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Curso Profissionalizante em

Administração Empresarial 4
Imagens: @freepik

DIGITAL
MARKETING
NEGOCIAÇÃO E
CURSO PROFISSIONALIZANTE EM ADMINISTRAÇÃO Direção Geral: Gilson Lara
EMPRESARIAL E INFORMÁTICA APLICADA Coordenação de Ensino: Felipe Meyer
DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO Texto e Pesquisa: Felipe Meyer
MÓDULO: NEGOCIAÇÃO E MARKETING DIGITAL Projeto Gráfico: Felipe Meyer
1ª Edição - 2022 Ilustrações: @Storyset
CEDUTECH – Centro de Educação Tecnológica Capa: Felipe Meyer (Imagens: @Freepik)

Centro de Educação Tecnológica 3


Sumário
Introdução à Negociação 5
Negociação Estratégica 9
Solução de Conflitos 13
Técnicas de Persuasão 17
Processo de Compra 22
Negociação Baseada em Princípios (Método Harvard) 25
Introdução às Vendas 28
Etapas de uma Venda 31
Metas de Vendas 34
Prospecção de Clientes 38
Clientes Online 45
Digital Customer Experience 49
Persona 53
Marketing de Conteúdo 57
Publicidade Display 62
Social Media 66
E-Commerce 71
Nutrição de Leads 76
Funil de Clientes 81
Campanhas de E-mail Marketing 85
Indicadores e Mensuração de Resultados 91
4 Negociação e Marketing Digital
Introdução à Negociação
Negociação é o processo de buscar aceitação de ideias, pro-
pósitos ou interesses visando ao melhor resultado possível,
de tal modo que as partes envolvidas terminem a negociação
conscientes de que foram ouvidas, tiveram oportunidade de
apresentar toda a sua argumentação e que o produto final seja
maior do que a soma das contribuições individuais.

Deste modo, é inegável que a arte de negociar está presente


em boa parte dos momentos da vida, desde quem vai ao mer-
cado comprar carne a decisões de grandes investimentos. As
decisões que são derivadas das negociações são diretamente
ligadas ao bem estar das pessoas, e é óbvio que isto é real tam-
bém para a conclusão das negociações das quais estas pessoas
fazem parte.
A esfera das negociações sempre, necessariamente, está em
mudança. Conceitos de hoje podem não ser mais válidos ama-
nhã. E também o próprio potencial negociador deve estar
sempre incansavelmente em busca de desenvolvimento, para
que, por consequência, possa antecipar-se a essas mudanças,
administrando-as favoravelmente.

Uma negociação normalmente é originada de uma situação


ou problema ocorrido no passado, visando uma solução para
o presente ou futuro. O início do processo de negociação se
dá pela necessidade de uma das partes em resolver um deter-
minado problema ou solucionar um conflito. Isso implica em
dizer que, para que haja um processo de negociação, necessa-

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riamente precisa haver duas ou mais partes envolvidas e inte- O pano de fundo de uma negociação é a mudança. Condições
ressadas em negociar para chegarem a um acordo. e análises feitas em um dia, não necessariamente são válidas
para o tempo futuro. As mudanças podem acontecer em ho-
No processo de negociação devemos cumprir algumas etapas ras, dias, semanas. Assim, um negociador deve buscar poten-
para que possamos alcançar os objetivos traçados. Assim, es- cialmente desenvolver-se para antecipar-se às mudanças e
tratégias e táticas devem ser seguidas para se evitar ou mini- trabalhar com elas de modo positivo para todos os lados. As-
mizar o aparecimento de impasses. Também no processo sur- sim, todo profissional que busca atuar na área de negociações,
girá a necessidade de se fazer concessões para se alcançar os deve, por obrigação, buscar o seu desenvolvimento e fazer uso
objetivos. Nos negócios, é importante se conhecer, além dos dele em favor da organização que representa.
objetivos, as alternativas e os critérios de decisão que serão
tomadas durante o processo de negociação. A melhor negociação é aquela que apresenta os dois lados sa-
tisfeitos, então, tanto um quanto o outro negociador devem
Para conseguir êxito em uma negociação, não basta iniciar ficar legitimamente comprometidos na busca do melhor resul-
uma conversa e expor argumentos. É preciso se atentar às vá- tado para ambos. Se somente um lado alcançar os seus objeti-
rias etapas: preparação, planejamento, acordos, avaliação e vos, é possível dizer que não houve uma boa negociação, dei-
manutenção. A negociação envolve preparar-se previamente; xando o outro lado com uma sensação de perda ou frustração.
conhecer o outro e o contexto em que estão inseridos; definir É necessário buscar a satisfação do processo como um todo
objetivos e posicionamentos; utilizar uma argumentação base- e lutar para que o melhor resultado possível possa acontecer
ada em fatos e dados; agir com objetividade e assertividade; para os dois lados da negociação.
superar objeções e estar preparado para as concessões. Toda
negociação gera consequências e estas podem ser positivas ou Pilares da Negociação
negativas, logo deve se avaliar que impacto colheremos fruto
de nossa postura durante a negociação. Herb Cohen, autor do best seller “Você Pode Negociar Qual-
quer Coisa”, já atuou em grandes negociações — seus clientes
A habilidade de negociar não é inata, mas, sim, desenvolvi- de consultoria incluem o FBI, a CIA e o Departamento de Justi-
da. Isso significa que podemos melhorar nosso desempenho ça dos Estados Unidos, para citar alguns. De acordo com ele, a
como negociadores com a utilização de métodos e técnicas e ciência da negociação se baseia em três pilares: conhecimen-
com os conhecimentos adquiridos ao longo de anos de traba- to, tempo e poder.
lho, avaliando e reavaliando posicionamentos e posturas.

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• Conhecimento: Para construir o conhecimento, é neces- Não é simples dominar esses três pilares. Mas compreendê-los
sário buscar entender profundamente o tema sobre o e buscar aplicá-los é essencial para alcançar negociações de
qual está falando e, também, pesquisar a respeito daque- êxito.
le com quem está falando, entender suas necessidades e
motivações. Essas informações devem ser precisas, pois Estilos de Negociação
fornecerão bons argumentos e ajudarão a embasar toda
a negociação. O professor, pesquisador e consultor Richard Shell aborda em
• Tempo: O tempo não é relativo somente ao momento do seu livro “Negociar é Preciso”, as diferenças entre dois estilos
relógio, mas às oportunidades. É essencial adequar nos- de negociadores: os cooperativos e os competitivos. A seguir,
sos movimentos ao melhor timing possível, observando vamos explicar como identificá-los e como cada um pode se
não só as reações da pessoa com quem estamos nego- desenvolver para se tornar um negociador mais completo e
ciando, mas também o contexto. Por exemplo, no caso de eficaz.
setores de vendas, deve-se pensar: como está a situação
de oferta e demanda e qual é a previsão para os próximos • Estilo Competitivo: Entre os atributos que caracterizam
meses? Seria interessante aproveitar uma data específi- um negociador competitivo, estão as ofertas iniciais ir-
ca — como a Black Friday — para oferecer promoções e reais e a preferência por deixar o outro fazer a primeira
fechar o negócio? É preciso reconhecer quando o tempo proposta. Isso acontece porque ele quer tirar o maior
está a nosso favor ou contra nós. Isso faz toda a diferença proveito possível para si, buscando sempre ter uma van-
em nosso posicionamento. tagem e oferecendo poucas concessões. Para conseguir
• Poder: O último pilar, mas não menos importante, é o po- o que quer, ele evitará fornecer informações, ao mesmo
der. Poder, este, que se mostra na influência, na convic- tempo que buscará extrair o máximo do outro. Esse com-
ção, nas decisões, no domínio do assunto que está sendo portamento “fechado” demonstra que não há interesse
tratado. O exercício desse poder faz com que ambas as em uma relação, mas somente em beneficiar-se naquela
partes se sintam mais seguras para negociar. Para conse- situação. O outro é visto como oponente ou adversário.
guir praticá-lo, é preciso ter autoconfiança, mas sempre O negociador competitivo, sob esses aspectos, entende a
com cuidado para não agir de modo arrogante ou gros- negociação como um jogo a ser vencido, dentro do con-
seiro. O poder é expresso pela nossa capacidade de fazer ceito ganha-perde — quanto mais eu ganho, mais o ou-
prevalecer nossas posições ou impedir que o outro, preva- tro perde; quanto menos eu perco, menos o outro ganha.
leça com as dele. É levar o resultado da negociação o mais Esses aspectos podem levar à perda de acordos mais du-
próximo de nossos objetivos. radouros e a problemas de relacionamentos, magoando

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colegas, clientes e fornecedores e perdendo a confiança Perfil do Negociador
deles.
• Estilo Cooperativo: Os negociadores cooperativos, por Existem algumas habilidades necessárias para um bom nego-
sua vez, não enxergam o outro como oponente ou ad- ciador. Entre elas, está a de ser um bom ouvinte. Fomos plane-
versário. Eles são mais dispostos a revelar dados e a fazer jados, ou criados, com uma boca e dois ouvidos. Esta relação
concessões e ofertas realistas, pois querem que o relacio- deve significar muito mais do que a estética do equilíbrio em
namento seja preservado e que continue no futuro. As- nosso visual, assim, praticar a escuta, sincera, atenta e sem
sim, o negociador cooperativo, sob esses aspectos, enten- interrupções, pode demonstrar que se está aberto a entender
de a negociação como um processo de compartilhamento a mensagem da outra pessoa e com isso, adquirir informações
de informações, ideias e opções, para a busca de ganhos que poderão ser valiosas no processo de negociação.
mútuos, dentro do conceito ganha-ganha. Opções bem
trabalhadas e debatidas aumentariam, em tese, as chan- Na medida em que praticamos a escuta atenta e sem inter-
ces de um bom negócio para todos. Porém, é perigoso rupções, acontece uma forma de habilitação para decodificar
que o negociador cooperativo forneça mais informações a mensagem que vem do outro lado e com isso obter infor-
do que o necessário e que seja passado para trás, caso mações importantes para a construção do processo de nego-
não consiga defender os próprios interesses e acabe acei- ciação. Profissionais da área de negociação, ou, negociadores,
tando concessões prejudiciais à si mesmo e à empresa. desenvolveram a ciência, ou consciência, de que quase tudo
Ou, então, caso precise abandonar a negociação, pode se pode ser negociado, bastando que o ambiente de negociação
sentir extremamente frustrado. seja declarado. Atitudes agressivas devem ceder lugar ao con-
senso, de modo que os objetivos sejam alcançados durante o
Ao identificar qual é o seu próprio estilo e qual o estilo dos co- processo. É fundamental compreender que, mesmo acordos
laboradores da equipe, bem como os estilos daqueles com os difíceis, sempre podem apresentar possibilidades de alterna-
quais negocia, é possível conseguir relacionamentos e acordos tivas.
mais proveitosos para todos.

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Negociação Estratégica

Para compreender a negociação estratégica, é necessário


diferenciar estratégia de tática. Suas raízes remontam da
Antiga Grécia, associadas à arte da guerra. O conceito de tática
sempre foi o mesmo, relacionada ao preparo e à condução
de combates, derivada do grego taktika ou de taktik, a “arte
de dispor ou organizar as forças para o combate”. O termo
estratégia, por outro lado, sofreu evoluções. No idioma
grego, um strategos era um comandante militar e membro do
conselho de guerra. Os romanos usaram o termo strategia,
em latim, para se referirem a um território controlado por um
strategus.

No século XIX, após a derrota de Napoleão, surgiram as obras


de Jomini e Clausewitz, trabalhos que fundam o pensamento
estratégico ocidental. Os dois autores abordaram o conceito
de estratégia de forma diferente. Enquanto Jomini considerava
estratégia como um conjunto de princípios que deveriam
ser rigorosamente seguidos para que o estrategista fosse
bem sucedido, Clausewitz a considerava como uma arte, um
conjunto de elementos que deveriam ser combinados, com
base na experiência e no conhecimento do estrategista e de
acordo com as circunstâncias e as ações do inimigo.

Unindo estes conceitos a definições posteriores, portanto,


estratégia seria a a arte de usar embates para alcançar os

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objetivos da guerra, enquanto a tática seria a maneira como as • Postura: É a forma como você encara a negociação. A
manobras e as ações de uma força seriam conduzidas, durante visão tradicional é aquela que encara o processo de
cada embate. negociação como uma batalha, enxergando o outro como
adversário, como inimigo. Nessa visão tradicional tende-se
Seja qual for o negócio, um ponto chave para alcançar o sucesso a puxar todas as vantagens para si próprio, onde somente
e se manter no topo é certamente uma boa estratégia. Muitos haveria um ganho se o “inimigo” tivesse uma perda.
empresários não dedicam tempo suficiente a um planejamento Na realidade, deve-se usar uma visão com mudança de
minucioso e acabam gerindo suas empresas apenas com o mentalidade, pensando numa postura colaborativa. Essa
chamado “street smart”, conhecimento adquirido na vivência, postura colaborativa envolve, como o nome afirma, em
no dia-a-dia. Claro que observação, felling e inteligência de rua colaboração e cooperação entre as partes, que devem
são super importantes e podem ajudar muito nas decisões. entender ao invés de impor as suas vontades. O acordo
numa negociação independe de uma única vontade, ao
Mas, obviamente, apenas isso não é suficiente. Juntar estas contrário, tende-se a acolher os reais interesses das partes.
informações, estudos e montar um bom planejamento Aqui deve-se entrar na negociação de forma desarmada,
estratégico para auxiliar suas futuras negociações vai minimizar ou seja, deve-se entender a vontade, as intenções, os
as chances de erro e garantir que você siga no caminho certo desejos, do outro, para efetivamente conseguiram o
(ou o mais próximo possível dele). Afinal, para conquistar seu acordo e a colaboração para o fim almejado.
objetivo em uma negociação, sobretudo nas mais complexas, • Preparação: A preparação, normalmente, é negligenciada
é importante se preparar antecipadamente. pelos envolvidos. Assim, deve-se estudar quem são todas
as partes envolvidas, sejam elas pessoas ou empresas,
Uma negociação envolve sempre um impasse e uma disputa quais são os interesses em jogo (e listá-los por ordem de
de força. Por isso, lembre-se: ninguém negocia quando não há prioridade da seguinte forma - em essenciais, importantes
interesse no acordo. e desejáveis) e quais as alternativas vislumbradas, o que
cada um faria se o acordo não fosse possível. Deve-se
Segundo Breno Paquelet (especialista em Negociações focar em mapear as partes, mapear os envolvidos.
Estratégicas pela Harvard Business School,), existem cinco • Comunicação: Esse pilar também é de grande importância,
pilares de negociação estratégica: postura, preparação, visto que a falta de uma boa comunicação poderá ruir a
comunicação, táticas de negociação e emoções. negociação. A negociação existe porque essas pessoas

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têm alguns interesses em comum, mas há outros momento. É de grande importância medir a temperatura
interesses que são conflitantes. Para descobrir quais são emocional do ambiente, negociando, apenas, quando os
esses interesses, se faz necessário uma boa comunicação, ânimos estiveram saudáveis. Deve-se minimizar ultimatos.
conseguimos identificar a possibilidade de combinação
de interesses, sendo um aspecto essencial dentro da Lendo cada um dos pilares, talvez você tenha percebido que já
negociação. se viu utilizando um ou outro pilar, ou mesmo, se você for bem
• Táticas de negociação: A tática vai mudando de acordo atento, vai perceber que usa isso em suas negociações diárias.
com a situação enfrentada e o desenrolar da negociação.
Toda negociação depende da percepção e influência. A diferença que queremos colocar aqui é que, para uma
Na negociação, deverá existir um equilíbrio entre a boa negociação, devemos estar atentos aos cinco pilares da
forma como cada um é percebido e a influência que isso negociação estratégica o tempo todo e de forma consciente.
acarretará nas decisões ou o que cada parte considerará Com eles, temos maiores chances de sucesso na negociação.
como um bom acordo. Isso não significa que o indivíduo
abrirá mão de sua autonomia, não significa ceder. É Existem alguns estilos usados na busca do compromisso final
ouvir para entender e descobrir o problema que se tem de uma negociação. E dependendo de qual estratégia de
para resolver. As vezes um bom acordo para um, não negociação for adotada, os resultados poderão ser mais ou
necessariamente, será um bom acordo para outro. Por menos adequados.
isso, deve-se atentar sempre aos pilares da negociação.
Não deve precipitar-se e oferecer vantagens apenas Veja os 5 principais estilos:
porque a outra parte está pensando. Deve-se aguardar.
Outro ponto, é que somente deve-se falar em valor, • Competição: não existe a intenção de se chegar a um
quando informações que lhe trarão vantagens, e mudar as acordo benéfico para ambas as partes. O objetivo é ter mais
perspectivas do cliente de que nem sempre o melhor é o vantagens e “vencer” o outro negociador. Normalmente
menor preço, mas sim outros benefícios daquele negócio. uma das partes sai perdendo ou não há acordo.
• Emoção: Uma palavra mal colocada, uma acusação ou • Evitação ou evasão: as partes parecem negar para
uma discussão mais ríspida poderá terminar com todo si mesmas que existe um problema a ser superado.
o acordo e toda a negociação que se deu até aquele Geralmente não leva a resultado algum, pois a própria

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negociação é evitada.
• Colaboração: os dois lados conversam muito, expõem
fatos, fazem perguntas e sempre estão buscando uma
solução comum que agrade a ambos.
• Acomodação: muitas vezes uma das partes confunde
colaboração com “ceder”. Sim, é preciso negociar e ceder
em alguns pontos, mas a acomodação significa que uma
das partes perdeu além do razoável por sua própria
vontade. Às vezes, pode ser uma estratégia para conseguir
ganhos de relacionamento de longo prazo.
• Conciliação: um meio termo em que as partes acabam
cedendo em alguns pontos, mas de uma forma em que as
duas não estão tão satisfeitas com o resultado final.

Normalmente, o que se busca na arte da negociação é usar


uma estratégia de colaboração para que os ganhos e perdas
sejam compensadores para ambos os lados.

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Solução de Conflitos

O conflito é um elemento importante na vida da empresa. É


inevitável e jamais será eliminado. Neste sentido, qualquer te-
oria que proponha um consenso e o entendimento perfeito
como normal e natural numa empresa parece bastante irreal
e até perigoso, pois será de esperanças injustificadas. Em com-
pensação, parece bem possível sustentar um nível aceitável de
conflito num tempo relativamente curto. O mesmo acontece
em relação ao tempo de que se dispõe para cuidar de um con-
flito.

Os conflitos talvez não sejam apenas inevitáveis, mas também


necessários, pois, no centro da vida, do movimento, de qual-
quer grupo de pessoas em qualquer organização, as manifes-
tações são expressas através das diferenças, e é justamente
a diferença que cria a riqueza, que leva à mudança, ao cres-
cimento. O conflito faz parte do trabalho com pessoas; é um
acontecimento natural em quase todos os dias de trabalho.
Como tal, não precisa ser um problema, mas pode chegar a ser
se não lidarmos com ele de forma eficaz.

As origens dos conflitos são diversas, mas têm, normalmente,


sua causa maior nas diferenças pessoais e grupais. Podemos
citar alguns fatores pessoais principais:

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• Preconceitos; Mediação e Conciliação
• Grosserias;
• Teimosia; Além da negociação propriamente dita, que, como processo e
• Insensibilidade; forma de resolver conflitos, visa compatibilizar interesses das
• Mágoa; partes pela via direta, a mediação e a conciliação são métodos
• Diferenças de percepção/valores; alternativos de resolução de conflitos que fazem uso de ter-
• Diferenças de interpretação de fatos; ceiras partes. A mediação e a conciliação também fazem uso
• Diferenças de objetivos/prioridades; da negociação para viabilizar os resultados desejados, e estão
• Diferenças sobre métodos e processos; entre os métodos alternativos de resolução de conflitos.
• Competição por recursos escassos;
• Competição por supremacia; • Mediação: Há certas situações em que é útil a participa-
• Mal-entendidos; ção de um terceiro facilitador para mediar processos de
• Expectativas não satisfeitas. autocomposição das controvérsias, sendo usada quando
um dos indivíduos ou ambos não abrem mão do seu in-
Uma distinção importante é caracterizar o que são conflitos teresse por inteiro ou em parte. Por meio de uma série
com causas reais e com causas emocionais. de procedimentos específicos, o mediador estabelece
um relacionamento funcional, identifica os interesses das
Os conflitos com causas reais envolvem divergências acerca partes, constrói um conjunto de alternativas de solução e
de políticas, normas, prioridades, recursos, papéis e relações estimula as partes a encontrarem as soluções mais ade-
formais entre as partes. Os conflitos com causas emocionais quadas.
compreendem sentimentos negativos entre as partes, como • Conciliação: Muitas vezes é necessária a utilização de
os de desconfiança, desprezo, ressentimento, medo, rejeição. um conciliador para tentar chegar a um acordo. Mas este
terá que possuir um conjunto de habilidades, como, por
A distinção entre esses dois tipos de conflito é importante, exemplo, de investigação, e ser um bom ouvinte. A impar-
pois será fator determinante para orientar a resolução. O con- cialidade é necessária para que, sem coagir as vontades
flito baseado em causas reais exige negociações e soluções de das partes, o terceiro as convença das vantagens de al-
problemas pelos participantes e até mesmo intervenções de cançarem um acordo que, mesmo não sendo totalmente
terceiras partes neutras. satisfatório, poderá limitar o conflito e minimizar perdas.

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Visão Positiva do Conflito Administração de Conflitos

O conflito é fonte de ideias novas, podendo levar a discussões Para uma eficaz resolução dos conflitos é preciso compatibili-
abertas sobre determinados assuntos, o que se revela positi- zar alguns passos a serem seguidos, conhecer e aplicar alguns
vo, pois permite a expressão e exploração de diferentes pon- saberes e, também, definir o estilo a ser adotado. Os seguintes
tos de vista, interesses e valores. passos são considerados de suma importância:

Em alguns momentos, e em determinados níveis, o conflito • criar uma atmosfera afetiva;


pode ser considerado necessário se não se quiser entrar num • esclarecer as percepções;
processo de estagnação. Assim, os conflitos não são necessa- • focalizar em necessidades individuais e compartilhadas;
riamente negativos; a maneira como lidamos com eles é que • construir um poder positivo e compartilhado;
pode gerar algumas reações negativas. • olhar para o futuro e, em seguida, aprender com o pas-
sado;
A administração de conflitos consiste exatamente na escolha • gerar opções de ganhos mútuos;
e implementação das estratégias mais adequadas para se lidar • desenvolver passos para a ação a ser efetivada;
com cada tipo de situação. • estabelecer acordos de benefícios mútuos.

O conflito positivo é um processo onde uma das partes envol- Para que a negociação possa ocorrer é necessário que ambas
vidas percebe que a outra parte frustrou ou irá frustrar os seus as partes tenham as seguintes capacidades:
interesses. Isto quer dizer que, no dia a dia, vivemos o conflito
de diferentes maneiras. Quantas vezes as pessoas não atraves- • Saber comunicar: Sem diálogo não há comunicação nem
sam o nosso caminho, dificultando ou mesmo impedindo o solução possível para os problemas. A maioria dos erros,
atingimento de nossos objetivos? omissões, irritações, atrasos e conflitos é causada por
uma comunicação inadequada.
Assim, o conflito não deve ser visto apenas como impulsiona- • Saber ouvir: Ouvir ativamente, pois metas e intenções
dor de agressões, disputas ou ataques físicos, mas como um não compreendidas levam sempre a uma resolução sem
processo que começa na nossa percepção e termina com a sucesso. Demonstrar interesse genuíno pela pessoa que
adoção de uma ação adequada e positiva. fala e pelo assunto. Evitar criticar ou tentar dirigir a con-

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versa. Adotar uma posição afirmativa, mostrando respeito conclusão está correta e a dela está equivocada. Leva a
pela outra pessoa. outra parte a aceitar a culpa por um problema qualquer.
• Saber perguntar: Saber perguntar é uma outra faceta do • Colaboração: Contempla os interesses das partes envol-
ouvir ativamente, pois quem pergunta conduz a conversa. vidas no conflito, busca um resultado benéfico para todas
as partes envolvidas.
Quanto ao estilo a ser adotado, é recomendável adotar um es- • Evitação: Trata-se de um estilo considerado não assertivo
tilo que leve à solução do conflito da forma mais pacífica pos- e não cooperativo. Evita todo e qualquer envolvimento
sível. O que vai definir seu atual estilo de administrar conflitos com o conflito, chegando a negar sua existência e o conta-
está diretamente ligado a duas importantes características de to com as pessoas que podem causá-lo.
comportamento: assertividade e cooperação. • Acomodação: Trata-se de estilo considerado não asserti-
vo e cooperativo. A parte que utiliza este estilo tende a
A seguir, relacionam-se alguns estilos e algumas de suas ca- apaziguar a situação, chegando a colocar as necessidades
racterísticas: e interesses da outra parte acima dos seus.
• Compromisso: Este estilo encontra-se no padrão médio
• Competição: Busca satisfação dos interesses, indepen- de assertividade e cooperação, em que uma das partes
dentemente do impacto que isto possa causar na outra envolvidas no conflito desiste de alguns pontos ou itens,
parte envolvida. Tenta convencer a outra parte de que sua levando a distribuir os resultados entre ambas as partes.

