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X Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG & VIII Salão de Extensão

X Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG


& VIII Salão de Extensão

http://ojs.fsg.br/index.php/pesquisaextensao
ISSN 2318-8014

A IMPORTÂNCIA DO GÊNERO ASPERGILLUS SP. NA MEDICINA VETERINÁRIA


Gabriele Casagrandea, Katiane Carvalho Colomboa, Jaeli Fernanda Maule Girellia, Liziane
Betotti Crippaa, Diane Alves de Limaa*

a) Curso de Medicina Veterinária, Centro Universitário da Serra Gaúcha, Caxias do Sul, RS.

Informações de Submissão Resumo


*Diane Alves de Lima: As espécies de Aspergillus são amplamente distribuídas na
* Centro Universitário da Serra natureza e conhecidas por causar diversas patogenias, nas
Gaúcha FSG - Centro de tecnologia e mais variadas espécies, incluindo o ser humano. Apesar de
inovação - Rua Marechal Floriano, existir várias patologias causadas pelo gênero Aspergillus sp.,
1229, Campus Sede. CEP: 95020-371 há variações nas apresentações clínicas, devido a sua
- Caxias do Sul - RS - Brasil, comensalidade, cepas e resposta imunológica do hospedeiro.
Telefone: 55 (54) 2101-6000 Por conta disso, é de extrema relevância a disseminação de
informações acerca deste fungo tão comum na rotina clínica
veterinária. O referido trabalho tem como objetivo evidenciar
Palavras-chave: questões como epidemiologia, etiologia, patogenia,
diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças causadas por
Aspergilose. Patogênese. Zoonose. Aspergillus sp., por meio de revisão bibliográfica.
Epidemiologia. Micotoxinas.

1 INTRODUÇÃO

Fungos filamentosos estão sendo estudados na última década, como uma das principais
causas de infecções em pacientes imunocomprometidos. A aspergilose, causada pelo gênero
Aspergillus sp. é uma infecção de grande importância para a saúde humana, animal e vegetal (CHO,
et al., 2019; ALMEIDA, 2008). Devido a sua ampla variabilidade, o gênero Aspergillus está
presente como um dos contaminantes mais comuns de alimentos, solos, e ambientes hospitalares
(GAUTIER et al., 2016).

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O gênero Aspergillus sp. tem sua dispersão por meio de reprodução assexuada e sexuada
(ROCKAS et al., 2013). Apresenta crescimento rápido, entre três e seis dias, em ambiente
controlado. Fungos desse gênero apresentam aparência cotonosa, com periferia branca, tornando-se
granulosa à medida em que a colônia envelhece. Classificado como um fungo oportunista, os
causadores da aspergilose, dispersam-se por esporos, ao qual funciona também como mecanismo de
transmissão da patologia via aerossol (CHO, et al., 2019).
O objetivo principal deste trabalho é trazer mais informações sobre os fungos do referido
gênero, devido a sua grande ocorrência ambiental e sua capacidade de infecção na rotina médica de
humanos e animais. Para isso, serão abordados aspectos como epidemiologia, etiologia, patogenia,
diagnóstico, tratamento e prevenção de infecções fúngicas por Aspergillus sp..

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 O gênero Aspergillus


Os fungos do gênero Aspergillus sp. são difundidos no ambiente e podem contaminar
plantas, solos, ar, animais, matéria orgânica e inorgânica. São de fácil adaptabilidade às mais
diversas condições ambientais, e de rápido crescimento. Algumas espécies como Aspergillus
fumigatus, A. niger, A. flavus são importantes patógenos precursores de respostas alérgicas,
infecções sistêmicas e toxicidade, que acometem ao ser humano e os animais; sendo 90% destas
infecções, causadas pelo gênero A. fumigatus (PAULUSSEN et al., 2016).
Estes fungos são conhecidos por sua intensa resistência ao estresse térmico, além de sua
capacidade de penetrar nas células de defesa do hospedeiro. Segundo FISHER & COOK, , 2001,
uma colônia de A. fumigatus pode crescer tanto em temperaturas amenas de 25ºC até atingir sua
colonização em ambientes acima de 45ºC, o que condiz com sua ambientação cosmopolita.
Na morfologia macroscópica do fungo pode-se observar colônias cotonosas, esbranquiçadas
em 3 a 6 dias após incubação, tornando-se granulares e de coloração azul-esverdeada a cinza, à
medida que envelhecem (ALMEIDA, Sandro Rogério de., 2008). Na microscopia as hifas podem
ser vistas septadas, hialinas e relativamente largas em comparação com gêneros como Penicillium
spp., medindo um diâmetro médio de 5 milímetros. Suas ramificações acontecem em um ângulo de
45º e seus conidióforos apresentam paredes lisas, com uma expansão no seu ponto terminal (DIBA
et al., 2019).

