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MARINHA MERCANTE
MOTORES UTILIZADOS NA
MARINHA MERCANTE
Belém - 2023
Copyright © Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos e Dayana Oliveira
Magalhães (Orgs), 2023
Vários autores.
Bibliografia.
ISBN 978-65-00-73818-6
23-162981 CDD-621.31042
Índices para catálogo sistemático:
1. Marinha Mercante: Transporte marítimo: Motores:
Tecnologia 621.31042
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................... 7
PREFÁCIO ............................................................................. 11
1 MOTOR MAN ME-C B&W 6G60ME- C9.5...................... 13
2 MOTOR MAN 5S35ME-B9.2-TII....................................... 45
3 MOTORES MTU................................................................. 63
4 MOTORES DIESEL MAN V 32/40 E PROPRIEDADES
FÍSICAS DOS SISTEMAS AUXILIARES ............................ 99
5 MOTOR DIESEL MARÍTIMO MAK MODELO MC25 133
6 MOTOR CATERPILLAR SERIE 3500 ........................... 159
7 MOTOR WARTSILA W6L32: UMA ANÁLISE
DESCRITIVA ....................................................................... 189
8 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA MARÍTIMA E
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ............................................. 235
APRESENTAÇÃO
9
poluentes e minimizar o impacto ambiental das operações
marítimas.
Cada capítulo deste livro/e-book oferece uma análise
detalhada de um motor marítimo específico mencionado no
sumário, destacando suas características distintas. Além disso, o
oitavo capítulo aborda a importante temática da eficiência
energética marítima e da legislação ambiental, fornecendo insights
sobre as estratégias e práticas necessárias para um setor marítimo
mais sustentável e ecologicamente consciente.
10
PREFÁCIO
Desde os primórdios da navegação marítima, os motores
marítimos têm sido essenciais para impulsionar o funcionamento
das embarcações. Neste contexto, a coletânea de oito artigos
científicos desenvolvida pela turma do curso de aperfeiçoamento
para oficiais de máquinas do Centro de Instrução Almirante Braz
de Aguiar busca fornecer um estudo facilitado e de linguagem
acessível sobre os motores marítimos.
Compreendemos a importância de oferecer um material que
possa ser compreendido por estudantes da Escola de Formação de
Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), bem como por oficiais
de máquinas e professores. Por meio desses artigos, almejamos
inspirar a busca contínua pelo aprimoramento dos motores
marítimos e incentivar avanços significativos na indústria naval.
Como disse Albert Einstein, "Se você quer realmente
entender algo, tente explicá-lo para sua avó". É com essa
mentalidade que buscamos apresentar as principais características
de cada tipo de motor marítimo de forma clara e concisa. Nosso
objetivo é desmistificar a complexidade desses motores e
proporcionar um estudo facilitado para os leitores interessados.
Acreditamos que, ao compartilhar nosso conhecimento sobre
esses motores, estaremos contribuindo para o desenvolvimento de
embarcações mais eficientes, confiáveis e sustentáveis. Dessa
forma, os futuros operadores e profissionais da área poderão se
beneficiar do estudo detalhado e das principais características
abordadas em cada tipo de motor marítimo.
Nossa intenção é que essa coletânea seja uma ferramenta de
referência prática e didática, tornando o estudo dos motores
marítimos mais acessível e compreensível. Através de uma
abordagem simplificada, buscamos facilitar a assimilação dos
conceitos fundamentais e despertar o interesse dos leitores pelo
aprimoramento contínuo nessa área vital da engenharia marítima.
Desejamos que este trabalho inspire a busca contínua pelo
aprimoramento dos motores marítimos e promova avanços
11
significativos na indústria naval. Que a citação de Einstein nos
lembre da importância de tornar o conhecimento acessível a todos,
e que nossos esforços contribuam para o desenvolvimento de
embarcações cada vez mais eficientes e sustentáveis.
12
1 MOTOR MAN ME-C B&W 6G60ME- C9.5
Aélcio de Jesus Monteiro dos Santos
Anildo Jorge Costa e Silva
Dayana Oliveira Magalhaes
Gustavo Marinho Estevam de Oliveira
Ruan Oliveira Martins
RESUMO
13
1.1 INTRODUÇÃO
16
Figura 2: Saída do acionamento por corrente do eixo de cames
17
Figura 4: Saída das bombas injetoras e atuadores mecânicos das
válvulas de exaustão
19
Figura 6: Diagrama de controle do Motor MAN ME, janeiro 2020
20
Esse hardware não contém disco rígido e o software é
armazenado em uma memória programável instalada quando
conecta-se a chave ID-Key, esta chave informa ao MPC em qual
unidade a MPC está sendo instalada e qual software e parâmetros
ele deve carregar do disco rígido do MOP.
21
permite um controle preciso e coordenado de todas as funções do
motor, resultando em maior eficiência, confiabilidade e
desempenho.
Essas duas redes de comunicação garantem a redundância do
sistema de comando do motor. Pode-se verificar, no esquema
abaixo, como estas redes estão conectadas aos módulos eletrônicos.
23
Figura 10: Painel de Operação Principal (MOP)
24
Figura 12: Painel de Operação Local (LOP)
26
De acordo com a MAN Diesel & Turbo (2020), o CCU não
possui redundância, pois em caso de falha de uma unidade, o
controle de injeção de combustível, bem como a atuação da válvula
de exaustão daquela unidade serão cortados, de modo que o cilindro
ficará isolado, permitindo, ainda que com um cilindro a menos, o
funcionamento do motor.
28
Figura 16: Sentido do fluxo independente da rotação do motor
29
1.4.4 Monitoramento de vazamento hidráulico
30
Figura 17: Unidade hidráulica de cilindros
31
1.5.2 Acumuladores hidráulicos
32
1.5.4 Lubrificação dos cilindros
34
Figura 22: Sistema PMI Offline
35
Figura 24: Sistema PMI Online
36
Figura 25: Computador com sistema PMI
37
Figura 26: Gráficos PT e PV respectivamente
38
1.6.3 Instrumento de medição de pressão e auto-tuning
REFERÊNCIAS
43
44
2 MOTOR MAN 5S35ME-B9.2-TII
RESUMO
45
2.1 INTRODUÇÃO
46
• Tipo: motor diesel marítimo de 5 cilindros em linha, com
ciclo de 2 tempos e refrigeração a água;
• Diâmetro do cilindro: 350 mm;
• Curso do pistão: 1.550 mm;
• Potência nominal: 4.350 kW;
• Velocidade nominal: 167 rpm;
• Consumo específico de combustível: 175 g/kWh (a
potência nominal);
• Peso seco: aproximadamente 63 toneladas;
• Sistema de injeção de combustível: injeção direta de
combustível pesado (HFO) ou óleo diesel (MDO);
• Sistema de lubrificação: lubrificação a óleo circulante, com
sistema de filtragem de óleo;
• Sistema de refrigeração: refrigeração a água, com circuito
de água doce e circuito de água salgada para resfriamento do
cilindro e do turboalimentador; e
• Sistema de partida: partida pneumática ou elétrica.
47
Figura 1: Designação do tipo do motor
49
garantindo seu funcionamento eficiente e prolongando sua vida
útil. O sistema de arrefecimento utiliza água para remover o calor
gerado pelo motor durante a operação (MAN, 2010).
O sistema de arrefecimento é composto por dois circuitos
separados: um circuito de água doce e um circuito de água salgada.
O circuito de água doce é responsável por resfriar o líquido de
arrefecimento, que circula pelos canais do motor, e é composto por
um radiador, uma bomba de água, um termostato e um trocador de
calor. O radiador e a bomba de água mantêm a água em circulação
constante, enquanto o termostato regula a temperatura da água,
garantindo que ela esteja sempre na faixa ideal de operação. O
trocador de calor transfere o calor do líquido de arrefecimento para
a água salgada, que é resfriada por um sistema de resfriamento de
água salgada separado (MAN, 2010).
