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INTRODUTÓRIA
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
Reitor
Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ
Vice-reitor
Pe. José Ivo Follmann, SJ
EDITORA UNISINOS
Diretor
Pe. Pedro Gilberto Gomes, SJ
Telef.: 51.35908239
Fax: 51.35908238
editora@unisinos.br
CONTABILIDADE
INTRODUTÓRIA
ALEXANDRE VERTES
Colaboradores:
ERNANI OTT
OSMAR SILVA CARNEIRO
CHARLINE BARBOSA PIRES
CARLA ROSANGELA WACHHOLZ
EDITORA UNISINOS
2010
© do autor, 2010
Catalogação na Publicação:
Bibliotecária Fabiane Pacheco Martino – CRB 10/1256
Editor
Carlos Alberto Gianotti
Revisão
Renato Deitos
Editoração
Clo Sbardelotto
Capa
Isabel Carballo
Os colaboradores
SUMÁRIO
O INVENTÁRIO GERAL
Este capítulo trata do Inventário Geral, um dos mais importantes instrumentos usados na Contabilidade. Aborda a
importância do Inventário Geral, bem como sua estrutura gráfica (Cabeçalho, Corpo, Data e Assinatura).
A presenta as definições de Ativo (bens e direitos) e Passivo (dívidas e obrigações) e as relações possíveis entre
estes elementos que compõem o Patrimônio de uma entidade. Por fim, discute o conceito de Patrimônio e descreve
a Equação Patrimonial Básica.
b.2) Passivo
Sob esta denominação são agrupadas todas as dívidas e
obrigações da empresa. O passivo, inicialmente, se encontra
segmentado nos seguintes itens:
- Fornecedores;
- Empréstimos a Pagar.
b.3) Comparação
Sob esta denominação registra-se a diferença entre a soma dos
bens e direitos e das dívidas e obrigações. Significa o que sobraria
de recursos ao Sr. José da Silva se ele pagasse todas as dívidas/
obrigações (Passivo), com os recursos provenientes da venda de
todos os bens e a cobrança de todos os direitos (Ativo), ou seja:
c) Data e Assinatura
I – ATIVO
1 Caixa: em moeda corrente nacional 1.000,00
2 Clientes
P. Afonso, duplicata nº 23,
vencimento 15/04/X1 1.500,00
A. Paz, duplicata nº 31,
vencimento 10/05/X1 500,00 2.000,00
3 Mercadorias
Tecido Marca Estrela, cor rosa 300m 12,00 3.600,00
Tecido Marca Neve, cor preta 120m 10,00 1.200,00
Tecido Marca Ouro, cor azul 400m 8,00 3.200,00 8.000,00
4 Móveis e Utensílios
Prateleira, nº 1, uso próprio 1 80,00
Prateleira, nº 2, uso próprio 1 40,00
Cofre forte, nº 3, uso próprio 1 120,00
Balcão de madeira, nº 4, uso próprio 1 50,00
Escrivaninhas, nº 5 e 6, uso próprio 2 30,00 60,00
Cadeiras estofadas nº 7, 8, 9 e 10,
uso próprio 4 10,00 40,00 390,00
5 Equipamento de Informática
Computador Dell, nº 11, uso próprio. 1 1.800,00 1.800,00
ATIVO TOTAL 13.190,00
II – PASSIVO
1 Fornecedores
L. Ely, duplicata nº 16, vencimento 15/04/X1 1.000,00
H. Leal, duplicata nº 36, vencimento 10/05/X1 1.500,00 2.500,00
2 Empréstimos a Pagar
R. Ramos, NP nº 9103, vencimento 20/04/X1 800,00
Bradesco, NP nº 680X, vencimento 02/05/X1 2.700,00 3.500,00
PASSIVO TOTAL 6.000,00
III – COMPARAÇÃO
Ativo Total 13.190,00
(-) Passivo Total 6.000,00
CAPITAL PRÓPRIO 7.190,00
ou
Para conhecer um pouco mais da história da Contabilidade em nosso país, acesse o site do
7º Congresso USP de Controladoria e Contabilidade e leia o artigo intitulado “Pesquisa Docu-
mental e História Oral Temática: sua utilização na elaboração de biografias de professores e
pesquisadores da área contábil no Brasil”, elaborado pelos autores Carla Rosangela Wachholz
e Ernani Ott. O estudo traz a biografia do professor Dr. Alexandre Vertes, que se dedicou
durante trinta anos ao ensino e à pesquisa na área contábil no Brasil, destacando elementos
relacionados à sua vida pessoal, acadêmica e profissional. Entre os temas abordados está o
“Inventário Geral Patrimonial”, foco deste capítulo.
TERMOS-CHAVE
Neste capítulo discute-se o Inventário Geral Final, que, ao ser comparado com o Inventário Geral Inicial, permite a
apuração do Resultado (ganhos ou perdas) da entidade. As relações possíveis entre os valores do Capital Próprio
de dois inventários são descritas e, na sequência, também são discutidos os conceitos de liquidez e exigibilidade,
bem como outros aspectos que devem ser observados na elaboração de um inventário, Inicial ou Final. Finalmente,
são apresentadas conclusões sobre a importância do Inventário Geral para as entidades.
