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UNIVERSIDADE ROVUMA

CURSO DE PSICOLOGIA EDUCACIONAL


FICHA DE LEITURA DA CADEIRA DE TELP

Discente: Samuel Piris

Docente: Ermeliano Eduardo

Reflexão Sobre a Língua

Direccionando primeiramente o nosso olhar para um dos manuais didácticos utilizados


Sabemos que a pontuação é fundamental na produção de significados de um texto, é a
partir dela, que podemos marcar melhor a expressividade, as ironias, as interrupções de
pensamento, os sobressaltos, as admirações, as explicações. Portanto, é preciso explorar
a pontuação visando à construção dos efeitos de sentido, trabalhar às funções da
linguagem, especialmente entendido que elas se organizam regidas pela função textual.
Segundo Neves (2006, p. 15),

colocar como objecto de investigação a língua em uso é ter presente que


o uso da linguagem e a produção de texto se fazem na interacção. Que
observar os usos linguísticos é rejeitar o tratamento ingénuo e fácil que
homogeneiza os itens da língua, desconhecendo que o funcionamento
de algumas classes de itens pode explicar-se nos limites da oração, por
exemplo, mas o de outras só pode resolver-se no funcionamento
discursivo textual.

Segundo Fonseca & Fonseca (1977), numa análise de textos informada por princípios
pragmáticos, não se pode desconsiderar a metalinguagem a utilizar, pois analisar um
enunciado verbal é realizar também um ato metalinguístico.

Nas actividades de análise da comunicação que deve ocupar um lugar importante na


aula de língua materna, é fundamental a tentativa de sistematização de aspectos que
dizem respeito à relação entre a língua e a sua utilização, entre a linguagem e o universo
de locutores e seus comportamentos. (FONSECA &FONSECA, 1977, p. 115).

Sabemos que há normas a serem aprendidas pelo aluno e usadas na escrita de textos, tais
como: pontuação, escrita correta das palavras, maiúsculas, segmentação de palavras,
frases e parágrafos, adequação dos tempos verbais, uso adequado do discurso, conforme
a situação comunicativa. Ao professor caberá explicitá-las, por meio de actividades de
linguagem (muita leitura/releitura), de reflexão e operação sobre a linguagem (reescrita
de textos, reestruturação de frases e parágrafos) e não de metalinguagem pura (ensino de
nomenclatura), como fim em si mesma, pois antes de

Saber o que é um substantivo, um adjectivo, um advérbio, é preciso ter-


se servido efectivamente dessas distinções gramaticais no trabalho de
construção e reconstrução das expressões. Antes de saber uma
classificação das subordinadas, é preciso ter partilhado longo tempo do
jogo de integrá-las umas nas outras, pelos mais diferentes
procedimentos. (FRANCHI, 1987, p.39).

Isso porque o “ler/escrever não é mais tratado apenas sob o ângulo do


ensino/aprendizagem, mas também em termos de práticas e contextos de uso”.
(BARRÉ-DE-MINIAC, 2006, 40). Portanto, não será pela acumulação de informações,
conhecimentos de teorias gramaticais que estaremos formando o leitor/escritor de uma
dada sociedade.

Assim como Mendonça (2006, p. 205), somos do princípio de que os conhecimentos


metalinguísticos são auxiliares na ampliação da competência da leitura e escrita.
Poderão ser facilitadores no processo de reflexão e produção de sentidos do texto. No
entanto, parece que trabalhar gramática normativa, descritiva já é uma tradição. Nesse
sentido, Barré-de-Miniac (2006, p. 45) argumenta que muitas investigações nos
mostram que em muitas famílias parece haver a construção de um saber implícito das
exigências escolar. Contrariamente ao que se poderia esperar, este saber incide menos
sobre as técnicas da leitura e da escrita do que sobre as coerções práticas e éticas que
seu uso impõe na vida diária. A partir do momento em que existe uma cultura escrita, as
sociedades têm se preocupado com a transmissão dos conhecimentos e instituíram
situações formais de aprendizagem.

A Acentuação e Pontuação

Sinais de Pontuação

A comunicação escrita é uma prática do nosso quotidiano, que dá resposta às nossas


necessidades. Para comunicar, as organizações e a administração privilegiam também a
escrita, tanto ao nível interno, como entre si e com os cidadãos. É necessário que esta
comunicação seja feita com eficácia. No entanto, esta forma de comunicar pode
apresentar, por um lado, dificuldades de carácter geral, como é o caso da pontuação, da
ortografia, da articulação de ideias, se observarmos o ponto de vista do emissor, ou, por
outro lado, de carácter específico da linguagem da administração, como o vocabulário e
o estilo que poderão limitar uma melhor compreensão dos textos.