O circuito de água salgada é responsável por resfriar o
cilindro e o turboalimentador, que são as partes que geram mais
calor durante a operação do motor. O circuito de água salgada é
composto por um trocador de calor, uma bomba de água salgada e
um sistema de descarga de água salgada. O trocador de calor
transfere o calor da água salgada para a água doce, que é resfriada
pelo circuito de água doce. A bomba de água salgada mantém a
água em circulação constante, enquanto o sistema de descarga de
água salgada libera a água aquecida de volta para o ambiente
marítimo (MAN, 2010).
O sistema de arrefecimento do motor MAN 5S35ME-B9.2-
TII é projetado para garantir que o motor opere dentro da faixa de
temperatura adequada, protegendo-o contra danos e aumentando
sua vida útil (MAN, 2010).
50
Figura 3: Diagrama do sistema de arrefecimento
53
Figura 5: Diagrama do Sistema de óleo combustível
54
eletrônicas controladora de multipropósitos (MPC) são designadas
como unidade controladora para executar tarefas específicas em
diversos dispositivos como ACU(Unidade de Controle Auxiliar),
CCU(Controlador do Cilindro), ECU(Unidade de Controle do
Motor) e EICU(Unidade de Interface de Controle do Motor). Estas
placas são identicas na sua construção, o que diferencia é somente
a programação de cada uma delas, possibilitando assim um alto
nível de redundância e confiabilidade. Isto tem sido bastante
empregado pois caso haja uma falha, este sistema não parará o
motor repentinamente, tampouco parciamente, não ativando assim,
uma redução automática de velocidade. Qualquer placa
controladora poderá ser trocada sem a necessidade de interromper
o funcionamento do motor propulsor, na qual será revertido para
operação normal após a reposição da placa com defeito.
55
Figura 7: Placa Controladora (MPC)
58
Figura 10: Diagrama do Sistema de Controle do Motor
59
2.8.6 Sensor de posição do eixo de Manivelas (TACHO)
60
O uso da eletrônica no controle destes motores sem dúvida,
foi de grande importância para o aprimoramento destes motores,
com suas novas características que inovaram e surgiram após a
prática desta tecnologia como a possibilidade de operar por longos
períodos em baixa rotação sem maiores preocupações com a
eficiência do motor dando um melhor consumo de combustível
nessas condições. A redução de erros humanos também tem muita
importância e facilita a operação e condução, devido aos ajustes
automáticos dos parâmetros pelo sistema de controle do motor;
Baixo SFOC e melhor desempenho graças ao tempo variável
eletronicamente da injeção de combustível e abertura da válvula de
exaustão para qualquer carga; Característica de emissão melhorada
possibilitando baixos níveis de NOx; Sistema e controle com maior
precisão de ajustes, dando melhor balanceamento do motor com
carga térmica equalizada entre os cilindros; Monitoramento
contínuo e diagnóstico dá ao motor um maior tempo entre as
manutenções; Fácil mudança de modos de funcionamento durante
a operação e software supervisório atualizável durante a vida útil
do motor.
REFERÊNCIAS
61
https://manes.com/applications/projectguides/2stroke/content/prin
ted/S35ME-B9_5.pdf. Acesso em: 20 abr. 2023.
62
3 MOTORES MTU
RESUMO
63
3.1 INTRODUÇÃO
Fonte: https://www.mtu.de/about-us/history/
66
Tabela 1 - Especificações Técnicas do Motor 16V 4000 M33S
3.4 COMBUSTÍVEL
- Diesel
A MTU é conhecida por produzir motores a diesel de alta
potência para diversas aplicações, incluindo marítimas, terrestres e
de geração de energia. Os motores a diesel MTU são projetados
para fornecer alta eficiência, confiabilidade e durabilidade em
condições extremas (MTU DO BRASIL, 2023).
68
O Óleo Diesel Marítimo é o combustível comumente
utilizado nas embarcações que atuam no Brasil, sendo fornecido as
embarcações com custo para a Empresa que afreta a embarcação.
- Gás natural
A MTU também produz motores que podem ser alimentados
por gás natural, incluindo motores a gás natural liquefeito (GNL) e
a gás natural comprimido (GNC). Esses motores são projetados
para oferecer baixas emissões de poluentes e reduzir o impacto
ambiental das operações (MTU DO BRASIL, 2023).
O gás natural é uma mistura de hidrocarbonetos leves, que, à
temperatura ambiente e pressão atmosférica, permanece no estado
gasoso. Na natureza, ele é encontrado acumulado em rochas
porosas no subsolo, frequentemente acompanhado por petróleo
(gás associado), ou constituindo um reservatório (gás não
associado). O metano (CH4) é o principal componente do gás
natural. (Gás Natural Cegás, 2023).
- Biocombustíveis
A MTU tem investido em tecnologias de combustíveis
alternativos e pode produzir motores que utilizam biocombustíveis,
como o biodiesel, que são produzidos a partir de fontes renováveis
e podem ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa
(MTU DO BRASIL, 2023).
Além disso, alguns motores MTU também podem ser
projetados para operar com diferentes tipos de combustíveis,
oferecendo a flexibilidade necessária para atender às necessidades
específicas de cada aplicação (MTU DO BRASIL, 2023).
3.6 POTÊNCIA
3.8 CILINDRADA
71
A cilindrada dos motores MTU pode variar de algumas
centenas de cm³ até mais de 100.000 cm³ (MTU DO BRASIL,
2023).
72
- Injeção direta de combustível
Nesse sistema, o combustível é injetado diretamente na
câmara de combustão do motor, oferecendo maior controle e
precisão na dosagem do combustível. Esse sistema é comumente
utilizado em motores a diesel de alta potência para aplicações
marítimas, de geração de energia e de transporte terrestre (MTU
DO BRASIL, 2023).
- Coletor de escape
O coletor de escape é responsável por coletar os gases de
escape dos cilindros do motor e direcioná-los para o sistema de
exaustão (MTU DO BRASIL, 2023).
74
A ideia básica do coletor de escape é evitar que um dos
cilindros do motor pressurize outro, dificultando a saída dos gases
resultantes da combustão. (Graham Bell, 2006).
- Silenciador
O silenciador é responsável por reduzir o ruído do motor,
absorvendo as ondas sonoras dos gases de escape. Os silenciadores
dos motores MTU são projetados para oferecer baixo nível de ruído
e alta eficiência na redução de ruído (MTU DO BRASIL, 2023).
- Catalisador
O componente do sistema de escape que reduz a toxicidade
das substâncias emitidas após a combustão é o catalisador. O
catalisador proporciona a oxidação do monóxido de carbono que é
um gás inflamável, inodoro e de grande toxicidade. O catalisador
proporciona também a oxidação dos hidrocarbonetos e também a
redução do óxido de nitrogênio (ROCHA, 2011).
- Filtro de partículas
Os Filtros de Partículas MTU usam tecnologia de filtro de
parede porosa para capturar partículas de fuligem. O material do
filtro é feito de cerâmica ou metal e possui poros muito pequenos
que permitem a passagem dos gases de escape, mas não das
partículas de fuligem (MTU DO BRASIL, 2023).
À medida que as partículas de fuligem se acumulam no filtro,
a resistência ao fluxo de gases através do filtro aumenta. Para evitar
que o filtro entupa, um processo chamado regeneração é usado.
Durante a regeneração, a temperatura dos gases de escape é
aumentada para queimar as partículas de fuligem acumuladas no
filtro (MTU DO BRASIL, 2023).
Os filtros de partículas MTU são uma parte importante do
sistema de controle de emissões do motor a diesel e ajudam a
reduzir significativamente as emissões de partículas prejudiciais ao
meio ambiente (MTU DO BRASIL, 2023).