I – ATIVO
1 Caixa: em moeda corrente 1.550,00
2 Clientes
H. Troll, duplicata nº 111,
vencimento 15/05/X2 2.100,00
M. Prates, duplicata nº 117,
vencimento 26/06/X2 4.500,00
A. Tavares, duplicata nº 121,
vencimento 30/06/X2 3.400,00 10.000,00
3 Mercadorias
Tecido Marca M, cor amarela 700m 12,00 8.400,00
Tecido Marca R, cor azul 450m 10,00 4.500,00
Tecido Marca A, cor preta 200m 8,00 1.600,00
Tecido Marca T, cor cinza 400m 25,00 10.000,00 24.500,00
4 Móveis e Utensílios
Prateleira nº 12, uso próprio 1 500,00
Cofre forte nº 3, uso próprio 1 108,00
Balcão de madeira nº 4, uso próprio 1 45,00
Escrivaninhas nº 6 e 7, uso próprio 2 27,00 54,00
Cadeiras estofadas nº 8, 9, 10 e 11,
uso próprio 4 9,00 36,00
5 Equipamento de Informática 743,00
Computador Dell, nº 11, uso próprio 1 1.440,00 1.440,00
ATIVO TOTAL 38.233,00
II – PASSIVO
1 Fornecedores
Ouro Ltda, duplicata nº 138,
vencimento 02/05/X2 2.500,00
Perfect S/A, duplicata nº 452,
vencimento 20/05/X2 308,00 2.808,00
2 Empréstimos a Pagar
Banco Itaú, contrato nº 6872,
vencimento 15/05/X2 12.500,00
PASSIVO TOTAL 15.308,00
III – COMPARAÇÃO
Ativo Total 38.233,00
(-) Passivo Total 15.308,00
Capital Próprio 22.925,00
IV – RESULTADO
Capital Próprio do ano atual (X2) 22.925,00
(-) Capital Próprio do ano anterior (X1) 7.190,00
LUCRO LÍQUIDO 15.735,00
TERMOS-CHAVE
Resultado – é a quarta parte do Inventário Situação Nula – significa que não houve
Geral Final, na qual são comparados os resultado (ganho ou perda), pois o Capital
Capitais Próprios de dois Inventários (Inicial Próprio do período atual não se modificou
e Final) para apuração do resultado da em relação ao Capital Próprio do período
entidade. anterior.
Lucro Líquido – é o ganho obtido no Ordem de Liquidez – é a ordem decres-
período. Representa uma variação positiva cente de possível realização em dinheiro
do Capital Próprio do ano atual em relação dos elementos que formam o Ativo.
ao ano anterior.
Ordem de Exigibilidade – é a ordem cres-
Prejuízo – é o resultado negativo (perda) cente de vencimento na qual devem ser
do período. Representa uma redução do organizadas as dívidas e obrigações da
Capital Próprio do ano atual em relação ao entidade.
ano anterior.
CAPÍTULO 3
Este capítulo apresenta os diferentes tipos de inventários, que podem ser classificados quanto: aos fins, à extensão,
à forma, à periodicidade e aos aspectos legais. Além disso, são apresentados os princípios dos inventários, que
devem ser considerados no momento da sua elaboração para que ele possa atingir seus objetivos (informar sobre
a composição do patrimônio e o resultado de uma entidade).
Neste capítulo, observa-se que os princípios do inventário são estabelecidos para que as
informações relacionadas à composição do patrimônio e ao resultado de uma entidade sejam
fidedignas. Assim como o Inventário Geral, as demais demonstrações contábeis também
devem apresentar informações que reflitam a realidade da entidade. Portanto, elas precisam
apresentar as seguintes características qualitativas para se tornar úteis aos seus usuários
(aqueles que utilizam as informações para tomar suas decisões): compreensibilidade, rele-
vância, confiabilidade e comparabilidade. Para saber o que cada uma destas características
significa, acesse no site do Conselho Federal de Contabilidade (www.cfc.org.br) a Resolução
CFC nº 1.121/08 e realize a leitura do tópico Características Qualitativas das Demonstrações
Contábeis.
TERMOS-CHAVE
Neste capítulo apresenta-se o Balanço Patrimonial, que nada mais é do que um inventário sintético, elaborado a
partir do Inventário Geral. São discutidas as noções fundamentais sobre o Balanço Patrimonial, relacionadas
principalmente à sua estrutura e ao seu funcionamento, bem como aos conceitos de origem e aplicações de recursos.
Apre senta-se a Contabilidade como uma sequência de balanços e como um balanço único movimentado. As
variações permutativas ou qualitativas são descritas e a Contabilidade é apresentada como um circuito fechado.
Por fim, são discutidos os conceitos de Débito e Crédito.
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.550,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 743,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Capital a Integralizar 100.000,00 Capital Próprio 100.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Caixa 100.000,00 Capital Próprio 100.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Caixa 100.000,00 Fornecedores 65.000,00
Mercadorias 65.000,00 Capital Próprio 100.000,00
Ativo Total 165.000,00 Passivo Total + Capital Próprio 165.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO (aplicações) R$ PASSIVO + CAP. PRÓPRIO (origens) R$
Caixa 50.000,00 Fornecedores 65.000,00
Mercadorias 65.000,00 Capital Próprio 100.000,00
Móveis e Utensílios 50.000,00
Ativo Total 165.000,00 Passivo Total + Capital Próprio 165.000,00
BALANÇO PATRIMONIAL nº 1
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.550,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 743,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Primeira transação:
A empresa comprou à vista uma escrivaninha para uso em seu
escritório, no valor de R$ 150,00. Com esta transação, verifica-se que o item
“Caixa” situado no lado do Ativo sofreu uma diminuição (redução) no valor
de R$ 150,00, mas, ao mesmo tempo, o item “Móveis e Utensílios”, também
localizado no lado do Ativo, teve um aumento (acréscimo) na mesma
proporção de R$ 150,00, provocando, em consequência, uma alteração
compensatória apenas no lado do Ativo, pois ao mesmo tempo este é
diminuído e aumentado. Note-se que esta transação não muda o valor do
Ativo Total, mantendo, portanto, a igualdade. Após a transação, tem-se o
seguinte Balanço Patrimonial nº 2:
29 N OÇÕES SOBRE BALANÇO
BALANÇO PATRIMONIAL nº 2
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.400,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Segunda transação:
A empresa, para prorrogar o pagamento de uma dívida junto a um
Fornecedor, já vencida, assina uma Nota Promissória no mesmo no valor da
dívida de R$ 300,00. Apesar de não ter havido alteração quantitativa nas
dívidas da empresa, ocorreu uma alteração qualitativa e esta alteração deve
ser registrada. As dívidas com “Fornecedores” diminuem em R$ 300,00
enquanto os “Empréstimos a pagar” aumentam em R$ 300,00, resultando
em uma alteração compensatória no lado do Passivo, pois, ao mesmo tempo
em que é diminuído, é aumentado. Note-se que esta transação não muda o
valor do Passivo Total + Capital Próprio, mantendo, portanto, a igualdade.
