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ADMINISTRAÇÃO
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
Reitor
Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ
Vice-reitor
Pe. José Ivo Follmann, SJ
EDITORA UNISINOS
Diretor
Pe. Pedro Gilberto Gomes, SJ
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Telef.: 51.35908239
Fax: 51.35908238
editora@unisinos.br
TEORIAS DA
ADMINISTRAÇÃO
EDITORA UNISINOS
2010
© do autor, 2010
_______________
ISBN 978-85-7431-396-2
CDD 658.001
CDU 005.1
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Bibliotecário Flávio Nunes, CRB 10/1298)
Editor
Carlos Alberto Gianotti
Acompanhamento editorial
Mateus Colombo Mendes
Revisão
Renato Deitos
Editoração
Décio Remigius Ely
Capa
Isabel Carballo
Impressão, inverno de 2010
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A reprodução, ainda que parcial, por qualquer meio, das páginas que compõem
este livro, para uso não individual, mesmo para fins didáticos, sem autorização
escrita do editor, é ilícita e constitui uma contrafação danosa à cultura.
Foi feito o depósito legal.
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Sobre o autor
GILBERTO ANTONIO FAGGION. Mestre em Administração pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS e bacharel em Administração de Empresas e em Comércio Exterior pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS. Atua como professor desde 1995, em cursos
de graduação e pós-graduação, em atividades ligadas a temas como introdução à administração,
teorias da administração, processo administrativo, fundamentos de gestão, gestão da inovação,
metodologia de pesquisa em administração e projetos de aprendizagem. Também, coordena o
programa (Re)Pensando a Economia do Instituto Humanitas Unisinos – IHU. É autor do livro Teo-
rias e Funções Organizacionais, também publicado pela Editora Unisinos.
APRESENTAÇÃO
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Neste capítulo evidencia-se que a administração, apesar de ser um produto do século XX, é resultado de séculos de
conhecimento humano. Para realizar os grandes empreendimentos que até hoje testemunham as obras dos povos an-
tigos, houve administradores capazes de planejar, organizar, dirigir e controlar os esforços humanos e os recursos ma-
teriais para o alcance de objetivos e metas específicos. Particularmente, a Igreja Católica Romana, as organizações
militares e a Revolução Industrial têm uma influência direta na formação e aplicação de conhecimentos de administra-
ção nas organizações.
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CO L EÇÃ O
11 CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS AOS PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO
CO L EÇÃ O
13 CONTRIBUIÇÕES HISTÓRICAS AOS PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO
ESTUDOS COMPLEMENTARES
O livro de Lodi (1978) proporciona uma boa visão geral de toda a história da administração.
Também, os capítulos iniciais de muitos livros de teorias da administração, como o de Maximia-
no (2002), apresentam um apanhado sintético das principais contribuições que a área recebeu
ao longo dos séculos.
Referências
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Neste capítulo estuda-se a contribuição de Taylor para a administração científica, caracterizando a Organização
Racional do Trabalho – ORT, como o estudo dos tempos e movimentos, da fadiga humana, da divisão do trabalho, da
especialização do operário, do desenho de cargos e tarefas, dos incentivos salariais e dos prêmios de produção, da pa-
dronização, do princípio da exceção e a proposição da supervisão funcional. Também se especificam os princípios de
administração científica: planejar, preparar, controlar e executar. Ainda citam-se os princípios básicos de Ford: intensi-
ficação, economicidade e produtividade.
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CO L EÇÃ O
17 MOVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Taylor (1990), que foi publicado em 1911 e ainda é atual. Nele po-
dem-se estudar detalhadamente os fundamentos de uma organização racional do trabalho.
Referências
CO L EÇÃ O
CAPÍTULO 3
ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
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Este capítulo estuda a teoria clássica da administração a partir de seu principal autor, Henri Fayol. Indica que as fun-
ções essenciais de uma empresa são constituídas pelas operações técnicas, comerciais, de segurança, financeiras,
contábeis e administrativas. As funções administrativas consistem em preparar, organizar, comandar, coordenar e
controlar. Também, apresentam-se os Princípios Gerais de Administração: a divisão do trabalho, a autoridade e a res-
ponsabilidade, a disciplina, a unidade de comando, a remuneração do pessoal, a centralização, a hierarquia, a ordem,
a iniciativa e a união do pessoal.
