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Um "elemento flexível" de transmissão é um componente usado em sistemas de

transmissão mecânica para acomodar pequenos desalinhamentos, vibrações, ou


variações na distância entre os componentes conectados. Este elemento é
particularmente importante em situações onde um alinhamento perfeito entre os
componentes conectados é difícil ou impossível de ser mantido.

Aqui estão algumas características e funções dos elementos flexíveis:

1. Absorção de Vibrações: Eles podem ajudar a reduzir ou isolar vibrações


indesejadas originadas de um dos lados da transmissão, evitando que estas
vibrações sejam transmitidas para o outro lado.
2. Acomodação de Desalinhamento: Em muitas aplicações, pode ser
desafiador manter um alinhamento perfeito entre os eixos ou componentes
conectados. Um elemento flexível pode acomodar pequenos
desalinhamentos sem causar tensões indesejadas ou desgaste prematuro
nos componentes.
3. Proteção de Componentes: Ao permitir certa flexibilidade, esses elementos
podem proteger componentes mais rígidos ou críticos de danos, como
poderia acontecer em situações de choque ou sobrecarga.

Exemplos comuns de elementos flexíveis de transmissão incluem:

• Acoplamentos flexíveis: Usados para conectar dois eixos, esses


acoplamentos podem ser feitos de elastômeros, metal flexível ou outros
materiais que permitem alguma flexibilidade.
• Correias: Em sistemas de polias, as correias atuam como um elemento
flexível, transmitindo força enquanto acomodam pequenas variações no
alinhamento ou na distância entre as polias.
• Juntas universais ou Cardans: São usadas em eixos de transmissão de
veículos e em outras aplicações para permitir que os eixos transmitam
potência mesmo quando não estão perfeitamente alinhados.

Escolher o elemento flexível apropriado é crucial para garantir que o sistema de


transmissão opere eficientemente e sem falhas prematuras. A seleção apropriada
dependerá da aplicação, dos requisitos de torque, dos tipos e magnitudes dos
desalinhamentos a serem acomodados e de outros fatores específicos do sistema.
As correias são elementos de transmissão amplamente utilizados em sistemas
mecânicos para transferir potência entre eixos. Existem diferentes tipos de correias,
que são escolhidos com base em sua aplicação específica, capacidade de
transmissão de potência, eficiência e outros fatores. Aqui estão os tipos mais
comuns de correias:

1. Correias Planas: São as mais antigas e simples. São frequentemente usadas


em aplicações de baixa velocidade e para grandes distâncias entre os eixos.
Elas são feitas de materiais como couro, borracha, tecido, entre outros.
2. Correias em V (ou trapezoidais): Estas têm uma seção transversal em
forma de V e são usadas em polias com canais correspondentes. Elas
oferecem maior tração e são mais eficientes em comparação com as correias
planas.
3. Correias Sincronizadas (ou dentadas): Estas correias têm dentes que
encaixam nos sulcos correspondentes nas polias. Elas são utilizadas quando
é necessária uma relação de transmissão constante sem escorregamento.
São comuns em motores de automóveis para sincronizar o movimento do
eixo do comando de válvulas com o movimento do virabrequim.
4. Correias Serpentinas (ou Poli V): São uma variação das correias em V, mas
com múltiplos canais ao longo da sua largura. São frequentemente usadas
em automóveis, pois permitem a transmissão de potência para vários
componentes usando uma única correia.
5. Correias Redondas: Estas têm uma seção transversal redonda e são
geralmente utilizadas para transmissão de potência leve e em aplicações
que requerem flexibilidade, como máquinas de costura e alguns
equipamentos de escritório.
6. Correias de Borracha: Feitas principalmente de borracha, estas correias são
flexíveis e adequadas para aplicações que requerem amortecimento.
7. Correias de Poliuretano: Feitas de poliuretano, estas correias são
resistentes ao óleo e a outros produtos químicos, tornando-as ideais para
ambientes industriais agressivos.

