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Notas de aula.
Rio de Janeiro
Janeiro de 2021
Sumário
a
SUMÁRIO b
V =2+c−F (1)
1
0.1.2 Hipóteses de Gibbs
a) Sistemas ergódicos
b) ”Igual a priori”
1
Pj = (4)
ΩE,V,N
ΩE,V,N → degenerecência do sistema = número de microestados possı́veis para
o mesmo NVE
Obs: para o ensemble microcanônico essa é a função de partição do sistema.
b) Canônico → NVT
c) Grandecanônico → µ VT
d) Isotérmico-isobárico → NpT
2
Os conjuntos estatı́sticos diferentes equivalem a fazer transformadas de Legendre
da energia interna, no sentido de trabalhar com variáveis diferentes.
Os ensembles são equivalentes num sistema macroscópico. Em sistemas pequenos
- nos quais as flutuações são muito grandes - eles não são necessariamente equiva-
lentes, mas no limite termodinâmico elas são.
Cada pequeno sistema tem NVT especificados, os outros pequenos sistemas fun-
cionam como reservatórios térmico para este primeiro. É como se ele estivesse em
um reservatório térmico perfeito porque o número total de pequenos sistemas é A e
A pode tender ao infinito.
V olumetotal = Vt = AV (5)
A é infinitamente grande
nj = número de pequenos sistema com T,V e N especificados e com energia Ej .
Lembrando aqui que fala-se se ”fotografias”que correspondem ao mesmo estado de
energia j.
X
Energiatotal = Et = nj Ej (7)
Então:
X
A= nj (8)
3
Mesmo rearranjando os microssistemas dentro do grande sistema A, a energia
total permanece a mesma, assim como número de partı́culas e o volume total. Dessa
forma, o sistema A como um todo se comporta como um ensemble microcanônico.
Portanto, cada forma dos microssistemas de rearranjarem é igualmente provável.
P
n¯j Ω({n})nj ({n})
{n}
Pj = = P (9)
A A {n} Ω({n})
Sendo n¯j o nj médio.
Em um sistema grande (quando A cresce) ele passa a ser dominado por um
máximo termo
X
Ω({n}) = Ω({n}∗) = distribuição do máximo termo (10)
{n}
P
Dado um conjunto {n} → (n1 , n2 ...) tal que nj = A temos que
P
( nj )!
Ω({n}) = (11)
Πnj !
para demonstrar essa equação pensamos em um sistema de N bolinhas diferentes
e M caixinhas, N é igual M. De quantas formas é possı́vel arrumar as N bolinhas
nessas M caixinhas?
Para a primeira bolinha eu tenho M caixinhas possı́veis. Para a segunda bolinha
eu tenho M-1 caixinhas possı́veis, para a terceira eu tenho M-2 e assim por diante
até que para N eu tenho M - N + 1 caixinhas possı́veis
Então temos que a quantidade de formas de arrumar se dá por:
4
(N1 + N2 )! M!
= (15)
N1 !N2 ! N1 !N2 !
P
Pensando agora em j tipos de bolinhas, temos que N1 + N2 ... = Nj = M .
Quantas formas podemos arrumar o sistema?
P
( Nj )! M!
= (16)
N1 !N2 !... ΠNj !
Provando então a equação proposta. Voltamos agora na tentativa de achar o
máximo termo e dizemos que. A proposta é achar qual o nj que leva ao máximo da
distribuição porque eu sei que o máximo da distribuição é igual ao somatório dela.
X X
Φ(n) = ln Ω + λ(A − nj ) + β(Et − nj Ej ) (18)
∂Φ ∂ln Ω
=0= − λ − βEi (19)
∂ni ∂ni
para saber quem é
∂Ω
(20)
∂nj
Sabendo que:
ln x! = xln x − x (21)
temos que:
5
ln Ω = ln A! − ln Πnj !
X X
= Aln A − A − nj ln nj + nj (22)
X X X
= nj ln nj − nj ln nj
∂ln Ω
= ln A + 1 − ln ni − 1 = ln A − ln ni (23)
∂nj
fazendo a substituição quando igualado a zero, o ni é o ni do máximo termo.
X X
Pi = 1 = e−λ e−βEi (27)
i
1
e−λ = P −βEi
(28)
je
e−βEi
Pi = P −βEj (29)
je
6
0.2 Aula 2 - 09/11
0.2.1 Revisando
Em um sistema canônico (NVT), a probabilidade de encontrar um estado quântico
j é:
e−βEj
Pj = P −βEi (30)
ie
para provar isso, foi utilizado a ideia do máximo termo. Só que assumimos que
as distribuições do tipo multinomial, dado um conjunto n, são caracterizadas pela
dominância desse máximo termo.
P
( nj )!
Ω({n}) = (31)
Πnj !
Dessa forma, partimos para demonstrar que esse tipo de distribuição é dominada
pelo máximo termo:
M
X
tN = tN ∗ (32)
N =0
sendo:
M !xN y M −N
tN = (33)
(M − N )!N !
Sendo esse tN do tipo binomial. Sendo N um N qualquer. Queremos justamente
provar que a soma está dominada por um único termo
7
sendo:
M !xN y M −N
tN = (34)
(M − N )!N !
Lembrando do teorema binomial:
Teorema binomial
M
X M !xN y M −N
= (x + y)M (35)
N =0
(M − N )!N !
Obviamente aqui não se está fazendo a simplificação do máximo termo, já que
se quer justamente utilizar isso para se mostrar essa simplificação:
Exemplo:
Para M=2:
2
X 2!xN y 2−N
= y 2 + 2xy + x2 = (x + y)2 (36)
N =0
(2 − N )!N !
P
Existe a restrição de M = N só que essa restrição já está imposto em (M −N ).
Teorema multinomial
X X X M !xN1 xN2 xN3 ... X X X M !ΠxNi ... X
1 2 3 i
... = ... =( xi ) M (37)
N N N...
ΠN i!
N N N...
ΠNi!
1 2 1 2
M
X
tN = tN ∗ (38)
N =0
Sendo:
M !xN y M −N
tN = (39)
(M − N )!N !
tipo uma distribuição binomial para simplificar, mas poderia ser multinomial
também. Utilizando o teorema binomial tem-se que:
M M
M !xN y M −N
tN ∼
X X
= = (1 + x)M (40)
N =0 N =0
(M − N )!N !
8
M
X
ln tN = M ln (1 + x) (41)
N =0
ln N ! = N ln N − N (42)
M
tN ∼
X
= tN ∗ (43)
N =0
M !xN
tN = (44)
(M − N )!N !
Preciso saber qual o N que leva ao máximo termo. Quem é tN ∗ ? Aplicando o ln
e usando Stirling
ln tN = M ln M − M + N ln x − (M − N ) ln (M − N ) + (M − N ) − N lnN + N
(45)
ln tN = M ln M + N ln x − (M − N ) ln (M − N ) − N ln N (46)
∂ln tN
= 0 = ln x + ln (M − N ) + 1 − ln N − 1 (47)
∂N
Tirando a exponencial:
x(M − N )
=1 (48)
N
Arrumando, temos que.
xM − xN = N (49)
Lembrando que esse N é o que leva ao máximo termo, já poderı́amos colocar que
9
aqui N = N ∗.
xM
N∗ = (50)
1+x
Sabendo que:
M (1 + x) xM M
(M − N ∗) = − = (51)
1+x 1+x 1+x
Para achar tN ∗ substituı́mos essa últimas equações na equação do ln tN ∗ , equação
46
xM M M xM xM
ln tN ∗ = M ln M + ln x − ln − ln (52)
1+x 1+x 1+x 1+x 1+x
M M xM M
ln tN ∗ = M ln M − ln − ln (53)
1+x 1+x 1+x 1+x
M (1 + x) M
ln tN ∗ = M ln M − ln (54)
1+x 1+x
M (1 + x) M
ln tN ∗ = M ln M − ln (55)
1+x 1+x
Sabendo que:
M 1
M ln = −M lnM − M ln (56)
1+x 1+x
então:
ln tN ∗ = M ln (1 + x) (57)
que na verdade é igual ao resultado da equação 41. Dessa forma se prova que:
M
X
tN ∗ = tN (58)
N =0
No entanto, essa verdade é tão válida quanto for válida a fórmula de Stirling e
essa aproximação é pouco válida para Ms pequenos, mas para grandes é válido.
Por exemplo:
para x = 2
ln x! = x ln x − x (59)
ln 2 = 0.69 (60)
10
2 ln 2 − 2 = −0.61 (61)
para x = 5
ln 5 = 4.78 (62)
5 ln 5 − 5 = 3.05 (63)
para x = 100
para x = 1000
A formula de Stirling é funciona muito bem para número grandes, mas para
números pequenos o somátório não pode ser aproximado pelo máximo termo.
e−βEj
Pj = P −βEi (68)
ie
e−βEj e−βEj
Pj = P −βEi = (69)
ie Q(N, V, T )
sendo:
11
X
Q(N, V, T ) = e−βEi = f unção de partição canônica (70)
i
X
< M >= Pj Mj (72)
X
< E >= Pj Ej (73)
e:
X X
d < E >= Pj dEj + Ej dPj (74)
1 1
Ej = − ln Pj − ln Q (76)
β β
Derivando (considerando que Ej é a energia de um estado mecânico, então ela
só pode ser função de coordenadas mecânicas, ou seja, V e N.
12
∂Ej ∂Ej
dEj = dV + dN (77)
∂V ∂N
No entanto dN = 0 e na mecânica a variação da energia mecânica sobre o volume
é menos a pressão:
∂Ej
= −Pj (78)
∂V
Sendo Pj a pressão mecânica do estado quântico j. Não é uma pressão termo-
dinâmica e sim mecânica.
Então:
X X
d < E >= Ej dPj − ( Pj Pj )dV (80)
Sendo
X
( Pj Pj ) =< Pj > (81)
X
Ej dPj (82)
1 1
Ej = ln Pj − ln Q (83)
β β
X 1X 1 X
Ej dPj = − ln Pj dPj − ln Q dPj (84)
β β
ln Q sai do somatório pois ele não tem relação com o estado quântico j.
Notar que:
X X
dPj = d Pj = 0 (85)
X X X
d( Pj ln Pj ) = ln Pj dPj + dPj (86)
13
X 1X 1 X 1 X
Ej dPj = − ln Pj dPj − ln Q dPj = − d( Pj ln Pj ) (87)
β β β
Agora que achamos os dois termos, voltamos então para a equação da derivada
da energia média com suas devidas substituições
1 X
d < E >= d(− Pj ln Pj )− < P > dV (88)
β
Temos que comparar com a equação da termodinâmica clássica:
1 X
T dS = d(− Pj lnPj ) (91)
β
Mas vimos que a probabilidade de um estado quântico:
e−βEj
Pj = (92)
Q(N, V, T )
Comparando essas duas informações percebe-se que tem que ter unidade de in-
verso da energia e ao mesmo tempo tem que ter relação com o inverso da tempera-
tura. Para conciliar essas duas coisas, define-se uma constante (a chamada constante
de Boltzmann)
1
β= (93)
kB T
X
T dS = T d(−kB Pj lnPj ) (94)
X
S = −kB Pj lnPj (95)
14
chamada a entropia de Shannon, ou entropia de informação.
Então:
−Ej
e kB T
Pj = (96)
Q
Temos um sistema com muitos graus de liberdade e temos pouquı́ssimas in-
formações sobre ele e mesmo assim conseguimos descrever esse sistema.
Substituindo na expressão da entropia o ln Pj
kB X X
S= Pj Ej + kB ln Q Pj (97)
kB T
Sendo
X
Pj = 1 (98)
X
Pj Ej =< E >= que pela ergodicidade = U (99)
Então:
Que é igual a Helmholtz que tem coordenadas naturais NVT. Lembrando que
Helmholtz é quando se aplica a transformada de Legendre da energia interna quando
queremos transformar da variável independente S para variável independente T.
15
Ej
e kB T
Pj = (102)
Q(N, V, T )
Ao invés de calcular qual a probabilidade de um estado quântico j eu posso
calcular qual probabilidade de ter uma energia E.
Dado uma energia E, eu tenho vários estados quânticos com aquela energia E.
Quantos estado quânticos eu tenho com aquela energia E. A probabilidade de se
ter uma energia E é muito maior do que a probabilidade de se estar em um estado
quântico especı́fico. Porque dado uma energia E eu tenho vários estados quânticos
com aquela energia E.
−E
Ω(N, V, E)e kB T
PE = (103)
Q(N, V, T )
Não se tem mais ı́ndice na energia
Ei E
X X
Q= e kB T = Ω(N, V, E)e kB T (104)
i E
−<E>
Q = Ω(N, V, E)e kB T (105)
Colocando em ln:
<E>
lnQ = lnΩ(N, V, E) − (106)
kB T
Sabemos que:
A = U − T (kB ln Ω) (108)
16
vale sem utilizar o máximo termo, consideramos um ensemble microcanônico (NVE),
a probabilidade do estado quântico é:
1
Pj = (110)
Ω(N, V, E)
sei que:
X X 1
S = −kB Pj ln Pj = −kB Pj ln (111)
i
Ω
S = kB lnΩ (112)
dU = T dS − P dV (113)
∂U
=T (114)
∂S
∂S 1
= (115)
∂U T
S = kB lnΩ (116)
∂Ω 1
= >0 (117)
∂U kB T
T sendo a temperatura absoluta.
Então quando se aumenta a energia, aumenta a degenerecência.