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3 A função administrativa
CO L EÇÃ O
21 ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
O autor ainda destaca que a função administrativa não deve ser con-
fundida com a direção, pois esta envolve conduzir e manter o ritmo da em-
presa, assegurar a realização das seis funções essenciais e obter o máximo de
resultados dos recursos disponíveis.
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o capítulo do livro de Fayol (1994), publicado em 1916, que é intitulado de
“Elementos de administração” (segunda parte, capítulo dois), o qual descreve detalhadamente
cada uma das funções do administrador: previsão, organização, comando, coordenação e con-
trole. Estas funções são centrais na formação do processo administrativo, o qual é retomado
neste livro no capítulo referente à teoria neoclássica da administração.
CO L EÇÃ O
23 ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO
Referências
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Aborda-se neste capítulo a contribuição de Max Weber na descrição dos aspectos da autoridade legítima e do tipo
ideal de burocracia. Descrevem-se as principais características da burocracia que formam o modelo ideal definido por
Weber. Em seguida, a partir dos estudos de Robert Merton, evidenciam-se algumas das disfunções burocráticas mais
comuns, ou seja, consequências imprevistas que o modelo ideal de burocracia pode gerar no cotidiano organizacional.
Finalmente, descreve-se que a burocracia é mais bem entendida quando identificada como um contínuo de cada uma
das suas.
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CO L EÇÃ O
27 MODELO BUROCRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO
4 Disfunções da burocracia
CO L EÇÃ O
29 MODELO BUROCRÁTICO DE ORGANIZAÇÃO
5 Dimensões da burocracia
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler a coletânea de artigos do livro de Campos (1976), citado nas referências, do
qual se utilizam três em especial na elaboração deste capítulo. No livro é possível encontrar os
fundamentos da organização burocrática, o conceito de racionalidade weberiana, a concepção
de autoridade legal ou racional, a ideia de cooptação e muitos outros conceitos essenciais para
o aprofundamento nos fundamentos do modelo burocrático de organização.
Referências
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Evidencia-se a escola das relações humanas, apresentando as conclusões da experiência de Hawthorne, como as de
que as expectativas grupais determinam o nível de produção e as de que os trabalhadores agem como membros de
grupos. Caracteriza-se a organização informal como relações sociais de coesão ou de antagonismo que não estão pre-
vistas e identificadas nos organogramas ou nos regulamentos da organização formal, mas que nela interferem.
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CO L EÇÃ O
33 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS
3 Organização informal
ESTUDOS COMPLEMENTARES
É apropriado ler sobre a experiência de Hawthorne e suas principais fases, como no artigo de-
talhado de George C. Homans (1977), ou ainda em resumos como o de Silva (2001, capítulo
oito) ou o de Chiavenato (2006, capítulo cinco).
Referências
GIBSON, James L.; IVANCEVICH, John M.; DONNELLY JR., James H. Os grupos den-
tro das organizações. In: ____. Organizações: comportamento, estrutura e processos. São
Paulo: Atlas, 1981. Cap. 7, p. 161-192.
HOMANS, George C. As pesquisas na Western Electric. In: BALCÃO, Yolanda F.;
CORDEIRO, Laerte L. O comportamento humano na empresa: uma antologia. 3. ed. Rio de
Janeiro: FGV, 1977. Primeira Parte, cap. 1, p. 5-43.
MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabella F. G. de. A escola de relações hu-
manas. Teorias sobre motivação e liderança: da administração de recursos humanos à
gestão de pessoas. In: ____. Teoria geral da administração. São Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2002. Caps. 2 e 3, p. 51-102.
SILVA, Reinaldo O. da. A escola das relações humanas. In: ____. Teorias da administra-
ção. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. Cap. 8, p. 198-215.
