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Tecidos Vegetais

Aula 4
Morfologia vegetal
Tecidos de Revestimento
Oferecem proteção mecânica e contra agentes patogênicos, além de controlar a perda de água e
regular as trocas gasosas. Os tecidos de revestimento incluem no crescimento primário, a
Epiderme, que é a camada mais externa da planta, enquanto no crescimento secundário a mesma é
substituída pela Periderme.
Epiderme
Origem da diferenciação da
Protoderme
A epiderme é o tecido mais externo das plantas vasculares, incluindo as
raízes, caules, folhas, flores e frutos.
Ela forma uma camada contínua que envolve a superfície externa da
planta, atuando como uma espécie de "casca" protetora.
A epiderme é composta por células epidérmicas que são planas,
compactas e frequentemente têm paredes celulares finas.
Essas células são tipicamente transparentes, permitindo a passagem da
luz para as camadas internas das folhas e caules, onde ocorre a
fotossíntese.
Funções

1.Proteção: Ela protege a planta contra danos físicos, patógenos e


herbívoros.
2.Controle da Perda de Água: A cutícula e a regulação dos estômatos
ajudam a controlar a perda de água por transpiração.
3.Absorção de Nutrientes: Nas raízes, a epiderme é responsável pela
absorção de água e nutrientes do solo.
4.Interação com o Ambiente: A epiderme também está envolvida na
interação da planta com o ambiente, permitindo a absorção de luz para a
fotossíntese e a troca gasosa com a atmosfera.
Variações
1.Cutícula: A maioria das células da epiderme é revestida por uma camada cerosa
chamada cutícula. A cutícula atua como uma barreira que reduz a perda de água por
transpiração e protege a planta contra a entrada de patógenos e pragas.
2.Estômatos: Embora a epiderme seja geralmente contínua, algumas regiões contêm
pequenas aberturas chamadas estômatos. Os estômatos são cercados por duas células
especializadas chamadas células-guarda, que controlam a abertura e o fechamento dos
poros. Isso regula a troca gasosa, permitindo a entrada de dióxido de carbono (CO2) para
a fotossíntese e a saída de oxigênio (O2) e vapor d'água durante a transpiração.
3.Pelos (Tricomas): Em algumas plantas, a epiderme pode ter pelos microscópicos
chamados tricomas. Esses pelos podem desempenhar diversas funções, como proteção
contra herbívoros, redução da perda de água ou secreção de substâncias químicas.
4.Variações: A epiderme pode variar em sua aparência e função, dependendo da parte da
planta. Por exemplo, nas folhas, as células da epiderme são frequentemente mais
especializadas em relação aos estômatos, permitindo uma maior troca gasosa e absorção
de luz para a fotossíntese. Nas raízes, a epiderme frequentemente possui pelos
radiculares que aumentam a área de absorção de água e nutrientes.
Cutícula
Estômatos
Os estômatos (singular: estômato) são pequenas aberturas ou
poros encontrados na epiderme das folhas, caules e algumas
outras partes das plantas. Eles desempenham um papel crucial
na regulação da troca gasosa, permitindo a entrada de dióxido
de carbono (CO2) para a fotossíntese e a saída de oxigênio (O2)
e vapor d'água (transpiração) para o ambiente. O
funcionamento dos estômatos é altamente regulado para
atender às necessidades da planta e otimizar a eficiência da
fotossíntese enquanto minimiza a perda de água.
Pelos
absorventes
Tricomas
Funções
1.Proteção contra predadores: Alguns tricomas têm pontas afiadas ou contêm
substâncias químicas que podem irritar ou repelir os herbívoros, atuando como
uma forma de defesa contra o consumo por animais.
2.Regulação da umidade: Os tricomas podem ajudar a reduzir a perda de água pela
planta, formando uma camada que diminui a evaporação e ajuda a conservar a
umidade.
3.Defesa contra patógenos: Alguns tipos de tricomas secretam substâncias
antimicrobianas que protegem a planta contra infecções causadas por
microrganismos, como fungos e bactérias.
4.Atração de polinizadores: Certos tricomas produzem substâncias aromáticas ou
pegajosas que atraem insetos polinizadores, contribuindo para o processo de
polinização e reprodução das plantas.
5.Reflexão de luz: Alguns tricomas podem refletir a luz solar, ajudando a reduzir o
estresse causado pelo calor ao limitar a quantidade de luz que atinge as folhas.
Suber
O suber, ou tecido suberificado, é um tipo de tecido vegetal especializado
encontrado na casca de plantas lenhosas, incluindo árvores, arbustos e certas
plantas perenes. Este tecido é caracterizado por suas células mortas, que possuem
paredes celulares impermeáveis e contêm uma substância chamada suberina.
• Suberina nas Paredes Celulares: A característica mais marcante do suber é
a presença de suberina, uma substância lipídica complexa, que é
depositada nas paredes celulares. A suberina confere impermeabilidade e
resistência ao tecido.