Os valores de entropia e da degenerecência são muito grandes, mas em termo-
dinâmica normalmente o que nos interessa são relações de valores (∆)
X
S = −kB Pj ln Pj (118)
17
Mostramos também que a probabilidade para um sistema com NVE especificados
é o inverso do número de maneiras de arrumar o sistema. Ou seja, estados com
mesma energia, volume e número de partı́culas tem que ter a mesma probabilidade
a priori, isso está consistente com a mecânica. Substituindo, a gente mostra a
equação de Boltzmann que diz que a entropia está diretamente relacionado com o
número de maneiras de arrumar o sistema. São equações gerais apesar de as termos
demonstrado com o conjunto canônico.
1
Pj (E, V, N ) = → S = kB ln Ω (119)
Ω(E, V, N )
Fica a seguinte pergunta: será que a equação 118 mostra a aditividade do sis-
tema? (provar isso - que foi visto no final da aula aterior)
Para provar podemos pensar em um sistema subdividido por uma fronteira que
não pertence a nenhuma das subdivições, a probabilidade de encontrar um estado
no lado 1 e a probabilidade de encontrar um estado no lado 2 são independentes -
já que a fronteira não pertuba nem traz informação sobre o sistema.
Para lado 1 probabilidade Pi e para o lado 2 uma probabilidade Pj que são
independentes
Então a probabilidade de um estado conjunto é:
Pij = Pi Pj (120)
X
Pj − 1 = 0 (121)
Funcional:
X
Φ = S + λ( Pj − 1) (122)
18
∂Φ ∂S
=0→ + λ = 0 → Pi não depende de i (123)
∂Pi ∂Pi
Você acha que o Pi que leva a derivada a zero não depende de i (falta achar o
λ + kB
valor que fica algo do tipo e kB ) ou seja não depende do estado quântico.
Isso significa que todos os estados tem a mesma probabilidade, ou seja, estamos
falando do ensemble microcanônico (NVE) que por definição é um sistema isolado,
por ter N, V e E especificados. Dessa forma se demonstra que a entropia tem o seu
favor máximo num sistema isolado.
Na aula anterior também foi mostrado que dado variáveis independentes de in-
teresse, vimos que podemos trabalhar com potenciais termodinâmicos diferentes, foi
isso que vimos quando aplicamos as transformadas de Legendre.
Partimos da equação da termo clássica:
X
dU = T dS − P dV + µi dNi (124)
U = U (S, V, N ) (125)
f (x1 , x2 , x3 ) (126)
E quero:
∂f ∂f
g( , , x3 ) (127)
∂x1 ∂x2
Neste exemplo, eu estaria buscando a dupla transformada de Legendre (observar
que o x3 permanece).
Então:
∂f ∂f
g=f− x1 − x2 (128)
∂x1 ∂x2
Fazendo a transformarda de Legendre em U:
19
∂U
A(T, V, N ) = U − S (129)
∂S
A(T, V, N ) = U − T S (130)
∂U
T = (131)
∂S
X
dA = −SdT − P dV + µi dNi (132)
G(T, P, N ) = U + P V − T S (133)
X
dG = −SdT + V dP + µi Ni (134)
X
dU = T dS − P dV + µi dNi (135)
X
Φ = U − TS − µi Ni (136)
Lembrando que:
∂U
µi = (137)
∂Ni S,V,Nj =cte
Então:
20
X
dΦ = −SdT − P dV Ni dµi (138)
X
µi Ni = G = U + P V − T S (139)
Substituindo em Φ
X
Φ = U − TS − µi Ni = −P V (140)
X
dΦ = −SdT − P dV Ni dµi = d(−P V ) (141)
N
X
ψ(T, V, N1 , µ) = U − T S − µi Ni (142)
i=2
N
X
dψ(T, V, N1 , µ) = −T S − P dV + µ1 dN1 Ni dµi (143)
i=2
21
Φ(µV T ) = kB T lnΞ(µV T ) = −P V (147)
−Ej −Ej
e KT e KT
Pj = = (148)
−Ei Q(T, V, N )
KT
P
ie
−E
Ω(N, V, E)e kB T
PE = (149)
Q
Esse último Q sendo:
−E
X
Q= = Ωe KT (150)
E
22
XX
Energiatotal = Et = niv Eiv (151)
i v
XX
V olumetotal = Vt = niv Viv (152)
i v
XX
N úmero de sistemastotal = A = niv (153)
i v
23
−Ei −P V
e kB T e kB T e−βEi eγV
Piv = = (157)
−Ej −P V ∆(N P T )
P P k T k T
j e B e B
v
1
β= (158)
kB T
P
γ= (159)
kB
−Ei −P V
e kB T e kB T
Piv = (160)
∆(T, P, N )
Não só a energia está flutuando mas o volume está flutuando também.
Mostra-se por esse caminho que a entropia é:
XX
S = −kB Piv lnPiv (161)
i v
!
XX XX XX
TS = Piv Eiv + P Piv V + kB T ln∆ Piv (163)
i v i v i v
Lembrando que:
XX
Piv = 1 (164)
i v
XX
Piv Eiv =< E > (165)
i v
24
e
XX
Piv V =< V > (166)
i v
Então,
1
Pi = (169)
Ω(N, V, E)
S = kB lnΩ(N, V, E) (170)
dU = T dS − P dV + µdN (171)
1 P µ
dS = dV + dV − dN (172)
T T T
1 ∂S ∂lnΩ
= = kB (173)
T ∂U V,N ∂E V,N
25
µ ∂Ω
= −kB (175)
T ∂N U,V
b) Canônico (T, V, N)
−Ei
e kB T
Pi = (176)
Q(N, V, T )
−E
Ω(N, V, E)e kB T
PE = (177)
Q(N, V, T )
A função de partição pode ser escrita como:
−Ei −E −E
X X
Q= e kB T = Ω(N, V, E)e kB T = Ω(N, V, < E >)e kB T (178)
i E
Essa última iguadade é feita pela aproximação do máximo termo que é válido
para o limite termodinâmico
A = −kB T ln Q (179)
X
S = −kB Pi lnPi (180)
i
∂A ∂ln Q
P =− = kB T (182)
∂V T,N ∂V T,N
∂A ∂ln Q
µ= = −kB T (183)
∂N T,V ∂N T,V
26
−Ei
X X
Q= e kB T = e−βEi (185)
i i
1 ∂Q X eβEi
=− Ei (186)
Q ∂β Q
Lembrando que:
−Ei
e βEi
e kB T
= Pi = (187)
Q Q(N, V, T )
Então:
X
Ei Pi =< E > (188)
−Ei −P V
e kB T e kB T e−βEi eγV
Piv = = (190)
−Ej −P V ∆(N, P, T )
P P k T k T
j e B e B
v
−Ej −P V
XX
∆(N, P, T ) = e kB T e kB T (191)
j v
−E −P V
Ω(E, V, N )e kB T e kB T
PEv = (192)
∆(N, P, T )
27
−E −P V
XX
∆(N, P, T ) = Ω(E, V, N )e kB T e kB T (193)
E v
Para mostrar isso, posso partir da entropia sabendo que ela é:
XX
S = −kB Piv lnPiv (195)
j v
Isso dá origem a esquação de estado do sistema. Posso também calcular o po-
tencial quı́mico:
∂G
µ= (201)
∂N T,P
∂ln∆
µ = −kB T (202)
∂N T,P
28
−Ej µN
e kB T e kB T
PjN = (203)
Ξ(µ, V, T )
Sendo a função de partição grande canônica:
−Ej µN
XX
Ξ(µ, V, T ) = e kB T e kB T (204)
j N
µN
e kB T = λN → potencial quimico absoluto (205)
Então:
−Ej
e kB T λN
PjN = (206)
−Ej
P P k T N
je B λ N
−E
Ω(E, V, N )e kB T λN
PEN = (207)
−E
Ωe kB T λN
P P
E N
φ = −P V = −kB T ln Ξ (208)
XX
S = −kB PiN ln PiN (209)
j N
∂P V ∂ln Ξ kB T
P = = kB T = ln Ξ (211)
∂V T,µ ∂V T,µ V
29
Podemos observar também que :
∂P V lnΞ ∂lnΞ
< N >= = kB T ∂ =λ (212)
∂µ T,V ∂µ T,V ∂λ T,V
lembrando que:
µ
λ = e kB T (213)
∂λ 1 µ λ
= e = (214)
∂µ kB T KT kB T
Observações sobre o grande canônico i - a gente sabe que a função de
partição é:
−Ej
XX X
Ξ(T, V, µ) = e kB T λN = Q(N, V, T )λN (215)
N j N
−E
X
Q(N, V, T ) = Ω(E, V, N )e kB T (216)
E
−E
XX X
Ξ(T, V, µ) = Ω(E, V, N )e kB T λN = Q(N, V, T )λN =
N E N
(217)
−<E> µ<N >
Ω(< E >, V, < N >)e kB T e kB T
Isso com base no fato que se é possı́vel mostrar a dominância pelo máximo termo
Sei também que a partir da equação acima:
30
P V = kB T ln Ξ = kB T lnΩ− < E > +µ < N > (218)
Sei que:
kB T lnΩ = S (220)
Então
G − A = PV (222)
X
Ξ(µ, V, T ) = Qn λN = Q(0, V, T ) + Q(1, V, T )λ + Q(2, V, T )λ2 ... (223)
N
−Ej
e kB T λN1 λN2 ...
1 2
PjN (224)
Ξ
Sendo:
−Ei
XXX
Ξ= ...e kB T λN1 λN2
1 2 (225)
j N1 N2
N
XX
Ξ= ...Q(N, V, T )Πλj j (226)
N1 N2
31
Até este ponto do curso já vimos as funções de partição e como obter propriedades
termodinâmicas
então f(x) é normalizada, se não esse momento de ordem 0 serve para normalizar
a função densidade de probabilidade. Inclusive já fizemos isso quando disse que a
soma sobre todos os possı́veis estados quânticos resultava na função de partição que
servia para normalizar a probabilidade.A função de partição sendo o momento de
ordem zero.
Supondo então a igualdade da equação 229, temos que o momento de primeira
ordem:
Z +∞
m1 = xf (x) dx =< x > (média) (230)
−∞
32
Z +∞
ni = (x− < x >)i f (x) dx (232)
−∞
Z +∞
n0 = m0 = f (x) dx (233)
−∞
Z +∞
n1 = (x− < x >)f (x) dx (234)
−∞
Z +∞ Z +∞
n1 = xf (x) dx− < x > f (x) dx = 0 (235)
−∞ −∞
Z +∞
n2 = (x2 − 2x < x > + < x >2 )f (x) dx =< x2 > −2 < x >2 + < x >2 (237)
−∞
σE2 =? (239)
X
< E >= Pj Ej (240)
j
X
Q= e−βEj (241)
i
∂Q X
=− Ej e−βEj (242)
∂β j
33
e−βEj
Pj = (243)
Q
Então:
1 ∂Q X e−βEj
=− Ej =−<E> (244)
Q ∂β j
Q
∂ ln Q
< E >= − (245)
∂β V,N
∂β 1
=− (246)
∂T kB T 2
Então:
∂ ln Q 2 ∂ ln Q
< E >= − = kB T (247)
∂β V,N ∂T V,N
−Ej −Ej
X 1 X 2 k T kB T 2 ∂ X
< E 2 >= Ej2 Pj = Ej e B = Ej e kB T (250)
Q Q ∂T
j j j
2 ∂(< E >) 2 ∂ln Q
= kB T + kB T < E > (252)
∂T V,N ∂T V,N
Sendo que
34
2 ∂ln Q
kB T < E > =< E >2 (253)
∂T V,N
Então:
2 2 ∂(< E >)
< E >= kB T + < E >2 (254)
∂T V,N
Dessa forma:
∂(< E >
σE2 2 2
=< E > − < E > = kB T 2
+ < E >2 − < E > 2 (255)
∂T V,N
σE2 = kB T 2 Cv (256)
Sendo Cv
∂<E>
CV = (257)
∂T N,V
σE (kB T 2 Cv )1/2
= (258)
<E> <E>
Para saber mais ou menos a ordem de grandeza vamos supor um gás ideal.
Sabemos que a energia média de uma gás ideal é da ordem de N 3/2 kB T ou seja,
da ordem de N kB T e o Cv é da ordem de N 3/2 kB ou seja, da ordem de N kB
Então
35
σN ∼ 1
=√ (261)
<N > N
Revisão
Função de onda
em um sistema quântico não sabemos posicionar onde está exatamente a partı́cula
e ter a informação de sua velocidade, diferentemente do sistema clássico, no qual
é possı́vel saber as duas informações. Então ao invés de descrever o sistema pelas
posições e velocidades das partı́culas, num sistema quântico se descreve os sistema
pela probabilidade de se encontrar a partı́cula naquela região, sendo descrito então
em termo de função de onda. Então para uma função de onda ψ(q) com coorde-
nadas generalizadas q independentes do tempo (estacionário). Escrevemos então
a probabilidade de encontrar o sistema na posição entre q1 e q1 + dq1 , q2 + dq2 ...
num espaço de coordenadas generalizadas e essa probabilidade é dada pela função
de onda conjugada multiplicada pela própria função de onda:
A ideia é justamente usar a função de onda ψ(q) normalizada para que ela seja
diretamente a probabilidade.
Equação de Schrödinger
A equação da mecânica quântica, a equação de Schrödinger diz que o operador
Hamiltoniando aplicado a função de onda é a anergia (E) multiplicado pela função,
ou seja a energia é um autovalor do operador Hamiltoniano
36
Hψ = Eψ (264)
−~2 2
H= ∇ + U (x, y, z) (265)
2m
Abrangendo a parte da energia cinética com o primeiro termo e energia potencial
com o segundo. Sendo:
h
~= h sendo a cte de P lanck (266)
2π
O que nos interessa nisso e o que vamos estudar agora é a simetria da função de
onda
Simetria da função de onda
Um operador de simetria (um operador que vai mudar a posição entre a partı́cula
um e dois) aplicada a função de onda (que a tem a posição da partı́cula um, dois,
três...)