CO L EÇÃ O
CAPÍTULO 6
TEORIA ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO
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A teoria estruturalista considera os fundamentos da abordagem clássica (administração científica e teoria clássica), da
abordagem das relações humanas e do modelo burocrático de administração. Esta teoria envolve os elementos da or-
ganização formal e da informal, a organização e seu ambiente, as recompensas materiais e sociais, as organizações
de trabalho e outros tipos de organização. Também, os estruturalistas identificaram os dilemas que estão presentes
nas organizações e que eles têm um aspecto positivo, pois trazem mudanças que geram inovações.
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CO L EÇÃ O
37 TEORIA ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO
ESTUDOS COMPLEMENTARES
A leitura do livro de Etzioni (1989) proporciona uma excelente síntese desta teoria e possibilita
ao leitor formar uma visão crítica das teorias da administração, especialmente da teoria das re-
lações humanas.
Referências
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Diferencia-se autoridade do conceito clássico, pois na teoria comportamental ela só existe se é aceita a quem é
dada a ordem. Indica-se que a racionalidade humana é limitada nas tomadas de decisões. Estudam-se as teorias de
motivação humana nas organizações. Apresentam-se os pressupostos da Teoria X (humanos indolentes) e Y (huma-
nos automotivados). Descrevem-se os estilos de administrar (autoritário-coercitivo, autoritário-benevolente, consultivo
e democrático) e explica-se a liderança situacional.
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de dar ordens e esperar obediência, aliás, esta ideia é a vigente na maioria das
organizações, nas quais os chefes acreditam que, por ocuparem tal posição,
automaticamente, têm a autoridade. No entanto, a concepção de autoridade
da teoria comportamental da administração difere daquela da abordagem
clássica. Barnard [1938] observa que a autoridade, com frequência, é inefetiva
em casos ou situações específicos.
Para o autor “autoridade é a característica de uma comunicação (or-
dem) numa organização formal, em virtude da qual ela é aceita por um contri-
buinte ou ‘membro’ da organização, como governando a ação com que ele
contribui” (BARNARD, 1971, p. 169). Se aceita a comunicação por aquele a
quem é endereçada, a autoridade está confirmada ou estabelecida. Mas, se não
for aceita, não houve autoridade. Assim, a decisão referente a uma ordem ter
ou não alguma autoridade “recai sobre as pessoas a quem ela é endereçada, e
não reside em ‘pessoas de autoridade’, ou naquelas que emitem essas ordens”
(p. 169).
Para uma pessoa aceitar uma comunicação, reconhecendo-lhe autori-
dade, serão necessárias quatro condições simultâneas (BARNARD, 1971), con-
forme citadas a seguir.
a) Que a pessoa possa compreender a ordem que lhe é dada, pois esta
passará a ter algum significado somente após ter sido interpretada.
b) Que o recebedor acredite que a ordem não entre em conflito com o
propósito principal da organização, pois, do contrário, as ordens
poderão ser cumpridas de forma inadequada ou não serem execu-
tadas.
c) Que o recebedor perceba que a comunicação é compatível com o
seu interesse pessoal em relação à organização e ao todo, uma vez
que os motivos pessoais são o marco decisório da aceitação de
qualquer ordem.
d) Que a pessoa que recebe a ordem seja mental e fisicamente capaz
de se submeter a ela e executá-la, pois tanto as capacitações físicas
quanto as mentais influenciam diretamente na execução de uma
atividade.
Assim, a autoridade irá existir quando as pessoas a quem é dada a or-
dem a interpretam, a entendem, a aceitam e a cumprem, senão, não houve au-
toridade.
CO L EÇÃ O
41 TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO
CO L EÇÃ O
43 TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO
9 Liderança situacional
CO L EÇÃ O
45 TEORIA COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Simon (1979), o qual é um verdadeiro marco nas teorias da admi-
nistração. Auxilia a pensar a administração de forma crítica e evidencia as limitações da racio-
nalidade humana nas tomadas de decisões organizacionais.
A teoria comportamental fornece as bases conceituais para o processo de direção. Devido a
isso, sugere-se ler o capítulo 14 (direção empresarial) desse livro como complemento a este.
Referências
CO L EÇÃ O
CAPÍTULO 8
MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO
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A teoria neoclássica caracteriza-se pelo ecletismo, pela ação administrativa e pela ênfase nos objetivos e nos resulta-
dos. Estuda-se uma das tecnologias gerenciais que auxilia as organizações em sua atuação, que é a Administração
Por Objetivos – APO. Descreve-se o processo administrativo, explicando cada um dos processos que o integram, ou
seja, planejamento, organização, direção e controle.