Tem-se, pois, que o filtro de partículas é responsável por
remover as partículas sólidas dos gases de escape, reduzindo as
75
emissões de material particulado. Os motores MTU podem utilizar
filtros de partículas de diesel (DPF) ou filtros de partículas de
gasolina (GPF), dependendo do modelo e das normas de emissões
(MTU DO BRASIL, 2023).
3.10.2 Arrefecimento
76
Alguns dos benefícios do sistema de controle eletrônico
MTU incluem melhor desempenho do motor, menor consumo de
combustível, redução de emissões de poluentes, diagnóstico mais
fácil de problemas do motor e maior vida útil do motor. O sistema
de controle eletrônico também permite que os técnicos de
manutenção monitorem o desempenho do motor em tempo real e
realizem diagnósticos avançados para identificar problemas antes
que eles se tornem graves (MTU DO BRASIL, 2023).
Essas são apenas algumas das especificações técnicas dos
motores MTU, que podem variar amplamente dependendo do
modelo e da aplicação específica, adquirindo marcações próprias.
80
- Sistema de arrefecimento com água doce
Um sistema de arrefecimento com água doce para um motor
diesel de baixa velocidade é mostrado na Figura xx. Ele é dividido
em dois sistemas separados: um para resfriar as camisas dos
cilindros, cabeçotes dos cilindros e turboalimentadores; e outro
para o resfriamento dos pistões. (Taylor D.A, p. 30-31, 1990)
84
Figura 3 – Sistema de Óleo Lubrificante
87
Conforme instruções do fabricante, as trocas de óleo e filtros
devem ser realizadas com periodicidade de 250 horas ou 6 meses
utilizado o óleo lubrificante Shell Gadinia S3 40 conforme figura
4.
88
3.14 SISTEMA DE COMBUSTÍVEL
Fonte: https://ph.parker.com/br/pt/product/replacement-cartridge-
filter-element-for-turbine-series-filters/2020pm-or
91
Figura 8 - Filtro Secundário / By-Pass
92
Tabela 2 – Procedimentos para manutenção dos motores MTU
93
Figura 9 – Abastecimento de óleo
94
em kW ou HP), o torque máximo (medido em Nm ou lb-ft), o
número de cilindros, o diâmetro e curso dos pistões, a taxa de
compressão, entre outros.
Em relação ao sistema de partida, viu-se que os motores
MTU normalmente possuem um sistema de partida elétrico, com
um motor de arranque conectado à bateria do veículo ou
equipamento. Alguns modelos também podem ter um sistema de
partida pneumático ou hidráulico.
Notou-se, igualmente, que os motores MTU possuem um
sistema de arrefecimento líquido, que utiliza água ou uma mistura
de água e aditivos para dissipar o calor gerado pelo motor. O
sistema de arrefecimento pode incluir um radiador, bomba d'água,
termostato, ventilador e outros componentes.
Foi também possível identificar que os motores MTU
possuem um sistema de lubrificação por pressão, que utiliza óleo
lubrificante para reduzir o atrito entre as peças móveis do motor. O
sistema de lubrificação pode incluir um cárter de óleo, bomba de
óleo, filtro de óleo e outros componentes.
Em relação ao sistema de combustível, verificou-se que os
motores MTU normalmente utilizam combustível diesel, que é
injetado diretamente no motor por meio de um sistema de injeção
de alta pressão. O sistema de combustível pode incluir um tanque
de combustível, bomba de combustível, injetores, filtro de
combustível e outros componentes.
Constatou-se que os motores MTU requerem manutenção
regular para garantir o desempenho e a confiabilidade ao longo do
tempo. As tarefas de manutenção incluem a troca de óleo e filtros,
verificação dos níveis de fluidos, inspeção das correias e
mangueiras, limpeza do sistema de arrefecimento, entre outras. A
manutenção deve ser realizada de acordo com as recomendações
do fabricante e por técnicos qualificados.
Diante disto chegamos à conclusão que atingimos o objetivo
proposto de uma análise minuciosa do funcionamento e sistemas
dos motores MTU.
95
REFERÊNCIAS
97
Sobre a MTU. Disponível em <https://www.mtu-
solutions.com/eu/de/about-us/what-we-do.html> Acesso em 19
Mar. 2023.
98
4 MOTORES DIESEL MAN V 32/40 E
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS SISTEMAS
AUXILIARES
Willian W Ribeiro
Márcio Rocha
Julio Rangifo
Rodrigo Antunes
João Silvestre
RESUMO
99
4.1 INTRODUÇÃO
100
De acordo com Dutta et al. (2019), os motores de combustão
interna são responsáveis por grande parte da energia consumida em
todo o mundo, e continuam sendo uma das principais fontes de
propulsão de veículos e equipamentos. Já Callister e Rethwisch
(2018) abordam a importância dos materiais utilizados na
fabricação desses motores, que devem ser resistentes à corrosão e
altas temperaturas. Todas essas colaborações, e muitas outras, ao
longo da história trouxeram essas máquinas de combustão ao mais
recente estado que se tem na indústria, tal qual o motor de
combustão interna que será apresentado no desenvolvimento deste
trabalho.
Os motores V 32/40 são um tipo de motor diesel de ciclo de
quatro tempos com pistões dispostos em forma de "V" com um
ângulo de 32 graus entre as duas fileiras de pistões. Eles são um
tipo de motor de combustão interna projetado para fornecer alta
potência e eficiência em aplicações marítimas e industriais.
Os motores V 32/40 são fabricados pela empresa alemã
MAN Energy Solutions e são uma das principais soluções de
motores a diesel para uso em navios, plataformas de petróleo,
centrais elétricas e outras aplicações industriais, sendo projetados
para serem altamente confiáveis e eficientes em termos de consumo
de combustível, além de serem capazes de operar por longos
períodos de tempo com manutenção mínima. Com uma potência
nominal que varia de 3.600 kW a 9.000 kW, tornando-os uma
opção popular para aplicações que exigem alta demanda, como
navios de carga, navios de cruzeiro, plataformas de petróleo,
centrais elétricas e outras aplicações industriais.
Também são conhecidos por sua capacidade de operar com
diferentes tipos de combustíveis, incluindo diesel, gás natural
liquefeito (GNL), combustíveis renováveis e outros tipos de
combustíveis alternativos. Eles também são capazes de atender a
diferentes regulamentações de emissões de poluentes, como a
norma IMO Tier III (os padrões de emissão Tier III são os mais
recentes padrões de emissão estabelecidos pela IMO para reduzir
as emissões de óxido de nitrogêncio (NOx)), tornando-os uma
101
opção versátil e flexível para várias aplicações marítimas e
industriais.
Neste artigo serão estudados os sistemas de lubrificação,
arrefecimento, sistema de partida e de combustível comumente
utilizado nestes tipos de motores, além das especificações técnicas
que definem sua operação e seu funcionamento.
4.1.2 Objetivo
Desenvolvimento
103
mais flexíveis em relação aos tipos de combustível que podiam
usar.
Década de 2010: A MAN introduziu uma nova geração de
motores da linha V32/40, com maior eficiência de combustível,
menores emissões e melhorias no desempenho. Esses motores
também foram projetados para serem mais fáceis de manter e
operar do que as versões anteriores.
104
Figura 1 - Motor MAN V 32/40 atualmente
107
11. Sistema de lubrificação: O sistema de lubrificação é
responsável por fornecer óleo lubrificante ao motor para
evitar o desgaste excessivo e a quebra. No caso do motor
V 32/40, ele usa um sistema de lubrificação forçada com
uma bomba de óleo de alta pressão e capacidade de óleo
total de até 11.000 litros.
110
Onde U é a energia armazenada no ar comprimido, P 2 e V2
são a pressão e volume do ar comprimido após a compressão, e γ é
a razão de calor específico do ar comprimido Azevedo (2016).
