Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Resumo
Este artigo tem por objetivo examinar, de forma sucinta, a estruturação das políticas de
saúde mental no Brasil, desde os seus primórdios até o período atual. As políticas de
saúde mental são aqui consideradas como um acordo político-jurídico que se estabelece
numa determinada sociedade sobre a concepção e respostas aos problemas da
loucura/doença mental. Com base em fontes secundárias e em trabalhos de terceiros,
buscou-se esboçar as principais tendências na trajetória das políticas para esse setor, que
tem sua origem em 1830, com o projeto de medicalização da loucura e se materializa
com a criação dos primeiros hospícios para alienados, no final da segunda metade do
século XIX, culminando no processo que se convencionou chamar de reforma
psiquiátrica, no final do século XX. Este exercício sobre a história da agenda pública no
cuidado com a saúde mental no Brasil nos permitiu identificar sete fases nessa trajetória,
as quais são discutidas por etapa desta evolução, apresentando ao final algumas das
principais tendências nas políticas de saúde mental no Brasil na atualidade.
Palavras-chave
Introdução
Não se pretende empreender aqui uma exaustiva reconstituição histórica das práticas de
cuidados à loucura, entendida também como “um tipo especial de existência-sofrimento,
que faz apelo a saberes especializados para seu alívio” 2, mas esboçar as principais
tendências na trajetória das políticas de saúde mental no Brasil. Este exercício sobre a
história da agenda pública no cuidado com a saúde mental nos permitiu identificar sete
fases nessa trajetória, as quais são discutidas a seguir, por etapa desta evolução. Na
seção final são apresentadas algumas das principais tendências nas políticas de saúde
mental no Brasil na atualidade, apontando os progressos nos modelos de cuidados que
estão sendo criados, mas também as dificuldades e obstáculos que ainda persistem.
A loucura só vem a ser objeto de intervenção por parte do Estado no início do século
XIX, com a chegada da Família Real ao Brasil, depois de ter sido socialmente ignorada
por quase trezentos anos. Nesse período de modernização e consolidação da nação
brasileira como um país independente, passa-se a ver os loucos como “resíduos da
sociedade e uma ameaça à ordem pública”. Aos loucos que apresentassem
“comportamento agressivo não mais se permitia continuar vagando nas ruas,
principalmente quando sua situação socioeconômica era desfavorável, e “seu destino
passou a ser os porões das Santas Casas de Misericórdia, onde permaneciam amarrados
e vivendo sob péssimas condições de higiene e cuidado” (PASSOS, 2009a, p. 104).
Em 1830, a recém-criada Sociedade de Medicina e Cirurgia lança uma nova palavra de
ordem: “aos loucos o hospício”. Para Machado (1978, p. 376), só é possível
compreender o nascimento da psiquiatria brasileira a partir da medicina que incorpora a
sociedade como novo objeto e se impõe como instância de controle social dos
indivíduos e da população. O hospício, considerado na época o principal instrumento
terapêutico da psiquiatria, aparece como exigência de uma critica higiênica e disciplinar
às instituições de enclausuramento e ao perigo presente em uma população que começa
a ser percebida como desviante, a partir de critérios que a própria medicina social
estabelece.
O projeto de medicalização da loucura, esboçadas nos textos médicos deste período, que
defendiam novos parâmetros para a loucura e a necessidade de reclusão dos loucos,
começaria a ser concretizado a partir da criação dos primeiros hospícios nas décadas
seguintes. Entretanto, as funções saneadoras dos primeiros hospitais psiquiátricos
fornecem às origens da assistência psiquiátrica brasileira um caráter bastante peculiar,
que é “o da precedência da criação de instituições destinadas especificamente para
abrigar loucos sobre o nascimento da psiquiatria3, enquanto corpo de saber médico
especializado” (RESENDE, 2007, p. 39).
