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INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO INVESTIGAÇÃO CIÊNCIA

A LIDERANÇA ÉTICA COMO FACTOR PREPONDERANTE NO


PROCESSO DE TOMADA DECISÃO: CASO DA ESCOLA PRIMÁRIA
COMPLETA 16 DE JUNHO (2016 -2018)

ADÉLIA CUMBANE

LICENCIATURA EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

Maputo, Agosto de 2020


INSTITUTO SUPERIOR DE FORMAÇÃO INVESTIGAÇÃO CIÊNCIA

A LIDERANÇA ÉTICA COMO FACTOR PREPONDERANTE NO


PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO: CASO DA ESCOLA PRIMÁRIA
COMPLETA 16 DE JUNHO (2016 -2018)

Monografia a ser submetida ao Instituto Superior de Formação Investigação


Ciência- ISFIC como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura em
Gestão de Recursos Humanos

Cadidata Supervisor

Adélia Cumbane Mestre Last Miranda

Maputo, Agosto de 2020


DEDICATÓRIA

Esta monografia é dedicada a minha família por ter incentivado a estudar e apoiado para que a
presente monografia se tornasse realidade, pela força que me tem dado nos últimos anos da minha
carreira estudantil.

i
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Jesus e Nossa Senhora, por mais essa conquista em minha vida, pela minha fé e pela
intercepção, junto a Deus pai todo poderoso.

Agradeço ao meu amigo, noivo e companheiro de todas as horas, Eugénio, que caminha ao meu
lado, em todos os momentos, felizes ou tristes, te amo meu amor!

Agradeço a minha mãe, por todos esses anos de dedicação em minha vida, te amo mãezinha.
Agradeço também ao meu pai, e sei que estaria muito orgulhoso desta minha conquista. Obrigada
pelas lembranças e ao senhor pai meu eterno amor e muitas saudades.

Agradeço as minhas irmãs. Vocês são essências em minha vida, amo muito vocês.

Agradeço ao meu supervisor Mestre Last Miranda pelo apoio, pelas aulas e por todo conhecimento
que nos transmitiu. A você meu carinho e minha eterna gratidão.

Agradeço também aos outros professores, que contribuíram e alguma forma para este trabalho,
meu muito obrigada!

ii
DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu Adélia Cumbane, declaro por minha honra que esta Monografia que, no presente momento,
submeto aos Instituto Superior de Formação Investigação Ciência - ISFIC, em cumprimento dos
requisitos para a obtenção do grau de licenciatura em Gestão de Recursos Humanos, nunca foi
apresentada para a obtenção de qualquer outro grau académico e que constitui o resultado da
minha investigação pessoal, tendo indicado no texto e na bibliografia as fontes que utilizei.

Adélia Cumbane

___________________________

Maputo, Agosto de 2020

iii
RESUMO

O presente trabalho tem por objectivo geral analisar o papel da Liderança Ética como factor
preponderante no processo de tomada de decisão: caso da Escola Primária Completa 16 de Junho
(2016 -2019). A Liderança Ética tem vindo a assumir um papel de extrema importância, no
processo de tomada de decisão dentro das organizações na medida em que o reconhecimento da
utilidade e relevância desta função revolucionou a forma de estar das organizações. Procurou-se
demonstrar a importância da ética no processo de tomada de decisão. Este trabalho foi
desenvolvido a partir de um estudo de caso, Escola Primária Completa 16 de Junho no período
entre (2016 - 2019) onde complementamos os conceitos teóricos explorados na revisão da
literatura. Neste sentido aplicamos questionários aos colaborados da instituição, uma entrevista a
um gestor onde a partir dos dados colhidos podemos concluir que a Liderança ética tem um papel
fundamental no processo de tomada de decisão. Como resultados, os dados da pesquisa indicam
que a ética tem um papel fundamental no processo de tomada de decisão e que a mesma tem
influenciado bastaste na produtividade dos funcionários

Palavras-chave: Liderança Ética, Avaliação, Tomada de Decisão.

iv
ÍNDICE FIGURAS E GRAFICOS
Gráfico 1: Género e Nível Académico.............................................................................................24
Gráfico 2: Tempo Serviço Prestado pelos Inquiridores a Instituição...............................................24
Gráfico 3: Nível de Confiança e importância atribuída as decisões éticas no processo de tomada de
decisão..............................................................................................................................................25
Gráfico 4: Principais Benefícios Oferecidos pela decisão ética.......................................................27
Gráfico 5: Formas de Monitorização do Sistema de Controlo Interno.............................................28
Gráfico 5: Tomada da decisão da administração com base nos Procedimentos éticos....................29
Gráfico 6: Decisões éticas com base em políticas não definidas pelos Órgãos de Gestão...............30
Gráfico 7: Gestão de Topo e a decisão ética.....................................................................................31

v
ÍNDICE GERAL
DEDICATÓRIA...............................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS....................................................................................................................ii
DECLARAÇÃO DE HONRA.......................................................................................................iii

RESUMO...................................................................................................................................... IV

ÍNDICE FIGURAS E GRAFICOS.................................................................................................v


CAPITULO I - INTRODUÇÃO.....................................................................................................1
1.1 Contextualização........................................................................................................................1
1.2 Problema de Pesquisa................................................................................................................1
1.3 Justificativa................................................................................................................................2
1.4 Objectivos do Estudo.................................................................................................................3
1.4.1 Objectivo Geral.......................................................................................................................3
1.4.2 Objectivos Específicos............................................................................................................3
1.5 Hipóteses....................................................................................................................................3
1.6 Estrutura do Trabalho................................................................................................................3
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA..............................................................................4
2. Definição de Conceitos................................................................................................................4
2.1 Ética...........................................................................................................................................4
2.2 Modalidades da Ética.................................................................................................................5
2.3 Ética na Gestão de Pessoas........................................................................................................6
2.4 Dilemas éticos e a tomada de decisão ética...............................................................................8
2.5 Decisão – Conceitualização.......................................................................................................9
2. 5 Tipos de decisão.....................................................................................................................11
2.6 Processo de Tomada de Decisão..............................................................................................14
2.7 Liderança.................................................................................................................................18
CAPÍTULO III – METODOLOGIA.............................................................................................20
3.1 Abordagem teórico-metodológica da pesquisa........................................................................20

vi
3.2 O contexto da pesquisa: espaço e sujeitos da investigação.....................................................21
3.3 Instrumentos de colecta e selecção dos dados.........................................................................21
3.4 Procedimentos de análise e interpretação dos dados...............................................................22
3.5 Validade...................................................................................................................................22
3.6 Fiabilidade...............................................................................................................................22
3.7 Procedimentos do estudo.........................................................................................................22
3.8 Questões éticas.........................................................................................................................23
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS...............................................23
4.1 Apresentação sociogeográficos dos Participantes..............................................................23
4.2 Tempo de Serviço Prestado.....................................................................................................24
4.3 Nível de Confiança e Importância atribuída as decisões éticas no processo de tomada de
decisão...........................................................................................................................................25
4.4 Principais Benefícios das decisões éticas oferecem no Escola Primária Completa 16 de Junho
26
4.5 Formas de Monitorização do código de ética..........................................................................27
4.6 Tomada da decisão da administração com base nos Procedimentos éticos.............................28
4.7 Decisões éticas com base em políticas não definidas pelos Órgãos de Gestão.......................30
4.8 Gestão de topo e a decisão ética..............................................................................................30
4.9 Analise dos Resultados dos Inqueridos..............................................................................31
5. CONCLUSÕES.........................................................................................................................32
6. Referencia Bibliográfica............................................................................................................35
Anexo-1: Questionário aos funcionários e agentes de Estado da Escola Primária Completa 16 de
Junho 37

vii
CAPITULO I - INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

O presente trabalho de monografia científica cujo tema, “Liderança Ética como factor
preponderante no processo de tomada de decisão: caso da Escola Primária Completa 16 de
Junho (2016 -2019)” enquadra-se dentro dos requisitos institucionais do Instituto Superior de
Formação Investigação Ciência - ISFIC para obtenção do grau académico de licenciatura em
Gestão Recursos Humanos.

Versar sobre a liderança ética no processo de tomada de decisão se caracteriza pela


exibição de comportamentos consistentes com as normas apropriadas, os quais são visíveis
através do comportamento dos líderes, por meio de acções pessoais e relações interpessoais e
da sua promoção com recurso a comunicação two-way, reforço e tomada de decisão.