O Balanço Patrimonial nº 3 reflete esta alteração:
BALANÇO PATRIMONIAL nº 3
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.400,00 Fornecedores 2.508,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Terceira transação:
A empresa compra mercadorias a prazo no valor de R$ 1.700.00.
Nota-se agora que, se de um lado aumenta o valor do item “Mercadorias”
no Ativo, aumenta, também, na mesma proporção, o valor a pagar aos
“Fornecedores” que está situado no Passivo. Esta transação provoca alteração
no Ativo Total e ao mesmo tempo alteração de mesma intensidade no Passivo
Total + Capital Próprio. Note-se que os respectivos totais passaram de R$
38.233,00 para R$ 39.933,00. O novo Balanço Patrimonial nº 4, assim se
apresenta:
BALANÇO PATRIMONIAL nº 4
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.400,00 Fornecedores 4.208,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 17.008,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 39.933,00 Passivo Total + Capital Próprio 39.933,00
ALEXANDRE VERTES 30
Quarta transação:
A empresa paga uma dívida a um fornecedor no valor de R$ 508,00.
Nesta transação observa-se que houve uma diminuição no item “Caixa”,
que está no Ativo, e que foi correspondida por uma diminuição equivalente
no item “Fornecedores”, que está posicionado no Passivo. Esta transação
provoca alteração no Ativo Total e ao mesmo tempo alteração de mesma
intensidade no Passivo Total + Capital Próprio. Note-se que os respectivos
totais passaram de R$ 39.933,00 para R$ 39.425,00. O Balanço Patrimonial nº
5 reflete esta transação:
BALANÇO PATRIMONIAL nº 5
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 892,00 Fornecedores 3.700,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 16.500,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 39.425,00 Passivo Total + Capital Próprio 39.425,00
BALANÇO PATRIMONIAL nº 1
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 1.550,00 Fornecedores 2.808,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.500,00
Mercadorias 24.500,00 Passivo Total 15.308,00
Móveis e Utensílios 743,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. de Informática 1.440,00
Ativo Total 38.233,00 Passivo Total + Capital Próprio 38.233,00
Primeira transação:
Compra à vista de uma escrivaninha, para uso próprio: R$ 150,00 (+A -A).
Segunda transação:
Assinatura de Nota Promissória: prorrogação de dívida com
fornecedor: R$ 300,00 (-P +P).
Terceira transação:
Compra de mercadorias a prazo: R$ 1.700,00 (+A +P).
Quarta transação:
Pagamento, em dinheiro, de dívida a fornecedor: R$ 508,00 (-A -P).
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
1. Caixa 1.550,00 1. Fornecedores 2.808,00
1º lançamento - 150,00 2º lançamento - 300,00
4º lançamento - 508,00 3º lançamento + 1.700,00
Saldo final 892,00 4º lançamento - 508,00
Saldo final 3.700,00
2. Clientes 10.000,00
Saldo final 10.000,00 2. Empréstimos a Pagar 12.500,00
2º lançamento + 300,00
Saldo final 12.800,00
3. Mercadorias 24.500,00
3º lançamento + 1.700,00
Saldo final 26.200,00 3. Capital Próprio ou
Patrimônio Líquido 22.925,00
Saldo final 22.925,00
4. Móveis e Utensílios 743,00
1º lançamento + 150,00
Saldo final 893,00
5. Equip. de Informática 1.440,00
Saldo final 1.440,00
Observa-se que o “Saldo final” de cada item e o “Total” dos dois lados
do Balanço Patrimonial Movimentado são idênticos aos valores do Balanço
Patrimonial nº 5, que foi o último balanço da sequência de balanços pro-
veniente das mesmas transações. Confirma-se por esta demonstração a
possibilidade de juntar em um único Balanço todas as transações, o que
corrobora o enunciado e as conclusões feitas após o Balanço Patrimonial
nº 5, que são:
a) Cada transação implica, necessariamente, em duas alterações no
Balanço Patrimonial.
b) As alterações podem ocorrer em um mesmo lado do balanço, ou
seja, só no lado do Ativo ou só no lado do Passivo, e neste caso
terão sinais distintos. Quando isso ocorre, haverá uma diminui-
ção e um aumento simultâneo no lado afetado (ou do Ativo ou
do Passivo). Isso está a seguir exemplificado:
· Se no lado do Ativo se aumenta R$ 100,00, nele se diminui,
imediatamente, R$ 100,00;
· Se no lado do Passivo se aumenta R$ 80,00, nele se diminui,
imediatamente, R$ 80,00.
c) As alterações podem ocorrer em lados opostos do Balanço. Quan-
do isso ocorre, haverá uma alteração no lado do Ativo e a outra
no lado do Passivo e terão sinais iguais (aumentando ou dimi-
nuindo), pois o valor que é aumentado no lado do Ativo deve ser
imediatamente aumentado no lado do Passivo e vice-versa.