Entretanto, a ênfase no caráter religioso e caritativo das instituições criadas durante este
período acabaria por restringir o caráter medicalizado destes hospícios, onde, até o fim
do Império, não havia presença significativa de médicos. Não só a nosologia
psiquiátrica estava ausente das instituições, como também eram leigos os critérios de
seleção dos pacientes, a juízo da autoridade pública em geral. Os poucos médicos
existentes nas instituições tinham pouca influência nas questões administrativas e,
somente no início do século XX, os médicos conseguiram desmontar as poderosas
administrações leigas das Santas Casas, bem como as ordens religiosas que prestavam
serviços nestes locais, instalando-se na direção dessas instituições (ENGEL, 2001; ODA
e DALGARRONDA, 2005).
Nas análises dos relatórios dos presidentes das províncias estudadas, Oda e Dalgarronda
(2005, p. 1005) identificam “uma clara contradição entre o discurso que enunciava um
projeto de assistência oficial e moderno aos loucos e uma prática realmente efetivada”.
De fato tratava-se de pessoas pobres submetidas a uma reclusão forçada e a péssimas
condições de vida. Nos documentos analisados por estes autores há claras indicações da
existência de pressão para internação dos portadores de transtorno mental, de sua
retirada das ruas, ação operacionalizada através das autoridades policiais. Para eles, o
processo de institucionalização dos alienados no Brasil foi marcado pela construção de
uma opinião pública consensual quanto à necessidade e legitimidade de sua reclusão em
hospícios próprios.
2. A medicalização da loucura
Com o advento da República, em 1889, tem início um período que se caracteriza pelo
“redimensionamento das políticas de controle social, cuja rigidez e abrangência eram
produzidas pelo reconhecimento e pela legitimidade dos novos parâmetros definidores
da ordem, do progresso, da modernidade e da civilização” (ENGEL, 2001, p. 331).
Asilo de alienados, quartel de polícia, hospital psiquiátrico, hospício, asilo de
mendicidade e casa de correção tinham como função principal realizar a exclusão social
do louco, garantindo que ele não ficasse perambulando pela rua, à vista dos passantes, o
que era incompatível como nosso pretenso grau de civilidade. Entretanto, se os arranjos
realizados nas distintas unidades da Federação foram diferenciados, uma tendência geral
serviu de pano de fundo para todas as respostas distintas e práticas diferenciadas no
tratamento da loucura pelo poder público: a exclusão em instituições asilares de
milhares de ‘homens livres’, “onde só aguardavam o dia de sua morte, encarcerados
nesses imensos cemitérios dos vivos” (JABERT, 2005, p. 714).
Em 1890, o Hospício Pedro II é desvinculado da Santa Casa, ficando subordinado à
administração pública, passando a denominar-se Hospício Nacional de Alienados,
primeira instituição pública de saúde estabelecida pela República. Para Resende,
Nesta época, a maioria dos Estados brasileiros incorpora colônias agrícolas à sua rede
de oferta de serviços, seja como complemento aos hospitais psiquiátricos tradicionais,
seja como opção única ou predominante. De acordo com Resende (2007, p. 47), o
entusiasmo na adesão “à política de construção de colônias agrícolas não se deu apenas
por exclusão de outras estratégias terapêuticas, de eficiência duvidosa, mas por ter
encontrado um ambiente político e ideológico propícia ao seu florescimento”.
Entretanto, apesar das intenções de recuperação dos doentes mentais, nas propostas de
seus criadores, as colônias continuaram a manter na prática a mesma função que
caracterizava a assistência ao alienado no Brasil desde a sua criação: a de excluir o
louco de seu convívio social e de escondê-lo dos olhos da sociedade. Este período, que
se encerra em 1920, mantém “inalterada a destinação social do hospital psiquiátrico a
despeito da substituição da psiquiatria empírica pela cientifica” (RESENDE, 2007, p.
52) e se destaca pela ampliação do espaço asilar.
