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QUINCAS BORBA

 Escrito por Machado de Assis


o Faz uma parodia das teorias cientificistas, as críticas e não concorda com elas
 Quem determina as ações humana é o caráter humano e ele é o único culpado pelas
suas próprias ações
o Deixa para o leitor fazer suas próprias reflexões

Humanitismo
 Dois povos compartilhavam um campo que produzia batatas, porém não tinha suficiente para dividir e
então se organiza uma guerra para aquele mais forte vença e seja capaz de sobreviver e ganhar mais
campos de batalhas.
 Teoria que acredita que os mais fortes devem sobreviver e ganhar na vida, ou seja, aquele mais forte e
mais favorecido tem tendencia de sobreviver e ser mais favorecido
 Quincas Borba comprova que a sociedade funciona assim, ou seja, a partir da exploração do outro.
Porém machado não compactua com isso, e, na realidade, ele de fato denuncia que na prática isso
acontece, mas critica esse mesmo fato, tendo, portanto, o objetivo de provocar uma reflexão no leitor
sobre esses mecanismos sociais.
 Teoria que justifica a exploração do mais fraco
 “AO VENCEDOR, AS BATATAS”
o Parasitas sociais que lutam pela batata
 A obra e1 a reafirmação dos princípios humanistas que são desprovidos de valores reais
 Machado expressa o humanitismo e o expõem com o objetivo de mostrar que isso é maligno, perverso
e imoral. Logo esse mal está escondido por traz das aparências, ou seja, os personagens mostram uma
aparente moralidade mas na realidade escondem o mecanismo perverso que rege as relações sociais.

CARACTERISTICAS DA OBRA
 Análise psicológica dos personagens busca ver a natureza do caráter humano

 Após a morte de Quincas Borba uma notícia é publicada: O jornal não é imparcial e vê ele como um
homem bom, de muito saberes (humanitismo) e que batalhava contra o “pessimismo amarelo e
enfezado” (pobreza). Jornal reproduz, corrobora e normaliza o humanitismo como a exploração do
outro.
 Quincas Borba traz o funcionamento mais cruel de toda a sociedade, admitindo que a sociedade
funciona a partir do humanitismo, e que no final essa crueldade vence - Rubião morre e o casal palha
vence (morte aos pobres fracos e feios).
 Brás Cubas gosta dessa teoria pois ele justifica suas ações exploradoras.
 Estrutura
o Narrador onisciente em 3ª pessoa
o Narrador parcial intruso que dá a sua opinião ao longo do texto

 Machado tinha preferência em narradores em 1ª pessoa, porém Quincas Borba é narrado em 3ª pessoa
pois (1) Rubião é ingênuo demais para perceber a exploração da sociedade, da qual ele é vítima. Além
disso, (2) Rubião esta do lado do mais fraco e o narrador faz questão de diminuir ele, ou seja, é um dos
exploradores do Rubião.
 Machado escreve para os leitores os quais ele critica (leitores de elite)

 Tempo: entre 1867 – 1871


o Tempo psicológico: serve ao narrador que não segue uma cronologia especifica mais vai e volta
no tempo ao longo do texto, com diversas digressões.

 Possibilidade de cruzar as obras com Angústia (deslocamento do tempo e espaço), Campo geral
(deslocamento do espaço), Terra Sonambula (deslocamento do espaço) e Nove Noites (deslocamento
tempo e espaço)
 Não pode associar esse deslocamento de tempo e espaço narrativo em Alguma Poesia pois essas
características se relacionam com prosa e não com poemas.

PERSONAGENS
 Quincas Borba:
o Rico filosofo
o Deixou o dinheiro para Rubião, um homem que ele considera burro, para ele perder tudo e
comprovar sua teoria do humanitismo.
 “quer ser meu dissipo?’ pergunta Quincas para Rubião para ele aprender na pele o
que é o humanitismo
o Não tem carinho por Rubião e vê nele o “tolo que ele precisa”