No processo de tomada de decisão os líderes éticos agem como modelos de


comportamento e utilizam, de forma adequada, a recompensa e a punição como modo de
estimular as condutas éticas. Sendo assim as decisões éticas integra três dimensões, como
seja, a tomada de decisão, o reforço e a comunicação two-way. Assim sendo, vários autores
sugerem que os líderes éticos têm em consideração a tomada de decisão partilhada por todos
os activos humanos afectos à organização.

A dimensão comunicação two-way consiste no facto dos líderes éticos deterem


particularidades que os distinguem dos restantes líderes, como a transparência e a sua
envolvência numa comunicação aberta, proporcionando condutas satisfatórias nos
colaboradores.

1.2 Problema de Pesquisa

Nas organizações surgem continuamente problemas que requerem medidas com


diferentes níveis de importância e complexidade para a sua resolução. Nesse sentido, cabe ao
gestor ou líder encontrar as estratégias que levem à solução dos problemas organizacionais. A
resolução dos mesmos é o ponto de partida da tomada de decisão.

1
Como defendem vários autores, o estilo de tomada de decisão depende de muitos
factores, humanos e de contexto. O estilo predominante só pode ser percebido se as
interacções do líder com os subordinados forem analisadas envolvendo o tipo de
comunicação, o processo de decisão e o processo de liderança.

O estilo de tomada de decisão pode ser influenciado por diversos factores, de natureza
ambiental, comportamental ou pessoal. O gestor, tem o dever de aplicar os seus
conhecimentos e a sua experiência de gestão no desenvolvimento de uma liderança eficiente,
de modo a criar um bom clima organizacional. Como linha de orientação formulamos a
seguinte pergunta de pesquisa: como avaliar a liderança ética no processo de tomada de
decisão: na Escola Primária Completa 16 de Junho?

1.3 Justificativa

O presente trabalho se justifica pois se apresenta como uma questão de grande


relevância no âmbito económico, social e académico. Sendo que a nível social a presente
pesquisa se justifica pelo facto de quanto ao campo de actuação, o estudo a ética e o processo
de tomada de decisão em instituições municipal, é uma realidade científica pouco estudada
em Moçambique, constituindo-se deste modo uma área com muita matéria ainda por se
explorar, daí que, surge como uma das motivações para a elaboração deste estudo.

Do ponto de vista académico, espera-se que a pesquisa venha contribuir para o


aprimoramento dos conhecimentos adquiridos ao longo das diversas unidades curriculares
sobre a ética e o processo de tomada de decisão, abordados ao longo das aulas e, que pode vir
a constituir matéria de consulta bibliográfica para outros trabalhos afins.

Do ponto de vista económico acreditamos que a ética dentro das organizações


contribui de forma positiva na produtividade uma vez que esse é um factor indispensável para
o desenvolvimento institucional. Sendo assim acreditamos que essa pesquisa é indispensável.

2
1.4 Objectivos do Estudo

1.4.1 Objectivo Geral

 Analisar o papel da Liderança ética no processo de tomada de decisão na Escola


Primária Completa 16 de Junho

1.4.2 Objectivos Específicos

 Descrever o processo de tomada de decisão


 Relacionar a liderança ética no processo de tomada de decisão
 Avaliar o papel da ética no processo de tomada de decisão.

1.5 Hipóteses

H1:A a liderança ética desempenha um papel fundamental no processo de tomada de decisão


na Escola Primária Completa 16 de Junho

H0: A liderança ética não desempenha um papel fundamental no processo de tomada de


decisão na Escola Primária Completa 16 de Junho

1.6 Estrutura do Trabalho

A presente monografia está estruturada em quatro capítulos. No primeiro capítulo


apresentamos, problema da pesquisa, objectivos do estudo, justificativa. No primeiro capítulo
nos limitamos a apresentar a revisão da literatura tendo com base todas as questões relativas
ao papel da ética no processo de tomada de decisão. No segundo capitulo versarmos sobre os
marcos metodológicos da pesquisa. O terceiro capítulo analisa e discutimos o estudo de caso.
E por fim a conclusão.

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CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo nos dedicamos em resgatar o conhecimento científico acumulado sobre


liderança ética, por se tratar do tema de fundo deste trabalho. Desta forma, será apresentada a
fundamentação teórica, trazendo a baila a definição conceitual de ética, suas modalidades, e
sua aplicação específica no âmbito empresarial, e mais especificamente na gestão das relações
humanas nas organizações. Buscaremos também relacionar o papel da ética no processo de
tomada de decisão.

2. Definição de Conceitos

2.1 Ética

A palavra ética tem origem etimológica do grego ethos e significa “costume de ser” ou
“carácter”. A palavra moral deriva do latim mores e significa “relativo aos costumes”. Em
outras palavras, ética e moral referem-se ao conjunto de costumes tradicionais de uma
sociedade e que, como tais, são considerados valores e obrigações para a conduta de seus
membros (Chauí, 2000, p. 437).

Na literatura, observa-se várias definições para os conceitos ética e moral, dos quais
alguns são relacionados na sequência. Primeiramente, Alves (2007) indica que quando se
referem a costumes, a palavra ética e moral apresentam conceitos semelhantes. Já quando a
ética é analisada como ciência e a moral como regra de conduta, os significados se
diferenciam.

Segundo Vasquez (2002) “a Ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos
homens na sociedade”. A ética é construída por uma sociedade com base nos valores
históricos e culturais. Esta definição nos remete a duas questões:

O primeiro relaciona-se com o papel que ela desempenha na sociedade,


no sentido de possibilitar um equilíbrio entre os anseios individuais e
os interesses da sociedade, no sentido de possibilitar um equilíbrio
entre os anseios individuais e os interesses da sociedade; assim, não

4
existe uma moral individual; ela é sempre social, pois envolve relações
entre sujeitos. Diante disso, as normas morais são colocadas em função
de uma concepção teórica em vigor, que quase sempre a concepção
dominante. (Passos, 2004, p.34)

No segundo aspecto, é conhecido que os valores morais expressam uma cultura. Dessa
forma, variam historicamente, pois cada sociedade edifica suas normas a partir das suas
crenças, modelo social, formação económica e social.

É nesse sentido que Vaz (1993, p.34) relembra que ética desde sua acepção inicial
dirigiu-se à cultura e foi entendida como morada do homem, como abrigo protector do ser
humano, ou seja, como condição de sobrevivência e de convivência social.

A ética é definida como estudo de juízos de apreciação referentes à conduta humana


susceptível de qualificação do ponto de vista do bem e do mal, relativamente à determinada
sociedade, ou de modo absoluto. No ambiente corporativo, ela procura guiar o individuo na
tomada de decisões levando-se em conta o ponto de vista predominante na sociedade, num
determinado espaço de tempo (Rosini, 2003,p. 146).

Para ilustrar essa questão, tem-se mais uma contribuição que registra “nas actuais
economias nacionais e globais, as práticas empresariais dos administradores afectam a
imagem da empresa para qual trabalham”. Sendo assim, para a empresa competir com sucesso
nos mercados nacional e mundial, será preciso manter uma sólida reputação de
comportamento ético.

2.2 Modalidades da Ética

A ética é dividida em algumas modalidades, fala-se muito de ética profissional e ética


comportamental. Sendo assim Segundo Vaz (1993,p.19):

O agir ético, tanto da comunidade quanto do indivíduo,


compreendendo os costumes e hábitos, exprimem a nossa
situação fundamental como seres que habitam a morada do
ethos. É a vida do bem em organizações humanas. A vida
plenamente humana.

5
A ética profissional trata dos direitos e dos deveres, dos profissionais, através da
mesma é que são criados os códigos éticos de cada profissão. Assim, os Códigos de Ética
Profissional (Camargo,1999, p.55) “estruturam e sistematizam as exigências no tríplice plano
de orientação, disciplina e fiscalização”. Estabelecendo parâmetros variáveis e relativos que
demarcam o piso e o tecto dentro dos quais a conduta pode ou deve ser considerada regular
sobe o ângulo ético.

Em qualquer profissão, o Código de Ética, visa proteger o profissional e outra pessoa


ou clientes. Segundo Maximiniano (1997, p.294): “Códigos de Ética fazem parte do sistema
de valores que orientam o comportamento das pessoas, grupos e das organizações e de seus
administradores”.

