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Universidade de Save
Chongoene Sede
2023
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Universidade De Save
Chongoene Sede
2023
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Termo de Aprovação
Prof. _______________________________
(Supervisora)
Prof. _______________________________
(Arguente)
Prof. ______________________________
(Presidente)
____________________________________________
Índice
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Declaração....................................................................................................................................v
Dedicatória..................................................................................................................................vi
0.Introdução.....................................................................................................................................7
0.2 Problematização.........................................................................................................................8
0.4 Objectivos................................................................................................................................10
0.4.1 Geral.....................................................................................................................................10
0.4.2 Especifico.............................................................................................................................10
0.5 Justificativa..............................................................................................................................11
1. 1 Qualidade de vida...................................................................................................................12
1.6.Modelos de QVT.....................................................................................................................20
3.Consideração Final.....................................................................................................................46
4.Sugestões....................................................................................................................................50
6. Referência Bibliografia..............................................................................................................50
Apêndices......................................................................................................................................53
Declaração
Declaro que esta pesquisa é resultado da minha investigação pessoal e de orientações da
minha supervisora, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente
mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda, que este trabalho nunca foi apresentado em nenhuma outra instituição para
a obtenção de qualquer grau académico.
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Dedicatória
Em primeiro lugar, dedico este trabalho a Deus por ser essencial na minha vida, autor do meu
destino, meu guia, socorro, presente a todos momentos. E em especial aos meus eternos pais;
Francisco Alberto Mucavele e Anastácia Mapicua Vembane, que Deus o tenha.
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Agradecimentos
Agradeço acima de tudo, a Deus, por acreditar que sem Ele, nada é possível e a UNISAVE, por
me ter concedido a formação (2019-2022).
Agradeço a toda minha família em especial aos meus pais (que Deus os tenha), que foram a
minha inspiração e incentivo a todo momento.
Agradeço aos amigos e familiares, pelo incentivo e companheirismo ao longo dessa jornada.
Agradeço a todos os professores e colegas de faculdade, em especial à Dra; Narcia Chauque,
pelo empenho e competência com que me orientou ao longo dessa pesquisa.
Agradecer também aos colaboradores, gestores e psicólogos da Visão Mundial pela boa
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colaboração que houve no fornecimento de dados durante a entrevista. Vai também o meu
agradecimento à todos aqueles que directa ou indirectamente e moral ou materialmente
contribuíram para o sucesso da minha formação e do presente trabalho.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que compartilharam comigo, mais essa oportunidade de
desenvolvimento e formação que tanto irá contribuir para minha realização pessoal e
profissional.
Muito Obrigado.
Resumo
Este estudo foi realizado na Visão Mundial no Distrito de Chongoene com objectivo de Analisar
as práticas de Qualidade de Vida no Trabalho e a sua Influência na Satisfação do Colaborador.
Neste âmbito, foi feita a recolha e discussão de dados através das revisões bibliográficas, e
documentais, auxiliando-se nas técnicas de observação e entrevista, a população em estudo foi
em um número total de 34 e em observância aos critérios em vigor, foram envolvidos no estudo
(amostra), 12 (37%) colaboradores dos quais, 2 gestores e 10 colaboradores simples. A pesquisa
contempla ainda Fundamentação teórica como: Qualidade de vida no trabalho, os factores que
determinam a qualidade de vida, programas de qualidade de vida dos colaboradores nas
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1.0 Introdução
O tema desta pesquisa é qualidade de vida nas organizações, tendo em vista que, actualmente, a
satisfação pessoal está directamente ligada à qualidade de vida que o trabalhador possa ter no
local de trabalho.
Um colaborador satisfeito e submetido a um agradável ambiente de trabalho desenvolve sua
função com mais sabedoria e cuidado, não havendo motivos para insatisfações e o interesse em
procurar um novo emprego. As pessoas passam no local de trabalho cerca de 1/2 do seu tempo,
onde são criados relacionamentos e aprendizagens. Desse modo, é de grande relevância estudar
as novas formas de organização, que buscam tornar trabalho e vida pessoal elementos
complementares, transformando a organização em um espaço no qual cada um terá a
oportunidade de saber à aprender, saber a conviver, aprender a fazer, e aprender a ser.
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Para que os colaboradores se tornem mais produtivos e satisfeitos, é preciso entender o conceito
de QVT como o gerenciamento de condições que extrapolam os limites da organização em
termos de melhoria da qualidade de vida dos colaboradores, considerando as diferentes
dimensões, tas como: física, social, psicológica, intelectual e profissional. A meta principal de
QVT é a conciliação dos interesses dos colaboradores e das organizações, ou seja, melhorando a
satisfação do colaborador, melhora-se a produtividade da organização.
Focada neste fato, actualmente crítico para as organizações, surge o interesse e necessidade em
realizar o estudo “A Prática da Qualidade de Vida nas Organizações e sua Influencia na
Satisfação dos Colaboradores: Caso da Visão Mundial no Distrito de Chongoene”, com
objectivo de compreender as práticas da qualidade de vida no ambiente de trabalho dentro das
organizações, e mais especificamente, apurar subsídios teóricos que ajudem a descrever a
importância da qualidade de vida na organização, identificando os benefícios propostos pela
qualidade de vida no trabalho e, assim, sugerir acções que proporcionem esses resultados.
Para elaboração deste trabalho baseai em consultas bibliográficas e documental, alinhados ao
estudo descritivo onde vai descrever os fatos e fenómenos de determinada realidade.
Quanto a sua organização, o trabalho está estruturado em elementos pré-textuais que envolve: a
introdução; a delimitação do tema, a problematização, hipóteses, objectivos e a justificativa.
Capítulo I: Metodologia Do Trabalho: onde traz o tipo de estudo; sua abordagem, métodos de
procedimentos para recolha de dados, técnicas de procedimento para recolha de dados, métodos
de análise de dados, população e amostras, critérios de inclusão e exclusão, análise de risco e
benefícios e considerações éticas.
Capitulo II: Fundamentação Teórica: na qual encontramos a identificação dos principais
conceitos do fenómeno em estudo, vistos sob posicionamento de diferentes autores.
Capitulo III: Discussão e Apresentação dos Resultados da Pesquisa do Campo: onde faz se a
Caracterização Sócio-Demográfia dos Participantes; Análise das entrevistas feitas durante a
recolha de dados e finalmente, as conclusões, sugestões e as referências bibliográficas.
0.2 Problematização
Toda investigação nasce de algum problema teórico/prático sentido. Este dirá o que é relevante
ou irrelevante observar, os dados que devem ser seleccionados. Esta selecção exige uma
hipótese, conjectura e/ou suposição, que servirá de guia ao pesquisador (Marconi & Lakatos,
2003, p127).
