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net/publication/238713586
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4 authors, including:
Marcia Garanhani
Universidade Estadual de Londrina
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International Classification of Functioning, Disability and Health: Validation of assessment questionnaire.. View project
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1
Juliana Maria Citadini, Discente do Curso de Fisioterapia da UEL.
1
Juliana Scholtão, Discente do Curso de Fisioterapia da UEL..
2
Roger Burgo de Souza – Especialista – Docente do Curso de Fisioterapia da UEL e Supervisor do
Resumo
A lesão medular é uma das síndromes incapacitantes mais graves, constituindo um desafio
para a reabilitação. O objetivo deste trabalho foi traçar o perfil dos pacientes com Trauma
Raquimedular (TRM) que receberam atendimento fisioterapêutico no Ambulatório de Fisioterapia
Neurológica em Lesado Medular do Hospital Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP), em
Londrina, Paraná, no período de janeiro à dezembro de 2002. Foram entrevistados 25 pacientes com
paraplegia ou tetraplegia, atendidos no HURNP. Todos os 25 pacientes apresentavam lesões
completas, sendo 5 (20%) tetraplégicos e 20 (80%) paraplégicos. A maioria dos pacientes (75%)
referiu residir na cidade de Londrina e 25% em cidades próximas. Entre as causas da lesão, 50% por
acidente automobilístico, 20,8% por ferimento por arma de fogo, 12,5% por arma branca e 8,3%
seqüelas provenientes de procedimentos cirúrgicos. A média do tempo de lesão foi de 7,6 ± 4,3 e a
do tempo de tratamento fisioterapêutico foi de 5,26 ± 3,68 anos. Do total, 13 (52%) necessitavam de
um cuidador para se dirigirem ao ambulatório, 16 (24%) se dirigiam de automóvel, 6 (24%) de
ambulância e 3 (12%) de outros meios. Todos os pacientes tetraplégicos eram dependentes, e a
maioria dos paraplégicos (65%) era independente para chegarem ao hospital. Vinte e dois (88%)
exerciam atividade laboral antes e, somente 8 (32%) passaram a exercer após a lesão, 19 (76%)
pacientes referiram que a fisioterapia correspondeu as suas expectativas iniciais. As complicações
encontradas foram urinárias, úlceras de pressão e pulmonares. O conhecimento do perfil destes
pacientes contribui para uma melhor adequação dos serviços prestados pelo HURNP.
Abstract
The spinal cord injury is one of the most incapaciting syndromes, being one
true challenge for the rehabilitation. The objective of this study was to trace the
patients' profile with spinal cord injury that received physiotherapy treatment in the
ambulatory of Hospital Regional North of Paraná (HURNP), in the city of Londrina,
Paraná, in the period of January to December of 2002. Twenty-five patients were
interviewed. All patients had complete lesions, 5 (20%) tetraplegics and 20 (80%)
paraplegic. The majority of patients (75%) related reside in Londrina and 24% in
another cities close. Among the causes, 50% were for car accident, 20,8% for
firearm, 12,5% for white weapon and 8,3% for sequels of surgical procedures. The
average of the time of lesion it was of 7,6 ± 4,3 and the average of the time of
physiotherapy treatment it was of 5,26 ± 3,68 years. Of the total, thirteen (52%)
needed of an acompanist go to the hospital, 16 (24%) went of car, 6 patients (24%)
went of ambulance and 3 (12%) of another means. All the patient tetraplegics were
dependent, and most of the paraplegics (65%) were independent for arrive to the
hospital. Twenty-two patients (88%) worked before and only, 8 (32%) started to
worked after the lesion. Nineteen (76%) patients referred that the physiotherapy
corresponded its initial expectations and 3 (12%) referred that not. The found
complications were urinary, pressure ulcers and lung. The knowledge of the reality of
the ambulatory of physiotherapy, it contributes with elaboration of the treatment to
patients' needs improving the rendered attendance.
Introdução:
A lesão medular é uma das formas mais graves entre as síndromes incapacitantes,
constituindo-se em um verdadeiro desafio para a reabilitação. Tal dificuldade decorre da importância
da medula espinhal, que não é apenas uma via de impulsos aferentes e eferentes entre as diversas
partes do corpo e o cérebro, como também um centro regulador que controla importantes funções
como a respiração, a circulação, a bexiga, o intestino, o controle térmico e a atividade sexual
(LIANZA, 1993).
