecânicos, ...) constituem a protecção mínima obrigatória de
interdição de manobra.
 As placas de aviso devem estar bem visíveis e explícitas, como,
por exemplo:

ATENÇÃO
Bloqueado por motivo de trabalhos
PROIBIDO MANOBRAR
Nome: Contacto:
 Quando forem usados dispositivos de controlo remoto para
proteger contra a religação, a sua manobra deve ficar inibida

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SEGURANÇA 57
 EXEMPLOS DE

EQUIPAMENTOS

DE PROTECÇÃO

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SEGURANÇA 58
ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 59
ERGONOMIA, HIGIENE E
SEGURANÇA 60
Detecta tensões;

Identifica fase e
neutro;

Indica o sentido de
rotação das fases
(sequencímetro)

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SEGURANÇA 61
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SEGURANÇA 62
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SEGURANÇA 63
Classe 4

Tensão máxima
de utilização
(valor eficaz):

36.000 V

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SEGURANÇA 64
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SEGURANÇA 65
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SEGURANÇA 66
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SEGURANÇA 67
 Os trabalhos com escadas portáteis

têm vindo a registar um número

considerável de acidentes, muitos

deles com gravidade elevada

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SEGURANÇA 68
Para os trabalhos em altura, quando não é

necessário que o trabalhador se apoie para

executar o trabalho (em elevação), pode ser

utilizado o arnês

Este equipamento é usado em conjunto com

o amortecedor de quedas (ou pára-quedas

deslizante ou retráctil)
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SEGURANÇA 70
UM
ESPÉCTACULO

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SEGURANÇA 71
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SEGURANÇA 72

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