A qualidade de vida no trabalho é um dos assunto mais influentes na satisfação dos funcionários,
pois a busca por este é constante e as organizações que não atenderem este requisito, será
substituída por outra dentro do mercado. A qualidade de vida tem sido uma preocupação do
homem desde o início da sua existência, tanto no ambiente laboral como em outros contextos,
voltada para facilitar ou trazer satisfação e bem estar na execução das tarefas. Visto que, a busca
pela qualidade de vida envolve muitas questões relacionadas ao trabalho como: remuneração,
oportunidade de crescimento, elementos ambientais da empresa, condições físicas, atmosfera de
trabalho, expectativas sociais, relacionamentos interpessoais, dentre outros, que influenciam
directamente na qualidade de vida do ser humano que trabalha.
Observa-se que as organizações estão reconhecendo a importância de resgatar a humanização no
ambiente de trabalho proporcionando melhores condições para o bem estar de seus trabalhadores
sem descuidar também dos aspectos que contribuem para a sobrevivência das organizações.
Os colaboradores desta organização, cada vez mais exigentes e críticos, necessitam trabalhar em
um ambiente agradável, que se preocupe com sua saúde, bem estar e satisfação e, como o
mercado de oportunidades hoje é bastante amplo, ele pode optar por um espaço que atenda
melhor suas expectativas. Portanto, cabe as organizações preocuparem-se e adaptarem seu
ambiente para atender estas exigências e necessidades pessoais, a fim de conquistar e reter seu
maior activo: a pessoa. Focada neste fato, actualmente crítico para a saúde da empresa, surge o
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0.4 Objectivos
0.4.1 Geral
• Analisar as práticas de qualidade de vida no trabalho e a sua influência na satisfação do
colaborador.
0.4.2 Especifico
• Identificar as práticas ou programas de qualidade de vida na organização.
• Explicar como as políticas de qualidade de vida tem se aplicado na Visão Mundial
• Descrever o nível de satisfação dos colaboradores e os factores determinantes
• Apresentar as recomendações que possam tornar a qualidade de vida no trabalho, uma
prática rotineira para os colaboradores da organização.
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0.5 Justificativa.
Com o fenómeno da globalização, a sociedade de uma forma geral, e os trabalhadores, de forma
específica, tem vivido um intenso processo de mudanças e adaptações no sentido de atender aos
objectivos das organizações, e assim, garantir uma vida pessoal e profissional que atenda às sua
necessidades e expectativas. Com isso, o grande desafio das organizações, tanto públicas quanto
privadas, está em encontrar meios de proporcionar aos seus funcionários a sua realização pessoal
e profissional por meio do trabalho que executam. Nesse sentido, a relevância desta pesquisa
encontra-se no fato de que os seus resultados irão servir de base para que se possa definir os
parâmetros para a implantação de um programa de qualidade de vida no trabalho.
O estudo contribuirá, ainda, com a qualidade de vida dos colaboradores ao evidenciar a
importância da implantação de programas de treinamento e desenvolvimento dos colaboradores
uma vez que esta é voltada as práticas de qualidade de vida e de satisfação dos colaboradores.
No âmbito académico, esta pesquisa será relevante para formação de profissionais preparados
para se relacionar e crescer na área, pois servirá de base para produção de outros trabalhos
científicos.
Finalmente, a pesquisa torna se relevante para a comunidade académica uma vez que no final
servirá de instrumento de consulta para os estudantes que pretenderem fazer o estudo na mesma
linha de pesquisa. Para além de sanar as dificuldades sobre actuação na prática da organização e
contribuir para facilitar os processos e resultados dentro da organização.
Pela literatura consultada, constata-se que a implantação de programas de qualidade de vida no
trabalho, tanto actividades físicas ou culturais, como também dinâmicas em grupo e até mesmo o
acesso a ferramentas de trabalho adequadas, além da utilização de tecnologias, têm
desempenhado uma função importante em relação à produtividade do indivíduo, pois o nível de
produção não é determinado somente pela capacidade física ou fisiológica do colaborador, mas
por normas sociais e expectativas grupais, pois no ambiente de trabalho, tem sido valorizada a
interacção dos indivíduos e o relacionamento interpessoal, elementos fundamentais para o bom
desempenho do trabalho em equipe (CHIAVENATO, 2004).
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1. 1 Qualidade de vida
Recorrendo-se à etimologia do termo qualidade, ele deriva de “qualis” [latim] que significa o
modo de ser característico de alguma coisa, tanto considerado em si mesmo, como relacionado a
outro grupo, podendo, assim, assumir tanto características positivas como negativas. Porém,
quando se fala em qualidade de vida, acredita-se que, geralmente, refere-se a algo bom, digno e
positivo (Santin, 2002).
De acordo com Minayo et al. (2000, p.10), qualidade de vida:
é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação
encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial.
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Gonçalves e Vilarta (2004) abordam qualidade de vida pela maneira como as pessoas
vivem, sentem e compreendem seu quotidiano, envolvendo, portanto, saúde, educação,
transporte, moradia, trabalho e participação nas decisões que lhes dizem respeito.
Não é possível existir um conceito único e definitivo sobre qualidade de vida, mas se pode
estabelecer elementos para pensar nessa noção enquanto fruto de indicadores ou esferas
objectivas (sociais) e subjectivas, a partir da percepção que os sujeitos constroem em seu meio.
(Barbosa, 1998)
Segundo Vilarta e Gonçalves (2004, p. 33), essas esferas se caracterizam como:
Objectividade das condições materiais: interessa a posição do indivíduo na vida e as
relações estabelecidas nessa sociedade;
Subjectividade: interessa o conhecimento sobre as condições físicas, emocionais e sociais
relacionadas aos aspectos temporais, culturais e sociais como são percebidas pelo
indivíduo.
Pontos de vista objectivos buscam uma análise ou compreensão da realidade pautada em
elementos quantificáveis e concretos, que podem ser transformados pela acção humana. A
análise desses elementos considera factores como alimentação, moradia, acesso à saúde,
emprego, saneamento básico, educação, transporte, ou seja, necessidades de garantia de
sobrevivência próprias da sociedade contemporânea.
Essa perspectiva caracteriza a análise em qualidade de vida como uma busca por dados
quantitativos e qualitativos que permitam traçar um perfil de um indivíduo ou grupo em relação
ao seu acesso a bens e serviços. Esses dados são gerados com base em informações globais dos
grupos estudados. A partir deles, são traçados índices estatísticos de referência sobre posições
socioeconómicas de populações, assim como comparações entre objectos diferentes. Com esse
tipo de tratamento, torna-se possível estabelecer quadros de perfis socioeconómicos para acções
voltadas à melhoria da qualidade de vida dos sujeitos envolvidos.