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3 METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de um estudo de caráter qualitativo. Assim, foi realizada


utilizando a metodologia de pesquisa bibliográfica, através do levantamento e junção de
informações já existentes acerca do fungo do gênero Aspergillus sp., na qual se abordaram tópicos
referentes à epidemiologia, etiologia, patogenia, diagnóstico, tratamento e prevenção. Foram
utilizadas as plataformas de pesquisa Google Acadêmico, Pubvet, ScieLo, PubMed, Periódicos
CAPES, Lilacs e selecionado artigos científicos publicados no período de 2012 a 2022. Ainda,
foram incluídos na pesquisa livros que abordassem a temática. Foram utilizados os seguintes
indexadores para pesquisa: aspergilose, epidemiologia, Aspergillus, saúde pública, zoonose fúngica.

4 O gênero Aspergillus sp.

Conforme classificação científica, Aspergillus sp. pertence ao reino Fungi, filo Ascomycota,
família Trichocomaceae. Este grupo fúngico ainda é separado por espécies. Estima-se que existam
339 espécies deste referido, habitando o solo (GAUTIER et al., 2016). Suas diferenças
morfológicas é o que auxilia no diagnóstico, sendo divididos em unisseriados, ao qual produz
apenas uma filaide primária entre a vesícula e o conídio, e os bisseriados, que possuem duas
camadas de estruturas (FISHER, Fran; COOK, B. Norma., 2001).

Com exceção de A. nidulans e A. glaucus, a taxa de crescimento da colônia é rápida,


atingindo tamanho médio de 1 a 9 cm de diâmetro em 3 a 6 dias após a incubação. A cor da
superfície das colônias varia entre as espécies, sendo o inverso da colônia desprovido de cor, ou em
tonalidade amarelo-palha, em grande parte dos isolados fúngicos. Poucos gêneros fúngicos são tão
relevantes para a indústria agrícola, farmacêutica, fonte patológica, além de seu uso biotecnológico,
quanto o Aspergillus (FISHER, Fran; COOK, B. Norma., 2001).

Por serem altamente resistentes a estresse térmico, podem crescer em temperaturas


superiores a 45ºC, como é o caso do A. fumigatus (MEIS et al., 2016). São comensais comuns de
solos, ar, matéria orgânica e inorgânica, assim como em equipamentos de áreas hospitalares, uma
das principais fontes de disseminação para pacientes imunocomprometidos (WASSANO, Natália
S., GOLDMAN, Gustavo H., DAMASIO, André., 2020). As espécies de maior prevalência são: A.

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flavus, A. niger, A. fumigatus, sendo esta última uma das colônias mais estudadas devido a sua alta
virulência em humanos e sua crescente resistência no tratamento antifúngico (MEIS et al., 2016). .

A aspergilose pode acometer também animais, causando abortos em vacas e ovelhas, e


lesões respiratórias nas aves domésticas e silvestres (CATEAU et al., 2022). Recentemente, em
2014, foi relatado um estudo sobre infecções deste gênero em larvas de abelhas, doença conhecida
como stonebrood dos apiários, demonstrando sua falta de especificidade (FOLEY et al., 2014).