· Se no lado do Ativo se aumenta R$ 40,00, imediatamente se
aumenta R$ 40,00 no lado do Passivo;
· Se no lado do Ativo se diminui R$ 35,00, imediatamente se
diminui R$ 35,00 no lado do Passivo.
33 N OÇÕES SOBRE BALANÇO
Então, tem-se:
BALANÇO PATRIMONIAL
CAIXA FORNECEDORES
SI 1.550,00 SI 2.808,00
MÓVEIS E UTENSÍLIOS
SI 743,00
EQUIP. DE INFORMÁTICA
SI 1.440,00
CAIXA
SI 1.550,00
FORNECEDORES
SI 2.808,00
BALANÇO PATRIMONIAL
(+) ATIVO PASSIVO (+)
CAIXA FORNECEDORES
SI 1.550,00 SI 2.808,00
(+) CAIXA
SI
FORNECEDORES (+)
SI
(+ ) CAIXA (-)
SI . . . . . . . . . . . . . 1.550,00 150,00
508,00
Soma. . . . . . . . . . 1.550,00 Soma . . . . . . . . . . . .658,00
conceito de Capital Próprio de forma fechada, mas ele também tem desdobra-
mentos internos que podem ser resumidos em três elementos, a saber:
Capital Social;
Reservas e
Prejuízos Acumulados.
BALANÇO PATRIMONIAL.
(+) ATIVO (-) ( - ) PASSIVO+CAPITAL PRÓPRIO (+)
+ CAIXA - - FORNECEDORES +
SI 1.550,00 150,00 (1) (2) 300,00 SI 2.808,00
508,00 (4) (4) 508,00 1.700,00 (3)
+ MÓVEIS E UTENSÍLIOS -
SI 743,00
(1) 150,00
+ EQUIP. DE INFORMÁTICA -
SI 1.440,00
39 N OÇÕES SOBRE BALANÇO
BALANÇO PATRIMONIAL
(+) ATIVO (-) ( - ) PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO (+)
+ CAIXA - - FORNECEDORES +
SI 1.550,00 150,00 (1) (2) 300,00 2.808,00 SI
508,00 (4) (4) 508,00 1.700,00 (3)
SF 892,00 SF 3.700,00
1.550,00 1.550,00 4.508,00 4.508,00
+ MÓVEIS E UTENSÍLIOS -
SI 743,00
1) 150,00 SF 893,00
893,00 893,00
+ EQUIP. DE INFORMÁTICA -
SI 1.440,00
SF 1.440,00
1.440,00 1.440,00
BALANÇO PATRIMONIAL
DÉBITO CRÉDITO
BALANÇO PATRIMONIAL
DÉBITO CRÉDITO
Débito Crédito
Crédito Débito
Para saber um pouco mais sobre o surgimento do “Método das Partidas Dobradas”, acesse,
no site da Revista de Contabilidade e Finanças da USP o artigo Contabilidade: aspectos
relevantes da epopeia de sua evolução, de autoria dos professores Sérgio de Iudícibus, Eliseu
Martins e Luís Nelson Carvalho, publicado em agosto/2005. A partir da leitura deste artigo,
que discute as várias fases históricas do desenvolvimento da Contabilidade, desde o estado
de simples método de escrituração, é possível compreender como surgiu o método das partidas
dobradas e entender, por exemplo, como o desconhecimento do número negativo (sinal -)
influenciou a técnica contábil.
ALEXANDRE VERTES 44
TERMOS-CHAVE
CAPÍTULO 5
Neste capítulo são discutidas as transações que modificam o Capital Próprio, ou seja, a riqueza de uma entidade:
as transações Modificativas ou Qualitativas do patrimônio. Apresenta-se o lançamento destas transações diretamente
no Capital Próprio e, também, na sua subconta auxiliar denominada “Lucros e Perdas” e descreve-se o nascimento
da Dupla Contabilidade. Finalmente, é apresentado o funcionamento das contas de resultado, que são auxiliares da
conta “Lucros e Perdas” e refletem a situação líquida do patrimônio.
Até o momento, existe uma conta no lado do Passivo que não sofreu
nenhuma alteração. Trata-se da conta Capital Próprio. Esta conta, embora
se encontre no lado do Passivo, não é uma conta patrimonial passiva, pois a
conta Capital Próprio, ou melhor, as contas que irão representá-lo e que
serão estudadas mais adiante, são conhecidas como contas que espelham a
situação líquida do patrimônio.
Para a sua devida compreensão, referencia-se o principal instru-
mento do levantamento patrimonial: o Inventário Geral. O Balanço Patri-
monial, síntese do inventário, está expresso por meio de contas patrimo-
niais. As contas patrimoniais que constituem o Balanço foram extraídas do
Inventário Geral (visualize-as no Inventário Geral Final nº 2) e são decorren-
tes do que está na parte I (Ativo), o que corresponde às contas patrimoniais
ativas, e do que está na parte II (Passivo), o que corresponde às contas patri-
moniais passivas.
No entanto, resta um grupo do Inventário Geral em que se encontra
a conta Capital Próprio, e que consta na sua parte III (Comparação). Enfatiza-
se que esta conta só é registrada no lado do Passivo do Balanço Patrimonial
para forçar a igualdade entre os valores registrados no Ativo e os valores
registrados no Passivo do Balanço.
Como a conta do Capital Próprio se encontra no lado do Passivo do
Balanço Patrimonial, é regida pelas mesmas regras das contas patrimoniais
passivas, isto é:
sua situação inicial figura no lado direito da conta;
os aumentos (dinheiro entregue pelos sócios, lucros obtidos etc.)
são registrados no lado direito;
as diminuições, representadas pelas retiradas dos sócios e pelos
prejuízos verificados, são registradas no lado esquerdo da conta.