A análise de qualidade de vida sob um aspecto subjectivo também leva em conta questões
de ordem concreta, porém, considera variáveis históricas, sociais, culturais e de interpretação
individual sobre as condições de bens materiais e de serviços do sujeito. Não busca uma
caracterização dos níveis de vida apenas sobre dados objectivos; relaciona-os com factores
subjectivos e emocionais, expectativas e possibilidades dos indivíduos ou grupos em relação às
suas realizações, e a percepção que os atores têm de suas próprias vidas, considerando, inclusive,
questões imensuráveis como prazer, felicidade, angústia e tristeza.
Quanto aos aspectos subjectivos, é preciso uma caracterização prévia do ambiente
histórico-social em que vive o grupo ou sujeito para uma análise sobre seus níveis de qualidade
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Para Huse & Cummings com as melhorias das condições de trabalho, os operários tornam-se
mais satisfeitos com seus serviços, ou seja, os programas de QVT afectam positivamente a
produtividade de forma indirecta.
considerados capacitados para intervir nas três dimensões da organização – estrutura, pessoas e
cultura, e tem, pelo menos supostamente, a capacidade de maximizar a possibilidade de
mudanças que beneficiem, no sentido de elevar a qualidade de vida no trabalho, o trabalhador no
processo de trabalho que executa, assim como beneficiem, paralelamente, a organização, no
sentido de aumentar seus níveis de produtividade e qualidade.
De forma complementar, a autora afirma que dentro do programa de QVT, as actividades a
serem desempenhadas pelo psicólogo devem estar bem definidas. O que permite, inclusive, uma
avaliação do desempenho desse profissional no processo de melhoria das condições de trabalho.
Para que a política direcionada ao bem-estar do trabalhador, à QVT, ao desempenho
organizacional e à saúde e ao bem-estar social seja efectivo, o profissional que trabalha na área
deve estar comprometido e capacitado para realmente contribuir com a efectividade do
programa.
Ainda na senda da mesma autora, podemos encontrar uma diversidade de ações e programas
implantados por grandes empresas que obtiveram resultados positivos e podendo ser visto como
modelos a serem seguidos:
trabalho e absenteísmo.
Orientações nutricionais Diminuição da obesidade, mudança no
comportamento de risco, aumento do desempenho
e disposição, aumento da produtividade.
Terapias alternativas Aumento da tolerância ao estresse, melhora no
relacionamento interpessoal, aumento da
produtividade
Musicoterapia Aumento da auto-estima, aumento do desempenho
profissional, melhora no relacionamento
interpessoal, aumento da tolerância ao estresse,
prevenção de doenças.
Exercícios Físicos
Shephard (1994) verificou que após um programa de exercícios físicos no trabalho, as pessoas se
sentiam melhor, além de ocorrer uma redução dos gastos médicos. O mesmo autor afirma que o
melhor estado de saúde provém de um processo contínuo de ‘bem-estar’, com uma demanda
reduzida de recursos médicos. Os exercícios reduzem a hipertensão arterial e melhoram o fluxo
das coronárias, são inúmeros os benefícios, até hábitos nocivos à saúde, como álcool e fumo são
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Treinamento
Outro factor importante dentre as acções da QVT o treinamento sem dúvida, é considerado
parceiro e instrumentador das metas de bem-estar no trabalho. Potencial, criatividade, força de
trabalho, inovação, compromisso e interacção capacitam os trabalhadores no ambiente
organizacional através de situações planejadas e monitoradas para obtenção de mudanças
pessoais, grupais e organizacionais. As pressões para novos desempenhos de um lado, ameaçam
a estabilidade e o conhecimento adquirido, de outro, têm sido a grande oportunidade de
mudança, como a modernização, a evolução quanto à performance, a maturidade crítica, a
criação de novos paradigmas, os valores de preservação, a qualidade de compromisso e a
autonomia profissional (França, 2005).
Ergonomia
Outro aspecto que contribui para a saúde do trabalhador e consequentemente para desenvolver a
qualidade de vida, é a preocupação com a ergonomia. Vilarta e Moraes (2004) apud Goedert;
Machado, (2007), relatam que a ergonomia é uma ferramenta para identificar situações em que o
ambiente de trabalho está inadequado e adaptá-lo para o trabalho humano. Ainda segundo os
autores, a ergonomia não envolve somente máquinas e equipamentos, mas todo o relacionamento
entre o homem e o trabalho, não apenas ambiente físico, mas também o ambiente psicológico
que o local pode proporcionar. A partir desse conceito verifica-se que o estudo da ergonomia
busca identificar situações em que o ambiente de trabalho possa prejudicar a saúde do
trabalhador e verificar melhores formas de desenvolver suas actividades sem que possa causar
danos à saúde, consequentemente contribuindo para a promoção da QVT (Goerdet; Machado,
2007).
como uma perspectiva de QVT que se apoie em uma abordagem de natureza preventiva, cooperativa com
outras ciências do trabalho e seus especialistas e, sobretudo, em uma concepção ontológica do sentido do
trabalho que resgate o seu papel humanizador no âmbito das organizações. (Ferreira, 2008, p.97).
Nessa abordagem, centrada no olhar dos trabalhadores, para se construir uma concepção de QVT
baseada na realidade das organizações, pergunta-se aos próprios trabalhadores o que eles pensam
sobre QVT e a partir das respostas apresentadas é que são delineadas as práticas de QVT da
organização.
Para Ferreira (2017) os “fios que tecem” a óptica de QVT dos trabalhadores e se constituem o
fundamento empírico principal da abordagem Preventiva/Contra-Hegemônica são os seguintes:
Trabalho como Fonte de prazer
Engloba as capacidades humanas do sentir, do pensar e do fazer. Esses aspectos estão
nitidamente articulados com as vivências de bem-estar, alegria e satisfação no trabalho, relatadas
pelos trabalhadores.
Trabalho como Valorização do Tempo de Vida
De modo geral, a Qualidade de Vida no Trabalho como valorização do tempo de vida no
trabalho coloca em primeiro plano, a importância do tempo passado no trabalho.
Condições de Trabalho Adequadas
Essa dimensão surge de modo rápido e inequívoco nos discursos dos trabalhadores quando estes
se referem à QVT. Ademais, o factor “condições de trabalho adequadas”, como premissa de
QVT, destaca algo presente na literatura científica das ciências do trabalho: fornecer suporte
organizacional aos trabalhadores é requisito s fundamental para o alcance dos objectivos
prescritos (Ferreira, 2017).
