SUCESSÃO DE

CULTURAS:
o uso de coberturas
de inverno no manejo
da cultura do milho

INFORMATIVO TÉCNICO
 introdução a relação
introdução carbono/nitrogênio
O plantio consecutivo de uma mesma cultura pode trazer, no relação
médio prazo, uma série de problemas para o agricultor. A monocultura
provoca a degradação do solo, causa perdas na produtividade e cria A proporção entre as quantidades de Carbono e Nitrogênio (relação
condições favoráveis para o surgimento e desenvolvimento de doenças, C/N) da espécie vegetal utilizada como cobertura bem como o teor de
pragas e plantas daninhas. lignina da planta determinarão o processo de decomposição, mineraliza-
No caso específico do plantio de milho após milho, a possibilidade ção e disponibilização de nitrogênio para a cultura sucessora. Essa rela-
do aparecimento de doenças aumenta, principalmente aquelas ligadas ao ção C/N não é constante durante todo o processo vegetativo e varia de
colmo ou aos grãos. Esses patógenos (doenças) sobrevivem no solo ou acordo com a idade da planta. A Tabela 1 mostra dados médios da relação
nos restos culturais e aumentam de uma safra para outra, podendo trazer C/N das principais culturas utilizadas como cobertura de inverno.
sérios prejuízos para o produtor. Além disso, há uma ten-
dência de seleção das mesmas espécies de plantas dani- Tabela 1 - Nutrientes reciclados/fixados e relação C/N
nhas e de aumento da população de insetos-praga. Todos das principais espécies utilizadas como cobertura vegetal
esses fatores poderão não só reduzir a produtividade mas
também diminuir a qualidade do grão. M.V. M.S. Nutrientes Relação
Espécie
Para controlar esse problema e tornar o sistema (t/ha) (t/ha) (%) N (%) P (%) K (%) Ca (%) Mg (%) C/N
sustentável é necessária a introdução de outras espécies
vegetais. A rotação de culturas, que consiste no plantio Aveia preta 9,6 2,9 30,2 1,65 0,09 1,60 0,25 0,17 36,2
Azevém 17,0 4,0 23,5 1,34 0,06 2,60 0,41 0,22 44,2
anual (verão e inverno) de diferentes espécies na mesma 2,96 0,19 3,90 2,15 0,95
Nabo forrageiro 41,2 4,3 10,4 11,6
área, é a melhor solução. O sistema de rotação mais Ervilhaca 19,5 3,5 17,9 2,02 0,13 2,10 0,86 0,27 18,6
comum é o plantio da soja e do milho no verão e de diferen- Centeio 14,0 4,5 32,1 1,22 0,07 1,40 0,18 0,14 36,5
tes espécies como nabo forrageiro, aveia e tremoço no Sorgo forrageiro 47,7 8,1 17,0 1,48 0,36 2,14 0,43 0,35 42,0
inverno. Sorgo gr. 30,0 9,0 30,0 0,96 0,21 1,33 0,40 0,26 39,0
Contudo, em algumas regiões, como é o caso do sul Milheto 42,0 9,9 23,5 1,36 nd nd nd nd 27,0
de Minas, a estrutura das fazendas, no que se refere a Ervilha forrageira 28,0 4,5 16,0 2,09 0,12 1,50 0,70 0,20 19,0
maquinário e topografia, além de limitações como o alto Adaptado de Calegari, 1992
custo de produção e dificuldades para o escoamento do
produto, diminuem a lucratividade do plantio de soja. Nesse caso, a suces- Resíduos que possuem elevada relação C/N (>25), por exemplo
são de culturas, com o plantio de algumas espécies no inverno, surge aveia, caracterizam-se pela formação de uma cobertura morta estável, o
como uma excelente opção. que contribui para a estruturação e à proteção da superfície do solo.
Contudo, a formação de húmus é mais baixa, e a mineralização do nitrogê-
nio mais lenta, o que resulta na liberação tardia do nutriente para as cultu-
ras sucessoras.
vantagens da Resíduos com relação C/N baixa (<25), por exemplo nabo, apre-
sentam mineralização mais rápida mesmo quando não incorporados, com
cobertura de inverno
vantagens
a liberação mais rápida de nitrogênio para a próxima cultura.