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Técnicas de Persuasão

As técnicas de persuasão são ferramentas utilizadas para apri-


morar o poder de convencimento de pessoas que trabalham
em diferentes setores, como o jurídico, finanças, imóveis, edu-
cação, recursos humanos, entre outros. Porém, muitas pes-
soas apresentam dificuldades na hora de persuadir o público,
e acabam estagnadas profissional e pessoalmente. Vale dizer
que é comum confundir a persuasão com a manipulação, mas
estes são conceitos totalmente diferentes.

O termo persuasão tem origem no latim, a partir do termo per-


suadere, que significa convencer. O conceito de persuasão está
diretamente conectado com a ideia de convicção. Afinal, per-
suadir significa fazer com que alguém acredite ou adote ter-
minado comportamento ou ideia que você está expressando.
Sendo assim, a expressão “poder de persuasão” faz referência
à habilidade do ser humano convencer, a partir de palavras e
atitudes, outras pessoas.

Dessa maneira, compreende-se que a persuasão é uma forma


de comunicação com viés puramente estratégico. Por ser com-
posta por argumentos lógicos ou simbólicos, o ato de persua-
dir torna-se mais do que um simples diálogo, mas uma técnica
eficaz para diversas áreas da vida do ser humano — principal-
mente, o profissional.

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A persuasão tem como base argumentos que levam a pessoa do consumidor. Afinal de contas, a emoção ajuda a vender,
refletir sobre o assunto abordado. Depois de pensar sobre enquanto a razão confirma a compra. Além disso, os gatilhos
aquilo, ela toma a decisão de modo consciente. Não há men- mentais auxiliam o consumidor a decidir comprar um produto
tiras durante o processo de convencimento e, ao contrário da específico ou optar por determinada marca em detrimento de
manipulação, ambas as partes saem ganhando — tanto quem outras opções. Por exemplo, se você trabalha em uma causa
persuade quanto quem é persuadido. social, vai preferir comprar produtos de empresas que apoiam
essa causa.
Há diferentes maneiras de persuadir outras pessoas, seja em
ambientes corporativos, jurídicos, escolares e até no âmbito Apesar de cada pessoa ter uma experiência de vida, os gatilhos
social. Cabe a você distinguir qual é a mais adequada para mentais são os mesmos e podem ser ativados de forma similar.
atingir seus objetivos e, também, que seja compatível com as E todos eles levam as pessoas ao ato de comprar. Por isso, mais
necessidades e linguagem de cada interlocutor. do que conseguir acessos ao site ou visitas à loja, é importante
conquistar e encantar os clientes, mostrando a eles que a sua
Gatilhos Mentais empresa pode oferecer exatamente aquilo que eles desejam.

Quem participa do mundo dos negócios está sempre tentando Os gatilhos mentais podem ser ativados de diversas maneiras
encontrar modos de incentivar o consumidor a se decidir pela e existem diversos tipos. Em qualquer dos casos, é necessário
compra. O marketing e as vendas trabalham muito esta ques- conhecer um pouco sobre psicologia para conseguir utilizar os
tão, que têm relação com a parte psicológica e comportamen- gatilhos mentais a favor do seu negócio.
tal dos clientes, e isso tem tudo a ver com gatilhos mentais.
Há sete gatilhos mentais principais que devem ser usados para
Todos os seres humanos têm seu comportamento influenciado persuadir o consumidor a adquirir o produto da sua empresa.
por aspectos sociais, emocionais e instintivos. No momento de São eles: segurança, porque, prova social, autoridade, reci-
decidir pela compra, estes elementos não racionais interferem procidade, afinidade e escassez. De forma resumida, cada um
bastante. Eles são os gatilhos mentais, ou seja, argumentos desses gatilhos mentais têm uma característica essencial que
persuasivos que influenciam o comportamento das pessoas. ajuda na estratégia.

Devido a essa característica, os gatilhos mentais são utilizados • Segurança: O consumidor precisa confiar na empresa,
pelos setores de venda e de marketing para ativar as emoções ao mesmo tempo em que esta deve passar segurança ao

18 Negociação e Marketing Digital


cliente. Isso pode ser feito por meio do atendimento e por e que vocês têm o mesmo tipo de linguagem é uma ma-
estratégias de marketing de conteúdo. neira de criar afinidade com o público-alvo e incentivá-lo
• Porque: Quando o cliente apresentar uma objeção, a em- a adquirir seu produto ou serviço.
presa deve estar preparada para rebatê-la. Esse é o gati- • Escassez: Esse gatilho mental relaciona-se à urgência que
lho mental do porque, que mostra ao cliente os motivos os seres humanos têm em resolverem seus problemas.
pelos quais ele deve experimentar o produto ou serviço Existem quatro tipos de escassez - tempo (a necessidade
que a sua empresa oferece. é urgente e, por isso, precisa ser resolvida em pouco tem-
• Prova social: Basicamente, a prova social acontece quan- po), de lote (há um preço promocional, que pode acabar a
do outros consumidores falam bem do seu produto. qualquer momento), de bônus (é oferecido um bônus ou
Dessa forma, os potenciais clientes têm mais chance de um desconto para que o cliente compre em determinado
adquirirem com a sua empresa se outros consumidores período ou numa quantidade predeterminada) e de vagas
falarem bem do produto. Esse gatilho mental é mais efe- (o serviço possui vagas limitadas, então o cliente precisa
tivo quando o depoimento é feito em vídeo ou em um se decidir logo ou pode ficar sem conseguir uma vaga).
texto com foto e um pouco menos efetivo quando é um
texto sem foto. Para conseguir o resultado esperado é preciso saber aplicar as
• Autoridade: Esse gatilho mental é ativado quando uma técnicas para cada um dos gatilhos mentais — e essa é a chave
autoridade no segmento do produto recomenda-o e fala para o sucesso da estratégia. Um exemplo é a Amazon e outras
bem dele. Ou seja, um especialista está comprovando que lojas virtuais, como Submarino, Americanas, Dafiti, etc. Estas
aquele produto funciona, é bom e deve ser usado por lojas utilizam sempre a ideia da escassez com a mensagem:
quem quer ter bons resultados. “resta 1 em estoque”.
• Reciprocidade: O ser humano tem a necessidade de retri-
buir. Essa característica está relacionada ao gatilho men- Apesar de, teoricamente, essa mensagem ser negativa para as
tal da reciprocidade. Assim, se a sua empresa oferece um empresas, porque representa uma baixa em estoque, o que
conteúdo de qualidade e um atendimento diferenciado, significa que vendas serão perdidas devido ao fato de o pro-
o cliente tende a comprar seu produto ou serviço, retri- duto não estar mais disponível, as empresas inverteram essa
buindo o favor. situação, ativando o gatilho mental da escassez.
• Afinidade: A empresa pode conquistar mais clientes se
conseguir ter afinidade com eles. Demonstrar que os in- Já um caso de sucesso do gatilho mental da autoridade é uma
teresses da empresa e os do seu cliente são os mesmos, propaganda veiculada pela Tigre, empresa que trabalha com

Centro de Educação Tecnológica 19


tubos, conexões e outros produtos voltados para a construção muita coisa, Neuromarketing é a junção da Neurologia e do
civil. Alguns anos atrás, a Tigre divulgou um comercial cujo slo- Marketing.
gan era: “quem usa Tigre é autoridade no assunto”. A ideia era
mostrar que os clientes que optavam pelos tubos e conexões Indo mais além, podemos definir que o Neuromarketing con-
Tigre deveriam ser respeitados, porque eram especialistas no siste nos estudos que possuem o objetivo de entender como
assunto, já que escolhiam o melhor produto. o cérebro humano reage a estímulos e a apelos de marketing.

Storytelling Graças a isso, os empreendedores passam a ter mais condi-


ções de criarem campanhas mais eficientes, dominar técnicas
Histórias emocionam pessoas e também educam e persua- de persuasão e aumentar as vendas nos negócios.
dem. Inclusive algumas fazem tudo isso ao mesmo tempo, pois
a arte de contar histórias é algo poderoso que acompanha a O fato é que o Neuromarketing, por meio de técnicas de resso-
humanidade desde os primórdios. nância e outras tecnologias, consegue descobrir como o con-
sumidor responde a determinados estímulos visuais, sonoros
Uma história bem contada, narrada com propósitos de persu- e olfativos.
adir, também é um bom exemplo de gatilho mental, especial-
mente quando o objetivo é apelar para o lado emocional. Pense, por exemplo, que você está em dúvida da cor que vai
usar na embalagem do seu produto. Nesse caso, as técnicas de
O ato de ouvir narrativas ativa partes do cérebro relacionadas Neuromarketing aplicadas ao seu público-alvo apontam quais
com a visão, com o som e com momentos marcantes da vida. as melhores alternativas.
Tudo isso, de alguma forma, pode influenciar um indivíduo a
optar por um produto e não pelo outro, ainda que ambos so- Postura de Poder
lucionem o mesmo problema.
A leitura corporal é uma das ferramentas de nosso inconscien-
Neuromarketing te para avaliar os riscos de cada situação. Mesmo que não per-
cebamos, nosso cérebro identifica micro movimentos e ten-
Em se tratando de conhecer técnicas de persuasão, é impor- sões corporais para fazer uma leitura do ambiente. Quando
tante dar uma olhada no que a ciência conhecida como Neu- o negociador mantém uma postura persuasiva, ele aumenta
romarketing tem a revelar sobre o assunto. O nome já entrega inconscientemente a sua autoconfiança e comunica ao inter-

20 Negociação e Marketing Digital


locutor que está em um terreno seguro. Essa segurança é o
suficiente para estimular a confiança do cliente naquele pro-
fissional e ouvir atentamente o que ele tem a dizer.

É mais difícil, por exemplo, confiar em um negociador que fala


baixo, mantém os ombros caídos e um olhar fugaz. Em contra-
partida, quando nos deparamos com um negociador de dicção
clara, postura dominante e olhar focado, tendemos a levá-lo
mais a sério. Portanto, evite demonstrar insegurança ou ansie-
dade. E lembre-se de que os comportamentos autoconfiantes
precisam ser naturais, ou seja, nada de parecer um robô exe-
cutando funções programadas.

Centro de Educação Tecnológica 21


Processo de Compra

Processo de compra é o trajeto que um consumidor percorre


desde que sente a necessidade de comprar algo até o momen-
to em que faz a compra. Essa jornada envolve o reconheci-
mento do problema, a busca por informações, a avaliação das
alternativas, a decisão de compra e a avaliação pós-compra.

O comportamento do consumidor evoluiu muito nas últimas


décadas, e o acesso facilitado à informação tem desempenha-
do um papel fundamental nessa transformação. Antes, o pro-
cesso de vendas era mais simples. O produto estava no centro
das atenções e a publicidade sem segmentação era suficiente
para convencer os consumidores a comprar. Agora, porém, os
potenciais clientes percorrem uma jornada de compra mais
complexa até decidirem adquirir um produto ou contratar um
serviço.

O comportamento do consumidor possui inúmeras situações


que podem ser identificadas a partir das suas necessidades,
no entanto, geralmente é através de alguma influência que ele
passa a querer adquirir algum produto ou serviço. É impor-
tante ter a compreensão de que o consumidor possui atitudes
diferentes, ou seja, quando compra um chocolate, a satisfação
é bem diferente de quando irá adquirir um veículo, um eletro-
doméstico ou um eletrônico.

22 Negociação e Marketing Digital


O processo de compra é a jornada que o cliente percorre até tivas como negativas.
comprar um produto ou contratar um serviço. Pode ser com- • Nível 4: Compras que requerem uma alta implicação e na
parado com uma viagem em que a pessoa passa por vários qual se cria um forte confronto entre as alternativas ex-
pontos até chegar ao destino. Em cada estágio do processo teriores e, inclusive, as criadas pelo próprio consumidor.
de compra, o potencial cliente pode aumentar a simpatia que
sente pela empresa ou simplesmente decidir se afastar. Etapas

Níveis de Implicação O processo de compra consiste em uma série de etapas que


um consumidor ou cliente percorre desde o momento em que
Ao comprar um produto ou ao escolher um determinado ser- toma conhecimento da existência de uma solução oferecida
viço, inclusive naqueles casos em que possa parecer uma com- no mercado para um desejo ou necessidade que ele tem, até
pra impulsiva, segue-se um processo. Existem diversas teorias se decidir pela compra e fechar o negócio, acrescentando-se
sobre quais são as etapas básicas deste processo de decisão também as etapas seguintes de pós-vendas, fidelização e re-
de compra, mas, tendo em conta que não compramos do mes- petição de compra.
mo modo uma baguete de pão e um carro, antes de tentar
concretizá-las é necessário identificar o nível de implicação na Conhecer as etapas do processo de compra pelas quais os seus
compra, uma vez que será a maior ou menor implicação do clientes passam é determinante para a adoção de estratégias
consumidor o que influenciará no tempo e no automatismo ou realmente capazes de impulsionar os resultados das vendas
não de cada uma das fases do processo. do seu negócio.

Distinguem-se 4 níveis de implicação: • Reconhecimento da necessidade: Nesta fase o consumi-


dor apercebe-se de que precisa ou que lhe preocupa al-
• Nível 1: Compras rotineiras ou por repetição. São as mais guma coisa. Esta primeira tomada de consciência sobre
comuns e costumam-se fazer de forma inconsciente. a necessidade de algo que falta representa o início do
• Nível 2: Compras habituais, mas sobre as quais o consu- processo de compra e pode ser provocada por uma ne-
midor faz uma mínima reflexão antes de finalizar o pro- cessidade real ou forçada (normalmente motivada pela
cesso decisão de compra. publicidade).
• Nível 3: Compras de implicação média nas quais o consu- • Procura de informação: O consumidor, perante o seu
midor entra em conflito entre as diferentes alternativas problema ou necessidade, procura soluções e tem que se
com a que se encontra e que se gera emoções, tanto posi- informar sobre que opções tem. Para a procura desta in-

Centro de Educação Tecnológica 23


formação, cada segmento de consumidores utiliza deter- O processo de decisão do consumidor deverá ser encara-
minados canais - tradicionais, interativos, fontes comer- do com extrema importância por parte dos profissionais de
ciais, fontes pessoais, etc… que, portanto, se deve levar marketing, pelo motivo de que esse passa por várias etapas
em conta para adequar uma estratégia comercial. até chegar à decisão de adquirir ou não o produto ou serviço.
• Ponderação de alternativas: O consumidor, de forma Para que se compre o produto da empresa, o marketing refor-
mais consciente ou inconsciente, de forma mais ou me- ça os procedimentos no consumo, benefícios, características
nos rápida, de forma mais impulsiva ou racional, compara que fortaleçam a escolha no processo de avaliação. É sabido
alternativas. Qual é a opção que mais lhe convém? Nesta que temos gostos diferentes, mas as empresas tentarão, de to-
fase, é fundamental que, no campo da estratégia comer- das as formas, convencer o indivíduo a escolher o seu produto
cial, se identifique quais são as características com base e não o do concorrente.
às quais os clientes potenciais realizam a sua ponderação
de alternativas. Para alguns setores, será o preço, para ou- Influências
tros, o desenho, para outros ainda, a facilidade de com-
pra… fazendo chegar através do marketing a mensagem O processo de compra pode ser levado a duas considerações,
de que o nosso produto é a melhor solução. ou seja, por dois tipos de influências: a interna e a externa. As
• Decisão de compra: Esta fase corresponde à continuação influências internas geralmente são levadas por fatores psico-
da avaliação de alternativas que implica a seleção daquela lógicos, como a percepção, a satisfação, motivação, atitudes
que melhor encaixa, determinando a decisão final do con- e a personalidade do indivíduo. Já as influências externas são
sumidor e na qual terá de escolher uma marca ou produto geralmente levadas por fatores como a classe social, família,
determinado ou, pelo contrário, não comprar ou decidir- grupos étnicos e a cultura em si.
-se por uma solução alternativa.
• Comportamento pós-compra: Depois de ter tomado uma Quando induzido a uma compra e, já na sua residência, ocorre
decisão sobre um produto ou marca, efetivando a com- o fator psicológico de uma depressão pelo fato de o consumi-
pra, existe um prazo posterior, no qual o marketing não dor não estar satisfeito com a aquisição. No entanto, muitas
pode estar alheio. O consumidor está satisfeito? Acertou pessoas não fazem a devolução por simples timidez e pela per-
na sua escolha? Do comportamento pós-compra não de- da de tempo em retornar à loja.
pende apenas se o cliente fica com o produto ou serviço,
mas também se existem possibilidades de que ele volte a
escolher a empresa ou marca.

24 Negociação e Marketing Digital


Negociação Baseada em Princípios (Método Harvard)

Na maioria das vezes, a negociação é relacionada a um jogo


com um lado vencedor e outro perdedor, mas o Método Har-
vard desconsidera essa possibilidade. Ao final do acordo, to-
dos os envolvidos acabam satisfeitos com o que for decidido.
Essa estratégia garante que, além de atingir os objetivos a cur-
to prazo, os negociadores poderão manter uma boa relação a
longo prazo também, facilitando futuras negociações.

O método Harvard de negociação foi desenvolvido por William


Ury e Roger Fisher para o programa de negociação da univer-
sidade. A proposta central dessa metodologia é que todas as
partes envolvidas na negociação sejam beneficiadas, diferente
de modelos tradicionais que propõem que uma parte tenha
vantagem sobre a outra.

O método sugere que os lados envolvidos na negociação se


percebam como aliados, e não adversários. Esse entendimen-
to contribui para uma relação mais colaborativa, e isso torna
a resolução de eventuais conflitos mais fácil, o que leva um
resultado positivo para todos. O pensamento comum de que
a negociação é um jogo de somatória zero, isto é, que sempre
resultará em alguém perdendo e alguém ganhando, não é con-
siderado válido. Ambas ou as várias partes envolvidas devem
sair satisfeitas com o acordo final.

Centro de Educação Tecnológica 25


Componentes tes, emoções como medo e raiva e problemas de comuni-
cação. Entre as soluções estão tentar entender o ponto de
Toda negociação conta com dois componentes fundamentais. vista da outra pessoa, se colocando na posição dela, não
O primeiro é “o que” você busca alcançar. Refere-se ao con- assumir que o outro irá fazer acontecer seus piores me-
teúdo em si, como, por exemplo, comprar uma casa. Essa é dos, nem culpar ou ataca-lo pelo problema, tentar criar
a parte simples do processo. O segundo componente, muitas propostas que sejam atraentes e reconhecer emoções,
vezes ignorado, é o “como” você negocia. É o caminho, as fer- tentando entender suas origens.
ramentas a serem utilizadas. Isso é relevante, no entanto, por • Foque nos interesses, não em opiniões: Todas as pessoas
ser negligenciado por grande parte dos negociadores, aparece compartilham certos interesses ou necessidades básicas,
como uma das principais causas de fracasso ao se tentar um como a necessidade de segurança e bem-estar econômi-
acordo. co. Quando um problema é definido em termos dos inte-
resses subliminares dos envolvidos, muitas vezes é possí-
Princípios vel encontrar uma solução que satisfaça ambas as partes.
Para identificar, entender e lidar com esses interesses, o
Existem quatro princípios que são a base do método de ne- método de negociação propõe que se pergunte por que
gociação de Harvard, relacionados a pessoas, interesses, opi- o outro tem determinada opinião ou posição e considere
niões e critérios. Eles são utilizados para oferecer ferramen- por que ele não adota outra possibilidade. Explique seus
tas que auxiliem o processo de fechar bons acordos. Entenda interesses claramente. Discuta esses interesses juntos,
como funciona cada um deles na prática: buscando a solução desejada ao invés do que focar em
eventos passados. Concentre-se claramente em seus in-
• Separe as pessoas do problema: Durante uma negocia- teresses, mas permaneça aberto a diferentes propostas e
ção, as pessoas tendem a levar desentendimentos e con- posições.
flitos para o lado pessoal e se colocar na defensiva ou se • Crie opções de ganho mútuo: Os negociadores identifica-
sentirem pessoalmente atacadas com alguma resistência. ram quatro obstáculos que impedem a criação de opções
Se separar das questões discutidas, deixando o ego de criativas para a solução de problemas no método de ne-
lado, permite com que os envolvidos resolvam os proble- gociação - decidir prematuramente e deixar de considerar
mas sem prejudicar a relação. Essa atitude também pro- alternativas; focar muito em restringir as opções para en-
porciona uma visão mais clara da essência do conflito. Há contrar uma única resposta única; definir o problema em
três tipos básicos de problemas entre pessoas nos méto- termos de ganhos e perdas; ou pensar que é responsabi-
dos de negociação – percepções diferentes entre as par- lidade do outro encontrar uma solução para o outro. Eles

26 Negociação e Marketing Digital


também sugerem quatro formas de superar esses obstá- ser aplicados, mantendo a mente aberta e nunca cedendo
culos e gerar opções criativas - separe o processo de criar a pressões, ameaças ou subornos.
opções da avaliação das mesmas; amplie as opções dis-
poníveis ao invés de procurar apenas uma única solução; BATNA ou MAPAN
busque beneficiar os dois lados; e invente maneiras de
tomar decisões com facilidade. De forma complementar, Sua estratégia de negociação, apoiada por sua preparação e
e focada em ganhos mútuos, Ury e Fisher recomendam pelo manejo ideal do tempo e da informação deve levar à BAT-
pensar em todas as soluções possíveis para o problema, NA (Best Alternative To a Negotiated Agreement) ou em por-
avaliar as ideias somente depois de ter várias propostas, tuguês, MAPAN: Melhor Alternativa Para um Acordo Nego-
começando pelas soluções mais promissoras, refinando e ciado. Estes parâmetros serão a base de comparação para se
melhorando as opções. Além disso, é preciso se concen- decidir quanto a fechar ou abrir mão do acordo. É você quem
trar em interesses em comum, fazer propostas atraentes deve definir, antes de iniciar a negociação, quais os termos de
para o outro lado e levá-las para os tomadores de decisão. sua MAPAN, evitando assim selar um compromisso que, pos-
• Invista em critérios objetivos: No caso de os interesses teriormente, você perceberá que foi prejudicial para seu negó-
das duas partes serem completamente opostos, é preciso cio ou sua empresa.
adotar critérios objetivos para resolver as diferenças, in-
dependentemente da vontade de ambos os lados. Os en- Lembre-se, as MAPANs são dinâmicas: não adianta definir uma
volvidos devem desenvolver e concordar com os critérios MAPAN para certa negociação e querer repeti-la na próxima,
estabelecidos. No método de negociação, a recomenda- pois as variáveis do mercado são muito complexas. Mais uma
ção é que esses critérios sejam pautados pela praticidade vez fica evidente que a arte da negociação exige muita prepa-
e legitimidade. Busque entender a linha de raciocínio por ração e estudo. Confiar excessivamente em seu poder de per-
trás das sugestões de critérios da outra parte, converse suasão, sem se informar corretamente e definir parâmetros, é
sobre quais padrões são mais apropriados e como devem um erro que alguns ainda cometem.

Centro de Educação Tecnológica 27


Introdução às Vendas

A história das vendas está relacionada ao início do comércio e,


mais ainda, a épocas muito remotas da história da humanida-
de, tendo sua caracterização no processo de trocas e formação
de mercados que representava um ponto de encontro de flu-
xos de indivíduos que traziam seus excedentes de produção,
normalmente localizados em pontos equidistantes dos diver-
sos centros de produção ou em locais estratégicos do ponto de
vista da navegação ou da existência de água.