A seleção do tipo de correia apropriado depende da aplicação, da potência a ser


transmitida, das condições operacionais, da velocidade desejada, do espaço
disponível e de outras considerações específicas. Cada tipo de correia tem suas
próprias vantagens e desvantagens, e é crucial entender esses aspectos ao
selecionar uma correia para uma determinada aplicação.
As polias tensoras e esticadoras são componentes mecânicos utilizados em
sistemas de correias para manter a tensão adequada e garantir o funcionamento
correto do sistema. Embora essas polias tenham funções similares e às vezes sejam
usadas de maneira intercambiável em algumas literaturas, elas têm diferenças sutis
em suas funções e aplicações. Vamos examinar cada uma:

1. Polia Tensora:
• Objetivo Principal: Manter a tensão adequada em sistemas de
correias, especialmente em sistemas com correias longas ou em
situações onde as vibrações podem causar variações na tensão.
• Características: Uma polia tensora geralmente tem um mecanismo
de mola ou hidráulico que aplica uma força constante sobre a correia
para mantê-la tensionada. Em sistemas automotivos, como nas
correias do alternador, é comum encontrar polias tensoras
automáticas que ajustam a tensão da correia conforme necessário.
• Localização: A polia tensora pode ser encontrada tanto na face de
tração quanto na face de retorno da correia.
2. Polia Esticadora:
• Objetivo Principal: Ajustar a posição ou comprimento do trajeto da
correia para permitir a instalação ou remoção da correia, ou para
compensar o alongamento da correia ao longo do tempo.
• Características: Uma polia esticadora pode ser manualmente
ajustada para mover-se em um slot ou trilho, permitindo que o
comprimento efetivo do trajeto da correia seja alterado. Ela pode não
ter um mecanismo de mola.
• Localização: A polia esticadora é frequentemente encontrada na face
de retorno da correia.

Em muitos sistemas, especialmente em aplicações automotivas, a distinção entre


polias tensoras e esticadoras pode ser um pouco difusa. Em algumas situações,
uma única polia pode desempenhar ambas as funções, tensionando a correia e
permitindo ajustes para sua instalação ou remoção. Independentemente da
nomenclatura, o objetivo principal dessas polias é garantir que a correia mantenha
o tensionamento adequado durante sua operação, reduzindo o desgaste e
melhorando a eficiência da transmissão.
A tensão inicial em transmissões de correias refere-se à tensão aplicada a uma
correia quando ela é instalada e antes de o sistema ser posto em operação. É uma
tensão pré-estabelecida e deliberadamente aplicada para garantir que a correia
não deslize sobre as polias durante a operação e para manter uma transmissão de
potência eficiente.

Aqui estão alguns pontos a considerar sobre a tensão inicial:

1. Importância: A tensão inicial adequada é crucial para o funcionamento


eficiente e confiável de um sistema de correias. Se a correia estiver muito
frouxa, ela pode escorregar nas polias, o que resulta em perda de potência e
desgaste excessivo da correia e das polias. Por outro lado, uma tensão
excessivamente alta pode causar desgaste prematuro da correia e
sobrecarregar os rolamentos e eixos das polias, levando a falhas prematuras.
2. Métodos de Aplicação: Existem várias técnicas e ferramentas para ajustar e
medir a tensão inicial. Por exemplo, pode-se usar um tensor ou esticador
manualmente, aplicar um peso específico para esticar a correia, ou usar
ferramentas de medição sonora ou de deflexão para determinar a tensão.
3. Manutenção da Tensão: Com o tempo e o uso, as correias podem se estirar
e perder sua tensão original. Isso é particularmente verdadeiro para correias
novas, que podem passar por um período inicial de "assentamento" ou
"amaciamento". Portanto, é comum precisar reajustar a tensão após as
primeiras horas de operação e periodicamente durante a vida útil da correia.
4. Tensão Dinâmica vs. Tensão Estática: Enquanto a tensão inicial (ou
estática) é a tensão na correia antes de o sistema estar em operação, a
tensão dinâmica é a tensão na correia durante a operação. O
comportamento da tensão pode variar com cargas flutuantes, velocidades
variáveis e outros fatores.
Ao instalar uma nova correia ou ao substituir uma existente, é fundamental
consultar as especificações do fabricante e seguir as recomendações para a tensão
inicial. Uma instalação e manutenção adequadas prolongarão a vida útil do sistema
de correias e garantirão um desempenho eficiente.
As correntes são elementos de transmissão comuns em diversas aplicações, desde
o transporte de materiais até a transmissão de potência em máquinas e veículos.
Existem vários tipos de correntes, cada uma projetada para uma função específica.
Aqui estão os tipos mais comuns:

