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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO-DTPE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DISCIPLINA: Estudo da Família PROFESSORA: Monica


Aparecida Del Rio Benevenuto

DISCENTE: Edson Paulino Da Silva MATRÍCULA: 202300417-90

TAREFA 1: Texto “História Social da Criança e da Família” de ARIÈS, Philippe.

O presente estudo feito por Ariès nos mostra às várias perspectivas a cerca dos modelos
de educação de crianças ao longo dos séculos e quais eram suas prioridades e como se
transmitia suas tradições, costumes e suas atividades sociais. Dentro de seus contextos,
podemos perceber as razões que justificavam tais práticas, mesmo não concordando com as
formas de educar daquela época. Devemos estudar melhor cada sociedade a fim de
conhecermos seus modos e estruturas das famílias.

Ariès, através de um profundo estudo das sociedades e suas práticas na educação de


seus filhos desde o século XV até a atualidade. Nos mostra, em detalhes, como os ingleses, no
século XV, acreditavam ser o certo enviar seus filhos, por anos, a outras famílias para se
tornarem aprendizes e trabalharem em suas casas com a finalidade de aprender fazendo. Assim
como, recebiam os filhos de outras famílias para fazerem o mesmo. Para eles, essa era a forma
correta e eficaz de educá-los. Naquele período, a sociedade acreditava que seus filhos
aprenderiam mais com outras famílias do que com as suas próprias.

Essa aprendizagem não se limitava aos ofícios dessas famílias, mas em todas as tarefas
domésticas da família preceptora. Era tudo transmitido pela prática e as influências pessoais
desta família é que se tornavam a base da educação desta criança. Não conservando a tradição
e cultura da própria família. Com o passar do tempo, a criança evoluía nos serviços que os
levavam a um aprendizado com etapas e hierarquias.

Percebemos durante o texto que a sociedade muda à perspectiva sobre a educação das
crianças, pois antes a responsabilidade de educar a criança que era da igreja, passou a ser dos
adultos na sociedade.

No século XVII se passa a confiar essa responsabilidade da educação aos preceptores em


escolas ou mesmo em suas casas. Agora com o intuito de educar individualmente, com a
finalidade de formar para serem cidadãos e não mais somente para práticas de tarefas cotidianas.
Não ficava o tempo todo fora de casa, embora em alguns casos morasse na casa dos seus
mestres. O contato com as mães nesta época foi considerado como entrave a evolução da
autonomia da criança.

Começam a surgir escolas de saberes para serem definidas as disciplinas que se


consolidariam posteriormente. Começa aqui a necessidade de teorias nas aulas ao invés das
somente aulas práticas. Inicia-se então o desenho do que conhecemos, na contemporaneidade,
por educação de crianças onde há a estrutura: escola, alunos, disciplinas, saberes e teorias
levadas ao conhecimento dos alunos. O distanciamento dos pais e da família dá lugar aos
profissionais da educação para as crianças. Mudando as relações de quem ensina as crianças
são os professores e não mais os pais de outras crianças.

As disciplinas começam a se diversificar e dar mais espaço aos costumes e cultura local dos
educados.

No século XVIII houve um distanciamento entre família e sociedade e a educação da criança que
passaria a ficar aos cuidados de seus mestres.

Voltando no século XIX o convívio com os pais e seus mestres com o papel só de educadores.

Podemos concluir que o caminho percorrido pela Educação das crianças e compreensão
de família foi longo e sinuoso, perpassando por diversas vertentes. Durante essa trajetória muitas
práticas foram descontinuadas, outras nem tanto. Algumas dessas práticas esboçam tentativas
de ressurgirem, umas conseguem ser adaptadas para a nova realidade das sociedades.

Aqueles que estão em sala de aula na educação básica, assim como eu, percebem uma
tentativa por parte de algumas famílias em deixar a cargo da escola a responsabilidade da
educação, como um todo. Ou seja, para além da educação formal.

Bibliografia:

ARIÈS, Philippe. Da família medieval à família moderna. In: “História social da criança e da família”,
Traduzido por Dora Flaksman, 2. ed. Rio de Janeiro, RJ:LTC editora, 1978.

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