O armazenamento de ar comprimido pode ocorrer em
diversos tipos de reservatórios, como tanques, tubulações e
cilindros. A escolha do reservatório mais adequado depende da
aplicação e do volume de ar comprimido a ser armazenado. Além
disso, é importante considerar a pressão de operação, a temperatura
ambiente e a segurança do reservatório (CALLISTER e
RETHWISCH, 2018).
De acordo com Ganeshan (2004), o sistema de ar de partida
é composto por um compressor de ar comprimido e uma válvula
solenóide, que controla a passagem de ar para o cilindro de partida.
O compressor de ar comprimido é acionado por um motor elétrico
ou hidráulico e é responsável por comprimir o ar atmosférico e
fornecer ar comprimido de alta pressão para o cilindro de partida.
Já a válvula solenóide é responsável por controlar a passagem do
ar comprimido para o cilindro de partida, permitindo que o motor
diesel comece a girar. O sistema de ar de partida é um componente
crítico em motores diesel, garantindo que o motor possa ser
iniciado mesmo em condições de baixa temperatura.
É necessário ar comprimido para iniciar o motor e para várias
funções pneumáticas. Uma pressão de 30 bar é necessária para a
partida. Pressões de 30 bar, 8 bar ou pressões mais baixas são
necessárias para os controles. De acordo com a figura 3, os sistemas
relevantes são fornecidos a partir de tanques de ar comprimido de
30 bar, através da conexão 7171. Para garantir um desempenho
adequado e confiável das válvulas de controle, mesmo sob pressão
reduzida em alguns dos tanques de ar comprimido após tentativas
de partida anteriores, os motores principais marítimos têm uma
segunda conexão de ar comprimido 7172. O ar de controle é
fornecido através desta conexão a partir de um tanque de ar
comprimido separado. Válvulas de retenção impedem que ocorra
equalização de pressão.
111
Assim que uma válvula de bloqueio nos tanques de ar
comprimido é aberta, o ar flui via conexão 7171 para o ramo (a) e,
de lá, para a válvula principal de partida. Os tubos conectados ao
ramo (a) servem para fins de controle. Os fluxos de ar provenientes
das conexões 7171 e 7172 se encontram no ramo (b). O ramo (c)
fica a jusante do filtro M 462. Um tubo leva à válvula M 371/1 a
montante do servomotor do reforço do regulador de velocidade
(não aplicável se for utilizado um regulador eletrônico), à válvula
M 329/2 acionando os pistões de parada de emergência das bombas
de combustível e à válvula redutora M 409.
As combinações de válvulas M 329/1 e M 329/2 são
acionadas por ar de controle no lado primário. No lado secundário,
a mudança é feita por ar de controle, eletricamente por uma
solenóide ou manualmente (apenas no caso de aplicação marítima).
A válvula redutora M 409 é alimentada com ar da conexão (B) da
válvula principal de partida ou via uma segunda conexão a jusante
do filtro M 462. A segunda linha que se ramifica em (c) serve para
fornecer ar de controle via o ramo (d) para a válvula M 329/1. A
linha que se ramifica em (d) conecta a válvula M 306 no dispositivo
de giro com a válvula M 329/1.
Detalhadamente, o ramo (e) fica a jusante da válvula M
329/1. A linha secundária leva para o lado de controle da válvula
M 317 na válvula principal de partida, para a segunda conexão na
válvula M 371/1 e para o posto do operador. A linha principal leva
às válvulas de deslizamento de partida e, finalmente, às válvulas de
partida.
Com o tanque de ar comprimido aberto, o ar é admitido na
válvula principal de partida, na válvula M 317, na válvula M 371/1
(se equipado), na válvula M 329/2, no dispositivo de operação e
nas válvulas M 306 e M 329/1.
Explicado o diagrama e seus elementos, a partida do motor
obedece a seguinte sequência: um sinal do sistema de controle ou
controle remoto é transmitido à válvula M 329/1. Em caso de
emergência, essa válvula é usada para iniciar o motor
manualmente. Esse sinal faz com que a válvula conectada em série,
a montante da combinação de válvulas M 329/1, seja aberta, desde
112
que o dispositivo de viragem esteja desengatado, ou seja, a válvula
M 306 esteja totalmente aberta (no caso de aplicação estacionária,
o bloqueio é efetuado pela válvula acionada eletricamente M 745).
Nesse caso, a combinação de válvulas M 329/1 é definitivamente
aberta, permitindo a passagem livre do ar para o lado de controle
da válvula M 317, que é alterada. As conexões (A) e (E) na válvula
de partida principal, que antes estavam sob pressão, mantendo o
cone principal fechado e a válvula de ventilação aberta, agora não
estão mais sob pressão. Isso faz com que a válvula de partida
principal abra e a válvula de ventilação feche. Como resultado, o ar
flui para as válvulas de partida nas cabeças dos cilindros.
113
4.5. SISTEMA DE ARREFECIMENTO
Q = h × A × ΔT (4)
Onde:
k = condutividade térmica do fluido;
114
Re = número de Reynolds do fluido;
Pr = número de Prandtl do fluido;
D = diâmetro interno do tubo.
Essa equação é válida para fluidos newtonianos em regime
laminar em tubos circulares, e é uma das equações mais utilizadas
para calcular o coeficiente de transferência de calor em sistemas de
arrefecimento de motores diesel.
Por intermédio dessas equações, é possível determinar a taxa
de transferência de calor para o sistema de arrefecimento e
determinar sua eficiência. Mais adiante, no tópico sobre sistema de
combustível, será visto que o sistema de arrefecimento representa
uma parcela significativa de perdas energéticas do motor, apesar de
ser um sistema vital.
Segundo Araújo (2018, p. 95), o sistema de arrefecimento
de um motor diesel é essencial para a sua eficiência e longevidade,
pois evita o superaquecimento e o desgaste excessivo das peças
internas.
O sistema de arrefecimento tem como objetivo manter as
cargas térmicas o mais baixo possível e é composto por duas partes:
uma para os componentes que envolvem os espaços de combustão
e outra para as válvulas de injeção de combustível, que são
refrigeradas por um sistema separado. Finalizadas as explicações
físicas sobre o fenômeno do arrefecimento, será visto agora como
se dá o sistema de arrefecimento para o motor em análise em suas
diferentes partes, iniciando pelo ar de alimentação.
O ar de alimentação aquecido como resultado da compressão
do turbocompressor é resfriado por meio do intercooler. Isso é feito
para aumentar o volume de ar disponível para a combustão.
Normalmente, é utilizado água doce condicionada para o
resfriamento. Os intercoolers também são resfriados por água doce,
em casos raros por água do mar ou água bruta, mas esses casos
raros não são relevantes para este trabalho.
Os intercoolers de estágio único são geralmente integrados
no circuito secundário. Quando são usados intercoolers de dois
estágios, a água de refrigeração do motor recozida é passada pelo
primeiro estágio (circuito primário/alta temperatura) e a água doce
115
do circuito secundário de baixa temperatura é passada pelo segundo
estágio.
Ao fim deste capítulo, encontra-se o diagrama do sistema de
arrefecimento do motor, todas as referências aos componentes
feitas abaixo dizem respeito a esse diagrama.
A flange de admissão de água de refrigeração (3171) para o
resfriamento do cilindro está localizada na extremidade próxima ao
caixão de ar de lavagem. A água de refrigeração flui primeiro pelos
dois resfriadores de ar de alimentação para o tubo distribuidor.
Ramificações do tubo distribuidor seguem para os anéis de apoio
dos revestimentos do cilindro (parte inferior) para resfriamento
(espaços (a) a (k)). A cabeça do cilindro é resfriada a partir do
espaço anular em torno da parte inferior dela (f), de onde a água é
fornecida através de furos para o espaço anular entre o recorte do
injetor e a parte interna da cabeça do cilindro, com uma parcela da
água fluindo em torno dos anéis de assento que formam uma
válvula de retorno. Os outros grandes espaços de refrigeração da
cabeça do cilindro são alimentados a partir deste espaço anular.
