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SELEÇÃO PÚBLICA DE PROFESSORES PARA ATENDER

NECESSIDADES TEMPORÁRIAS DAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA


ESTADUAL DE ENSINO

EDITAL Nº 006/2022 - SEDUC/CE, DE 22 DE ABRIL DE 2022

Portaria Nº 005/ 2023 – EEEP JOAQUIM NOGUEIRA

PLANO DE AULA

CANDIDATO (A): Cariny Cardoso de Sousa

ESCOLA: EEEP JOAQUIM NOGUEIRA

TEMA: Análise Sintática – Análise dos termos fundamentais de uma oração

SÉRIE: 1ª Série do Ensino Médio

DISCIPLINA/CONTEÚDO/COMPONENTE CURRICULAR: Língua


Portuguesa / Linguagens e suas Tecnologias

DURAÇÃO DA AULA: 100 minutos

METODOLOGIA:

Em um primeiro momento com os estudantes, a professora buscará


investigá-los a respeito dos saberes adquiridos de sintaxe da língua
portuguesa. A partir dos conhecimentos prévios da turma, ela fundamentará o
termo análise sintática, sua importância no cotidiano, relembrando as
diferenças entre frase, oração e período para, em seguida, abordar os termos
essenciais da oração: sujeito e predicado, no tempo estimado entre 20 e 30
minutos.

Em seguida, a professora fará um detalhamento objetivo das


classificações do sujeito (simples, composto, elíptico, indeterminado e
inexistente) e do predicado (nominal, verbal e verbo-nominal). Aproveitará a
conclusão da primeira parte da análise dos termos essenciais da oração para
apresentar um poema do escritor Mário Quintana, chamado O Tempo, no
intuito de trabalhar a interpretação textual aliada à análise sintática, com a
duração de 30 minutos.

Em um terceiro momento, utilizando a mesma poesia de Mário Quintana,


a professora abordará acerca de outros componentes da oração, conhecidos
por termos integrantes (complemento nominal, complemento verbal, objeto
direto, objeto indireto e agente da passiva) e termos acessórios (adjunto
adnominal, adjunto adverbial e aposto), lembrando que o vocativo não pertence
à estrutura da oração. Analisará atentamente com os alunos cada termo
apresentado nos versos do poema O Tempo, esclarecendo possíveis dúvidas
que surgirem, e fará um pequeno resumo da vida e das características da
escola literária do autor em 40 minutos. Existirá, dentro do tempo estipulado, o
momento de realização de exercícios envolvendo o assunto abordado através
de atividade em que haja interação verbal na sala de aula, como debates sobre
questões de análise sintática criadas no momento da aula.

 Leitura interpretativa do poema O Tempo, do escritor Mário Quintana.

O TEMPO (MÁRIO QUINTANA)

A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas: há tempo…


Quando se vê, já é sexta-feira…
Quando se vê, passaram 60 anos!
Agora, é tarde demais para ser reprovado…
E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio
seguia sempre em frente…

E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Comentários

Partir da análise e da interpretação do poema de Mário Quintana pode


ser um fator positivo para o ensino de alguns tópicos de análise sintática.
Aproveitando os versos do texto, podem ser discutidas as nomenclaturas
gramaticais, ademais, é importante ter em mente que o multifacetado poeta,
escritor, tradutor e jornalista Mário Quintana era conhecido por seus versos
simples e cheios de metáforas. Em um de seus poemas mais famosos, O
Tempo, ele brinca com a ideia do número seis e seus significados.
Originalmente, o poema se chamaria Seiscentos e Sessenta e Seis.
Estratégias

1) Leitura do texto e levantamento de vocabulário próprio da análise sintática;


Cada estrutura frasal será analisada sintaticamente. Haverá questionamentos:

2) Discussão em grupo de alguns dos temas a seguir (resgatando e


fortalecendo a fundamentação teórica).

A) Como se classifica o sujeito?

B) Como se classifica o predicado?

C) No poema trabalhado existem orações com período composto?

D) Quais orações apresentam os termos integrantes e acessórios?

Recursos

Texto impresso, caderno, lápis, borracha, pincel, lousa e apagador.

PROPOSTA DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM:

 Os estudantes serão avaliados, em um primeiro momento, pela


participação/interação com a professora e com os outros estudantes.
 Em um segundo momento, o desempenho dos estudantes será avaliado
por meio da atividade proposta pela professora em sala.

REFERÊNCIAS:

NEVES, M. H. M. Que gramática estudar na escola. Norma e uso na Língua


Portuguesa. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2004.
ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento: as formas do discurso.
Campinas: Pontes, 1987.
TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de 1º
e 2º graus. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

________________________, ______ de ______________ de 2023.

Local e Data

_____________________________________

Assinatura do Candidato
ANEXO I
COMO FAZER A ANÁLISE SINTÁTICA?

Antes de fazer a classificação dos termos de uma oração, deve-se


observar se ela é verbal ou nominal, pois a análise sintática é feita apenas em
frases verbais.
Tendo certeza de que se trata de uma frase verbal, deve-se iniciar o
raciocínio lógico pelo período simples. Assim, precisa-se encontrar o verbo
para descobrir qual é o tipo de período em questão.
Após encontrar o verbo, deve-se classificar o sujeito e procurar por
complementos para, depois, localizar os predicativos que podem estar ou não
presentes no contexto. Por fim, depois de encontrar o verbo, o sujeito e os
complementos, é necessário procurar os adjuntos adverbiais ou nominais.
Termos essenciais da oração
São considerados termos essenciais de uma oração o sujeito e o
predicado. No entanto, deve-se atentar para o fato de que nem toda oração
apresenta sujeito.