A criação de novos hospitais não amenizou a situação caótica dos hospitais públicos
que, na década de 1950, viviam em total abandono e apresentando excesso de pacientes
internados, continuando os hospitais psiquiátricos a terem basicamente a função social
de exclusão. A assistência psiquiátrica pública apresentava enorme lentidão em tomar
conhecimento das importantes transformações que ocorriam na prática psiquiátrica na
Europa e Estados Unidos no período pós-segunda guerra e as drogas psicóticas,
parcialmente responsáveis por grandes transformações nas práticas terapêuticas dos
asilos, só fariam sua aparição no mercado em 1955. Segundo Resende (2007, p. 56), o
descrédito que os hospitais públicos atingiram junto à população, “expressada em
marchinhas de carnaval, anedotas e rótulos pejorativos atribuídos a determinados
hospitais”, seria utilizado posteriormente como “evidência incontestável de sua
incompetência e um forte argumento em favor da excelência da iniciativa privada”.
O período que se seguiu ao golpe militar de 1964 foi o marco divisório entre uma
assistência eminentemente destinada ao doente mental indigente e uma nova fase, a
partir da qual se estendeu a cobertura à massa de trabalhadores e seus dependentes.
Foram os governos militares que consolidaram a articulação entre internação asilar e
privatização da assistência, com a crescente contratação de leitos nas clínicas e hospitais
psiquiátricos conveniados, que floresceram rapidamente para atender a demanda. As
internações passaram a ser feitas não apenas em hospitais públicos (que, dadas as suas
precárias condições, permaneceram reservados aos indivíduos sem vínculos com a
previdência social), mas em instituições privadas, que eram remuneradas pelo setor
público para isso.10 Na maioria das vezes, as clínicas contratadas funcionavam
totalmente as expensas do Sistema Único de Saúde (SUS) – antes via INPS (Instituto
Nacional de Previdência Social). Sua única fonte de receita era a internação psiquiátrica,
remunerada na forma de diária paga para cada dia de internação de cada paciente.
Nesse período merece destaque ainda a realização da III Conferência Nacional de Saúde
Mental, ao final de 2001, em Brasília, com ampla participação dos movimentos sociais,
de usuários e seus familiares que, segundo Delgado et al (2007, p. 43) “consolida a
Reforma Psiquiátrica como política de governo, confere aos CAPS o valor estratégico
para a mudança do modelo de assistência e estabelece o controle social como garantia
da reforma Psiquiátrica”, fornecendo “os substratos políticos e teóricos para a [atual]
política de Saúde mental no Brasil”.
O Programa de Volta para Casa tem como objetivo contribuir para o processo de
reinserção social e resgate da cidadania das pessoas com longa história de internações
em hospitais psiquiátricos, através do pagamento mensal de um auxílio-reabilitação
pago aos seus beneficiários. Entretanto, o programa tem encontrado algumas
dificuldades na sua implementação. A grande maioria dos beneficiários, sendo egressos
de longas internações psiquiátricas, não possui a documentação pessoal mínima para
cadastramento no programa. Muitos não possuem certidão de nascimento ou carteira de
identidade (BRASIL, 2005; DELGADO et al, 2007). A inclusão de beneficiários no
programa depende de vários fatores, entre os quais se destacam o ritmo efetivo da
desinstitucionalização, da organização de Residências Terapêuticas e da reinserção de
pacientes em suas famílias, o que explica a disparidade no número de beneficiários por
estado da federação. Dados desagregados por estado mostravam que, em 2010, os
estados do Sudeste, com um total de 2.347 beneficiários, concentravam 65,7% do total
de beneficiários, enquanto nos estados do Norte apenas quatro pessoas recebiam o
auxílio (BRASIL, 2010, p. 12).
Embora os primeiros CAPS tenham surgido no país desde meados da década de 1980,
só a partir de 2002 passaram a receber uma linha específica de financiamento do
Ministério da Saúde, quando se observa uma grande expansão destes serviços. Com o
cadastramento de 122 novos CAPS em 2011, entre eles cinco CAPSad 24h, a cobertura
nacional em saúde mental chegou a 72%, com 1.742 CAPS em funcionamento
(BRASIL, 2012). Apesar do crescimento numérico extraordinário dessas unidades de
serviço, estes números ainda estão aquém do parâmetro estabelecido pelo Ministério da
Saúde, que é de um CAPS para cada 100.000 habitantes. Além disso, a distribuição
espacial desses serviços no território nacional também é bastante desigual (BRASIL,
2010). Embora o perfil populacional seja um dos principais critérios para o
planejamento da rede de atenção à saúde mental nas cidades, este é apenas um critério
orientador para o planejamento das ações.