ALEXANDRE VERTES 46
Assim, tem-se:
CAPITAL PRÓPRIO
(-) LADO ESQUERDO LADO DIREITO (+)
Diminuições Situação inicial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO $ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO $
Caixa 892,00 Fornecedores 3.700,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 16.500,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. Informática 1.440,00
Ativo Total 39.425,00 Passivo + Capital Próprio 39.425,00
+ CAIXA - - FORNECEDORES +
SI 892,00 80,00 (c) 3.700,00 SI
(a) 400,00 20,00 (d)
1.212,00 SF SF 3.720,00
1.292,00 1.292,00 3.720,00 3.720,00
+ MÓVEIS E UTENSÍLIOS -
SI 893,00
893,00 SF
893,00 893,00
+ EQUIP. INFORMÁTICA -
SI 1.440,00
1.440,00 SF
1.440,00 1.440,00
A partir da situação final (SF) que são os SALDOS FINAIS das contas,
organiza-se o Balanço Patrimonial Final.
inicial), ou isso também pode ser feito entre os Capitais Próprios de dois
Balanços (o do balanço final e o do balanço inicial).
O processo, todavia, precisa ser melhorado para que se possa
concluir sobre a origem destes resultados. Para satisfazer esta exigência, surge
a necessidade de se incluir uma nova “conta”, a qual será denominada de
Lucros e Perdas1.
A conta de Lucros e Perdas é uma “subconta” (conta auxiliar) da conta
Capital Próprio e, portanto, atua/funciona de forma idêntica a ela, pois recebe
em seu débito (lado esquerdo) todas as diminuições do Capital Próprio
(despesas, gastos, perdas e prejuízos) e em seu crédito (lado direito) todos
os aumentos do Capital Próprio (ganhos, receitas, lucros etc.).
LUCROS e PERDAS
DÉBITO (Perdas) R$ CRÉDITO (Lucros) R$
Despesas Ganhos
Gastos Receitas
Perdas Lucros
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 892,00 Fornecedores 3.700,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 16.500,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. Informática 1.440,00
Ativo Total 39.425,00 Passivo + Capital Próprio 39.425,00
+D CAIXA -C -D FORNECEDORES +C
SI 892,00 80,00 (c) 3.700,00 SI
(a) 400,00 20,00 (d)
1.212,00 SF SF 2.720,00
1.292,00 1.292,00 2.720,00 2.720,00
1
Para fins didáticos, a conta auxiliar do Capital Próprio que reúne os ganhos e perdas é denominada
“Lucros e Perdas”. Esta conta também é denominada de “Conta Resultado do Exercício” por alguns
autores.
51 O NASCIMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO
-D LUCROS e PERDAS +C
c) 80,00 400,00 a)
d) 20,00 50,00 b)
LL 350,00
450,00 450,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R$
Caixa 892,00 Fornecedores 3.700,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.800,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 16.500,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 22.925,00
Equip. Informática 1.440,00
Ativo Total 39.425,00 Passivo + Capital Próprio 39.425,00
+D CAIXA -C -D FORNECEDORES +C
SI 892,00 80,00 (c) 3.700,00 SI
(a) 400,00 20,00 (d)
1.212,00 SF SF 3.720,00
1.292,00 1.292,00 3.720,00 3.720,00
19.840,00 SF SF 23.275,00
19.840,00 19.840,00 23.275,00 23.275,00
LUCROS e PERDAS
-D (Perdas) (Lucros) +C
Aluguéis Passivos............ 80,00 Comissões Ativas........ 400,00
Juros Passivos................. 20,00 Descontos Ativos......... 50,00
Lucro Líquido 350,00
Soma............................... 450,00 Soma........................... 450,00
Na internet, selecione o Balanço Patrimonial de uma sociedade por ações (ex.: Petrobrás)
referente aos três últimos exercícios sociais e identifique, para cada um dos anos, o valor do
Ativo Total e do Passivo Total. Em seguida, a partir do confronto entre Ativo Total e Passivo
Total, determine os valores do Capital Próprio ou Patrimônio Líquido. Finalmente, com base
nos valores apurados, identifique a evolução da riqueza da empresa (lucro ou prejuízo?) nos
períodos analisados.
TERMOS-CHAVE
ADMINISTRAÇÃO DE MERCADORIAS
PELO SISTEMA DE TRÊS CONTAS
Este capítulo trata do lançamento de operações que envolvem mercadorias: compras (Compras à vista e a prazo;
Fretes sobre compras e Devoluções de Compras) e vendas (Vendas à vista e a prazo e Vendas Anuladas). Descreve
a escrituração de transações com mercadorias pelo sistema de três contas, quais sejam: Mercadorias, Vendas e
Custo da Mercadoria Vendida (CMV), para registrar adequadamente a saída das mercadorias e apurar o ganho/
perda nas operações realizadas pela entidade, preservando a função de cada uma das contas (patrimoniais e de
resultado) envolvidas.
MERCADORIAS
+D MERCADORIAS -C
-D V E N D A S +C
( + ) Compras
Ou seja:
EI + CO - EF = CMV
+D MERCADORIAS -C
+D CAIXA -C -D FORNECEDORES +C
1) 1.200,00 4) 3.200,00
1.200,00 TR 3.200,00 TR
1.200,00 1.200,00 3.200,00 3.200,00
3) 300,00 400,00 7)
5) 300,00 600,00 TR TR 400,00
600,00 600,00 400,00 400,00
-D V E N D A S +C
+D CAIXA -C +D CLIENTES -C
2.000,00 3) 3.500,00 6)
TR 2.000,00 TR 3.500,00
2.000,00 2.000,00 3.500,00 3.500,00
-D ANULAÇÃO DE VENDAS +C -D +C
8) 800,00
800,00 TR
800,00 400,00
Compras
CMV = 26.200,00 (+) 400,00 (+) 3.000,00 (+) 100,00 (-) 200,00 (-) 28.300,00
1
O frete sobre compras (à vista ou a prazo) compõe o custo de aquisição das mercadorias e causa,
portanto, um aumento na conta “Mercadorias”, que deve ser registrado na subconta “Fretes sobre
compras”.