Esse comércio que, inicialmente, era feito apenas para satisfa-


zer a necessidade de abastecimento ou escoamento de exce-
dente, totalmente baseado em uma relação de troca, passou a
criar outras necessidades e expandir-se para novos mercados
e objetivando acúmulo de capital. As vendas passaram a ser
importantes instrumentos para o desenvolvimento econômico
das cidades e dos comércios, sendo necessária cada vez mais
a qualificação dessas práticas que hoje representam uma das
principais atividades do setor terciário.

A venda é um importante instrumento de comunicação com o


mercado, com o qual a empresa conta para geração de recur-
sos, sendo importante para a entrada de capital na empresa,
o que movimenta e assegura a rentabilidade do negócio. Em
outro aspecto, o contexto de vendas e mercado está relacio-
nado ao contato entre as pessoas e a forma como elas trocam

28 Negociação e Marketing Digital


seus bens (produtos ou serviços por moedas e vice versa), a do cliente antes, durante e depois do processo de venda pro-
exemplo de sua origem nas civilizações antigas. priamente dito. Isso tem um significado importante: a ação de
vender deve ter toda a organização como retaguarda e apoio
Atualmente as vendas funcionam numa cadeia complexa e ao processo de satisfazer e encantar o cliente.
que envolve muitos aspectos logísticos e de marketing, dife-
rente dos praticados em outros tempos: Os bens de consumo Enquanto integrante dos esforços de marketing, a ferramenta
são distribuídos pelos varejistas, intermediários que servem de vendas desempenha um papel primordial de interligar os
de elo entre os produtores e os consumidores e tornam mais demais. A atividade de vendas é classificada como ferramenta
eficientes as trocas entre ambos. Os varejistas também podem promocional entre propaganda, promoção de vendas, mer-
adicionar valor às trocas por torna-las agradáveis. No mercado chandising e relações públicas. Dentro desta perspectiva, cujo
de varejo, especialmente, a relação cliente-produto é mais es- foco está numa comunicação qualificada como componente
treita, considerando-se essencial de uma venda, é notável o papel do vendedor, como
que quase sempre o cliente é também o consumidor final. promotor de valor ao momento da venda e não apenas entre-
Percebe-se aí a importância do contato entre quem oferta o gador do produto.
produto e quem está disposto a comprá-lo.
O esforço de vendas concentra-se, assim, em desenvolver ne-
A venda pessoal compreende a comunicação verbal direta gociações que estimulem e convençam o cliente de que deter-
concebida para explicar como bens, serviços ou ideias de uma minado produto é o melhor para atender suas necessidades.
pessoa ou empresa servem às necessidades de um ou mais
clientes potenciais. Nesse contexto, percebe-se a importân- Podemos classificar a abordagem de vendas por meio de qua-
cia da pessoa que está mediando a relação entre produto e tro tipos ou apresentações:
consumidor. A venda pessoal é uma das mais eficientes ferra-
mentas de comunicação em marketing, por possibilitar que o • Memorizada: segue uma apresentação padronizada e ba-
vendedor adapte a mensagem ou a apresentação de vendas seia-se no pressuposto de que as necessidades do cliente
de acordo com a necessidade da situação. potencial podem ser estimuladas pela exposição direta ao
produto ou que essas necessidades já foram estimuladas,
Vender faz parte integrante de um conjunto de atividades e considerando que o cliente potencial fez o esforço de pro-
processos organizacionais que busca intensificar cada vez mais curar o produto;
o relacionamento entre organização e clientela. Vender - e • Estruturada: supõe que clientes potenciais similares em
vender bem - significa colocar toda a organização a serviço situações similares podem ser abordados com apresen-

Centro de Educação Tecnológica 29


tações similares. Segue um roteiro menos estruturado, o Estratégia de Vendas
que permite mais flexibilidade e menos direcionamento.
• Satisfação de necessidade: nesta situação, o vendedor A estratégia de vendas é historicamente e essencialmente
adapta a apresentação da venda de acordo com a neces- relacionada ao processo de negociação, sendo este essencial
sidade do cliente, tornando-se uma apresentação mais para o sucesso daquela.
interativa, flexível, desafiadora e criativa.
• Sistema de vendas: a mais complexa de todas envolve es- Mais do que entregar o produto ao cliente, é preciso que ele
tudo detalhado das necessidades do cliente, sendo usada aceite como melhor opção e que volte a comprá-lo, por con-
especialmente na venda de produtos altamente técnicos fiança tanto em quem o entregou como no produto que ad-
e complexos, que necessitem de apresentação de uma so- quiriu.
lução.
É inegável que os atributos próprios do produto (qualidade,
Analisando essa classificação, não se pode, de imediato, es- durabilidade, custo-benefício, adequação às necessidades,
colher uma mais adequada ou mais correta, sendo impossível etc) são decisivos para a escolha do cliente, mas também não
prever a situação do momento da venda para todos os casos. se pode negar a influência da apresentação e da forma como
O que cabe é a escolha da melhor forma de abordagem de o cliente passa a ver o produto sobre o seu valor agregado em
acordo com o produto e seus clientes potenciais. um processo de negociação.

30 Negociação e Marketing Digital


Etapas de uma Venda

Todo processo de vendas passa por determinadas etapas até


chegar no fechamento. Essas etapas são diferentes em cada
tipo de venda e cada uma delas tem características específicas
que não podem ser deixadas de lado. As etapas das vendas fa-
zem parte do processo comercial, e são um conjunto de etapas
pelas quais seu cliente passa quando vende uma solução. Ter
método turbina os resultados de qualquer vendedor. Conhe-
cer e respeitar as etapas de vendas faz com que você organize
a sua rotina, saiba em qual página está com cada cliente e evi-
te atropelos na hora de fechar seus negócios.

Outra vantagem é a oportunidade de criar uma relação de


confiança com os prospectos e clientes. Quando chega a hora
de bater o martelo, a negociação flui com mais naturalidade e
não parece forçada, já que houve todo um planejamento até
aquele momento. Isso faz com que a taxa de conversão, ou
seja, o número de negócios fechados, seja maior. Afinal, você
abordou cada cliente de forma personalizada e procurou co-
nhecer e atender às suas necessidades, fatores essenciais para
conduzir negociações de sucesso, seja qual for o tipo de venda
praticado.

As etapas de vendas são um caminho pensado para que o


cliente conheça o valor e os benefícios do produto oferecido
antes da negociação final. São elas:

Centro de Educação Tecnológica 31


• Prospecção: A etapa de prospecção consiste em levan- em potencial. Nesta fase, é hora de fazer uma primeira
tar uma lista de possíveis interessados no seu produto sondagem, sem intenção de vender. De forma empática,
ou serviço, seja ele feito para outras empresas ou para o verifique se a pessoa teria interesse, condições financei-
consumidor final. Esses clientes em potencial são chama- ras e poder de decisão para fechar uma compra com você.
dos leads, que devem ser trabalhados ao longo das etapas É uma forma de fazer um filtro na sua lista de leads e focar
de vendas para se tornarem efetivamente consumidores. apenas nas oportunidades mais promissoras. Tudo se re-
Para isso, é preciso desenhar o perfil de cliente que a sua sume a fazer as perguntas certas. Se você conseguir evo-
empresa deseja atingir. Caso seu público sejam empresas, luir essa primeira conversa dentro desse espectro, o lead
defina o ramo de atuação, o porte, o número de funcio- em questão será realmente um cliente em potencial.
nários e o faturamento dos seus possíveis compradores, • Primeira oferta: Nesta etapa acontece o primeiro contato
entre outras características. Se os seus alvos forem pesso- com intenção de venda. Agora que você já descobriu as
as físicas, o perfil é dividido em dois grupos - perfil demo- dores do cliente e como a sua solução pode ajudá-lo, mos-
gráfico e perfil comportamental. Com tudo isso mapeado, tre a ele os benefícios do produto. Mas evite, por enquan-
é possível criar uma ou mais personas que representem o to, falar em preço ou entrar em detalhes sobre a oferta,
perfil dos seus compradores, facilitando a busca por po- priorizando mostrar como ela pode trazer valor para a
tenciais clientes. Uma estratégia cada vez mais usada para pessoa. Dependendo do tipo de produto e da necessidade
gerar leads é o marketing de conteúdo. De forma resumi- do cliente, pode ser que ele se interesse e já queira fechar
da, essa prática consiste em oferecer conteúdo valioso e a compra neste momento, mas isso deve partir dele. Caso
gratuito para pessoas que se encaixam no perfil desejado, ele ainda não esteja inclinado a comprar, não force a bar-
pedindo em troca apenas o endereço de e-mail. Essa é a ra. Afinal, essa é apenas a terceira etapa.
porta de entrada para começar a se relacionar com esses • Follow up: O follow up talvez seja o maior desafio entre
leads e conduzi-los ao longo do funil de vendas, até que as etapas de vendas, pois muitos vendedores pecam nes-
chegue o momento de oferecer o produto e fechar negó- sa parte. Esse trabalho consiste em manter um contato
cio. contínuo após a primeira oferta, seja por telefone, e-mail
• Qualificação: A segunda das etapas de vendas é a qua- ou visitas pessoais. Mas como fazer isso sem ser chato?
lificação dos leads. Em uma lista de prospectos, nem to- Primeiramente, jamais faça contatos excessivos. Respeite
dos realmente estarão dispostos a ouvir mais sobre o que um calendário, não lote a caixa de e-mails da pessoa e dê
você tem a dizer. Por mais que sua pesquisa tenha sido espaço para ela respirar. Caso contrário, o interesse dela
bem feita, somente ao entrar em contato com a pessoa na sua solução pode sumir, transformando-se em incômo-
é que será possível descobrir se ela é ou não um cliente do. Também é fundamental sempre ter algo importante a

32 Negociação e Marketing Digital


dizer no follow up, para que o contato não seja vazio. Uma possível adicionar esse detalhe ao que já foi combinado e
boa dica é fornecer conteúdos valiosos por e-mail, como fazer uma oferta tentadora para fechar o negócio.
artigos, e-books e outros materiais ricos que possam aju- • Pós-vendas: Apesar de negligenciado por muitos vende-
dar o cliente a resolver seus problemas e conhecer mais dores, o pós-venda é tão importante quanto as outras eta-
sobre o seu produto. pas de vendas. Após fechar o negócio, espere alguns dias
• Negociação: Agora que o cliente já está a par dos próprios e entre em contato para saber se o cliente está satisfeito
problemas e de como a sua solução pode ajudá-lo, é hora ou se teve algum problema com a compra. Caso ele preci-
de negociar. Nesta etapa, o interesse de ambos em fechar se de ajuda, seja solícito e resolva situação o mais rápido
negócio já é explícito, dando espaço para uma conversa possível. Isso deixa o cliente ainda mais satisfeito, o que
sobre condições, preços, prazos e outros detalhes. Para conta muitos pontos para a sua imagem como vendedor.
ter sucesso, o vendedor deve criar um clima propício. Seja Com isso, você fideliza o consumidor e deixa as portas
amigável e solícito para tirar dúvidas, sem adotar um tom abertas para que ele faça novas compras no futuro. Além
agressivo ou desafiador, o que poderia causar uma péssi- disso, um pós-venda eficiente é a chave para conquistar
ma impressão. Antes do papo, trace um limite de até onde novos clientes por indicação, melhorando ainda mais os
você pode baixar as suas condições. Não entregue o jogo resultados do seu negócio.
sem luta, mas recue até onde seus objetivos permitirem,
se for necessário. Não demonstre ansiedade e nunca ceda Erros
nada sem receber algo em troca. Procure ouvir mais do
que falar e mostrar, passo a passo, com a solução vai aju- No que se refere à compreensão das etapas de vendas, exis-
dar o cliente e quais dificuldades ele pode enfrentar caso tem alguns erros bastante comuns, e que costumam prejudi-
não feche a compra. car a eficácia do processo. São eles:
• Fechamento: Chegamos à mais esperada das etapas de
vendas - o fechamento. Quando a proposta estiver alinha- • Uma etapa não é uma interação de vendas. A etapa pode
da, com boas condições para ambos os lados, é hora de compreender várias interações;
preparar a assinatura do contrato. Resuma tudo o que foi • A oportunidade está na etapa que está sendo executada.
acordado pausadamente, para que não haja dúvidas, e re- Ela muda de etapa quando os requisitos forem cumpridos;
dija um documento por escrito, garantindo segurança jurí- • O funil de vendas não deve ser personalizado de acordo
dica a todos os envolvidos. Se nesse estágio a pessoa ain- com o perfil do vendedor. Ele é compreensivo e atende a
da demonstrar indecisão, tenha reservada uma concessão diversas abordagens.
final, que não seja muito relevante para você. Assim, será

Centro de Educação Tecnológica 33


Metas de Vendas
As metas de vendas agem como um norte para as ações das
equipes de vendas, cujos resultados são avaliados pelos ges-
tores com base nas mesmas metas. Saber como estabelecê-las
e mensurá-las é crucial para o alcance de objetivos no longo
prazo. Além de ajudar a aumentar o faturamento da empre-
sa, usar as metas certas faz parte de um bom planejamento
estratégico de vendas. Isso porque sua definição ajuda a de-
terminar ações gerais do negócio, bem como manter a equipe
focada e motivada.

Definir metas de vendas realistas é indispensável ao sucesso


de qualquer empresa: em nível operacional, mantém a equi-
pe comercial motivada. Em termos mais estratégicos, permite
planejamento de médio e longo prazo para que você possa
antever a viabilidade da expansão da sua empresa. Metas de
vendas são facilitadores de liderança que têm o intuito de pre-
ver resultados ideais e motivar sua equipe a alcançar o suces-
so. Sua meta deve ser realista e possível de ser atingida, pois
de outra forma não haverá confiança nas visões do gestor por
parte da equipe - nem dos superiores.

Muitas pessoas, erroneamente, entendem metas como sinô-


nimos de objetivos. É compreensível, já que são dois conceitos
bem semelhantes. Contudo, as metas nada mais são do que os
passos necessários para o alcance de um objetivo maior. Em
outras palavras, quando nos referimos às nossas metas, fala-

34 Negociação e Marketing Digital


mos de marcos mensuráveis e de duração limitada que fazem • Número de clientes fechados: define quantos novos clien-
parte do desenvolvimento de um projeto. tes devem ser conquistados em determinado período;
• Meta de receita: indica qual a nova receita a ser obtida;
Meta significa aquilo que você vai fazer para alcançar um ob- • Número de leads convertidos: identifica um número, ou
jetivo, ou seja, são aqueles pequenos passos que você dá para percentual, de novos clientes a serem conquistados;
atingir um resultado. No contexto das vendas, portanto, elas • Ligações diárias: meta para vendas que acontecem via
detalham os resultados que precisam ser obtidos para o suces- telefone;
so em um propósito mais amplo. • Agendamento de reuniões: estabelece ao vendedor
quantas reuniões deve agendar a fim de aumentar suas
Definir as metas certas pode ser uma tarefa difícil, pois essa taxas de conversão.
não é uma métrica que você pode controlar, você pode apenas
criar mecanismos para atingir aquele determinado objetivo. Análise de Mercado
Ao criar metas, é preciso ter cuidado para não haver pontas
soltas. O ideal é que todos os colaboradores dos times envolvi- Conhecer bem o seu mercado de atuação é o primeiro passo
dos com o processo participem da definição. Além disso, com para estabelecer metas. Você precisa saber qual o percentual
a participação ativa dos times envolvidos, todos os colabora- de crescimento do segmento de mercado no qual a sua em-
dores passam a se sentir responsáveis por aquela métrica, e as presa está inserida e qual a previsão de expansão para o ano
chances delas serem atingidas automaticamente ficam maio- seguinte. Essas informações podem ser buscadas em associa-
res. ções de classe, jornais, na internet e até por meio de uma pes-
quisa própria, especialmente quando se trata de comércio lo-
Tipos de Metas cal. A partir desses dados, você deve analisar qual o percentual
do mercado que detém no momento e quanto sua empresa
Existem diversos tipos de metas além de números absolutos cresceu nos últimos anos.
em vendas. A escolha das mais indicadas vai depender do ob-
jetivo que a empresa pretende alcançar. Além disso, é possível Ao analisar o mercado, você passa a ter mais embasamento
que o gestor defina metas individuais e metas para a equipe. para decidir quais metas são alcançáveis e quais não gerariam
Também é possível estabelecê-las para diferentes períodos, nada além de frustração. Essa necessidade de observar o am-
por exemplo, mensal, trimestral, semestral ou anual. Conside- biente externo da empresa se tornou ainda mais evidente em
rando esses pontos, estes são alguns exemplos de metas de 2020, marcado pelo período de isolamento social. Atentas às
vendas que você pode utilizar: oscilações do cenário econômico, empresas de todos os seg-

Centro de Educação Tecnológica 35


mentos alteraram suas metas drasticamente, inclusive mudan- poníveis na empresa. Se por exemplo, você precisa fazer
do suas prioridades. 50 ligações diárias para atingir essa meta, mas só tem um
vendedor ou você precisa rever a meta ou contratar mais
Método SMART pessoal. Isso vale também para os recursos disponíveis.
Se você tem quatro vendedores, mas só tem um telefone,
O método SMART, como já vimos no módulo 1, foi criado por também precisará comprar novos equipamentos e contra-
Peter Drucker, um guru da administração moderna. SMART, tar novas linhas telefônicas.
em inglês, significa esperto e é isso que a metodologia propõe, • R – Relevante: Uma meta relevante deve impactar posi-
que as suas metas sejam espertas e funcionem de verdade. tivamente o seu negócio. Para a meta ser relevante, ela
tem que trazer resultados impactantes para a sua empre-
Para alcançar esse resultado, a metodologia propõe que suas sa e trazer uma situação melhor do que a anterior. Alguns
metas sejam estruturadas de acordo com 5 critérios que for- exemplos de metas relevantes são relacionadas com fa-
mam o nome do método: eSpecífica, Mensurável, Atingível, turamento, número de clientes e diminuição de cancela-
Relevante e Tempo. Vamos rever um pouco o significado de mentos.
cada um deles a seguir. • T – Tempo: O tempo ou time é o último critério de defini-
ção da meta SMART. Este critério significa que a sua meta
• S – eSpecífica: Esse critério de definição da meta SMART deve ter prazo definido. As metas sem data de cumpri-
prevê que suas metas sejam claras e objetivas, sem dúbias mento tendem a não ser priorizadas. Se a sua meta for,
interpretações. por exemplo, vender 20 mil reais, ela está incompleta.
• M – Mensurável: De nada adianta ter uma meta se não Você deve vender esse valor em quanto tempo? No tri-
conseguir medir os resultados depois. E é esse o conceito mestre? No semestre ou ainda no ano?
do M: mensurável ou mensurable. Depois de especificar
a meta, é necessário analisar se ela é capaz de ser men- Ticket Médio
surada.
• A – Atingível: O critério analisado pela letra A é se a meta O ticket médio é um indicador de desempenho essencial que
é atingível ou attainable. Agora que você já definiu uma fornece o valor médio de vendas por cliente. Para calcular o
meta específica e mensurável é a hora de refletir se ela ticket médio, basta dividir o faturamento total pelo número de
é atingível. É possível batê-la? Com esforços justos? Uma vendas do período. Também é possível calcular o ticket médio
meta inatingível pode deixar o seu time de vendas desmo- de determinado produto, serviço ou categoria, conforme a ne-
tivado. Não se esqueça de avaliar também os recursos dis- cessidade da empresa.

36 Negociação e Marketing Digital


Ao lado de outras métricas importantes, o ticket médio forne-
ce informações valiosas para a elaboração do planejamento de
vendas e melhora dos resultados. No entanto, esse indicador
deve ser interpretado com base em um histórico de medições,
pois um valor isolado não diz nada sobre o andamento dos ne-
gócios. Por exemplo, se você comparar o ticket médio de uma
concessionária de veículos com o de uma perfumaria, natural-
mente a venda de cosméticos e produtos de beleza terá uma
média de valor bem inferior.

Naturalmente, isso não significa que a perfumaria está tendo


um desempenho ruim, pois é preciso analisar outros fatores
para determinar o crescimento das vendas. De modo geral, o
aumento do ticket médio é um ótimo sinal, pois indica que
os clientes estão gastando mais em cada compra. Levando em
conta que é mais fácil vender mais para os clientes existentes
do que conquistar novos clientes, as ações para aumentar o
ticket médio são essenciais para alavancar o faturamento da
empresa.

Na hora de avaliar o ticket médio, você também precisa con-


siderar métricas como a lucratividade, rentabilidade, margem
de contribuição e outros indicadores da área de vendas, finan-
ças e marketing. O mais importante é avaliar os resultados pe-
riodicamente para efeitos de comparação, determinando se o
ticket médio vem aumentando, diminuindo ou se mantendo
estável.

Centro de Educação Tecnológica 37


Prospecção de Clientes

Há empresas que só ficam esperando os clientes entrarem em


contato. Há outras em que o time de vendas aborda qualquer
pessoa. Mas quem mais tem resultados em vendas são as em-
presas que têm processos bem delineados de prospecção de
clientes.

Prospectar clientes significa ir atrás dos clientes certos para


a sua empresa. Perceba que não significa encontrar qualquer
pessoa na rua para abordar. Também não é fazer uma aborda-
gem de qualquer jeito, nem tentar vender a qualquer custo.
Para resultar em uma venda que gere valor para o negócio, a
prospecção precisa ter planejamento e alinhamento a todo o
processo de marketing e vendas da empresa.

Prospecção de clientes é o processo de encontrar potenciais


clientes que correspondam ao perfil ideal para o seu negócio
e fazer o contato inicial com eles para efetuar vendas. A in-
tenção é fazer os prospects evoluírem no funil de vendas até
se tornarem clientes. Em vez de procurar potenciais clientes
apenas para vender um produto, a equipe de vendas deve ofe-
recer soluções. É preciso conhecer o prospect, entender suas
necessidades e como você pode ajudá-lo. O fechamento da
venda está só lá no final. Por isso, prospecção é muito mais
que ligar para uma lista de contatos. Envolve um processo de
pesquisa, conexão e relacionamento para direcionar o interes-

38 Negociação e Marketing Digital


se dos leads para as soluções da empresa, até que eles estejam Etapas
prontos para se tornar clientes e começar a gerar valor para o
negócio. Prospectar clientes não é só fazer umas ligações. O processo
deve ter uma sequência de etapas para que os contatos com
Leads vs. Prospects os prospects tragam resultados.