A lesão medular é definida pela American Spinal Injury Association (ASIA) como sendo uma
diminuição ou perda da função motora e/ou sensória e/ou anatômica, podendo ser uma lesão total ou
parcial, devido ao trauma dos elementos neuronais dentro do canal vertebral (O’ SULLIVAN e
SCHIMITZ, 1993; MAYNARD et al, 1997).
De acordo com o nível medular lesado o indivíduo pode tornar-se paraplégico
ou tetraplégico. A tetraplegia resulta em perda da função dos membros superiores,
bem como do tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos. Já a paraplegia refere-
se a perda de funções motoras e/ou sensórias de segmentos torácicos, lombares e
sacrais da medula espinhal. Com a paraplegia, a função dos membros superiores
está preservada, mas as funções do tronco, membros inferiores e órgãos pélvicos
podem estar comprometidas de acordo com o nível da lesão (O’ SULLIVAN e
SCHIMITZ, 1993).
Entre as causas de lesão medular encontram-se as de origem traumáticas e as não
traumáticas. Diversas são as perturbações não traumáticas que podem lesionar a medula espinhal,
entre elas as disfunções vasculares, infecções, neoplasia espinhais, subluxações vertebrais
secundárias a artrite reumatóide ou doença articular degenerativa. Estima-se que as etiologias não
traumáticas respondam por 30% de todas as lesões da medula espinhal. As influências traumáticas
são, de longe, a causa mais freqüente de lesão nas populações adultas e resultam dos danos
causados por acidente de automóvel, queda ou ferimento por arma de fogo (UMPHERED e
SCHINEIDER, 1994).
A lesão traumática é uma das mais devastadoras entre as lesões que podem
afetar o ser humano. Atinge principalmente uma faixa etária mais exposta a
acidentes, em geral também a mais produtiva. Cerca de 60% dos casos ocorrem em
pessoas entre 16 e 30 anos de idade, mas a média está aumentando com o
crescimento da longevidade do ser humano e estima-se que no Brasil haja cerca de
6000 casos anuais (NOREAU e FOUGEYROLLAS, 2000). Os homens são mais
atingidos do que as mulheres. Segundo ROLAND, 1997, a razão homem-mulher é
no mínimo 3:1.
A média de morbidade desses indivíduos tem diminuído consideravelmente
de 5 décadas atrás. Conseqüentemente a sobrevivência desses indivíduos tem
aumentado. Essa falta pode ser atribuída ao advento de modernos serviços médicos
de emergência, novos medicamentos e procedimentos cirúrgicos, antibióticos ao
combate a infecções e finalmente a melhora de serviços de reabilitação (VIALLE et
al, 1999).
A fisioterapia tem importante papel na assistência aguda do paciente visando facilitar uma
transição rápida e eficiente para o processo de reabilitação. Isso pode incluir a prevenção de
deformidades, maximização da função muscular e respiratória e aquisição de postura em pé (ZIELIG
et al, 2000; BROMLEY, 1985).
Quando os pacientes se recuperam dos problemas agudos, são feitos planos de reabilitação
baseados no prognóstico de futuras habilidades funcionais. Para se obter um serviço eficiente, os
programas de reabilitação devem ser baseados na escolha de metas realistas (MAYNARD et al,
1997).
Os principais objetivos são evitar as complicações, promover independência em termos de
alimentação e ingestão de líquidos, cuidados no vestir e higiene, controle da bexiga e intestino, sentar
e sair da cadeira de rodas e a capacidade de usa-la, retorno às atividades laborais e se possível
retorno da marcha com uso de dispositivos ortóticos (LIANZA et al, 1993; UMPHERED e
SCHINEIDER, 1994).
Diante das mudanças ocorridas na vida do indivíduo vítima de Trauma Raquimedular (TRM),
a sua reintegração familiar e comunitária dentro das maiores possibilidades físicas e funcionais é
fundamental (LIANZA et al, 1993). A fisioterapia assume então importante papel no tratamento
destes pacientes, e o conhecimento a respeito dessa população tornam-se útil para que se possam
traçar os melhores objetivos e condutas até obter-se o resultado esperado (BROMLEY, 1985).