1. Correntes de Rolo: São as mais comuns para a transmissão de potência.


Utilizadas em bicicletas, motocicletas e muitas máquinas industriais, essas
correntes têm rolos que se movem sobre os dentes das engrenagens ou
rodas dentadas, proporcionando movimento suave e eficiente.
2. Correntes de Bucha: Antecessoras das correntes de rolo, essas correntes
usam buchas entre os pinos e as placas para minimizar o desgaste. Não são
tão comuns quanto as correntes de rolo na atualidade.
3. Correntes Sem Fim (ou Correntes Silenciosas): São correntes com dentes
semelhantes aos de engrenagens e são utilizadas em aplicações que exigem
operação silenciosa.
4. Correntes de Dentes Inclinados: Essas correntes têm dentes inclinados e
são usadas principalmente para transmissões de alta velocidade.
5. Correntes de Transmissão Dupla: São basicamente duas correntes de rolo
paralelas, conectadas por placas curtas transversais. Elas são usadas quando
é necessário transferir mais potência do que uma única corrente de rolo
pode suportar.
6. Correntes de Folhas (ou Correntes de Esteira): São usadas principalmente
para elevar cargas em guindastes ou como transportadores em certos tipos
de máquinas industriais. Elas consistem em placas metálicas interligadas por
pinos.
7. Correntes de Manivela: São usadas para transferir movimento rotativo
entre eixos que não são paralelos.
8. Correntes de Escavadeira: Usadas em máquinas escavadeiras e outros
equipamentos pesados, estas correntes são projetadas para suportar cargas
muito pesadas e condições adversas.
9. Correntes de Esteira (ou Correntes de Trilho): Usadas em tratores,
tanques e outras máquinas pesadas, estas correntes distribuem o peso do
veículo ao longo de uma área maior do que as rodas sozinhas fariam.
10. Correntes Soldadas: Utilizadas principalmente em aplicações de transporte,
essas correntes têm elos soldados para maior resistência.
11. Correntes de Malha (ou Correntes de Elo): Consistem em elos simples
interligados e são frequentemente usadas em âncoras e outras aplicações
de içamento.

Estes são apenas alguns exemplos dos muitos tipos de correntes disponíveis. Cada
tipo de corrente é projetado para uma aplicação específica e possui suas próprias
vantagens e limitações. Ao escolher uma corrente, é essencial considerar a
aplicação pretendida, a carga esperada e as condições operacionais.
CABOS DE AÇO

Cabos de aço são utilizados em várias aplicações, desde elevadores até pontes
pênseis, devido à sua grande resistência à tração. Compreender as tensões internas
em cabos de aço é crucial para garantir a segurança e a eficácia desses sistemas.

1. Natureza dos Cabos de Aço: Um cabo de aço não é um fio único, mas
geralmente é composto por vários fios individuais enrolados juntos em
feixes, chamados de pernas, e essas pernas são então enroladas juntas para
formar o cabo. Esta configuração fornece flexibilidade ao cabo, enquanto
mantém sua resistência.
2. Tensões Internas: As tensões internas em um cabo de aço surgem de várias
fontes:
• Carga aplicada: Quando uma carga é aplicada ao cabo, ele se estica.
Os fios individuais e as pernas experimentam uma tensão de tração.
• Torção: Os fios e pernas do cabo de aço são enrolados em padrões
helicoidais. Quando um cabo é submetido a carga, além da tração
axial, pode haver torção nos fios e pernas devido ao enrolamento
helicoidal.
• Flexão: Quando o cabo passa por polias ou roldanas, ele é
submetido a flexão, o que pode causar tensões adicionais.
• Interação entre fios: Os fios e pernas individuais de um cabo de aço
estão em contato uns com os outros. Sob carga, pode haver atrito e
pressão de contato entre os fios, resultando em tensões adicionais.
3. Fatores que afetam as tensões:
• Construção do cabo: A maneira como os fios e pernas são enrolados
pode influenciar as tensões. Por exemplo, alguns cabos são
projetados com núcleos feitos de material diferente para fornecer
mais flexibilidade ou para melhor distribuir as tensões.
• Condição do cabo: Com o tempo e o uso, os cabos de aço podem
sofrer desgaste, corrosão ou danos. Isso pode alterar a distribuição
das tensões internas.
• Lubrificação: A lubrificação adequada reduz o atrito entre os fios e
pernas do cabo, o que pode afetar as tensões internas.
4. Importância de monitorar tensões: As tensões excessivas ou
desequilibradas em cabos de aço podem levar ao seu desgaste prematuro
ou falha. É crucial monitorar regularmente a condição dos cabos e garantir
que não sejam sobrecarregados.

A engenharia e o design de cabos de aço são campos complexos, e há muitas


normas e diretrizes estabelecidas para garantir a segurança e eficácia dos cabos em
suas diversas aplicações. Conhecer e compreender as tensões internas é
fundamental para garantir que os cabos de aço funcionem conforme o esperado
ao longo de sua vida útil.
A torção em cabos de aço refere-se à rotação ou torção dos fios e pernas
individuais que compõem o cabo. Isso é fundamental para o desempenho,
durabilidade e segurança de um cabo de aço.