Leads são pessoas que demonstraram algum interesse no seu Não existe uma regra para estruturar esse processo, mas ele
negócio. Talvez eles tenham se cadastrado para baixar um pode ser dividido nas seguintes etapas:
ebook, assistir a um webinar ou até receber um orçamento.
Mas nem todos estão prontos para comprar ou têm o perfil • Pesquisa: O primeiro momento do processo é essen-
de cliente da empresa. Então, eles precisam passar pela quali- cial para sustentar o que vem depois. Você precisa fazer
ficação de leads, que filtra aqueles que realmente são poten- uma pesquisa aprofundada sobre os prospects, entender
ciais clientes, de maneira que o time de vendas aborde apenas quem são, quais são suas dores no momento e qual a me-
quem vale a pena. Então, os leads que passam por esse filtro lhor maneira de abordá-los. A partir dessas informações,
já são considerados prospects. você deve também determinar a qualidade dos prospects
— ou seja, a chance de eles se tornarem clientes — e defi-
Portanto, prospects são os leads qualificados para a venda. nir quais devem ser contatados com prioridade.
Eles são alinhados ao ICP (Ideal Customer Profile ou perfil do • Prospecção: A prospecção é o momento de fazer um pri-
cliente ideal), podem extrair valor das soluções da empresa e meiro contato. Provavelmente você não chegue direta-
têm poder de decisão para fechar a compra. É com eles, então, mente ao tomador de decisão. Se o seu cliente final for
que os vendedores vão falar na prospecção. uma empresa, um recepcionista ou assistente pode ser o
meio de chegar até ele.
A prospecção de clientes é uma das etapas essenciais do pro- • Conexão: Na conexão, você chega até o tomador de de-
cesso de vendas. É nesse momento que você começa a dire- cisão — ele é o seu prospect. Você pode agendar uma
cionar os prospects para a venda, depois de eles já terem se reunião ou uma chamada para se apresentar e começar
aproximado do seu negócio e demonstrado potencial para se a abordagem. Lembre-se de que essa conexão deve ser
tornarem clientes. Portanto, é a prospecção que faz esses po- amigável, sem forçar a barra para vender logo (principal-
tenciais clientes evoluírem. Se você não os abordar, eles não mente se for um produto de alto valor), pois você precisa
vão avançar no amadurecimento da decisão de compra, e a conquistar a confiança do prospect.
sua empresa vai ficar de lado, enquanto o concorrente avança. • Educação: Nesta etapa, o vendedor deve ter uma boa per-

Centro de Educação Tecnológica 39


cepção sobre os comportamentos do prospect. Ele precisa não há um relacionamento entre a marca e o potencial
identificar o que está atrapalhando o sucesso do prospect cliente. Para fazer esse contato, as empresas costumam
e mostrar como vai ajudar a resolver esses problemas. É usar ligações, e-mails, mensagens em redes sociais, tele-
um trabalho de educação para que ele entenda o valor marketing, flyers, mala direta e outros. O processo pode
das soluções da empresa para o seu negócio. se tornar mais custoso, já que é preciso “começar do zero”
• Fechamento: Essa é a hora de transformar oportunida- com o prospect. Por isso, geralmente esse método é ado-
des em negócios. É importante não se precipitar e fazer a tado por empresas de ticket médio mais alto, de maneira
oferta na hora certa, quando o prospect já estiver seguro que o valor da venda compense o esforço maior do ven-
sobre as suas soluções, ou a abordagem pode ser desper- dedor. Também pode ser adotado por empresas B2C com
diçada. ticket médio baixo que ganhem no volume de vendas.
• Inbound: O modelo Inbound é outra forma de prospectar
Métodos de Prospecção clientes. Ele se baseia na atração de potenciais clientes
por meio de estratégias de Inbound Marketing, como SEO
Não existe só uma maneira de fazer prospecção de clientes. e marketing de conteúdo. O marketing transforma os inte-
A seguir, vamos ver quais são os principais métodos e as suas ressados em leads, e os leads em prospects. A partir daí, é
diferenças. o time de vendas que assume. Para contatar os prospects,
a equipe pode fazer ligações, mandar emails e agendar
• Sales Engagement: Sales Engagement são as interações reuniões. Um aliado importante aqui é a automação de
comerciais, ou engajamentos, que acontecem entre com- marketing, que permite enviar mensagens personalizadas
prador e vendedor durante o processo de compra. A pre- automáticas e escalar as abordagens de venda. Então, di-
sença de um comprador e um vendedor é pré-requisito ferentemente do Outbound, já existe um relacionamento
para que o engajamento exista. O fenômeno final é a ven- com o cliente no momento do contato com os prospects
da e todas as etapas que a precedem - prospecção, qualifi- e já se sabe quais têm mais chances de venda. Por isso, a
cação, fechamento. Sales Engagement trabalha com mais abordagem comercial tende a ser mais efetiva, mas o pro-
fluxos contextualizados durante o processo comercial. cesso todo tende a ser mais demorado que no Outbound.
Assim a experiência de compra do potencial comprador • Eventos: A participação em eventos, onde ocorre o fa-
é muito mais positiva mantendo engajado em todo o pro- moso networking, quando elaborado de forma correta, é
cesso. uma das formas de prospecção. Onde o seu contato com
• Outbound: O método Outbound aborda prospects que o lead é presencial, pode ser mais personalizado, e uma
não estão esperando o contato da empresa, pois ainda conversa que se transforma em um pitch pode se tornar

40 Negociação e Marketing Digital


mais uma captação de leads. É essencial que profissionais meio de terceiros. Não é a empresa quem entra em con-
de vendas estejam cada vez mais especializados e consi- tato com o potencial cliente, e sim um parceiro. Uma em-
gam focar em cada oportunidade de discurso e aproxima- presa que organiza casamentos, por exemplo, pode ser o
ção com o lead, principalmente nos eventos. canal que fotógrafos, buffets, DJs e floriculturas usam para
• Indicação: Indicações também são um método de pros- encontrar novos clientes. Outro exemplo é o marketing de
pectar novos clientes. Essa é uma forma de transformar os afiliados, que os criadores de conteúdo utilizam para capi-
seus clientes em promotores de venda, já que eles mes- larizar a venda dos seus infoprodutos.
mos indicam novos potenciais clientes para o seu negócio • Misto: Algumas empresas adotam modelos mistos de
abordar. Eles podem fazer isso naturalmente, mas quando prospecção de clientes. As escolhas vão depender princi-
você estrutura um programa de indicações, as vendas po- palmente do tipo de produto que você vende, do ciclo de
dem crescer exponencialmente. Empresas como Paypal, vendas, do perfil do cliente e da estrutura do seu time de
Dropbox, Uber e Airbnb alavancaram sua base de clientes vendas. Você pode, por exemplo, adotar o Inbound para
assim. Apesar de ter um grande potencial, esse canal de produtos de ticket baixo e o Outbound para tickets mais
prospecção tem certas limitações. Isso porque você não altos ou para complementar as vendas. O programa de
pode simplesmente sentar e esperar que seus clientes indicações e a venda por canais também podem ser com-
atuais saiam por aí indicando sua empresa por livre e es- binados com os outros métodos.
pontânea vontade. É possível, claro. Mas, é mais comum
que esse incentivo ocorra por meio de pequenas premia- Formas de Abordagem
ções. Assim, aqueles que trouxerem novas oportunidades
para o seu funil, ganham alguma bonificação – que pode Após definir quais serão os tipos de prospecção utilizados pela
ser descontos em produtos ou serviços, cursos exclusivos, sua empresa – Inbound, Outbound, Canais, Indicação e/o Mis-
participação em eventos, brindes e demonstrações gratui- to, é preciso lidar com um outra etapa importante do proces-
tas. Uma das desvantagens de se trabalhar com Referral so.
Marketing (como esse método também é chamado) é jus-
tamente por ser um método imprevisível, que depende É o momento de conhecer as diferentes formas de abordar
do boca a boca e não permite estabelecer metas. Por isso, comercialmente um potencial cliente e implementar na sua
o ideal é que não seja a sua única – e nem a principal – estrutura de vendas aquela que faz mais sentido.
forma de prospecção, mas algo complementar a outras
técnicas. Existem três abordagens bastante conhecidas e utilizadas pe-
• Canais: O método de prospecção por canais acontece por los profissionais da área. São elas:

Centro de Educação Tecnológica 41


• Prospecção de clientes por Cold Mailling: Também co- de entrar em contato por telefone com alguém que você
nhecido como “e-mail frio”, o Cold Mailing consiste na nunca conversou antes. O intuito é alcançar novos leads
prática de tentar alcançar leads por meio de e-mails sem e dar início a um relacionamento. É um método que os
que tenha existido uma comunicação anterior com o des- profissionais de vendas costumam não gostar muito, pois
tinatário. Trata-se realmente de uma tentativa, visto que consideram que já está ultrapassado, principalmente de-
o principal desafio nessa forma de abordagem é encontrar pois do surgimento das redes sociais. No entanto, sabe-se
a pessoa certa do outro lado da tela para iniciar uma con- que quando bem feitas, as ligações têm um alto potencial
versa. O principal objetivo do Cold Mailing é despertar a de conversão. Quando comparado com e-mails automati-
atenção do lead para que ele tenha vontade de conhecer zados, redes sociais e mensagens replicadas no Linkedin,
a sua empresa através de um email breve e direto e queira o cold calling é o tipo de abordagem que mais converte
se conectar com você. É muito importante que o potencial em um fluxo de cadência. Se a sua empresa pensa em tra-
cliente que irá receber a mensagem tenha um problema balhar (ou já trabalha) com essa forma de prospecção de
ou um desafio que possa ser resolvido com o seu produto negócios, alguns fatores precisam ser levados em conta
ou serviço, entenda exatamente o que você está falando para se obter sucesso com a técnica de cold calling. Co-
e, é claro, tenha o poder de decisão de compra. Algumas nhecer seu público-alvo, ter um conteúdo rico para mos-
das dificuldades de quem utiliza esse método são os en- trar, prestar atenção ao ritmo e tom de voz e transmitir
dereços de e-mail inválidos, contatos genéricos (vendas@ confiança são pontos fundamentais para que a ligação
suaempresa.com.br), e-mails sem uso e a própria falta de ocorra de forma natural. Além disso, é importante fugir do
perfil do lead ou desinteresse em ouvir sobre o que você “script de telemarketing”, criar rapport (relação empática)
quer falar. É um processo complexo, que requer habilida- com a pessoa do outro lado da linha, e ter um discurso
des de comunicação, técnicas comerciais e muita persis- sucinto e eficiente para obter bons resultados.
tência do SDR (Sales Development Representative) ou do • Prospecção de clientes pelas redes sociais: Há pouco
vendedor. No entanto, é uma estratégia eficaz para captar tempo, prospectar clientes era sinônimo de chamadas
a atenção de um público, tem grande alcance e escalabili- telefônicas ou tentativas de contato via e-mail. Propagan-
dade e é pouco explorada pelas empresas. das em rádio, jornal e televisão também eram práticas
• Prospecção de clientes por Cold Calling: Sabe quando comuns quando se pensava na divulgação de uma marca.
você recebe a ligação de um banco ou de uma operadora Mas aí surgiram as redes sociais. Facebook, Linkedin, Twit-
telefônica querendo vender seus serviços? Essa ação se ter, Instagram chegaram para revolucionar. Com as mídias
chama “cold calling” e é uma técnica bastante utilizada no digitais, mudamos a forma de acessar informação, de nos
mundo de vendas. A definição exata remete ao processo relacionar e até mesmo de consumir. As empresas preci-

42 Negociação e Marketing Digital


saram se reinventar e se adaptar a essas novas ferramen- Twitter, em que o destaque são textos diretos com ape-
tas como meio de prospecção. Uma das vantagens é que nas 140 caracteres, o que permite ações rápidas e trocas
o meio digital é mais barato para alcançar potenciais clien- imediatas entre os usuários. Por isso, o Twitter não é tão
tes quando comparado aos custos exorbitantes de um utilizado para negócios que atuam com vendas complexas
anúncio televisivo em horário nobre, por exemplo. Outro e ciclos mais longos. É um canal mais informal, que pode
diferencial é a questão da proximidade, já que por meio servir como suporte ou meio de divulgação de conteúdos
das redes sociais somos capazes de interagir com pessoas ou promoções das empresas. Não podemos esquecer do
de todo canto do mundo. A comunicação se torna mais Instagram, que surgiu como um canal de compartilha-
próxima, personalizada e interativa. No mundo online, é mento de fotos e vídeos e, hoje, é uma das ferramentas
possível criar campanhas com alto nível de segmentação, com maior audiência no mundo. Há também o “Instagram
focada exclusivamente na persona da sua marca – o que for Business”, que surgiu para a divulgação de marcas na
evita que você perca tempo e dinheiro com quem não é rede social. É possível criar perfis de empresas, investir
seu público-alvo. Então, se a sua empresa pretende pros- em anúncios e ter acesso a métricas para saber a perfor-
pectar nas redes sociais é recomendável que siga alguns mance e o alcance de cada publicação.
passos. Primeiramente é preciso conhecer bem a persona
da sua marca, que é a representação do seu cliente ideal, Dentro do conjunto de estratégicas, especificamente, ligadas
aquela pessoa que irá comprar seu produto ou serviço. ao Inbound Marketing, podemos ainda citar as seguintes for-
Depois é preciso definir quais são os canais digitais ade- mas de abordagem ou “facilitadores”:
quados para a sua empresa, pois cada rede social tem
sua particularidade e um objetivo diferente. O Linkedin, • Conteúdos ricos: Os conteúdos ricos são parte da pros-
por exemplo, é uma plataforma mais voltada ao mundo pecção inbound e procuram atrair os possíveis comprado-
corporativo, em que é possível encontrar profissionais res entregando valor a eles. Isso ocorre através de infor-
de diferentes cargos – desde pequenos empresários até mações que estejam alinhadas às suas dores, desafios, ne-
CEO’s, de empresas de todo porte e segmento. Por isso, cessidades e objetivos. É importante destacar que esses
é uma rede muito utilizada para prospectar leads B2B. conteúdos precisam realmente entregar valor e agregar
Já o Facebook é um canal totalmente heterogêneo, com ao cliente. Por isso, é fundamental uma boa pesquisa para
mais de 1 bilhão de usuários, que permite criar páginas fundamenta-los e conseguir reforçar para os potenciais
para publicar conteúdos, fazer anúncios pagos e manter clientes sua imagem de autoridade no segmento.
um relacionamento mais direto com os potenciais clientes • Landing Pages: As landing pages são, basicamente, as pá-
da sua marca. Outra rede social bastante conhecida é o ginas onde você vai coletar os dados dos potenciais clien-

Centro de Educação Tecnológica 43


tes através de um formulário – que eles preenchem em somente as informações básicas para o contato posterior.
troca de algum material rico. Essas páginas precisam ser Você pode adicionar perguntas para já fazer uma pré-qua-
persuasivas, atrativas e intuitivas – para que o potencial lificação (identificando se esse potencial cliente está mais
cliente consiga rapidamente preencher os dados e baixar perto ou mais longe de avançar na compra). Mas tente
o material. Todos os elementos da sua landing page devem manter o menor número de perguntas possível.
ser estrategicamente pensados considerando o seu públi- • Anúncios em mídias pagas: Os anúncios em mídias pagas
co-alvo. A quantidade e teor dos dados que serão solicita- também entram nas técnicas de prospecção de cliente
dos, as imagens escolhidas, as cores, se vai ter ou não um inbound. O objetivo dos anúncios é impulsionar as publi-
vídeo, etc. Para que tenham maiores chances de sucesso, cações/palavras-chave, aumentando a assertividade da
essas páginas precisam ter um formulário breve, pedindo entrega para o público-alvo da sua empresa.

44 Negociação e Marketing Digital


Clientes Online

O comportamento do consumidor digital está diretamente re-


lacionado ao ambiente superinformativo e conectado no qual
ele se insere. Em um mundo dinâmico, em que a inovação é
rotineira e os clientes têm voz, o desafio das empresas é entre-
gar o conteúdo adequado para as pessoas certas, da maneira
mais humana possível.

De modo geral, a internet trouxe para as pessoas o desejo de


influenciar e ser influenciado em tudo que diz respeito a sua
vida: lazer, estilo de vida, política e, é claro, produtos e servi-
ços. Antes mesmo de decidir se desejam ou não fazer negócio
com alguma marca, as pessoas recorrem à internet para bus-
car soluções para os seus problemas. Elas conversam com seus
amigos, consultam pessoas com experiências e/ou necessida-
des semelhantes etc.

A digitalização dos meios de consumo mudou hábitos e criou


um novo perfil de cliente, que não vê mais fronteiras entre
canais digitais ou físicos. As pessoas estão cada vez mais apai-
xonadas pelas compras online e essa é uma tendência em
crescimento que tem acompanhado os avanços tecnológicos.

Nesse sentido, é importante que você saiba que existem três


tipos de consumidores em relação ao consumo online:

Centro de Educação Tecnológica 45


• Consumidor tradicional: é aquele que não gosta de com- Esse incrível poder de influência sobre o mercado de conteúdo
prar na internet, prefere ir até a loja física, tatear o produ- online se deve ao fato de o Google ser o ponto de partida da
to e analisar presencialmente. jornada da quase a totalidade dos consumidores de hoje.
• Consumidor digital ou cibernético: o consumidor online
que compra e gosta de adquirir seus produtos e serviços Redes Sociais
através da internet.
• Consumidor híbrido: aquele que compra tanto online, O segundo fenômeno que mudou completamente a relação
quanto presencialmente. Esse é o mais comum, pois a entre as marcas e seus consumidores é protagonizado pelas
maioria dos consumidores offline já aderiram à era digital redes sociais. Essas plataformas já existiam desde o fim do
também para fazer suas compras. século passado, mas foi o Facebook o responsável por espa-
lhar essa ideia pelo mundo e demonstrar aos profissionais de
O comportamento do consumidor no mercado não é fixo: Marketing que elas são também um grande ambiente de ne-
muda de acordo com o tempo e o contexto social. Se pensar- gócios.
mos nos clientes que compram produtos na internet, os há-
bitos são ainda mais diferentes. É por isso que, se seu desejo As redes sociais oferecem uma riqueza de dados sobre os con-
é vender para o novo consumidor, independentemente do sumidores que seria inimaginável décadas atrás. Entretanto, o
produto oferecido, você precisa descobrir mais sobre o perfil que elas realmente oferecem é a oportunidade de as marcas
deles. se aproximarem do cotidiano do seu público e engajá-lo.

Efeito Google Além do Facebook, várias plataformas são usadas pelas em-
presas para divulgar suas ideias e seus produtos, como Insta-
Os buscadores mudaram completamente a maneira como as gram, Twitter e LinkedIn. Todas elas são devidamente equipa-
pessoas procuram soluções de todos os tipos, mas foi o Goo- das com ferramentas de publicidade e de relacionamento.
gle o responsável por oficializar essa mudança e direcionar a
produção de conteúdo de toda a internet. O Google Adwords Serviços
(atual Google Ads), por exemplo, foi uma das ferramentas que
revolucionaram a maneira de se fazer publicidade na web. O último fenômeno, que também contribuiu para a construção
Atualmente, basta que uma simples atualização em suas re- do comportamento do consumidor digital, são as plataformas
gras seja anunciada para que todo o universo de sites da inter- de prestação de serviços. Após o lançamento do iPhone, em
net seja obrigado a se ajustar rapidamente. 2007, o mundo entrou de vez na era dos aplicativos. Foram

46 Negociação e Marketing Digital


essas soluções que contribuíram para a ascensão da economia Isso significa que se você não adaptar os seus canais de
compartilhada. comunicação para essa forma de acesso, provavelmente,
seu impacto será muito menor.
Nesse modelo de negócio, serviços de comércio, mobilidade • Omnichannel: Ser omnichannel, como vimos no módulo
urbana e hospedagem são intermediados por sistemas digitais anterior, significa oferecer uma só experiência em diver-
e permitem que transações sejam realizadas diretamente en- sos canais diferentes. As pessoas usam vários dispositivos
tre consumidores (C2C), entre empresas (B2B) ou entre ambos ao longo do dia — laptops, celulares, tablets, smartTVs
(B2C). etc. — e é importante que as suas plataformas sejam ca-
pazes de integrar todos esses acessos de uma maneira efi-
Os e-commerces já faziam sucesso, mas as plataformas de ser- ciente. Em negócios que operam online e offline, como lo-
viços foram as responsáveis por introduzir a cultura digital em jas que atendem localmente, e também em e-commerces,
diversos países. Nunca antes na história as pessoas tiveram esse princípio deve ser adotado. Os clientes precisam ter
tanto poder na palma de suas mãos. a opção, por exemplo, de comprar no site e retirar na loja.
• Poder do Cliente: O consumidor digital gosta de se sentir
Tendências no controle das suas decisões. Isso significa que as empre-
sas devem disponibilizar opções e ferramentas para que
O novo consumidor já está moldando a atividade de muitas as pessoas gerenciem seus produtos ou sua tomada de
empresas. Considerando as principais mudanças que marca- decisão de maneira independente.
ram o mercado nos últimos anos, chegamos a algumas ten- • Humanização: Linguagens demasiadamente formais e
dências interessantes. termos corporativos estão ficando para trás. Como a gran-
de proposta é criar laços e gerar um relacionamento ge-
• Foco na Experiência do Cliente: A propaganda ainda tem nuíno com a audiência, o ideal é apostar em uma conversa
muito valor, mas a experiência é a nova alma do negócio. leve, mas, acima de tudo, humanizada.
Em meio a um universo de conteúdos e ofertas, as pesso-
as naturalmente são atraídas pelas empresas que entre- Perfil do Cliente Online
gam a melhor experiência em todos os aspectos: produto,
valores, comunicação, atendimento etc. A maioria deles é representada pelos millennials — indivíduos
• Mobile: Os dispositivos móveis são a principal forma de nascidos por volta das décadas de 1980 e 1990 —, a geração
acesso à internet no mundo — no Brasil, os smartphones que sentiu na pele a avalanche de transformações desenca-
ultrapassaram os desktops em 2017, segundo a CETIC.Br. deadas pela evolução das tecnologias digitais. Os impactos

Centro de Educação Tecnológica 47


culturais da tecnologia, porém, não são restritos a esse gru- por dia por motivos diversos, dos mais banais aos mais
po. Pessoas de todas as idades estão presentes na internet e o complexos. É justamente essa facilidade de encontrar so-
comportamento de todas elas reflete os fenômenos previstos luções que instiga a curiosidade das pessoas.
pelo Marketing 4.0. • Interativo: No passado, a comunicação corporativa, geral-
mente, se dava em uma só via. As empresas promoviam
Isso significa que o consumidor digital transcende as gerações, suas mensagens nos veículos de mídia e as pessoas consu-
embora alguns aspectos ganhem mais destaque entre os jo- miam esse conteúdo de maneira passiva. Agora, o consu-
vens. Confira, a seguir, as suas principais características. midor tem a oportunidade de interagir diretamente com
as publicações das suas marcas, participando ativamente
• Exigente: Essa característica pode ser vista como uma he- do seu desempenho e da sua repercussão. No entanto, é
rança do Marketing 3.0. Esse consumidor não se convence importante observar que as pessoas não criticam ou elo-
com bons produtos e serviços - ele espera que suas mar- giam as empresas, simplesmente, pelo valor subentendi-
cas preferidas sejam inspiradoras, reflitam seus valores do nessas atitudes — elas gostam genuinamente de parti-
e atuem a favor de causas importantes. No contexto do cipar e de se expressar na internet.
Marketing 4.0, o consumidor se torna ainda mais exigen- • Independente: Por fim, temos a independência como um
te, pois conta com a ajuda de uma série de ferramentas elemento-chave para entender o comportamento do con-
para vigiar e cobrar atitudes das empresas. Além disso, a sumidor da era digital e o sucesso de várias empresas nos
enorme disponibilidade de opções no mercado aumenta últimos anos. As novas gerações são ansiosas, não têm
muito o seu poder de barganha. paciência para anúncios e gostam de resolver seus pro-
• Curioso: O consumidor moderno não deixa passar uma blemas de maneira intuitiva, sem muitas etapas. Quando
dúvida sequer. Ao pesquisar sobre um produto, ele não pensamos nas contas digitais, nos apps de delivery e até
se satisfaz com informações básicas, como preço, deta- no e-commerce, é fácil entender o que as pessoas real-
lhes e condições de pagamento. Ele faz uma verdadeira mente apreciam nesses serviços. De maneira bem sucin-
varredura na web em busca de análises, depoimentos e ta, o que eles entregam é agilidade, comodidade e auto-
outros argumentos que comprovem a relevância e a quali- nomia, ou seja, são caminhos simplificados para resolver
dade do que pretende comprar. Mas isso é apenas a ponta problemas que outrora demandariam muito mais tempo,
do iceberg. Os usuários consultam o Google várias vezes esforço e, às vezes, até dinheiro.

48 Negociação e Marketing Digital


Digital Customer Experience
Digital Customer Experience (DCX) — experiência digital do
cliente, em português — nada mais é do que o conjunto de
possibilidades de interações que cliente pode realizar com
uma empresa ou um produto no ambiente online. Em um
primeiro momento, podemos pensar em todos os canais de
contato na internet que permitem esse relacionamento entre
usuários e marcas. Exemplos bastante conhecidos desses ca-
nais são: site, redes sociais, e-mail e chat online.

Porém, o DCX vai muito além disso: o conceito foi criado para
entender como é o caminho dos clientes no espaço digital,
principalmente em cada um desses pontos que listamos. A
ideia é que a experiência digital com as empresas seja cada
vez melhor para os consumidores.

Não envolve “só” atender às necessidades e aos desejos deles,


mas também fazer com que todo o processo o envolva e crie
sentimentos positivos a partir destas interações. Desse modo,
o que você oferece – seja um produto ou serviço – passa a ser
visto como essencial para o cliente, fazendo com que ele quei-
ra ter essa mesma sensação mais vezes.