ALEXANDRE VERTES 64
CMV = 1.200,00
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO R$ PASSIVO + CAPITAL PRÓPRIO R $
Caixa 1.212,00 Fornecedores 3.720,00
Clientes 10.000,00 Empréstimos a Pagar 12.750,00
Mercadorias 26.200,00 Passivo Total 16.470,00
Móveis e Utensílios 893,00 Capital Próprio 23.275,00
Equip. Informática 1.440,00
Ativo Total 39.745,00 Passivo + Capital Próprio 39.745,00
+D CAIXA -C -D FORNECEDORES +C
SI 893,00 23.275,00 SI
1.250,00 LL
893,00 SF SF 24.525,00
893,00 893,00 24.525,00 24.525,00
+D EQUIP. INFORMÁTICA -C
SI 1.440,00
1.440,00 SF
1.440,00 1.440,00
65 ADMINISTRAÇÃO DE MERCADORIAS PELO SISTEMA DE TRÊS CONTAS
+D MERCADORIAS -C
b) 400,00 a) 3.000,00
400,00 TR 3.000,00 TR
400,00 400,00 3.000,00 3.000,00
c) 100,00 200,00 d)
100,00 TR TR 200,00
100,00 100,00 200,00 200,00
LUCROS e PERDAS
-D (Perdas) (Lucros) +C
-D VENDAS +C
1.700,00 e) 900,00 f)
TR 1.700,00 TR 900,00
1.700,00 1.700,00 900,00 900,00
-D ANULAÇÃO DE VENDAS +C
g) 150,00
150,00 TR
150,00 150,00
ALEXANDRE VERTES 66
1.200,00
1.200,00 LP
1.200,00 1.200,00
Este capítulo trata das operações com mercadorias e, entre outras coisas, aborda o Custo
das Mercadorias Vendidas (CMV), que representa o valor (de custo) das mercadorias que
saíram do estoque em função das vendas. Para cálculo do CMV são utilizados, basicamente,
dois sistemas: Inventário Periódico e Inventário Permanente. Para compreender a diferença
entre os sistemas, leia no capítulo “Operações com Mercadorias” do livro Contabilidade
Introdutória, elaborado pela equipe de professores da FEA/USP, o tópico “Custos das
Mercadorias Vendidas”. Posteriormente, procure identificar qual é o sistema utilizado na
empresa em que você trabalha.
TERMOS-CHAVE
CAPÍTULO 7
PLANO DE CONTAS
Este capítulo apresenta o Plano de Contas, que é a estrutura sobre a qual se constrói e elabora a escrituração
contábil, com a finalidade de mantê-la ordenada de forma a obter, de maneira clara e objetiva, os dois instrumentos
informativos mais importantes da Contabilidade: Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício
(DRE). Descreve-se a estrutura de contas para o Balanço Patrimonial (Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido) e a
estrutura da Demonstração de Resultado do Exercício, que contempla os diversos níveis de lucro da entidade.
7.1 Introdução
1. ATIVO
I – ATIVO CIRCULANTE
DISPONIBILIDADES
Caixa
Bancos conta Movimento
APLICAÇÕES DE LIQUIDEZ IMEDIATA
Bancos conta Aplicação
DIREITOS DE CURTO PRAZO
Clientes
( - ) Duplicatas descontadas
VALORES A RECUPERAR
ICMS a recuperar
IR a recuperar
Adiantamentos de salários
ESTOQUES
Mercadorias/Estoque
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
Prêmios de seguro a apropriar
II – ATIVO NÃO CIRCULANTE
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
Contas a receber
Depósitos judiciais
INVESTIMENTOS
Participação em outras empresas
IMOBILIZADO
Terrenos
Móveis e Utensílios
( - ) Depreciação Acumulada de Móveis e Utensílios
Veículos
( - ) Depreciação Acumulada de Veículos
Máquinas e Equipamentos
( - ) Depreciação Acumulada de Máquinas e Equipamentos
INTANGÍVEL
Marcas e Patentes
2. PASSIVO
I – PASSIVO CIRCULANTE
EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS
Empréstimos bancários
OBRIGAÇÕES OPERACIONAIS
Fornecedores
Outras oontas
CONTAS A PAGAR
Salários a pagar
INSS a pagar
FGTS a pagar
Provisão para férias
Provisão para 13º salário
69 PLANO DE CONTAS
IMPOSTOS A PAGAR
Provisão para Imposto de Renda
Provisão para Contribuição Social sobre o Lucro
ICMS a recolher
PIS a recolher
COFINS a recolher
IRRF a recolher
II – PASSIVO NÃO CIRCULANTE
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos bancários de longo prazo
III – PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital integralizado
Reservas de capital
Ajustes de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
( - ) Ações em tesouraria
Prejuízos acumulados
Cada entidade deve compor seu Plano de Contas, observando as características de sua
atividade e as necessidades de detalhamento de suas operações. O Plano de Contas de uma
empresa prestadora de serviços, por exemplo, difere do de uma empresa comercial. Da mesma
forma, o Plano de Contas de uma grande empresa pode ser diferente daquele utilizado por
uma empresa de pequeno porte. Para entender um pouco mais as diferenças mencionadas,
pesquise o capítulo que aborda o Plano de Contas do livro Contabilidade Empresarial 1, de
autoria do professor José Carlos Marion.