5 PATOGENIA

A aspergilose, em geral, é considerada uma doença oportunista, sendo estas infecções de


amplo espectro e diversificada apresentação clínica. Esta diversidade clínica se deve à contribuição
de diferentes espécies de Aspergillus, e a variabilidade de cepas virulentas eliminadas por
organismos imunocompetentes (LATGÉ, 1999; FISHER, Fran; COOK, B. Norma., 2001).

Todos os órgãos podem ser atingidos pela aspergilose, sendo ela de formação crônica ou
aguda. Conhecida como aspergilose invasiva, o comprometimento de órgãos fora do sistema
convencional, respiratório, se deve principalmente ao estado responsivo do animal e a cepa invasiva
do organismo (LATGÉ, 1999).

5.1 Aspergilose em aves


A via aerossol é considerada a maior rota de infecção da aspergilose em aves domésticas,
sendo o principal agente infeccioso o Aspergillus fumigatus. Isto se deve a particularidade
anatômica do sistema dos sacos aéreos em aves, propenso a deposição de partículas (MIRKOV, I. et
al., 2019). Segundo BEERNAERT et al. (2010), o agente tornou-se o principal patógeno oportunista
da avicultura devido ao tamanho reduzido de seus esporos, que aderem a cavidade respiratória de
aves, podendo ser capaz de atravessar a barreira física e imunológica e invadir os sacos aéreos e
pulmões das aves. Hifas agregadas ainda podem ser vistas nos pulmões e sacos aéreos de aves,
contendo um grande número de conidióforos de Aspergillus sp. (NARDONI et al., 2016).

As manifestações clínicas são dependentes da resposta imunológica dos hospedeiros, da


quantidade de esporos inalados, da resposta imunológica das aves e de quais órgãos estão
envolvidos, porém, normalmente a aspergilose em aves domésticas é considerada uma patologia

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grave. A doença pode ser crônica ou aguda, sendo a primeira resultante de uma exposição
extenuada de esporos fúngicos em indivíduos imunodeprimidos, e a segunda devido a grande carga
de esporos ambientais, advindos normalmente de camas contaminadas de aviários, e ventilação
inadequada nas granjas (MIRKOV et al., 2019). A doença também acomete aves silvestres, devido
a ampla disseminação destes fungos (ABRAMS et al., 2001).

A aspergilose nasal, principalmente no primeiro terço da pequena linha de produção avícola,


pode causar malformação de membros como bico, além de ocasionar rinites, fotofobia, pálpebras
edemaciadas, e evoluir para sinais neurológicos, como tremores e torcicolos, dificuldade
respiratório por extenuação dos alvéolos, congestão pulmonar, entre outras apresentações clínicas
passível de diagnóstico diferencial. É relevante salientar que os esporos fúngicos são de difícil
descontaminação, já que permanecem concomitantes ao solo e possuem alta resistência ao estresse
térmico, o que dificulta a eliminação residual em grandes escalas de produção de aves domésticas
(KROMM et al., 2016).

Em aves o diagnóstico diferencial inclui micobacteriose, bronquite infecciosa, doença de


Newcastle, laringotraqueíte infecciosa, colibacilose, zigomicose, entre outras patologias que
também acometem o trato respiratório (KROMM et al., 2016; BEERNAERT et al., 2010).

5.2 Aspergilose nasal


Na aspergilose nasal ocorre a formação de um complexo fúngico, conhecido como
aspergiloma, que diferentemente da aspergilose disseminada, não invade a mucosa e os tecidos
adjacentes do organismo hospedeiro, se limitando aos seios paranasais. Ao contrário do sistema
respiratório de aves, os mamíferos domésticos, como cães, gatos, vacas, entre outros, são capazes de
expulsar bem os detritos inalados, além de não possuírem o agravante de sacos aéreos, como
dispersores de patógenos como o da aspergilose (BEERNAERT et al., 2010).