A língua escrita não dispõe de inumeráveis recursos rítmicos e melódicos da língua


falada. Para suprir essa carência, ou melhor, para reconstituir aproximadamente o
movimento vivo da elocução oral, serve-se da pontuação. cf C. Cunha e L. Cintra (1984,
p.639)

Assim, na escrita, recorremos a sinais gráficos, contribuindo para a coerência e a coesão


dos textos, permitindo-nos uma melhor compreensão do enunciado escrito. A pontuação
permite-nos conhecer a intencionalidade do autor e orienta o leitor para a entoação e
ritmo na leitura. Se compararmos o texto a uma viagem, os sinais de pontuação serão os
sinais de trânsito que nos orientam para uma viagem com sucesso.

Os Ponto Final (.)

É um silêncio prolongado, maior que o da vírgula e o do ponto-e-vírgula, e costuma ser


usado como artifício para organizar ideias, separar orações ou frases, indicando o
término do período, além do carácter abreviativo e expressivo.

O ponto final é usado para:

I. Encerrar enunciados escritos de modo definitivo. Exemplo: A primeira recebe


aula não se dá e a última não se recebe.
II. Separar um parágrafo (grupos de ideias distintas) de outro (ponto parágrafo).
Exemplo: “O engenho dava-me assim as suas despedidas, como os namorados,
fazendo os derradeiros agrados”. (ponto parágrafo) “ Na estação estava o povo
de Angico esperando o trem”.
III. Separar orações independentes, dentro de um mesmo parágrafo.

Exemplo: Atravessara o seu amor e o seu inferno. Penteava-se diante do espelho. Estava
vazio o seu coração.

IV. Escrever as abreviaturas de palavras. Exemplo: Dr. Danifo.


Vírgula (,)

A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da


continuação do período.

A vírgula é usada para:

I. Isolar o vocativo; Exemplo: Como é que te chamas tu, ó rapaz?


II. Para isolar elementos repetidos; Exemplo: Só minha, minha, minha eu
quero!
III. Nas datas, para separar o nome da localidade; Exemplo: Maputo, 08 de
Agosto de 2020;
IV. Para isolar o adjunto adverbial antecipado; Exemplo: Lá fora, a chuvada
despenhou-se por fim. V. Para separar orações coordenadas assindéticas;
Exemplo: O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera
ninguém.
V. Para isolar as orações subordinadas adjectivas explicativas. Exemplo: A
incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o
conteúdo.
VI. Para separar os elementos paralelos de um proverbio; Exemplo: Tal pai, tal
filho.
VII. Separar elementos de uma numeração; Exemplo: Para passar a disciplina de
técnicas de comunicação preciso de ler um número considerável de
romances, fazer todos TPCs, testes e exame.
VIII. Separar o complemento pleonástico antecipado;

Exemplo: A mim, nada me importa.

IX. Marcar a omissão de um termo (normalmente o verbo). Exemplo: Eles


preferem estudar Física e eu, Técnicas de Comunicação.

Ponto e Vírgula (;)

É o elemento intermediário entre o ponto(.) e a vírgula (,). Em outras palavras, o ponto e


vírgula marca uma pausa maior que a da vírgula (pausa curta), porém, menor que a do
ponto (pausa final).
O ponto e vírgula é usado para:

I. Separar itens de numeração; Exemplo: -A leitura de romances é benéfica,


pois:
 Promove o enriquecimento do vocabulário;
 O leitor desenvolve gosto pela literatura;
 Aumenta chances de possível elaboração de livros no futuro.
II. Omissão dos verbos, isto é, quando os períodos evitam a repetição do verbo;

Exemplo: Os bons alunos estudam todos os dias; já eu, apenas nas vésperas dos exames.

III. Separação de orações, isto quando a vírgula já foi muito utilizada ou ainda
quando o texto é muito extenso;

Exemplo: As sete maravilhas do mundo moderno representam monumentos que fazem


parte da história da humanidade: o Coliseu, na Itália; a Chichén Itzá, no México; o
Machu Picchu, no Peru; o Cristo Redentor, no Brasil; a Muralha da China, na China; as
Ruínas de Petra, na Jordânia; o Taj Mahal, na Índia.

IV. Para separar orações coordenadas adversativas quando a conjunção aparecer


no meio da oração. Exemplo: Esperava encontrar todos os produtos no
supermercado; obtive, porém, apenas alguns.