Então, existem partı́culas que a troca das posições entre elas não altera a função
de onda e tem partı́culas que havendo a troca entre elas, o sinal da função de
onda inverte. Isso é definido com spin. Então o + significa partı́culas simétricas
(partı́culas tipo bosons), spin inteiros. Exemplos de partı́culas tipo boson é o núcleo
do Hélio (He−4 ) ou fótons. O - significa partı́culas antissimétricas (partı́culas tipo
fermions), spin múltiplos de 1/2. Exemplos clássicos aqui são os elétrons.
Partı́culas distinguı́veis (sólido - independentes)
Quero de uma alguma forma contabilizar a função de partição do sistema:
−Ej
X
Q(T, V, N ) = e kB T (269)
J
X
Ej = εkj (270)
k
37
nada, apenas estou somando sobre os estados quânticos das partı́culas ao invés de
estar somando sobre os estados quânticos do sistema como um todo.
εai εbj
X − X −
Q(N, V, T ) = e kB T e kB T ...qa (T, V )qb (T, V )... (272)
i j
εai
X −
qa (T, V ) = e kB T (273)
i
Então:
Partı́culas indistinguı́veis
X
Ej = εkj (277)
k
38
(εi + εj + ...)
XXX −
Q(N, V, T ) = ...e kB T (278)
i j l
Isso significa que duas partı́culas não podem ocupar o mesmo estado quântico
da partı́cula. Então quando eu estou somando, se uma partı́cula está num estado
especı́fico a outra necessariamente não pode estar naquele mesmo estado. Então,
εi , εj ,... não são independentes, pois se uma está em um estado quântico, a outra
não pode estar no mesmo estado, então elas podem não ter interação mas não são
independentes. Então a soma tem que ser feito de uma forma particular.
Exemplo 2:
Supondo que a partı́cula seja do tipo boson (simétricas)
39
número de partı́culas. Dessa forma, podemos supor que cada partı́cula vai estar em
um estado quântico diferente. Não iremos encontra nenhuma partı́cula no mesmo
estado quântico.
Se isso é verdade, posso tratar como o exemplo 2. Partı́culas indistinguı́veis que
obedecem a distribuição de Boltzmann, independentes e equivalentes, posso escrever:
q N (T, N )
Q(N, V, T ) = (281)
N!
Sendo:
−εj
X
q(T, N ) = e kB T (282)
j
Notar que:
q N (T, N )
Q(N, V, T ) = (285)
N!
−Ej µN
X XX X
Ξ= QλN = e KB T e KB T = Q(N, V, T )λN (286)
N N j N
P V = kB T lnΞ (287)
∞ ∞
X X (qλ)N
Ξ= QλN = = exp[qλ] (288)
0 0
N!
Lembrando que:
X xi
= ex → série exponencial (289)
i!
Então fica:
40
∂ln Ξ
< N >= λ = λq (291)
∂λ T,V
Isso é a equação do gás ideal, isso aconteceu por causa da suposição das partı́culas
serem independentes.
− k n k εk
P
−Ej
X X
Q(N, V, T ) = e kB T = e kB T (293)
j {nk }
µ
X
Ξ(µ, V, T ) = Qλ N
sendoλ = e kB T (294)
N
n k εk
P
∞ X
− k
X
Ξ(µ, V, T ) = λN e kB T (295)
N =0 {nk }
n k εk
P
∞
− k
nk
X X
kB T
P
Ξ(µ, V, T ) = λ k e (296)
N =0 {nk }
41
Podemos agora identificar a função de partição da seguinte forma:
∞ X
−εk nk
X
Ξ(µ, V, T ) = Πk λe kB T (297)
N =0 {nk }
nmáx
1 nmáx
2
−εk nk
X X
Ξ(µ, V, T ) = ...Πk λe kB T (298)
n1 =0 n2 =0
O segredo aqui é a soma de N=0 até infinito permite que eu amplie para cada
nk ir de 0 até o nk máximo.
Então se eu olha o produtório percebemos que:
nmáx
1
−ε1 n1 nmáx
2
−ε n3 máx −ε n3
2 n3 3
X X X
Ξ(µ, V, T ) = λe kB T λe kB T λe kB T ... (300)
n1 =0 n2 =0 n3 =0
nmáx
1
−εk nk
X
Ξ(µ, V, T ) = Πk λe kB T (301)
n1 =0
Estatı́stica de Fermi-Dirac
42
nk = 1. A função de partição no caso de Fermi-Dirac (FD)
nmáx
1
−εk nk −εk
X
(Ξ(µ, V, T ))F D = Πk λe kB T = Πk 1 + λe kB T (302)
n1 =0
No caso de adsorção, por exemplo, cada sı́tio só pode ser ocupado uma partı́cula,
ou nenhuma - que é uma isoterma do tipo Langmuir.
Estatı́stica de Bose-Einstein
nmáx
k
−εk nk ∞
−ε nk
k
X X
(Ξ(µ, V, T ))BS = Πk λe kB T = Πk λe kB T (303)
nk =0 nk =0
Mas se a série for convergente o que tá dentro do parênteses é igual a y, para que
a série seja convergente é preciso que x seja menor que 1
1
y = 1 − xy = (306)
1−x
Voltando para o nosso problema, a função de partição de Bose-Einstein
∞
−εk nk −εk −1
X
(Ξ(µ, V, T ))BS = Πk λe kB T = Πk 1 − λe kB T (307)
nk =0
−εk
Para λe kB T < 1
43
Então percebemos que as duas funções de partição são bastante parecidas:
−εk ±1
(Ξ(µ, V, T )),F D,BS = Πk 1 ± λe kB T (308)
−εk
λe kB T
X
∂lnΞ
< N >= λ = (309)
∂λ
−εk
k
1 ± λe kB T
Como:
X
< N >= < nk > (310)
k
Então:
−εk
λe kB T
< nk >= −εk (311)
1 ± λe kB T
É interessante perceber que para:
FD → 0¡< nk >¡1
BE → 0¡< nk >¡∞
Lembramos que λ é o potencial quı́mico absoluto
µ
λ = e kB T (312)
µ0
λ = e kB T f = kf (313)
P V = kB T lnΞ (314)
44
−εk
X
P V = ±kB T ln 1 ± λe kB T (315)
k
Podemos mostrar que essa função tende à Bolztmann quando T tende à infinito
Ou seja
T → ∞ → λ 0 para N/V = cte e:
−εk
ln 1 ± λe kB T = limx→0 ln(1 ± x) = ±x (316)
−εk
X
lnΞ = P V = e kB T = λqkB T (317)
k
Ei
X
Q= e kB T (319)
j
45
−H
e kB T
P α (320)
−H
e kB T dpdq
RRR
Z Z Z −H
Qclássico α e kB T ddq (321)
∆ij E
<<< 1 (322)
kB T
Quer dizer que na verdade eu tenho quase um contı́nuo de estados quânticos
possı́veis, então, isso é verdade normalmente para movimentos translacionais exceto
para massas grandes e altas temperaturas. Normalmente as energias translacionais
podem ser tratadas como clássicas. Por exemplo, elétron é quântico, é um átomo
quantificável hélio, então não podem ser tratados como clássicos, portanto é preciso
analisar o sistema
Tratar o sistema como clássico, normalmente não é válido para:
1. energias vibracionais
2. energias rotacionais
3. energias eletrônicas
46
Em dinâmica molecular a gente acaba aproximando tudo como clássico mas é
preciso entenderas limitações.
Vamos, então, tentar resolver esses últimos problemas classicamente, precisamos
de um fator multiplicativo c e descobrir quem é esse c:
Z Z Z −H
Qclásscio = c e kB T ddq (323)
1
cα (325)
N!
pois estamos contando muitas configurações a mais.
Segundo, precisamos do princı́pio da incerteza de Heinsenberg (quanticamente
você não consegue a informação precisa da posição e velocidade ao mesmo tempo,
mas classicamente sabemos). Então para cada grau de liberdade , para cada par ∆p
∆q existe uma incerteza que está relacionada a constante de Planck (h) (isso porque
estou tratando um sistema quântico como clássico)
1 1
c= 3N
= (326)
N !h N !h3f
o 3 é por estarmos pensando em 3 coordenadas (x, y, z) ou podemos tratar
como f, sendo f o número de graus de liberdade do sistema. Sendo N o número de
partı́culas.
Então a função de partição clássica vai ficar:
47
Z Z Z −H
1
Qclássico = e kB T ddq (327)
N !h3N
Mas eu sei que vários graus de liberdade não podem ser classificado classicamente,
então iremos tratar de outra forma
CM int
Hop = Hop + Hop → operador Hamiltoniano (328)
CM
Hop → centro de massa da molécula.
int
Hop → graus de liberdade internos ou intramoleculares (vibracionais, rotacionais
...)
separando o sistema em graus de liberdade internos (int) e graus de liberdade de
centro de massa (CM). Lembrando que isso é uma aproximação e traz consequências.
Aqui significa que que estamos descorrelacionando as energias vibracionais, rotaci-
onais, das posições e velocidades. Vale para moléculas pequenas então é preciso ter
consciência.
A função de partição que agora é a soma sobre todos os estados quânticos (i em
relação ao centro de massa e j em relação aos graus de liberdade internos):
− EiCM + Ejint
X kB T
Q= e (329)
i,j
O que posso observar aqui é que eles são separáveis é que eles são separáveis, são
independentes, então:
− EiCM + Ejint −Ejint
−EiCM
kB T kB T
Q=
X
e =
X
e kB T +
X
e (330)
i,j i j
O último termo, normalmente é melhor ser tratado como quântico, mas o penúltimo
pode ser tratado como clássico. Então é isso que faremos. Então iremos dividir
função de partição
48
Q(N, V, T ) = Qclássico Qquântico = QCM Qint (331)
Z Z Z −H
1
QCM = e kB T dpdq (332)
N !h3N
−Ejint
X
Qint = e kB T ddq = qint
N
(T ) = (qvib qrot qele )N (333)
−H
q N (T )
Z Z Z
Q(T, V, N ) = e kB T dpdq (334)
N !h3N
Temos então uma parte quântica e uma parte clássica.
Mas quem é o Hamiltoniano H do sistema?
N
X 1
p2ix + p2iy + p2iz + u(r1 , r2 ...)
HCM = (335)
i=1
2m
Notar que nessa última equação não se tem adicionado um campo externo, no
entanto é possı́vel adicionar essa contribuição na energia potencial da seguinte forma:
X 1 XX 1 XX
u(r) = φi (i ) + φij (rij ) + φij (rij )... (336)
i
2 i j 2 i j
Então a energia potencial sobre todos os rs ela pode ser uma soma sobre todos
os componentes i da energia que só depende da posição do componente i, isso aqui
49
é um campo externo ( exemplo: campo gravitacional - só depende da posição do
componente naquele campo gravitacional). Qualquer campo externo só depende da
posição em relação ao próprio campo.
O segundo termo são as contribuição das interações em pares, depende da distância
relativa entre i e j.
Depois tem os termos de contribuições de trios etc.
A gente supõe que podemos desprezar as contribuições de trios, quartetos, etc.
Isso não quer dizer que consideramos que três, ou quatro partı́culas não interagem,
quer dizer apenas que elas interagem par a par
Mas isso não altera o hamiltoniano, estamos dizendo que o sistema é conservativo.
Qual a diferença entre sistemas conservativos e dissipativos? para ser dissipativo o
termo potencial tem que depender da velocidade e aqui no nosso sistema o termo
potencial depende apenas da posição.
O que iremos fazer é substituir o hamiltoniano na integral da função de partição
do sistema para podermos observar uma consequência da separação do Hamiltoni-
ano:
p2ix + p2iy + p2iz
P
Z Z Z −H Z Z Z − Z Z Z −U (r)
e kB T dqdr = e 2mkB T dp e kB T dr (337)
Para resolver essa integral abrimos mão dos seguintes artifı́cios matemáticos:
Dizemos que:
p2
x2 = → (2mkB T )1/2 x = p → (2mkB T )1/2 dx = dp
2mkB T
(339)
−p2
Z +∞ Z +∞
2
e 2mk T
B dp = (2mkT )
1/2
e−x dx = (2mπkB T )1/2 (340)
−∞ −∞
50
3N
−p2
Z +∞
e 2mkB T dp = (2mπkB T )3N/2 (341)
−∞
Mas ainda tem uma parte que não sei trabalhar que chamamos de integral de
configuração Zn
Z Z Z −U (r)
Zn = e kB T dr (342)
−U (r)
q N (T ) −3N
Z Z Z
Q(T, V, N ) = ∆ e hB T dr (343)
N!
q N (T ) −3N
Q(T, V, N ) = ∆ ZN (N, V, T ) (344)
N!
Sendo ZN (N, V, T ) → integral de configuração. Sendo
1/2
h2
∆= (345)
2mπkB T
O comprimento de onda de Broglie.
Por que colocamos capacidade calorı́fera de gás ideal? Porque só depende de T
e não de V.
A grande questão agora é como iremos resolver a integral.
Começamos supondo que estamos falando de gás ideal.
Qual ideia de ser gás ideal, é um gás que não interage. Iremos aqui também
desprezar o campo externo.
Então:
U (r) = 0 (346)
Z Z Z −U (r) Z Z Z Z Z Z N
Z(N, V, T ) = e kB T dr = dr = dxdydz = V N (347)
51
q N (T ) −3N N
Q(N, V, T ) = ∆ V (348)
N!