Ao término do percurso de resfriamento da água, ela sai dos
anéis de suporte das camisas dos cilindros pela parte superior e
segue por um canal até o manifold de retorno que então recircula a
água aquecida de volta para o sistema, passando pelo ponto de
drenagem 3199. Isso sugere que o sistema de arrefecimento utiliza
um circuito fechado, no qual a água é resfriada e recirculada ao
longo do sistema para evitar o superaquecimento das peças do
motor.
116
Figura 4 - Diagrama do sistema de água de arrefecimento do
cilindro e do bocal
117
3195 e, ou, 3186 servem para drenar os espaços de
resfriamento do anel superior e da cabeça do cilindro.
Além disso, as tubulações nos resfriadores de ar, as
tubulações de alimentação de água de resfriamento
do cilindro e as tubulações de água de resfriamento
do bico podem ser drenadas através da tubulação de
drenagem (h);
118
camadas lubrificantes, que reduzem o desgaste e prolongam a vida
útil do motor.
A viscosidade de um fluido é uma medida da resistência do
fluido a deformações de cisalhamento. Em outras palavras, é a
medida da capacidade do fluido de resistir a forças de cisalhamento
internas e externas que tendem a deformar o fluido. No contexto do
óleo lubrificante de um motor diesel, a viscosidade é uma
propriedade crítica, pois influencia diretamente a eficácia do
sistema de lubrificação.
A viscosidade do óleo lubrificante afeta o sistema de
lubrificação de um motor diesel em vários aspectos, como a
eficiência da bomba de óleo, o fluxo de óleo através dos
componentes do motor e a formação de depósitos de óleo nas
superfícies metálicas. A viscosidade também afeta a formação de
filmes lubrificantes entre as superfícies metálicas em contato,
afetando diretamente a fricção e o desgaste.
A influência da viscosidade no fluxo de óleo através dos
componentes do motor pode ser descrita matematicamente por
meio das equações diferenciais de Navier-Stokes e da equação de
continuidade. Essas equações descrevem o comportamento do óleo
lubrificante em termos de velocidade e pressão, levando em
consideração as forças de cisalhamento, a densidade e a
viscosidade do fluido.
A equação de Navier-Stokes pode ser escrita da seguinte
forma:
მ𝑣
𝜌( მ𝑡 + 𝑣 ⋅ 𝛻𝑣) = − 𝛻𝑝 + 𝛻𝜏 + 𝑓 (6)
Onde:
ρ: Densidade do fluido;
v: velocidade de escoamento;
p: pressão do fluido;
τ: é o tensor de tensão do fluido;
f: força volumétrica externa;
∇ Operador diferencial para cálculo de gradiente.
119
O tensor de tensão é definido em termos da viscosidade do
fluido μ como:
Onde:
(𝛻𝑣)𝑇 : É a transposta do gradiente de velocidade;
λ: Viscosidade volumétrica;
I: Matriz Tensor Identidade.
121
de cilindros ajustando a velocidade do motor controlado por
frequência.
122
combustão do diesel pode ser expressa pela seguinte equação
química:
ΔH = - 25096,5 kJ ≃ − 25 MJ (13)
123
dissipação de calor podem ser estimadas pela diferença entre a
energia liberada pela combustão e a energia disponível para realizar
trabalho mecânico. As perdas por dissipação de calor podem ser
divididas em três tipos: perdas por gases de escape, perdas por
radiação e perdas por resfriamento do motor.
As perdas por gases de escape são causadas pela temperatura
elevada dos gases de escape que são expulsos do motor. Essas
perdas podem ser estimadas pela diferença entre a energia
disponível na câmara de combustão e a energia contida nos gases
de escape, que são expelidos para a atmosfera. Segundo CENGEL
e BOLES (2011), as perdas por gases de escape podem representar
cerca de 15% a 25% da energia liberada pela combustão.
As perdas por radiação são causadas pela emissão de
radiação térmica pelo motor. Essas perdas podem ser estimadas
pela diferença entre a energia disponível na câmara de combustão
e a energia irradiada pelo motor. Segundo BURGUEÑO (2011), as
perdas por radiação podem representar cerca de 2% a 8% da energia
liberada pela combustão.
As perdas por resfriamento do motor são causadas pela
dissipação de calor das partes quentes do motor para o ambiente
externo. Essas perdas podem ser estimadas pela diferença entre a
energia disponível na câmara de combustão e a energia necessária
para manter o motor em uma temperatura adequada de
funcionamento. Segundo FIGUEIREDO (2009), as perdas por
resfriamento podem representar cerca de 5% a 10% da energia
liberada pela combustão. Uma vez, explicado os princípios e o ciclo
energético da combustão de diesel, será agora apresentado o
sistema de injeção.
124
Figura 6 – Diagrama de Sankey para motores Diesel
125
substituições de peças conforme o desgaste natural dos
componentes.
De acordo com o manual de operação e manutenção para
motores 32/40, temos que o combustível é fornecido ao motor na
sua face frontal/na conexão 5671 (veja a Figura 7). As bombas de
injeção (3) são conectadas à tubulação distribuidora (1) por meio
de seções curtas de tubulação (2). Elas fornecem o óleo
combustível sob alta pressão através da tubulação de injeção (11)
para as válvulas de injeção (12). As bombas de injeção são
operadas por cames no eixo de comando (4).
A agulha da válvula de injeção libera a seção transversal dos
furos de injeção quando a pressão excede a força da mola. O ciclo
de injeção é interrompido quando a borda de controle helicoidal do
êmbolo atinge o furo de sucção. A quantidade de combustível
injetado é influenciada pelo anel regulador e pelo rack de
combustível que giram o êmbolo. O momento da injeção é
determinado pela posição relativa dos cames no eixo de comando.
128
(20) para o tanque de serviço de óleo Diesel (2). Dessa forma, evita-
se um aquecimento inaceitável do óleo combustível Diesel.
A válvula de três vias (16) e o tubo de descarga (9) permitem
a descarga de Diesel através do sistema para remover o óleo
combustível pesado que contém. A torneira de três vias (15) é
alterada para o funcionamento do Diesel e a torneira de três vias
(16).
129
4.8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
131
GHORAI, A.; PRAMANIK, N. K. Compressed air energy
storage: A review. Renewable and Sustainable Energy
Reviews, v. 30, 2014.
132
5 MOTOR DIESEL MARÍTIMO MAK MODELO
MC25
Carlos Eduardo da Paixão Almeida
Diogo dos Santos Giorgi
Tiago de Melo Lima
Ysmael Ferreira Pereira
João Silvestre
RESUMO
133
5.1 INTRODUÇÃO
5.2 DESENVOLVIMENTO
137
Tabela 01: Dimensões comparando com o número de cilindros
Tipo do Motor Dimensões (mm)
B H
6M25C 4917 2951
8M25C 5777 3097
9M25C 6207 3097
140
5.2.3 Sistema de arrefecimento
142
Figura 05: Sistema de água doce fechado.
143
Figura 06: Diagrama real do sistema de Água doce
144
calcário e outros sedimentos que possam prejudicar o fluxo de
água.
Uma das principais falhas que podem ocorrer no sistema de
arrefecimento é a obstrução dos canais de circulação da água, o que
pode levar ao superaquecimento do motor e à sua quebra. Para
evitar essa falha, é importante realizar a manutenção preventiva do
sistema de arrefecimento, incluindo a limpeza periódica dos canais
de circulação da água e a troca regular do líquido de arrefecimento.
Outra falha comum no sistema de arrefecimento é a corrosão
dos componentes, que pode ser causada por uma variedade de
fatores, incluindo a presença de sais na água do mar e a falta de
manutenção adequada. Para evitar a corrosão, é importante utilizar
um líquido de arrefecimento de qualidade e adicionar inibidores de
corrosão quando necessário.
