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Para a redefinição da noção de reforma psiquiátrica, dois pontos são centrais. Em primeiro lugar, a
compreensão da RP como “processo social complexo”, que vai além de simples reforma técnica de
serviços de assistência1. Em segundo lugar, o questionamento da ideia de doença mental como
desvio, bem como a crítica dos conceitos de “desordem” ou “transtorno mental”, forjados a partir de
uma visão biomédica e individual.
Pode-se considerar que muitas experiências de reforma psiquiátrica foram uma espécie de
“renovação”, no sentido de que não produziram reformas no sentido pleno. Produziram
reacomodações, mantendo muitos dos fundamentos tradicionais da Psiquiatria.
No Brasil, o processo de reforma se deu mais no sentido de politização das denúncias e críticas a
partir dos movimentos sociais e das lutas contra o autoritarismo da ditadura e as instituições de
violência que se tornaram “casas de horrores” ,se constituiu como luta por liberdade e contra todas
as formas de violência.
Portanto, RP nasce da sociedade civil, e não do Estado ou de interesses de grupos de poder, como
reivindicação popular e por cidadania e direitos, estando muito mais próxima de uma noção de
“reforma estrutural”,
Raps
Orientada
pelo cuidado em liberdade, pela garantia dos
direitos humanos e civis, pela afirmação da
participação do usuário em seu projeto tera�pêutico e pela implosão da noção da loucura
como expressão de doença mental, criou-se a
Rede de Atenção Psicossocial (Raps), por meio
de um conjunto de dispositivos espalhados
pelo País, em especial, o Centro de Atenção
Psicossocial (Caps)
Os esforços iniciais foram direcionados à população com transtornos graves que estava
submetida ao domínio da lógica psiquiátrica
que lhe atribuía características de periculosidade, incapacidade civil e inevitável
exclusão social.
O acolhimento do
usuário em crise é uma prática que pode
acontecer tanto nas Unidades Básicas de
Saúde (UBS), com possibilidade de encaminhamento às unidades especializadas,
quanto, diretamente, nos serviços de urgência geral e/ou psiquiátricas
Acontecimentos com
efeito disruptivo, como a exposição à violência
ou o desencontro amoroso, podem ser suficientes para que a crise se apresente ao sujeito