Tendências atuais das políticas de saúde mental no Brasil: começo de uma nova
história?
Em uma rápida avaliação do processo aqui historiado, pode-se perceber que a reforma
psiquiátrica brasileira tem se apresentado, de forma geral, bem sucedida e os fatos e
dados aqui apresentados demonstram que ela vem alcançando alguns de seus objetivos,
especialmente no que tange à provisão de recursos extra-hospitalares e redução da
internação asilar. Um dos êxitos da política de saúde mental atual foi ter conseguido o
redirecionamento do financiamento público e um maior controle sobre o funcionamento
dos hospitais. Entretanto, os dados discutidos apontam também para desigualdades
regionais na inserção da Reforma Psiquiátrica nos estados da federação.
Pode ser temerário afirmar que a era asilar tenha sido suplantada no Brasil,
considerando que, em muitos casos, o internamento psiquiátrico como ato de exclusão e
isolamento ainda persiste em muitas localidades. O que se pode afirmar é que a
assistência à saúde mental no Brasil apresenta uma clara tendência para a perda de
hegemonia institucional do hospital psiquiátrico e aponta para uma nova convergência
no modelo assistencial. Mas, o fato de um serviço ser externo não garante sua natureza
não-manicomial e sua qualidade. Uma das críticas mais contundentes da Reforma
Psiquiátrica diz respeito à identificação de certo processo de “reinstitucionalização” nas
políticas de saúde mental, que é demonstrado pela configuração de uma “CAPScização”
do modelo assistencial, na forma como os CAPS são colocados como “centro do
sistema” (AMARANTE e TORRE, 2010, p. 130).
Atualmente, a visão do louco e da loucura como algo a ser excluído do convívio social
tem sido amplamente questionado na medida em que a proposta de
desinstitucionalização vem sendo incorporada na agenda pública. Mas, interessa saber
também qual é a visão dos profissionais de saúde, da população em geral e dos
familiares dos portadores de sofrimento psíquico e como estes atuam neste processo.
Perrusi (2010, p. 103) salienta que o portador de transtorno mental, mesmo deixando de
ser um recluso no asilo, pode perseverar num estado de invalidez permanente ou
sucumbir a uma exclusão social “aberta” ou outras formas de exclusão, e até sofrer um
processo de mendigação. Um dos maiores desafios da reforma psiquiátrica parecer ser
ainda a superação do estigma do “louco” como pessoa perigosa ou incapaz no
imaginário social. A permanência do estigma em relação ao portador de sofrimento
psíquico pode colaborar na perpetuação da exclusão social, na dificuldade de inserção
no mercado de trabalho e na comunidade, na construção de relações afetivas e no
isolamento, muitas vezes levado a efeito pela própria família, na intenção de proteger
seus membros do risco da chacota e do escárnio social.
1Texto produzido no âmbito de um projeto de investigação financiado pelo CNPq (A reforma psiquiátrica no
Brasil: o papel das redes sociais e os desafios nas novas práticas de cuidados na saúde mental - Edital
MCT/CNPq/MEC/CAPES Nº 02/2010). Constitui-se em versão revisada e ampliada de Comunicação
apresentada no XXVIII Congresso Internacional da Associação Latino-Americana de Sociologia (ALAS),
Recife, setembro de 2011.
2Segundo Passos (2009b, p. 35) essa é a expressão utilizada pelos praticantes da desinstitucionalização
italiana, como forma de renomear a doença mental por criticar o seu conteúdo médico-patológico original e
estrito.
3Segundo Machado (1978, p. 382), em meados do século XIX surgem no Brasil os primeiros trabalhos teóricos
sobre alienação mental, entretanto, a teorização psiquiátrica não reflete qualquer articulação com a
prática, se constituindo em “um exercício de cunho universitário, escolar e burocrático”. Apenas em 1881 é
que seria criada a cadeira de Psiquiatria na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.