Uma coisa importante sobre interações de qualidade na inter-


net é que elas têm muito mais potencial para serem lembradas
do que conteúdos passivos. Quando a experiência de conhe-
cer e explorar sua marca é poderosa o suficiente, você a con-

Centro de Educação Tecnológica 49


solida na mente das pessoas, mesmo quando elas não estão precisam. Além disso, ao buscar conhecer a fundo o compor-
exatamente comprando algo. tamento e as necessidades dos clientes, a empresa aumenta
significativamente sua capacidade de sucesso na resolução de
Antes da era digital, as empresas pensavam de uma maneira problemas.
mais passiva sobre como os clientes poderiam interagir com
as marcas e experimentá-las. A maior parte do foco em uma Quando uma experiência é boa, o usuário sempre volta. Essa
estratégia de marca se concentrava nestes pontos cruciais: é a regra de ouro da UX (experiência do usuário). Isso significa
propaganda, que poderia vender o conceito da experiência; que uma experiência digital bem-feita pode fazer com que o
e lojas físicas e outros pontos de venda, onde os clientes te- público volte a navegar em um site para sentir aquela sensa-
riam a chance de consumir produtos e serviços. O maior erro ção novamente. Ele pode querer falar com sua marca e parti-
que as empresas ainda cometem, hoje, é tentar emular esse cipar de eventos ao vivo apenas para fazer parte dela. Marcas
mesmo plano em um mundo completamente diferente. Elas que oferecem conteúdo interativo envolvente se tornam virais
acreditam que a conexão entre a marca e o público só aconte- com mais facilidade. Assim, um cliente que deseja comprar um
ce quando ele está ativamente comprando algo. produto não apenas volta mais, como também começa a in-
fluenciar outros consumidores em potencial.
Uma experiência digital é a soma de todas as interações online
entre o cliente e a marca. Ela faz parte da jornada do cliente Pilares da DCX
(da descoberta à conversão), mas é muito mais do que isso.
Ao investir em experiências digitais, você não está pensando Não há uma abordagem única para iniciar uma estratégia de
apenas em vender, mas também em criar uma imagem sólida experiência digital do cliente. Afinal, os consumidores são pes-
e uma conexão com o seu público-alvo. É um plano coeso e soas e sua abordagem dependerá do seu público-alvo. Para
bem estruturado que torna qualquer interação significativa e que você consiga implementar uma experiência digital eficien-
memorável. te em seu negócio, é essencial que compreenda os pilares des-
se processo, que vão auxiliar e orientar no processo de adesão
Em um cenário onde os consumidores estão tão críticos e em- dessas tecnologias internamente.
poderados, a personalização do atendimento destaca-se como
um dos mais importantes componentes para a fidelização dos • Relevância: Você precisa comunicar ao cliente aquilo o
clientes. Ao oferecer um atendimento personalizado, a men- que ele gosta, o que é, de fato, relevante para ele. Esse
sagem que a empresa está passando é a de que valoriza seus é um ponto crítico da experiência digital para o consumi-
clientes, entende quem eles são e se preocupa com o que eles dor, pois trata-se de saber equilibrar aquilo que realmente

50 Negociação e Marketing Digital


traz benefícios para a empresa e aquilo que o seu público umas com as outras.
deseja saber. Se você não tem nada relevante a dizer, não • As interações com o cliente devem estar em consonância
diga nada, não desperdice tempo e potencial. com o que já foi visto no passado por ele. Se, por exemplo,
• Oportunidade: As oportunidades dizem respeito ao mo- já foi demonstrado que não há o interesse em determina-
mento no qual o cliente está pronto para sua interação. do tipo de produto, você não deve encaminhar um e-mail
Quantas vezes você recebeu um contato que não era de marketing oferecendo esse item para ele. Caso contrário,
algo que lhe interessava ou em um momento inoportuno? você mostrará não conhece o seu cliente — e, atualmen-
Sabendo a hora certa de interagir e criar relacionamen- te, isso não pode ser uma possibilidade. Por isso, suas
to com o seu cliente, a campanha terá maiores chances ações devem ser bem planejadas, para que não fiquem
de conseguir o sucesso e alcançar o objetivo desejado. O falhas que possam comprometer a experiência do cliente
oposto também pode ocorrer - você pode ter uma perda enquanto estiver em seus canais digitais.
considerável de resultados por não ter aguardado o mo-
mento mais oportuno. Exemplos
• Contexto: Você precisa se adaptar à situação do seu clien-
te e entender o contexto no qual ele está inserido. Lem- Muitas empresas praticam Customer Experience, como é o
bre-se que poucas vezes se trata de uma compra, mas, caso da Netflix, Amazon e Apple. Durante crises, e especial-
sim, de resolver um problema ou uma questão pendente mente a mais recente, oferecer boas experiências vem sendo
— é a vontade de resolver uma dor pendente do cliente, a estratégia usada por muitas outras empresas para se man-
e isso interfere em todo o processo de compra. Por exem- terem lucrativas e competitivas, como fizeram a PepsiCo e a
plo, o cliente pode utilizar os canais para tirar dúvidas NYX Makeup.
sobre uma fatura, para reclamar da interrupção de servi-
ço ou de dificuldades no uso de um produto. Às vezes, o • O caso da PepsiCo: Detentora de grandes marcas (como
contato é sobre o final de um contrato e a possibilidade Doritos e Gatorade), a PepsiCo temia a queda em suas
de recontratação. Assim, é necessário saber identificar em vendas. Então, vislumbrou a oportunidade de mercado
qual contexto está inserido o contato do cliente para sa- de oferecer uma experiência diferente em seus deliveries,
ber como melhor atendê-lo, resolvendo suas dores. criando kits que acompanham cada momento do dia do
• Consistência: Esse é um dos pontos mais difíceis, mas que, cliente. Assim, passou a vender conjuntos de produtos
caso seja bem trabalhado, tende a tornar todo o processo para o café da manhã, “cinema em casa”, kits de snacks,
mais eficiente. A consistência diz respeito a uma constru- dentre outros. Essa medida simples fez com que suas mar-
ção de experiências em sequência que estejam alinhadas cas continuassem presentes na vida dos consumidores.

Centro de Educação Tecnológica 51


• O caso da Makeup: A gigante americana de maquiagens cliente. Ele precisa ver as cores, sentir as texturas, testar a
percebeu que parte da experiência durante o processo de ergonomia, combinar elementos, entre outros. Portanto,
compra era experimentar os produtos. Então, implemen- cada interação em sua loja online foi construída com isso
tou em seu site um simulador onde é possível “provar” em mente. O visitante tem um catálogo perfeitamente es-
virtualmente e escolher aqueles que mais agradam. truturado com categorias abrangentes e fáceis de seguir.
• O caso Wayfair: A Wayfair é uma loja online de móveis Há também muito conteúdo para inspirar e ensinar, e até
com uma vantagem sobre os grandes varejistas existen- um aplicativo em AR (realidade aumentada) que permite
tes no início dos anos 2000 - a marca nasceu no mundo ao cliente visualizar como cada peça se encaixa em seus
digital. Eles não podiam igualar preços, a logística e a de- espaços pessoais. É divertido usar o site e procurar pro-
manda que empresas como Target e Walmart tinham. No dutos. Mesmo que o plano inicial não seja comprar algo
entanto, seu foco era criar a melhor experiência de com- daquela loja específica, a persona pode ir lá para testar
pra digital possível. A empresa começou por entender que coisas, apenas para experimentar. Esse é o poder de uma
comprar móveis é um processo altamente sensorial para o experiência digital especial.

52 Negociação e Marketing Digital


Persona

Para que suas estratégias de marketing digital apresentem re-


sultados, é preciso direcionar os seus esforços para o público
certo. Por isso, muitos profissionais utilizam de recursos espe-
cíficos para definir essas pessoas — como a criação da perso-
na, por exemplo.

Persona é a representação semi fictícia de seu cliente ideal. Por


meio da compreensão de o que é persona e da sua construção,
você tem a possibilidade de ficar por dentro dos principais ob-
jetivos de seus clientes. E, claro, saber quais são as suas dores
e como a sua empresa poderá solucioná-las. Além de ser um
guia para que as estratégias de marketing sejam formuladas,
independentemente de qual canal a sua equipe vai utilizar.

Assim, é possível estabelecer a linguagem adequada, a chama-


da brand voice, e, criar conteúdos específicos e segmentados.
Além de saber em quais redes sociais atuar e definir o período
de cada campanha publicitária, por exemplo. Com uma série
de peculiaridades, as personas apresentam as principais carac-
terísticas e comportamentos dos seus compradores, aqueles
que enxergam em seus produtos e serviços a solução ideal
para um problema ou necessidade que eles têm.

O objetivo da criação de uma persona é possibilitar ao ges-


tor uma melhor compreensão sobre quem é o seu público. A

Centro de Educação Tecnológica 53


base para a sua construção são pesquisas que revelam dados ra geral, público-alvo é uma parcela abrangente da sociedade
reais sobre demografia, motivações, objetivos, necessidades, para quem você vende seus produtos ou serviços. Já a persona
desafios, preocupações etc. Quanto mais específico e detalha- é a representação do seu cliente ideal, de forma mais huma-
do for o perfil da persona, mais assertivo você será nas suas nizada e mais personalizada. Em um primeiro momento pode
estratégias. até soar muito parecido. Porém, faz toda a diferença pensar
em uma estratégia de marketing direcionada ao Pedro Paulo e
Quem criou o conceito de personas foi Alan Cooper, designer não a um extenso público-alvo.
e programador de softwares, ao desenvolver um sistema de
gerenciamento de projetos em 1983. Kathy era uma gestora Além do mais, não é preciso limitar-se a uma única persona,
de projetos e foi entrevistada por Cooper, que queria entender caso você ache que tenha segmentado muito a fundo. É co-
melhor o seu trabalho. Segundo o programador, ela foi uma mum que os negócios tenham mais do que uma persona de-
espécie de persona primitiva. finida. Só que é melhor não exagerar. Se uma persona pode
limitar muito seu público, ter muitas personas podem fazer
Ao longo do projeto, Cooper travava diálogos internos, como com que sua estratégia perca o foco.
se fosse Kathy, explicando o que precisava daquele software
no seu dia a dia. Ali ele entendeu a importância da persona: Há também uma importante diferença no próprio conceito: o
com uma pessoa em mente, que tem dúvidas e necessidades público-alvo pressupõe uma mira que a marca deseja apenas
reais, ficou mais fácil perceber e resolver questões complexas atingir, enquanto a persona considera que há uma pessoa do
de design e interação. outro lado, com quem a marca quer interagir.

Mais adiante, as personas foram formalizadas por ele e se tor- Tipos de Personas
naram um método dos seus processos de design. Finalmente,
em 1998, ele lançou o livro no qual explica o conceito de per- Existem algumas opções dentro dessa ideia, e cada uma tem
sonas. Em seu site, ele conta toda essa história. um propósito diferente. Confira a seguir mais detalhes sobre
cada uma delas.
Persona x Público Alvo
• Buyer persona: O exemplo mais comum dentro desse uni-
É bastante comum confundir o que é persona com público- verso é a buyer persona. Como o próprio nome indica, tra-
-alvo. Apesar de serem muitas vezes tratados como a mesma ta-se de um perfil semifictício que representa o seu com-
coisa, há diferenças entre esses dois termos. De uma manei- prador ideal. Ou seja, o comportamento, as demandas, os

54 Negociação e Marketing Digital


desafios e objetivos do consumidor final do seu negócio. A virtual da Magazine Luiza que se comunica com todos os
partir dessa criação, é possível direcionar os seus esforços clientes e mercado.
para gerar um impacto positivo no cliente em potencial e
aumentar as suas chances de venda. Seja para entender Criação da Persona
quais são as preferências em relação aos métodos de pa-
gamento, seja para identificar como as suas soluções po- A criação da persona é um processo. Não dá para simplesmen-
dem resolver os problemas desse cliente, ao entender o te sair descrevendo alguém que você acha que representa
comportamento de compra esse consumidor, é mais fácil seus clientes. Também não dá para cair na objeção de “eu já
planejar uma estratégia eficiente e conseguir os resulta- conheço os meus clientes”, pois as nossas percepções podem
dos esperados. nos enganar. Para que cumpra o seu papel, a persona deve ser
• Audience persona: A interação e o engajamento entre resultado de pesquisa, análise e construção. Basicamente, ela
marcas e usuários também é muito importante no cená- deve seguir estes cinco passos:
rio digital e, muitas vezes, essa audiência apresenta um
perfil diferente do seu comprador. Para isso, o ideal é criar • Coletar os dados de clientes: O primeiro momento da
a audience persona, que representa quem visita as suas construção da persona é a “ida a campo”. É essa expres-
páginas nas redes sociais, lê as publicações do seu blog ou são que se usa quando os pesquisadores realizam a coleta
até assiste aos seus vídeos. Para quem busca brand awa- de dados para os seus estudos. Uma boa coleta de dados
reness, isso é essencial. começa com um bom planejamento de pesquisa, que en-
• Proto persona: A proto persona se trata de uma versão volve a definição de objetivos e público-alvo e a constru-
inicial das muitas personas de uma empresa. Ela é criada ção dos instrumentos de coleta (um roteiro de perguntas
por meio de um brainstorming da sua equipe, avaliando para entrevistas, por exemplo).
quais são as principais características dos seus clientes. • Realizar perguntas a esses clientes: Uma boa prática é di-
Trata-se de um direcionamento inicial para começar a es- vidir em cinco etapas de perguntas - demográfica, pesso-
truturar a criação de perfis mais completos. al/profissional, consumo de conteúdo, hábitos de compra
• Brand persona: A persona não precisa ser apenas o seu e relação com a empresa. É importante ter sensibilidade
consumidor ou audiência, pode ser a sua própria empre- para entender quais e quantas perguntas os seus clien-
sa. A ideia é humanizar a sua marca, criando um perfil que tes estariam dispostos a responder, tanto em entrevistas
represente os valores e a visão da companhia e, assim, quanto em questionários.
traduzir esses conceitos a partir de mensagens mais efe- • Analisar os dados coletados: Depois de aplicar a pesqui-
tivas. Um exemplo de sucesso é a Magalu, a assistente sa, você vai ter vários dados sobre os clientes. É preciso ta-

Centro de Educação Tecnológica 55


bular os dados, transcrever as entrevistas e analisar tudo sumo e escolher a imagem de alguém que personifique
isso que você coletou. Na análise, procure identificar os essa descrição. Esse quadro pode ser compartilhado por
padrões nas respostas. Eles representam características, email, impresso e distribuído, colado na parede da empre-
problemas, desafios e dúvidas que são comuns a vários sa… O importante é fazer com que todo mundo conheça a
clientes e que devem fazer parte da persona. Se você per- persona e pense nela nos seus processos.
cebe que quase todos responderam que têm ensino supe-
rior completo e costumam usar o Instagram para interagir Se a persona se baseia em dados sobre os clientes, como fazer
com marcas, aí estão traços do perfil da persona. a pesquisa se a empresa ainda não tem clientes ou está lan-
• Estruturar a persona: A partir da análise, a persona vai çando um novo produto? Nesses casos, existem outros méto-
ganhar vida. Ela vai ter um nome, um rosto e um perfil dos de pesquisa que você pode usar para conhecer melhor o
bem definido, com as características e comportamentos público que interage com a sua marca e quem seria um cliente
que você percebeu como mais relevantes. O segredo aqui ideal.
está em pensar na persona como um ser humano de ver-
dade, que vai interagir com a marca, ler os seus conteú- Estas são as principais soluções:
dos, comprar os seus produtos. E um ser humano não se
resume a uma lista de tópicos. Procure desenvolver um • Pesquisas de mercado (com respondentes que se encai-
texto descritivo sobre essa pessoa que você está criando. xem no seu público-alvo);
Uma boa solução é contar uma história. Você pode narrar • Pesquisas com a sua base de contatos;
um dia ou uma semana da persona em que ela interage • Análises do Google Analytics (se a empresa já tem um site
com o seu produto. Assim, fica muito mais fácil perceber ou blog);
seus hábitos, comportamentos e como ela se relaciona • Análise de concorrentes.
com a marca.
• Compartilhar a persona com a equipe: Não adianta criar Uma combinação entre esses métodos permite extrair dados
as personas se elas não forem usadas pela equipe de confiáveis para construir a sua persona. Eles também podem
marketing. Depois que a persona tiver um perfil e uma ser usados para complementar a coleta de dados com clientes,
história, você pode sintetizar os dados em um quadro-re- caso você já a tenha.

56 Negociação e Marketing Digital


Marketing de Conteúdo

Ao contrário do que possa parecer, produzir conteúdo não é


tarefa das mais fáceis. Além do próprio conhecimento em si e
da disciplina, é imprescindível elaborar um planejamento para
esta atividade, com objetivos bem claros e definidos. A impor-
tância deste tema é tão grande que existe até uma área do
marketing com foco dedicado: é o marketing de conteúdo, que
nada mais é que uma estratégia estruturada para elaborar e
disseminar conteúdo relevante com o objetivo de atrair e reter
clientes, fortalecendo a presença digital da marca. Em resumo,
o marketing de conteúdo sustenta-se na premissa de que, ao
fornecer algo de valor para o público, você está desenvolvendo
um relacionamento saudável, baseado na confiança.

A internet tem o poder de proliferar mensagens em grandes


escalas quase ou tão igual como um vírus se prolifera nos equi-
pamentos eletrônicos ligados à rede, pois as mensagens, se-
jam elas verdadeiras, proporcionam relacionamentos comer-
ciais, sociais, sendo equiparado e considerado ao tradicional
marketing boca a boca no mundo real. As redes sociais têm
um incrível poder de comunicação, espalhando mensagens
em questão de segundos, disseminando como um efeito viral.

Indo direto ao ponto, Marketing de Conteúdo é a estratégia


de produzir conteúdos para seu público-alvo, que o auxilie em
todo processo de compra e o atraia para você de forma natural
e espontânea. É o combustível do Inbound Marketing, que ve-

Centro de Educação Tecnológica 57


remos mais adiante nesse módulo. O marketing de conteúdo é Resumindo: Marketing de Conteúdo é falar sobre seu nicho
uma das frentes do marketing digital. Esta é uma estratégia de de mercado. Diferente de um release de uma assessoria de
marketing que tem grande impacto para iniciar e manter um imprensa ou do marketing tradicional, não é sobre o que sua
relacionamento com o cliente. empresa faz, mas sobre o que seus clientes precisam!

Podemos dizer que o significado de Marketing de Conteúdo Esta estratégia de marketing envolve a criação e distribuição
é relativamente novo. Somente nesse novo século que esse de conteúdo que seja relevante para o cliente, seja ele pes-
conceito foi forjado e que estudos, análises e experimentos soa física ou pessoa jurídica, ajudando o seu cliente a resolver
começaram a ser realizados. No entanto, suas aplicações já um problema. Em troca, a empresa que oferece o conteúdo de
aconteciam antes mesmo da era digital. Sim, essa estratégia maneira gratuita, pede permissão ao cliente para capturar os
também existe offline. seus dados e iniciar uma comunicação. Hoje em dia, os prin-
cipais dados que são capturados são: nome, e-mail e telefone
Em 1895, a John Deere, empresa líder no segmento de má- e com estas informações em mãos é possível oferecer ainda
quinas agrícolas, publicou a primeira edição da revista “The mais conteúdo relevante para este cliente, sempre obtendo o
Furrow”. A publicação segue em circulação até hoje e é foca- retorno do cliente (comunicação de mão dupla), quanto a efe-
da em assuntos relacionados à agricultura. Com essa revista, tividade e satisfação do cliente com as informações recebidas.
a John Deere ousou, e optou por compartilhar conteúdo com
o público interessado em agricultura em vez de simplesmente É claro que a empresa não produz todo este conteúdo em tro-
criar anúncios “empurrando” os produtos que são fabricados ca apenas dos dados de contato do cliente para criar um re-
pela empresa. lacionamento mais próximo. O grande objetivo da empresa é
que este cliente passe a fazer parte da sua carteira, adquirindo
É verdade que nem todos os leitores da revista possuíam tra- produtos e soluções de maior valor agregado.
tores da John Deere, mas ao consumir a informação da marca,
poderiam descobrir dores que julgavam ser inexistentes até Materiais
então. E ao sentir a necessidade de fazer uma compra, opta-
riam por uma marca de confiança. Ou seja, a revista cumpre O material gratuito, com conteúdos relevantes para o cliente
exatamente o propósito do conceito: educar o público, ganhar podem ser disponibilizados de diversas maneiras:
autoridade no assunto e influenciar na decisão de compra. É
um dos primeiros registros de Marketing de Conteúdo, e des- • Blog: a empresa cria um blog desenvolvendo conteúdo
de então, várias marcas têm feito o uso da prática. para solucionar determinado assunto e os clientes ou pos-

58 Negociação e Marketing Digital


síveis clientes, que precisam resolver o assunto em ques- Vimeo, são os principais canais para divulgação de conte-
tão, chegam ao blog por uma ferramenta de busca ou por údo: Instagram, Facebook, TikTok, WhatsApp e Telegram
indicação e passam a conhecer a empresa e os produtos são as líderes de mercado em 2021, mas como a história
e/ou serviços ofertados por ela. recente nos mostra, é muito normal uma rede social aca-
• E-book: o mesmo conteúdo produzido no blog pode ser bar de uma hora para outra e uma outra nascer, tomando
ofertado para o cliente em formato de e-book, com uma espaço no mercado.
programação visual mais atrelada e sua marca e em for- • E-mail marketing: junto com os blogs, o e-mail marketing
mato PDF, de forma que o cliente ou potencial cliente é uma das ferramentas mais antigas desta liga utilizadas
possa imprimir ou até mesmo encaminhar para um ami- pelo marketing de conteúdo, porém, o e-mail marketing
go que tenha o mesmo problema, divulgando assim a sua não deve ser desconsiderado, muito pelo contrário, ele
empresa. ainda é uma das ferramentas mais utilizadas e com maior
• Infográfico: os infográficos nada mais são que um conteú- canal de penetração para as empresas que utilizam a es-
do digital, podendo ser disponibilizado na própria página tratégia de marketing de conteúdo, além de possibilitar
da empresa ou em um arquivo PDF, contendo informa- uma comunicação imediata e efetiva quanto a receptivi-
ções relevantes em um formato gráfico e visual, reduzindo dade e assertividade do seu público alvo, através de ferra-
o tempo de leitura e assimilação do conteúdo. mentas que identificam se o cliente recebeu e consumiu o
• Vídeos: os vídeos estão cada vez mais populares devido conteúdo oferecido no e-mail enviado.
ao fácil acesso a ferramentas de gravação e edição e tem
auxiliado muito na estratégia de marketing de conteúdo. Estratégia
Em 2020, 82% do tráfego da internet foi gerado por vídeo
e 80% dos usuários preferem assistir conteúdo audiovisu- Um dos aspectos mais negligenciados por quem faz Marketing
al a ler um texto online. de Conteúdo é que ele deve se basear em uma estratégia or-
• Webinars: este é outro formato de criação de conteúdo ganizada e estruturada para gerar resultados.
que tem se tornado cada vez mais popular, pelos mesmos
motivos da popularização dos vídeos. Qualquer pessoa Para implementar uma estratégia de marketing de conteúdo,
hoje em dia com um smartphone e com conteúdo, tem a empresa necessita, antes de tudo, realizar uma análise do
todas as ferramentas necessárias para criar um webinar e mercado em que está inserida e definir os objetivos que deseja
impactar centenas, senão milhares de pessoas. atingir com a implementação desta estratégia. Depois será ne-
• Redes sociais: hoje em dia, as redes sociais, junto com cessário identificar o seu público-alvo e fazer o mapeamento
as ferramentas de divulgação de vídeo como Youtube ou de personas.

Centro de Educação Tecnológica 59


Com estas informações em mãos, faz-se um mapeamento das • Mensuração de resultados: para ter certeza de que as
palavras-chaves do seu negócio, colocando-se no lugar das ações estão funcionando, é preciso analisar os resultados
personas mapeadas, imaginando como elas realizariam buscas referentes ao tráfego, interações sociais, networking e
sobre determinado assunto na internet. SEO.

