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Alysson F. 1 , Bianca U.1 , Daniel S.1 , Ingrid P.1 , Roger C.1 , Thaı́za C.1 ,
1
Universidade Federal do Espı́rito Santo
Goiabeiras, Vitória - ES, 29075-053 – Brasil
{alysson,bianca,daniel,ingrid,roger,thaiza}@edu.ufes.br
Abstract. This article contemplates the applications and studies related to the
growing concepts and analyzes of the use and applications of flywheels and
their relationship with energy storage systems (flywheels), we present studies,
strategies and techniques of this technology in order to optimize and validate
the applications of the flywheel, in particular with a view to its applicability in
the national territory. Therefore, studies on its application were carried out.
Keywords: Mechanical, Energy Storage, Flywheel.
1. Introdução
Nos últimos tempos, à medida que a busca por soluções energéticas mais sustentáveis e
eficientes cresce, a atenção tem se voltado para aprimorar o desempenho dos sistemas
mecânicos. Nesse contexto, os volantes de inércia emergem como componentes funda-
mentais capazes de armazenar e liberar energia cinética, desempenhando um papel crucial
em uma ampla gama de aplicações.
Os volantes de inércia são dispositivos que armazenam energia cinética rotacio-
nal por meio de sua rotação em alta velocidade. Esses componentes possuem uma longa
história de utilização em diversas áreas, desde máquinas a vapor até sistemas de trans-
missão de energia. No entanto, é nos dias atuais, com as crescentes preocupações com a
eficiência energética e a redução de emissões de carbono, que a relevância dos volantes
de inércia tem sido amplamente reconhecida.
Uma das principais vantagens dos volantes de inércia reside na sua capacidade
de armazenar energia mecânica e fornecê-la quando necessário, o que pode otimizar o
consumo de energia em diversos sistemas. Em veı́culos hı́bridos e elétricos, por exem-
plo, os volantes de inércia são utilizados para armazenar energia regenerativa durante a
desaceleração e liberá-la posteriormente para auxiliar no movimento do veı́culo, aumen-
tando a eficiência energética e reduzindo o consumo de combustı́vel ou a demanda da
bateria.
Além disso, os volantes de inércia também desempenham um papel crucial na
estabilidade e no equilı́brio de sistemas mecânicos, como geradores eólicos e motores de
combustão interna. Ao fornecer energia rotacional constante, esses dispositivos ajudam
a amortecer variações de velocidade e a suavizar o funcionamento do sistema, resultando
em uma operação mais estável e confiável.
Este artigo tem como objetivo explorar a relevância dos volantes de inércia em
diferentes contextos. Analisaremos os benefı́cios e desafios associados a esses compo-
nentes. A compreensão de como os volantes de inércia podem potencializar a eficiência
energética e melhorar a estabilidade é essencial para impulsionar a inovação e promover
a transição para um futuro mais sustentável e resiliente.
2. Desenvolvimento
2.1. Conceito de volante de inércia e sua relevância em relação as Tecnologias de
armazenamento de energia
Os volantes de inércia, flywheels na literatura anglo-saxónica, são dispositivos que arma-
zenam energia sob a forma de energia cinética num cilindro maciço capaz de rodar a altas
velocidades que podem atingir facilmente mais de 20.000 rotações por minuto (r.p.m.).
Existem diferentes tipos de volantes de inércia, cada um com caracterı́sticas diferentes
consoante o tipo de materiais constituintes do seu cilindro e do tipo de máquina mo-
tor/gerador, os flywheels que estarão associados a velocidades relativamente mais baixas
normalmente são feitos de aço, os de mais alta velocidade, podendo atingir 100.000 r.p.m.
normalmente feitos de fibra de carbono e vidro, visto que são materiais que aguentam me-
lhor o desgaste provocado pelas rotações. Este último tipo cria preocupações quanto às
perdas por fricção. Desse modo, este tipo de volante é colocado dentro de um comparti-
mento em vácuo e possui rolamentos magnéticos que não possuem qualquer contato com
o volante, sendo assim não necessitam de lubrificação. Estes rolamentos suportam o peso
do volante de inércia, através de forças magnéticas repulsivas que são controladas por
sistemas bastante sofisticados [9].
2.4.1. Desafios
O primeiro grande desafio para tornar a utilização de volantes de inércia viável no Brasil é
a falta de investimento financeiro na área, tanto em termos de construção de infraestrutura
necessária, quanto para pesquisa e desenvolvimento. A implementação de volantes de
inércia requer investimentos significativos e, portanto, precisam ser incentivados[6].
O segundo desafio que pode ser identificado se relaciona com a infraestrutura do
paı́s, pois o funcionamento e manutenção desse sistema requer uma infraestrutura prepa-
rada, com espaços fı́sicos adequados, sistemas de energia elétrica estáveis e conexões com
a rede elétrica, requisitos estes que não são uma realidade em todas as partes do paı́s e de-
sencorajam a adoção de volantes de inércia][16]. Outro desafio mapeado é a concorrência
com outras tecnologias, principalmente na distribuição de energia elétrica. Em nota ofi-
cial, a ANEEL enfatizou a necessidade de adaptar a polı́tica setorial e regulamentações
para que seja possı́vel a concorrência direta, ou mesmo integração, entre os detentores
das tecnologias de armazenamento e as empresas de distribuição e transmissão de ener-
gia, que, geralmente, atuam como monopolistas[12].