1. Sentido da Torção:
• Torção Regular (ou Direita): Se você olhar para o cabo e os fios
parecem estar enrolados no sentido horário, é um cabo de torção
regular. Esse é o tipo mais comum de torção.
• Torção Lang (ou Esquerda): Aqui, os fios parecem estar enrolados
no sentido anti-horário. Em alguns designs de cabos, os fios
individuais são enrolados com torção regular para formar uma perna,
e então as pernas são enroladas com torção lang para formar o cabo.
2. Tipos de Torção:
• Torção Única (ou simples): Aqui, tanto os fios quanto as pernas do
cabo são enrolados na mesma direção. Este é o tipo mais simples e
comum de torção.
• Torção Dupla (ou cruzada): Os fios são enrolados em uma direção
para formar as pernas, e as pernas são então enroladas na direção
oposta para formar o cabo. Isso pode ajudar a reduzir a tendência do
cabo de se "destorcer" ou se "abrir" sob certas condições de carga.
3. Impacto da Torção:
• Flexibilidade: O tipo e o sentido da torção podem afetar a
flexibilidade do cabo. Em geral, cabos com torção lang tendem a ser
mais flexíveis do que aqueles com torção regular.
• Resistência ao Atrito: Cabos de torção dupla (ou cruzada) tendem a
ter uma maior resistência ao desgaste por atrito, pois há menos
tendência para que os fios externos se movam em relação uns aos
outros sob carga.
• Tendência a Girar: Um cabo que está sendo tensionado pode tentar
"retornar" ao seu estado original, fazendo com que o conjunto gire.
Isso é especialmente relevante em aplicações como guindastes, onde
um giro indesejado do cabo pode ser problemático.
4. Aplicações:
• Cabos de Elevação: Para elevadores e guindastes, é preferível usar
cabos que minimizem a rotação sob carga.
• Cabos de Amarração: A flexibilidade pode ser mais desejável,
dependendo da aplicação.

Ao selecionar ou especificar um cabo de aço para uma determinada aplicação, é


crucial considerar o sentido e o tipo de torção, juntamente com outros fatores
como a resistência à tração, a flexibilidade e a resistência à corrosão. A escolha
correta pode aumentar a vida útil do cabo e melhorar a segurança da aplicação.
Freios e embreagens são componentes mecânicos críticos usados em uma
variedade de sistemas para transmitir, controlar ou interromper o movimento.
Vamos explorar os principais tipos:

Freios:

1. Freio a Disco: Consiste em um disco, geralmente feito de aço, que gira com
a roda do veículo. Pastilhas de freio são pressionadas contra ambos os lados
do disco para criar atrito e desacelerar o veículo.
2. Freio a Tambor: Neste sistema, as sapatas de freio pressionam contra o
interior de um tambor para criar atrito e desacelerar o veículo.
3. Freio de Estacionamento (ou freio de mão): Utilizado para manter o
veículo parado quando estacionado. Em muitos veículos, este é um tipo de
freio a tambor, mas em alguns designs mais novos, pode ser um freio a
disco.
4. Freios Regenerativos: Comuns em veículos elétricos e híbridos, estes
convertem parte da energia cinética de volta em energia elétrica durante a
frenagem, que é então armazenada na bateria.
5. Freios Aerodinâmicos (ou freios de velocidade): Usados em algumas
aeronaves. Eles aumentam o arrasto aerodinâmico para ajudar a desacelerar
a aeronave.
6. Freios Magnéticos: Usam campos magnéticos para criar uma força de
frenagem. Não possuem partes de contato, reduzindo o desgaste.

Embreagens:

1. Embreagem a Friction (ou de atrito): O tipo mais comum, consiste em


discos de fricção que são pressionados juntos para transmitir potência entre
o motor e a transmissão.
2. Embreagem Centrífuga: Utiliza a força centrífuga. À medida que a
velocidade aumenta, pesos ou sapatas são forçados para fora por causa da
força centrífuga, engajando a embreagem.
3. Embreagem Eletromagnética: Utiliza campos magnéticos para engajar e
desengajar a embreagem. Comum em algumas aplicações industriais.
4. Embreagem Hidráulica (ou fluida): Usa a força de um fluido para
transmitir potência. Pode ser encontrada em alguns conversores de torque
em transmissões automáticas.
5. Embreagem de Cone: Usa um par de cones que são forçados juntos para
transmitir potência.
6. Embreagem de Dog: Permite uma conexão muito direta, mas não é tão
suave quanto as embreagens de fricção. Comum em algumas aplicações de
automobilismo.