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CO L EÇÃ O
49 MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO
3 Processo de planejamento
CO L EÇÃ O
51 MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO
4 Processo de organização
CO L EÇÃ O
53 MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO
5 Processo de direção
CO L EÇÃ O
55 MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO
6 Processo de controle
zadas diariamente, entram neste grupo, como em determinada hora ter que
limpar ou colocar lubrificantes em uma máquina.
Os controles de feedback ou de pós-ação, em vez de focarem os insumos
ou as atividades, concentram-se nos resultados finais, identificando até que
ponto atingiram os parâmetros iniciais estabelecidos, o que permite que ações
futuras sejam ajustadas e corrigidas, a fim de que o problema não venha a se
repetir.
Numa organização há inúmeros meios de controles, como os balanços
contábeis, os demonstrativos de lucros e perdas, os índices de retorno sobre os
investimentos, os controles orçamentários, os orçamentos-programa, a conta-
bilidade de custos fixos e variáveis, os gráficos de ponto de equilíbrio, os qua-
dros de produtividade, a produção em linha de montagem, a automação, os
controles de qualidade, os controles de estoques, os controles via descrições
orais e escritas, os mapas estatísticos, as avaliações de desempenho, os contro-
les via cultura organizacional, os controles sociais feitos através de regras, nor-
mas e regulamentos, o autocontrole (quem tem sido muito estimulado na
gestão moderna) e a infinidade de possibilidades de controles que os atuais
sistemas de informações gerenciais possibilitam aos gestores (MAXIMIANO,
2004; CHIAVENATO, 1999; SCHERMERHORN JR., 1999).
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Drucker (1990) citado nas referências, assim como os demais li-
vros desse autor caracteristicamente neoclássico.
Também se indica ler Koontz e O’Donnel (1976), autores neoclássicos que apresentam descri-
ções amplamente detalhadas sobre as funções do administrador, válidas nas mais variadas si-
tuações e épocas, sempre voltadas para a ideia de gerar ação empresarial. Sem dúvida, é uma
leitura constitutiva para a capacitação de gestores que visam à eficiência e à eficácia em suas
atividades.
Referências
CO L EÇÃ O
57 MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NA ADMINISTRAÇÃO
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Neste capítulo evidenciam-se as características e os parâmetros de um sistema, a fim de compreender a sua dinâmica
(entradas, processamentos, saídas e feedbacks). Nesse sentido, continua-se o estudo enfocando as características
das organizações como sistemas abertos (entropia, homeostase, equifinalidade, diferenciação e outras), no intuito de
pensar as empresas a partir de uma abordagem sistêmica. Ao final estuda-se o modelo sociotécnico de Tavistock, des-
tacando-se o subsistema técnico e o subsistema social.
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O livro General systems theory (Teoria geral dos sistemas) de Karl Lud-
wig von Bertalanffy (1901-1972), biólogo alemão, publicado em 1956, assim
como seus estudos anteriores nesta área, iniciados por volta de 1940, influen-
ciaram diversos campos do conhecimento, dentre eles, a teoria da adminis-
tração.
A partir dos estudos de Bertalanffy e também dos de Kenneth Boul-
ding (de 1956), os autores Richard A. Johnson, Fremont D. Kast e James E.
Rosenzweig fizeram a transposição da teoria geral de sistemas para a adminis-
tração, em seu ensaio intitulado Systems theory and management.
Havia a necessidade de integrar de uma forma mais abrangente e ho-
lística as diversas escolas e movimentos da administração. A teoria de siste-
mas trouxe uma revolução na abordagem conceitual, que possibilitou recon-
ceituar os fenômenos numa perspectiva global, que privilegia a integração e a
inter-relação das diferentes correntes do estudo da administração.
