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Mecanização Agrícola
Tratores – Aproveitamento da Potência e Manutenção
Aproveitamento da Potência
O trator agrícola permite o aproveitamento da potência por meio do
A - sistema de levantamento hidráulico (SLH)
B - barra de tração (BT)
C - Tomada de potência (TDP)
A barra de tração é a primeira forma desenvolvida para aproveitamento da potência do trator. Permite o acoplamento de
implementos de arrasto e a potência desenvolvida depende do atrito do rodado com o solo. Por esse motivo, é a forma menos
eficiente de aproveitamento de potência entretanto é uma das mais utilizadas. Para melhorar sua eficiência, algumas características
e ajustes são possíveis.
Uma característica que melhora a eficiência é o ponto de acoplamento, que em geral ocorre abaixo e à frente do eixo
traseiro, especialmente nos tratores de maior potência. Dessa forma, é possível melhorar a aderência das rodas dianteiras,
melhorando a estabilidade longitudinal do trator (menor tendência do trator “empinar”) quando exerce grande força de tração e
também reduz a patinagem.
Além disso, dependendo do trator, é possível fazer alguns ajustes como comprimento da barra, trabalho com a barra fixa ou
oscilante e altura da barra.
O comprimento da barra é regulado alterando-se o furo utilizado para fixar a barra ao trator. Escolhendo-se os furos da
extremidade a barra ficará mais longa e os furos do centro a barra ficará mais curta. A posição mais curta é utilizada com
implementos que aplicam muita carga vertical (peso) sobre a barra de tração pois aumenta sua resistência. Porém nessa posição as
manobras ficam mais difíceis com alguns tipos de implementos. Por isso, com implementos mais leves, o ideal é utilizar a barra
mais longa, de modo que a distância ao trator fique maior, reduzindo o risco de se chocarem com os pneus traseiros durante as
curvas mais fechadas.
Barra muito baixa: Eixo traseiro perde aderência Barra muito alta: Eixo dianteiro perde aderência
Outro motivo é para permitir ao trator tracionar implementos que exigem muita força de tração com menor tendência de
“empinar”. Para isso, se reduz a altura da barra o que provoca a redução na transferência de peso do eixo dianteiro para o traseiro,
melhorando a estabilidade longitudinal.
Caso a barra seja reta e tenha o cabeçote parafusado a ela, formando a boca de lobo, é possível obter duas alturas,
invertendo a barra de modo que o cabeçote fique acima da barra (maior altura) ou abaixo (menor altura). Nas barras com degrau e
cabeçote, é possível obter quatro alturas diferentes, invertendo a posição da barra e do cabeçote.
Fonte: SENAR
Fonte: SENAR
Fonte: SENAR
Nos tratores mais antigos, a TDP para de girar com a embreagem do trator acionada, pois o acoplamento ocorre após a caixa
de câmbio. Essa TDP é denominada dependente. Atualmente os tratores são equipados com a TDP independente, em geral
controlada por embreagem própria. Trata-se de um sistema mais eficiente e seguro em que o operador não precisa parar o trator
para acionar ou desligar a TDP bem como consegue parar ou reduzir a velocidade do trator sem parar o movimento do implemento.
Mas ressalta-se que em nos dois tipos a alteração da rotação do motor altera a rotação da TDP.
Fonte: SENAR
Fonte: SENAR
Os implementos montados podem ser de superfície, em que o sistema hidráulico é utilizado para controlar a altura do
implemento. No comando do trator cada posição da alavanca corresponde a uma posição dos braços inferiores, de modo que o
operador define a altura de trabalho do implemento. Exemplos são distribuidores de adubo ou pulverizadores montados. Nesse caso
o braço do terceiro ponto sobre um esforço de tração. Porém também existem os implementos montados de profundidade, como
por exemplo subsoladores ou arados montados. Nesse caso, a resistência do solo tende a levantar o implemento, o que origina uma
força de compressão no braço superior.
Com os implementos de profundidade, o operador utiliza outra alavanca do SLH para controlar a profundidade de trabalho
em função da força de tração exigida. Esse sistema é o controle de tração, mas também denominado por alguns autores como
controle de profundidade. O braço superior (3º ponto) é acoplado por um dispositivo com mola, um sensor, que mede a compressão
sofrida pelo terceiro ponto e atua sobre o sistema hidráulico. Caso haja alteração na força de compressão, o sistema abaixa ou
levanta o implemento automaticamente, sem a interferência do operador. Em geral o maior esforço de tração significa que o
implemento está mais profundo. Mas pode ocorrer também que haja uma variabilidade no solo, com áreas mais compactadas.
Nessas áreas o esforço de tração será maior e automaticamente o SLH levantará o implemento mantendo o esforço de tração
constante.
Fonte: SENAR
Fonte: SENAR
Manutenção
É o Conjunto de serviços destinados a manter o trator em condições ideais de operação. Manutenção bem feita representa
economia para o produtor, com maior rendimento das máquinas, pois ocorre menor número de paradas para ajustes e consertos. O
custo operacional também é reduzido, pois o custo da manutenção é menor que o conserto por manutenção deficiente, como falta
de lubrificação de peças, por exemplo. Além disso, a vida útil das máquinas aumenta com a manutenção correta, associada aos
cuidados adequados durante a operação.
Basicamente, são três os tipos de manutenção: preventiva ou periódica, corretiva e preditiva.
A preventiva é aquela realizada para evitar deficiências por falta de lubrificação ou pequenos ajustes. Normalmente é a essa
que nos referimos ao se tratar da manutenção de máquinas agrícolas.
A manutenção corretiva é aquela realizada para sanar defeitos decorrentes da falta de manutenção, acidentes ou desgaste
natural de peças. Procura-se evitar a manutenção corretiva pois além do custo ser mais elevado, normalmente o problema acontece
durante o trabalho, prejudicando a semeadura ou a pulverização por exemplo, que tem prazo certo para ser realizada.
A Preditiva é aquela realizada de acordo com o histórico da máquina ou análises (óleo p. ex) para se prever a troca de um
componente ou execução de procedimento. Normalmente só é utilizada em grandes frotas.
Na manutenção preventiva de tratores agrícolas, o serviço a ser realizado e a periodicidade ocorre de acordo com o número
de horas trabalhadas, que pode ser lubrificação (pinos graxeiros, correntes, p. ex.), limpeza (radiador, p.ex.), ajustes (folga de um
pedal, p.ex), troca de peças (filtros, p.ex.) e revisões (estado e pressão dos pneus, p.ex.).
De modo geral, os cuidados são agrupados em
• Diários – 10 horas
• Semanais – 50 horas
• Mensais – 200 a 250 horas
• Trimestrais – 400 a 500 horas
• Semestrais – 750 a 1000 horas
Mas podem haver variações de acordo com o fabricante – sempre verificar o manual do trator. Nele estão especificados
todos os serviços e a forma de serem realizados, de maneira bem completa e ilustrada.
Abaixo segue exemplo do quadro resumo das manutenções de um trator agrícola
Fonte: Massey Ferguson