Quando a consciência profissional se estrutura em trígono, formado pelo amor à


profissão, à classe e à sociedade, nada existe a temer quando ao sucesso da conduta humana; o
dever passa a ser uma simples decorrência das convicções plantadas nas áreas recônditas do
ser, ali depositadas pelas formações educacionais básicas.

A ética comportamental, é questão do ser ético em suas atitudes, da maneira em que o


individuo age diante das situações. A maioria das pessoas age com honestidade porque quer
dormir com a consciência tranquila- ou, então, tem medo das consequências, que podem
resultar em actos ilegais ou contrários à ética; afirma

Podemos assim perceber que a ética, assim, aceita a existência da história da moral,
tomando como ponto de partida a diversidade de morais no tempo, entendendo que cada
sociedade tem sido caracterizada por um conjunto de regras, normas e valores, não se
identificando com os princípios e normas de nenhuma moral em particular, nem adoptando
atitudes indiferentes ou ecléticas diante deles (Alves, 2010).

2.3 Ética na Gestão de Pessoas

No mercado de trabalho moçambicano, a ética parece ser mais falada do que vivida.
Há necessidade de profissionais líderes, que saibam influenciar seus colegas, chefes e
gerentes com naturalidade, com inteligência, para que os valores morais se sobreponham. Na
gestão de pessoas, as organizações se preocupam muito com o marco legal, o cumprimento da

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legislação trabalhista, com acordos sindicais e outros aspectos previstos em regulamentos
governamentais e directrizes da empresa.

Como visto os trabalhadores nos dias actuais buscam uma empresa que tenha uma
postura ética no seu dia-a-dia de trabalho, e não somente uma postura teórica. Normalmente
antes de ingressar numa empresa, o candidato busca saber como são feitos os negócios da
organização, buscando saber se a mesma tem um ponto de vista ético, como isto é posto em
prática, porque o que sabemos é que uma empresa pouco transparente não pode garantir sua
sobrevivência no mercado.

Para Lara (2005, p.34) “nesse contexto, a ética definida como transparência nas
relações e preocupação com o impacto de suas actividades na sociedade, vem sendo vista
como uma espécie de requisito para a sobrevivência das empresas”.

Para Chiavernato (2003), a liderança é a capacidade de influenciar as actividades dos


indivíduos ou grupos para acção e cumprimento dos objectivos por meio de pessoas, que em
algum estágio da vida, são guiadas ou amparadas por algum tipo de líder. Mesmo, o mais
independente dos seres humanos, ao desenvolver suas potencialidades na construção de sua
personalidade contratam com um primeiro outro.

Então liderança, não é só um dos temas do universo gerencial, mas é também um dos
pilares que garantem a eficácia do processo. Um líder deve ser capaz de lidar com todos os
processos de motivação, comunicação, relação interpessoal, trabalho em equipa e realização
de tarefas. Deve estar preparado também para toda a pressão existente, no sentido de cumprir
sua função ao máximo com o maior grau de sucesso possível, ainda mais se considerando a
situação actual das empresas, com rápida tecnologia, diversidade produtiva e velocidade de
comunicação imensa (Almeida, 2007). Neste contexto os lideres se tornam figuras
estrategicamente importantes para que a ética seja colocada em prática.

A questão ética é individual, qualquer decisão tem por trás um conjunto de valores
fundamentais. Muitas dessas virtudes nasceram no mundo antigo e continuam validas até
hoje. Eis algumas das principais; conforme Alves (2007, p.55):

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a. Ser honesto em qualquer situação: a honestidade é primeira virtude da vida nos
negócios, afinal, a credibilidade é resultado de uma relação franca.
b. Ter coragem de assumir as decisões: mesmo que seja preciso ir contra a
opinião da maioria.
c. Ser tolerante e flexível: muitas ideias aparentemente absurdas podem ser a
solução para o problema. Mas para descobrir é preciso ouvir as pessoas ou
avaliar a situação sem julgá-las antes.
d. Ser integro: significa agir de acordo com seus princípios, mesmo nos
momentos mais críticos.
e. Ser humilde: só assim se consegue ouvir o que os outros têm a dizer e
reconhecer que o sucesso individual é resultado do trabalho em equipa.

Outro aspecto importante para ética na gestão de pessoas, é a empresa ter os recursos
humanos estratégico. Hoje podemos dizer que a área de Recursos Humanos deixou de ser um
mero departamento pessoal dentro de uma organização, para ser um dos principais
personagens de transformação da mesma.

Hoje a realidade aponta que o talento humano é visto como um factor competitivo no
mercado globalizado. Podemos dizer que “Gestão de Pessoas” é: participação, capacitação,
envolvimento e desenvolvimento do bem mais precioso de uma organização, ou seja, o capital
humano, que nada é do que as pessoas que a compõem.

A liderança ética na gestão de pessoas, deve ser desenvolvida, desde a contratação, a


permanência e até para o desligamento e funcionários. Uma gestão ética, passa aos seus
colaboradores, credibilidade e confiança, fazendo com que os mesmos se tornem parceiros,
para obtenção do sucesso. Para promover o comportamento ético no local de trabalho, as
empresas devem fazer a ética parte integrante de sua cultura organizacional e gestão de
pessoas.

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2.4 Dilemas éticos e a tomada de decisão ética
Segundo Alvarenga (2014) uma situação é caracterizada como um dilema ético
quando satisfaz três condições: 1) a situação deve requerer que o indivíduo tome uma decisão
sobre qual atitude deve adoptar. Essa condição significa que uma situação que não demande
uma escolha por parte do indivíduo não é um dilema ético; 2) devem existir atitudes
diferentes entre as quais o indivíduo necessita decidir; e 3) qualquer solução escolhida pelo
indivíduo comprometerá algum princípio ético.

Alvarenga (2014et p.34) afirma que os dilemas éticos podem ser divididos entre
absolutos (ou puros) e aproximados. Um dilema ético puro ocorre quando duas ou mais
normas éticas se aplicam a uma determinada situação, porém estas normas são conflituantes.
O dilema ético aproximado ocorre quando a situação coloca em conflito não normas éticas,
mas valores, políticas e leis

Ferrell et all (2001, p. 7) destacam que um dos aspectos que distinguem uma decisão
comum de uma decisão ética é a ênfase dada aos valores da pessoa ao tomar a decisão. Por
essa razão, os autores consideram que “[...] valores e juízos desempenham um papel de
importância crítica na tomada de decisões éticas”

Amorim et all (2007) definem a tomada de decisão ética como a aplicação de uma
norma ou um conjunto de normas éticas a uma situação específica. O processo da tomada de
decisões éticas e os factores que o influenciam são objecto de distintos modelos teóricos, os
quais utilizam conceitos da psicologia do desenvolvimento, da ética empresarial e dos estudos
organizacionais.

2.5 Decisão – Conceitualização

Qualquer que seja a organização, grande ou pequena, familiar ou não, existem


momentos em que decisões precisam ser tomadas, sejam aquelas apenas referentes à rotina,
sejam aquelas que podem influenciar o futuro da empresa. A relevância da decisão está na
escolha que é feita, nos factores que afectam esse processo e nas consequências que advém,
atingindo a estrutura organizacional, os clientes e os colaboradores.

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De acordo com Almeida (2007, p.24), as actividades realizadas nas empresas nos seus
diversos níveis hierárquicos, são essencialmente actividades de tomada de decisão e resolução
de problemas. É importante que não apenas a acção final seja analisada, ou seja, a decisão.
Porém, se mostra fundamental igualmente que os factores que antecedem a decisão final
sejam objecto de estudo, bem como os meandros que levaram a este ou àquele entendimento
do tomador da decisão.

Ainda trazendo conceitos sobre o que é decisão, temos Cohen (2003) para quem as
decisões são resultados da escolha de um determinado curso de acção iniciado a partir da
identificação de um estímulo para a acção e tem sua função cumprida quando se finaliza com
o compromisso específico para a acção. Por sua vez, Lara (2005), entende que a tomada de
decisão é a conversão das informações em acção, ou seja, uma acção tomada com base na
averiguação de informações para o alcance de determinado resultado.