A abordagem sistêmica rompe com a concepção atomística ou clássica
até então vigente. Algumas diferenças dessas concepções podem ser assim
descritas (CHIAVENATO, 2003; SILVA, 2002; BERTALANFFY, 1973): enquanto a
concepção atomística considera que os fenômenos podem ser compreendidos
somente em termos de suas partes, tendo que ser reduzidos a suas partes me-
nores, a abordagem sistêmica considera que todo fenômeno pertence a um fe-
nômeno maior, e que para ser compreendido é preciso entendê-lo em termos
da organização de suas partes e das partes entre si. Enquanto a atomística or-
ganiza as ideias numa crescente diferenciação, a abordagem sistêmica busca
unificar as diferentes concepções altamente diferenciadas. Enquanto a ato-
mística é mecanicista, ou seja, fundamenta-se na relação simples entre causa e
efeito, a visão sistêmica é holística e teleológica, ou seja, considera que a causa
é necessária para que surja o efeito, mas nem sempre é a única condição para
que ele ocorra.
Assim, por exemplo, o movimento da administração científica é tipica-
mente reducionista, à medida que defende que para compreender um fenôme-
GILBERTO ANTONIO FAGGION 60
ENTRADA SAÍDA
Ambiente Ambiente
PROCESSAMENTO
ENTRADA
Ilustração 1: Parâmetros de um sistema.
CO L EÇÃ O
61 TEORIA DE SISTEMAS NA ADMINISTRAÇÃO
4 Subsistemas organizacionais
relacionados, nos quais ocorre toda a dinâmica dos sistemas estudada. Por
exemplo, é possível que cada área de atividade da empresa (como marketing,
finanças, operações e logística) seja considerada como um subsistema, cada
qual inter-relacionando-se com os demais.
Nesse sentido, é possível encontrar inúmeras descrições de subsiste-
mas organizacionais, como a de Johnson, Kast e Rosenzweig (apud WAHR-
LICH, 1969, p. 92) que identificam seis subsistemas-chave para uma organiza-
ção, os quais são:
1. subsistema “sensor”, idealizado para medir mudanças dentro do
sistema e em relação ao ambiente;
2. subsistema de processamento de informações, tais como contabili-
dade ou sistema de processamento de dados;
3. subsistema decisório, que recebe informações e produz planos e in-
dicações para planejamento;
4. subsistema de processamento, que utiliza informações, energia e
materiais para cumprir certas tarefas;
5. componentes de controle, que asseguram concordância entre pro-
cessamento e planejamento (feedback control);
6. memória ou subsistema de estocagem de informações, sob a forma
de registros, manuais, normas, programas de computadores etc.
Outro exemplo pode ser o modelo de Laurie Mullins (apud SILVA, 2002,
p. 51), que, analisando o trabalho das organizações, identificou alguns subsis-
temas que garantem que as atividades sejam desempenhadas como um todo e
dirigidas para o alcance das metas e dos objetivos:
1. tarefa – as metas e os objetivos da organização; as atividades do
trabalho conduzidas no processo de transformação;
2. tecnologia – a maneira pela qual as tarefas da organização são de-
sempenhadas e a natureza do desempenho do trabalho;
3. estrutura – os padrões de organização, as linhas de autoridade, re-
lacionamentos formais e canais de comunicação entre os partici-
pantes;
4. pessoas – a natureza dos membros que realizam as séries de ativi-
dades, tais como suas atitudes, habilidades e atributos, as suas ne-
cessidades e expectativas, as relações interpessoais e padrões de
comportamento, a organização informal e os estilos de liderança;
5. administração – a coordenação de tarefas, tecnologia, estrutura e
pessoas, e as políticas e os procedimentos para a execução do traba-
lho; as estratégias corporativas, a direção das atividades da organi-
zação como um todo e as interações com o ambiente externo.
E assim poder-se-ia ir apresentando uma série de exemplos de classifi-
cações de subsistemas, mas o importante é ter em mente que um sistema sem-
pre pertencerá a sistemas maiores e que é constituído por sistemas menores, os
quais mantêm inter-relações e influenciam-se mutuamente, afetando a organi-
zação com um todo.
CO L EÇÃ O
63 TEORIA DE SISTEMAS NA ADMINISTRAÇÃO
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Recomenda-se ler o livro de Bertalanffy (1973), a fim de ter contato direto com o principal es-
tudioso e fundador da Teoria Geral dos Sistemas – TGS, que influenciou as mais variadas áreas
do conhecimento.