Podemos agora calcular as propriedades:
∂lnQ kB T N
P = kB T = → P V = N kB T (349)
∂V N,T V
−H
f (p, q)dpdq = Ae kB T dpdq (350)
52
Por que conseguimos calcular propriedades configuracionais por monte carlo e
por dinâmica sendo que um é estocástico e outro é dinâmico? Porque os eventos
podem ser tratados de forma independentes. Então para propriedades que apenas
dependem da posição, eu não preciso ”enxergar”as velocidades necessariamente.
Voltando:
− p2x + p2y + p2z
f (px , py ,z )dpx dpy dpz = (2πmkB T )−3/2 e 2mkB T dxdydz (356)
−p2x
f (px )dpx = (2πmkB T )−1/2 e 2mkB T dpx (357)
−p2y
f (py )dpy = (2πmkB T )−1/2 e 2mkB T dpy (358)
−p2z
f (pz )dpz = (2πmkB T )−1/2 e 2mkB T dpz (359)
53
eu posso em escrever em função da velocidade ao invés de momento. Sabendo
que px = mvx
Qual a probabilidade de ter uma velocidade vx ...
2
1/2 −mvx
m
f (vx )dvx = e 2kB T dvx (360)
2πkB T
2
1/2 −mvx
m
f (vy )dvy = e 2kB T dvy (361)
2πkB T
2
1/2 −mvx
m
f (vz )dvz = e 2kB T dvz (362)
2πkB T
então para cada direção eu posso calcular a distribuição de boltzamnn. Mas
muitas vezes eu não quero para uma direção especı́fica, e sim eu quero calcular
para um módulo de velocidade independente da direção (uma certa magnitude de
velocidade) e para isso eu posso fazer uma transformada de coordenadas e calcular
qual a probabilidade de se ter um certo módulo de velocidade independente da
direção. Para isso vou fazer em coordenadas esféricas.
Figura 1: Caption
O módulo de v é:
1/2
v = vx2 + vy2 + vz2 (363)
54
vy = vsenθ senϕ (365)
vz = vcosθ (366)
2 2 2
Z Z 3/2 −m vx + vy + v z
m 2kB T
f (v)dv = e v 2 dv senθ dθ dϕ (367)
θ ϕ 2πkB T
Integra sobre os dois ângulos pois quero que independente da direção eu tenha
o módulo de velocidade v.
Integro sobre todos os possı́veis ângulos do sólido que resulta em 4π
2
3/2 −mv
m
f (v)dv = 4π e 2kB T v 2 dv (368)
2πkB T
Portanto a densidade de probabilidade é (a frequência com que aparece um certo
v):
2
3/2 −mv
m
f (v) = 4π e 2kB T v 2 (369)
2πkB T
Apesar da maioria dos livros tratarem essa equação como válida apenas para gás
ideal, a única hipótese feita foi que admite a separação do hamiltoniano.
Cálculo de velocidades:
df (v)
v mais provável → = 0 e tirar quem é a velocidade mais provável.
dv 1/2
2kB T
O resultado é vP =
m
R +∞
v médio → −∞
vd(v)dv e tirar quem é a velocidade média.
1/2
8kB T
O resultado é < v >=
m
R +∞
v quadrático médio → −∞ v 2 d(v)dv e tirar quem é a velocidade média.
1/2
√
3k B T
O resultado é < v 2 > =
m
55
0.7.1 Introdução à Estatı́stica de Rede
A ideia é montar a função de partição para gás não ideal
Vimos a função de partição que era:
−U (r)
q N ∆−3N
Z Z Z
q= e kB T dr (370)
N!
Se não tem interação nenhum (gás ideal) sem campo externo sabemos descrever
isso.
q N ∆−3N V N
gás ideal → U (r) = 0 → QGI =
N!
Mas para gás não ideal com campo externo, como faço?
Posso começar dizendo que
X 1 XX
U (r) = φ(ri ) + φ(rij ) (371)
i
2 i j
56
sólida. É como se o fluido tivesse uma parte sólida e uma parte gás ideal não
se consegue estender para mistura.
3. Teorria de rede (lattice) → N ≤ M (ou seja, posso ter células vazias na rede)
e α = cte. v = αM , mas M tem que aumentar.
∂ 2ϕ
∂ϕ 1
ϕ(r) = ϕ(0) + r+ r2 + .... (372)
∂r r=0 2 ∂r2 r=0
57
∂ 2ϕ
1
ϕ(r) = ϕ(0) + r2 (374)
2 ∂r2 r=0
1
ϕ(r) = ϕ(0) + fr=0 r2 (375)
2
Sendo fr=0 a constante da mola, que vai ser um parâmetro do sólido
cuja solução sei pela quântica e substituo na função de partição
O que estamos tentando fazer é descorrelacionar as células para tentar
conseguir calcular aquela super integral
Potencial de célula
O potencial de célula vamos definir como sendo o potencial que a partı́cula enxerga
menos o potencial de quando ela está no centro, supondo que todos os vizinhos estão
nos seus centros de célula
−Ei
X
Q= e kB T (379)
i
N
X
0
Ej = U + ψj (ri ) (380)
i=0
58
Podemos escrever assim pois cada célula está vibrando mas olhando a outra no
seus centros de célula em média, isso por hipótese e se isso é verdade, as células são
todas independentes e equivalentes. Sendo:
N ε(0)
U0 = (381)
2
Substituindo na função de partição:
Sendo:
q3 = q13 (383)
Então
59
−hν
−hν ∞ −hν n
X e 2kB T
q1 = e 2kB T exp kB T = (389)
−hν
n=0
1 − e kB T
hν
Multiplicando e dividindo por e kB T
hν θ
e 2kB T e 2T
q1 = = (390)
−hν θ
e kB T − 1 eT − 1
Sendo:
hν
θ= (391)
kB
Um parâmetro do sólido, como se fosse uma temperatura caracterı́stica do sólido.
substituı́mos então na função de partição total do sistema, temos que energia
livre de helmholtz com a função de partição do cristal de Einstein fica então:
−θ
N ϕ(0) e 2T
A= − 3N kB T ln
−θ
(392)
2
e T −1
Daı́ podemos tirar propriedades.
O cristal de Einstein dá para a gente um base de ideia para teoria de célula.
Mas antes de passar para teoria, vamos observar um erro que estamos cometendo
em relação à entropia:
60
que sei integrar tudo by the way) que deve ser o maior erro que eu posso ter. Para
um sistema de gás ideal sem a rede (I) temos que:
VN
I N −3N
Q = qint λ (393)
N!
Sendo:
h2
λ2 = (394)
2πmkB T
Para um sistema de gás ideal co a rede (II) temos que:
N
λ−3 V
II N
Q = qint (395)
N
Se eu fizer a razão desses dois estados, a variação da entropia do sistema fica
∆S = S I − S II (396)
S = kB lnQ (397)
61
−U
q N ∆−3N
Z Z Z
Q = int e kB T dr (399)
N!
Sendo:
−U
Z(N, V, T ) = e kB T dr (400)
A interação é:
X
U = U0 + ψ(ri ) (401)
i
Sendo:
N ϕ(0)
U0 = (402)
2
Então:
P
−N ϕ(0) Z Z Z − ri ψ(ri )
Z(N, V, T ) = e 2kB T e kB T dr (403)
Percebo que posso integrar cada potencial independente do outro (dr1 , dr2 ...)
mas como eles são equivalentes vai ficar uma integral elevada a N.
N
−N ϕ(0) Z Z Z −ψ(r)
Z(N, V, T ) = e 2kB T
kB T
e dr (404)
Sendo:
Z = zN (405)
Sendo:
−ϕ(0) Z Z Z −ψ(r)
z = e 2kB T e kB T dr (406)
62
Z Z Z −ψ(r)
vf = e kB T dr (408)
Por que é chamado de volume livre (na teoria de rede)? Porque esse potencial
de célula na integral limita onde a partı́cula pode passear.
Então:
N
−ϕ(0)
N
∆−3N
qint
2k T
Q= vf e B (409)
N!
Essa função de partição dará origem a várias equações de estado, vamos então
mostrar uma delas como exemplo.
O ϕ(0) vai dar origem a parte atrativa da equação e estado e o volume livre
pode ter uma parte atrativa e uma parte repulsiva, mas vai ser dominado pela parte
repulsiva da equação de estado.
Exemplo - Modelo Smoothed - cell - potential - model (S.C.P.M)
Vou forçar que o potencial de célula seja o mais simples possı́vel.
0 para 0 ≤ r ≤ ∆
ψ(r) = (410)
∞ para r > 0
−ψ(r) −ψ
Z Z Z Z ∆
vf = e kB T dr = 4π e kB T r2 dr (411)
0
∆=a−d (412)
4π
vf = (a − d)3 (413)
3
A função de fica:
63
−ϕ(0) N
N
qint ∆−3N 4π
(a − d) e 2kB T
3
Q= (414)
N! 3
−ψ
Z ∆
vf = 4π e kB T r2 dr (415)
0
Qual é a área e qual o número de partı́culas presentes nessa área que estão
interagindo com a partı́cula central. Quantas partı́culas vão interagir com minha
partı́cula central. No final, temos que:
12 2 ∗ 6 2
r∗
r r r
ψ(r) = cε l 2
−2 m (417)
a a a a2
12 6
r∗ r∗
ϕ(0) = cε −2 (418)
a a
vf = 2πa3 g (421)
64
N Vs
V
Es −ε N (V − Vs )
−1
e kB T (1 + N he kB T ) 3/2
(2πmkB T ) (V − Vs )
(N (V − Vs )
V
Q= !
3 h3 V
−θ
1 − e T
(422)
Então a função de partição representa como se existisse uma rede, na qual exis-
tisse uma fração de partı́culas sólidas e outra fração de partı́culas que fossem gás
ideal (way way way weird).
N (V − V s)
Ngas ideal = (423)
V
NV
Nsolido = (424)
V
O último termo da equação 422 é a degenerecência das partı́culas gasosas, ele
mais o penúltimo são responsáveis pela parte ideal da função de partição. E o
primeiro termo é justamente a dedução pro sólido de Einstein com uma parte a
mais que descreve a probabilidade de uma partı́cula sólida se tornar gás ideal.
Então:
M → sı́tios
α → volume dos sı́tios, cte.
65
N → nº de partı́culas.
Z → nº de coordenação
EC → energia configuracional
EI → energia interna dos sı́tios (dos sı́tios ocupados, daqueles que não são ocu-
pados tem energia zero porque a energia é associada às partı́culas).
Sendo que V = M
Como podemos começar a fazer a função de partição da rede?
Sendo
EQI → estados quânticos internos
EQC → estados quânticos configuracionais
O que estamos fazendo aqui é separando entre estados quânticos internos e con-
figuracionais (pois são independentes) (intra-sı́tios e entre-sı́tios):
H = HI + Hconf (426)
EQI −EIj
X
e kB T = q N (T, α)q0M −N (T, α) = q N (T, α) (427)
j
q M −N (T, α) = 1 (428)
A princı́pio mão faz muito sentido pensar em graus de liberdade de uma célula
vazia.
a função de partição fica então:
66
EQC −Ei
X
Q(N, V, T ) = q N E kB T (429)
i
−Ec
X
N
Q(N, V, T ) = q (t, α) g(Ec , M, N )e kB T (430)
Ec
como calculamos? vou somar sobre energias configuracionas, tenho que cal-
cular a degenerecência. Como as energias configuracionais dependem dos pares a
Energia configuracional depende do número de pares ocupados multiplicado pelo ω
(interação) dos pares ocupados, mais o número de pares um ocupado um vazio mul-
tiplicado pelo seu ω, mais o número de vizinhos vazios multiplicado pela interação
de vizinhos vazios.
A princı́pio uma célula vazia com uma célula com partı́cula não interage, então
os dois últimos termos zeram:
67
Uma energia configuracional diferente no fundo são energia de pares diferentes.
A primeira pergunta é, esses pares de energia são independente?
Dado que eu tenha M e N. N11 , N10 e N00 são independente? Não, pois a
conectividade da rede está limitado pelo número de coordenação (Z) fixa da rede.
Como podemos achar a dependência desses pares?
Para tı́tulo de explicação com a figura. Onde tiver o sı́tio cheio eu irei dar z
traços (no caso da figura estamos fazendo 4, mas basicamente é um traço para cada
conexão lateral, se fosse 3D, seriam 6 traços). Noto que algumas conectividades
estão com dois traços e outras com um traço só. Vamos fazer um balando de traços.
Então para cada N eu fiz z traços:
Para cada par 11 eu tenho 2 traços e para cada par 10 eu tenho 1 traço. Mas
agora, ao invés de contar z traços para cada sı́tio cheio irei contar z traços para cada
sı́tio vazio, como na figura abaixo. Fazendo novamente o balanço temos que (z vezes
o número de sı́tios vazios (M - N):
68
Em função de N10 :
ZN Z(M − N ) N10 )
Ec = ω11 + ω00 + (2ω10 − ω11 − ω00 ) (437)
2 2 2
Aqui não estamos cancelando nada para ficar uma forma geral.
Então, finalmente, função de partição fica:
−Ec −Ec
X X
Q(N, V, T ) = q1N q0M −N g(M, N, Ec )e kB T = q1 q0
N M −N
g(M, N, N10 )e kB T
Ec N10
(438)
Ao invés de somar sobre as energias configuracionais posso somar sobre N10 , pois
dado um eu tenho o outro. Substituindo quem é Ec :
Sendo:
O ω00 pode ser vazio ou pode ser outra partı́cula, aqui estamos trabalhando no
geral. Lembrando que a partir da função de partição calculamos as propriedades.
69
ω00 = ω10 = 0 (442)
q0 = 1 (443)
Então:
ω1 = ω (444)
−Zω N
N10 ω
2B T X
Q(N, M, T ) = qe g(M, N, N10 )e 2kB T (446)
N10
Eu ainda não sei fazer a soma de estados, preciso fazer mais simplificações.