Qualquer que seja a definição de decisão resta claro que sempre estará envolvido um
problema que precisa ser solucionado. Além do elemento problema, existem outros inerentes
a uma decisão: a pessoa que toma a decisão, os objectivos que esta pessoa pretende alcançar
ao final, os valores pessoais do tomador de decisão, a escolha da melhor estratégia para
resolver o problema, a situação em que o problema está inserido e a consequência da
estratégia escolhida.

Vê-se que uma decisão envolve vários elementos e que estes estão interligados através
de uma estrutura de racionalidade, em que pese a inegável influência que valores e
preferências pessoais acabam por exercer sobre aquele que detém a responsabilidade de
decidir diante de um problema que se lhe apresenta.

As decisões são ligadas aos valores pessoais do tomador da decisão, bem como aos
valores da empresa. A ideia do valor está muito ligada à decisão, bem como a ideia de
utilidade, já que esta permite uma espécie de escala de medição de valores.

Esse aspecto pessoal pode ser explicado por uma série de factores. O tomador da
decisão não tem condições de abarcar todo o conhecimento técnico sobre determinado

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assunto, o que lhe obriga a migrar para o campo da suposição e da aceitação de que, qualquer
que seja a decisão tomada esta não será infalível.

Outra subjectividade é que a decisão eleita acaba por afastar outras possíveis, sendo
aceitável que ela sirva apenas como um meio para se chegar a um fim, com uma nova decisão
que virá a ser tomada oportunamente. Por fim, o tomador de decisão necessita compreender
que algumas decisões podem ser tomadas pela própria organização, lhe retirando total ou
parcialmente a autonomia.

2. 5 Tipos de decisão

Para que uma decisão seja tomada, primeiramente o problema deve ser identificado,
para em momento posterior ser solucionado. Na identificação do problema as condições
internas e externas devem ser apontadas, bem como as causas que levaram ao surgimento do
problema. Chegado o momento da solução, as alternativas são consideradas, tanto as comuns
ou padronizadas, como aquelas que, em tese, seriam inovadoras.

Para Arruda (2002, p.32), as decisões que vierem a ser tomadas, podem ser
visualizadas dentro de três dimensões básicas: 1) O nível no qual se pode generalizar ou
abstrair a decisão; 2) O tamanho do espaço organizacional, externo ou interno, afecta do pela
decisão e 3) A duração de tempo em que a decisão terá sua duração.

Partindo da premissa de que todo o processo decisório surge a partir de um problema,


este poderia ser conceituado como uma alteração não pretendida entre a situação presente e
aquela que deveria existir. Quando essa dissonância é visível, menos labor em resolver. A
dificuldade surge de forma mais pontual quando o problema não é de fácil identificação ou
ainda quando o problema é considerado grave por alguns e tolerável por outros dentro da
mesma empresa.

Ao tomar sua decisão, inevitavelmente haverá uma influência da cultura pessoal do


tomador da medida no tipo de decisão que irá ser levada a cabo. Dessa forma, o tipo de
decisão pode ser influenciado por um comportamento mais racional, mais lógico, mais
intuitivo, mais imediatista ou mais analítico. O tipo de decisão também pode sofrer influência

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em razão de preferências por decisões singulares ou colegiadas, mais agressivas ou
conservadoras.

Assim, se vê que o tipo de decisão, seja ele qual for, não será de todo livre e intocado,
mas, sim, permeado por traços pessoais e culturais do responsável pela emissão da decisão.

As decisões podem ser classificadas em programadas e não programadas. As primeiras


são aquelas insertas na rotina, que se repetem constantemente e que não exigem maior
elaboração em sua solução, pois não demandam maior detalhamento das possíveis
alternativas. Já as segundas, as não programadas, são excepcionais, não se repetem com
facilidade e demandam maior planeamento para a escolha da alternativa de solução mais
viável.

Sobre esse tipo de decisão, Ferrel (2000, p.56), entende que as decisões programadas
são procedimentos de respostas já existentes ou estabelecidos na organização para lidar com
um problema visto como corriqueiro e recorrente. Em contrapartida, as decisões tidas como
não programadas, são aquelas decorrentes de problemas complexos ou não corriqueiros como
estímulos para decisões fora da rotina, pois as alternativas de acção não estão especificadas de
antemão.

As decisões também podem ser enquadradas como racionais, ou seja, que seguem uma
sequencia programada e que obedecem etapas claras e definidas, quais sejam, definição do
problema a ser atacado, listagem dos critérios a serem adoptados para a decisão, atribuição de
pesos de relevância para cada um dos critérios listados, listagem das alternativas viáveis para
a solução do problema, avaliação de tais alternativas de acordo com os critérios levantados e
seu respectivo peso, e finalmente, a escolha da alternativa que se mostre mais acertada.

É preciso ressaltar que para que uma decisão possa ser classificada como racional e
consequentemente siga todos os passos alhures elencados, é preciso que não haja dúvidas
plausíveis quanto ao problema a ser resolvido, as opções de solução, as preferências e que a
tempestividade e o custo para a solução do problema não sejam factores de óbice.

Em muitas situações, a incerteza é inerente ao processo. O que se pode distinguir, no


entanto, é que não há necessariamente uma relação directa entre incerteza e insegurança (...)

12
muitas decisões ocorrem sem que o decisor possua preferências articuladas, suas escolhas são
construídas durante o processo decisório e não simplesmente reveladas. Frequentemente
dependem de uma visão geral do problema, do método de análise das alternativas e do
contexto. (Ferrel, 2000, p.56),

Outro tipo de decisão é a chamada decisão criativa, que ocorre quando o tomador de
decisão percebe aspectos do problema que outras pessoas não conseguem enxergar, bem
como tem também a capacidade de visualizar todas as alternativas possíveis de solução, não
se limitando a um número reduzido opções.

Nesse tipo de situação, o potencial criativo que existe em toda e qualquer pessoa,
aflora de forma mais eficiente diante de um problema que urge ser sanado. Surge então o
desafio de fazer com que a criatividade seja cada vez mais intensa através da combinação dos
elementos do amplo conhecimento sobre sua área de actuação, da capacidade de ver os
problemas e suas respectivas soluções sob diferentes ângulos e do nível de envolvimento com
o problema que deve ser resolvido, fazendo com que isso se torne uma actividade prazerosa.

SROUR (2010) baseia sua classificação das decisões em quatro critérios de análise:
actividade administrativa na qual se vincula a decisão, nível de importância dentro da
organização, estruturação e previsibilidade.

As características dos tipos decisórios citados se aplicam em sua maioria às decisões


ditas singulares, posto que existe a decisão do tipo colegiada, onde um grupo tem a
responsabilidade de resolver o problema que foi posto.

Em contrapartida, uma vez a decisão sendo tomada em grupo, este se torna uma
espécie de organismo de força, fazendo com que suas ideias sejam impostas e aceitas,
ofertando resistência às mudanças propostas, discutindo e argumentando com eventuais
opositores dos argumentos apresentados, causando silêncio às posições individuais
dissonantes, o que leva a uma falsa ideia de que houve um entendimento sem discordâncias.

Como forma de amenizar os efeitos de uma decisão tomada colectivamente, é preciso


que no grupo exista uma liderança que haja de forma imparcial, respeitando as liberdades
individuais, é preciso também que sejam levadas em consideração as opiniões emitidas pelos

13
membros do grupo, que sejam questionados os posicionamentos adoptados e que sejam feitas
discussões construtivas sobre o tema em debate de forma livre, sem qualquer tipo de receio ou
retaliação.

Por outro lado, as decisões do tipo colectiva favorecem a escolha de alternativas mais
arriscadas e maior uso de criatividade, uma vez que, a final de contas, não existirá dessa
forma responsabilização individual. Quanto maiores e mais aguçadas forem as discussões
antes do debate em grupo, maior as chances de que seja tomada uma decisão ousada.

2.6 Processo de Tomada de Decisão

Decidir não é tarefa simples e envolve alguns elementos, como já foi referido
anteriormente. Sendo assim, o processo que leva à decisão igualmente envolve uma série de
etapas que são cruciais para o resultado final, mas que não necessariamente precisam ocorrer,
sendo permitido que algumas sejam suprimidas, caso a urgência esteja presente no contexto.