Quando os esporos de Aspergillus invadem dos seios paranasais para os tecidos orbitais, é
conhecido como aspergilose sino-orbital, com sinais clínicos de abaulamento ao redor dos olhos,
edemaciação de pálpebra, além de agravantes neurológicos como tremores e desequilíbrio. É
comum também o paciente imunocomprometido, portador de uma grande massa fúngica, apresentar
sinusite e rinites, com descarga nasal mucopurulenta, além de desconforto na área, podendo ser
bilateralmente ou unilateral as narinas (SANCHES et al., 2007).

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5.3 Aspergilose disseminada


A aspergilose, quando disseminada, permeia no organismo através de esporos inalados, que
penetram os tecidos pulmonares e, através da hematose seguem na corrente sanguínea e formam
microêmbolos fúngicos que se aglomeram normalmente na região vertebral, causando osteomielites
e discoespondilites necrosantes. Pneumonias fúngicas também estão presentes, causando déficit
respiratório, expectoração sanguinolenta e dispnéia (WASSANO, Natália S., GOLDMAN, Gustavo
H., DAMASIO, André., 2020). Em cães a forma disseminada da doença apresenta sinais
inespecíficos, como tosse, febre, inapetência e depressão e o prognóstico continua a ser
desfavorável (ADAMAMA, et al. 2011). Já em ruminantes, o principal sistema a ser afetado é o
gastrointestinal, principalmente em bovinos leiteiros do primeiro terço de lactação, podendo causar
também pneumonia, mastite e placentite. Em ruminantes gestantes, a infecção pode atingir a
barreira placentária afetando o feto (SEYEDMOUSAVI et al., 2015). Nos equinos, a aspergilose
costuma atingir o trato respiratório e sistema intestinal, sendo mais comum os sinais clínicos de
taquipnéia e febre (SEYEDMOUSAVI et al., 2015).

6 EPIDEMIOLOGIA

Os fungos do gênero Aspergillus são a segunda causa mais importante de infecções fúngicas
em humanos, responsável pelo maior número de mortes por fungos (LATGÉ, 1999). Além disso,
estas espécies também afetam animais e plantas.

As espécies de Aspergillus sp. são difundidas e amplamente isoladas do ambiente, sendo ele
interno ou externo. Quanto maior a predisposição de esporos ambientais, maior será a chance de
infecção. Um ambiente com características quentes, úmidas e com deposição de poeira por pouca
ventilação é o ideal para armazenamento de fungos do gênero Aspergillus (COHEN et al., 1993);
(LATGÉ, 1999). Apesar de ser amplamente distribuído no ambiente, estes fungos não possuem uma
evolutiva capacidade de disseminação ambiental, baseando-se exclusivamente em liberação de
conídios por perturbações do local, e fortes correntes de ar em ambientes com grande depósito de
esporos (FISHER, Fran; COOK, B. Norma., 2001).

Surtos hospitalares vem sendo relatados desde a década de 80, associados a reformas e
construções nos edifícios próximos, e que devido a movimentação de poeira concentrada de esporos

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de Aspergillus, fazem com que o fluxo laminar nos quartos de pacientes, em estado dificultoso de
saúde, contamine-se (LATGÉ, 1999). Além disso, altas taxas de aspergilose vêm sendo encontradas
em aviários devido a grande descarga conidial presente de alimentos com muito tempo de
armazenamento, camas contaminadas e a aspersão errônea dentro dos centros de produção
(KROMM et al., 2016).

Aspergillus fumigatus continua sendo a principal causa de aspergilose em todas as espécies


animais, no entanto, outras espécies como A. niger e A. flavus, podem ser precursoras da infecção
fúngica (LATGÉ, 1999).

7 DIAGNÓSTICO

A identificação laboratorial do Aspergillus baseia-se em critérios morfológicos


macroscópicos e microscópicos. As lesões e sinais clínicos são levados em consideração, mas para
diagnóstico confirmatório de Aspergillus, sem denominação da espécie, o mais utilizado é a
morfologia dos conídios e conidióforos por cultura e histopatologia (LATGÉ, 1999).