Cabe ressaltar que as condições de trabalho dizem respeito aos principais recursos que
influenciam o desempenho do trabalhador no contexto de trabalho. Tais como:
• Ambiente físico (espaço arejado, higiene);
• Materiais utilizados;
• Equipamentos e instrumentos de trabalho;
• Mobiliário;
• Iluminação do posto de trabalho;
• Nível de ruídos;
• Suporte técnico.
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Organização do Trabalho
Evidencia aspectos fundamentais do papel da organização do trabalho como produtor de bem-
estar nas organizações, tais como: variáveis de tempo, traços das tarefas, o papel do controle, a
produtividade esperada.
Ferreira (2017) destaca ainda outros dois aspectos, ligados à variável tempo que contribuem para
as representações dos trabalhadores sobre a QVT:
• A negociação dos prazos em comum acordo, compartilhado com a equipe de trabalho;
no ambiente de trabalho.
Reconhecimento e crescimento profissional
Esse factor ocupa importante lugar na QVT, na medida em que os trabalhadores constatam que:
• Sua dedicação ao trabalho é valorizada;
• O gestor demonstra respeito interesse pela equipe de trabalho;
• Seus resultados são reconhecidos por retribuição financeira ou elogio.
A ergonomia tem sido chamada para o atendimento de várias demandas do mundo do trabalho,
tais como: melhoria das condições de trabalho, identificação de agentes nocivos à saúde dos
trabalhadores, aprimoramento da competência profissional, impacto das novas tecnologias etc.
(FERREIRA, 2011).
Ferreira (2011) define ergonomia como
uma abordagem científica antropocêntrica que se fundamenta em conhecimentos
interdisciplinares das ciências humanas e da saúde para, de um lado, compatibilizar os produtos e
as tecnologias com as características e necessidades dos usuários e, de outro, humanizar o
contexto sociotécnico de trabalho, adaptando-o tanto aos objectivos do sujeito e do grupo, quanto
às exigências das tarefas e das situações de trabalho (p.141)
Para Daniellou, apud Ferreira (2011) há dois traços distintos da disciplina Ergonomia, quais
sejam: investigar para compreender o objecto de estudo (produção de conhecimentos) e produzir
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A busca do trabalhador feliz/produtivo poderia ser vista como um sonho impossível do ponto de
vista marxista do inevitável conflito trabalhador-gestão.
Poderia também ser visto como simplista ou naif da perspectiva das relações industriais
tradicionais no termo da qual os resultados são necessariamente um produto do regateio e
compromisso. Todavia, de uma perspectiva psicológica, a prossecução do trabalhador
feliz/produtivo tem-se afigurado como um objectivo meritório, ainda que difícil – um objectivo
que pode ser alcançado se incrementarmos fortemente o nosso conhecimento acerca das atitudes e
comportamentos (Staw, 1986, p. 40, citado em Cunha et al., 2007, p. 178).
As autoras Espindola e Oliveira (2009) referem que as organizações do século XXI cada vez
mais buscam a máxima eficácia devido à globalização. A área de recursos humanos tem sofrido
diversas inovações. O ser humano é movido por influências do meio em que vive. E a empresa
onde as pessoas passam a maior parte do tempo é o local que o comportamento pode sofrer
maior oscilação, revelando diversas características individuais. As empresas são favoráveis a
interferir neste comportamento organizacional, por exemplo, através de acções de motivação ou
mesmo tornando o canal de comunicação eficaz. Colaboradores motivados e informados estão
aptos a gerar grandes benefícios em termos de produtividade, qualidade de vida, além de
proporcionar um clima organizacional agradável.
Parafraseando Santos (2001, citado por Ramos, 2005), a “satisfação é um estado de boa
disposição, manifestado por se sentir bem com o que faz e sentir-se reconhecido pelo seu
trabalho” (p. 39), Marquese e Moreno (2005) salientam que “o comportamento humano vem
sendo amplamente estudado nos últimos tempos, destacando-se no aspecto emocional a
satisfação que o trabalhador possui em sua actividade”. Deste modo, as definições de satisfação
estão intimamente relacionadas com os estados afectivos e cognições. A definição do conceito de
satisfação de Locke (1976, citado por Cunha et al., 2007) é a mais comum neste campo das
emoções. As autoras referem que para Locke a satisfação no trabalho é um fenómeno individual
e um estado emocional, logo traz consigo a alegria (satisfação) e o sofrimento (insatisfação).
Para Locke (1976, citado por Marquese & Moreno, 2005), existem factores que contribuem para
a satisfação no trabalho, designadamente “eventos e condições de trabalho (trabalho
propriamente dito, pagamento, promoção, reconhecimento, condições de trabalho, ambiente de
trabalho)” e “agentes de trabalho (colegas e subordinados, supervisores, empresa/organização”
(p. 71).
32
- Habilitações académicas.
Bauk (1975, citado por Marquese & Moreno, 2005, p. 72) refere que “os factores considerados
como os mais significantes ao stress e à insatisfação no trabalho são a falta de conhecimento
sobre oportunidades de progresso e promoção no trabalho e o modo como ocorre a avaliação da
performance profissional. Outros factores são a carga de trabalho excessiva, a interferência do
trabalho na vida particular, a carência de autoridade e influência necessárias à execução do
trabalho”. Por sua vez, Cavanagh (1992, citado por Marquese & Moreno, 2005, p. 72) na análise
do estudo efetuado por Locke e Gruneberg (1992) destaca três factores que influenciam a
satisfação no trabalho: “diferenças na personalidade, diferenças no trabalho e diferenças nos
valores atribuídos ao trabalho”, este último factor significa que para alguns o trabalho é uma
parte muito importante da vida, para outros é apenas um aspecto da vida que existe para dotar
outras necessidades.
Também Francès (1984) defende que a participação do trabalhador na tomada de decisão a nível
da organização contribui também para a sua satisfação profissional.
Deste modo, quanto maior a congruência entre a participação desejada e a efectiva, maior é a
satisfação.
Neste sentido, Blegen (1993) afirma que conforme a idade e a experiência profissional vão
aumentando, maior é a tendência para o indivíduo se sentir estável dentro do grupo de trabalho e
demonstrar satisfação profissional.
Relativamente ao género, os homens revelam níveis de satisfação superiores aos das mulheres
(Dubno, 1985, citado por Blegen, 1993). Os factores que contribuem para este menor nível de
satisfação das mulheres são a desigualdade de oportunidades e a diferença salarial entre homens
e mulheres. Porém, outros estudos destacam o inverso, maior nível de satisfação feminina do que
masculina (Graham & Welbourne, 1996, citados por Cunha et al., 2006). Neste sentido, pode-se
afirmar que não existe consenso a nível das diferenças significativas no efeito desta variável
sobre a satisfação profissional (Jayaratne, 1993, citado por Cunha et al., 2006). Quando são
detectadas diferenças, estas dizem respeito a factores como o poder, o estatuto e as oportunidades
de carreira.