O ambulatório de Fisioterapia Neurológica em Lesado Medular do HURNP atende vários
pacientes vítimas de TRM, os quais necessitam de um tratamento individual e especializado que tem
como principais objetivos à melhora das atividades funcionais e a adaptação desses pacientes, da
melhor forma possível, ao seu novo estilo de vida.
O tratamento fisioterapêutico se realiza de forma contínua e prolongada, e os pacientes
passam a freqüentar o ambulatório de fisioterapia por um longo período para manutenção do quadro
ou até que adquiram independência funcional.
Sendo assim a realização de um perfil epidemiológico desses pacientes, ajudará a conhecer
melhor essa população, contribuindo com o atendimento prestado e servindo de base para futuras
pesquisas.
O objetivo deste estudo foi traçar o perfil dos pacientes com TRM que receberam atendimento
fisioterapêutico no Ambulatório de Fisioterapia neurológica em Lesado Medular do Hospital
Universitário Regional do Norte do Paraná (HURNP), na cidade de Londrina, Paraná, no período de
janeiro a dezembro de 2002.
Casuística e métodos
Resultados:
20%
Mulher
Homem
80%
Quanto à procedência dos pacientes em estudo, 75% residiam na cidade de Londrina e 24%
em outras cidades próximas, todas do estado do Paraná.
Dentre as várias etiologias citadas na literatura, este estudo verificou que 50% dos casos
atendidos no Ambulatório de Fisioterapia Neurológica Adulto do HURNP foram por acidente
automobilístico, 20,8% por ferimento por arma de fogo, 12,5% por ferimento por arma branca e 8,3 %
por seqüelas provenientes de procedimentos cirúrgicos (Figura 2).
Esporte
Trabalho
4%
8%
Cirurgia
8%
Automobilístic
Ferimento o
Arma Branca 48%
12%
Ferimento
Arma de Fogo
20%
A média do tempo de lesão dos pacientes deste estudo foi de 7,6 ± 4,3 anos
sendo que 12% apresentavam menos de 1 ano de lesão e 40% tem mais de 10 anos
de lesão. A média do tempo de tratamento fisioterapêutico no ambulatório foi de 5,26
± 3,68 anos, sendo que 21 (84%) pacientes recebiam atendimento 1 vez por
semana, 3 (12%) recebiam 2 vezes por semana e 1 (4%) 3 vezes por semana.
Houve relação entre a freqüência de tratamento fisioterapêutico com o tempo da
lesão, sendo quanto maior o tempo da lesão, menor a freqüência de tratamento (p=
0,011).
Do total de pacientes do estudo, treze (52%) necessitavam de um cuidador para se dirigirem
ao Ambulatório de Fisioterapia Neurológica Adulto do HURNP. Quanto ao meio de transporte utilizado
pelos pacientes, 16 (24%) se dirigiam ao hospital de automóvel, 6 (24%) de ambulância e 3 (12%)
utilizavam-se de outros meios como ônibus urbano e vans.
Ao relacionar o nível da lesão com a necessidade ou não de um cuidador
para o paciente se dirigir ao hospital, pôde-se verificar que todos aqueles que tinham
o diagnóstico de tetraplegia, eram dependentes, e a maioria diagnosticados como
paraplégicos (65%) eram independentes para chegarem ao hospital, porém não
houve correlação estatisticamente significativa (p= 0,158).
Dos 25 pacientes, 22 (88%) exerciam alguma atividade laboral antes da lesão e somente, 8
(32%) passaram a exercer alguma atividade após a lesão (Figura 3). Verificou-se relação significativa
entre a realização de atividade laboral após a lesão com o maior tempo de lesão (p= 0,016) e de
tratamento fisioterapêutico (p= 0,024).
17 Não trabalha
Trabalha
22
ANTES DEPOIS
Discussão:
Conclusão:
Referências Bibliográficas:
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AUTORES:
- Márcia Regina Garanhani – Mestre – UEL / 33712288; hergaran@bol.com.br / Av. Robert Koch, 60
- Roger Burgo de Souza – Especialista – UEL / 33712288; spine@uel.br / Av. Robert Koch, 60 – Vila
- Juliana Maria Citadini – Discente – UEL / 3445391 jucitadini@zipmail.com.br / Av Paraná 307 apto
12
- Juliana Scholtão – Discente – UEL / (0xx31) 3285 3645; juscholtao@hotmail.com / Rua Venezuela, 341,