Ademais, a regulamentação e legislação a respeito do tema ainda é, praticamente,
inexistente no Brasil, e gera incertezas quanto ao futuro da implementação dessa tecno-
logia no paı́s. É crucial que a regulamentação seja definida para que os avanços possam
continuar e que ela seja interessante para potenciais investidores[3].
2.4.2. Oportunidades
Seu funcionamento é descrito pelo uso da energia da rede elétrica para colocar
em movimento essa carga de grande massa que ao atingir a rotação nominal faz com que
o custo energético de manter o objeto girando fique baixo pois se concentra em apenas
compensar o atrito e na manutenção do movimento rotacional do objeto. Sendo, o custo
energético para vencer o atrito cinético dito como baixo, existe um armazenamento de
energia, com uma considerável perda, mas que no momento que faltar energia na rede,
promove a devolução da energia ao sistema devido ao momento inercial causado pela
rotação do eixo do objeto, assim o sistema realiza a conversão e devolve a energia para
rede elétrica [14].
Na expectativa de compreender o potencial da aplicação do Flywheel no setor
ferroviário, estudos foram feitos na intenção de descrever a dinâmica de funcionamento e
reforçar os contextos que esse sistema é viável levando em consideração os perfis de linha
e quantidade de energia gerada [15].
A seguir segue o esquema que descreve a aplicação de Flywheel em Locomotivas;
4. Resultados e Discussões
Através dessa revisão, definimos e contextualizamos o volante de inércia em aplicação
nos sistemas de flywheel como uma peça essencial desses sistemas. Dentre as carac-
terı́sticas apresentadas pelo volante de inércia temos a rápida carga e descarga da energia
cinética que ele armazena, a eficiência relativamente alta (85%-95%), vida útil de 20 anos
e simplicidade. Devido a esses fatores, o uso do volante de inércia pode ser aplicado em
diversas áreas.
No cenário nacional, o uso de sistemas com essa peça se restringem a tecnologias
mais antigas e usos de abrangência limitada, focada no mercado automotivo e de motores
de combustão interna no geral. No artigo, explicitamos as razões que causam a situação
atual do Brasil em relação ao uso do volante de inércia: a falta de investimento em pes-
quisa e tecnologia nesse assunto, a concorrência com outros sistemas de armazenamento
de energia mais eficientes e difundidos, e a falta de regulação no paı́s a respeito do uso do
volante de inércia em funções mais avançadas.
Ademais, analisamos um estudo de caso da possı́vel aplicação do volante de
inércia em locomotivas de carga. Esse estudo de caso nos revelou que, no cenário avali-
ado, o uso do sistema flywheel não compensaria devido a falta de viabilidade econômica
em relação a outros sistemas, gerando um alto custo de oportunidade.
Além disso, também foi exposto que no exterior, apesar de estarem em estágio de
pesquisa e desenvolvimento em sua maioria, já existem tecnologias, empresas e produ-
tos que utilizam e pesquisam sobre a utilização e melhoria dos sistemas flywheel, sendo
destaques o uso do volante de inércia como sistema de suporte para regulação de redes
elétricas através da atenuação, e como baterias alternativas para fontes de energia limpas
como a fotovoltaica e a eólica.
Também foi mostrado que, com investimento no desenvolvimento de materiais
mais adequados para essa tecnologia, o sistema flywheel pode se tornar uma potencial
alternativa competitiva aos sistemas dominantes no mercado.
5. Conclusão
O estudo apresenta o potencial das aplicações que o flywheel possui em um ambiente
programado para recebê-lo e apresenta os possı́veis avanços tecnológicos e oportunida-
des para o nosso paı́s em diferentes segmentos pela sua aplicação, como no setor de
distribuição de energia elétrica, aumentando a eficiência do sistema energético brasileiro,
e no setor automobilı́stico, podendo ser integrado como um sistema auxiliar de armazena-
mento de energia. Além disso, o desenvolvimento dessa tecnologia em território nacional
pode levar ao crescimento da expertise local em tecnologias de armazenamento de ener-
gia, resultando em avanços tecnológicos e na criação de empregos e oportunidades de
negócios, possibilitando que o Brasil se posicione como um fornecedor confiável nesse
mercado em crescimento.
Existe, entretanto, um desafio englobando essa nova tecnologia, como as incer-
tezas quanto à legislação, ainda inexistente, a vida útil do sistema, que impactaria no
retorno dos investimentos, e outras dúvidas que ainda não podem ser respondidas por esta
ainda ser uma tecnologia recente e que fazem possı́veis investidores recuarem. Com isso,
é imprescindı́vel que mais estudos sejam engajados em território nacional para gerar um
melhor entendimento sobre flywheel e incentivar investimentos em inovação tecnológica
e no desenvolvimento de novas fontes de armazenamento de energia no paı́s.
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