Além disso, é importante garantir a eficácia do sistema de
arrefecimento em situações de emergência. De acordo com o
International Maritime Organization (IMO), "os motores diesel
marítimos devem ser equipados com um sistema de arrefecimento
redundante, capaz de manter a temperatura do motor dentro dos
limites recomendados mesmo em caso de falha de um dos
sistemas".
Assim, o sistema de arrefecimento do motor diesel marítimo
MAK MC25 é um componente crítico para a operação segura e
eficiente de navios e embarcações. A manutenção preventiva
adequada e a redundância do sistema são essenciais para garantir
sua eficácia e evitar falhas que possam comprometer a segurança
da tripulação e do meio ambiente.
145
Figura 07: Bombas de água acopladas no motor
Figura 08
148
Figura 09: Operação com MDO/MGO
149
Figura 10: Esquema do sistema de lubrificação (cárter seco).
150
o processo de combustão. Portanto, deve haver alguma forma de
medição abastecimento de combustível, um meio de cronometrar a
entrega e a atomização do combustível.
O sistema de combustível do motor diesel marítimo
geralmente consiste em um tanque de combustível, uma bomba de
combustível, um filtro de combustível, tubulações e injetores de
combustível.
O motor diesel MaK modelo MC25 utiliza um sistema de
injeção direta de combustível, onde o combustível é injetado
diretamente na câmara de combustão do motor através de injetores
de combustível. Para garantir a eficiência do processo de
combustão, o combustível deve ser injetado na quantidade correta
e no momento adequado.
O combustível utilizado no motor diesel marítimo MaK
MC25 deve atender às especificações técnicas recomendadas pelo
fabricante, incluindo densidade, viscosidade, ponto de fulgor e teor
de enxofre. Segundo o MaK Project Guide (2008), o sistema de
combustível do motor opera com marine gas oil (MGO), marine
diesel oil (MDO) e heavy fuel oil (HFO).
O motor ao operar com o gasoil marítimo e diesel marítimo
utiliza o mesmo sistema de condicionamento do combustível como
mostrado na figura 11 abaixo.
151
Figura 11
152
Os tanques diários são requeridos e deverão cobrir pelo
menos 4 horas a cada 24horas de plena carga com todos os
consumidores e com temperaturas conforme a tabela 02 a seguir:
Tabela 02
153
Figura 12
154
Figura 12
Benefícios do sistema:
- Alto potencial de redução de NOx e fumaça
- Mudança de hardware para preparar IMO II – investimento
sustentável
- Baixa complexidade
- Risco tecnicamente menor – aplicação de tecnologia
existente
-
A figura 14 mostra a diferença dos motores MAK MC25
mostra a diferença entre a quantidade de emissões dos motores com
e Sistema FlexCam
155
Figura 14
REFERÊNCIAS
157
MAK. MAK M25 series, M32 series, and M43 series diesel
engines instruction manual-2014. MAK GROUP,
CARTERPILLAR. Disponível
em:https://www.caterpillar.com/pt/brands/mak.html.
158
6 MOTOR CATERPILLAR SERIE 3500
RESUMO
6.1 INTRODUÇÃO
159
especificações técnicas, sistemas de partida, arrefecimento,
lubrificação e combustível. Propõe-se, ainda, como forma de
contextualização, apresentar um breve histórico do fabricante.
Em relação à metodologia, tem-se que se trata de uma
pesquisa do tipo exploratória, com levantamento bibliográfico para
coleta dos dados. A abordagem do problema é qualitativa, e a
análise é crítica de conteúdo.
6.1.1 Desenvolvimento
160
6.1.2 Especificação técnica
161
Figura 1 – Componentes do lado direito do motor D3500
162
Na frente do motor, os componentes são: Balanceador
(damper) (1), Módulo de Controle Eletrônico (2), Linhas de
combustível (3), Alojamento dos termostatos (4), Tubo de retorno
do alojamento do termostato para a bomba d’água (5), Alternador
(6) e Entrada da bomba d’água (7) (CATERPILLAR, 2001) (Figura
3):
163
Figura 4 – Componentes na parte superior do motor D3500
164
Figura 5 – Componentes em corte do motor D3500
165
• Sistema de exaustão: Turbo alimentado com resfriador de
ar;
• Sistema de partida: Elétrica de 24 volts; e
• Peso do motor: Varia de acordo com a configuração.
166
o motor de partida e o pinhão de partida se retrai, desengrenando
do volante (CATERPILLAR, 2001).
É importante que a bateria do sistema de partida esteja em
bom estado de funcionamento e devidamente carregada para
garantir uma partida confiável e eficiente do motor
(CATERPILLAR, 2001).
6.3 SISTEMA DE AR
169
6.4 SISTEMA DE ARREFECIMENTO
170
Figura 7 – Circuito da água de resfriamento
171
Função: O objetivo principal do circuito JWAC é remover o
calor gerado durante a combustão do motor, mantendo a
temperatura do motor dentro de limites operacionais seguros.
Componentes: O sistema de arrefecimento da galeria d'água
é composto por vários componentes, incluindo o bloco do motor,
camisas dos cilindros, cabeçote, bomba de água, radiador,
termostato, mangueiras, trocador de calor e ventilador.
Fluxo de arrefecimento: O líquido de arrefecimento
(geralmente uma mistura de água e líquido de arrefecimento)
circula através do bloco do motor e das camisas dos cilindros para
absorver o calor gerado pela combustão. Em seguida, o líquido de
arrefecimento quente é bombeado pelo sistema de bombeamento
de água através do termostato e do radiador.
Trocador de calor: O líquido de arrefecimento quente
circula pelo trocador de calor, onde o calor é transferido para o ar
ambiente através de aletas de refrigeração. Isso reduz a temperatura
do líquido de arrefecimento antes de retornar ao bloco do motor.
Ventilação: O sistema de arrefecimento da galeria d'água é
geralmente equipado com um ventilador acionado por correia que
ajuda a regular a temperatura do líquido de arrefecimento. O
ventilador pode ser ajustado automaticamente para aumentar a
velocidade de rotação em altas temperaturas para fornecer mais
resfriamento.
Controle do termostato: O termostato é um componente
importante no circuito de arrefecimento. Ele regula o fluxo de
líquido de arrefecimento para o radiador, abrindo e fechando uma
válvula dependendo da temperatura do motor. Isso ajuda a manter
a temperatura ideal de operação.
O circuito de arrefecimento da galeria d'água (JWAC) é
projetado para garantir que o motor opere dentro das temperaturas
adequadas para maximizar o desempenho e a vida útil do motor.
Essas são apenas informações gerais, e os detalhes exatos do
sistema podem variar dependendo do modelo específico do motor
e do fabricante. Recomenda-se consultar as informações técnicas
fornecidas pelo fabricante para obter detalhes precisos sobre o
circuito de arrefecimento JWAC em um motor específico.
172
Figura 8 – Fluxograma da água de resfriamento
173
Bomba de água: A bomba de água no sistema SCAC é
responsável por circular o líquido de arrefecimento do pós-
arrefecedor. Ela fornece o fluxo necessário para transferir o calor
do ar de admissão para o líquido de arrefecimento.
Radiador separado: O sistema SCAC possui um radiador
separado para resfriar o líquido de arrefecimento após passar pelo
pós-arrefecedor. Esse radiador é responsável por dissipar o calor do
líquido de arrefecimento para o ar ambiente.
Válvula termostática: O sistema SCAC pode incluir uma
válvula termostática que regula o fluxo do líquido de arrefecimento
para o pós-arrefecedor e o radiador separado. Ela ajuda a manter a
temperatura do líquido de arrefecimento dentro dos limites
adequados.
Controle eletrônico: Em motores mais recentes, o sistema
SCAC pode ser controlado por um sistema eletrônico, que monitora
a temperatura do líquido de arrefecimento e ajusta a abertura da
válvula termostática para otimizar o desempenho de resfriamento.