4Conforme informações de Moreira (1905) e Medeiros (1977, apud ODA E DALGARRONDA, 2005).
5No âmbito da assistência foram criadas as Colônias de São Bento e de Conde Mesquita (para tratamento de
alienados indigentes do sexo masculino) na cidade do Rio de Janeiro, as duas primeiras colônias de
alienados do Brasil e da América Latina. Logo depois foram criadas as Colônias de Juqueri, em São Paulo, e
a de Vargem Alegre, no interior do Rio de Janeiro. Em 1911, foi criada a Colônia de Alienadas de Engenho
de Dentro (para mulheres indigentes) e, em 1920, são iniciadas as obras da Colônia de Alienados de
Jacarepaguá e as obras do manicômio Judiciário (AMARANTE, 1998a, p. 76).
6O SNDM mais tarde se constituiu na Divisão Nacional de Saúde Mental (DINSAM) e hoje é a Coordenadoria
Geral de Saúde Mental do Ministério da Saúde.
7Entre 1841 e 1954 foram criadas 56 instituições psiquiátricas, concentradas principalmente na região Sudeste
(predominantemente no Rio de janeiro e São Paulo), Nordeste e Norte (PASSOS, 2009a, p.107).
9Em 1961 existiam 140 hospitais psiquiátricos no Brasil, dos quais 54 pertenciam à esfera pública e 86 à esfera
privada. Dez anos depois, quando se deu a mais ampla privatização de serviços de saúde da história do
país, 340 hospitais distribuíam-se pelo território nacional, sendo 277 privados e 63 públicos. Em 1981, a
rede hospitalar privada havia crescido ainda mais, alcançando 425 hospitais. Nenhum hospital público foi
aberto entre 1971 e 1981 (MESSAS, 2008, p. 93).
10O direcionamento do financiamento público para a esfera privada durante o regime militar pode ser
percebida no fato de que entre 1965 e 1970 a população internada em hospitais públicos permaneceu
inalterada, enquanto a clientela das instituições privadas remuneradas pelo setor público saltou de 14 mil
para 30 mil, chegando a uma proporção de 80% de leitos contratados junto ao setor privado e 20%
diretamente públicos (TENÓRIO, 2002, p. 34).
11O principal documento norteador das políticas adotadas pelo governo brasileiro nesta área foi a declaração
de Caracas, aprovada em 1990. Este documento estabeleceu a diretriz da saúde mental, centrando-a na
comunidade e dentro de sua rede social. Os recursos, cuidados e tratamentos devem salvaguardar a
dignidade pessoal, direitos civis e humanos, propiciando a permanência do doente em seu meio
comunitário. O principal efeito nocivo do sistema asilar era diagnosticado como o isolamento, a
desintegração social e a exclusão do portador de transtorno mental (DUNKER e KYRILLOS NETO, 2004,
p. 119) .
12O período 1990-2003 concentra a máxima intensidade política e normativa do que chamamos, no Brasil, de
Reforma Psiquiátrica. Para uma visão do conjunto de normativo no período, ver publicação do Ministério da
Saúde (BRASIL, 2004a), que se constitui em uma antologia de documentos legais, capaz de ajudar na
compreensão do esforço de construção da agenda de saúde mental do SUS.
13Macro hospitais (acima de 600 leitos); hospitais de grande porte (240 a 600 leitos psiquiátricos); hospitais
de médio porte (161 a 240 leitos) e hospitais de pequeno porte (até 160 leitos).
14Os CAPS estão estabelecidos em três níveis: CAPS I e CAPS II (para atendimento diário de adultos) e CAPS
III (para atendimento diário e noturno de adultos), definidos por ordem crescente de porte, complexidade
e abrangência populacional. Os CAPSi são destinados ao tratamento de crianças e adolescentes com
transtornos mentais e os CAPSad são destinados à população dependente de álcool e outras drogas. Os
CAPSad III ou CAPSad 24h, que começaram a ser implantados em 2012, são serviços destinados ao
cuidado de pessoas que fazem uso abusivo do álcool e outras drogas, que funcionam 24 horas, nos sete
dias da semana, inclusive finais de semana e feriados.