O processo decisório envolve a percepção do problema, a análise e definição deste, o


ajuste de quais objectivos devem ser alcançados, a eleição das alternativas de solução, bem
como sua comparação, a escolha da alternativa após análise e a implementação da solução
encontrada.

Todavia, esse processo de tomada de decisão, é afectado por alguns factores


determinantes. Autoridade, que é o poder de tomar decisão guiando a acção de outrem,
normalmente um subordinado; comunicação, que é a forma como as decisões são ou serão
repassadas; treinamento, repassando ensinamentos sobre decisões já tomadas e preparando
para as futuras; critérios de eficiência, ou seja, alcançar com os recursos disponíveis os
melhores resultados; lealdade organizativa, que é a internalização dos bons valores da
organização, fazendo com que as decisões tomadas estejam em harmonia com os objectivos
institucionais informação, que são dados imbuídos de significado, relevância e propósito (e
aspectos internos do indivíduo, as decisões precisam ser tomadas de uma maneira racional,
desenvolvidas através de uma metodologia adequada e com uso de reflexão (Moreira 2002);

14
Na verdade, o processo decisório acaba invariavelmente sendo influenciado pelas
circunstâncias em que o problema está inserido, pela necessidade de elocidade na solução e
pelo factor surpresa. Conforme dito, nem sempre a tomada de decisão acaba sendo a mais
acertada, pois não é possível fazê-lo pausadamente e analiticamente, sendo a subjectividade
uma característica marcante.

Considerando a necessária presença da subjectividade, diversas vezes a razão acaba


por ser ignorada, já que a satisfação é aceitável no lugar da decisão ideal, em virtude da
impossibilidade de conhecimento e processamento de todas as possibilidades de solução de
eventual problema.

Assim, dentro do subjectivismo que é inerente às situações e ao tomador das decisões,


este, dentro das opções de soluções de problema que tem acesso, que conhece ou que lhe
surgem, certamente irá optar pela alternativa que atenda satisfatoriamente à questão, dentro de
uma escala que migra desde a alternativa considerada mais aceitável, até aquela de mais
difícil concretização. A alternativa criativa é a mais distante da aceitável e muitas vezes, por
tal razão, não é escolhida.

As decisões tomadas de forma muito rápida podem vir maculadas pela crença exagerada em
sua própria capacidade, ou seja, pelo excesso de confiança, também carregam a mácula da fé
excedida nas informações preliminares, fazendo com que o ponto de partida para a tomada de
decisão se torne de alguma forma imutável.

Dentro da necessidade de tomar decisões de forma rápida, também é comum que o


tomador da decisão procure informações que corroborem seu próprio ponto de vista, seja
porque é mais célere, seja porque muito mais facilmente se aceita aquilo que não causa
confronto às suas próprias convicções. Igualmente é muito mais fácil optar entre alternativas
mais próximas ou utilizadas recentemente, do que soluções inéditas ou que já tenham sido
tentadas há bastante tempo.

Na ânsia de tomar uma decisão da forma mais rápida possível, muitos tomadores de
decisão acabam por estabelecer padrões de resultados positivos ou negativos e acabam

15
pautando-se nessas supostas estatísticas, sem nenhuma comprovação, para embasar decisões
futuras.

A racionalidade organizacional postula a possibilidade tanto de domínio de factores


incontroláveis como de eliminação de riscos e incertezas no processo decisório, mediante uma
análise cuidadosa e globalizada. Tem como base a teoria organizacional clássica, com
racionalidade de comando, controles centrais, especialização de trabalho e distribuição de
autoridade. (Mello at all, 2004, p. 16)

Não bastasse o engano em estabelecer tais padrões, a situação pode ainda ser
significativamente piorada quando se insiste numa fidelização às decisões pretéritas, à um
modelo de decisão anterior, à uma política de decisões sobre determinado assunto, mesmo
que comprovadamente não tenham se mostrado eficazes.

Decisões que são tomadas de forma rápida ainda podem padecer de escolhas feitas de
forma aleatória, sem levar em consideração qualquer critério científico ou factualmente
comprovado, travando qualquer possibilidade de absorção de informações novas ou dados
inéditos. É ainda importante frisar que comumente se observa que os tomadores de decisão
não costumam aprender com seus próprios erros e muitas vezes acabam por não recordar mais
dos desacertos anteriores.

Na verdade, em muitos casos, a decisão somente pode ser tomada de forma intuitiva e
não racional. Nesses casos, a intuição se mostra mais eficaz porque a incerteza é muito alta,
porque não há relatos de situações similares vivenciadas anteriormente, porque não é possível
estabelecer variáveis seguras, porque os fatos ofertados não oferecem ampla informação ou
chegam a ser obscuros, porque facilmente se encontram alternativas plausíveis de solução ou
porque existe a necessidade de que a decisão seja tomada de forma rápida.

Segundo Borges (2007, p.270).a personalidade define a forma de pensar mais lógica,
racional, intuitiva ou criativa. As decisões podem ser tomadas com muitas ou poucas
informações, de forma mais rápida ou mais lenta, com várias ou escassas alternativas, com
enfoque a curto ou a longo prazo, decidindo-se pela solução ideal ou pela aceitável. Enfim, o
processo de tomada de decisão vai depender da personalidade do tomador.

16
O ambiente organizacional no qual a decisão ocorre é definido, no mínimo, por duas
propriedades: a estrutura e a clareza dos objectivos organizacionais, que têm um impacto
sobre as preferências e escolhas; e a incerteza ou quantidade da informação sobre os métodos
e processos pelos quais as tarefas devem se r cumpridas e os objectivos devem ser atingidos
(Borges 2007, p.275).

Especialmente os gestores das organizações, devem estabelecer limites ou parâmetros


para suas próprias decisões, até mesmo como forma de ser factor de facilitação para situações
futuras. Entre ditos parâmetros ou limites podem-se elencar a avaliação de desempenho dos
funcionários segundo critérios da empresa, sistemas de recompensa que sigam o resultado
final pretendido pela organização, observância às regras e regulamentos da empresa antes de
tomar qualquer decisão, respeito aos prazos postos pela organização, sejam eles explícitos ou
não, coerência com as decisões que foram tomadas anteriormente sobre assuntos semelhantes.

Sendo assim, no processo de tomada de decisão, mister se afirmar que existe uma
limitação à liberdade de decidir, não sendo demais inferir que ditos regramentos de limitação
podem impor um tolhimento da criatividade, o que pode gerar limitação também do
crescimento da organização.

Igualmente é imperioso frisar que não apenas as limitações impostas pela empresa ou
organização devem ser observadas pelo tomador da decisão, mas também os limites impostos
pela sociedade, como ética, moral e bons costumes.

Dentro das limitações impostas pela sociedade, no processo de tomada de decisão


deve-se ter em mente além da melhor forma de resolver o problema, também qual será seu
resultado final. Dito resultado deve ser satisfatório para o maior número de pessoas e deve ser
factor gerador de bonança para a organização em grau superior a qualquer intempérie que
venha a surgir (Borges 2007, p.300).

Ainda no processo de tomada de decisão, não se pode olvidar da necessária


observância aos direitos individuais e colectivos legalmente previstos, posto que o desrespeito
aos regramentos legais não é justificável mesmo dentro de um ambiente empresarial e por isso
mesmo de alta competição.

17
Para tomar uma decisão, o tomador deve fazê-lo de forma justa, dentro de parâmetros
que estabeleçam similaridade de situações e de pessoas, a fim de evitar arbitrariedades,
primando dessa forma pela coerência, o que acaba por fortalecer o que é decidido. Diante de
uma miríade de elementos que devem ser considerados no momento da tomada de decisão, a
saber, subjectividade, velocidade, intuição, influências da personalidade, normas e
regramentos da organização, somam-se também as limitações e regramentos sociais, que por
serem altamente abstractos e intangíveis, às vezes são de difícil aplicação.

2.7 Liderança

O que é liderança? Para começar, um líder é aquele que exerce influência em um


determinado grupo de pessoas a fim de que, elas façam o que ele deseja, mas em prol da
organização, porém esta influência não deve ser rigorosa e por meio do poder de um cargo,
obrigando as pessoas a fazerem o que ele deseja, mas sim, deve-se usar da autoridade e
respeito com elas, oferecendo um meio de trabalho propício para que todos desenvolvam suas
actividades, com vontade própria e conduzir as pessoas e organizações em direcções que
sozinhas não seriam capazes de seguir (Freitas e Rodrigues s/d, p.15).