Os sinais de pontuação podem ser classificados em dois grupos:

1º - Sinais que se destinam, fundamentalmente, a marcar uma pausa:

a) Vírgula

b) Ponto

c) Ponto e Vírgula

2º - Sinais, cuja função é também, além da pausa, marcar a melodia e entoação:

a) Dois Pontos

b) Ponto de Interrogação

c) Ponto de Exclamação
d) Reticências

e) Travessão Há ainda os sinais auxiliares de escrita, dos quais se destacam: a) Aspas b)


Parênteses

1. Sinais de Pontuação

1.1. Vírgula – indica uma pequena pausa. Na leitura, a vírgula indica uma pequena
pausa e uma ligeira inflexão na elevação de voz. Serve para isolar, dentro da frase:

a) O vocativo, que é sempre separado por vírgula: - Manuel, vai abrir a porta. Posso
afirmar-lhe, minha Senhora, que o seu irmão não passou por aqui. Vem cá, João.

b) Os membros de uma oração que não sejam ligados por conjunção, ou os elementos de
uma enumeração. O ouro, a prata, o ferro, o chumbo, são metais. Afonso Henriques
conquistou Lisboa, Santarém, Almada e Sintra.

c) Qualquer palavra, frase ou sentença, intercalada numa oração. Eu sou, efectivamente,


crédulo. Estes campos são, com efeito, muito bonitos. Os Ingleses, não haja dúvida,
constituem um povo essencialmente prático. Amar as árvores, disse um grande homem,
é amar a terra.

d) Os advérbios sim e não, quando são independentes na frase. Não, é impossível


satisfazer o seu desejo. Não, isso é inacreditável. Sim, depois resolveremos o caso.
Aceito, sim, o teu convite com muita alegria

e) O Aposto Este homem, bondoso em extremo, tudo sacrificou à família. Encontrei a


Maria, filha do Costa.

Há ainda os sinais auxiliares de escrita, dos quais se destacam: a) Aspas b) Parênteses

1. Sinais de Pontuação

1.1. Vírgula – indica uma pequena pausa. Na leitura, a vírgula indica uma pequena
pausa e uma ligeira inflexão na elevação de voz. Serve para isolar, dentro da frase:

a) O vocativo, que é sempre separado por vírgula: - Manuel, vai abrir a porta. Posso
afirmar-lhe, minha Senhora, que o seu irmão não passou por aqui. Vem cá, João.
b) Os membros de uma oração que não sejam ligados por conjunção, ou os elementos de
uma enumeração. O ouro, a prata, o ferro, o chumbo, são metais. Afonso Henriques
conquistou Lisboa, Santarém, Almada e Sintra.

c) Qualquer palavra, frase ou sentença, intercalada numa oração. Eu sou, efectivamente,


crédulo. Estes campos são, com efeito, muito bonitos. Os Ingleses, não haja dúvida,
constituem um povo essencialmente prático. Amar as árvores, disse um grande homem,
é amar a terra.

d) Os advérbios sim e não, quando são independentes na frase. Não, é impossível


satisfazer o seu desejo. Não, isso é inacreditável. Sim, depois resolveremos o caso.
Aceito, sim, o teu convite com muita alegria

e) O Aposto Este homem, bondoso em extremo, tudo sacrificou à família. Encontrei a


Maria, filha do Costa.

A árvore, linda e viçosa, a cuja sombra me acolhi. A História chama Conquistador a


Afonso Henriques, primeiro rei de Portugal.

f) As orações subordinadas relativas explicativas O homem, que naquele dia estava


irritado, insultou os visitantes. Meus pais, a quem muito quero, ...

g) O complemento circunstancial No Algarve, as praias ficaram repletas de gente. No


dia anterior, ela chegou mais tarde.

h) As orações intercaladas As praias do Brasil, diz o Manuel, são deslumbrantes. Não


gosto de sopa, exclamou a Maria, nem de canja.

i) Algumas expressões explicativas: isto é, por exemplo, sem dúvida, ou seja, com
efeito… Estamos, sem dúvida, num mundo novo.

O Ponto indica o fim de uma frase ou o fecho de um pensamento, com inflexão de voz
que denota pausa absoluta, em tom descendente.

O ferro é um dos metais mais úteis. Os factos devem narrar-se na sua ordem natural. O
ar das montanhas tonifica.
Frase Simples E Frase Complexa

A frase pode ser constituída por uma ou mais orações. Uma oração é a unidade
gramatical organizada à volta de um verbo. Frase simples é aquela que é constituída por
uma única oração, contendo, portanto, um só verbo conjugado (apresenta, assim, apenas
um sujeito e um predicado).

Ex.: Os meus pais oferecem-me muitos livros. Frase simples ou oração (um só verbo
conjugado).