TERMOS-CHAVE
1
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
71 TRANSAÇÕES E SUA ESCRITURAÇÃO DETALHADA
CAPÍTULO 8
Este capítulo trata da escrituração dos atos e fatos inerentes à atividade das entidades. As operações refletem
transações do cotidiano e conduzem a consolidar o método das partidas dobradas, além de produzirem o reco-
nhecimento das contas a serem utilizadas para caracterizar as operações. Além disso, é introduzido um modelo de
controle, o Balancete de Verificação, que permite verificar a igualdade matemática dos registros das operações pelo
método das partidas dobradas.
EMPRESA MODELO SA
BALANCETE DE VERIFICAÇÃO – DATA: ___/___/__
MOVIMENTO SALDOS
+D CAIXA -C -D FORNECEDORES +C
SI 743,00 22.925,00 SI
a) 150,00
893,00 0,00 0,00 22.295,00
+D EQUIP. INFORMÁTICA -C
SI 1.440,00
1.440,00 0,00
+D MERCADORIAS -C
j) 400,00 c) 1.700,00
400,00 TR i) 3.000,00 4.700,00 TR
400,00 400,00 4.700,00 4.700,00
k) 100,00 200,00 l)
100,00 TR TR 200,00
100,00 100,00 200,00 200,00
ALEXANDRE VERTES 78
400,00 e) 50,00 f)
0,00 400,00 0,00 50,00
g) 80,00 h) 20,00
80,00 0,00 20,00 0,00
-D VENDAS +C
1.700,00 m) 900,00 n)
TR 1.700,00 TR 900,00
1.700,00 1.700,00 900,00 900,00
-D ANULAÇÃO DE VENDAS +C
o) 150,00
150,00 TR
150,00 150,00
p) 1.200,00
1.200,00 0,00
MOVIMENTO SALDOS
Nº CONTAS
DÉBITO CRÉDITO DÉBITO CRÉDITO
1 Caixa 3.650,00 1.238,00 2.412,00 -
2 Clientes 10.900,00 150,00 10.750,00 -
3 Mercadorias 29.700,00 1.400,00 28.300,00 -
4 Compras à Vista 400,00 400,00 - -
5 Compras a Prazo 4.700,00 4.700,00 - -
6 Fretes sobre Compras 100,00 100,00 - -
7 Devolução de Compras 200,00 200,00 - -
8 Móveis e Utensílios 893,00 0,00 893,00 -
9 Equipamentos de Informática 1.440,00 0,00 1.440,00 -
10 Fornecedores 1.008,00 7.528,00 - 6.520,00
11 Empréstimos a Pagar 50,00 12.800,00 - 12.750,00
12 Capital Próprio 0,00 22.925,00 - 22.925,00
13 Vendas 150,00 2.600,00 - 2.450,00
14 Venda à Vista 1.700,00 1.700,00 - -
15 Venda a Prazo 900,00 900,00 - -
16 Anulação de Vendas 150,00 150,00 - -
17 Custo das Mercadorias Vendidas 1.200,00 0,00 1.200,00 -
18 Comissões Ativas 0,00 400,00 - 400,00
19 Aluguéis Passivos 80,00 0,00 80,00 -
20 Descontos Ativos 0,00 50,00 - 50,00
21 Juros Passivos 20,00 0,00 20,00 -
SOMA 57.241,00 57.241,00 45.095,00 45.095,00
Existe uma multiplicidade de operações e elas decorrem das carac-terísticas das empresas e
suas atividades. Cada operação tem em si seu próprio significado e deve ser lançada
(registrada) com a indispensável clareza para a sua compreensão e fidedignidade. Após a
finalização dos lançamentos, pode-se comprovar a exatidão matemática dos registros
efetuados mediante o levantamento do Balancete de Verificação. O livro Teoria da
Contabilidade1, dos autores Eldon S. Hendriksen e Michael F. Van Breda, traz um passagem
curiosa do livro escrito pelo Frei Luca Pacioli (o primeiro codificador da contabilidade), em
1494, denominado Summa de arithmetica, geometrica, proportioni et proportionalitá, na qual
Pacioli instrui sobre o que fazer após a confecção de um balancete. Verifique o que diz a obra
de Pacioli consultando as páginas 38 e 39 da obra de Hendriksen e Van Breda.
1
HENDRIKSEN, Eldon S.; VAN BREDA, Michael F. Teoria da Contabilidade. 5. ed. São Paulo: Atlas,
1999.
ALEXANDRE VERTES 80
TERMOS-CHAVE
CAPÍTULO 9
TABELA LEOPOLDENSE
Neste capítulo descreve-se o uso do papel de trabalho denominado “Tabela Leopoldense”, a qual permite que em
um único documento se elabore, a partir do Balancete de Verificação, apresentado no capítulo anterior, o Balanço
Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, nele tratada, por conveniência didática, como “Lucros e
Perdas”. Completam o capítulo todos os procedimentos de encerramentos das contas de resultado e das contas
patrimoniais e a respectiva reabertura destas contas patrimoniais (ativas e passivas) para um novo exercício/
período.
Balancete de Verificação
As contas de resultado não têm situação final (SF), pois seus saldos
devem ser transferidos para as contas principais,
no caso as contas de resultado, para conta de Lucros e Perdas.
No Brasil, não é usual utilizar instrumentos como a Tabela Leo-poldense que permitem, em
um só documento, preparar/elaborar os dois principais demonstrativos contábeis: o Balanço
Patrimonial e a Demonstração de Resultado, pois o mais comum é a preparação em separado.
Já em outros países, a utilização de papéis de trabalho como a Tabela Leopoldense é comum.