Cada tipo de freio ou embreagem tem suas vantagens e desvantagens e é


adequado para aplicações específicas. A escolha do tipo apropriado depende dos
requisitos específicos do sistema em que estão sendo usados.
A teoria do dente de engrenagem refere-se aos princípios e equações que
governam o design, a fabricação e o funcionamento dos dentes de engrenagens
em sistemas de transmissão mecânica. As engrenagens são utilizadas para
transmitir potência de um componente a outro e para alterar a velocidade, a
direção ou o torque de um sistema mecânico.

Aqui estão alguns dos principais pontos abordados na teoria do dente de


engrenagem:

1. Forma dos Dentes: A forma do dente é projetada para garantir a


transmissão suave e contínua de movimento. O perfil mais comum de dente
de engrenagem é o perfil evolvente, que é baseado na evoluta de um
círculo.
2. Razão de Transmissão: É a relação entre as velocidades angulares das duas
engrenagens em engrenamento.
3. Passo: Refere-se à distância entre os centros de dois dentes consecutivos
em uma engrenagem. Há várias definições de passo, incluindo passo
circular, passo diametral e passo modular.
4. Relação de Contato: É a relação de duração do contato de um par de
dentes ao longo de sua interação. Isso é importante para garantir que haja
sempre pelo menos um par de dentes em contato, para uma transmissão de
potência suave.
5. Interferência e Subcorte: Ocorre quando uma parte da engrenagem motriz
entra em contato com a base da engrenagem movida ou vice-versa. O
design dos dentes das engrenagens deve evitar essa interferência.
6. Ação de Deslizamento: Além do rolamento puro entre os dentes de
engrenagens em contato, geralmente há um componente de deslizamento,
especialmente nas regiões de entrada e saída do contato.
7. Forças e Tensões: As forças transmitidas entre os dentes causam tensões
que devem ser bem compreendidas e gerenciadas para evitar falhas.
8. Materiais e Tratamentos Térmicos: O material da engrenagem e qualquer
tratamento térmico ou de superfície aplicado podem afetar
significativamente a resistência e a durabilidade da engrenagem.
9. Lubrificação: Essencial para reduzir o atrito e o desgaste entre dentes de
engrenagens em contato.
10. Desvios e Tolerâncias: As imprecisões de fabricação e montagem podem
afetar o desempenho da engrenagem, portanto, padrões e tolerâncias são
definidos para controlar esses desvios.

A teoria do dente de engrenagem é complexa e abrangente. Ela é essencial para


engenheiros e designers que trabalham com sistemas de transmissão mecânica
para garantir que as engrenagens funcionem de maneira eficiente, confiável e
durável.
O ângulo de pressão e a geometria das engrenagens são conceitos fundamentais
no design e análise de sistemas de engrenagem. Vamos detalhar cada um:

1. Ângulo de Pressão (ou Ângulo de Engrenamento):


O ângulo de pressão é o ângulo entre a linha de ação (ou linha de pressão)
e a linha tangente ao círculo primitivo das engrenagens em engrenamento.
A linha de ação é a direção ao longo da qual a força é transmitida entre
duas engrenagens em contato. Em termos simples, representa o ângulo em
que um dente de engrenagem empurra ou puxa o dente da engrenagem
emparelhada.
Os ângulos de pressão comuns em muitas aplicações industriais são 14,5°,
20° e 25°, com 20° sendo talvez o mais comum. Esse ângulo afeta várias
características de desempenho da engrenagem, incluindo a quantidade de
deslizamento, a força axial resultante, a capacidade de carga e a eficiência.
2. Geometria da Engrenagem:
A geometria da engrenagem se refere à forma, tamanho e disposição dos
dentes na engrenagem, bem como à relação entre engrenagens em um
conjunto. Aqui estão algumas características-chave da geometria da
engrenagem:
• Perfil do Dente: Refere-se à curva ou forma do dente da
engrenagem. O perfil evolvente, baseado na evoluta de um círculo, é
o mais comum devido à sua capacidade de manter uma razão de
transmissão constante.
• Passo: O passo de uma engrenagem refere-se à distância entre os
centros de dois dentes consecutivos.
• Espessura do Dente: É a largura de um dente em um círculo
primitivo.
• Espaço entre Dentes: É a distância entre dois dentes adjacentes,
medida ao longo do círculo primitivo.
• Altura do Dente: É a distância do topo do dente à base.
• Relação de Engrenagem: Refere-se à relação entre o número de
dentes em duas engrenagens que estão engrenando.
• Backlash (ou folga): É o espaço livre ou movimento entre os dentes
de engrenagens emparelhadas quando uma engrenagem é fixada e a
outra é girada para trás.