O SCAC é projetado para melhorar o desempenho e a
eficiência do motor, resfriando o ar de admissão antes da
combustão. No entanto, é importante observar que as
especificações exatas do sistema SCAC podem variar dependendo
do modelo específico do motor e de outros fatores. Recomenda-se
consultar as informações técnicas fornecidas pelo fabricante para
obter detalhes precisos sobre o SCAC em um motor da série 3500
da Caterpillar.
174
Figura 9 – Fluxograma da água de resfriamento
5 – Ar no sistema de arrefecimento
• Vazamentos
176
Figura 10 – Fluxograma do sistema de lubrificação
177
Figura 11 – Vista explodida da bomba de óleo
178
• Resfriador de óleo: Componente responsável por regular
a temperatura do óleo do motor. Distribui o excesso de calor
produzido pela atividade do motor, mantendo o óleo dentro da faixa
de temperatura recomendada. Isto ajuda a manter viscosidade do
óleo e evita a sua degradação.
181
• Substituição do filtro: O filtro de óleo deve ser substituído
em cada mudança de óleo ou de acordo com os intervalos
predefinidos para cada projeto. Um filtro obstruído ou inadequado
pode permitir a circulação de impurezas pelo sistema, reduzindo a
sua funcionalidade.
• Verificar os níveis de óleo: Verifique regularmente os
níveis de óleo do motor para verificar se estão dentro dos limites
aceitáveis. Os níveis baixos de óleo podem provocar uma
lubrificação insuficiente, enquanto que os níveis elevados podem
induzir a formação de espuma e características de lubrificação
deficientes. Portanto, periodicamente deve-se abastecer ou drenar
o óleo conforme necessário para manter o nível apropriado.
• Verificar a existência de fugas: Verificar regularmente o
sistema de lubrificação para detectar quaisquer sinais de fugas de
óleo. As fugas podem resultar numa perda de pressão do óleo e
numa lubrificação insuficiente, o que pode causar danos graves no
motor. Repare quaisquer fugas o mais rapidamente possível e
substitua quaisquer vedantes ou juntas danificados.
183
Na unidade Injetora Mecânica o injetor MUI é atuado e
controlado mecanicamente. Seu princípio de funcionamento é
descrito da seguinte forma: O injetor de combustível é mantido na
posição, por um suporte tipo abraçadeira (1). O combustível é
injetado quando o balancim (2) força o topo do injetor para baixo.
O movimento do balancim é controlado pelo eixo de comando de
válvulas (3), através do conjunto de tuchos (4), e da vareta (5). A
quantidade de combustível injetado é controlada pela cremalheira
(6). O movimento da cremalheira, causa a rotação de uma
engrenagem presa ao pistão localizado dentro do injetor. A rotação
do pistão, muda o curso efetivo do pistão.
186
6.6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
187
REFERÊNCIAS
188
7 MOTOR WARTSILA W6L32: UMA ANÁLISE
DESCRITIVA
Cleyton Ferraz
Ernani Augusto da Silva Cortinhas
Francisco Augusto Neto
Gustavo Antônio do Patrocínio Souza Aguiar
Thiago Luis Lima Leal
RESUMO
192
Figura 1 - Sistema de refrigeração de Alta Temperatura (HT)
194
7.4 SISTEMA DE LUBRIFICAÇÃO
197
Figura 4 - Bomba injetora de Combustível
198
Figura 5 - Válvula injetora
199
Figura 6 - Sistema de ar de partida
201
7.7 VÁLVULA PRINCIPAL DE PARTIDA
- Slow turning.
- Partida.
- Fechamento.
202
Figura 9 - Fase de baixa rotação
203
o pistão automaticamente retorna a sua posição original, fazendo
com que a válvula feche. (Wärtsilä, 2015)
204
O tipo de distribuidor instalado é do modelo de multi-pistões
instalados em cilindros de precisão (11). Os pistões do distribuidor
(10) são controlados pelo eixo de cames através do sistema da
engrenagem principal. Quando a válvula principal de partida abre,
os pistões de controle são pressionados contra o cames do cilindro
que está em posição de partida admitindo assim, ar para a válvula
de partida do cilindro em questão possibilitando o início da partida
do motor. O processo se repete até o momento em que o motor
possua velocidade o suficiente para iniciar a ignição. Uma vez que
a válvula principal de partida se fecha, os pistões de controle
retornam a posição original não tocando mais o cames. Temos que
ressaltar que por se tratar de um motor de 6 cilindros em linha,
estamos nos referindo a um motor com auto partida, isto é,
independentemente da posição dos cilindros, o motor consegue dar
partida sem a necessidade de nenhum ajuste de posicionamento.
(Wärtsilä, 2015)
205
A válvula é instalada individualmente em cada cilindro e é
operada pelo ar de controle oriunda do distribuidor de ar. O ar de
controle entra no topo da válvula e atua o pistão mantendo a válvula
aberta liberando a entrada de ar de partida no interior do cilindro
em questão. Quando a válvula principal fecha, o ar oriundo do
distribuidor é cortado e então a válvula volta a sua posição original
terminando assim o ciclo de partida.
206
Figura 14 - Sistema de Controle e Automação
207
7.11 CONTROLE LOCAL
208
7.12.1Controladores de velocidade
Limitadores de velocidade:
- Regulador de partida: funciona durante a partida do motor
até o momento em que o medidor de RPM identifica uma
velocidade de 20 RPM inferiores a rotação nominal, ele funciona
diretamente em dependência a rampa de aceleração do motor, a
rampa de aceleração é ajustada com o objetivo principal de
optimização das taxas de aceleração. (Wärtsilä, 2015)
211
Figura 17 - Modulo de compartilhamento por Inclinação
212
já pré-definidas pelo ajuste dos sinais binários e seguidas por cada
gerador pertencente ao barramento, dessa forma apesar de não
existir comunicação entre os motores que estão dividindo carga,
eles mantêm padrões de comportamento similares durante a
operação. (Wärtsilä, 2015)
215
Figura 19 - Gerenciamento de partida e parada
Parada de emergência
216
Modo de partida
Run mode
217
Figura 20 - Modo de Funcionamento
218
Stop Mode
Stand-by mode
219
Figura 21 - Modulo de Segurança
220
7.13.1 Sensores de velocidade e medições de velocidade
222
7.15 MÓDULO DE ENTRADAS E SAÍDAS DE SINAL (IOM)
224
Figura 26 - Válvula Wastegate de Exaustão
Figura 27 - By-pass de ar
Alarmes
- Falha de sensores.
- Entrada de sinais analógicos.
- Falha de sensores.
- Parada de emergência.
- Entradas externas de shutdown (dispositivos de segurança
da embarcação).
- Falhas no ESM e fornecimento de energia.
REFERÊNCIAS
234
8 EFICIÊNCIA ENERGÉTICA MARÍTIMA E
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
Dilermando Wilson de Moraes Bussons
Fábio Corrêa dos Santos
Fagner Vinicius Bitencourt Pinheiro
Gabriel Jones Ohana
Jordan Eduardo Weber
Yuri Eric Benjamim de Miranda
RESUMO
235
8.1 INTRODUÇÃO
238
Figura 2 – Linha temporal regulamentação técnica da IMO para a redução
das emissões de CO2 dos navios
239
Figura 3 – equação (1) para cálculo do EEDI
245
absorvem dióxido de carbono durante o seu crescimento,
compensando assim as emissões durante a queima.
Outra opção é o Gás Natural Liquefeito (GNL), que tem
ganhado popularidade como combustível alternativo para motores
a diesel marítimos. O GNL é uma forma liquefeita do gás natural,
composto principalmente por metano. Quando usado como
combustível, o GNL produz emissões significativamente menores
de poluentes, como NOx e material particulado, em comparação ao
diesel convencional. Além disso, a utilização do GNL pode
proporcionar uma redução considerável nas emissões de dióxido de
carbono. Abaixo seguem as tabelas que discorrem quanto à
composição química e capacidade de produzir energia do gás
natural.