Para saber mais sobre eles, consulte o tópico “Planilha de Encerramento do Exercício”, no
capítulo 4 do livro Fundamentos de Contabilidade: princípios1, escrito por Carl S. Warren e
outros, e faça uma comparação entre a Tabela Leopoldense e o modelo apresentado pelos
autores. Além disso, se desejar ir além, consulte as páginas 94 e 95 do livro Intermediate
Accounting 2, escrito por Kieso e Weygandt.
1
WARREN, Carl S. et al. Fundamentos de Contabilidade: princípios. 22. ed. São Paulo: Cengage
Learning, 2009.
2
KIESO, Donald E.; WEYGANDT, Jerry J. Intermediate Accounting. 9.ed. New York: John Wiley e
Sons, 1998.
ERNANI OTT, OSMAR S. CARNEIRO, CHARLINE B. PIRES, CARLA R. WACHHOLZ 94
TERMOS-CHAVE
CAPÍTULO 10
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Este capítulo apresenta as duas principais demonstrações contábeis: o Balanço Patrimonial, que apresenta a
posição financeira e patrimonial de uma empresa, numa determinada data, e a Demonstração do Resultado do
Exercício, que apresenta toda a movimentação do patrimônio durante um exercício/período e apura em seu final o
resultado obtido nesta movimentação. Além disso, neste capítulo descreve-se, principalmente, o funcionamento
dos grupos que compõem as demonstrações e a suas especificidades.
10.1.2.1 Ativo
O Ativo, que contém os bens e direitos da empresa está atualmente
classificado, segundo o artigo 178 da Lei nº 6.404/76, modificado pela Medida
Provisória nº 449/2008, em dois grandes grupos: Circulante e Não Circulante,
este último composto pelo Ativo Realizável a Longo Prazo, Investimentos,
Imobilizado e Intangível.
Ativo Circulante
Um ativo deve ser classificado como circulante quando:
se espera que os bens e direitos sejam realizados, ou são manti-
dos para venda, negociação ou consumo, dentro dos 12 meses
seguintes à data do balanço;
97 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
10.1.2.2 Passivo
O Passivo, que contém as dívidas e obrigações da empresa, está
atualmente classificado, segundo o artigo 178 da Lei nº 6.404/76, modificado
pela Medida Provisória nº 449/2008, em três grandes grupos: Circulante, não
Circulante e Patrimônio Líquido, este último composto pelo Capital Social,
Reservas de Capital, Ajustes de Avaliação Patrimonial, Reservas de Lucros,
Ações em Tesouraria e Prejuízos Acumulados.
Passivo Circulante
Um passivo deve ser classificado como circulante quando atender
aos seguintes parâmetros:
se espera sua liquidação dentro dos 12 meses seguintes à data do
balanço;
a entidade não tem nenhum direito de postergar sua liquidação
por período que exceda os 12 meses da data do balanço.
A DRE está estruturada por tipos de lucros, para que se possa avaliar
todo processo de formação do resultado.
NÃO CIRCULANTE - -
NÃO CIRCULANTE 2.333,00 2.183,00 EXIGÍVEL A LONGO
PRAZO - -
Realizável
a Longo Prazo - -
Investimentos - - PATRIMÔNIO
LÍQUIDO 24.045,00 22.925,00
Imobilizado 2.333,00 2.183,00 Capital Social 22.925,00 22.925,00
Móveis e Utensílios 893,00 743,00 Reservas
de Lucros 1.120,00 -
Equip. de Informática 1.440,00 1.440,00
Intangível - -
Nº CONTA 20x1
1 RECEITA BRUTA 2.600,00
Vendas à Vista 1.700,00
Vendas a Prazo 900,00
Prestação de Serviços 0,00
2 DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA 150,00
Anulação de Vendas 150,00
Abatimentos sobre Vendas 0,00
Impostos sobre Vendas 0,00
3 RECEITA LÍQUIDA 2.450,00
4 CUSTO DAS MERCADORIAS VENDIDAS – CMV 1.200,00
5 LUCRO BRUTO 1.250,00
6 DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS 350,00(*)
Aluguéis Passivos 80,00
Juros Passivos 20,00
Comissões Ativas 400,00
Descontos Ativos 50,00
(*) Observe que o valor dos ganhos operacionais (Comissões Ativas e Descontos Ativos) superou o valor das
perdas operacionais (Aluguéis Passivos e Juros Passivos); por esta razão, o valor apurado é somado ao Lucro
Bruto para cálculo do Lucro Operacional.
sobre estas demonstrações, pesquise a obra Curso de Contabilidade para não Contadores 1
dos professores Sérgio de Iudícibus e José Carlos Marion, procurando identificar, princi-
palmente, aspectos relacionados aos seus objetivos e à obrigatoriedade.
TERMOS-CHAVE
1
IUDÍCIBUS, Sérgio de; MARION, José Carlos. Curso de Contabilidade para Não Contadores. 4. ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
105 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
ALEXANDRE VERTES
Doutor em Economia pela Regiae Hungaricae Scientiarum Tech-
nicarum et Oeconomicarum – Palatinus Josephus, Hungria. Bacharel em
Ciências Econômicas pela Regiae Hungaricae Scientiarum Technicarum et
Oeconomicarum – Palatinus Josephus. Contador Público pela Regiae Hun-
garicae Scientiarum Technicarum et Oeconomicarum – Palatinus Josephus.
Foi professor de Contabilidade na Universidade do Vale do Rio dos Sinos
(UNISINOS), de 1959 a 1989, tendo sido um dos criadores do curso de
graduação em Ciências Contábeis da Universidade em 1966. Faleceu em
dezembro de 1996.
ERNANI OTT
Doutor em Ciências Contábeis pela Universidad de Deusto, Espanha.
Especialista em Contabilidade pela UNISINOS. Bacharel em Ciências Con-
tábeis pela UNISINOS. Professor no curso de Graduação e Pós-Graduação –
Mestrado na Unisinos.