35
Neste caso, vamos trazer o tipo de estudo; sua abordagem, métodos de procedimentos para
recolha de dados, técnicas de procedimento para recolha de dados, métodos de análise de dados,
população e amostras, critérios de inclusão e exclusão, análise de risco e benefícios e
considerações éticas.
• Observação
A observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos
na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas
também em examinar fatos ou fenómenos que se desejam estudar (Marconi et Lakatos, 2003, p.
190).
O uso desse método deve-se ao facto de ser muito útil na identificação e na obtenção de provas a
respeito de factos sobre os quais os indivíduos não têm consciência, mas que orientam seu
comportamento.
Pese embora o facto desta técnica de pesquisa possibilitar meios directos e satisfatórios para
estudar uma ampla variedade de fenómenos, esta no entanto poderá criar de alguma forma no
observado impressões favoráveis ou desfavoráveis sobre observador, sem esquecer no facto de as
ocorrência espontânea de casos relevantes para o problema em estudo não pode ser prevista, o
que entrava, muitas vezes, o observador de presenciar o facto.
Pesquisa documental
Segundo Gil (2008) apaud Prodanov & Freitas, (2013) a pesquisa documental baseia-se em
materiais que não receberam ainda um tratamento analítico ou que podem ser reelaborados de
acordo com os objectivos da pesquisa. Define os documentos de primeira mão como os que não
receberam qualquer tratamento analítico, como: documentos oficiais, reportagens de jornal,
cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc. Os documentos de segunda mão são
os que, de alguma forma, já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de
empresas, tabelas estatísticas, entre outros.
Este método foi usado para analisar alguns relatórios, revistas, ou outros artigos que sustentam o
tema, os quais podem não terem passado de uma análise cientifica, mas que possuem conteúdos
pertinentes para este estudo.
unidade base, visando à categorização e à contagem frequencial) e das unidades de contexto nos
documentos (unidade de compreensão para codificar a unidade de registro que corresponde ao
segmento da mensagem, a fim de compreender a significação exacta da unidade de registro). A
exploração do material consiste numa etapa importante, porque vai possibilitar ou não a riqueza
das interpretações e inferências. Esta é a fase da descrição analítica, a qual diz respeito ao corpus
(qualquer material textual colectado) submetido a um estudo aprofundado, orientado pelas
hipóteses e referenciais teóricos. Dessa forma, a codificação, a classificação e a categorização
são básicas nesta fase (Bardin, 2006).
3) A terceira fase diz respeito ao tratamento dos resultados, inferência e interpretação. Esta etapa
é destinada ao tratamento dos resultados; ocorre nela a condensação e o destaque das
informações para análise, culminando nas interpretações inferenciais; é o momento da intuição,
da análise reflexiva e crítica (Bardin, 2006). Este método ajudou-nos na leitura de documentos a
serem usados para a interpretação de dados, também ajudou durante a colecção de informações
sobre o tema e na busca do sentido dos documentos que foram usados.
Disseminação
A disseminação desta pesquisa será por via da monografia final. Pois, este contribuirá para
apoiar as futuras pesquisas relacionado com o tema em estudo.
Este capítulo é reservado a apresentação, análise e interpretação de dados colectados a partir dos
instrumentos supracitados na metodologia. A análise e interpretação de dados constituem dois
processos distintos mas estreitamente relacionados. Assim, a análise e interpretação dos dados
desta monografia procura dar respostas aos objectivos básicos que guiam a sua linha de pesquisa,
sistematizando os dados recolhidos durante a pesquisa, de forma a permitir uma análise profunda
sobre o fenómeno. Na perspectiva de analisar sobre a Prática da qualidade de vida nas
organizações e sua influência na satisfação dos colaboradores da visão mundial no distrito de
Chongoene.
As entrevistas foram feitas no período de 5 Julho a 7 de Agosto de 2023. De salientar que foram
apenas entrevistados doze (12) elementos que serviram de amostra divididos em 4 do sexo masculino
correspondente 33% e 8 do sexo feminino correspondente a 67%. Quanto ao nível académico dos
colaboradores, gestores e colaboradores que participaram na entrevista parte do nível básico, médio e
licenciados. Com experiência que varia de um a vinte (1-20) no trabalho dentro da organização. A
idade dos entrevistados varia de 27 a 61 anos de idade. A entrevista está composta por 11 questões
para os gestores e colaboradores da Visão Mundial 11 questões no projecto não vi as 11
questões, estou recebendo novidades aqui, se alterou o projecto, devia ter enviado para eu poder
analisar e não ser surpresa.
70
Genero dos re- 60
spondentes
50
40
Faixa etaria e
Maculino Idade
33% Femenino 30
idade
20
10
67%
0
Jovens Adultos Terceira
Idade
Nivel academico
19% 28%
Nivel medio
Nivel Superior
Mestre
53%
Nesse aspecto, foi registrado um índice de 53% de indivíduos com nível superior; 28% com
formação de ensino médio; 19% com pós-graduação.
9% 32%
3 a 5 salarios minimos
29% 5 a 10 salários min-
imos
1 a 3 salários minimos
10salários minimos
30%
O gráfico mostra que 32% da amostra têm uma renda média mensal entre 3 a 5 salários mínimos;
30% ganham entre 5 a 10 salários mínimos; 29% estão entre 1 a 3 salários mínimos, e 9%
afirmaram ter uma renda média acima de 10 salários mínimos.
Dessa forma, a primeira questão procurou saber dos colaboradores, se o ambiente de trabalho é
agradável ao ponto de gerar a satisfação? O objectivo desta questão é identificar, de uma forma
geral, a percepção dos colaboradores em relação às condições do ambiente em que trabalham e a
satisfação, e os resultados estão apresentados no gráfico.
10%
26%
64%
O gráfico mostra que 64% dos colaboradores consideram que o ambiente de trabalho em que
exercem sua actividade é sempre agradável e satisfatório, ao passo que 26,% afirmaram que essa
situação só acontece raramente, e 10% afirmaram que essa situação nunca acontece lembra que
perguntei para quê serve os dados sociodemográficos podia usar em todas respostas para fazer o
cruzamento, exemplo 64% dos colaboradores da faixa etária entre x a x (ou jovens), metade do
sexo feminino com nível médio e com 7 anos de serviço, consideram o ambiente agradável – isso
permite a você, a organização perceber quem são os que consideram o ambiente agradável, pode
ser que seja jovens ou adultos, para isso deve fazer esse cruzamento dados sociodemograficos e
as respostas, como deixei no exemplo. Importante salientar que diversos factores aqui você não
deve falar dos diversos factores que contribuem e sim analisar na perspectiva do ambiente
agradável ou não contribuem para um ambiente de trabalho agradável, ou não, como higiene e
segurança. Entretanto, mesmo considerando a percepção positiva dos colaboradores em relação a
este aspecto, é importante considerar ainda, as condições sociais e psicológicas que também
fazem parte do ambiente de trabalho. O equilíbrio entre esses factores gera qualidade e
produtividade. Porém, esse equilíbrio só é alcançado, conforme CHIAVENATO (2004), quando
as organizações são dotadas de pessoas participantes e motivadas nos trabalhos que executam, e
recompensadas adequadamente por sua contribuição. A sua análise deve ser em função da sua
pergunta – ambiente agradável, o que se diz sobre ambiente agradável.