Para Gebrim (2007), o líder deve estar atento de como a sua postura e atitude são
vistas pelos seus colaboradores de forma a preservar o bom êxito da organização. No entanto,
a comunicação é um aditivo indispensável para ter o retorno dos seus funcionários e processar
as transformações necessárias. Sem a comunicação não se pode esperar que as pessoas
assumam as suas responsabilidades.

Na nossa opinião, a liderança pode ser considerada como a capacidade que um líder
tem de influenciar os seus subordinados a cumprirem com os programas da organização, sem
que no entanto sejam utilizados métodos coercivos.

A liderança não pode ser exercida a partir de uma posição no jogo de


uma hierarquia de comando e controle. O líder moderno tem que saber
lidar com as pessoas, pois é através das pessoas que são realizadas as
acções e consequentemente os resultados atingidos, uma vez que são as
pessoas que fazem as coisas acontecerem dentro e fora da organização.
Portanto, torna-se imperativo cuidar da sua motivação, que deve
abranger desde a satisfação pessoal até melhoria às condições de
trabalho (Pontes, 2008, p.8).

18
Nesta ordem de ideia, Garcia (2011), considera que o papel do líder na gestão do
comportamento organizacional, requer o exercício de importantes funções como: estabelecer
uma visão clara de onde se pretende chegar e promover um entendimento claro da realidade
presente, para que as pessoas possam dar o melhor de si, em prol dos resultados
organizacionais.

Desta forma, para se obter uma liderança eficaz, o líder deve possuir uma consciência,
energia, inteligência, domínio, auto confiança, e ser aberto para as experiencias e sugestões
dos seus subordinados. Deve ainda, possuir estabilidade emocional e conhecimento de tarefas
relevantes, conhecer o ambiente socio-económico e político do seu meio envolvente, de modo
a que esteja pronto para encontrar soluções para os problemas, possuir um certa sensibilidade
para com os subordinados com certa tolerância e dignidade, assumindo que existem várias
maneiras de resolver os assuntos (Tavares, 2010).

Segundo Miranda (2012), a visão da moderna gestão de recursos humanos, o líder


eficaz é aquele que é capaz de criar um ambiente propício para o surgimento de outros líderes
dentro da organização, isto porque, as organizações necessitam de se desmembrar e crescer
através da subdivisão em pequenas sub-unidades orgânicas, em que os pequenos gestores são
atribuídos certas responsabilidades, com vista a desenvolver a organização.

A abordagem dos estilos de liderança é importante para uma melhor compreensão da


atmosfera psicológica de uma organização, ao permitir fazer o entendimento de que, a
medição da eficácia de um líder ou dum modelo de liderança é uma tarefa complexa e, em
muitas ocasiões, depende da situação ou do contexto em que o líder se encontra perante ao
subordinado.

Segundo Chiavenato (2004), o estilo de liderança é o padrão recorrente do


comportamento apresentado pelo líder ao longo do exercício das suas funções. Os estilos de
liderança, são as diferentes posições tomadas pelos líderes nas organizações de acordo com a
percepção individual e o ambiente de trabalho.

No entanto, a forma como o líder actua perante os seus subordinados, depende em


larga medida com o tipo de organização, o tipo de subordinado e os objectivos que a

19
organização pretende alcançar. Por exemplo em organizações de natureza militar, onde
algumas actividades realizadas são de alto risco á vida humana, o líder deve ser um pouco
duro nas suas decisões de modo a que estes façam as suas actividades primeiro, em defesa da
sua própria vida em seguida, em defesa da pátria.

Nesta ordem de ideia, Dos Anjos (2008), considera que, independentemente do estilo
de liderança predominante numa certa organização, o líder deve estar sempre pronto para
resolver os problemas e necessidades dos seus colaboradores, como forma de incentiva-los na
melhoria do seu desempenho. Não existe um estilo de liderança que seja mais eficaz que o
outro, a junção dos três tipos de liderança apresentado no quadro 2, é que forma um bom
líder.
Autocrática Democrática Liberal ou (laissez faire)
Apenas o líder fixa as As directrizes são Há liberdade completa para
directrizes, sem qualquer debatidas e decididas as decisões grupais ou
participação do grupo. pelo grupo moderado e individuais mínimas do líder.
assistido pelo líder.
O próprio grupo esboça A participação do líder no
O líder determina as as providências e técnicas debate é limitada,
providências e as técnicas para atingir o alvo, apresentando apenas
para a execução das tarefas, solicitando ao líder materiais variados ao grupo,
uma de cada vez, conforma aconselhamento técnico esclarecendo que poderia
a necessidade, sendo assim quando necessários, as fornecer desde que se
imprevisíveis para o grupo. tarefas ganham novas pedissem
perspectivas com o
debate
O líder é dominador e A divisão das tarefas fica Tanto a divisão das tarefas
determina que tarefa cada a cargo do grupo e cada como a escolha dos
um deve executar e quem membro do grupo tem a companheiros de trabalho
deve ser o seu companheiro. liberdade de escolher o ficam totalmente a cargo do
companheiro de trabalho. grupo.

Fonte: Chiavenato (2004 apud Semedo 2013, p.26)

20
CAPÍTULO III – METODOLOGIA

3.1 Abordagem teórico-metodológica da pesquisa

Quanto à abordagem, o estudo foi de natureza qualitativa. Gil (2002, p. 21), afirma
que “a pesquisa qualitativa busca traduzir em números, opiniões e informações, para
classifica-las e analisa-las”. A pesquisa também é classificada como bibliográfica, visto que
foi desenvolvida tendo por base material encontrado em livros, revistas, sites, artigos,
dissertações, etc. Para Gil (2002, p.23), “a pesquisa bibliográfica é produzida mediante
material elaborado, principalmente livros e artigos científicos”.

Para verificar como o objecto de estudo da presente pesquisa é aplicado no mercado


de trabalho, foi utilizada a pesquisa de campo por meio da aplicação de questionário, que para
Ruiz (2012, p. 50) “consiste na observação dos fatos tal como ocorrem espontaneamente, na
colecta de dados e no registro de variáveis presumivelmente relevantes para ulteriores
analíticos”.

3.2 O contexto da pesquisa: espaço e sujeitos da investigação

O universo é “o conjunto sobre cujos atributos vão indiciar a investigação e, por isso,
se transformarão em fonte de informação”. O universo desta pesquisa é composto por 33
Funcionários e Agentes de Estado da Escola Primária Completa 1 de Junho1.

. Para Gil (2002, p.121) amostra é “uma pequena parte dos elementos que compõem o
universo”. A amostra deste estudo é composta por 33 Funcionários e Agentes de Estado do
Escola Primária Completa 16 de Junho do universo, o que corresponde aproximadamente,
66% dos mesmos, que aceitaram participar, respondendo ao questionário proposto pela
pesquisa.

1
O presente trabalho foi realizado na Escola Primária Completa 16 de Junho cita na Cidade de Maputo, no
Distrito Municipal KaMpfumo, na Avenida Vlademir Lenine esquina com Ho-Chi-Min e Patrice Lumumba, no
bairro Central. Conta com um total de 15 salas, com um bloco administrativo o qual dividem-se em gabinete do
corpo directivo da escola, nomeadamente: gabinete da directora da escola, do Director Adjunto pedagógico e da
chefe da secretaria, uma sala dos professores, 7 casas de banho, uma cantina e um ginásio para aulas de
Educação Física

21
3.3 Instrumentos de colecta e selecção dos dados

Os dados que fazem parte da amostra serão obtidos por meio de um questionário a ser
desenvolvido através do referencial teórico da pesquisa. Utiliza-se o questionário para medir e
comparar com melhor exactidão o que se deseja no que concerne aspectos específicos. O
questionário é estruturado com 12 perguntas objectivas de múltipla escolha junto aos
Funcionários e Agentes de Estado da Escola Primária Completa 16 de Junho

3.4 Procedimentos de análise e interpretação dos dados

Os dados foram colectados no período de Marco a Abril de 2020, directamente nos


escritórios e departamentos da Escola Primária Completa 16 de Junho onde cada entrevista
teve duração média de 10 a 15 minutos.