A geometria adequada da engrenagem é crucial para garantir a transmissão


eficiente de potência, minimizar o desgaste e maximizar a vida útil da engrenagem.
Alterações na geometria da engrenagem podem ter efeitos significativos no
desempenho, eficiência e durabilidade de um sistema de engrenagens. Por isso, o
design das engrenagens requer um entendimento detalhado desses conceitos e a
habilidade de aplicá-los de forma adequada a diferentes aplicações.
Interferência e adelgaçamento são dois conceitos importantes no design de engrenagens e
estão relacionados com a interação entre os dentes das engrenagens quando elas estão em
engrenamento.

1. Interferência:
Interferência em engrenagens ocorre quando uma parte do dente de uma engrenagem
entra em contato com a base da outra engrenagem antes que o contato ideal seja
estabelecido no perfil evolvente. Isso pode causar desgaste excessivo ou mesmo
quebrar os dentes das engrenagens durante a operação.
O fenômeno é especialmente uma preocupação em engrenagens com números
pequenos de dentes. A interferência pode resultar em um corte inapropriado da
engrenagem durante o processo de fresagem ou no engrenamento inadequado
durante a operação.
2. Adelgaçamento (ou Alívio de Interferência):
Adelgaçamento refere-se a uma modificação feita no perfil do dente da engrenagem
para evitar a interferência. Basicamente, o perfil do dente é ligeiramente reduzido ou
"adelgaçado" para garantir que não ocorra interferência durante o engrenamento.
Isso é realizado cortando-se o perfil do dente um pouco mais dentro do que seria o
perfil evolvente padrão. Embora essa correção possa eliminar a interferência, ela
também pode resultar em um dente mais fraco devido à redução de material. Portanto,
um equilíbrio precisa ser encontrado para garantir que os dentes sejam robustos o
suficiente para a operação e ainda evitem a interferência.

A interferência e o adelgaçamento são considerações críticas ao projetar engrenagens,


especialmente em situações onde engrenagens com números menores de dentes são
desejadas ou necessárias. O entendimento desses conceitos e a implementação adequada de
correções, como o adelgaçamento, são essenciais para a longevidade e o desempenho
eficiente de um sistema de engrenagens.

Um trem de engrenagens é um conjunto de duas ou mais engrenagens usadas


para transmitir movimento de uma parte de uma máquina para outra. Através do
trem de engrenagens, é possível alterar a velocidade, direção e torque de um
mecanismo. Eles são componentes vitais em muitos dispositivos mecânicos,
incluindo relógios, veículos e várias máquinas industriais.

Os tipos de engrenagens em um trem de engrenagens incluem:


1. Engrenagens Retas (ou Cilíndricas Retas): São as mais comuns e têm
dentes que são paralelos ao eixo da engrenagem. Elas produzem um som
característico e são geralmente usadas onde a relação de transmissão não
muda durante a operação.
2. Engrenagens Helicoidais: Têm dentes inclinados em relação ao eixo da
engrenagem. Elas operam mais silenciosamente do que as engrenagens
retas e são comumente usadas em automóveis porque podem transmitir
maior torque do que as engrenagens retas de tamanho similar.
3. Engrenagens Cônicas: São usadas para transmitir movimento entre eixos
que se interceptam, geralmente em um ângulo de 90 graus. O exemplo mais
comum é o diferencial de um carro.
4. Engrenagens Espirais: São um tipo de engrenagem cônica, mas com dentes
que são curvos e helicoidais. Elas oferecem uma transmissão de movimento
mais suave do que as engrenagens cônicas retas.
5. Engrenagens Planetárias: São um conjunto de engrenagens que consiste
em uma engrenagem central (ou "sol") e várias engrenagens "planetárias"
que orbitam ao redor dela. São frequentemente usadas em transmissões
automáticas e em algumas caixas de redução.
6. Engrenagens de Corrente (ou Pinhão e Cremalheira): A cremalheira é
uma barra com dentes que se engrenam com uma pequena engrenagem
rotativa, chamada pinhão. São usadas para converter movimento rotativo
em movimento linear.
7. Engrenagens Internas: Em vez de os dentes estarem na parte externa da
circunferência da engrenagem, eles estão localizados internamente. Uma
engrenagem externa (ou pinhão) se engata com a engrenagem interna.
8. Engrenagens Sem-fim: Consiste em uma engrenagem em forma de
parafuso (sem-fim) que aciona uma engrenagem com dentes
perpendiculares à sua superfície. É uma forma de obter uma alta relação de
redução em um espaço compacto.