248
Gráfico 1 - Preço estimado dos energéticos para grandes consumidores
industriais Brasil-2018
250
Além disso, a utilização do gás natural como combustível
traz benefícios econômicos significativos. Em muitos países, o gás
natural é mais acessível e apresenta preços mais baixos em
comparação ao óleo diesel. Isso pode resultar em redução dos
custos de operação e manutenção de veículos, proporcionando
economias financeiras tanto para empresas como para
consumidores individuais.
Além disso, a diversificação das fontes de energia, com
ênfase no gás natural, contribui para uma maior segurança
energética e diminui a dependência do petróleo.
Outra vantagem do gás natural é a disponibilidade crescente desse
recurso em muitas regiões. As reservas de gás natural são
abundantes em diversos países, o que proporciona uma fonte de
energia mais sustentável e com perspectivas de suprimento a longo
prazo. Essa abundância também pode contribuir para reduzir a
volatilidade dos preços do combustível, tornando-o mais estável e
previsível.
Diante desses aspectos, a substituição gradual do óleo
diesel por gás natural como combustível de motores é uma escolha
que visa benefícios ambientais, econômicos e de segurança
energética.
252
tecnologia solar, pois foi a primeira vez que a energia solar foi
efetivamente utilizada em um navio de carga.
Em um estudo de 2013, Zhu Xiaoping analisou a utilização
do sistema fotovoltaico a bordo de embarcações. Esse sistema
depende de materiais específicos para converter a energia radiante
em energia elétrica, a qual será utilizada para alimentar diferentes
cargas a bordo. Geralmente, um sistema fotovoltaico básico é
composto por quatro componentes principais: painel solar, baterias,
regulador e cargas. Cada componente desempenha uma função
específica. As baterias são responsáveis por armazenar a energia
elétrica produzida. O regulador coordena o funcionamento entre o
painel solar e as baterias, garantindo um funcionamento harmônico.
As cargas são os dispositivos conectados ao sistema fotovoltaico
que consomem a energia elétrica produzida.
258
8.7.4 Célula de combustível de alta temperatura pemfc (HT-
PEMFC)
A HT-PEMFC é uma tecnologia menos madura do que a
PEM de baixa temperatura convencional, mas aborda alguns dos
problemas da PEM de baixa temperatura. A temperatura mais alta
reduz a sensibilidade a impurezas e simplifica o gerenciamento de
água, uma vez que a água está presente apenas na fase gasosa. A
eficiência é a mesma das PEMFCs tradicionais, possivelmente um
pouco mais baixa devido a perdas parasitas menores, e a
temperatura mais alta gera mais calor excedente que pode ser usado
para aquecimento interno da embarcação. A tecnologia HT-PEM
foi demonstrada a bordo do MS Mariella no projeto Pa-X-ell com
3 pilhas de 30 kW, e no projeto MF Vågen, na Noruega, incluindo
um HTPEM de 12 kW para balsa de transporte pequena.
De acordo com Tronstad et al. (2017), o estudo sugere que
a temperatura de operação mais alta permite eliminar a necessidade
de um reator de limpeza após o reformador. Esses reatores são
caros, ocupam espaço e reduzem a eficiência do sistema. Devido à
tolerância a impurezas no combustível (a célula HTPEM pode
tolerar até 3% (30.000 ppm) de CO e até 20 ppm de enxofre sem
degradação permanente, em comparação com menos de 30 ppm de
CO e menos de 1 ppm de enxofre para LTPEM), reformadores mais
simples, leves e baratos podem ser usados para produzir hidrogênio
a partir de uma ampla gama de fontes de energia, como GNL,
metanol, etanol, diesel.
260
O trabalho realizado por Heck e Silva (2014) demonstra o
funcionamento das SOFCs. Existem duas geometrias possíveis
para as SOFCs: planar e tubular. Em uma SOFC planar cada célula
é uma placa plana, com cada componente da célula colocado um
sobre o outro. A SOFC tubular é formada como um tubo, sendo um
dos eletrodos o tubo interno, o outro eletrodo o tubo externo, e o
eletrólito entre eles. Embora a SOFC tubular seja mais estável em
relação a ciclagem térmica, a SOFC planar é considerada o design
mais favorável devido à maior densidade de energia e à facilidade
de produção.
8.7.6 Baterias:
262
veículos elétricos, incluindo sistemas de gerenciamento de bateria
(BMS), a fim de otimizar seu desempenho e garantir sua segurança.
Um dos desafios contínuos é lidar com as questões térmicas
associadas ao funcionamento das baterias de íon de lítio, como
discutido por Bandhauer et al. (2011). A gestão eficiente da
temperatura é essencial para garantir o desempenho adequado e a
segurança dessas baterias.
Yoshio et al. (2009) apresentaram um histórico completo
do desenvolvimento das baterias de íon de lítio, explicando de
forma sucinta os diferentes tipos e componentes envolvidos.
Durante o processo de carga e descarga, ocorrem reações
eletroquímicas entre o cátodo (eletrodo positivo), composto por
óxido de metal litíado, e o ânodo (eletrodo negativo), composto por
materiais de carbono. Além desses, existem outros componentes
como LiCO2, LiNCA, LiNMC, LiFePO4, LiMn2O4 e LiT0.
Materiais poliméricos porosos atuam como separação entre os
eletrodos, permitindo o fluxo de elétrons e íons. Esses componentes
são imersos em um eletrólito contendo sais de lítio. As células de
bateria podem ter diferentes formas, espessuras de eletrodos e
tamanhos, que são determinados pela relação desejada entre
energia e potência para uma determinada aplicação.
264
8.11 ARQUITETURA HÍBRIDA EM SÉRIE
265
Figura 16 – A utilização de sistemas de armazenamento de energia em série
Fonte: Design and control of hybrid power and propulsion systems for
smart ships: A review of developments, R.D. Geertsma, R.R. Negenborn, K.
Visser, J.J. Hopman. (2017)
266
Na maioria dos casos, um dos sistemas de propulsão é
dedicado a operações de baixa velocidade (geralmente o sistema
elétrico), enquanto o outro (geralmente o motor de combustão) é
usado para velocidades mais altas. O primeiro sistema também
pode ser utilizado como um sistema de impulso, fornecendo
energia adicional durante transições, como partidas e acelerações.
Essa arquitetura reduz o número de componentes em comparação
com a hibridização em série e permite otimizar o dimensionamento
de cada uma das fontes de energia utilizadas.
Fonte: Design and control of hybrid power and propulsion systems for
smart ships: A review of developments, R.D. Geertsma, R.R. Negenborn, K.
Visser, J.J. Hopman. (2017)
267
8.13 CONSIDERAÇÕES FINAIS
269
REFERÊNCIAS
270
HECK, N. C., & SILVA, A. L. (2014). Solid Oxide Fuel Cells
(SOFC): main characteristics and analysis for their use in
Southern Brazil with methane-containing gases. 4º Congresso
Internacional de Tecnologias para o Meio Ambiente, Bento
Gonçalves – RS, Brasil, 23 a 25 de Abril de 2014.
LU, L.; HAN, X.; LI, J.; HUA, J.; OUYANG, M. A review on the
key issues for lithium-ion battery management in electric
vehicles. 2013. Journal of Power Sources 226.
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RESEARCH AND MARKETS. Electric Ship Global Market
Report 2023: Rise in Adoption of Hybrid and Electric
Propulsion to Retrofit Ships Boosts Sector [Relatório de
mercado]. Dublin: Research and Markets, 2023. Disponível em:
https://www.researchandmarkets.com/r/l6gtp9. Acesso em: 14 de
junho de 2023.
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M., MARINESCU, M., OFFER, G. E WU, B. (2019). Lithium-ion
battery fast charging: A review. eTransportation, 2019.
272
273