A seguir, o time que trabalha com marketing de conteúdo dis- A análise dos resultados é um dos momentos mais delicados
cute a pauta que será usada no conteúdo e planeja em que de toda a estratégia de Marketing de Conteúdo. É por meio da
momento o mesmo será disponibilizado para cada uma das mensuração que você vai descobrir o que está funcionando e o
personas. Por fim, o time produz e implementa o conteúdo, que não está, e assim fazer as correções de percurso.
organizando também o processo de distribuição, respondendo
às interações do cliente. A maior vantagem do Marketing Digital sobre as outras mí-
dias é que nele é possível acompanhar os KPIs (indicadores)
A estratégia de Marketing de Conteúdo tem como objetivo em tempo real e alterar estratégias rapidamente para evitar
levantar e documentar todos os pontos necessários antes de grandes perdas. Coisa que você não consegue fazer em um co-
colocar a mão na massa. Basicamente, ela é dividida em cinco mercial de TV, por exemplo.
etapas:
Além disso, como é possível rastrear todos os passos de um vi-
• Planejamento: nesta primeira etapa, o plano deve deixar sitante, saber exatamente quantas oportunidades de negócio
claro quais são as pessoas responsáveis pelas tarefas e foram geradas com um conteúdo, quais canais estão gerando
como elas atingirão as metas; mais leads, você consegue saber exatamente qual retorno sua
• Elaboração da persona: a partir do momento em que você estratégia de Marketing de Conteúdo está trazendo para a em-
desenvolve a persona, a criação dos conteúdos passa a fa- presa.
zer sentido uma vez que você sabe a quem direcioná-los;
• Criação de conteúdo: os conteúdos podem ser feitos em Ferramentas
diversos formatos, desde que sejam pertinentes ao seu
público (por exemplo, blog posts, ebook, email, vídeo, Felizmente, contamos com várias ferramentas completas e
etc); eficientes no mercado. Essas plataformas podem te ajudar a
• Distribuição: além de produzir os conteúdos, é necessá- medir os resultados de uma estratégia de Marketing de Conte-
rio promovê-los nos canais em que a persona se encontra údo, automatizar processos e aumentar o volume de conteúdo
como redes sociais e listas de email; criado e divulgado pela sua equipe. As opções são muitas, mas

60 Negociação e Marketing Digital


o que torna uma ferramenta realmente ideal é suprir as neces- de leads, criar de fluxos e muito mais. Fazer esse trabalho
sidades da sua empresa. sem uma ferramenta é impensável! Mas existem opções
muito boas no mercado, que dão conta de boa parte des-
• Blogs: Muito mais do que escrever e postar textos, cuidar se trabalho. As opções mais conhecidas e recomendadas
de um blog exige que você crie uma estrutura de nave- são a Hubspot, a RD Station e o MailChimp.
gação, modere os comentários dos visitantes, melhore • Monitoramento: Todo profissional de Marketing precisa
o layout (aparência) do seu blog, acompanhe dados de monitorar o desempenho da sua estratégia. Existem vá-
acesso e muito mais. É por isso que todo profissional de rias ferramentas que ajudam nessa tarefa, inclusive as já
blog precisa de um Content Management System (CMS) citadas. Uma ferramenta de monitoramento essencial é o
— em português, um sistema de gerenciamento de con- Google Analytics, pois traz os números por canal de aqui-
teúdo. Algumas opções são o Joomla, o Drupal e o Wor- sição de tráfego do seu blog — tráfego vindo de email,
dPress, o CMS mais popular do mundo. tráfego vindo do orgânico, tráfego de social. Outra muito
• SEO: Fazer pesquisa de palavras-chave, encontrar opor- boa é o Power BI, que centraliza todas as métricas do seu
tunidades de rankeamento, realizar otimizações que po- Marketing e oferece a visualização de dados de forma in-
dem levar um conteúdo à primeira página e monitorar a terativa, o que proporciona mais insights.
concorrência são algumas das atividades essenciais dessa
área. Algumas ferramentas úteis para isso são o SEMRush,
o Ahrefs, o BuzzSumo e o Keyword Planner do Google.
• Mídias sociais: O gerenciamento de mídias sociais é um
trabalho que precisa de ferramentas que permitam o
agendamento de postagens em várias redes, o monito-
ramento do alcance e engajamento da audiência com
essas postagens e ainda gerem relatórios de resultados.
Algumas opções nessa área são o Buffer, o Hootsuite, o
SimplyMeasured e o Quintly. E também existem outras
específicas para algumas redes sociais, como o Postgrain
(antigo Instamizer) para o Instagram, o Fanpagekarma
para o Facebook e o Commun.it para o Twitter.
• Automação: O profissional responsável pela nutrição de
leads precisa escrever e disparar emails, segmentar a base

Centro de Educação Tecnológica 61


Publicidade Display

A web é um ambiente cada vez mais propício para a publicida-


de de empresas, que podem fazer isso por meio dos anúncios
Google. Essa forma de posicionamento é importante para ob-
ter visibilidade e, principalmente, captar visitantes em sites e
e-commerces.

A publicidade display é um formato de publicidade on-line no


qual o anúncio (geralmente conhecido como banner) é exibido
em uma página web de destino, geralmente apresentada na
parte superior ou na lateral da mesma. E o que começou como
uma mera imagem estática com texto evoluiu para fórmulas
de publicidade novas e mais interativas. Agora, os banners po-
dem incluir áudio, vídeo e, até mesmo, podem oferecer algu-
ma interação com o usuário.

Esta grande atração, sem dúvida, aumenta o CTR (Click Throu-


ght Rate ou percentual de cliques sobre o número de impres-
sões) sobre as versões anteriores. A publicidade display é uma
entre as diversas formas de oferecer um produto ou serviço
por meio da exibição de anúncios. Isso inclui publicidade digi-
tal, banners, vídeos, rich media e outros tipos de mensagens,
sendo que uma grande parte do investimento tem se concen-
trado na difusão pela internet atualmente.

Ela possibilita que seus produtos estejam em destaque em si-


tes importantes, podendo ser vistos por milhares de pessoas.

62 Negociação e Marketing Digital


No entanto, o processo até a divulgação dos anúncios não é (links patrocinados) com a publicidade em display pode ser
tão simples e requer uma estratégia bem posicionada. Somen- muito efetiva, pois aumenta a taxa de conversão em mais de 2
te isso garante a segmentação correta, ou seja, que o público- pontos percentuais.
-alvo da sua marca seja impactado por essa publicidade.
Esta estratégia permite que uma marca se destaque entre os
A publicidade display estimula o interesse em maior medida concorrentes, aumentando o alcance dos anúncios para áreas
do que outros formatos publicitários. Quando um usuário en- em que os clientes em potencial estão gastando grande par-
tra em uma página da Web, se os banners forem atraentes o te do seu tempo em mídias digitais. Ele fortalece a marca en-
suficiente, será difícil para eles ignorá-los. Além disso, a publi- quanto ao mesmo tempo aumenta o seu ROI (retorno sobre
cidade gráfica na Internet tem uma enorme possibilidade de investimento) em marketing digital através de campanhas com
segmentação, o que nos permite focar apenas o público que custo-benefício positivo.
realmente nos interessa.
Rede de Display
Muitos anúncios na Internet só aparecerão se você inserir pa-
lavras-chave específicas. É um tipo de publicidade inteligente e A publicidade display está dominada por grandes redes de afi-
interativa. Você pode escolher o perfil do público-alvo e lançar liados. Nesse sentido, o Google domina o mercado de publici-
uma mensagem apropriada apenas para eles. dade display na Internet com sua rede de afiliados.

Na publicidade online, qualquer ação é mensurável e quantifi- A Rede de Display do Google é composta por milhões de si-
cável. Este recurso permite determinar o que está funcionan- tes que se associam para receber publicidade paga em suas
do, o que não está, e elaborar propostas para melhorias. Além páginas. Com isso, empresas que desejam ter seus produtos
disso, é possível testar a eficácia de qualquer elemento do divulgados nesses espaços precisam desenvolver anúncios
anúncio: a mensagem, a animação, o áudio e assim por diante. para serem posicionados na Rede de Display. Os anúncios de
display são visualmente atraentes, econômicos e uma maneira
A publicidade em display afeta o consumidor tanto na fase de mensurável de uma marca atingir suas metas de marketing.
conscientização da necessidade do produto/serviço quanto É por isso que os anúncios de display são fundamentais para
na consideração de compra. Não só isso, essa metodologia qualquer mix de mídias moderno.
também é efetiva para construir uma afinidade do consumi-
dor com sua marca. A marca é importante para ser lembrada, A rede de display do Google Ads é uma ferramenta de anún-
inclusive na hora da compra. Além disso, a combinação de PPC cios extraordinária, que possibilita que as empresas ganhem

Centro de Educação Tecnológica 63


grande visibilidade nos sites mais adequados para seu nicho. imagem vinculados a um site. Eles estão disponíveis em
Contudo, bolar uma estratégia de campanha não é tarefa fácil vários tamanhos em pixels, como 300×250, ou 728×90.
e requer um certo conhecimento prévio dessa categoria. No entanto, o Interactive Advertising Bureau (IAB), que
desenvolve padrões do setor para a publicidade online,
A Rede de Display do Google usa segmentação precisa para vem recomendando o uso de blocos de anúncios flexíveis,
atingir públicos motivados, trazendo melhores resultados para que funcionem em diferentes tamanhos de tela e sites
os anunciantes. Trata-se de uma forma simples e econômica responsivos. São anúncios com base na taxa de proporção
de anunciar em milhões de páginas de notícias, sites de tópi- e no intervalo de tamanho.
cos específicos, sites de vídeos e blogs de alta qualidade. • Anúncios intersticiais: Em geral, são anúncios de tela in-
teira que sobrepõem a página da web ou app que se esta-
CTA va tentando acessar. Podem ter imagem, texto ou vídeo e
requerem que os usuários cliquem ou fechem o anúncio
CTA significa Call to Action, que em português quer dizer “Cha- para continuar.
mada Para a Ação”. Normalmente, a chamada para a ação é • Anúncios rich media: Anúncios em banner que atraem
caracterizada por um botão localizado na página do website interesse através de vídeo, áudio ou outros elementos in-
da sua empresa, com o objetivo de chamar a atenção do visi- terativos, como controles deslizantes, visão 360º, campos
tante para que ele execute o que você deseja, direcionando as de formulário ou perguntas.
ações dele. • Anúncios em vídeo: Como diz o nome, são anúncios com
vídeo. Ideais para branding, storytelling e capturar a aten-
O CTA pode ser visto somente como um título, um texto ou ção.
até mesmo um parágrafo, como por exemplo: “Baixe aqui!”,
“Faça o download” etc. Portanto, o Call to Action deve motivar Anúncios Nativos
o consumidor a clicar no botão para interagir cada vez mais
com a sua empresa e é fundamental ter um desses na sua pu- Anúncios nativos são projetados para se mesclarem com outro
blicidade display justamente para levar o público à uma ação. conteúdo de uma página. Eles são especialmente comuns em
feeds de notícias de redes sociais.
Tipos de Anúncios
Esses anúncios parecem publicações regulares de usuários,
• Anúncios em banner: Na forma mais básica, os anúncios embora sejam legalmente obrigados a exibirem a palavra “pa-
em banner são retângulos ou quadrados baseados em trocinado” para minimizar o engano.

64 Negociação e Marketing Digital


Os anúncios nativos são menos óbvios do que os anúncios grá- Os anunciantes que usam a publicidade nativa também cor-
ficos e às vezes podem alcançar usuários com software de blo- rem bem o risco de ocultar o logotipo e as informações de sua
queio de anúncios habilitado. Eles podem ser uma ótima ma- marca. Há uma chance de que os leitores não percebam, mui-
neira de envolver clientes potenciais, já que a maioria das pes- to menos se lembrem disso. Eles podem se lembrar da men-
soas responde melhor ao conteúdo quando não é um anúncio sagem, mas isso não vale muito se não conseguirem lembrar
óbvio. Mas há sempre o risco de que, quando terminarem e quem a postou.
descobrirem que a publicação ou artigo que acabaram de ler
era publicidade, se sintam enganados.

Centro de Educação Tecnológica 65


Social Media

Hoje em dia não basta a empresa ter um site hospedado na


internet, por mais completo que ele seja, contendo todas as
informações referente aos produtos e a empresa. É necessá-
rio que a empresa tenha presença nas redes sociais, seja uma
rede social profissional como o LinkedIn ou redes sociais como
Facebook e Instagram onde as pessoas pesquisam produtos,
são impactadas por campanhas e até mesmo interagem entre
si.

As mídias sociais passaram a ter um papel relevante na comu-


nicação entre as empresas e os seus clientes consumidores e
ocupam um papel de destaque para a estratégia de marketing
de relacionamento.

O marketing de conteúdo, o e-mail marketing e as redes so-


ciais estão entrelaçados e precisam se comunicar entre si. O
marketing de conteúdo gera insumos para o e-mail marketing
e para as redes sociais. O feedback do cliente ao e-mail marke-
ting gera melhorias para o marketing de conteúdo e o e-mail
marketing pode direcionar o cliente ou possível cliente para as
redes sociais, onde o cliente pode aumentar a sua interação
com a empresa.

As redes sociais trouxeram um grande impacto na vida das


pessoas, tanto negativa como positivamente. Ela mudou a ma-

66 Negociação e Marketing Digital


neira como as pessoas se veem e como as pessoas veem as Monitorar e saber responder as redes sociais da empresa, dos
outras. Auxiliou na comunicação, tanto entre pessoas, como concorrentes, de pessoas semelhantes às suas personas e de
entre empresas e nos fez voltar a confiar em pessoas que nem influenciadores passou a ser um fator de sucesso para as em-
mesmo conhecemos quando lemos uma recomendação ou presas, principalmente no que diz respeito a sua imagem.
uma crítica, referente a um produto ou a um serviço prestado
por determinada empresa. Nas mídias sociais, o “boca a boca” ganha grande destaque.
Neste ambiente o poder de persuasão das pessoas e a capaci-
Canais de comunicação como blogs e redes sociais permitem dade de disseminar opiniões se torna ainda mais volátil.
que consumidores, pessoas comuns, influenciem outras pes-
soas do seu ciclo social a comprar ou não determinado produ- Este fenômeno pode obter resultados positivos como negati-
to ou serviço ao dividir suas opiniões e experiências, além de vos para uma marca, pois assim como um consumidor pode fa-
permitir uma maior conectividade e interação entre grupos e lar bem, ele também pode falar mal e proliferar a informação
indivíduos. de forma muito rápida pela rede.

Desta forma, a presença nas redes sociais ganhou muita rele- As mídias sociais, além de serem um canal de comunicação de
vância nos últimos tempos pela velocidade que uma notícia um para muitos, são também um canal de relacionamento que
se propaga, seja ela boa ou ruim, atingindo um número cada permite receber feedback constante de seus consumidores.
vez maior de pessoas que são muito mais influenciadas quan-
do ouvem algo de uma pessoa que faz parte do seu ciclo de Os seus usuários esperam que a marca responda de forma ar-
confiança. ticulada, solucione seus problemas e se comunique de forma
pessoal e amigável
Facebook, LinkedIn, Instagram e Twitter são as redes sociais
com o maior número de pessoas e com maior tempo de exis- Mídia Social x Rede Social
tência. Porém, muitas redes sociais já foram criadas, tiveram
sucesso e descontinuaram, em uma prova de que ter o rela- Redes sociais são estruturas formadas dentro ou fora da inter-
cionamento e os dados do seu cliente não é o suficiente para net, por pessoas e organizações que se conectam a partir de
perpetuar o seu negócio, é preciso saber o que o seu cliente interesses ou valores comuns. Estes interesses incluem falar
realmente precisa, qual o problema que ele quer resolver, e a sobre marcas, produtos, serviços, empresas etc.
partir daí desenvolver uma solução que atenda a ele.

Centro de Educação Tecnológica 67


Já as mídias sociais são um grupo de aplicações para internet
construídas com base nos fundamentos ideológicos e tecno-
lógicos da Web 2.0, e que permitem a criação e troca de con-
teúdo gerado pelo usuário, ou seja, são as plataformas que
conhecemos hoje e que por elas interagimos.

Portanto, as mídias sociais se referem às ferramentas usadas


para comunicação, que incluem redes sociais e sites da inter-
net e que permitem a criação e o compartilhamento de infor-
mações e conteúdo de pessoa para pessoa.

Influenciadores Digitais

A comunicação nas Redes Sociais ganhou ainda mais relevância


com o uso de influenciadores digitais nas ações de marketing.
O custo mais baixo nas ações e a relevância de engajamento
por apresentar uma vida real e o respaldo por conhecimento
em sua segmentação são algumas oportunidades que esta es-
tratégia proporciona às empresas.

O marketing de influência vem crescendo em grande escala a


cada ano. O Instagram é citado como a mídia social mais im-
portante para o marketing de influência, seguido pelo Face-
book e pelos blogs, mas novas redes e aplicativos como o Tik
Tok rapidamente vêm garantindo o seu lugar.

Um ponto de atenção a ser observado é a verdadeira influência


dessas celebridades na internet, visto que alguns influenciado-
res possuem apenas números, nos quais compram seguidores
por ferramentas/softwares, e não trabalham com conteúdo e

68 Negociação e Marketing Digital


empresas de forma efetiva. Por outro lado, existem seguido- Publicidade em Mídias Sociais
res com baixo número de seguidores, que sabem inserir um
produto ou serviço de maneira orgânica, ou seja, sem o inves- Anunciar em mídias sociais é a principal forma de alcançar o
timento de mídia paga. Estratégias com micros influenciado- maior número de pessoas para conhecer e se relacionar com
res podem apresentar boa comunicação com consumidores, as marcas.
alcance segmentado e custo baixo às empresas que apostam
nesta ação. Todas as redes sociais possuem algoritmos que, muitas vezes,
barram o alcance das postagens das marcas para influenciar e
A escolha destes seguidores para a marca irá depender do es- incentivar o investimento em mídia paga nestas ferramentas.
tudo de persona que irá indicar os gostos do consumidor. É
necessário identificar a equivalência entre os influenciadores A publicidade online vem ganhando cada vez mais relevância,
digitais e os clientes que a marca pretende atingir. os investimentos são menores quando comparados à publi-
cidade offline e a facilidade de acesso a este investimento é
Outro fator importante é analisar o conteúdo produzido, pois viável tanto a grandes, como pequenos negócios, visto que as
o influenciador digital ganha reconhecimento pela qualidade próprias ferramentas de mídias sociais ensinam e viabilizam as
do seu conteúdo no segmento, seja ele em formato de texto, estratégias a todos os anunciantes de forma simplificada.
vídeos, podcasts etc.
Cada mídia social apresenta a sua própria ferramenta e os
O engajamento torna-se elemento imperativo para o impacto anúncios devem ser criados separadamente em cada uma. A
positivo de uma audiência de forma verdadeira. É importante forma como os anúncios são cobrados normalmente são feitos
verificar se as pessoas que seguem o influencer têm o hábito por meio de um leilão baseado na cobrança de CPM (Custo por
de interagir e compartilhar o conteúdo dessa personalidade. mil) ou CPC (custo por clique).

Para mensurar resultados, é importante identificar se a men- No custo por mil, cada anunciante paga por 1000 exibições
sagem da marca empresa/campanha foi passada corretamen- do anúncio na mídia social. Cada vez que o usuário acessa a
te, a data e o horário em que o material é divulgado, moni- mídia social e o anúncio aparece na sua timeline, é contada
toramento dos feedbacks (curtidas, comentários e compar- uma impressão. A vantagem deste método é que se paga pela
tilhamentos), monitoramento do tráfego vindo do canal do audiência efetiva do anúncio.
influenciador e análise do número de leads e vendas gerados.

Centro de Educação Tecnológica 69


Já no custo por clique, o anunciante somente paga quando o resultado pode ser tanto uma venda, mas também a captação
usuário/consumidor clica no anúncio, transferindo a navega- de um novo contato para posterior oferta de um novo serviço.
ção ao endereço indicado pelo anunciante. O método tem a Portanto, o resultado ou a taxa de conversão que deve ser ana-
vantagem para o anunciante de pagar pela ação de visita do lisada são os prospects.
consumidor ao seu site, e é mais adequado para sites de co-
mércio eletrônico e para aqueles que necessitam incrementar É necessário realizar o acompanhamento constante para ava-
suas visitas. liar se os investimentos realizados estão sendo alocados na
melhor estratégia e nos melhores canais de mídias sociais.
Mensuração Assim é possível fazer alterações na rota quando necessário.

Nas mídias sociais, medir impacto se torna mais fácil já que as Há algumas formas gratuitas de acompanhar as diversas infor-
ferramentas permitem acompanhar praticamente tudo o que mações do site da empresa, utilizando, por exemplo, o Google
acontece na mídia. Analytics. Nesta ferramenta, pode-se monitorar o volume de
acesso por determinado período, de onde as pessoas acessam
No planejamento, a definição dos objetivos pode parecer ób- o site, ou seja, a origem das visitas, de que regiões do mundo,
via, mas nem sempre acontece desta forma. É nesta etapa que entre muitas outras informações.
são definidos os indicadores de controle ou de sucesso (KPI)
de determinada estratégia. Cada mídia social apresenta as suas próprias métricas de aná-
lise, portanto analisar o panorama detalhado do conteúdo de
Cada empresa deve ter seu próprio indicador, com os itens a cada post, auxiliará no refinamento da estratégia de marketing
serem acompanhados, caso contrário, não terá meios de de- em mídias sociais.
monstrar se suas ações alcançaram o resultado esperado. Um

70 Negociação e Marketing Digital


E-Commerce

O fenômeno da globalização do comércio, em suas diversas


nuances, está ancorado na Internet e suas extensões. A cone-
xão entre pessoas, empresas e instituições se dá instantanea-
mente, ligando o planeta 24 horas em tempo real, ignorando
fusos horários e fronteiras geográficas.

Em um estudo de 2019, organizado pela OECD (Organização


para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), a respei-
to de atividades econômicas globais, relatou que o comércio
eletrônico foi apontado como determinante em estratégias
internacionais na economia planetária.

De acordo com a OCDE, a facilidade encontrada e a rapidez das


transações eletrônicas online representam um grande avanço
técnico e principalmente comercial. Outro fator altamente re-
levante é a oferta de novos empregos pois o aumento da busca
e da compra de bens e serviços em escala global pôde propor-
cionar melhoria das condições sociais e econômicas.

As atividades ligadas ao E-Commerce estão em franco desen-


volvimento ao redor do nosso planeta, mas, curiosamente,
apesar da enorme força que esse segmento vem apresentado,
ainda há um caminho a ser percorrido. Até mesmo nos países
de economias mais desenvolvidas, o espaço de crescimento da

Centro de Educação Tecnológica 71


atividade ainda encontra muito campo de crescimento. Como O e-commerce, ou comércio eletrônico, tem como conceito o
exemplo, o G7 (grupo das sete maiores economias do mundo: processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e in-
Alemanha; Canadá; Estados Unidos; França; Itália; Japão; Rei- formações por redes de computadores, geralmente efetuados
no Unido), possui taxas de ocupação do comércio eletrônico através da internet.
que giram em torno de 3 a 3,5% do volume total da atividade
econômica do grupo, com variantes a cada segmento. A quantidade de serviços disponíveis na Internet é enorme,
sendo fácil listar alguns deles. As plataformas de negócios en-
Na globalização dos mercados, a intensidade do fluxo inter- volvem as viagens, músicas, filmes, entrega de mercadorias,
nacional de dados gera valores crescentes na economia digi- serviços de entrega, cotações de bolsa, supermercados, far-
tal, e isso impõe desafios para sua regulação e operação de mácias, fitness e vários outros modelos. Além disso, a presen-
novos serviços. Muitos desses serviços foram criados graças ça de fornecedores dos serviços de armazenamento em nu-
às tecnologias digitais, como, por exemplo, os aplicativos de vem incrementa essa grande esfera de prestação de serviços.
transporte.
Outra forma de transação digital são os serviços de pagamen-
Discute-se, em diversos países, sobre as demandas geradas tos online, envolvendo empresas de diversos setores, que con-
pelo comércio eletrônico onde não são encontradas legisla- sistem em startups que inovam e otimizam serviços no setor
ções atualizadas em tratados comerciais, que representarem de operações financeiras. Como no caso das Fintechs, um ter-
uma nova maneira de prover bens e serviços. Cria-se, então, a mo que se originou da junção das palavras financial (financei-
necessidade de atualizações impulsionadas pela força dessas ro) e technology (tecnologia). Essas empresas possuem custos
novas transações que, por sua vez, impõe novos modelos de operacionais abaixo dos bancos, com suas operações em for-
negociação. matos tradicionais.