Ou seja, as partı́culas não interagem, não tem interação entre vizinhos, mas não
chega a ser gás ideal pois estamos impondo uma rede e célula tem um certo volume
α e eu nunca vou poder compactar completamente a rede. Então é um modelo de
rede com partı́culas finitas mas sem parte atrativa. Como se fosse esferas rı́gidas
com uma rede que chamamos de teoria de Langmuir. Dizendo que cada um cabe no
seu sı́tio mas os sı́tios não interagem.
Então a função de partição sem a interação fica:
X
Q(N, M, T ) = q N g(M, N, N10 ) (447)
N10
mas quem é :
X
g(M, N, N10 ) (448)
N10
X M!
g(M, N, N10 ) = (449)
N10
(M − N )!N !
70
Então a função de partição fica:
X M!
Q(N, M, T ) = q N (T, α) g(M, N, N10 ) = q N (T, α) (450)
N10
(M − N )!N !
ln Q = N ln q + M ln M (M − N ) ln (M − N ) − N ln N (452)
A = −kB T ln Q (453)
∂A ∂ln Q
µ= = −kB T = −kB T ln q + kB T ln N − kB T ln (M − N )
∂N T,V ∂N T,M
(458)
71
Manipulando:
µ
k T −1 N
λ=e B =q (459)
M −N
N N/M
qλ = = (460)
M −N 1 − N/M
e
N
θ= (461)
M
θ é a fração de cobertura.
θ
qλ = (462)
1−θ
Lembrando que p potencial quı́mico é o potencial quı́mico do estado de referência
mais RT ln da atividade:
µ = µ0 + RT ln a (463)
Mas o potencial quı́mico na fase adsorvida tem que ser igual ao potencial quı́mico
da fase bulk. Então:
µ µ0
qe kB T = qe kB T a (464)
sendo:
µ0
qe kB T = K = cte de langmuir (465)
supondo que a fase bulk é gás e além disso é gás ideal, encontramos a equação
mais usual da equação de Langmuir. Nesse caso
qλ = KP (466)
72
−Zω N
N10 ω
2B T X
Q(N, M, T ) = qe g(M, N, N10 )e 2kB T (467)
N10
Quero calcular o termo do somatório, (sei calcular para uma dimensão, mas
multidimensional eu não sei). Vou fazer uma aproximação bastante grosseira, vou
dizer que:
∗
N10 ω N10 ω
X X
g(M, N, N10 )e 2kB T ' e 2kB T g(M, N, N10 ) (468)
N10 N10
Vão existir N10 com maior probabilidade de acontecer do q outros, mas como
calculo isso? Eu não sei, então vou fazer essa aproximação que supõe distribuição
aleatória e ao mesmo tempo eu digo que tem um máximo termo diferente do
aleatório. Vejamos bem que não estamos assumindo um máximo termo com da
forma tradicional da forma de :
M
X
tN ∗ = tN (469)
N =0
∗ ∗
N10 ω N10 ω ZN (M − N )ω
X M! M!
e 2kB T g(M, N, N10 ) = e 2kB T = e 2M kB T
N10
(M − N )!N ! (M − N )!N !
(470)
Sendo
∗ N Z(M − N )
N10 =
M
Que é a probabilidade de se encontrar um sı́tio cheio Z multiplicado pela pro-
babilidade de se encontrar um sı́tio vazio (ou seja, é só a frequência de sı́tios vazios
Z(M − N )/M ).
Então:
73
−Zω
2B T M! ZN (M − N )ω
ln Q = N ln qe + ln + (471)
(M − N )!N ! 2M kB T
−Zω
−µ ∂ ln Q Zω(M − 2N )
= = qe 2kB T + − ln(M − N ) − ln N (472)
kB T ∂N T,M 2M kB T
Lembrando que:
µ −µ0
e kB T = e kB T f (473)
2
Pα M Zω N
= ln + (476)
kB T M −N 2kB T M
Mas sabemos que:
=V (477)
Zωα2 1
Pα v̄
= ln + (479)
kB T v̄ − α 2kB T v̄ 2
Equação de VdW para uma rede.
Mas é uma aproximação ruim, vamos tentar melhorar
74
Aproximação de Guggenheim (teoria quase quı́mica)
−Zω N
N10 ω
2B T X
Q(N, M, T ) = qe g(M, N, N10 )e 2kB T (480)
N10
Lembrando que tenho pares do tipo 11, 10 e 00. Qual o número de pares 11, 00,
01 e 10?
ZN N10
N11 = − (481)
2 2
Z(M − N ) N10
N00 = − (482)
2 2
N10
N10 = (483)
2
N10
N01 = (484)
2
número total de pares (somando tudo)
ZM
Nt = (485)
2
(o dois é para não contar duas vezes) Qual a probabilidade de ter um estado e
como eu conto isso?
Vamos então supor que os pares são independentes (eu sei que não é verdade pois
tenho uma rede e eles dependem um do outro), de quantas formas posso arrumar o
sistema?
Se eu tenho 4 tipos de pares (que é o caso aqui, N11 , N00 , N10 e N01 ), sendo eles
independentes, quero calcular o número de formas de arrumar o sistema em ZM/2
caixinhas.
Definindo ω(M, N, N10 → como número de formas de arrumar o sistema supondo
os pares 11,00,10,01 como pares independentes na rede.
(ZM/2)!
ω(M, N, N10 ) = (486)
N10 ! N10 !
N11 !N00 !
2 2
(ZM/2)!
ω(M, N, N10 ) = (487)
(ZN/2 − N10 /2)!(Z(M − N )/2 − N10 /2)!((N10 /2)!)2
Mas tem um erro grande aqui. Estamos contando muito mais pares do que são
75
permitidos pois essa distribuição na verdade não é aleatória.
O que ele vai propor é uma normalização pois esse ω é muito maior do que
deveria. Então vou pegar um limite no qual eu sei fazer a conta de ω e normalizar.
Ele vai calcular uma constante (fator de normalização) c(M,N) para uma distribuição
aleatória (que eu sei calcular) e usar para a distribuição que não é aleatória. Vou
dizer que:
como calculamos esse c? Pensamos em uma situação então que sabemos calcular
esse g que é quando a distribuição é aleatória. Então irei impor uma distribuição
aleatória, na qual sei calcular o g e consigo calcular o c e uso depois para quando for
distribuição não aleatória porque pelo menos eu vou ter normalizado um erro que
sei que cometi. Então para calcular o c:
Cálculo de c
Sei que:
X M! X
g(M, N, N10 ) = = c(M, N ) ω(M, N, N10 ) (489)
N10
(M − N )!N ! N 10
Então:
X
∗
c(M, N ) ω(M, N, N10 ) = c(M, N )ω(M, N, N10 ) (490)
N10
Distribuição aleatória:
∗ Z(M − N )
N10 =N (491)
M
M!
ln
(M − N )!N !
ln c(M, N ) = ∗
(492)
ln ω(M, N, N10 )
Fazendo as devidas distribuições achamos o c:
1−Z
M!
c(M, N ) = (493)
N !(M − N )!
Sabendo o fator de normalização eu volto para calcular o g na equação 480.
1−Z
M! (ZM/2)!
g(M, N, N10 ) =
N !(M − N )! (ZN/2 − N10 /2)!(Z(M − N )/2 − N10 /2)!((N10 /2)!)2
(494)
Então a função de partição fica:
76
−Zω N
N10 ω
2B T X
Q(N, M, T ) = qe g(M, N, N10 )e 2kB T
N10
(495)
Com o g sendo devidamente substituı́do ( A equação ficou maior que meu medo
dessa disciplina, então não deu para escrever em uma linha).
A equação de estado fica:
" #
Pα 1 (β + 1)(1 − θ) Z/2
ln { } (496)
kB T 1−θ β + 1 − 2θ
2θ(1 − θ
fK = (497)
β+1
ω
Esse β sendo β = ((1 − 4θ(1 − θ)(1 − e kB T )−1
O que vai variar aqui? Vou ter todos os meus sı́tios ocupados agora ou por um
componente 1 ou por um componente 2. E como α é constante e como não ter
células vazias, o volume é contante.
V = αM , e α é uma constante
como M = N1 + N2 . Então o volume é contante então há uma independência da
função de partição do volume.
Q = Q(T, N1 , N2 ) (498)
Há um erro entropico muito grande aqui. Mas o que eu vou fazer á achar a pro-
priedade da diferença de dois estados então o erro entrópico acaba sendo cancelado.
Mas vamos prestar atenção que:
V = V1 + V2
mas eles são igual, então a variação é 0, então o volume de excesso é zero (V̄ E =
0).
77
∆Amist = A(T, N1 , N2 ) − A(T, N1 ) − A(T, N2 ) (499)
V̄ E = 0 (500)
A = −kB T ln Q (501)
−∆Amist Q(T, N1 , N2 )
= (503)
kB T Q(T, N1 )Q(T, N2 )
Mas quem é Q(T, N1 , N2 )?
a gente fez a equação geral anteriormente só que ao invés de ter um novo com-
ponente a gente tinha espaços vazios, a gente não simplificou antes justamente para
chegar nesse momento e não precisar fazer de novo:
78
−Ec
X
Q(N, M, T ) = q1N q0M −N g(M, N, Ec )e kB T (504)
−Ec
X
Q(T, N1 , N2 ) = q1N1 q2N2 g(N1 , N2 , Ec )e kB T (505)
sendo que:
ZN1 N12
ZN1 = 2N11 + N12 → N11 = − (507)
2 2
ZN2 N12
ZN2 = 2N22 + N12 → N22 = − (508)
2 2
Sendo:
−Zω11 N1
−Zω22 N2
−ω̄N12
−∆Amist X
= ln g(N1 , N2 , N12 )e kB T (513)
kB T N 12
Sei que ele está dominado pelo um máximo termo e posso dizer que:
79
∗
−∆Amist ∗ −ω̄N12
= ln g(N1 , N2 , N12 )− (514)
kB T kB T
O primeiro termo é um termo de mistura entrópico e o segundo um termo de
mistura entálpico, eles não são independentes e estão correlacionados.
A primeira simplificação que iremos fazer:
Supor ω̄ = 0
Estou dizendo que a interação cruzada é igual a interação deles puros. tomar cuidado
que eu não estou dizendo que não tem interação como fiz quando assumir ω = 0.
∆ − Amist X M!
= ln g(N1 , N2 , N12 ) = ln = ln M ! − ln N1 ! − ln N2 (515)
kB T N
N1 !N2 !
12
Sendo M = N1 + N2
= M ln M − M − N1 ln N1 + N1 − N2 ln N2 + N2 = (516)
Substituindo:
Esse é o ∆Ā para mistura ideal que é só a parte entrópica da distribuição ideal.
Se ω̄ = 0 a distribuição é aleatória e fica dominado pela entropia e a entropia
sempre vai fazer misturar.
Podemos pensar em fazer modelos a partir dessa mistura ideal para definir o que
iremos chamar da propriedade em excesso.
80
ḠE = ĀE + P V̄ E (522)
Fluidos incompressı́veis que também não tem efeito do volume em excesso. Não
temos como colocar nesse modelo efeitos de expansão e contração (efeitos de pressão).
−ω̄N12
−∆Amist X
= ln g(N1 , N2 , N12 )e 2kB T (524)
kB T N 12
∗ ZN2 ZN1 N2
N12 = N1 = (526)
M M
Lembrando que isso só é verdade quando não tem interação entre as partı́culas.
Então iremos tentar resolver a equação 525 lembrando que a primeira parte dela
a gente resolveu no item anterior quando consideramos ω̄ = 0.
−∆Amist M! Z ω̄N1 N2
= ln − (527)
kB T N1 !N2 ! 2kB T M
81
Lembrando que:
−∆Amist id
M!
= ln (528)
kB T N1 !N2 !
e
∗
AE ω̄N12 ω̄ ZN1 N2 × M ZM ω̄x1 x2
= = = (529)
kB T kB T kB T M × M 2kB T
AE
= Ax1 x2 (530)
kB T
Sendo:
ZM ω̄
A= (531)
2kB T
Então:
GE
= Ax1 x2 → M argulis (532)
kB T
Que é o modelo de Margulis. Então o modelo de margulis é a teoria de rede com
a aproximação de bragg willians. Ele simplifica e supõe que a entropia de excesso
seja zero, (ou seja, igual a mistura ideal) e também, com o volume de excesso igual
a zero fica:
Esse modelo só é razoável quando o ω̄ é muito pequeno, mas a gente usa para
muitas coisa.
Para tentar melhorar, uma possibilidade é usar a teoria quase-quı́mica
Teoria quase-quı́mica
Partindo do mesmo lugar:
−ω̄N12
−∆Amist X
= ln g(N1 , N2 , N12 )e 2kB T (535)
kB T N 12
82
O que iremos fazer é supor tipo de partes e contar como pares independentes e
criar um fator de normalização (no entanto, sabemos que os pares não são indepen-
dentes)
Guggenheim → g(N1 , N2 , N12 ) = C(N1 , N2 )ω(N1 , N2 , N12 )
Temos os seguintes tipos de pares:
pares 11 → N11 = ZN1 /2 − N12 /2
pares 22 → N22 = ZN2 /2 − N12 /2
pares 12 → N12 = N12 /2
pares 21 → N12 = N12 /2
Número total de pares:
Z(Z1 + Z2 )/2
X M! X
ln g(N1 , N2 , N12 ) = ln = ln C(N1 , N2 )ln ω(N1 , N2 , N12 ) (538)
12
N1 !N2 ! N 12
∗
Distribuição aleatória para calcular N12
∗ ZN1 N2
N12 = (539)
M
Acha C e substitui.