• Células Mortas e Espessamento das Paredes Celulares: As células do suber


estão mortas quando completamente desenvolvidas, e suas paredes
celulares são altamente espessadas e lignificadas. Essa espessura e
lignificação proporcionam proteção adicional.

• Células com Lúmen Reduzido: As células do suber têm um lúmen


relativamente pequeno, pois a maior parte do espaço é ocupada pela
espessura da parede celular
• Proteção contra Perda de Água: A presença da suberina nas paredes
celulares confere ao suber uma propriedade hidrofóbica, evitando a perda
excessiva de água e a entrada de patógenos.

• Proteção Mecânica e contra Patógenos: Além de sua função de evitar a


perda de água, o suber também oferece proteção mecânica contra danos
físicos e proteção contra patógenos e herbívoros.

• Renovação Contínua: O suber é um tecido dinâmico, com células em


constante processo de diferenciação e suberização. Novas camadas de
suber são continuamente depositadas conforme as camadas mais externas
são descamadas ou danificadas.
• Utilização Industrial
(Cortiça): O suber tem
uma aplicação
industrial significativa
na forma de cortiça. A
cortiça é obtida do
suber da casca do
sobreiro e é utilizada
em produtos como
rolhas, isolamento
térmico, calçados,
revestimentos e
outros.
Tecido Parenquimático
O tecido parenquimático (Parênquima) é um dos principais tipos de tecido vegetal encontrado nas
plantas, composto por células vivas com paredes celulares primárias finas e flexíveis. É
considerado o tecido mais versátil e fundamental para o funcionamento das plantas, presente em
quase todas as partes dos vegetais, incluindo folhas, caules, raízes, flores, frutos e sementes.
Descrição do Tecido Parenquimático
1.Células Vivas e Metabolicamente Ativas:
As células do tecido parenquimático estão vivas e mantêm atividade metabólica,
incluindo processos como a respiração celular e a síntese de compostos.
2.Paredes Celulares Finas e Flexíveis:
As paredes celulares primárias são finas, flexíveis e compostas principalmente de
celulose. Essa estrutura permite trocas eficientes de nutrientes, gases e água
entre as células.
3.Núcleo Funcional e Organelas Celulares:
Cada célula parenquimática possui um núcleo funcional e outras
organelas celulares, como cloroplastos (em células que realizam
fotossíntese), mitocôndrias e retículo endoplasmático.
Parênquima Clorofiliano
Parênquima de
Preenchimento
Parênquima de
Reserva