A escolha do tipo de engrenagem depende do design específico e dos requisitos


da máquina ou dispositivo em que estão sendo usadas.
Um trem de engrenagens refere-se a uma combinação de duas ou mais
engrenagens usadas para transmitir movimento. Dependendo da configuração e
da aplicação desejada, os trens de engrenagens podem ser classificados em
diferentes tipos. Vamos examinar três tipos de trens de engrenagens: simples,
composto e epicicloidal (ou planetário):

1. Trem de Engrenagens Simples:


• Este é o tipo mais básico de trem de engrenagens.
• Consiste em duas engrenagens montadas em eixos paralelos.
• Uma engrenagem é a "motor" (recebe o movimento) e a outra é a
"movida" (recebe a transmissão do movimento). A relação de
transmissão entre as duas é determinada pela proporção do número
de dentes de cada engrenagem.
2. Trem de Engrenagens Composto:
• Este tipo consiste em três ou mais engrenagens.
• Geralmente, duas ou mais engrenagens estão montadas no mesmo
eixo e interagem com outras engrenagens em eixos separados.
• Este design é usado para obter relações de transmissão mais
complexas ou específicas e/ou para ajustar a direção e a velocidade
de rotação.
• Por exemplo, se duas engrenagens estão montadas no mesmo eixo e
uma é maior que a outra, a maior pode ser usada para interagir com
uma engrenagem motor e a menor com a engrenagem movida,
conseguindo assim uma relação de transmissão composta.
3. Trem de Engrenagens Epicicloidal (ou Planetário):
• Este é um sistema mais complexo que envolve três componentes
principais: uma engrenagem central (ou "sol"), várias engrenagens
"planetárias" e uma "coroa" que geralmente é uma engrenagem
interna circundante.
• A engrenagem sol está no centro e as engrenagens planetárias
orbitam em torno dela. Estas engrenagens planetárias também se
engrenam com a coroa.
• Estes sistemas podem ter várias configurações, dependendo de qual
componente é fixo e qual está em movimento.
• Trens de engrenagens planetárias são frequentemente usados em
transmissões automáticas de automóveis, caixas de redução e em
outras aplicações onde são necessárias várias relações de transmissão
em um espaço compacto.

Cada tipo de trem de engrenagens oferece suas próprias vantagens e limitações,


tornando-os adequados para diferentes aplicações. A escolha de um tipo
específico depende dos requisitos de design e funcionalidade desejados.
Um redutor de engrenagens é um dispositivo mecânico utilizado para reduzir a velocidade de
rotação de um eixo motor, aumentando simultaneamente o torque (força rotacional) no eixo
de saída. Em outras palavras, ele "traduz" alta velocidade e baixo torque para baixa velocidade
e alto torque.

Os redutores de engrenagens são essenciais em várias aplicações e máquinas, e aqui estão


algumas de suas principais funções:

1. Adaptação de Velocidade: Muitos motores elétricos operam a uma velocidade que é


muito alta para muitas aplicações. Usar um redutor de engrenagens pode reduzir a
velocidade de rotação do eixo de saída para a velocidade desejada.
2. Aumento do Torque: Quando a velocidade de rotação é reduzida por um redutor, o
torque é amplificado proporcionalmente (desconsiderando as perdas por atrito). Isso
significa que o dispositivo pode fornecer uma força rotacional maior, mesmo que o
motor original não seja tão potente.
3. Melhor Controle: Em algumas aplicações, um controle preciso do movimento é
essencial. Redutores de engrenagens podem oferecer velocidades mais baixas,
permitindo um controle mais fino dos mecanismos.
4. Proteção do Motor: Ao adaptar a velocidade e o torque para o que é necessário para
a aplicação, o motor é protegido contra operação sob condições que poderiam
danificá-lo ou diminuir sua vida útil.
5. Compactação: Em muitos sistemas mecânicos, o espaço é um recurso valioso.
Redutores de engrenagens podem oferecer relações de transmissão elevadas em
espaços relativamente compactos, especialmente quando se utiliza redutores
planetários.
6. Direção: Dependendo do tipo e da configuração do redutor, também é possível alterar
a direção do movimento. Por exemplo, engrenagens cônicas podem ser usadas para
mudar a direção do movimento rotativo em um ângulo específico.