45
As suas questões fugiram muito do assunto a ser tratado, alterou e elas não tem compatibilidade
com os objectivos, como fez isso, as perguntas do projecto estavam bem elaboradas. Era apenas
acrescer as questões de pesquisa. Muita confusão fez.
23%
67%
Nesse aspecto, 67% dos servidores percebem a boa distribuição da carga horária.
Porque as respostas são sempre acontece, acontece raramente... (característico de questões feitas
para pesquisas quantitativas), aqui você devia trazer as respostas deles, o que eles responderam,
uma vez que as perguntas foram abertas, para facilitar analise de conteúdo.
No entanto 23% percebem essa situação raramente, e 10% afirmaram que essa situação nunca
acontece. Uma satisfatória distribuição da carga horária é um aspectos que deve ser observado
pelos directores da Instituição, com o objectivo de evitar sobrecarga de trabalho para servidores
de um mesmo departamento. É indiscutível que a natureza do trabalho, a forma como as tarefas
são gerenciadas pelos gestores, os valores e o estilo gerencial, reflectem realidades distintas que
podem gerar impactos na carga horária dos servidores, desencadeando diferentes sentimentos e
emoções no trabalhador, conforme ressalta BOM SUCESSO (1997).
Como complemento sobre a carga horária, a terceira questão, procurou saber dos servidores, se o
trabalho é distribuído de forma equitativa. Os resultados foram os seguintes;
15%
49%
36%
Constata-se pelo gráfico, que 49% consideram que a distribuição do trabalho entre os servidores
acontece sempre de forma equânime. Entretanto, 36% dos indivíduos investigados afirmaram
que essa situação só acontece raramente, e os restantes 15% afirmaram que essa situação nunca
acontece. Este fato justifica a percepção negativa da questão anterior, podendo ser uma das
causas da má distribuição da carga horária. Portanto, o conceito de qualidade de vida no trabalho,
deve considerar aspectos como segurança, conforto, lazer, desenhos de cargos, novas estruturas e
distribuição de tarefas, melhor remuneração e garantia de desenvolvimento e treinamento,
conforme ressalta CORRÊA (1993). A observância a esses aspectos, certamente irá contribuir
para uma melhor distribuição do trabalho e da carga horária, evitando algum tipo de conflito
entre as equipes e seus directores.
Avaliando ainda aspectos do ambiente interno de trabalho, na quarta questão, procurou-se saber
se os equipamentos utilizados no dia-a-dia dos servidores são compatíveis com o bom
andamento das actividades realizadas. Os resultados foram os seguintes;
17%
39%
44%
Equipamentos compatíveis com a actividade desenvolvida é uma situação que sempre acontece
na opinião de 39% da amostra, ao passo que 44% afirmaram que essa situação só acontece
raramente, e ainda 17% afirmaram que essa situação nunca acontece. Importante frisar nesta
questão que a implantação de programas de qualidade de vida no trabalho deve levar em
consideração o acesso fácil a ferramentas de trabalho adequadas, além da utilização de
tecnologias inovadoras. Suprir os colaboradores com equipamentos compatíveis para a execução
do trabalho, tem uma relação directa com a produtividade do indivíduo, pois o nível de produção
não é determinado somente pela capacidade física do colaborador, mas também depende de
inovações e investimentos em tecnologias e ferramentas adequadas ao desempenho das tarefas
(CHIAVENATO, 2004).
Ainda quanto ao bom desempenho das actividades, a quinta questão procurou saber se os
servidores recebem capacitação ou orientação para a execução de suas tarefas. Os resultados
estão apresentados no gráfico.
10%
20%
70%
Na sexta questão foi possível saber dos servidores sobre a frequência com que ocorrem
dificuldades para a realização das tarefas. Nesse aspecto, os resultados foram os seguintes:
48
28% 15%
57%
A pesquisa revelou que 15% da amostra encontram sempre algum tipo de dificuldade para a
realização das tarefas. Neste mesmo sentido, 57% afirmaram que essa dificuldade acontece
raramente, ao passo que 28% afirmaram que nunca acontece nenhuma dificuldade na realização
de suas tarefas. Cabe aqui, o mesmo comentário formulado na questão anterior, sobre a
necessidade de investimentos em programas de treinamento para os colaboradores, pois a
dificuldade em realizar alguma tarefa está directamente relacionada à baixa capacitação e até
mesmo, a forma como os gestores têm orientado os colaboradores para a execução de suas
tarefas.
A sétima questão procurou saber dos colaboradores, se os mesmos realizam tarefas não
compatíveis com as atribuições do cargo. Essa questão apresentou os seguintes resultados:
43%
O gráfico 11 mostra que, para 34% dos servidores, a realização de tarefas não compatíveis com
as actividades do cargo é uma situação que sempre acontece; ao passo que 43,% afirmaram que
essa situação acontece raramente, e que, para 23,% dos servidores, essa situação nunca acontece.
Uma gestão deficiente na distribuição de tarefas, sobrecarrega os servidores e compromete a
produtividade. Para que essa situação possa ser revertida, é importante que os gestores adoptem
uma acção administrativa que contemple o trabalho com recursos humanos, financeiros e
materiais, para atingir objectivos organizacionais através do desempenho das funções de
planejar, organizar, liderar e controlar (CHIAVENATO, 2001).
42%
O reconhecimento profissional é uma situação que sempre acontece na opinião de 38% dos
colaboradores. O reconhecimento acontece raramente na opinião de 42,%, e esse reconhecimento
nunca acontece para 20% dos colaboradores. A qualidade de vida no ambiente de trabalho é
relacionada a uma perfeita gestão estratégica que possa gerar competitividade, fácil
relacionamento entre funcionários e qualidade do serviço prestado. Estes aspectos sugerem
atitudes de reconhecimento profissional pelo bom desempenho profissional (CHIAVENATO,
2004). O reconhecimento profissional, portanto, gera satisfação do colaborador com seu
trabalho, e a satisfação do colaborador é um dos elementos do actual conceito de qualidade de
vida no trabalho. A questão 9 procurou saber se os colaboradores realizam algum tipo de
actividade para redução do estresse ocupacional, onde os resultados são apresentados pelo
gráfico.
