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Contudo, essa condição só foi reconhecida como uma síndrome

genética em 1958 pelo doutor Jerome Lejeune. Ele relatou que crianças com
síndrome de Down possuíam um cromossomo extra. Se o esperado são 46
cromossomos em cada célula, essas crianças tinham 47 cromossomos. E ao
invés dos dois cromossomos 21 comuns, foram encontrados três
cromossomos 21, surgindo, então, o termo “trissomia 21”.
Ainda hoje, em pleno século XXI, persistem alguns mitos que envolvem a
síndrome de Down. Sendo assim, considero importante destacar que essa
síndrome é uma anomalia genética não uma doença, portanto não existe
cura, tratamento. Deve-se levar em conta também que as pessoas que a
possuem não devem ser tratadas como doentes.
Outro mito se refere à questão da divisão de opiniões em relação ao
comportamento dos indivíduos com síndrome de Down. Uns acham que eles
são agressivos e outros tantos acham que são “carinhosos”, “fofinhos”. No
primeiro e no segundo caso se materializam dois mitos de procedência
comum. Digo isso porque não podemos, em hipótese alguma, generalizar os
indivíduos que têm tal síndrome. Cada um possui características especificas
que dependem, entre outros fatores, do ambiente familiar e social em que
vivem. Fatores esses que, por sinal, caracterizam a todos nós – com ou sem
a síndrome.
Falando agora sobre sexualidade, uma idéia que permeia a nossa sociedade
é que, nas pessoas que têm síndrome de Down, ela se manifesta de forma
mais intensa. Mito! Esse pré-conceito se instaura, muitas vezes, pelas
dificuldades de acesso à informações necessárias sobre esse assunto que
esse público têm. Isso se deve, provavelmente, ao fato das pessoas que
convivem com esse grupo acharem que eles não precisem ter conhecimento
sobre isso ou até mesmo, nos casos mais graves, que eles não tenham
sexualidade. Dessa forma, sem essas informações básicas, a ocorrência de
comportamentos indevidos por parte das pessoas com síndrome de Down
pode ser freqüente.
Ao falar de pessoas que tem síndrome de Down se faz necessário também
fazer referência ao âmbito educacional. Já é assegurado por lei que as
pessoas com necessidades educacionais especiais sejam incluídas no
sistema regular de ensino, pois a finalidade da educação “é a mesma do que
a da educação em geral, ou seja, oferecer-lhe todas as oportunidades e
assistência para desenvolver as suas faculdades cognitivas e sociais
especificas até ao mais alto grau que lhes for possível”. (BAUTISTA, 1997, p.
234) Dito isso, o êxito da inclusão da criança com síndrome de Down será
fortemente influenciado pelas experiências e estímulos que esta teve a
oportunidade de vivenciar antes de iniciar o período escolar. De acordo com
Bautista (1997, apud BLASCO; HERNANDÉZ; SAMPEDRO, 1997, p. 236):
Como eram tratados os portadores da Síndrome de Down antigamente?
Na Grécia antiga, pessoas com deficiência intelectual muitas vezes eram
abandonadas para morrer e outras eram afogadas. Já os romanos tinham leis
para eliminá-los. Na Idade Média, na Europa Medieval , enquanto alguns
associavam pessoas com deficiência à bruxaria, outros as consideravam seres
angelicais e sagrados
Em 1862, o médico britânico John Langdon Down descreve a síndrome;
baseado nas teorias racistas da época, ele atribui a causa a uma degeneração,
que fazia com que filhos de europeus se parecessem com mongóis, e sugere
que a causa da degeneração seria a tuberculose nos pais. Apesar do tom
racista de Down, ele recomenda que as pessoas com a síndrome sejam
treinadas, e que a resposta ao treinamento é sempre positiva.
Durante vários anos, os pais de crianças com Síndrome de Down recebiam a
recomendação de entregar as crianças a instituições, que passariam a cuidar
delas (pela vida toda).
Na Grécia antiga, pessoas com deficiência intelectual muitas vezes eram
abandonadas para morrer e outras eram afogadas. Já os romanos tinham leis
para eliminá-los. Na Idade Média, na Europa Medieval , enquanto alguns
associavam pessoas com deficiência à bruxaria, outros as consideravam seres
angelicais e sagrados
O termo foi referido pela primeira vez pelo editor do The Lancet, em 1961. Era,
até a data, denominado como mongolismo pela semelhança observada por
Down na expressão facial de alguns pacientes seus e os indivíduos oriundos
da Mongólia. Porém, a designação mongol ou mongoloide dada às pessoas
que têm a síndrome ganhou um sentido pejorativo e até ofensivo, pelo que se
tornou banida no meio científico.
O termo mongol ou mongolismo, quando usado de forma pejorativa, ofensiva,
poderá ser considerado como crime de preconceito, sem direito à fiança,
quando o processo transitar em julgado.
Ao longo do século XX, muitas pessoas com síndrome de Down foram
internadas por via da força, recebendo pouco ou nenhum tratamento para os
problemas de saúde associados, tendo a maior parte morrido durante a
infância ou no início da idade adulta. Com a popularização do movimento
eugénico, vários países implementaram programas de esterilização forçada de
pessoas com síndrome de Down e graus semelhantes de deficiência.
Atualmente, estima-se que entre 91% e 93% das crianças detectadas com
Síndrome de Down antes do parto sejam abortadas.
Ainda hoje, em pleno século XXI, persistem alguns mitos que envolvem a
síndrome de Down. Sendo assim, considero importante destacar que essa
síndrome é uma anomalia genética não uma doença, portanto não existe cura,
tratamento. Deve-se levar em conta também que as pessoas que a possuem
não devem ser tratadas como doentes.

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