Referências
BERTALANFFY, Ludwig Von. Teoria dos sistemas. Petrópolis (RJ): Vozes, 1973.
CHIAVENATO, Idalberto. Abordagem sistêmica da administração. In: ____. Introdu-
ção à teoria geral da administração. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. Parte VIII, p.
409-496.
CARAVANTES, Geraldo R. Teoria geral dos sistemas. In: ____. Teoria geral da adminis-
tração: pensando e fazendo. Porto Alegre: AGE, 1998. Cap. 8, p. 91-108.
MOTTA, Fernando C. P.; VASCONCELOS, Isabella F. G. de. A teoria dos sistemas
abertos e a perspectiva sociotécnica das organizações. In: ____. Teoria geral da adminis-
tração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. Cap. 6, p. 169-212.
SILVA, Reinaldo O. da. A teoria de sistemas. In: ____. Teorias da administração. São Pau-
lo: Pioneira Thomson, 2002. Cap. 14, p. 349-363.
WAHRLICH, Beatriz M. de S. Quatorze anos depois... In: ____. Uma análise das teorias de
organização. Rio de Janeiro: FGV, 1969. Cap. 7, p. 67-100.
CO L EÇÃ O
CAPÍTULO 10
TEORIA DA CONTINGÊNCIA
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A concepção de contingência na administração significa que não há uma única melhor maneira de administrar. Pesqui-
sas que geraram a teoria da contingência concluíram que há modelos mecânicos (mais repetitivos e fixos) e orgânicos
(mais dinâmicos e flexíveis) para administrar conforme o tipo de atividade; que o ambiente influencia na diferenciação e
na integração de cada empresa; e que mudanças na tecnologia levam a rearranjos e a novos modelos organizacionais.
Por fim, estudam-se estruturas ou modelos organizacionais que são utilizados em função das contingências enfrenta-
das pelas organizações.
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CO L EÇÃ O
67 TEORIA DA CONTINGÊNCIA
CO L EÇÃ O
69 TEORIA DA CONTINGÊNCIA
ficar um ou mais dos seguintes sintomas: “as decisões são adiadas ou perdem
em qualidade”, o que pode indicar que as informações não estão chegando
até as pessoas que tomam as decisões, ou que os gestores estão sobrecarrega-
dos e as delegações de responsabilidades não são suficientes; “a organização
não responde de maneira inovadora a um ambiente mutável”, isso ocorre
pode evidenciar que os agrupamentos não estão coordenados horizontalmen-
te, por exemplo, sintonia entre marketing e produção, também é possível que a
organização não tenha especificado as responsabilidades departamentais em
termos de monitoramento ambiental e inovação; “estão ocorrendo muitos con-
flitos”, novamente pode ser devido à falta de coordenação horizontal, assim
como que os departamentos tenham metas conflitantes, ou que haja pressão
sob o alcance de objetivos departamentais em detrimento das metas da organi-
zação.
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Referências
CO L EÇÃ O
71 TEORIA DA CONTINGÊNCIA
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Conceituam-se, de forma resumida, algumas das tendências modernas da administração, como a abordagem da eco-
logia das organizações, a teoria institucional, a responsabilidade social empresarial, a melhoria contínua, a qualidade
total e seus conceitos associados (downsizing e terceirização), a reengenharia, o benchmarking e a gestão do conheci-
mento.
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2 Teoria institucional
4 Melhoria contínua
CO L EÇÃ O
75 TENDÊNCIAS MODERNAS DA ADMINISTRAÇÃO
6 Reengenharia
7 Benchmarking
8 Gestão do conhecimento
CO L EÇÃ O
77 TENDÊNCIAS MODERNAS DA ADMINISTRAÇÃO
ESTUDOS COMPLEMENTARES
Buscar autores específicos de cada área de conhecimento citadas, para isso uma busca junto
às bibliotecas sobre o que há de novo é recomendado. Também, como são tendências moder-
nas, sua busca em sites proporciona uma grande quantidade de informações, inclusive de as-
sociações que as representam como campos de estudo e de aplicação na gestão contempo-
rânea.
Referências