Redutores de engrenagens são encontrados em inúmeras aplicações, desde máquinas


industriais, elevadores, esteiras transportadoras, até pequenos dispositivos eletrônicos e
brinquedos. Eles são fundamentais para adaptar o funcionamento de motores e outras fontes
de movimento rotativo às necessidades específicas de cada aplicação.
A AGMA (American Gear Manufacturers Association) estabeleceu uma série de
normas e práticas recomendadas para o design e fabricação de engrenagens. Uma
das áreas fundamentais abordadas por estas normas é a determinação da
capacidade de carga de uma engrenagem, ou, em outras palavras, a quantidade
máxima de carga que uma engrenagem pode suportar sem falhar.

As equações da norma AGMA para a capacidade de carga das engrenagens


consideram vários fatores, incluindo a geometria dos dentes, o material da
engrenagem, a qualidade da fabricação, as condições operacionais, entre outros.

Há, na verdade, várias equações relacionadas à capacidade de carga das


engrenagens de acordo com a norma AGMA, dependendo do tipo de carga ou
falha que se está considerando. Por exemplo, há equações específicas para:

1. Resistência à Flexão dos Dentes: Esta equação considera a possibilidade


de falha dos dentes de uma engrenagem devido à flexão sob carga. A falha
tipicamente se manifesta como uma fratura na base do dente.
2. Resistência ao Contato Superficial (Pitting): Esta equação considera a
possibilidade de falha devido ao contato repetitivo entre os dentes de duas
engrenagens. O pitting é caracterizado pela formação de pequenas fissuras
ou depressões na superfície dos dentes.
Cada uma destas equações leva em consideração uma série de coeficientes que
refletem fatores como a confiabilidade desejada, a precisão de fabricação, a
temperatura operacional, a lubrificação, entre outros.

Como o desenvolvimento e a formulação específica das equações AGMA são


complexos e detalhados, recomenda-se consultar uma edição atual da norma
AGMA relevante ou um manual de design de engrenagens para obter as equações
específicas e os detalhes de como aplicá-las.

Deve-se também notar que, enquanto as normas AGMA são amplamente


reconhecidas e utilizadas nos Estados Unidos e em muitos outros lugares do
mundo, existem outras normas internacionais e nacionais que podem ser aplicadas
em diferentes contextos ou regiões.
Engrenagens estão sujeitas a várias formas de desgaste e falhas, que podem ser
causadas por fatores como carga excessiva, má lubrificação, defeitos de fabricação,
alinhamento incorreto e muitos outros. Algumas das falhas mais comuns em
engrenagens incluem:

1. Desgaste por Abrasão: Ocorre devido à presença de partículas abrasivas


entre os dentes das engrenagens. Isso pode ser resultado de contaminação
do lubrificante ou de desgaste anterior das engrenagens.
2. Pitting (ou Fadiga Superficial): Pequenas fissuras ou depressões que
aparecem na superfície dos dentes devido ao contato repetitivo sob carga.
Inicialmente, é superficial, mas pode progredir para o pitting profundo,
afetando mais da superfície do dente.
3. Erosão (ou Escalonamento): Resulta da perda de material na raiz do dente,
levando a um perfil em degraus. É causada principalmente por fadiga de
flexão.
4. Fratura do Dente: Ocorre quando um dente se rompe, geralmente na base,
devido a cargas excessivas ou fadiga de flexão.
5. Desgaste Adesivo (ou Soldagem a Frio): Causado por contato metal-metal
devido à falta de lubrificação adequada, levando ao arrancamento de
material da superfície do dente.
6. Falha por Corrosão: Ação de ambientes corrosivos ou lubrificantes
contaminados que causam pitting corrosivo ou desgaste generalizado.
7. Falha Térmica: Ocorre devido ao superaquecimento das engrenagens, que
pode ser resultado de excesso de carga, alta velocidade ou má lubrificação.
Pode causar descoloração, pitting ou deformação dos dentes.
8. Falha por Interferência: Quando os dentes de engrenagens recém-
engrenados interferem entre si devido a erros de projeto ou fabricação.
9. Falha por Impacto: Devido a cargas súbitas e excessivas, muitas vezes
acompanhadas por ruído audível ou choque.
10. Falha Microbiológica: Em sistemas com lubrificação à base de água,
microrganismos podem se desenvolver e causar corrosão ou degradação do
lubrificante.
11. Falha por Falta de Lubrificação: A lubrificação inadequada pode causar
uma série de problemas, desde desgaste excessivo até falha catastrófica.

Para prevenir falhas em engrenagens, é crucial seguir as práticas recomendadas de


manutenção, incluindo inspeção regular, lubrificação adequada e alinhamento
preciso. Além disso, o design e a seleção adequados das engrenagens para a
aplicação pretendida são fundamentais.

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