Dentre as vantagens do plantio de culturas de inverno destaca- opções de culturas

se a adição de nitrogênio ao solo. Através da simbiose com bactérias
fixadoras, algumas espécies como, por exemplo a ervilhaca (Vicia sati-
va L.), chegam a fornecer 90 kg de N por hectare ao solo durante um
ciclo de desenvolvimento. Mesmo espécies que não fixam nitrogênio
como o nabo forrageiro (Raphanus sativus L.) podem extraí-lo de cama-
das mais profundas do solo que, quando decompostas, irão devolver
esse nutriente à superfície, além de ajudar na descompactação do solo.
A cobertura do solo reduz a erosão, auxilia no controle de plantas
daninhas diminuindo a necessidade do uso de herbicidas, ajuda a reter
a umidade, aumenta os teores de matéria orgânica contribuindo para a
melhora das características físicas e químicas e auxilia no controle de
pragas e doenças através da quebra de ciclo dos patógenos (doenças)
e insetos com o plantio de espécies não hospedeiras. Todos esses
fatores, quando combinados, irão potencialmente aumentar a produ-
tividade final.
Para que o nitrogênio orgânico seja aproveitado pelas plantas
deve ocorrer a mineralização da matéria orgânica, que é promovida
por microorganismos existentes no solo. A mineralização do N con-
siste num processo onde os microorganismos do solo utilizam o N
como fonte de energia e o Carbono presente nas plantas usadas
na cobertura de inverno para formarem tecidos do seu próprio
corpo.
O excedente de N produzido durante esse processo será
liberado posteriormente para o solo para o aproveitamento das
plantas em sucessão como, por exemplo, o milho.
É importante observar que para o N ser mineralizado e,
portanto, disponibilizado para as plantas, há a necessidade
de que primeiro ele seja imobilizado, ou melhor, seja retido
pelos microorganismos como fonte de energia.
Assim, a mineralização e a imobilização do N são
processos simultâneos (ocorrem ao mesmo tempo) e a
intensidade de um ou de outro processo depende da rela-
para a sucessão
culturas
Na região do sul de Minas, é o comum o uso de palhada de braquiá-
ria na implantação do Sistema de Plantio Direto.Apesar da braquiária atuar
como cobertura do solo, conferindo todos os benefícios associados à essa
modalidade de uso, a palhada de braquiária pouco contribui no forneci-
mento de nitrogênio devido a alta relação C/N e, dependendo das circuns-
tâncias, pode trazer mais inconvenientes do que benefícios ao produtor.
Nas áreas de milho em que o plantio é feito sobre a palhada de bra-
quiária (principalmente na região de Boa Esperança, Três Corações e
Lavras) tem se observado a incidência de um besouro cinza (Coleóptero -
Maecolapsis sp.) que se move muito rapidamente e ataca a plântula cau-
sando reduções no estande (população de plantas) e perdas na produtivi-
dade do milho.
O plantio de culturas de inverno como, por exemplo, o nabo forra-
geiro, pode ajudar na redução da população desse inseto. Estudos realiza-
dos por pesquisadores da Unesp de Jaboticabal (Cividanes, F.J. e
Barbosa, J.C., 2001) mostraram que o plantio de milho no sistema de plan-
tio direto e a diversificação de culturas reduziram a população do
Maecolapsis sp., além de proporcionar aumento no número de insetos
predadores de várias pragas.
Outra vantagem do plantio de culturas de inverno ao invés da bra-
quiária, é a facilidade e o custo do manejo na dessecação. Por exemplo, a
dessecação do nabo forrageiro pode ser feita com 1 L/ha de glifosato. Já
para a dessecação da braquiária pode ser necessária de 4 a 5 vezes essa
dose em mais de uma aplicação caso ocorra a rebrota.
Para o controle da sementeira de braquiária pode ser necessária a
utilização de nicosulfuron e, portanto, deve ser respeitado o intervalo de 7 a
10 dias para a aplicação de fertilizantes nitrogenados ou inseticidas orga-
nofosforados para evitar-se a fitotoxicidade na cultura do milho. Antes de

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ção C/N das culturas utilizadas na cobertura. aplicar qualquer defensivo químico recomenda-se verificar o registro e as
 recomendações do produto pelo fabricante. Manejo: A semeadura pode ser feita em linhas e a
Em áreas novas, a utilização da braquiária para a implantação do lanço. No plantio a lanço deve-se aumentar a quantidade de
Plantio Direto pode ser uma solução. Contudo, quando o sistema já estiver sementes em 30% e fazer uma gradagem leve para a incorpo-
implantado, o plantio de culturas de inverno confere mais benefícios ao pro- ração. O espaçamento mais recomendado é de 20-35 cm entre
dutor. linhas com profundidade de 3 a 5 cm. Para maior garantia da
Veja a seguir informações sobre algumas culturas recomendadas fixação de nitrogênio, pode ser feita a inoculação das sementes
para o plantio como cobertura de inverno. com a bactéria Rhizobium lupini, específica para a cultura. A des-
secação deve ser feita antes do enchimento das vagens após a
floração plena.
Nabo Forrageiro
Tremoço branco - As flores são brancas ou azuladas. É a
Família: Crucífera espécie que dá os melhores resultados em produção de massa verde.
Nome científico: Rhaphanus sativus Recomenda-se aproximadamente 120 a 140 kg/ha de semente no
plantio.
Características agronômicas: As sementes são ricas em óleo e o Tremoço amarelo - As

