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UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

CURSO DE DIREITO

BRÁS BATISTA ALVES SANTOS

DEFINIÇÃO SOLIDARIEDADE,
BOA FÉ E
CONDIÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

SÃO PAULO 2023


Trabalho de definição Solidariedade Jurídica, Boa Fé e
Condição Social do Contrato

Trabalho apresentado ao curso de


graduação de Direito da Universidade de
Santo Amaro.

Orientador: Prof. Marcelo Rezende

SÃO PAULO
2023

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Sumário

SOLIDARIEDADE....................................................................................................................................... 4
ESPECIES DA SOLIDARIEDADE.......................................................................................................... 4
Obrigação solidária........................................................................................................................... 4
Solidariedade Ativa............................................................................................................................ 4
Solidariedade Passiva....................................................................................................................... 4
Solidariedade Mista ou Recíproca................................................................................................... 4
BOA FÉ....................................................................................................................................................... 4
CONDIÇÃO SOCIAL DO CONTRATO....................................................................................................... 5

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SOLIDARIEDADE

As obrigações solidárias são aquelas compostas pela multiplicidade de sujeitos que a integram, seja no
polo ativo (solidariedade ativa), seja no polo passivo (solidariedade passiva), ou em ambos
(solidariedade mista), se caracterizando pela unidade objetiva da prestação.

Em outras palavras, há solidariedade quando NA MESMA OBRIGAÇÃO concorre PLURALIDADE DE


CREDORES cada um com direito a dívida toda OU PLURALIDADE DE DEVEDORES, cada um
obrigada a ela por inteiro.

Art.264 do CC /02- dois ou mais credores sendo que cada um tem direito à dívida toda (solidariedade
ativa) e/ou dois ou mais devedores, sendo que cada um obrigou-se pela dívida toda.

ESPECIES DA SOLIDARIEDADE

Seção I – Disposições Gerais (arts. 264 a 266)


Obrigação solidária: Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigida
indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer dos devedores. Cada devedor deve o todo e
não apenas sua fração ideal, como ocorre nas obrigações indivisíveis

Seção II – Da Solidariedade Ativa (arts. 267 a 274)


Solidariedade Ativa = pluralidade de credores (arts.267a274 do CC/02);
Na solidariedade ativa existe um concurso de dois ou mais credores em uma mesma obrigação, cada
um com direito a exigir a dívida por inteiro, assim como promover as medidas para assegurar o crédito.

Seção III – Da Solidariedade Passiva (arts. 275 a 285)


Solidariedade Passiva = pluralidade de devedores (arts.275 a 285 do CC/02);
A solidariedade passiva é a relação obrigacional oriunda da lei (ex: artigos 154 e 585 cc) ou vontade das
partes, com multiplicidade de devedores, em que cada um responde em totalidade pelo cumprimento da
prestação como se fosse o único devedor

Solidariedade Mista ou Recíproca: simultaneamente, há pluralidade de credores e de devedores–


lacuna na lei–fonte = vontade das partes.

BOA FÉ

A previsão se encontra no Art.5º do novo CPC inspirado no Art.422 do CC onde neste artigo a Boa Fé
não era considerado como um princípio no âmbito das relações processuais existindo assim como um
dever imposto as partes e seus procuradores. Já no novo CPC quando previu o princípio da Boa Fé ele
transformou a Boa Fé em um dos princípios que devem eleger as relações processuais.

A Boa-Fé objetiva, ou simplesmente, boa-fé lealdade, relaciona-se com a honestidade, lealdade e


probidade com a qual a pessoa condiciona o seu comportamento. Trata-se, por derradeiro, de uma
regra ética, um dever de guardar fidelidade à palavra dada ou ao comportamento praticado, na ideia de
não fraudar ou abusar da confiança alheia.

Não se opõe à má-fé nem tampouco guarda qualquer relação no fato da ciência que o sujeito possui da
realidade. Entretanto, apesar de se relacionar com o campo ético-social, a este não se restringe,
inserindo-se no jurídico, devendo o juiz tornar concreto o mandamento de respeito à recíproca confiança
existente entre as pessoas, sejam elas partes de um contrato, litigantes ou participantes de qualquer
relação jurídica.

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Caracteriza-se como um dever de agir, um modo de ser pautado pela honradez, ligada a elementos
externos, normas de conduta, padrões de honestidade socialmente estabelecidos e reconhecidos.

a saber: má-fé não se presume, má-fé se prova.

Abaixo segue os artigos:

CC Art.422: Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua
execução, os princípios de probidade e boa-fé.

CPC Art.5º: Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a
boa-fé.

Ou seja, as partes devem sempre pautar as suas ações dentro deste princípio da boa Fé para evitar os
comportamentos contraditórios tentando desta forma proteger a ideia de confiança e previsibilidade.

Ex: A parte não pode por exemplo praticar um determinado ato processual e posteriormente praticar um
ato contrário na tentativa de se beneficiar. como exemplo podemos pegar um caso onde um fazendeiro
firma um contrato de venda de Leite para um Mercado, porém de maneira natural, sempre o dono do
mercado vai até a fazenda e retira o leite. Se durante um certo tempo nunca houve nenhuma imposição
não poderia o Mercado ajuizar uma ação dizendo que o Fazendeiro não estava entregando diretamente
o leite ao mercado pois isso contraria a boa Fé Objetiva.

A Boa-fé subjetiva é consciência ou credo de estar agindo em conformidade com as normas do


ordenamento jurídico, consiste num estado de consciência do indivíduo (forma de conduta) e a boa-fé
objetiva consiste numa norma de conduta, adotada como princípio de Direito. então sobre a distinção
entre boa-fé subjetiva e boa-fé objetiva, a subjetiva se contrapõe à má-fé, enquanto a objetiva se
contrapõe à ausência de boa-fé, e não, à má-fé.

CONDIÇÃO SOCIAL DO CONTRATO

A função social do contrato é um dos institutos que melhor refletem a ideia de socialidade no Código Civil
brasileiro de 2002.

Podem-se identificar três significados para o termo “função social”.

O primeiro significado de função social, usado em sentido amplo, é o de “finalidade”, ou “papel”. Esse
significado de função social refere-se à ideia de Karl Renner sobre a função social, como imagem da
função econômica de determinado instituto. Nesse sentido, todos os institutos jurídicos têm função
social.

O significado de função social como finalidade social está caracterizado no art. 5o da Lei de Introdução
ao Código Civil, o qual estabelece que “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se
dirige e às exigências do bem comum”.

O segundo significado, usado em sentido estrito, é o de serviço realizado em benefício de outrem. A


função indica relação entre duas pessoas, sendo que uma delas age ou presta um serviço em benefício
da outra. Nesse sentido, o termo “função social” relaciona-se com o seu sentido etimológico, do latim
functio, de fungi (exercer, desempenhar), que significa o direito ou dever de agir, atribuído ou conferido
por lei a uma pessoa, para assegurar o preenchimento de uma missão.

O terceiro significado de função social, usado de maneira imprópria, é o de “responsabilidade social”.


Nesse caso, que aparece relacionado à função social da empresa, é o de atribuição de deveres não
relacionados com a atividade da empresa, tais como auxiliar na preservação da natureza, no
financiamento de atividades culturais, ou no combate de problemas sociais, como o trabalho e
prostituição infantis.

A função social do contrato consiste em uma transposição do instituto da função social da propriedade
para o âmbito contratual. A função social do contrato recebeu destaque dentro do título que cuida dos
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contratos em geral. Está prevista no art. 421 do Código Civil: “Art. 421. A liberdade de contratar será
exercida em razão e nos limites da função social do contrato.”

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