3.5 Validade

A validade de um instrumento pode ser definida como a sua capacidade em realmente


medir aquilo que ele se propõe a medir (Cohen et al., 2000, como citados em Dos Santos
2011). Para tal permitimos que o supervisor e alguns colegas do curso examinassem os
instrumentos de forma a reavaliar a qualidade dos mesmos através da identificação de pontos
fortes e fracos.

3.6 Fiabilidade

Para Cohen et al., (2000, como citados em Dos Santos, 2011) a fiabilidade é sinónima
de consistência ao longo do tempo de diversos instrumentos e sobre diferentes grupos de
respondentes. Comungando com este argumento, Armstrong et al., (1994, como citados em
Menezes, 1998) referem que a fiabilidade geralmente é utilizada para se referir à
reprodutibilidade de uma medida, ou seja, o grau de concordância entre múltiplas medidas de
um mesmo objecto e a avaliação da fiabilidade de um instrumento é feita através da
comparação de diversas aplicações do instrumento ao mesmo indivíduo. Entretanto, para a
fiabilidade dos instrumentos da pesquisa distribuímos o questionário a cada inquirido num
tempo específico e por fim recolhemo-los de uma forma sistémica.

22
3.7 Procedimentos do estudo

A primeira etapa do estudo foi precedida por levantamento de uma credencial a nível
da Faculdade. Remetemos a credencial, sucessivamente, ao conselho municipal da cidade da
Matola, onde recebemos a autorização para a recolha de dados.

3.8 Questões éticas

No que tange às questões ligadas a formalidades da pesquisa, foi primeiramente


efectuado o pedido da credencial à Direcção do ISFIC por se tratar de uma pesquisa de
conclusão de nível académico ministrado nesta instituição. A referida credencial foi exibida à
Direcção da Escola Primária Completa 16 de Junho.

Foram assegurados a confidencialidade e anonimato através da não obrigatoriedade da


menção da identidade dos participantes nos instrumentos e recolha de dados, e através de
textos introdutórios nos instrumentos que explicavam que a informação que pretendíamos
recolher destinava-se exclusivamente a conclusão de um nível académico e os resultados
seriam usados apenas para fins de académicos.

23
CAPÍTULO IV: ANÁLISE E DISCUSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Apresentação sociogeográficos dos Participantes

Em qualquer pesquisa científica a apresentação da situação social dos participantes é


bastante fundamental para o alcance dos objectivos pretendidos na pesquisa. Assim nesta
pesquisa iremos apenas apresentar o género e nível académico dos funcionários pois
acreditamos que face ao problema levantado essas duas categorias poderão nos permitir
perceber melhor o fenómeno em análise.

Relativamente o género dos funcionários, podemos perceber que dos 38 que


responderam o questionário 76 % são do sexo masculino e 24% são do sexo feminino.
Quando ao nível académico verifica-se que mais de metade dos inquiridos pertence ao ensino
médio (50%). Relativamente aos funcionários com nível básico temos 20% e 30% com o
nível superior como se pode verificar no gráfico 1

Gráfico 1: Género e Nível Académico

Fonte: Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária
Completa 16 de Junho.

24
4.2 Tempo de Serviço Prestado

A maior parte dos inquiridos apresentam um tempo de serviço equivalente a 5 á 7 anos (60%)
o que nos mostra a qualidade das respostas por parte de colaboradores que conhecem muito
bem a organização.

Gráfico 2: Tempo Serviço Prestado pelos Inquiridores a Instituição

Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária Completa 16
de Junho.

4.3 Nível de Confiança e Importância atribuída as decisões éticas no processo de tomada


de decisão

Relativamente ao nível de confiança atribuída as decisões éticas no processo de


tomada de decisão podemos perceber que dos inquiridos 60% apresenta um nível alto de
confiança, sendo que 31% tem um nível médio e 9% um nível baixo.

Quanto a importância das decisões éticas para um bom funcionamento da instituição


de uma forma geral (57%) responderam considerando importante, 28% julgam que as

25
decisões éticas é Muito importante e 15% avaliam-na como sendo nada importante. Como se
pode observar no gráfico 3

Gráfico 3: Nível de Confiança e importância atribuída as decisões éticas no processo de


tomada de decisão

Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária Completa 16

de Junho

Contudo com os dados acima pode-se afirmar que na Escola Primária Completa 16 de
Junho predomina um nível de confiança assim como o grau de importância bastante elevado
as decisões éticas.

Segundo Moreira (2002), as teorias da liderança situacionais defendem que não existe
um estilo de tomada de decisão válida para toda e qualquer situação ou seja, a tomada de
decisão ética é um estilo que abrange todos os estilos mas que cada um é utilizado conforme a
situação que surge, tendo em conta as características da organização, o tipo de problema que
se pretende resolver, as expectativas dos membros do grupo e outros factores recorrentes do
processo.

26
4.4 Principais Benefícios das decisões éticas oferecem no Escola Primária Completa 16
de Junho

Os benefícios das decisões éticas se desenvolvem de forma mais integrada a medida


em que o ser humano possui um auto conhecimento, por este facto possibilitar uma
compressão sobre o comportamento humano, e possibilitando a compressão das diferenças
individuais. Este elemento permite a percepção do comportamento humano no que diz
respeito as suas aspirações, desejos e necessidades, que se resume nos aspectos ligados a
motivação humana (Borges, 2007).

Segundo os colaboradores a Diminuição de Fraudes é o principal benefício oferecido


pela decisões éticas, destacando- se com 60%, de seguida consideram a redução de custos e o
aumento de receitas com (34%), e por ultimo com 16 % temos o beneficio que permite uma
maior rigorosidade no cumprimento as Normas.

Gráfico 4: Principais Benefícios Oferecidos pela decisão ética

Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária Completa 16
de Junho

No entanto, analisando os dados do gráfico 4, pode-se notar que os Funcionários e


Agentes do Escola Primária Completa 16 de Junho sobre os benefícios a maioria dos

27
funcionários apresenta a sua opinião de acordo com a sua experiencia de trabalho vivida
perante a organização.

4.5 Formas de Monitorização do código de ética

As formas de monitorização do código de ética numa organização é um factor chave


para se medir o grau de satisfação ou insatisfação destes. No entanto, a monitorização dos
recursos humanos nas organizações está estreitamente ligada ao processo de tomada de
decisão.

Em análise do gráfico 5 abaixo, verifica-se uma ligeira desigualdade em relação a


monotorização feita de forma Casualista e Periódica, (48% e 38% respectivamente).
Considerando cerca de 15% que ela é feita de forma Sistemática

Gráfico 5: Formas de Monitorização do Sistema de Controlo Interno

Fonte: Questionário (2019) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado do Conselho Municipal
da cidade de Matola .).

4.6 Tomada da decisão da administração com base nos Procedimentos éticos

Um dos procedimentos de tomada de decisão é a questão das decisões programas onde


podemos observar que sobre a participação dos colaboradores na tomada de decisões

28
pertencentes ao nível inferior da hierarquia, 30% discordam dessa participação, 25%
concordam seguidos de 23% que Discordam Plenamente que esta se verifique.

Relativamente ao posicionamento da ética e o alcance dos objectivos na estrutura


organizacional permite o alcance dos objectivos traçados pela organização, cerca de 58%
respondem que concordam, 31% Concordam Plenamente e 12% não tem qualquer percepção
sobre o assunto (não concordam nem discordam)

Uma outra cifra foi a questão das decisões orogramadas onde podemos perceber que que 42%
dos inquiridos discordam que a tomada de decisão na organização seja com base em regras ou
Procedimentos, seguido dos 19% que Discordam Completamente. Como podemos observar
no gráfico 6

Gráfico 6: Tomada da decisão da administração com base nos Procedimentos éticos

Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária Completa 16
de Junho.

De acordo com Chiavenato (2004), a tomada de decisão da administração com base nos
procedimentos éticos, depende em larga medida da contribuição dos activos que possui, da
forma como são estruturados, motivados, desenvolvidos, do tipo de clima organizacional

29
existente, existência da liberdade de expressão, tomada de decisão e a existência duma maior
flexibilidade em relação as mudanças do mercado.

Entretanto, para que o desempenho gestores da Escola Primária Completa 16 de Junho


seja maximizado é necessário que eles estejam bem organizados, estimulados, capacitados e
conferidos a liberdade de exercer o poder de decisão durante o exercício das suas actividades.
Os dados do gráfico 6, indicarem que a maioria dos funcionários concordam na tomada da
decisão da administração com base nos procedimentos éticos facto esse que faz alcançar os
objectivos da organização.