Z
∗ M!
ω(N1 , N2 , N12 ) =
N1 !N2 !
(540)
83
1−Z
(N1 + N2 )!
C(N1 , N2 ) =
N1 !N2 !
(541)
então:
Z(Z1 + Z2 )
1−Z !
∗ (N1 + N2 )! 2
g(N1 , N2 , N12 ) = 2 (542)
N1 !N2 !
N12
N11 !N22 ! !
2
Essa correção é certa quando se tem ω̄? a resposta é que não, mas já está melhor
que antes.
Voltamos então agora para o problema original substituindo o g que calculamos.
Vamos achar de novo o máximo termo ( que agora não é mais o aleatório, agora
ω̄ não é zero):
∗
−∆Amist ∗ −ω̄N12
= ln g(N1 , N2 , N12 )− (543)
kB T kB T
∗
Ainda queremos saber quem é o N12 sem ser distribuição aleatória mas agora
∗
sabemos expressar quem é o g(N1 , N2 , N12 )
ZM
1−Z !
∗ M! 2
g(N1 , N2 , N12 ) = 2 (544)
N1 N2
ZN1 N12 ZN2 N12 N12
− ! − ! !
2 2 2 2 2
84
a probabilidade de existir a associação entre 1 e 2. Colocando isso na equação de
GE
G¯E AE
Z β − 1 + 2x1 β − 1 + 2x2
= = x1 ln + + x2 ln + (547)
kB T kB T 2 x1 (β + 1) x2 (β + 1)
Isso a gente usa pouco na engenharia pois quando estendemos para mistura fica
bastante complexo.
Sistema multicomponente
A função de partição fica (serve para equação de estado ou para modelo de GE mas
fazendo para equação de estado:
Nem todos esses pares são independentes, a gente pode escrever tudo em termos
apenas dos termos da diagonal principal N00 , N11 , N22 , N33 , ..., Ncc . E eu posso es-
crever essa diagonal em função dos outros termos (que não os da diagonal-variáveis
independentes). Exemplo, no caso de eu ter 3 componentes eu tenho 6 variáveis in-
dependentes. No caso de eu ter 2 componentes, eu tenho 3 variáveis independentes.
Podemos escrever então:
c
Z(M − N ) 1 X
N00 = − N0k (548)
2 2 k=1
c
ZNi 1 X
Nii = − Nik (549)
2 2 k=0,k6=i
85
−Zωii Ni
" #
X Ni0 ωii
X Nij ω̄ij
Q(M, N , T ) = Πci=1 qi (T )e 2kB T g((M, N , {Nij }i<j )Πi exp +
2kB T j>i
2kB T
{Nij }i<j
(550)
sendo :
N1
ϕ1 = (552)
N1 + rN2
fração de sı́tios que a macro molécula ocupa é definida como:
rN2
ϕ2 = (553)
N1 + rN2
α = cte M = N1 + rN2
86
a hipótese aqui é fazer bragg willian para sı́tios. Em bragg willian dizemos que a
distribuição é aleatória (para calcular a contante) então a parte entrópica e a parte
entalpica estão separadas. Então aqui iremos fazer parecido, essa macromolécula
vai se distribuir de forma aleatória dentro da rede.
Essa macro molécula se distribui aleatoriamente no solvente, não existem estados
mais prováveis por causa de interação, então eu posso pensar só na parte entrópica.
A questão é, como calcular o número de configurações possı́veis? Lembrando que
já não sabı́amos fazer isso quando cada molécula ocupava um sı́tio e já tı́nhamos
problema de como calcular a configuração mais provável. Nesse caso a gente também
não sabe calcular.
Qual foi a proposta de Flory-Huggins? Foi novamente utilizar a aproximação
de Bragg-Willians, que diz o seguinte: a energia é muito baixa, a princı́pio, e a
distribuição das moléculas dentro da rede é aleatória. Dessa forma, posso separar as
contribuições entrópicas das entalpicas. Só que agora eu tenho um polisegmentado
e não mais sı́tios vazios ou sı́tios ocupados por uma molécula diferente. O que eu
tenho que saber aqui é de quantas formas eu posso arrumar essa macromolécula
dentro dessa rede, mas lembrando que eu já to assumindo distribuição aleatória
(Bragg-willian), então eu já to começando errado.
Então a variação da entropia sei que é a constante multiplicado pelo número de
maneiras de arrumar o sistema quando se tem partı́culas do tipo um e a macro-
molécula, em relação ao número de maneiras de arrumar as partı́culas do tipo um
multiplicado pelo número de maneiras de arrumar a macromoléculas.
Ω(N1 , N2 )
∆Smist = kB ln (554)
Ω(N1 , 0)Ω(0, N2 )
Lembrando que:
S = kB ln Ω (555)
1 N2 −1
Ω(N1 , N2 ) = Π ωi+1 (556)
N2 ! i=0
Sendo ωi+1 → o número de maneiras de arrumar a i mais uma-ésima molécula
de polı́mero tendo i moléculas na rede.
87
É como se eu pegasse uma macro molécula e colocasse na rede e calculasse
quantas formas eu tenho de colocar ela na rede, depois eu pelo uma macro molécula
e calculo quantas formas eu tenho de colocar ela na rede ... mas eu tenho que dividir
pelo fatorial porque elas são indistinguı́veis. Vamos ver então ver como contabilizar
o ωi+1 . Então eu já tenho i moléculas na rede e vou tentar calcular de quantas
formas eu posso colocar a próxima molécula (i+1).
A fração de sı́tios ocupados (fi ) é o número de sı́tios ocupados pelo número total
de sı́tios (M)
ri
fi = (557)
M
Então vou começar a colocar a molécula i+1, vamos considerar o j o j-ésimo seg-
mento da molécula. Então, se j for igual a 1 , qual o número de maneiras de arrumar
o primeiro segmento (quantos sı́tios vazios eu tenho para poder colocar o primeiro
segmento)? M − r i. E r é o número máximo de segmentos da macromolécula.
Se j for igual a 2 (eu já tava ocupando um e agora vou ocupar mais um) eu tenho
Z(1 − fi ), aqui eu já tenho uma simplificação
Obs: qual a probabilidade de encontrar um segmento em um sı́tio ou em outro
dado distribuição aleatória? um menos a fração de sı́tios ocupados que é a fração
de sı́tios vazios (1 − fi ). Z é o número de vizinhos ao sı́tio.
Qual a simplificação? Quando eu tenho uma molécula polisegmentada eu tenho
uma correlação de sı́tios, se eu tenho um sı́tio ocupado em um determinado lugar
é provável que eu vou ter um outro sı́tio ocupado vizinho ao primeiro. Então a
distribuição de sı́tios vazios não é aleatória mesmo sem considerar a energia. Nessa
parte então eu estou quebrando as conexão do polı́mero pois estou dizendo que é
aleatório. Então esse modelo vai dar muito problema quando estiver em um sistema
bastante diluı́do, pois neste caso o número de sı́tios vazios longe de um segmento é
muito maior do que em torno de um segmento já ocupado, ou pelo menos deveria
ser.
Se j for igual a 3 (eu já tava ocupando duas e agora vou ocupar mais um) eu
tenho (Z − 1)(1 − fi ).
Se j for igual a 4 (eu já tava ocupando três e agora vou ocupar mais um) eu
tenho (Z − 1)(1 − fi ). Lembrando que Z é o número de vizinhos ao sı́tio. Só iria
deixar de ser Z-1 se ele voltasse a ver o próprio segmento e aqui
Na figura abaixo (assumindo uma rede com condições de contorno periódicas),
em (a), eu tenho um segmento e Z vizinhos desocupados.
Em (b) eu tenho 2 segmentos e Z-1 vizinhos pois um sı́tio vizinho já estava
ocupado.
Em (c) eu tenho 3 segmentos e novamente Z-1 sı́tios vizinhos desocupados.
88
Em (d) o segmento volta a se ver e eu teria Z-2 sı́tios vizinhos desocupados e
aqui entra a hipótese de que ele não se enxerga então volta a ser Z-1.
Então, resumindo:
Lembrando que r é o número máximo de segmentos da macromolécula.
Foi fazer algumas simplificações, vou dizer que o Z solitário que está na equação
89
j nº de maneiras de arrumar
1 M −r i
2 Z(1-fi )
3 (Z-1)(1-fi )
4 (Z-1)(1-fi )
... ...
r (Z-1)(1-f1 )
multiplicando para achar o número total
ωi+1 = (M − r i)Z(Z − 1)r−2 (1 − fi )r−1
final é igual a Z-1 e aı́ eu junto com os outros. Mas esse não é o grande problema, o
problema mesmo é considerar quebrar os segmentos que estão na rede. Além, claro,
de Bragg-Willian. Então:
r−1
r Z −1
ωi+1 = (M − r i) (559)
M
Então o número de maneiras de arrumar o sistema:
1 N2 −1
Ω(N1 , N2 ) = Π ωi+1 (560)
N2 ! i=0
aplicando o ln (onde tem o produtório vira somatório) e substituindo:
N2 −1 NX2 −1
X Z −1
lnΩ(N1 , N2 ) = (r − 1)ln + (r ln(M − r i)) − N2 ln N2 + N2 (561)
i=0
M i=0
N 2 −1
Z −1 X
lnΩ(N1 , N2 ) = N2 (r − 1)ln +r ( ln(M − r i)) − N2 ln N2 + N2 (562)
M i=0
N
X2 −1 Z N2
ln(M − r i) = ln(M − r i)di (563)
i=0 0
90
x=M −r i (564)
dx = −r di (565)
Então:
limi→0 x = M (566)
limi→N2 x = N1 (567)
N
X 2 −1
r ln(M − r i) = [x ln x − x]M
N1 = M ln M − M − N1 ln N1 + N1 (570)
i=0
Z −1
lnΩ(N1 , N2 ) = N2 (r −1)ln +M ln M −M −N1 ln N1 +N1 −N2 ln N2 +N2
M
(571)
Vamos observar então como fica esse ln quando eu não tenho solvente e só tenho
soluto, ou seja N1 = 0. A entropia quando só se tem solvente é 1 pois só existe uma
forma de arrumar o sistema, ou seja Ω(N1 , 0) = 1 . Pois cada um cabe em um sı́tios
e se estão todos ocupados e as partı́culas são indistinguı́veis, então só existe uma
forma de arrumar, então não tem degenerescência.
91
lnΩ(N1 , 0) = M ln M − M − N1 ln N1 + N1 (572)
Nesse caso M = N1
lnΩ(N1 , 0) = 0 (573)
então:
Ω(N1 , 0) = 1 (574)
No entanto, existe degenerescência quando só tem polı́metros, pois existem várias
formas de arrumar o polı́mero.
Nesse caso M = r N2
Z −1
lnΩ(0, N2 ) = N2 (r − 1)ln + r N2 ln (r N2 ) − r N2 − N2 ln N2 + N2 (575)
r N2
∆Smist Ω(N1 , N2 ) r N2 r N2 N1
= ln = N2 (r−1) ln −r N2 ln −N1 ln
kB Ω(N1 , 0)Ω(0, N2 ) M M M
(577)
Lembrando que aqui M = N1 + r N2
∆Smist r N2 N1
== −N2 ln − N1 ln (578)
kB M M
∆Smist
== −N2 ln ϕ1 − N1 ln ϕ2 (579)
kB
Na forma intensiva:
X
¯ == −kB
∆Smist xi ln ϕi (580)
¯ id == −kB
X
∆Smist xi ln xi (581)
92
então, a entropia de excesso no modelo de Flory-Huggins é:
E
X ϕi
S = −kB xi ln (582)
xi
O que podemos fazer para melhorar o modelo de Flory- Huggins é contabilizar
a parte atrativa:
U E = χϕ1 ϕ2 (583)
G¯E A¯E
X ϕi 1 XX
= = xi ln + χϕ1 ϕ2 (584)
kB T kB T xi 2 i j
1. Bragg-Willian
G¯E
X ϕi
= xi ln (585)
kB T xi
−U (r)
q N (T ) −3N
Z Z Z
Q(T, V, N ) = ∆ e hB T dr (586)
N!
q N (T ) −3N
Q(T, V, N ) = ∆ ZN (N, V, T ) (587)
N!
Sendo ZN (N, V, T ) → integral de configuração. Sendo
93
1/2
h2
∆= (588)
2mπkB T
O comprimento de onda de Broglie.
Antes nossos artifı́cios foram utilizar a teoria de rede, mas agora iremos usar a
teoria da pertubação que precisa das correlações de pares, a primeira correlação que
iremos analisar é a função de distribuição radial
Dado que eu tenho uma partı́cula central (supondo geometria esféria), qual a pro-
babilidade de encontrar uma outra partı́cula a uma determinada distância r? Qual
a probabilidade de encontrar uma partı́cula qualquer no espaço do raio? É algo re-
lacionado à densidade. É possı́vel fazer essa medida experimentalmente facilmente.
−U
e kB T
℘N (r1 , r2 , ..., rN ) = dr1 , ..., drN (589)
ZN
mas não é isso que eu quero, quero calcular qual a probabilidade de encontrar,
a partı́cula 1 em torno de r1 , partı́cula 2 em torno de r2 ....até um certo h, ou seja,
correlação de h partı́culas independente de todas as outras (lembrando que estou
pensando radialmente ), ou seja uma média canônica.
Vamos pegar o exemplo h=3. Quero então saber qual a probabilidade de en-
contrar a partı́cula 1 em torno de r1 , a partı́cula 2 em torno de r2 e a partı́cula 3
em torno de r3 independente de todas as outras partı́culas. Então como posso fa-
zer? Posso usar a equação da probabilidade anterior e integrar para todas as outra
posições que não r1 , r2 e r3 fazendo então uma média canônica.