Comércio Eletrônico As Tecnologias de Informação, nesse novo molde, fazem os


processos serem rápidos, eficientes e automatizados. Para um
O e-commerce foi um dos primeiros canais de comunicação usuário, trata-se apenas de uma rápida transação que envolve
que a internet usou para alcançar o cliente que já estava fami- um dispositivo e uma plataforma, contudo, o que roda no sis-
liarizado com o mundo digital, e o sucesso foi tanto que várias tema é uma complexa operação com rígidas regulamentações
outras empresas começaram a seguir esse caminho para ven- internacionais.
der seus produtos ou serviços.

72 Negociação e Marketing Digital


No cenário do Comércio Eletrônico há os serviços gratuitos mos, pois, aproveita do potencial tecnológico em utilizar as
para o usuário, que utiliza isento das transações eletrônicas informações, por meio da reciclagem, ampliação e propõem
que envolvam valores, e justamente por essa razão, não pare- novos processos, além de aumentar a interação e valorização
cem ser uma forma de comércio eletrônico. entre o cliente e a empresa.

O Google é provavelmente o maior exemplo dessa forma de Marketplaces


comércio, com seus diversos serviços de busca, geolocaliza-
ção, documentos, planilhas, aplicativos, redes sociais e tantos O marketplace pode ser considerado como a evolução do
outros, sem custo ao usuário. A chave está no valor desses e-commerce. Pode ser entendido como um shopping online. É
usuários para as empresas, que utilizam os serviços, e sendo visto como um formato que traz vantagens ao consumidor, um
visualizados, aparecem nas pesquisas realizadas. espaço que reúne múltiplas marcas e lojas com diversos pro-
dutos. Essas lojas estão concentradas em um só lugar, como se
Como percebemos, as transações do chamado Comércio Ele- fosse um shopping.
trônico estão além das plataformas de transação comercial en-
tre consumidores e empresas, se encontram sedimentadas no Neste modelo, a competição entre os lojistas é aberta, em que
fluxo de dados que permeia a economia digital. vários produtos similares estão concentrados em um mesmo
espaço, o que facilita ao consumidor encontrar a melhor rela-
E-Business ção entre os produtos e preços. No Brasil, há os exemplos do
Mercado Livre, Olx e Enjoei.
O E-commerce constitui na face popular de algo maior, e isso
traz a necessidade de falarmos de e-business. Inclusive, pode Em síntese, essa é a diferença entre e-commerce e marketpla-
ser compreendido, como todo tipo de plataforma ou tran- ce: no e-commerce uma única empresa vende para seus clien-
sação de negócios operados na Internet, ou seja, negócios tes. No marketplace, uma empresa media os negócios entre
eletrônicos numa concepção ampla do que compreendemos inúmeros compradores e vendedores.
como negócio.
Portais de busca e serviços afiliados
Dessa forma, abrange desde o contato direto com consumido-
res e fornecedores, bem como, as análises de mercado, análi- No cotidiano talvez não percebemos, mas os serviços como o
ses de investimentos, pesquisas de informações de mercado, Google, constituem um modelo de E-business, com suas fer-
etc. Sendo assim, ultrapassa o e-commerce como o conhece- ramentas de produtividade, como o Gmail, Google Drive ou

Centro de Educação Tecnológica 73


Google Shopping, entre tantos outros aplicativos. Assim como partindo de uma empresa mantenedora, que media a ativida-
qualquer empreendimento de E-business, seus processos são de através da tecnologia peer-to-peer.
realizados digitalmente, de maneira que, o acesso aos serviços
e a contratação ocorre digitalmente. A eliminação de intermediários favorece a integração dos usu-
ários e condutores diretamente, visto que, o aplicativo localiza
Para o usuário médio, o uso das ferramentas do Google não e conecta as pessoas, o que aproxima esse modelo de negócio
exige as transações financeiras, no entanto, possibilita a ob- da proposta dos marketplaces (o Uber e seus similares são vis-
tenção das informações de mercado, viabiliza o fechamento tos por muitos como uma nova modalidade de marketplace),
de negócios e permitem a exploração da concorrência de ma- em que os fornecedores e os compradores mediante a cobran-
neira digital. ça de uma taxa, desburocratizam o processo.

No E-commerce, esse tipo de serviço existe em situações onde No âmbito da economia compartilhada proposta por esse mo-
as empresas e agências contratam os pacotes de mídia e anún- delo, o processo de avaliação de usuários e motoristas ocorre
cios, os serviços de geolocalização e armazenamento em nu- na atribuição de um valor entre si, o que retira das mãos do
vem, dentre outras modalidades. mantenedor (no caso o aplicativo) o poder de escolha sobre
quem presta o serviço para quem, assim sendo, os marketpla-
Efeito Uber ces possuem sistemas de avaliações populares. Os condutores
com baixas avaliações são desligados, no qual o fator da ava-
O modelo de negócio popularizado no mercado pelo aplicativo liação seria uma ferramenta de manutenção da qualidade do
Uber é o alvo de debates e inspirações para novos negócios, de serviço.
modo que sua principal característica consiste em não ser um
serviço privado ofertado ao consumidor. Assim como o Airbnb, A força do modelo de Comércio Eletrônico popularizado pela
um aplicativo de hospedagens que não possui residências fixas Uber gerou uma verdadeira corrida na direção do E-commerce
ofertadas ao público, o Uber não possui frota automotiva. de aplicativo compartilhado, chamada de economia dos apli-
cativos, como, por exemplo, o aplicativo The Fresh, derivado
A força desse modelo de negócio está na economia comparti- do termo em inglês ‘fresco’.
lhada, em que o motorista usa seu veículo ou aluga de um ter-
ceiro, trabalhando em período integral ou em horários alter- O aplicativo propõe conectar os supermercados, as mercearias
nados, sem a necessidade de quaisquer investimentos iniciais. e comércios similares diretamente ao consumidor, em que os
O motorista compartilha seu produto e serviço no mercado, diversos produtos são transportados do mercado diretamente

74 Negociação e Marketing Digital


para a residência do comprador. O consumidor acessa o web-
site e escolhe o estabelecimento cadastrado que deseja, rea-
lizando a compra dos produtos de sua preferência. No Brasil,
um modelo similar é adotado pelo app Rappi.

O profissional que realiza a compra é chamado shopper, aque-


le que recebe o pedido e realiza a compra em nome do usuá-
rio. Há um canal direto para que o shopper possa tirar dúvidas
com o comprador, e eventualmente informá-lo a respeito de
promoções. Assim, o shopper e o comprador combinam o ho-
rário e o local de entrega.

O aplicativo tem como processo de monetização uma porcen-


tagem sobre as vendas efetuadas (mais uma característica dos
marketplaces). Assim como o Uber, os usuários avaliam os sho-
ppers, que tem novos pedidos endereçados de acordo com as
notas recebidas.

Centro de Educação Tecnológica 75


Nutrição de Leads

Para captar novos leads, empresas investem em novas estraté-


gias todos os dias. Contudo, nem todos estão preparados para
serem convertidos de fato em clientes. Por isso, a nutrição de
leads é essencial para alcançar resultados mais assertivos na
empresa.

Nutrição de leads é uma metodologia amplamente utilizada


no marketing digital para preparar os clientes para o momento
da oferta e da compra. Essa preparação se dá, principalmente,
por meio da produção de conteúdo.

A nutrição de leads foi criada com o objetivo de compartilhar


conteúdo relevante para os seus possíveis clientes, gerar enga-
jamento e relacionamento, até que esses leads estejam prepa-
rados para consumir o seu produto/serviço. Independente do
seu fluxo de vendas e do andamento das suas metas, é impor-
tante considerar uma estratégia de nutrição de leads.

O conceito sobre o que é nutrição de leads está relacionado a


educar os leads que chegam até a base de contatos da empre-
sa sobre a solução ideal para as necessidades e demandas que
esse lead possui.

A nutrição de leads é a conexão entre o Marketing e as vendas.


A função do Marketing é distribuir os conteúdos que possivel-

76 Negociação e Marketing Digital


mente atenderão as necessidades que seus leads demonstra- algo fundamental para o desenvolvimento de uma nutri-
ram ter, culminando no aumento de interesse dos consumido- ção de leads efetiva, que acarreta numa integração bené-
res em potencial. A partir daí, ele é direcionado para o estágio fica para toda a organização.
das vendas, aumentando as chances de conversão.
Os benefícios de utilizar a nutrição de Leads são visíveis: pes-
Cada parte do processo do fluxo de nutrição precisa estar ade- quisas comprovam que a estratégia pode aumentar em 50% o
quada ao modelo de negócios e às possibilidades de interação volume de vendas de uma empresa a partir de contatos onli-
com os consumidores. ne. Isso a um custo 33% menor do que o de conquistar novos
contatos, segundo dados do Forrester Research. Ou seja: além
Existem algumas ferramentas úteis para o impulsionamento de aumentar as oportunidades e conversões, acaba derruban-
da sua nutrição de leads, são elas: do o Custo de Aquisição de Clientes (CAC).

• Régua de relacionamento: mede e controla a parte do fu- Como o processo é automatizado (os emails são previamente
nil onde cada lead se encontra, sendo possível obter um redigidos e incluídos no sistema para serem enviados de forma
fluxo mais organizado; periódica para Leads com o mesmo perfil), não requer o envol-
• Marketing de conteúdo: gera conteúdo de relevância vimento direto das equipes de Marketing e Vendas no envio
para campanhas de nutrição de leads; de sugestões de conteúdos para serem acessados pelos Leads.
• Marketing automatizado: a automação é importante para Isso economiza tempo dos profissionais e torna mais barato
alcançar resultados mais assertivos, além de economizar todo o processo.
esforços da força de trabalho e capital da empresa;
• Leads reaquecidos: é possível encontrar em meio aos O fato de o envio ser automatizado não significa que as men-
seus leads aqueles que já não interagem mais com suas sagens são genéricas. Os emails são extremamente segmen-
campanhas e ações. É importante que esses sejam nutri- tados: o conteúdo está de acordo com o que o usuário baixou
dos com uma abordagem diferente e atenção especial; no site e o material é relevante para o momento, uma vez que
• UGC: o UGC (User Generated Content) se refere aos conte- a primeira mensagem é enviada normalmente um dia após o
údos que os seus usuários geram e podem ser integrados usuário ter baixado um conteúdo relacionado no site da em-
no seu fluxo de nutrição. É interessante incentivar a pro- presa. O que quer dizer que ele ainda está atento ao tema.
dução de reviews e feedbacks online para gerar engaja-
mento e ganhar maior visibilidade; Essa precisão no conteúdo acaba garantindo resultados me-
• Smarketing: é a união das vendas (sales) e do Marketing, lhores no engajamento.

Centro de Educação Tecnológica 77


Consciência do Lead • Persona da empresa;
• Conteúdo que fez o lead compartilhar seus dados com a
O conteúdo, no entanto, carece de ser produzido estrategica- empresa (por qual ebook ele se interessou, qual planilha
mente, obedecendo os níveis de consciência de cada lead. Um baixou, qual webinar assistiu);
conteúdo estrategicamente planejado tem o poder de atrair • Informações preenchidas no formulário de cadastro (car-
seus possíveis clientes e, aos poucos, trazer à consciência a ne- go, tamanho da empresa, tipos de interesse, etc).
cessidade de comprar seu produto ou serviço.
O engajamento durante o envio dos conteúdos por e-mail tam-
Os níveis de consciência são: bém vai te ajudar a refinar a nutrição enquanto ela acontece.

• Alheio: Não conhece sua marca, muito menos o seu pro- Lead Scoring
duto;
• Consciente do Problema: Sabe que tem um problema, O lead scoring é, em termos simples, uma forma de classificar
mas não conhece a solução (por exemplo: um empre- seus clientes em potencial por pontos. Esses pontos servem
endedor SABE que precisa vender mais, mas não sabe para determinar quem está pronto para a compra ou não.
como); Assim que um lead receber a pontuação que for considerada
• Consciente da Solução: Sabe que há solução para seu pro- aceitável pela empresa, ele é passado para o time de vendas
blema, mas não sabe qual é a melhor (por exemplo: para tentar fechar negócio.
aumentar as vendas, o empreendedor pode considerar
uma mentoria, um curso, uma palestra. A dúvida entre o Essa pontuação é definida com base no perfil do lead em com-
quê escolher está nesse nível de consciência); paração com a persona da empresa, e também por suas ações
• Consciente do Produto: Já decidiu pela solução, agora durante jornada de compra. Sendo assim, quanto mais próxi-
busca um produto para isso (por exemplo: o empreende- mo o perfil do lead for da sua persona estabelecida, mais pon-
dor já decidiu fazer um curso, mas não sabe qual); tos ele ganha. Ao mesmo tempo, as ações dele (como baixar
• Interessado: Está convencido de qual curso deseja, e es- materiais ricos, responder pesquisas, etc.) também contam
pera uma oportunidade. pontos, pois indicam interesse na sua mensagem.

A compreensão sobre as demandas do lead deve se pautada O primeiro passo é que os dois times de reunam para definir
pelos seguintes aspectos: o que constitui um MQL (Marketing Qualified Lead) e um SQL

78 Negociação e Marketing Digital


(Sales Qualified Lead). Basicamente, MQL são os leads que ain- Com o uso de pontuação negativa, você poderia facilmente
da precisam ser preparadas pelo marketing, enquanto os SQL baixar a nota desse lead pelo fato de ele ter um cargo abaixo
são aqueles que devem ser repassados ao pessoal de vendas do que seria necessário, e evitar problemas futuros. Se lembre
imediatamente. Definir esses 2 grupos logo de início vai tornar que o objetivo é encontrar as pessoas que já estão prontas
claro o papel de cada setor e facilitar a criação de um sistema para se tornar clientes, e não simplesmente fazer com que o
de pontuação que condiz com a realidade do negócio. máximo de pessoas possível bata uma pontuação específica.

A pontuação de ativação nada mais é que a linha de corte en- Criação do Fluxo de Nutrição
tre um MQL e um SQL, ou seja, quando o lead deve passar
do time de marketing para o de vendas. Novamente, é impor- As etapas de como fazer o fluxo de nutrição de leads incluem:
tante que essa decisão seja tomada em conjunto pelas equi-
pes de marketing e vendas, para evitar problemas depois. Ao • Determinar quem é a persona e em qual etapa da jor-
determinar o limite de ativação, ficará mais fácil partir para o nada ela está: A persona da sua empresa já deve estar
próximo passo, que é decidir quais serão as notas dadas para definida desde a criação dos canais de geração de leads.
cada fator que conta a favor do lead na jornada de compra. Além de entender qual é a persona do negócio é impor-
tante compreender em qual etapa da jornada de compra
A pontuação não precisa ser apenas positiva. Aliás, é até bom ela está. O tipo de conteúdo que deve ser compartilhado é
que não seja. Usar pontuação negativa é uma boa prática que diferente em cada fase. De maneira geral, a nutrição de le-
vale a pena seguir. Ao fazer uso de pontos negativos, você con- ads está relacionada à persona e ao conteúdo que fez com
segue manter mais facilmente o equilíbrio entre perfil e o in- que ela compartilhasse os dados com a sua empresa. Este
teresse dos leads. conteúdo informa, pelo menos de forma aproximada, em
qual etapa da jornada de compra ela está e, consequente,
Por exemplo, vamos supor que o limite de ativação seja 50 em qual tipo de conteúdo tem interesse.
pontos, e certo lead tenha demonstrado tanto interesse que • Quais materiais serão usados e em que ordem: Faça uma
até ultrapasse essa nota. Porém, o lead em questão não possui análise dos materiais que a empresa já tem e de quais de-
o perfil adequado, talvez por não ser o tomador de decisões na verão ser criados. Defina quais conteúdos são relevantes
empresa onde trabalha. Desse modo, não importa qual seja e quais materiais ricos podem melhorar a experiência do
a nota dele, não adianta enviá-lo para um vendedor, a venda seu cliente com o recebimento dos seus e-mails. Lembre-
nunca seria fechada. -se de considerar em qual etapa do processo de compra o

Centro de Educação Tecnológica 79


lead está e selecione conteúdos que atenda às necessida- scoring, serve para te ajudar a identificar os leads que
des de cada uma. avançaram nas etapas da jornada de compra e leads que
• Crie o fluxo de e-mails: Para cada canal de conversão crie não tiveram nenhum engajamento com seu conteúdo e
um fluxo de nutrição. Essa é a maneira mais fácil de co- que podem ser considerados inativos. É por meio dessa
meçar sua estratégia. Nem sempre o fluxo de nutrição pontuação que você identifica leads prontos para com-
será uma sequência linear de e-mails. É interessante, por prar. É importante também entender quando um lead
exemplo, que você defina regras, como: se o usuário assis- está inativo. Nesses casos, manter a nutrição pode fazer
tiu ao webinar ele irá receber o e-mail 4, pulando o 2 e o o usuário enviar seus e-mails para o SPAM e isso diminui
3. Se o usuário não assistir ao webinar, o próximo material a autoridade do seu domínio, prejudicando os resultados
será o e-mail 2 da sequência e assim por diante. das ações futuras. Podendo, inclusive, colocá-lo na bla-
• Crie os e-mails e atenção ao layout e assunto: As taxas cklist dos provedores de e-mails.
de abertura de e-mail marketing estão diretamente rela- • Monitore os resultados das ações e faça ajustes: Todas as
cionadas a qualidade do assunto do e-mail. Já a taxa de ações de marketing devem ser acompanhadas e ter seus
cliques nos CTAs do e-mail está relacionada ao layout do resultados medidos. Esse é um processo contínuo para
material. Portanto dedique bastante tempo e esforço a garantir que sua empresa está no caminho certo. Mesmo
essas atividades. que os indicadores apontem para bons resultados, é sem-
• Use a pontuação de leads: A pontuação de leads, ou lead pre possível melhorá-los.

80 Negociação e Marketing Digital


Funil de Clientes

Houve um tempo que qualidade, preço e tecnologia eram


grandes diferenciais entre os produtos. Os clientes na atualida-
de possuem uma quantidade maior de opções de produtos de
alta qualidade a preços baixos em um clique. Como competir?
A resposta está na construção de relacionamentos, que devem
ser contínuos no sentido de fazer com que o visitante passe a
ser um cliente. Mais precisamente, que se torne um consumi-
dor engajado, para que os departamentos comerciais possam
entrar em contato e efetivar este cliente.

Um funil de clientes, ou de vendas, é o termo de marketing


para a jornada que os potenciais clientes passam no caminho
para a compra. Existem vários passos para um funil de vendas,
geralmente conhecido como topo, médio e inferior do funil,
embora essas etapas possam variar dependendo do modelo
de vendas de uma empresa.

Este processo é chamado de funil porque se inicia com um


grande número de perspectivas no topo, onde se encontram
pessoas cientes dos produtos ou serviços. Conforme se afuni-
la apresenta os resultados dos esforços de marketing, e uma
fração se tornam clientes quando chegam ao fundo do funil.

A empresa, na tentativa de descobrir o que os potenciais clien-


tes estão pensando e fazendo em cada etapa da jornada de
compra, proporciona o investimento nas atividades e canais

Centro de Educação Tecnológica 81


de marketing certos. Inclusive, na criação de mensagens rele- que resulta não apenas em um cliente, mas em um defensor
vantes, para cada etapa, o que influencia nas perspectivas em da sua marca. Ao montar sua estratégia sobre a ideia de um fu-
clientes pagantes. nil de clientes, sua empresa passa a participar e a ter mais voz
em cada uma das etapas da jornada de compra, logo amplia as
A primeira vez que se ouviu falar de funil de vendas e marke- chances de transformar mais pessoas em clientes.
ting foi no século XIX. Isso mesmo! O termo foi desenvolvido
e delineado em 1898. Entretanto, nos últimos anos, uma re- Trata-se de uma experiência imersiva em canais, dispositivos e
volução na forma de consumir e de se relacionar, aconteceu. muito mais, para interagir e se envolver com potenciais com-
Somos uma nova geração de consumidores. O funil de vendas pradores e, finalmente, transformá-los em defensores que tra-
original foi desenvolvido para um mundo completamente di- rão mais compradores diretamente para você.
ferente.
O funcionamento do funil de clientes depende da sua capa-
O funil tradicional representa uma mentalidade relacionada a cidade de criar ações voltadas para cada etapa da jornada de
volume, ou seja, traga o maior número possível de leads para compra, considerando a fase do cliente, o que ele deseja e
o topo do funil e exponha-os a chamadas diversas, outdoors e como sua empresa pode contribuir. Logo, a cada campanha o
anúncios de revistas até que se tornem prospects. funil de vendas deve ser ativado para que a empresa conside-
re estratégias que vão levar usuários comuns a se tornarem
Apresente o produto até que os prospects se tornem em clien- clientes.
tes. Em seguida, comece de volta no topo e descubra como
colocar mais e mais leads no funil. Fases do Funil

Os consumidores de hoje não procuram anúncios ou vendedo- Um visitante que conhece um site através de uma pesquisa no
res quando querem comprar algo. Eles entram em uma jorna- Google ou link social, pode conferir alguns posts no blog ou na-
da de autodescoberta, onde o destino é encontrar o produto vegar nas listas dos produtos. Em algum momento, a empresa
certo para suas necessidades no momento certo. oferece a oportunidade de se inscrever em uma lista de e-mail.

Por esse motivo, as organizações precisam abraçar a ideia de Em geral, existem quatro estágios principais:
uma jornada do cliente com vários estágios – cada etapa é
uma oportunidade para você se conectar com um potencial • Fase 1 - Conscientização: A primeira das etapas do funil
comprador e dar-lhe uma experiência unificada e integrada de vendas é chamada de nível de “consciência”, porque

82 Negociação e Marketing Digital


é onde as pessoas primeiro se conscientizam do produto Antes de criar um funil de vendas eficaz, precisamos conhecer
ou serviço, que pode ser por meio de publicidade, mídias os clientes, analisando o comportamento do público alvo. Os
sociais, ou até mesmo boca a boca. resultados desta análise permitirão a criação de um conteúdo
• Fase 2 - Interesse: Uma vez que as pessoas conheçam a que informe o público-alvo, para que os clientes obtenham in-
marca, começam a analisar baseados no seu nível de inte- formações sobre como melhorar ou adicionar aos seus produ-
resse. Assim, refletem sobre o problema que precisam re- tos e serviços, melhorando o funil de vendas para se concen-
solver, e algumas vezes, realizam pesquisas competitivas trar nos principais pontos de venda.
para verificar a melhor oferta.
• Fase 3 - Decisão: Os clientes com informações sobre a em- Todas essas informações permitem criar personas de compra-
presa, passam a pesquisar as características do produto dor para cada tipo de cliente. Diferentes pessoas têm várias
ou serviço. Páginas de vendas, webinars e chamadas são razões para comprar os produtos ou serviços, bem como, em
úteis nesta fase, para ajudar a influenciar a possibilidade atribuir diferentes formas de uso. O desenvolvimento de per-
da compra. sonas compradoras (fictício) para os diferentes tipos de clien-
• Fase 4 - Ação: A fase que consiste na ação do cliente, onde tes-alvo, origina funis de vendas direcionadas, e conteúdos
finalmente ele compra. Esta é a última parte do funil de que buscam melhorar as experiências de compra para cada
vendas, onde o cliente compra o produto ou serviço e fi- grupo.
naliza o negócio. Mesmo que o cliente tenha chegado ao
fundo do funil de vendas, o processo não está completo, Para fazer as pessoas comprarem, há necessidade de atraí-las
somente termina quando a empesa cativa o cliente para para entrarem no funil de vendas. E para isso, a empresa deve
que adquira outros produtos ou serviços no futuro, bem disponibilizar o conteúdo certo no momento propício, para
como encaminhe as ofertas de negócios para outros. Esse que seja visualizado pelas pessoas.
processo envolve criar e enviar o conteúdo certo para os
clientes no momento assertivo. Existem várias maneiras de capturar a atenção do seu público:

A ferramenta de funil de vendas pode ser utilizada para ana- • O tráfego orgânico (gratuito) vem da publicação de conte-
lisar os processos envolvidos, registrando as informações re- údo (por exemplo, posts de blog, infográficos, vídeos) em
levantes, e permitindo o monitoramento dos vendedores e plataformas de mídia social;
clientes. Estas informações servem para criar as estratégias • O tráfego pago vem da compra de anúncios em várias pla-
comerciais mais assertivas e planejar ações de marketing. taformas (Google, Facebook, LinkedIn).