4.7 Decisões éticas com base em políticas não definidas pelos Órgãos de Gestão

No que tange as decisões com base em políticas não definidas pelos Órgãos de Gestão
no Escola Primária Completa 16 de Junho. A maioria dos colaboradores (64%) concorda que
as decisões tomadas na organização não têm como base uma política pré definida pelos
órgãos de gestão, 27% concorda plenamente, enquanto 3% discordam plenamente e 2% não
concordam nem discordam. Através da analise verifica- se que os colaboradores reconhecem
que a as decisões éticas criam valores na organização, com um percentual de 46%
concordando plenamente. 41% concordam, 8% são indiferentes, e 5 % descordam, como se
pode verificar no gráfico 7

Gráfico 7: Decisões éticas com base em políticas não definidas pelos Órgãos de Gestão

Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária Completa 16
de Junho.

30
4.8 Gestão de topo e a decisão ética

Podemos constatar que embora 46% Concorda que a gestão de topo entende a função
da liderança ética, parte significativa da amostra não têm um entendimento o que acabou por
reflectir nos resultados (34% não concordam nem discordaram).

Quanto ao Nível de independência da liderança ética na organização, 36 % do total


dos inquiridos concordam que a liderança ética efectua-se de forma independente, enquanto
29 % não concorda, 14% concordam com o nível de independência da Auditoria Interna.

Quanto o auxílio da liderança ética em avaliar os riscos na organização, e


demostramos que a maioria os inquiridos entendem que a Auditoria Interna, tem auxiliado na
averiguação de riscos (66%).

Gráfico 7: Gestão de Topo e a decisão ética

Questionário (2020) aplicado pela autora aos Funcionários e Agentes do Estado da Escola Primária Completa
16 de Junho

No entanto, analisando os dados do gráfico 7, pode-se notar que as opiniões dos


funcionários sobre gestão de topo e a decisão ética na sua maioria concordam que essa facilita
no auxilio da avaliação de riscos entre outros pontos.

31
4.9 Analise dos Resultados dos Inqueridos

Em síntese das respostas feitas nos inquéritos assim como nas entrevistas, cujo objectivo foi
examinar os Benefícios e Importância da ética no processo de tomada de decisão Escola
Primária Completa 16 de Junho podemos obter as seguintes conclusões:

 Relativamente ao nível de confiança depositada a ética no processo de tomada de


decisão no geral ela mostra-se Alta por parte dos colaboradores;
 Os inquiridos avaliaram e atribuíram uma classificação Importante relativamente ao
grau de importância da ética para um bom funcionamento da organização;
 Admitiram a diminuição de fraudes como sendo o principal benefício oferecido pela
ética a organização.

O que nos leva a constatar, a partir do resumo das informações extraídas dos resultados
apresentados neste capítulo, que os colaboradores do C Escola Primária Completa 16 de
Junho compreendem o papel o fundamental da ética.

32
5. CONCLUSÕES

Chegados a este ponto podemos concluir que a ética desempenha um papel fundamental no
processo de tomada de decisão. Com este trabalho foi possível demonstrar essa função de
sublimidade, da liderança ética, mas principalmente demonstrar a sua importância no
processo de tomada de decisão na Escola Primária Completa 16 de Junho

De realçar que a pesquisa bibliográfica realizada, foi fundamental para o desenvolvimento


deste trabalho, não apenas no sentido de, garantir as condições para que fosse possível,
alcançar o primeiro objectivo especifico proposto, relatando os conceitos e definições sobre a
auditoria, mas acima tudo, pela assimilação das opiniões dos diferentes autores consultados e
pelos conceitos absorvidos, que permitiram compreender gradualmente os procedimentos
mais adequados, para a condução das pesquisas, principalmente para a elaboração e
estruturação do questionário e do guião para a entrevista.

Deve-se afirmar que a ética precisa acompanhar e estar atenta às evoluções do mercado e da
sociedade em geral, focalizando nos objectivos da organização, apurando o com a
comunicação e motivação dos funcionários de forma a proteger o património e os resultados,
auxiliando a administração na condução eficiente e ordenada do negócio, promovendo e
avaliando a eficiência operacional de todos os aspectos das actividades de suporte ao negócio.

Conseguimos concluir que a ética também possibilita a escolha de acções, de forma


construtiva, que proporcionam e, até provocam mudanças internas nas organizações, assim
sendo, será recomendável avaliar devidamente tais acções e, com base nessa avaliação, a
empresa deverá ser capaz de saber como proceder, a fim de reforçar os ciclos virtuosos do
sucesso e anular eventuais vicissitudes em que tenha caído.

Neste contexto, pode-se afirmar que a ética contribui positivamente nos processos
decisórios, pois diminui o nível de incerteza no processo, possibilitando decisões mais
coerentes, demonstrando integridade e fidedignidade dos dados e por conseguinte de
informações de gestão, auxiliando assim numa melhor tomada de decisão. De registar ainda,
que a ética acaba por proporcionar melhorias, apoiando os administradores nas decisões que

33
visam a consecução de objectivos com eficiência e eficácia conforme as rotinas e operações
envolvidas.

Concluindo, podemos afirmar que do enquadramento teórico, com base nas diversas citações,
à análise dos resultados, conseguiu-se demostrar o papel da ética, pelo facto de se
devidamente implementado, proporcionar decisões acertadas, em tempo ajustado que
possibilitam o alcançar dos resultados organizacionais esperados e por conseguinte contribuir
favoravelmente nos processos decisórios.

Em relação ao caso de estudo, através das análises às respostas dos inquiridos e do conteúdo
da entrevista pode-se concluir que a ética tem uma importância relevante nos processos de
tomada de decisão no Escola Primária Completa 16 de Junho

34
6. Referencia Bibliográfica

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VAZ, H.- (1993) Escritos da Filosofia II. São Paulo: Loyola, 1993

36
Anexo-1: Questionário aos funcionários e agentes de Estado da Escola Primária
Completa 16 de Junho

O presente questionário serve para a recolha de dados para o trabalho final de Gestão de
Recursos Humanos e, tem como objectivo analisar a liderança Ética No Processo De Tomada
De Decisão: Escola Primária Completa 16 de Junho. As suas respostas são de grande
relevância para o trabalho, pelo que deve responder com clareza e sinceridade as questões que
lhe são colocadas. Os dados recolhidos serão tratados confidencialmente, e desta forma os
resultados da pesquisa não vão identificar as pessoas inquiridas.

Coloque uma cruz (X) na escala a qual pertence ao tempo em que trabalha na Escola Primária
Completa 16 de Junho

1- Genéro

Masculino

Feminino

2-Nivel académico

Medio

Básico

Superior

3. Tempo Serviço

Mais de 10 anos

37
4 -7 anos

1 -3 anos

4- Nível de Confiança e Importância atribuída as decisões éticas no processo de tomada


de decisão

Baixo

Alto

Medio

5- Nível de Confiança atribuída as decisões éticas no processo de tomada de decisão

Pouco Importante

Importante

Muito importante

6- Nível importância atribuída as decisões éticas no processo de tomada de decisão

Baixo

Médio

Alto

7- Principais Benefícios das decisões éticas oferecem no Escola Primária Completa 16 de


Junho

Maior Rigorisidade

Aumento de Receitas

Redução de Custos

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8- Formas de Monitorização do código de ética

Casualista

Periodica

Sistematica

9- Tomada da decisão da administração com base nos Procedimentos éticos

9.1 Decisoes programadas

Concordo

Concordo Plenamente

Indiferente

Discordo Plenamente

Discordo

9.2 Decisões Descetralizadas

Concordo

Concordo Plenamente

Indiferente

Discordo Plenamente

Discordo

9.3 posionamento da ética e o alcance dos objectivos

Concordo

Concordo Plenamente

39
Indiferente

Discordo Plenamente

Discordo

10. Decisões éticas com base em políticas não definidas pelos Órgãos de Gestão

Concordo

Concordo Plenamente

Indiferente

Discordo Plenamente

Discordo

11. Gestão de topo e a decisão ética

Concordo

Concordo Plenamente

Indiferente

Discordo Plenamente

Discordo

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41

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