Frase complexa é aquela que é constituída por duas ou mais orações. Apresenta,
portanto, mais do que um predicado e muitas vezes mais do que um sujeito.

Ex.: Os meus pais oferecem-me muitos livros porque eu gosto muito de ler. Frase
complexa (dois verbos conjugados).

Há duas maneiras de organizar as orações na frase complexa:

 A coordenação;
 A subordinação.

Coordenação

Os meus pais saíram. Eu fiquei em casa a ler. (Frase simples) + (Frase simples )

Estas duas frases simples e independentes podem ser transformadas numa frase
complexa, estabelecendo-se entre elas uma relação de coordenação através de uma
conjunção coordenativa.

Ex.: Os meus pais foram ao cinema, mas eu fiquei em casa a ler. (oração
coordenada) + (oração coordenada) mas = conjunção coordenativa

 Como verificas, as orações coordenadas não dependem umas das outras; podem,
por isso, separar-se e constituir orações independentes.
 Nas orações coordenadas, cada uma das orações tem um sentido próprio e
independente da outra oração.
 As orações coordenadas podem ser copulativas, adversativas, disjuntivas e
conclusivas conforme a conjunção coordenativa que as liga. ~
Orações coordenadas copulativas

Exprimem a simples adição de orações. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: e;
 Nem, também.
 Locuções: não só...mas também; tanto. como; não só...como também.

Ex: Chove e troveja

Orações coordenadas adversativas

 Indicam oposição ao que se disse anteriormente. Podem ser introduzidas por:


Conjunções: mas; porém; todavia; contudo.
 Locuções: no entanto; apesar disso; ainda assim; não obstante.

Ex: A avestruz tem asas, mas não voa.

Orações coordenadas disjuntivas

Exprimem alternância, distinção ou contraste. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: ou (repetido ou não).


 Locuções: ora...ora; quer...quer; seja...seja; seja...ou; já...já; nem...nem.

Ex: Ora chove ora faz sol.

Orações coordenadas conclusivas

Indicam uma conclusão tirada do que se disse anteriormente. Podem ser introduzidas
por:

 Conjunções: pois; portanto; logo.


 Locuções: por consequência; por conseguinte; pelo que, por isso

Ex: A terra está molhada, logo choveu.


SUBORDINAÇÃO

Os meus pais foram ao cinema quando acabaram de jantar. (oração subordinante) +


(oração subordinada temporal) quando = conjunção subordinativa temporal

Os meus pais foram ao cinema porque queriam distrair-se. (oração subordinante) +


(oração subordinada causal) porque = conjunção subordinativa causal

 Como verificas, as orações quando acabaram de jantar e porque queriam distrair-


se apenas podem ocorrer em articulação com a oração principal ou subordinante
 Nas orações subordinadas há uma oração que tem sentido próprio (oração
subordinante) e outra (ou mais) que não tem sentido próprio (oração
subordinada) e que, para ter sentido, está dependente da outra, está subordinada
à outra.
 As orações subordinadas podem ser temporais, causais, finais, consecutivas,
condicionais, comparativas conforme a conjunção subordinativa que as introduz.

Orações subordinadas temporais

Expressam a ideia de tempo. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: quando; enquanto;


 Locuções: logo que; depois que; desde que;

Ex.: Ele chamou o elevador quando eu fechei a porta.

Orações subordinadas causais

Expressam a ideia de causa ou o motivo. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: porque; pois; como;


 Locuções: visto que; pois que; por causa de;

Ex.: Não vou sair, porque está a chover.

Orações subordinadas finais

Expressam ideia de fim (objectivo). Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: para (= para que);


 Locuções: para que; a fim de que;

Ex.: Estudem, para que passem de ano.

Orações subordinadas comparativas

Expressam uma comparação. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: como, conforme;


 Locuções: assim como... assim também; tão... como;

Ex.: Aquele animal é forte como um elefante.

Orações subordinadas consecutivas

Expressam uma consequência. Podem ser introduzidas por

 Conjunções: que (antecedida por "tanto, de tal modo");


 Locuções: de maneira que; de forma que; de modo que;

Ex.: Andei à chuva, de modo que fiquei constipado.

Orações subordinadas concessivas

Expressam uma concessão, uma oposição. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: Embora, conquanto;


 Locuções: Ainda que, posto que, mesmo que, se bem que, por mais que, por
menos que, apesar de (que), nem que;

Ex.: Embora estivesse triste, saí com os meus amigos.

Orações subordinadas integrantes

Integram, completam o sentido de um verbo. Podem ser introduzidas por:

 Conjunções: que, se;

Ex.: Os meus amigos disseram que vinham à minha festa de aniversário.

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