Aquífero Aerífero Amilífero


Tecidos de Sustentação
Os tecidos de sustentação são responsáveis por fornecer suporte estrutural e rigidez às plantas,
permitindo que elas mantenham sua forma e resistam à gravidade e ao vento. Nas plantas, existem
dois principais tipos de tecidos de sustentação: colênquima e esclerênquima.
Colênquima
• O colênquima é um tecido de sustentação primário composto por
células vivas com paredes celulares espessadas e flexíveis. Essas
células possuem uma camada de celulose adicional depositada nas
paredes, conferindo maior resistência.
• O colênquima é encontrado em áreas em crescimento das plantas,
como extremidades dos caules e folhas jovens. Ele fornece suporte
enquanto permite a expansão das células durante o crescimento.
• As células colenquimáticas estão frequentemente localizadas na parte
externa dos caules, conferindo suporte aos órgãos em crescimento e
protegendo-os contra danos mecânicos.
Esclerênquima
• O esclerênquima é um tecido de sustentação secundário composto por
células mortas com paredes celulares espessas, rígidas e lignificadas
(contendo lignina, um polímero complexo que confere rigidez).
• Esse tipo de tecido fornece suporte mecânico às partes maduras e
resistentes das plantas, como caules, folhas, raízes e sementes.
• Existem dois tipos principais de células esclerenquimáticas: fibras e
esclerídeos. As fibras são células alongadas e flexíveis, enquanto os
esclerídeos são células curtas e de formas variadas.
• As fibras de esclerênquima estão frequentemente agrupadas em feixes
para fornecer suporte adicional, especialmente em caules e folhas.
Tecidos de Condução
O sistema de condução vegetal é responsável pelo transporte de água, nutrientes, açúcares e
outras substâncias essenciais dentro da planta. Esse sistema é composto principalmente por dois
tipos de tecidos vasculares especializados: xilema e floema.
Xilema
O xilema é o tecido condutor responsável pelo transporte de água, nutrientes
inorgânicos e algumas substâncias orgânicas, como aminoácidos e hormônios, da
raiz até as partes superiores da planta (folhas, caules e outras partes).
• Células Mortas: As células
do xilema são geralmente
células mortas, embora
ainda sejam
funcionalmente ativas.
À medida que amadurecem,
essas células perdem seus
protoplasmas, deixando
uma parede celular dura e
lignificada que facilita o
transporte de água e
fornece suporte.
• Traqueídes e Elementos
de Vaso: São os
principais tipos de
células encontradas no
xilema. As traqueídes
são células alongadas
com extremidades
afiladas e perfuradas,
permitindo a passagem
da água entre elas. Os
elementos de vaso são
células tubulares mais
largas, com
extremidades mais
abertas que facilitam um
fluxo mais eficiente.
• Lignificação das Paredes
Celulares
• Paredes com Crivos
• Direção Unidirecional do
Transporte
• Funciona em Conjunto com
o Floema
• Desenvolvimento de Anéis
de Crescimento: Durante o
crescimento da planta, o
xilema forma anéis anuais
de crescimento que podem
ser usados para determinar
a idade da planta e as
condições ambientais ao
longo do tempo.
Floema
O floema é um tecido vascular especializado nas plantas que desempenha um
papel crucial no transporte de substâncias orgânicas, como açúcares, hormônios,
aminoácidos e outros compostos solúveis, da região onde são produzidos
(geralmente as folhas) para outras partes da planta.
• Células Vivas: Ao
contrário do xilema, as
células do floema são
geralmente células vivas,
embora muitas delas
percam seu núcleo e
outras organelas durante
o desenvolvimento,
permitindo maior espaço
para o transporte
eficiente de substâncias.
• Elementos de Tubo Crivado: São as células
condutoras principais do floema. Essas
células são alongadas e tubulares, com
áreas perfuradas chamadas de crivos. Os
crivos permitem o fluxo bidirecional de
substâncias, como açúcares, entre as células
do floema.
• Movimento
Bidirecional: O floema é
responsável pelo
transporte bidirecional
de substâncias
orgânicas, podendo
mover-se tanto dos
órgãos fontes (onde são
produzidas, como as
folhas) para os órgãos
dreno (onde são
utilizadas ou
armazenadas), quanto
no sentido oposto.
• Células Companheiras: Cada célula de
tubo crivado está associada a uma ou
mais células companheiras. As células
companheiras mantêm o núcleo e as
organelas e fornecem energia e recursos
para as células de tubo crivado. Elas
desempenham um papel importante no
metabolismo e na regulação do
transporte de substâncias.
• Paredes Celulares Delgadas e Flexíveis: As paredes celulares das
células do floema são finas e flexíveis, permitindo a expansão das
células à medida que os açúcares são acumulados.

• Complementaridade com o Xilema: O floema e o xilema formam um


sistema vascular interconectado, garantindo o transporte eficiente de
água e nutrientes por toda a planta.

• Função de Alimentação e Distribuição: O floema é crucial para


alimentar as diferentes partes da planta com os açúcares e outras
substâncias produzidas durante a fotossíntese nas folhas.

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