Testes de imagem como tomografia, radiografia podem revelar massas fúngicas, conhecidas
como aspergiloma além disso, os critérios diagnósticos são eosinofilia periférica, presença de
anticorpos específicos contra Aspergillus sp., níveis séricos elevados de IgE contra Aspergillus,
PCR, e podem incluir o diagnóstico diferencial de fungos filamentosos como zigomicetos,
Fusarium sp., além de Nocardia e Pseudomonas aeruginosa (POWERS-FLETCHER M.V.,
HANSON K. E., 2016). Existem várias maneiras de se obter amostra para cultura, desde a coleta do
tecido acometido, swab traqueal do escarro, auxiliado com exames de imagens complementares,
bioquímicos e hematologia, sendo normalmente cultivado em ágar micobiótico seletivo, ou então
em ágar saboraund dextrose (POWERS-FLETCHER M.V., HANSON K. E., 2016).

É importante ressaltar que o isolamento de Aspergillus não confirma infecção por


aspergilose, já que estes mesmo se encontram cosmopolita, podendo ser contaminantes da cultura
fúngica. Testes sorológicos positivos só são confirmados quando apoiados em outras evidências
diagnósticas, como sorologia, hematologia e bioquímicos; porém testes negativos não excluem a
infecção (PALUMBO, J. D., O’KEEFFE T. L., FIDELIBUS M. W., 2015).

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8 TRATAMENTO E CONTROLE

Os fungos do gênero Aspergillus sp. são cosmopolitas do ambiente, portanto existe um risco
iminente de contaminação pelos organismos, sejam eles inanimados ou orgânicos. Além disso, o
tratamento é variável, de acordo com a apresentação clínica da infecção e capacidade imunológica
do hospedeiro. Viabiliza-se manter o paciente imunocompetente, seja para o tratamento da forma
invasiva ou disseminada da doença (KROMM et al., 2016; MINAMI, Paulo S., 2003).

Em locais de grande exposição aos fungos de citado gênero, é ideal fazer a retirada dos
infectados, do material contaminante e aumentar a incidência de ventilação local, a fim de diminuir
a carga de esporos e minimizar a gravidade do surto fúngico. Roupas, forros e superfícies
contaminadas devem ser pulverizadas com enilconazol ou outro fungicida, seguido de instruções do
fabricante do produto. Em centros de hospitalização é ideal preconizar quartos lacrados, com boa
ventilação e filtros de equipamentos com alta eficiência de filtragem de partículas pequenas como a
do gênero Aspergillus (WALSH T. J., LEE J. W., 1993; BEERNAERT et al., 2010).

O uso de tiabendazol, sulfato de cobre e nistatina, via aerossol, em galpões minimizam a


carga fúngica. Um bom manejo nas silagens também é redutor de contaminação de micotoxinas nos
alimentos, além de terapias de suporte para um responsivo sistema imunológico
(SEYEDMOUSAVI et al., 2015).

9 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O gênero Aspergillus sp. é um importante contaminante ambiental cosmopolita. Presente na


microbiota natural dos humanos e animais, torna-se um grande patógeno em indivíduos
comprometidos, sendo importante o controle ambiental da carga fúngica para não ocorrer um
desequilíbrio. É importante lembrar também que este gênero afeta as mais diversas espécies, e age
de forma diferente em cada organismo que infecta. O potencial zoonótico faz com que este gênero
seja um importante assunto na saúde pública.

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O gênero Aspergillus é um importante grupo, tanto na medicina humana, quanto veterinária.


Como se trata de espécies cosmopolitas onipresentes no meio ambiente, e microbiota natural dos
seres orgânicos, sua facilidade de se tornar patogênica em organismos imunocomprometidos é
grande, sendo este um fator de relevância do estudo e conhecimento dos gêneros e seu desempenho
clínico.

10 REFERÊNCIAS

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Published:March 24, 2020DOI:https://doi.org/10.1016/j.tim.2020.02.013

Caxias do Sul – RS, de 26 a 29 de setembro de 2022.


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X Congresso de Pesquisa e Extensão da FSG & VIII Salão de Extensão

Caxias do Sul – RS, de 26 a 29 de setembro de 2022.

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