50
48%
32%
Actividades para redução do estresse ocupacional é uma situação que sempre acontece para 48%
da amostra, ao passo que essa situação acontece raramente na opinião de 32%, contra 20% de
colaboradores onde as actividades para redução do estresse ocupacional nunca acontecem. É
indiscutível que todo e qualquer trabalho está envolvido por factores que provocam a situação de
estresse, em maior ou menor grau, pois, conforme enfatiza GUIMARÃES (1999), o estresse é
um problema de natureza perceptiva, resultante de uma incapacidade em lidar com as fontes de
pressão no trabalho, tendo como consequências, problemas na saúde física e mental e na
satisfação no trabalho, afectando não só o indivíduo, mas também as organizações. Os resultados
da pesquisa apontam para o fato de os servidores, em sua maioria, não dispõem de nenhum tipo
de actividade para a redução do estresse ocupacional. Nesse sentido, ROBBINS (2002), afirma
que, baixos níveis de estresse podem ser funcionais e levar a um desempenho melhor dos
funcionários. No entanto, níveis altos, ou mesmo baixos mantidos durante um período muito
longo, podem ameaçar o desempenho dos funcionários, exigindo acções imediatas dos gestores.
Na décima questão, procurou-se saber se a Visão Mundial oferece aos colaboradores ou
recebem, algum tipo de assistência médica e apoio psicológica no ambiente de trabalho.
80%
Nessa questão, verificou-se que apenas 80% dos colaboradores contam com algum tipo de
assistência médica e apoio psicológica no ambiente de trabalho oferecidas pela organização. Essa
situação só acontece raramente na opinião de 10%, ao passo que a maioria, ou seja, 10%,
afirmaram que assistência médica e psicológica é uma situação que nunca acontece. Da mesma
forma que a maioria da amostra não dispõe de nenhuma actividade para redução do estresse
ocupacional, nessa questão, verificou-se uma parcela ainda maior de servidores que não dispõem
de nenhum tipo de assistência médica e psicológica no ambiente de trabalho. Cabe aqui ressaltar
que os programas de qualidade de vida no trabalho, geram maior satisfação interna, com maior
produtividade. Nesse sentido, ROBBINS (2002), afirma que programas de qualidade de vida no
trabalho devem enfocar as condições físicas e mentais dos funcionários. Entre as actividades de
um programa de bem-estar, podem ser oferecidas palestras para ajudar os colaboradores a deixar
de fumar, controlar o consumo de álcool, perder peso, desenvolver hábitos alimentares saudáveis
e a prática de actividade física.
Quanto as acções que podem proporcionar a qualidade de vida dos trabalhadores na organização.
Os nossos entrevistados avançaram os seguintes depoimentos: o ambiente de trabalho; salários
correspondentes; oportunidades; bons tratos; igualdade; programas de saúde e bem-estar
emocional; comunicação coerente; reconhecimento do esforço pessoal; momentos de lazer;
respeito para com o outro; promoções e progressões; segurança do emprego; crescimento.
Estes depoimentos relacionam-se com o pensamento de Minayo et al. (2000), ao afirmar que a
qualidade de vida: é uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de
satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética
existencial. Os mesmos depoimentos são frisados por Fernandes (1996), ao afirmar que a QVT é
a gestão dinâmica e contingencial de factores físicos, tecnológicos e sócio-psicológicos que
afectam a cultura e renovam o clima organizacional reflectindo-se no bem-estar do trabalhador e
na produtividade das empresas.
52
O benefício refere-se a remunerações indirectas fornecidas aos colaboradores para suprir suas
necessidades. Existem várias maneiras de descrever os benefícios, como as gratificações, os
seguros de vida, prémios de produção, bem como espaços disponibilizados pela empresa para
lazer, recreação e alimentação dos colaboradores. Os benefícios estão intimamente ligados com a
gradativa conscientização da responsabilidade social das empresas e, especialmente, com a
preocupação de conservar as condições físicas e mentais dos colaboradores (Chiavenato, 1983).
Walton (1973 apud VIEIRA, 1996), afirma também ser um indicativo para promover a qualidade
de vida no trabalho.
Entretanto, ainda na mesma senda Chiavenato (2004) diz que, nisto, evidencia-se que, é essencial
a existência de qualidade de vida, definida pelos autores como “criar, manter e melhorar o
ambiente de trabalho, seja em suas condições físicas – higiene e segurança –, seja em suas
condições psicológicas e sociais” sendo que a junção de todos estes factores constitui um
ambiente agradável e satisfatório, melhorando de forma substancial a qualidade de vida das
pessoas nas organizações e a qualidade de vida fora da organização.
foi possível constatar que a Visão Mundial não dispõe de nenhum programa de QVT ou alguma
política efectiva de saúde do colaborador.
Quanto aos factores que determinam a qualidade de vida, foram mais unanimes em ressaltar o
salário satisfatório, ambiente de trabalho agradável, igualdade, saúde física e mental,
oportunidades, promoções, etc. Desses factores alguns são exequíveis mas outros ainda são um
bicho-de-sete-cabeças pois a forma de trabalhar e tratando se de uma ONG, não tem sido fácil
por em dia esses factores como o caso de salário e garantia de emprego visto que eles trabalham
em regime de contratos.
A busca pela QVT, não pode ser considerada como um custo nas planilhas das empresas, uma
vez que os custos com afastamentos e acções trabalhistas são maiores do que uma medida
preventiva.
Pouca coisa tem sido feita quando se trata de programas de QVT. Observa-se nas organizações
que existem poucos programas que visam à saúde dos trabalhadores. Devendo-se implementar
cada vez mais estratégias para sensibilização da alta gestão, pois programas de QVT servem para
baratear custo com saúde, tendo assim um carácter preventivo.
Entretanto, o profissional da RH deve estar preparado para corresponder à altura as mais variadas
demandas das organizações e trabalhadores, tomando o devido cuidado para não replicar
somente as práticas tradicionais, pois essa tendência os torna inafectivos diante das intenções
contidas no contexto do desempenho organizacional. Logo, o RH deve desenvolver capacidades
suficientes para expandir o leque de intervenção nas organizações de maneira a promover
resultados mais efectivos (Zanelli e Bastos, 2004).