Foto Fundação Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR

período de floração é longo, o que permite a sua utilização para a apicultura. flores são amarelas, aromáti-
É resistente à seca e adaptado a solos arenosos. cas e atrativas para abelhas.
Manejo: O plantio pode ser feito a lanço ou em linhas. No plantio em Pode se utilizar de 100 a 140
linhas pode ser usado o espaçamento de 20 cm, com 3 a 5 cm de profundida- kg/ha no plantio, uma vez que
de, gastando-se 15 kg/ha de semente em média. No plantio a lanço, gastar- as sementes não germinam
se-á, em média, 20 kg/ha. Quando utilizado apenas para a formação de cober- quando colocadas em profun-
tura observa-se que o plantio de 8 a 10 kg/ha de sementes tem sido suficiente. didades excessivas. Contudo,
O nabo forrageiro também pode ser plantado em associação com outras em boas condições de plantio
culturas como, por exemplo, a aveia preta. O crescimento inicial da cultura é e com sementes de qualidade
rápido e propicia a cobertura do solo em 30 dias. A dessecação com herbici- consegue-se um bom estande
das deve ser feita ao redor de 120 dias (varia com a região e o clima) ou pode- com até 50 kg/ha. O desenvol-
se utilizar o rolo-faca. No caso de infestação da área com sementes, o controle vimento inicial é mais lento do
pode ser feito durante o preparo do solo (se o plantio foi convencional) ou com que o tremoço branco.
herbicidas antes do plantio do milho, uma vez que a semente não possui dor- Tremoço azul - A flor é
mência e emergem com as primeiras chuvas. Deve-se fazer o monitoramento geralmente azul, mas pode ser
e controle da lagarta do nabo para evitar possíveis danos na cultura do milho. rosa ou branca. É bem resis-
tente ao frio e mais rústico e
Lagarta do nabo forrageiro - Peridroma saucia resistente a doenças e pragas.
A postura da lagarta do nabo forrageiro é feita nas folhas e nos caules Recomenda-se o plantio de 90
da cobertura. Após o plantio do milho as lagartas atacam as plântulas cortan- a 100 kg/ha de sementes para
do-as na superfície do solo durante a noite. Durante o dia, as lagartas atacam se garantir um bom estande.
as plantas nas partes subterrâneas, logo acima das sementes. O ataque Em condições ideais de plan-
resulta em tombamento ou morte das plântulas, causando redução na popu- tio e com sementes de quali-
lação de plantas. dade pode se utilizar até 65
Como os adultos não necessitam de matéria verde, a dessecação kg/ha com bom resultado. É
Tremoço amarelo - Lupinus sp
antecipada ou o uso de inseticida na dessecação não garante o controle, pouco exigente em solos e
mas pode auxiliar na redução da pressão do inseto. Recomenda-se a aplica- suporta baixos pHs.
ção de inseticidas logo após a emergência do milho.
* Não há dados de pesquisa suficientes para sugerir o tratamento de
sementes ou o uso de inseticidas no sulco de plantio.
Ervilhaca
Foto Fundação Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR

Família: Leguminosa
Nome científico: Vicia sativa

Características agronômicas: Suporta pastejo antes da floração,

mas é sensível ao pisoteio. Não se adapta bem em regiões de clima quen-
te, solos com alta umida-
de, pH baixo e baixa ferti-
Foto Fundação Instituto Agronômico do Paraná - IAPAR

lidade. Pode ser cultivada

em consórcio ou solteira.
Manejo: A semea-
dura pode ser feita a
lanço ou com semeadei-
ra. O espaçamento reco-
mendado é de 20 cm e a
Nabo Forrageiro - Rhaphanus sativus profundidade da semen-
te de 3 a 5 cm. Para o
sistema solteiro utiliza-
se de 40 a 80 kg/ha de
Tremoço sementes e para o siste-
ma consorciado, de 20
Família: Leguminosa a 50 kg/ha. A inocula-
Nome científico: Lupinus sp ção pode ser feita com
o Rhizobium legumino-
Características agronômicas: Possui aproximadamente 20% de sarum para maior
óleo e 40% de proteína. O sistema radicular é profundo. Na fase inicial de fixação de nitrogênio.
crescimento é sensível à seca, mas após a fixação do sistema radicular A dessecação deve
suporta bem as estiagens. Tem alta capacidade de mobilização e absorção ser feita na floração