1. Sujeito: É o elemento (alguém ou alguma coisa) sobre a qual é dada a


informação. A palavra que possui mais importância, dentro do contexto,
classifica-se como núcleo do sujeito.
Exemplo: Sua tia ligou, mas não quis deixar recado. (tia é o núcleo do sujeito).
1.1. Tipos de sujeito
1.1.2. Determinado: Quando é possível identificar o sujeito na frase. Os
sujeitos determinados podem ser classificados como simples, quando houver
apenas um núcleo, e compostos, quando houver dois ou mais núcleos.
1.1.3. Indeterminado: Quando a frase possuir um verbo que não faz referência
a alguém, tornando impossível de identificar o sujeito, tem-se um caso de
sujeito indeterminado.
1.1.4. Oculto ou elíptico ou desinencial: Classifica-se como sujeito oculto a
frase cujo sujeito for um dos pronomes: eu, tu, ele, ela, você, nós ou vós.
Exemplo: Gosto de comer. (sujeito: eu)
Termos integrantes
Além dos termos essenciais, as frases podem ter termos integrantes,
que ajudam a dar sentido, mas não são essenciais, ou seja, sem eles a frase
continua sendo compreensível. Dividem-se em:
2. Complemento verbal: São os termos integrantes que complementam o
sentido dos verbos transitivos.
Exemplo:
• Ganhei livros;
• Bebi água.
3. Complemento nominal: Acrescenta informação a um nome (substantivo,
adjetivo ou advérbio) por meio de preposição.
Exemplos:
• Toda criança tem necessidade de leite materno.
• A mãe estava orgulhosa dos seus filhos.
4. Agente da passiva: Na voz passiva, o agente indica quem executa a ação.
O termo aparece seguido de preposição.
Exemplo: O cuscuz foi feito por Alana.
5. Predicativo do sujeito: Termo do predicado que tem a função de atribuir
qualidade ao sujeito, podendo fazê-lo por meio de um verbo de ligação ou não.
Exemplos:
• A mesa está quebrada.
• A dentista trabalha feliz.
Termos acessórios: Dão uma nova informação à frase. Contudo, não tiram o
sentido dela caso estejam ausentes.

1. Adjunto adnominal: É o termo acessório capaz de especificar um núcleo


nominal e caracterizar um substantivo por meio de adjetivos, artigos, numerais,
pronomes ou locuções adjetivas.
Exemplos:
• O menino educado deu o seu brinquedo à criança de rua. (educado, sua, de
idade = adjunto adnominal)
• A fome de Elaine só aumenta. (de Elaine = adjunto adnominal)
2. Adjunto adverbial: Faz referência a um verbo, adjetivo ou a um advérbio,
indicando uma circunstância.
Exemplo: Fala lentamente.
3. Aposto: É a pausa entre um termo e outro para explicar ou exemplificar uma
ideia que aparece na frase. Geralmente aparece separado por pontuação, que
pode ser vírgula, dois pontos, parêntese ou travessão.
Exemplos:
• Bob, o cachorro do vizinho, é um Pit Bull.
• Gosto de várias frutas: melão, melancia, laranja, manga e banana, por
exemplo.
4. Vocativo: Ato de chamar alguém. Esse termo não possui relação sintática
com o sujeito ou predicado da oração.
Exemplo: Vá devagar, João!
5. Predicativo do objeto: É o termo que qualifica ou caracteriza o
complemento dado a um verbo. Assim, atribui qualidade ao objeto direto e, em
alguns casos, ao objeto indireto.
Exemplo: Nós consideramos este momento maravilhoso.

ANEXO II

Mario de Miranda Quintana nasceu em Alegrete, Rio Grande do Sul, no


dia 30 de julho de 1906. Quando tinha 13 anos, mudou-se para Porto Alegre,
capital do estado, para estudar no colégio militar. Considerado o “poeta das
coisas simples”, Mario Quintana é reconhecido atualmente como um dos
maiores nomes da literatura brasileira.
Seus escritos são marcados pela profundidade e perfeição técnica com
o hábil uso das palavras. Mario Quintana trabalhou como jornalista quase toda
a sua vida, traduziu mais de cento e trinta obras da literatura universal, entre
elas Em Busca do Tempo Perdido de Marcel Proust, Mrs Dalloway de Virginia
Woolf, e Palavras e Sangue, de Giovanni Papini. Recebeu grandes prêmios da
literatura, como o Prêmio Machado de Assis (1980) e o Jabuti (1981). Mario
Quintana faleceu em 1994, aos 87 anos, na cidade de Porto Alegre. Entre
tantas obras (poemas, antologias e traduções), Mário escreveu sobre O
Tempo.
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil
das horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais
voltará.

Título:
Antologia Poética
Autor:
Mario Quintana
Sinopse:
Publicada originalmente em 1981, Antologia poética apresenta uma seleção do
próprio Mario Quintana, que optou por uma divisão temática de seus poemas.
Estão presentes os motivos mais emblemáticos do poeta: o humor, o
despojamento, o devaneio, o sobrenatural, a infância, o cotidiano. O conjunto
forma um curso prático não só da poesia de Quintana, mas da poesia moderna
como um todo, naquilo que ela tem de mais característico: o lirismo intimista e
o verso livre. Com prefácio de Eucanaã Ferraz, que discute em profundidade
não só a coletânea, mas também faz um balanço preciso da obra de Quintana,
esta é uma ótima porta de entrada para os leitores que querem ter contato com
este poeta essencial.

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