94
Posso pensar então, qual a probabilidade de h partı́culas que dependem de
r1 , r2 ..., rh
−U
e kB T
RRR
℘(h) (r1 , r2 , ..., rh ) = drh+1 ...drN (590)
ZN
Isso é a probabilidade de encontrar, a partı́cula 1 em torno de r1 , partı́cula 2
em torno de r2 .... até um certo h em tordo de rh , independente de todas as outras
partı́cula (rh+1 até rN )
Obs: São dois ı́ndices, h → as partı́culas que eu estou interessado, h+1 até N
→ partı́culas que não estou interessado (como se fosse a média canônica de todas
as outras partı́culas). (ver exemplo anterior logo acima).
então como estou fazendo uma média canônica de todas as outras partı́culas, essa
é uma propriedade macroscópica (pois estou integrando sobre todas as posições de
todas as outras partı́culas rh+1 até N (de 1 até h eu não integro), ou seja, depende da
temperatura e da densidade), ao mesmo tempo que é microscópica porque depende
de r1 , r2 , ..., rh
Mas dessa forma, eu to dizendo que as partı́culas são distinguı́veis, quando na
verdade elas não são, então acrescentamos o nosso famigerado fatorial para tornar as
partı́culas indistinguı́veis (não quero que a partı́cula 1 esteja em torno de r1 , quero
que qualquer partı́culas esteja em torno de r1 ), (a probabilidade na verdade se torna
muito maior):
−U
e kB T
RRR
N!
ρ(h) (r1 , r2 , ..., rh ) = drh+1 ...drN (591)
(N − h)! ZN
Essa é a densidade de probabilidade de encontrar uma partı́cula qualquer entre
r1 + dr1 , outra entre r2 + dr2 , ..., rh + drh .
Notar que se h=1:
−U
e kB T
RRR
N (N − 1)!
ρ(1) (r1 ) = dr2 ...drN (592)
(N − 1)! ZN
Z Z Z −U
N
(1)
ρ (r1 ) = e kB T dr2 ...drN (593)
ZN
Então:
Z Z Z
ρ(1) (r1 )dr1 = N (594)
95
Mas o que significa integrar a densidade de probabilidade de uma única partı́cula?
Ou seja integrar, a probabilidade de encontrar uma partı́cula em torno de r1 ? Se eu
integrar sobre todo o espaço vai dar o número total de partı́culas N.
Se o fluido for homogêneo (a probabilidade de encontrar um partı́cula vai ser a
mesma independente se foi em r1 ou r2 ... ou rh , a probabilidade de encontrar uma
partı́cula em qualquer ponto vai ser a mesma)
Z Z Z Z Z Z
(1) (1)
ρ (r1 )dr1 = ρ dr1 (595)
Ou seja:
N
ρ(1) = (597)
V
Então, se o fluido é homogêneo a densidade de probabilidade de encontrar uma
partı́cula em qualquer ponto é a própria densidade bulk (densidade média).
Se o fluido for heterogêneo a densidade de probabilidade de encontrar uma
partı́cula vai ser a densidade local (ρ então é função de r).
ρ(h)
g (h) (r1 , r2 , ..., rh ) = (598)
ρh
−U
e kB T drn+1 ...drN
RRR
Vh N!
g (h) (r1 , r2 , ..., rh ) = (599)
N h (N − h)! ZN
96
Aproximando (N-1) para N:
−U
V2
Z Z Z
g(r1 , r2 ) = e kB T dr3 ...drN (602)
ZN
Notar que:
Z Z
... ρ2 g(r1 , r2 )dr1 dr2 = N (N − 1) ∼
= N2 (603)
ln Q = N ln q∆−3 − ln N ! + ln ZN (605)
−U
N (N − 1)
Z Z
∂ln ZN
kB T 2 =< E conf ig >= u(r, 2)e kB T dr, dr2 , ..., drN
∂T V,N 2ZN
(607)
−U
N (N − 1)
Z Z Z Z
= u(r12 )dr, dr2 e kB T dr, dr3 , ..., drN (608)
2ZN
97
Como:
−U
N (N − 1)
Z Z
(2)
ρ (r1 , r2 ) = g(r1 , r2 )ρ = 2
e kB T dr, dr3 , ..., drN (609)
ZN
ρ2
Z
conf ig
<E >= inf u(r12 )g(r1 , r2 )dr1 dr2 (610)
2
ρ2
Z
conf ig
<E >= inf u(r12 )g(r12 , r2 )dr12 dr2 (611)
2
Sendo esse fluido homogênio o g não depende mais de r2 , se eu integrar em r2
vai aparecer o volume. Então a energia configuracional para um fluido homogêneo
vai ficar:
Z
conf ig N
<E >= inf rhou(r12 )g(r12 )dr12 (612)
2
Potencial esférico:
Z ∞
conf ig 4πN
<E >= φ(r)ρg(r)r2 dr (613)
2 0
Pressão
∂ln Q ∂ln ZN
P = kB T = kB T (614)
∂V T,N ∂V T,N
1 ∂ZN
= kB T (615)
ZN ∂V T,N
Sendo:
Z Z Z −U
ZN = e kB T dr1 dr2 , ..., drN (616)
Z Z Z −U
ZN = V N
e kB T dr1 0 dr2 0 , ..., drN 0 (617)
−U −U
N Z Z Z
−∂U
Z Z Z
∂ZN V
= NV N − 1 e kB T dr0 + e kB T dr0 (618)
∂V kB T ∂V
98
Multiplica e divide por V:
Z Z Z −U
∂ZN 1 ∂U
= ρZN − e kB T dr (619)
∂V kB T ∂V
Mas quem é ∂U/∂V ?
Lembrando que U é a energia total do sistema:
X XX XXX
U= u(ri ) + u(rij ) + u(rijk .... (620)
i i j i j k
u=φ (621)
Voltando:
∂U 1 X X ∂u(rij )
= rij (622)
∂V 3V i<j ∂rij
Então:
Z Z −U
N (N − 1) (r12 )
Z Z Z
∂ZN
= ρZN − r1 2 e kB T dr2 drN dr1 dr2 (623)
∂V 6kB T ∂r12
Fazendo umas 500 gambiarras matemáticas que estou com preguiça de digitar
chegamos a:
2 Z Z
∂u(r12 )
∂ ln ZN P
=− r12 g(r12 )dr12 = (624)
∂V 6kB T ∂r12 kB T
99
Partindo da função de partição canônica é possı́vel derivar qualquer propriedade
termodinâmica.
Se a diferença de energia entre estados quânticos adjacentes (∆E) for menor de
que kB T posso dividir a função de partição em duas parte, uma ligada ao centro de
massa e outra ligado as forças intramoleculares. Se isso for válido, continua válido
a hipótese da mecânica clássica.
CM Λ−3N
Q (N, V, T ) = Z (626)
N!
1/2
h2
Λ= (627)
2πmkB T
Z é a integral de configuração. Essa integral representa como as moléculas estão
posicionadas em um sistema interagindo uma com as outras através de um potencial
especı́fico. É justamente a incógnita que estamos interessados.
ln Q = ln Qk + ln Qinterno + ln Z (628)
100
−U
e kB T dr1 , ...drN
℘(N )(r1 , r2 , ..., rN ) = (633)
Z
Z Z
... ℘(N )(r1 , ...rN )dr1 , ..., drN = 1 (634)
fN = N !℘ (635)
N!
f (h)(r1 , r2 ..., rN ) = ℘(N ) (637)
(N − h)!
Z Z
1
f (h) = ... f (N )drh+1 ...drN (638)
(N − h)!
Po exemplo, se eu quiser achar f(1):
Z Z
1
f (1) = ... f (N )dr2 ...drN (639)
(N − 1)!
Z Z −U
N
f (1) = ... e kB T dr1 ...drN (640)
Z
Mas:
Z −U
e kB T dr1 ...drN = Z/V (641)
101
Então:
X
U= uij (643)
ij
tem como mostrar que apenas f1 e f2 são necessário para calcular as propriedades
termodinâmicas.
f (2) f (2)
g(r) = 2
= 2 (645)
f1 ρ
O objetivo é achar g(r) e relacionar com as propriedades termodinâmicas.
Primeiramente iremos observar a energia interna de configuração:
Z ∞
c
E = 2πN ρ φ(r)g(r)r2 dr (646)
0
102
1. YBG → Yvon, Born, Green
2. Cadeia hiperpenetrada
3. Percus Yevic
4. Rowlinson SC (self-consistent)
Z
∂g(r12 ) ∂φ(r12 )g(r12 ) ∂φ
kB T + +ρ (r13 )g(r12 )g(r23 )g(r13 )dr3 = 0 (648)
∂r1 ∂r1 ∂r1
Ele vai imaginar duas moléculas 1 e 2 e uma terceira molécula presente no sis-
tema. A função de distribuição radial aqui vai ser calculada entre 3 moléculas. Isso
tudo é definido de forma que o resultado zere.
Aqui é valido:
X
U= u(rij, α) (650)
ij
103
Essa basicamente é a teoria da pertubação. O potencial que eu tenho, vai ser
um potencial de referência mais alfa multiplicao pelo potencial de pertubação.
X
u= u(rij , α) (652)
α2 ∂ 2A
ref ∂A
A=A +α + + ... (654)
∂α α=0 2 ∂α2 α=0
O sistema de referência usado por Zwanzig não proporcionou bons resultados de-
vido ao potencial cut-off e outros esquemas de pertubação sucedidos foram propostos
→
1. Rowlinson
2. Mc Quarrie
3. Barker -Henderson
104
Até agora utilizamos a função de partição canônica, mas quando utilizamos a
teoria da pertubação a melhor função de partição é a grande canônica e por con-
sequência uma integral de configuração grande canônica.
Premissa: a estrutura de lı́quidos é essencialmente dominada pelas forças inter-
moleculares repulsivas. Como provar isso? Usa um potencial Lennard Jones total,
ou usa um potencial com cut off de Lennard-Jones para r = 21/6 σ. Sendo σ o
diâmetro de contato. As forças repulsivas ”vão mais longe”que as atrativas.
Voltando a expansão em que vou ter a energia livre de Helmholtz:
α2 ∂ 2A
ref ∂A
A=A +α + (655)
∂α α=0 2 ∂α2 α=0
Z
∂A 1 XX
= ρi ρj gijref (1, 2)φPi,j (1, 2)dr1 dr2 (656)
∂α α=0 2 i j
∂ 2A
Z Z
1 XX
=− jρi ρj [φPij (1, 2)]2 gijref (1, 2)dr1 dr2
∂α2 α=0 2kB T i
Z Z Z
1 XXX P
φij (1, 3) + φP (2, 3)jk φPij (1, 2)gijk dr1 dr2 dr3
− ρi ρj ρk
2kB T i j k
Z Z Z Z
1 XXXX P ref
− ρi ρj ρk ρl φkl (3, 4) + φPij (1, 2) [gijkl (1, 2, 3, 4)
4kB T i j k l
(2)ref
− gijkl (1, 2)g ref (3, 4)]dr1 dr2 dr3 dr4
ref ( P P RR P ref
)2
∂( j k j ρk φij (1, 2)gjk (1, 2)dr1 dr2 )
1 X ∂ρi
+ ρi
4V i ∂P ∂ρi
(657)
Observação:
Z → integral de configuração canônica.
Ξ = Ξ(µ, V, T ) → é função de partição grande canônica
Ni µi
−U
∞
e kB T
Z Z Z
Ξ= ΠN c
i=1 ... e kB T dr...drN (658)
0 Ni !
Queremos achar os parâmetros de pertubação através da primeira e da segunda
derivada de A em relação a α A partir daı́ podemos calcular as propriedades termo-
105
dinâmicas.
Por exemplo, a pressão será:
∂A
P = (659)
∂V
Sendo:
Nc
X
A= Ni µi − kB T lnΞ (660)
i
PV
= lnΞ (661)
kB T
Para achar a primeira e a segunda derivada precisamos então de um g de re-
ferência. A partir daı́ achamos a integral de configuração grande canônica, a energia
livre de Helmholtz, derivo em relação a α e acho as propriedades.
então, tentaremos achar o g ref
gijref → função de distribuição radial do par ij.
g (3)ref → função de distribuição radial do trio ijk.
g (4)ref → função de distribuição radial do quarteto ijkl.
A pergunta é, como achar g ref ?
Caminho mais simples: considerar que o fluido de referência é formado por esferas
duras. Algumas simplificações são permitidas.
Isso tudo para esferas rı́gidas (duras), mas o que é um fluido constituı́do por
esferas rı́gidas?
106
Vamos responder isso em função do potencial.
0 para r > σ
ij
φij (r) = (662)
∞ para r ≤ σ
ij
Em que:
σi + σj
σij = (663)
2
Para mostrar a independência do potencial de esferas duras com a temperatura,
basta derivar Z em relação a T tanto igualando u a zero ou a infinito, o resultado
será o mesmo: zero.
Também é possı́vel mostrar que a anergia configuracional é zero. Já a pressão
será:
Z ∞
X 2 XX ∂φij
P = kB T ρi − π gij(r,ρ1 ,...ρN )r3 dr (664)
3 i j 0 ∂r
Mas: Z ∞
∂φij
gij(r,ρ1 ,...ρN )r3 dr = kB T f (σij ) (665)
0 ∂r
Então a pressão para um conjunto de esferas duras fica:
X 2 X X 3 ed
P ed = kB T ρi − π σ g (σij , ρ1 , ...ρN ) (666)
3 i j ij
Todo meu foco será agora então em como calcular a função de distribuição radial
de esferas duras g ed (σij , ρ1 , ...ρN )
Partiremos da energia livre de Helmholtz de esferas duras:
Z V
ρi Λ3i
ed
X 2 XX 3 1 ed
A = kB T Ni ln int
−N kB T − π Ni Nj σij g (σij , ρ1 , ...ρN )dr dv
2 ij
i
qi 3 i j ∞ r
(667)
Posso calcular o potencial quı́mico de esferas duras também, basta derivar A em
relação a Ni .