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de nutrientes e é pouco exigente quanto à fertilidade e à acidez do solo. Ervilhaca - Vicia sativa plena.
 Aveia Preta
Família: Gramínea
Nome científico: Avena strigosa
Características agronômicas: É uma espécie rústica, pouco
exigente e bem adaptada a diferentes regiões. É mais resistente à seca e
menos exigente em fertilidade quando comparada às outras espécies de
aveia. Suporta pastejo devido à capacidade de rebrote. Pode ser cultivada
solteira ou em consórcio. O desenvolvimento inicial é rápido e o sistema
radicular é bem desenvolvido, o que colabora na reciclagem de nutrientes.
Manejo: A semeadura pode ser feita a lanço ou em linhas no espa-
çamento de 20 cm, com aproximadamente 60 kg/ha de sementes. A pro-
fundidade de semeadura deve ser de 3 a 4 cm. Na semeadura a lanço
recomenda-se de 30 a 50% a mais de sementes. A dessecação deve ser
feita na fase de florescimento pleno. Deve ser feito o monitoramento e o
controle da lagarta da aveia para evitar possíveis danos na cultura do
milho.
Lagarta da aveia - Pseudaletia spp.
A lagarta da aveia ocorre em lavouras de aveia em área total ou
parcial. Por serem muito pequenas são de difícil identificação e alimentam-
se das partes ainda verdes da cobertura até a emergência do milho. Podem
cortar as plântulas de milho logo acima da superfície do solo ou alimentar-
se das folhas, causando reduções no estande e perda de área foliar.
Caso a presença da lagarta seja detectada, deve-se esperar de 15
a 20 dias após a dessecação para efetuar o plantio, visando-se a redução
da população do inseto através da eliminação de material ainda verde da
cultura de cobertura. O tratamento de sementes com inseticidas também é
uma prática recomendada e que apresenta eficiência no controle desse
inseto. Caso a pressão do inseto seja muito alta, recomenda-se a aplica-
ção de inseticida na dessecação para a eliminação das lagartas maiores
que podem escapar ao tratamento de sementes. Caso seja detectada a
infestação pela praga após a dessecação, pode-se realizar a aplicação do
inseticida por ocasião do plantio.
resultados
e conclusões
resultados
Trabalhos conduzidos pela Pioneer Sementes ao longo de 4 anos
mostraram um aumento de produtividade de até 15% quando o milho foi
plantado em sucessão a essas culturas, quando comparado com o plantio
em solo que se encontrava em pousio (Figura 1).
Figura 1 - Rendimento relativo de híbridos
Pioneer sobre 7 espécies de coberturas
vegetais de inverno - Média de 40 locais
120%
115%
110%
105%
100%
95%
90%
Ervilhaca Aveia Ervilha Nabo Aveia Azevém Pousio
preta forrageira preta
+ nabo
Os melhores resultados foram obtidos com as culturas de menor
relação C/N. Isso porque culturas com menor relação C/N liberam mais
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rapidamente o N para a cultura em
sucessão, uma vez que o processo de mineralização ocorre com
maior intensidade do que o de imobilização.
Em outro trabalho realizado pela Pioneer Sementes com 7 cobertu-
ras de inverno em 3 épocas de dessecação, na média, os melhores resul-
tados em produtividade foram observados quando o plantio de milho foi
feito entre 10 e 20 dias após a dessecação. Veja detalhes na Figura 2.
Esse período, além de possibilitar a mineralização da cobertura e o
fornecimento de N ao solo e maior aproveitamento pelas plantas, pode
proporcionar a redução da pressão de insetos existentes na área, contribu-
indo para o estabelecimento da lavoura de milho e a manutenção da popu-
lação de plantas. Ainda, algumas culturas utilizadas como cobertura de
inverno podem produzir toxinas que são exudadas através das raízes,
causando efeitos alelopáticos na cultura plantada em sucessão - no caso,
milho. Caso o plantio seja feito no mesmo dia da dessecação reduz a pro-
dutividade final. Antes de decidir-se pela cobertura de inverno a ser planta-
da, deve-se verificar o grau de adaptação da mesma na região do plantio,
além de se informar sobre a melhor época de plantio e demais práticas de
manejo. O planejamento com relação a obtenção de sementes com quali-
dade e dentro da época ideal de plantio também deve ser considerado por
ocasião da decisão.
Figura 2 - Produtividades relativas de
híbridos Pioneer sobre 7 adubos
verdes com 3 épocas de dessecação
115%
110%
105%
100%
95%
90%
85%
80%
Aveia Ervilhaca Ervilha Nabo Tremoço Azevém Centeio
forrageira
* Dose de Nitrogênio utilizada: 120 kg/ha, parcelada
20 dias 10 dias no dia
com 30 kg no plantio e o restante em cobertura.
bibliografia
consultada
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