 Rubião =
o Ex professor, que sempre se refere a si próprio como “rico, fidalgo, grande capitalista, vossa
excelência, capitalista” quando ele na verdade ele é “fraco, mole, nada poderoso...”
 Professor normalmente está relacionado as classes mais baixas da sociedade,
pobreza, desvalorização na sociedade.
 Professor teoricamente é detentor do conhecimento, mas Rubião não enxerga
o Nasceu em Barbacena (MG)
 minas gerais representava a glória e a grandeza do brasil no século XVIII, mas no
século XIX há uma mudança de foco no brasil para o Rio de Janeiro e São Paulo. 
sociedade tenta parecer moderna e capitalista num país que acabou de deixar de ser
colônia e o capitalismo ainda não pode se adequar (pais ainda escravocrata) 
Rubião representa o brasil antigo, do passado, pequeno, interiorano que entra em
choque com o brasil do RJ no final do séc XIX que se quer fazer moderno e quer se
parecer com a europa
 Depois que fica louco volta para sua cidade natal

“RUBIÃO, logo que chegou a Barbacena e começou a subir a rua que ora se chama de Tiradentes, exclamou
parando
-Ao vencedor, as batatas!”

 Rubião esta subindo a rua Tiradentes pois Tiradentes foi o mártir da Inconfidência Mineira, que
queria a independência e um brasil diferente, e Rubião é o mártir do humanitismo, ou seja, ( mártir
é alguém que morre por uma causa nobre) morre para provar a infeliz existência do humanitismo,
tendo em vista que foi derrotado.

o Carrega uma bondade que não permite ele de ser humanistas


o Defeitos do Rubião ao longo da narrativa são destacados pelo autor ao longo da narrativa
 Rubião tem medo da opinião publica, ou seja, tem medo do que as pessoas pensam
sobre ele  por medo da opinião publica ele reza a missa para Quincas Borba
o Tem ganância pelo dinheiro
o Frustração pelo amor não correspondido por Sofia
o Seria um anti-humanistas pois a maneira como ele vive não se adequa
o Gentil, mão pensa duas vezes em ajudar os outros, é transparente na linguagem falando o que
sente abertamente

 Cristiano Palha =
o Rubião deixa todo o dinheiro de sua herança para Palha administrar, pelo nome da
sociedade que os dois fundam juntos
o Forte, impiedoso, “Humanitas”
 Sofia Palha =
o Alvo de atracão do Rubião, atração explorada pelo casal que a percebe  casal usa da
capacidade de sedução de Sofia para manipular Rubião e parasitar seu dinheiro.
o Manda cesta de morangos para Rubião juntamente com um bilhete que convida Rubião ao
jantar com Palha.
o Vaidade
o Alimenta os homens que a cortejam
o Traição não consumada
o Gosta de receber atenção
 Amigos do casal palha =
o círculo de conhecidos parasitários que não obrigatoriamente se gostam, mas que fazem
parte da mesma camada social e constroem suas relações a base do interesse
 Freitas =
o Suposto amigo de Rubião que se aproxima por interesse
 Carlos Maria:
o homem que se casa com Maria Benedita (prima de Sofia Palha) e tem um suposto caso com
Sofia Palha. Representação do Narcisismo e machismo
o gosta de exercer poder da sedução
 Maria Benedita: representante do romantismo decadente comportamento de submissão

“O marido sorriu e tornou à revista inglesa. Ela, encostada à trona, passava-lhe os dedos pelos cabelos,
muito ao de leve e caladinha para não perturbá-lo. Ele ia lendo, lendo, lendo. Maria Benedita foi
atenuando a carícia, retirando os dedos aos poucos, até que saiu da sala, onde Carlos Maria continuou a
ler um estudo de Sir Charlen Little, M.P., sobre a famosa estatueta de Narciso, do Museu de Nápoles.”

 Camacho= advogado, ex-deputado editor do jornal Atilaia (imprensa controlada pelo dinheiro
 Major Siqueira e D. Tonica = representação de uma família fracassada
o Dona Tonica é uma “solteirona” e vem sendo colocada de lado na sociedade
 Deolindo = criança que Rubião salva de ser atropelado
o No final da narrativa o Rubião, já louco na rua, é alvo de zombaria das pessoas da cidade, e,
entre elas se encontra o Deoliondo, que havia sido salvo por Rubião, mas agora estava
zombando do mesmo  ciclo de crueldade da sociedade
 “habituados” são os personagens que se aproveitam de Rubião, jantam na casa dele, e passam a não o
perceber
 D. Fernanda = era prima de Carlos Maria e representa a esperança da sociedade que olha Rubião como
gente e sente empatia com ele
 Cachorro Quincas Borba: Cachorro de Quincas Borba nomeado em homenagem do seu próprio dono.
Rubião inicialmente abandona-o, mas após saber que o cachorro herdou bens do defunto ele o
recupera para receber a herança. Cachorro o acompanha até a sua decadência e depois que ele morre
o cachorro morre três dias depois. Ao longo da narrativa Rubião tem a impressão de que o cachorro era
o próprio Quincas Borba reencarnado que fica acompanhando Rubião para observar sua ruína e
comprovar a teoria do humanitismo.