Centro de Educação Tecnológica 83


Landing Pages A maioria dos visitantes se encontra no estágio de interesse,
então o foco consiste em capturar leads (informações) em vez
Landing page (página de destino) é uma página de conversão de somente realizar as vendas. A página explica os passos a
que tem como objetivo fazer com que o usuário realize uma serem seguidos no processo de vendas.
ação (baixar um ebook ou algo oferecido pela empresa) e em
troca disponibilize seus dados para que depois possa ser con- Uma vez que o tráfego da landing page tenha se convertido
vertido a cliente. para se tornar um lead (seja devido a estratégia de redirecio-
namento ou organicamente) é essencial que os dados sejam
Uma vez que as pessoas visualizem o conteúdo, precisam en- encaminhados para as equipes de vendas, ou para as campa-
contrar o local apropriado da informação, e uma opção seria o nhas de automação de e-mail marketing.
envio para a página apropriada. Uma página de destino é um
site ou página que contém uma oferta atraente.

84 Negociação e Marketing Digital


Campanhas de E-mail Marketing

O primeiro e-mail marketing enviado na história foi em 1978


por Gary Thuerk, um gerente de marketing que enviou mensa-
gens para 400 e-mails divulgando os computadores da compa-
nhia que trabalhava, a Digital Equipment Corp. Naquela época
Gary ainda não sabia que o que ele estava fazendo era uma
estratégia de marketing que se tornaria uma das mais efetivas
e duradouras.

O e-mail enviado por Gary atingiu o expressivo resultado de 13


milhões de dólares em vendas, além de inúmeros clientes re-
clamando da falta de privacidade e que não haviam autorizado
o envio deste tipo de mensagem para seus e-mails.

Com o crescimento da internet, em 1990, aconteceu uma ex-


plosão de ações de e-mail marketing. As empresas simples-
mente compravam bases de cadastro de e-mails, sem nenhum
filtro ou identificação se estes clientes eram realmente clientes
em potenciais, desenvolviam um conteúdo e enviavam para a
toda a base de cliente sem critério algum, apenas com a es-
perança de que um percentual destes consumidores, fossem
revertidos em clientes.

Este uso desenfreado e comercial das bases de cadastro de


e-mails, fez com que surgisse a necessidade de criação de re-
gras para uso dos dados dos consumidores, primeiramente

Centro de Educação Tecnológica 85


com o Marco Civil da Internet, de 2014, que passou a tratar a volvimento de conteúdo era peça fundamental para atrair e
segurança dos dados no que se refere ao ambiente on-line, e manter clientes e assim, foram desenvolvidas algumas boas
mais recentemente, a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) práticas para que o e-mail marketing voltasse a ser efetivo e
de 2018 e com vigência a partir de maio de 2021, que regula- voltasse dar retorno para as empresas, mesmo que usado de
menta não apenas a segurança dos dados no ambiente on-li- forma muito diferente da que fora inicialmente concebida.
ne, mas também no ambiente off-line.
Com estas boas práticas, alinhado ao rápido crescimento das
Com o tempo, a eficiência do e-mail marketing caiu muito. tecnologias, o e-mail marketing deixou de ser uma ferramenta
Os provedores de e-mail criaram filtros para identificar men- de comunicação de massa e passou a ser uma estratégia de
sagens suspeitas e envio automático destas mensagens para relacionamento com os potenciais clientes e com os clientes,
pastas específicas, nomeadas como spam, lixo eletrônico, qua- gerando resultados significativos para as empresas.
rentena, entre outros nomes, definidos pelas empresas prove-
doras de e-mail. E-mail Marketing, portanto, é toda comunicação via e-mail
que acontece entre uma empresa e seus contatos ou clientes.
Assim, comprar uma base de cadastro de e-mails de maneira Uma campanha de e-mail Marketing pode ser desenvolvida
aleatória tornou-se um investimento que não oferecia o retor- em texto ou HTML e conter produtos, promoções, conteúdos
no esperado, sendo muitas vezes um retorno negativo, além etc. Em geral, as mensagens são enviadas com uma ferramen-
de impactar de forma negativa a marca de uma empresa, por ta de disparo de e-mails.
estar importunando clientes que não querem receber este
tipo de comunicação. Funções

Muitos especialistas em marketing chegaram a afirmar que o O e-mail marketing apresenta algumas funções para uma es-
uso do e-mail marketing tinha morrido, porém, alguns profis- tratégia de marketing:
sionais de marketing perceberam que ainda era possível usar
o e-mail marketing e mais, ainda era possível conseguir bons • Engajar leads: manter um relacionamento constante com
resultados com esta ferramenta, mas para isto seria preciso clientes atuais da empresa enviando mensagens para a
mudar a estratégia, o foco, a abordagem. Perceberam, por base de contatos de e-mail.
exemplo, que uma campanha de e-mail marketing precisava • Promover conteúdos: promover os conteúdos autênticos
ser planejada, que seria necessário pensar nos destinatários, que a marca produza, como o envio de newsletter, ou de
identificar quem seriam os potenciais clientes, que o desen- novas postagens realizadas no blog, que irão influenciar

86 Negociação e Marketing Digital


no número de acessos ao site e assim aumentar a visibili- A newsletter, por exemplo, pode ser utilizada como uma for-
dade da marca na internet. ma de aumentar o relacionamento com os clientes e possíveis
• Nutrir e educar leads: nutrição de leads é uma das estra- clientes, compartilhando conteúdo leve e de relevância para
tégias mais importante do inbound marketing. O e-mail é eles. Já um e-mail promocional tem como principal foco a con-
o melhor canal para nutrir leads, pois apenas ele permite versão do possível cliente e a efetivação de um up-sell ou cros-
o envio de mensagens personalizadas para as pessoas cer- s-sell, com os clientes antigos.
tas, no momento certo.
• Vender: envio de e-mails com ofertas ou promoções, es- Confira a seguir alguns exemplos de conteúdos a serem produ-
pecialmente por empresas que vendem produtos direta- zidos dentro da sua campanha de e-mails.
mente para consumidores finais.
• Relacionar-se com consumidores e clientes: após o fe- • Newsletters: Como já mencionamos, as newsletters são
chamento de uma compra, o relacionamento via e-mail um dos formatos mais tradicionais de email marketing.
torna-se importante não só enviando a oferta de novos Para alguns especialistas, foi também o principal formato
produtos, serviços, descontos e promoções, mas também de 2020. Na tradução literal, newsletter significa boletim
enviando conteúdos relevantes que farão o consumidor de notícias. Mas você pode entender a newsletter como o
continuar o relacionamento com a marca. envio periódico (diário, semanal, quinzenal etc.) de men-
sagens em torno de algum tema. Com regularidade nos
Tipos de Emails envios, esse formato ajuda a manter as pessoas próximas
da marca e bem informadas. Algumas marcas optam por
Existem diversos tipos de comunicação que podem ser utiliza- fazer apenas uma introdução ao tema na newsletter e le-
das no e-mail marketing. var os usuários até o blog, enquanto outras inserem todo
o conteúdo no próprio email, com apenas alguns links
Pode ser uma oferta de um produto, um newsletter com no- para os seus canais. Um bom exemplo é a YOUPIX Ideas,
tícias e/ou conteúdo de interesse do cliente, um e-mail de newsletter da YouPix, que traz dados e insights sobre o
ativação, dando boas-vindas para um novo cliente, um cartão mercado de influência. Os emails trazem um texto com
de aniversário, aproximando o relacionamento com o cliente, reflexões, além de uma curadoria de links chamada de
entre outros, sempre dependendo do objetivo que a empresa “Rapidinhas” para quem quiser ler mais.
deseja com o envio do e-mail marketing, do momento do ciclo • Atualizações do blog: Atualizações do blog podem ser
de vida do cliente e também da ocasião. consideradas um tipo de newsletter. Mas levam aos usu-

Centro de Educação Tecnológica 87


ários, especificamente, às últimas publicações do blog da conteúdo ou oferta que faça sentido no momento. Se
sua marca. Serve para aquelas pessoas que gostaram do é um email de boas-vindas depois de um cadastro, por
seu conteúdo e não querem mais perder nenhuma publi- exemplo, você pode oferecer conteúdos iniciais, para
cação. Muitas vezes, cadastrar-se para receber as atuali- quem está chegando. Se é um email de confirmação de
zações do blog é a primeira ação que elas tomam para entrega do pedido, você pode sugerir produtos comple-
conhecer melhor a marca. Então, é a oportunidade de mentares à compra.
mostrar que a marca tem valor para entregar a elas. • Fluxos de nutrição: Já vimos que um fluxo de nutrição é
• Emails promocionais: Emails promocionais são os mais uma série de emails automaticamente disparados em se-
comuns. Sua função é promover a venda de produtos e quência a partir de alguma ação do usuário. Esses fluxos
serviços. Por isso, costuma ter uma abordagem mais co- são usados na etapa de nutrição dos leads, para que eles
mercial, com ofertas, preços e descontos, além de links amadureçam o conhecimento sobre algum assunto e evo-
diretos para a página de compra. A intenção é vender. luam no funil de vendas.
• Emails editoriais: Emails editoriais trazem o ponto de vis- • Pesquisas: Se você tem contato direto com os consumi-
ta da empresa sobre determinado assunto. Muitas vezes, dores, também tem uma excelente oportunidade de co-
são assinados pelo CEO ou dono do negócio. Sua intenção nhecê-los melhor. Então, o email marketing também pode
não é vender nem divulgar nada. Sua função está mais ser usado para colher dados em pesquisas. Isso pode ser
próxima do branding, já que fortalece a imagem da marca feito, por exemplo, após uma compra (pesquisa de satis-
ao mostrar como ela se posiciona diante de algum acon- fação), para traçar o perfil da sua persona, para entender
tecimento ou temas polêmicos. No início da pandemia do o mercado, entre outros vários exemplos.
coronavírus, por exemplo, muitas marcas enviaram emails
para mostrar como estavam agindo diante das mudanças. Planejamento
• Emails transacionais: Emails transacionais são mensa-
gens que os usuários recebem quando fazem transações Assim como a estratégia de marketing de conteúdo, também
ou cadastros no site da marca. Emails de confirmação de se faz necessário planejar as ações de e-mail marketing. O pri-
cadastro na newsletter, de recebimento de um pedido meiro passo deste planejamento é justamente identificar o
no e-commerce ou de abandono de carrinho são alguns público que você quer impactar.
exemplos. O foco desses emails é trazer a informação que A seguir, a empresa precisa envolver os designs e criar um
interessa ao usuário. Pode ser apenas um texto simples, template, uma identidade visual que esteja alinhada com a
mas você também pode aproveitar para oferecer algum marca e a imagem da empresa.

88 Negociação e Marketing Digital


Feito esses dois passos, a empresa precisa definir um calen- importante fator que irá decidir se um email é aberto ou
dário para realizar o relacionamento com o cliente através de não. Defina um remetente, se irá ser em nome da sua em-
um e-mail marketing. Qual a frequência que a empresa dese- presa, serviço ou de algum evangelizador e evite muitas
ja atingir os seus clientes? Faz sentido enviar e-mail todos os alterações. A consistência e familiaridade com o nome
dias? Com que frequência eu preciso realizar a comunicação da sua marca ajuda a transmitir confiança para que seus
via e-mail marketing para que o cliente não esqueça da rele- emails sejam abertos futuramente.
vância do meu conteúdo? • Trabalhar o assunto do seu email no último momento:
Não deixe para pensar em um dos principais influenciado-
Por fim, a empresa precisa segmentar o público que será atin- res da taxa de abertura no último minuto! Reserve alguns
gido pelo e-mail marketing, enviando a comunicação certa minutos para pensar em uma lista de assuntos. Junte os
para a pessoa certa, conforme momento do relacionamento 3 que você achou mais interessante e peça a opinião de
do cliente com a sua empresa. uma terceira pessoa. Certifique-se de que o assunto dos
seus emails sejam claros, que minimizem os esforços para
Aplicando as boas práticas do e-mail marketing a empresa terá que sua base entenda a oferta, desperte curiosidade e
mais chances de obter os resultados, esperando e aplicando faça com que ela se interesse pelo assunto para que abra
esta antiga estratégia de marketing que continua viva e rele- seu email.
vante para os profissionais que a utilizam. • Usar “nao-responda” no endereço de email: Evite enviar
emails com naoresponda@seudominio.com. Você estará
Erros fechando o canal de comunicação com sua base e pode
ser frustrante para eles caso precisem entrar em contato
Para evitar que sua campanha de e-mail marketing naufrague com você. A maneira como a sua base interage com seus
já de saída e acabe na caixa de spam do seu público, há alguns emails – incluindo respostas – ajuda a determinar se seu
pequenos cuidados a serem tomados. Confira a seguir uma lis- email será entregue na inbox ou não.
ta dos principais erros cometidos ao se planejar uma campa- • Não definir um objetivo: Mantenha seu conteúdo enxu-
nha de e-mail marketing, de acordo com o blog da Resultados to. O conteúdo do seu email deve ter como objetivo levar
Digitais: o usuário a converter ou comprar algo em uma Landing
Page. Logo, seja sucinto, não deixe o conteúdo pesado
• Não definir um remetente: Quem será o remetente dos para leitura. Entregue o valor para o usuário em poucos
emails em suas campanhas? Estudos nas taxas de aber- parágrafos. Certifique-se de ter um objetivo claro ao en-
tura dos emails mostram que confiar no remetente é um viar o email, trabalhando conteúdo em torno desse obje-

Centro de Educação Tecnológica 89


tivo. Se o objetivo principal do seu email for conversão em
um material, evite links para sites externos.
• Abusar do Hard Sell: Conheça o comportamento da sua
base primeiro para definir que tipo de abordagem de ven-
das mais funciona com ela. Quando você estiver criando
suas campanhas, lembre-se de não forçar uma venda,
pois isso irá prejudicar o desempenho dos seus emails.
• Usar “qualquer” imagem: Evite usar fotografias com bai-
xa qualidade ou fora de contexto – e a depender do seu
caso, não use imagens! As pessoas querem fazer negócios
com empresas de verdade, por isso evite imagens com ce-
nários e encenações que não são reais. Se for preciso, dis-
ponibilize um tempo extra na escolha da imagem ideal. As
vantagens do apelo visual são igualmente proporcionais
aos malefícios de uma má escolha.
• Não manter um padrão: Talvez você sinta a necessidade
de mudar os templates das suas campanhas de email fu-
turamente. É importante que essas mudanças sejam re-
gistradas para você acompanhar o resultado de cada alte-
ração e conseguir replicar o que der certo depois. Faça mi-
cro-experimentos nos seus emails, alterando uma variável
por vez. Mantenha a identidade dos seus emails quando
você se sentir satisfeito com os resultados. Uma maneira
de evitar que seus emails sejam deletados é desenvolven-
do uma identidade visual que possibilite que as pessoas
reconheçam seus emails de imediato.

90 Negociação e Marketing Digital


Indicadores e Mensuração de Resultados

O uso de indicadores de performance é adotado por milhares


de empresas ao redor do mundo. Existem dezenas ou cente-
nas de indicadores utilizados no dia a dia de cada empresa, que
deixam claro que fazer marketing é muito mais do que apenas
contratar a criação de site com uma empresa especializada e
usar belas imagens para conseguir grandes resultados. Os in-
dicadores podem estar relacionados a um contexto digital ou
não digital e, resumidamente, são números que referenciam
qualquer área de negócios, incluindo estruturas financeiras,
produtividade ou comportamento do consumidor.

Os indicadores de marketing digital nada mais são do que fer-


ramentas que empresas utilizam para mensurar a eficiência de
campanhas, além do valor gerado para a mesma. Não esqueça,
o mercado está em constante mudança, logo, manter-se aler-
ta a possíveis modificações e oportunidades, podem lhe dar
vantagem ante seus concorrentes. Em suma, os indicadores de
marketing digital são excelentes aliados, visto que, cooperam
no gerenciamento e tomadas de decisões dos seus negócios,
fornecendo dados para ajudar a tomar a melhor decisão.

KPIs

Os mais importantes indicadores de Marketing Digital são cha-


mados KPIs (Key Performance Indicator, ou, em português,

Centro de Educação Tecnológica 91


Indicadores Chave de Performance). Falamos de KPIs no se- seu cliente ideal e que tem grandes chances de se tornar
gundo módulo do nosso curso, mas podemos relembrar um um cliente real. Mensurar a quantidade de leads que uma
pouco. Um KPI é um indicador de performance que tem como estratégia de marketing está gerando para o seu negócio é
objetivo mensurar se ações e processos realizados dentro de fundamental para saber se a estratégia está funcionando
uma empresa estão atingindo os objetivos. Esses indicadores ou não. Imagine que você começou a desenvolver uma
têm como objetivo oferecer uma visão mais efetiva sobre vá- estratégia de inbound marketing focada em marketing de
rios aspectos importantes para os resultados de um negócio. conteúdo por meio de um blog corporativo. Meses depois
de implementar essa ação, você compara os leads con-
Antes de qualquer coisa, você precisará estabelecer qual área quistados com os leads convertidos nos meses anteriores.
do seu negócio ou meta precisa priorizar, para escolher os indi- Digamos que agora você conseguiu gerar 750 leads novos
cadores que serão mais eficazes ao informar se sua estratégia e antes, 400 no mesmo intervalo de tempo. Isso mostra
está seguindo o caminho certo. um grande sucesso da nova iniciativa.
• Custo por clique: Esse é o valor que é cobrado pelas pla-
Os indicadores-chave de desempenho são empregados com o taformas de anúncios digitais como o Google Ads e o Fa-
intuito de analisar e verificar se determinadas ações e estra- cebook Ads. Ao identificar qual o custo por clique de suas
tégias estão de acordo com a sua meta. Conheça alguns dos campanhas nessas plataformas, você consegue saber qual
principais KPIs de marketing digital, muitos dos quais já fala- está obtendo melhores resultados, podendo direcionar o
mos anteriormente neste módulo: investimento para apenas uma das campanhas. O cálculo
do custo por clique pode ser feito com a divisão do cus-
• Custo por aquisição: O famoso CPA é um dos mais impor- to total da campanha pelo número de cliques que o seu
tantes KPIs de marketing digital e de qualquer estratégia anúncio recebeu.
de vendas utilizadas pelas empresas. Esse indicador mos- • Taxa de conversão: A taxa de conversão pode ser utilizada
tra quanto custa para a empresa a aquisição de cada clien- para mensurar vários dados dentro da mesma empresa.
te. Por exemplo, se você investiu R$1.000,00 em anúncios Número de usuários que acessaram o blog e assinaram a
no Google, e esses anúncios geraram apenas uma venda newsletter, quantidade de usuários que clicaram no seu
de um produto de R$ 100,00, significa que o seu CPA está anúncio do Instagram, número de clientes que clicaram
altíssimo, e a empresa está perdendo dinheiro. em um link enviado por e-mail, entre outros, compõem
• Leads: Um lead, como vimos, é um potencial cliente da este indicador.
sua empresa, aquela pessoa que se encaixa no perfil do • Taxa de cliques: Esse indicador nos mostra a porcentagem

92 Negociação e Marketing Digital


total de cliques que um anúncio recebeu em comparação sa consegue apoiar todas as suas decisões com base nos
ao número de vezes que o seu anúncio foi exibido. A taxa números, e não apenas em suposições e esperanças. ROI
de cliques é calculada com a divisão do número de cliques não é apenas um dos principais indicadores de marketing
que o anúncio recebeu dividido pelo total de vezes que o digital, mas também um indicador financeiro.
anúncio foi exibido, tudo isso multiplicado por 100. Esse é
um indicador fundamental para que a empresa saiba quais A lista acima envolve alguns dos principais indicadores utiliza-
estratégias estão funcionando e devem ser incentivadas, dos em marketing digital, mas, como mencionamos antes, há
e quais podem ser interrompidas ou redefinidas. Uma uma infinidade deles, e cabe aos gestores de marketing decidir
empresa normalmente tem diversas campanhas rodando a melhor combinação para atingirem suas metas e objetivos.
simultaneamente, como anúncios em redes sociais, ban- Abaixo listamos de forma resumida algumas outras opções.
ners em sites do seu nicho, anúncios nos sites de busca e
tráfego orgânico chegando ao blog. Por isso, é necessário • Tempo médio de conversão de vendas: quanto tempo
conseguir identificar de onde estão vindo esses acessos. leva, em média, para um lead que foi incluído no funil de
• Ticket médio: Esse indicador de vendas é referente ao va- vendas se tornar um cliente (fazer uma compra).
lor que cada consumidor gasta na compra de um produto • Taxa de retenção: número de clientes que continuam fiéis
na sua empresa. O cálculo do ticket médio pode ser feito a empresa no mês seguinte a uma conversão.
com base no volume de vendas totais de uma empresa • Novos leads mensais: quantos leads foram conquistados
sendo divididos pelo número de vendas. Também é possí- no mês.
vel fazer esse cálculo para cada tipo de produto diferente, • Leads qualificados por mês: número de leads que foram
assim como o valor médio das compras que os clientes qualificados no período de um mês com grande probabili-
realizam em determinado período. Esses valores podem dade de converter uma venda.
ajudar a sua empresa a definir seu planejamento e traçar • Custo por lead gerado: razão entre o custo total de ações
metas e objetivos. de marketing pelo número de leads gerados em determi-
• ROI: Calcular o ROI (Return Over Investiment ou Retorno nado período.
sobre Investimento) é a melhor forma de uma empresa • Tráfego mensal do site: número de visitantes de seu site
saber quanto dinheiro a empresa ganha ou perde em cada em determinado período.
um de seus investimentos. O cálculo do ROI pode ser feito • Visitantes que retornam ao site: número de visitante de
de uma forma bem simples, dividindo-se o valor faturado seu site, em determinado período, que já estiveram lá an-
subtraído dos custos, por esses custos. Assim, a empre- tes.

Centro de Educação Tecnológica 93


• Visitantes que retornaram / total de visitante: porcenta- • Páginas por visita: ao visitar seu site, quantas páginas, em
gem de visitantes que retornam em relação aos visitantes média, o usuário visita.
totais. • Quantidade de backlinks: quantos links em outros sites
• Tempo médio na página: quanto tempo, em média, um (de relevância) direcionam para o seu site.
visitante se mantém em uma página. • Autoridade da página: medida da qualidade do conteúdo
• Taxa de conversão de sites: dos visitantes do site, quantos e da relevância da página. Essa métrica é fornecida por
convertem uma ação (baixar um e-book, fazer uma com- ferramentas analíticas.
pra, preencher um formulário etc.). • Google PageRank: calculada pelo Google usando vários
• A taxa de conversão de um CTA: dos visitantes de uma algoritmos para determinar a importância das páginas.
página, quantos clicam em um botão CTA. • Palavras-chave no top 10 SERP: número de palavras-cha-
• Taxa de cliques em páginas: dos visitantes de uma página, ve de seu site que o fazem seu ser apresentado entre os
qual a porcentagem deles que clica em algum link. 10 primeiros resultados do Google.
• Tráfego da pesquisa orgânica: quantos visitantes de seu • Taxa de conversão por palavra-chave: qual a percenta-
site têm origem em pesquisas espontâneas na internet e gem de visitantes atraídos pela palavra-chave que conver-
não em anúncios. teram uma ação no site.
• Novos leads da pesquisa orgânica: quantos desses visi- • Tráfego gerado nas mídias sociais: dos visitantes do site
tantes se tornaram leads. em determinado período, quantos vieram de links em mí-
• Conversões da pesquisa orgânica: quantos desses visitan- dias sociais.
tes convertem uma ação no site.

94 Negociação e Marketing Digital


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