A outra iniciativa, e que vai de encontro a esta pesquisa, consiste na pratica de
Programa de Acolhimento ao colaborador, que tem como objectivo, aproximar os trabalhadores
do coordenador da ONG, onde a participação destes colaboradores com o gestor, é de
fundamental importância para que se possa conhecer suas reivindicações e assim criar um grupo
interactivo, que irá actuar junto a esses colaboradores, em diversas dimensões: social, cultural,
económica, política etc.
Importante destacar que este mesmo tipo de programa foi criado e implantado na cidade de
Maputo, e, segundo o gestor RH, o mesmo obteve resultados positivos principalmente no que diz
respeito à aproximação dos colaboradores com a desta ONG.
55
Quanto aos factores que mais têm comprometido a qualidade de vida no trabalho, foi possível
constatar que, de uma forma geral, o ambiente interno de trabalho foi considerado agradável,
situação essa percebida por 64% dos colaboradores pesquisados. Nesta situação, foram
considerados aspectos como satisfatória distribuição da carga horária, distribuição equânime das
tarefas, equipamentos compatíveis para a execução das tarefas, além de capacitação e orientação
profissional, o que justifica o índice de 57% dos colaboradores que raramente têm alguma
dificuldade na realização de suas tarefas.
Ainda no que diz respeito ao ambiente interno, foi possível constatar que o reconhecimento
profissional só é percebido por 38% dos colaboradores, ao passo que 42,% só percebem essa
situação raramente e 20% afirmaram nunca serem reconhecidos profissionalmente, o que tem
causado baixa motivação e comprometimento dos servidores para com a instituição.
No que diz respeito às políticas de saúde do trabalhador, a pesquisa revelou que 20% dos
colaboradores não contam com nenhum tipo de actividade para a redução do estresse
ocupacional, 32% só têm esse tipo de actividade raramente, e apenas 48% dos colaboradores
dispõem de alguma actividade para a redução do estresse ocupacional.
Agravando essa situação, foi possível constatar ainda que, para 10% dos colaboradores, estes não
dispõem de nenhum tipo de assistência médica e psicológica no ambiente de trabalho. Portanto, a
falta de actividades para a redução do estresse ocupacional e a falta de assistência médica e
psicológica, podem ser considerados como os principais factores na rotina de trabalho dos
servidores da Visão Mundial que têm comprometido a qualidade de vida no trabalho.
Diante disso, a título de recomendação, cabe ainda acrescentar que qualidade de vida tem
impactos significativos no bom desempenho e comprometimento dos colaboradores de qualquer
organização, e no caso da instituição em estudo, aspectos deficientes podem comprometer esse
desempenho, pois o trabalho mantém uma relação estreita com a vida pessoal dos indivíduos,
considerando que as pessoas passam a maior parte do dia no ambiente de trabalho, e qualquer
problema pessoal, como problemas de saúde por exemplo, podem gerar algum tipo de prejuízo
no campo profissional. Por último, conforme foi relatado no início da análise dos resultados, no
que diz respeito a percepções diferentes para situações de trabalho idênticas, dependendo do
perfil dos servidores quanto a sexo, idade, escolaridade ou rendimento, constatou-se que
heterogeneidade da amostra não apresentou nenhuma variação importante e que mereça registro.
Entretanto, considerando que os resultados desta pesquisa configuram-se como um ponto de
partida para a implantação de um programa de qualidade de vida, seria oportuno que a instituição
realizasse outras pesquisas com grupos específicos, para assim, definir as directrizes para a
formulação de um programa efectivo de qualidade de vida para os colaboradores da Visão
Mundial.
56
4.Sugestões
Durante a realização deste estudo, Houve limitações por parte dos entrevistados, devido ao
desconhecimento do tema abordado na pesquisa. No primeiro contacto com os participantes da
pesquisa já haviam relatado que talvez não poderiam contribuir muito para a pesquisa, pois não
tinham um programa de QVT estruturado na organização mas não foi entrevista você devia
explicar a eles o que é programa ou prática de qualidade de vida, dar exemplo de algumas
práticas, para facilitar a compreensão. A sugestão deve ser para melhorar aspectos na
organização..
Diante dos resultados e limitações deste estudo, sugerem-se futuras pesquisas nas instituições de
ONGs, como é o caso da Visão Mundial de Chongoene, investigando os demais factores de
Qualidade de Vida no Trabalho de diferentes autores dos modelos de aferição, objectivando a
compreensão mais profunda sobre o tema abordado na pesquisa; Devendo-se também diminuir a
distância entre o discurso e a prática, para que a QVT não seja apenas mais um modismo, mas
que faça parte de um plano organizacional estratégico e não venha a desaparecer diante da
primeira dificuldade a ser enfrentada. Acreditamos que um real investimento na QVT tornará o
trabalho mais humanizado, favorecendo um clima laboral saudável, diminuição de acidentes de
trabalho, absenteísmos e reclamações trabalhistas. Pois, se é na empresa onde os trabalhadores
passam a maior parte de suas vidas, natural seria que as transformassem em lugares mais
prazerosos e saudáveis para a execução do trabalho.
57
6. Referência Bibliografia
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59
Apêndices
60
Aspecto a observar NS S B MB
Condições físicas do ambiente do trabalho
1- Condições das instalações da organização
2- Condições das casas de banho
3- Iluminação no local de trabalho
4- Ventilação no local de trabalho
5- Temperatura do local de trabalho
6- O tamanho do espaço para o número dos colaboradores
7- Condições de higiene no local de trabalho
8- Disposição dos gabinetes
9- Modernização dos instrumentos de trabalho
10- Conforto dos instrumentos de trabalho
Condições psicológicas do ambiente do trabalho
11- Motivação dos colaboradores
12- Relações interpessoais dos colaboradores
13- Equilíbrio na distribuição das tarefas
14- Equilíbrio de género na organização
15- Sinais de inclusão de pessoas com deficiência na organização
16- Indumentário dos colaboradores
17- Assiduidade dos colaboradores
18- Cortesia dos colaboradores no atendimento dos utentes
19- Espaços verdes da organização (jardim)
20- Espaço para lazer da organização
21- Segurança no local de trabalho
Documentos
Relatórios, actas, regulamentos e outros documentos normativos
Nota: o guião pode ser ajustado conforme as circunstâncias.
Legenda: NS (não satisfatório); S (satisfatório); B (bom); MB (muito bom)
61
obs: (neste espaço pode se registar outros aspectos salientes não previstos na grelha)
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Apêndice B : Entrevista
Guião de entrevista de colaboradores organizacionais da Visão mundial no escritório de
Chongoene
Dados de Identificação
Idade: ____ Sexo: _________________
Tempo/ ano de formação (graduação): _________
Tempo no Cargo: _________________
Tempo na Organização: ___________________________
Ramo de actuação na empresa: _______________________________
______________,_____de_________ de 20______
O Informante
____________________________________________