Mas como vamos achar a função de distribuição radial de esferas duras?
Tem várias teorias para isso.
Tem a teoria de Percus-Yevick. Ele propõe um modelo que diz que:
1 3σi σj ξ2
g ed (σij ) = + (668)
1 − ξ3 σi + σj (1 − ξ3 )2
107
πX
ξl = ρi σil (669)
6 i
3ξ23 ξ3 ξ23
ed 6kB T ξ0 3ξ1 ξ2
PCS = + + + (672)
π 1 − ξ3 (1 − ξ3 )2 (1 − ξ3 )3 (1 − ξ3 )3
É possı́vel observar que:
ed 1 1
PCS = PPedYpressao + PPedYcompressibilidade (673)
3 3
3ξ23
6kB T ξ0 3ξ1 ξ2
PPedYcompressibilidade = + + (674)
π 1 − ξ3 (1 − ξ3 )2 (1 − ξ3 )3
108
A partir daı́ definimos algumas coisas. A primeira é que se eu tenho a função de
partição grande canônica eu posso calcular A, a outra coisa é que de algum modo se
eu tiver a função de distribuição eu posso dizer dizer que o A de pertubação vai ser:
α2 ∂ 2A
pert ∂A
A =α + (676)
∂α α=0 2 ∂α2 α=0
α2 ∂ 2A
pert ∂A
A =α + (677)
∂α α=0 2 ∂α2 α=0
A partir daı́ eles introduzem algumas modificações. Primeiro eles vão avaliar
separadamente as derivadas. As expressões são bastante grandes e podem ser vistas
nas devidas referências.
Barker Henderson vai dizer que o potencial de referência vai ser:
φ − φ (R ) para r ≤ R
ij ij ij ij
φref
ij (r) = (678)
0 para r > R
ij
Rij → parâmetro de distância a ser escolhido. Rij deve ser escolhido de forma
que a série convirja rapidamente. O modo mais simples de se fazer isso é fazer uma
dupla expansão do paramento α da energia livre de Helmholtz.
Seja um potencial qualquer φ(r)
Posso definir um potencial modificado qualquer que vai ser:
r − dij
uij = uij (dij , Rij , r, [α]) = φ[dij + ] para r < α1 (679)
α1
Sendo dij o diâmetro. Aqui não estamos nos referindo a portanto de esferas
109
rı́gidas.
Barker Henderson relacionou:
−βuij (r) r−d r−d r−d
e = 1−H d+ − Rij exp −βφij d + +H d + − Rij
α1 α1 α1
Sendo:
0 para x < 0
H(x) = (681)
1 para x > 0
r − d ij
φ d + para x < α1 (Rij − dij ) + dij
ij ij
α1
uij (dij , Rij , r, [α]) = 0 para r > α1 (Rij − dij ) + dij (682)
α φP para r > R
2 ij ij
φ (R ) para r ≤ R
P ij ij ij
φij (r) = (683)
φ (r) para r > R
ij ij
φ(r) + para r ≤ r
min
φref = (685)
0 para r > r
min
Também:
− para r < r
P min
φ = (686)
0 para r > r
min
110
Ele depende das condições do sistema. Para o estado lı́quido, posso dizer que:
Em geral:
∂A
=0 (688)
∂Rij
Ou seja A deve ser insensı́vel a pequenas variações de Rij e:
∂A
=0 (689)
∂Rij
quando Rij = σij .
ou seja, o que o trabalho de Barker Henderson fez foi mostrar que para kB T / =
T ∗ = 100. A não depende de Rij
Vamos ver como fazer a dupla expansão em torno da energia livre de Helmholtz.
α2 ∂ 2A
∂A ∂A
0
A = A + α1 + α2 + 2 (690)
∂α1 [α]=0 ∂α2 [α]=0 2 ∂α22 [α]=0
∂ 2A
A2 = (693)
∂α22 [α]=0
d2 ed
∂A X
A0 = = −2πρ g (dij )[dij − xi xj δij ] (694)
∂α1 [α]=0 β ij
Z ∞
∂A X
A1 = = 2πρ xi xj φij (r)gijed r2 dr (695)
∂α2 [α]=0 ij 0
Z σij
δij = [1 − exp(−βφij (r))]dr (696)
0
111
Para i = j Ao = 0, para i 6= j Ao 6= 0 e dij 6= δij
Para anular o termo α1 (A0 ) Mansoori propôs que
XX
dij = xi xj δij (697)
i j
∂ 2A
Z Z
1 XX
A2 = =− ρi ρj [φPij (1, 2)]2 gijref (1, 2)dr1 dr2
∂α2 α=0 2kB T i j
Z Z Z
1 XXX P
φij (1, 3) + φP (2, 3)jk φPij (1, 2)gijk dr1 dr2 dr3
− ρi ρj ρk
2kB T i j k
Z Z Z Z
1 XXXX P ref
− ρi ρj ρk ρl φkl (3, 4) + φPij (1, 2) [gijkl (1, 2, 3, 4)
4kB T i j k l
(2)ref
− gijkl (1, 2)g ref (3, 4)]dr1 dr2 dr3 dr4
ref ( P P RR P ref
)2
∂( j k j ρk φij (1, 2)gjk (1, 2)dr1 dr2 )
1 X ∂ρi
+ ρi
4V i ∂P ∂ρi
(699)
amist
P = P ed − (700)
V2
112
sendo:
XX
amist = x‘i xj aij (701)
i j
e
Z ∞
2
aij = −2πN C φPij (1, 2)r2 dr (702)
0
e
a pressão de esferas duras (Van der Waals)
RT
P ed = (703)
V −b
a pressão será:
RT amist
P = − (704)
V −b V2
ed
Usando Lennard-Jones e fazendo A2 = 0 e gid (r) = 1.
a pressão será:
P P 2
∂gijed 16π P P 3
− 2πkB T V i j ρi ρj dij [δij − dij ] − i j ρi ρj ij σij c (705)
∂V 9
16π P P
P = Ped + 2πkB T ρi ρj d2ij gij (dij )[δij − dij ] − 3
P P
i j i j ρi ρj ij σij
9
(706)
113
∂A0
ed
P =− (708)
∂V N,T
X 32π X
µk = µed
k + 4πkB T ρj φkj 2 [δkj − dkj ] + 3
ρj kj σkj (709)
j
9 j
O A2 será reduzido a:
XX X ∂ρk ed Z ∞
A2 = −πV ρi ρj φ2ij (r)gijed (r)r2 dr (710)
i j k
∂P 0
O A2 será reduzido a:
XX X ∂ρk ∂ Z ∞
A2 = −πV ρi ρj φ2ij (r)gijed (r)r2 dr (711)
i j k
∂P ∂ρk 0
ed
gid (r) = 1 para r > σij
114
(712)
Observação:
Para achar A1 podemos utilizar a aproximação de primeira ordem de distri-
115
buição uniforme que quer dizer que utilizamos um potencial Lennard jones (12, 6)
e utilizamos Percus Yervick para cálculo da função de distribuição radial de esferas
duras.
116
Consideração → densidade baixa.
Fazendo essa consideração logo se chega a conclusão que a não idealidade do
fluido é devido à associação.
A questão sempre é: como calcular as propriedades termodinâmicas do sistema?
(tendo em mente que o que queremos é calcular a parte associativa)
Consideramos um sistema com N, V e T especificados
Para relação de Euler sei que:
A = Nµ − P V (718)
P V = N̄ kB T (719)
Quando eu tenho fluido associativos (no nosso caso uma dimerização) eu vou ter
uma mistura de monômeros e de dı́meros.
N (1 − X0 )
→ numero de dimeros (720)
2
117
X0 → numero de monomeros (721)
P V = N RT (723)
N 1
P V = N̄ RT == N X0 + (1 − X0 ) = N X0 + (1 − X0 ) RT (724)
2 2
Vamos voltar as nossas atenções para o termo de potencial quı́mico. Como achá-
lo.
O que eu sei usando da teoria do equilı́brio quı́mico é que:
µgas ideal
= kB T ln(ρi λ3 ) (726)
ρ0 → a densidade do monômero.
posso dizer que:
ρ0
X0 = (728)
ρ
N µ = kB T ln(βΛ3 ) (729)
N kB T
Aassociacao = N µ − P V = kB T ln(βΛ3 ) − [1 + X0 ] (730)
2
118
Aassociacao 1
= ln(βΛ3 ) − [1 + X0 ] (731)
N kB T 2
Temos que para gás ideal (X0 = 1)
AGI
= ln(ρΛ3 ) − 1(f luido n associativo) (732)
N kB T
Então se eu quiser a diferença:
Aassociacao − AGI X0 1
= ln(X0 ) − + (733)
N kB T 2 2
A questão é: como calcular X0 (fração de partı́culas que existem como monômeros)?
O que foi feito foi utilizar um potencial de poço quadrado:
o primeiro termo do lado direito é associado às moléculas associadas, já segundo
termo é associado aso numero de monômeros na distancia de associação.
g(1, 2) → f unçãodecorrelação
R
ρ0 V g(1, 2)d(1, 2) → probabilidade de achar monômeros na distância de asso-
ciação
N X0 → número de monômeros no fluido.
R
N X0 ρ0 V g(1, 2)d(1, 2) → número de monômeros na distância de associação.
Wertheim vai dizer que g0 (1, 2) = g0 (1, 2)) do fluido não associativo.
e mais, que:
119
g0 (1, 2) = g ED
e:
Z
associativo 2 ED
∆U = − N (1 − X0 ) + N ρX0 g (1, 2)d(1, 2) (735)
2 V
mas:
2 − X0
Z
∂X0 2 ED
N kB = − N (1 − X0 ) + N ρX0 g (1, 2)d(1, 2) (737)
2X0 ∂ (1/T ) 2 V
(1 − X0 )2X0 + ρX03
Z
∂X0 ED
=− g (1, 2)d(1, 2) (738)
∂ (1/T ) 2k 2 − X0 V
Fazendo X0 →∞ quando T →∞
−e
Z
2 kB T
X0 + ρX0 e − 1 g ED (1, 2)d(1, 2) = 1 (739)
V
120
0.21.1 Extensão para múltiplos sı́tios
Como calcular a contribuição associativa quando o monômero tem mais de um sı́tio
associativo.
Vamos imaginar o seguinte sistema com os monômeros posicionados da seguinte
forma:
As bolinhas menores são os sı́tios de associação
µgas ideal
= kB T ln(ρi λ3 ) (742)
Aassociacao − AGI X0 1 X
= ln(X0 ) − + (XA − 1) (744)
N kB T 2 2 A
X0 = ΠA XA (745)
121
A probabilidade de uma molécula está em um sı́tio é independente da probabi-
lidade de uma outra molécula estar em outro sı́tio.
Sendo:
M → o número de sı́tios de associação na molécula observo que:
Aassociacao − AGI X XA M
= ln(XA ) − + (746)
N kB T A
2 2
Lembrando que
XA → fração de moléculas não conectadas ao sı́tio A.
Todo o segundo termo vai significar a fração de moléculas ligadas ao sı́tio A B
de uma outra molécula
então:
1
XA = −e (748)
AB
1 + ρ B XB e kB T − 1 V g ED (1, 2)d(1, 2)
P R
sendo:
−eij
AB Z
X X
i i
XA + XA ρxj XB e kB T − 1
i
g ED (1, 2)d(1, 2) = 1 (750)
j Bi V
Então:
1
XAi = (751)
−eij
AB
O objetivo é obter para obter a associação e resolver a equação 749. Mas para
obter essa equação eu preciso desse XAi que depende do potencial entre os sı́tios
122
A e B das moléculas i e j. Ao mesmo tempo que também depende da função de
distribuição radial entre as moléculas.
Até aqui não falamos em nenhum momento de regras de misturas, a mistura
pode ser calculada utilizando as propriedades individuais.
Equação SAFT
apertubacao adispersao
= (755)
RT RT
Termo de associação
aassociacao X
XA M
= lnXA − + → componente puro (756)
RT A
2 2
1
XA = P (757)
1 + Na B ρX B ∆AB
∆AB → força de associação
Z re
AB AB
∆ = 4πF r2 g seg (r)dr (758)
0
AB
F AB =e T −1 (759)
1
1− ν
g seg (d) = 2 (761)
(1 − ν)3
123
Sendo:
πN a 3
ν= ρd (762)
6
sendo:
AB → energia de associação
κAB → volume de associação.
Para misturas:
!
aassociacao X X XA i Mi
= xi lnXAi − + → mistura (763)
RT i Ai
2 2
1
XAi = (764)
ρj XBj ∆Ai Bj
P P
1 + Na j Bi
Sendo:
ρj = xj ρmistura (765)
e:
Ai Bj
e:
κAi Aj κBj Bj
κAi Bj = (767)
2
√
Ai Bj = Ai Ai Bj Bj (768)
124
Mas quem é essa força? É uma força relacionada aos potenciais intermoleculares,
então depende de r.
∂u
.. e−βu −
R R
∂W dr3 dr1
f (r) = − = R R ∂r (770)
∂r .. e−βu dr3 dr1
Ao invés de contabilizar os pares dois a dois definimos um potencial de campo
médio.
Amono
lig = −kT lng(r) (772)
acadeia X
= xi (1 − mi )lngedii (dii ) (773)
RT i
mi → número de segmentos
125