“QUERIA DIZER aqui o fim do Quincas Borba, que adoeceu também, ganiu infinitamente, fugiu
desvairado em busca do dono, e amanheceu morto na rua, três dias depois. Mas, vendo a morte do cão
narrada em capítulo especial, é provável que me perguntes se ele, se o seu defunto homônimo (Quincas
Borba) é que dá o título ao livro, e por que antes um que outro, - questão prenhe (gravida) de questões, que
nos levariam longe... Eia! chora os dous recentes mortos, se tens lágrimas. Se só́ tens riso ri-te! E a mesma
cousa. O Cruzeiro, que a linda Sofia não quis fitar como lhe pedia Rubião, está assaz alto para não
discernir os risos e as lágrimas dos homens.”

 Machado não responde quem é o personagem principal da obra e nem quem era o cachorro pois cabe
ao leitor refletir e fazer suas próprias conclusões

Máscaras sociais

 Personagens obcecadas pela Ascenção social, ou seja,


 Máscara que se usa depende do posto social

Poder da linguagem nas relações sociais

 Poder da linguagem como uma arte da persuasão para enganar o outro que é usada com consciência
 Personagens conscientes do poder concedido pela linguagem
o Narrador: (o que faz mais uso da narração pois engana o leitor o tempo inteiro) trata das
questões mais graves de modo brando e faz de Rubião um fantoche do espetáculo arquitetado
pelos demais.
o Quincas Borba: ar professoral que traduz para Rubião sua complexa teoria filosófica em termos
simples
o Cristiano Palha:
o Sofia:
o Camacho: elogios para a notícia de Rubião
o Carlos Maria: hábil com o jogo de palavras e com o mascaramento social e a conquista de balas
mulheres, manejando os códigos de conversação

 Diferentemente de terra sonambula onde a linguagem é salvadora, em Quincas Borba é uma linguagem
que ludribilia e engana, usada
Narrador

 Um dos personagens principais da obra


 Faz uso do mecanismo de enganar o leitor
o Ironia
o Desmascaramento e mascaramento
o Intromissão na narrativa
o Da sua opinião
o Provoca ambiguidade e desconfiança no leitor
o Estabelece confiança do leitor para depois desmentir o que disse

“Quarentona, solteirona, D. Tonica teve um calafrio. Olhou ainda, recordou tudo, ergueu-se de golpe, deu
duas voltas e atirou-se à cama chorando...

NÃO VADES CRER que a dor aqui foi mais verdadeira que a cólera; foram iguais em si mesmas, os efeitos
é que foram diversos. A cólera deu em nada; a humilhação debulhou-se em lágrimas legítimas.”

 Narrador impede que o leitor sinta pena da dona Túnica

 Heterodiscursividade: estiliza a própria enunciação de acordo com o personagem, mudando o tipo de


discurso o tempo inteiro alternando entre, por exemplo, tom bíblico, linguagem poética....

Outros

Final da obra Rubião está prestes a morrer

Os seres humanos se relacional como predadores e presas onde o valor monetário na economia capitalista
faz com que todos apareçam comprando ou sendo comprados, constituindo uma fase da espoliação
compromissada do humanitismo

 Principal questão ambígua, principal dilema do livro memorias póstumas: Se o filho da Virginia é do
Brás Cubas ou de lobo neves

Rubião não esquecia que muitas vezes tentara enriquecer com empresas que morreram em flor. Supôs-se
naquele tempo um desgraciado, um caipora, quando a verdade era que "mais vale quem Deus ajuda do que
quem cedo madruga". Tanto não era impossível enriquecer, que estava rico.

Critica a meritocracia mostrando que o valor burguês da meritocracia é uma falácia 

Deslocamento geográfico:

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