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Análise Psicológica (1988), 3-4 (VI): 459-473

Abordagem Socio-Económica
das Organizaqóes

CLÁUDIO TEIXEIRA (*)

i. o SENTIDO E A EVOLUÇÃOGERAL finalidade produtiva. A procura deste tipo de


convergência não significa um utópico anu-
Tendo como orientação geral a demonstra- lar dos conflitos e interesses, mas sim o reco-
ção das condições de compatibilidade dos nhecimento das organizações - nomeada-
objectivos sociais e dos objectivos económi- mente das que têm uma finalidade produtiva
cos das empresas, a abordagem socio- - como campo de contrato. Este contrato
-económica confere um lugar e um papel será tanto mais transparente quanto melhor
centrais aquilo que as teorias de comporta- puder dispor de um referencial objectivo. Esta
mento organizacional esquecem ou secunda- objectividade depende de se poder demons-
rizam: a finalidade económica. trar ou explicitar em termos económicos a
Ao contrário, porém, da frequente consi- eficácia e a eficiência da relativa compatibi-
deração do factor humano apenas como lidade ou convergência dos vários tipos de
custo ou constrangimentoa suportar ou a res- objectivos económicos e objectivos sociais.
peitar, a abordagem socio-económicamostra Foi com esta intenção que a abordagem
que o desenvolvimento do potencial humano socio-económicase constituiu e desenvolveu.
será o principal factor de eficácia e eficiência A sua origem está nos trabalhos de análise
global (económica e social) das organizações, socio-económica,efectuadospor Henri Savall
na medida em que a finalidade económica for a partir de 1973, e aplicados de início ao
explicitada e tida em conta pelos vários acto- domínio das condições de trabalho e da orga-
res individuais e colectivos. O funcionamento nização, nomeadamente avaliando compara-
das Organizações de Trabalho (em sentido tivamente em termos económicos, formas
amplo, produtoras de bens e de serviços, tradicionais e ((formasenriquecidas))de orga-
tenham ou não estatuto de entidade de fim nização do trabalho (’). Henri Savall, Profes-
lucrativo) é, assim, tratado em termos de ges- sor de Ciências de Gestão na Universidade de
tão, ou seja, de estudo dos problemas e das
soluções relativos a efectivação da convergên- ( I ) O seu livro Enrichir le travail humain dans les

cia dos actores a partir de estratégias relati- entreprises et les organisations, Paris, Dunod, 1975
(com prefácio de Jacques Delors) teve uma 2: edição
vamente divergentes, convergência essa de com um título significativamentediferente: Enrichir /e
travail humain: I’évaluation économique, Paris, Dunot,
(*) Professor Auxiliar no ISCTE. 1978.

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Lyon-2, criou em 1976 e dirige-o desde então Após esta apresentação do sentido geral e
o ISEOR-dnstitut de Socio-Economie des evolução da abordagem socio-económica,
Entreprises et des Organisations)).O ISEOR tratar-se-á sucessivamente da sua fundamen-
é um centro de investigação experimental em tação teórica ou hipótese de base, dos seus
gestão, associado a Universidade de Lyon-2 conceitos fundamentais e da ligação entre os
e a &cole Supérieure de Commerce de aspectos conceptuais e metodológicos.
Lyon)),sendo também uma ((UnidadeAsso-
ciada)) ao CNRS ( d e n t r e National de
Recherche Scientifique))). 2. A HIPÓTESE TEÓRICA DE BASE E OS CON-
A abordagem socio-económica tem vindo CEITOS FUNDAMENTAIS
a ser validada através da investigação experi-
mental ligada a transformações concretas de 2.1. A hipótese teórica que a abordagem
organização em dezenas de empresas e outros socio-económica procura validar através de
organismos em diferentes regiões da França experimentações nas empresas e organizações
e nos mais variados ramos de actividade pode sintetizar-se nos termos seguintes:
como, por exemplo, fabricação de electrodo- 1) A organização produtiva é um conjunto
mésticos, metalurgia, electrónica, indústria de estruturas (físicas, tecnológicas, organiza-
química, vidreira, construção civil, calçado, cionais, demográficas, mentais ou culturais)
textil, confecções, bancos, estabelecimentos e de comportamentos (individuais e colecti-
hospitalares e outros serviços públicos. vos) em inter-acção permanente:
A abordagem socio-económicadas organi-
zações\ não se confina a análise socio-
-económica, é também uma abordagem de
intervenção nas organizações e de implanta- 2) Desta inter-acção resulta quer um fun-
ção da gestão e estratégia socio-económicas. cionamento conforme ao esperado e desejado
A sua evolução corresponde, de certo modo, quer disfuncionamentos, isto é, desvios entre
a estes três níveis: aos primeiros trabalhos do o funcionamento observado e o funciona-
ISEOR de análise ou avaliação socio-econó- mento desejado:
mica das condições e organização do traba-
[E 5, C] -t Disf.
lho, sucede uma metodologia de diagnóstico
socio-económico que se integra num processo 3) Os disfuncionamentosprovocam custos
de intervenção socio-económica, aperfei-
ditos «ocultos» (C.O.)porque não são apura-
çoando progressivamentenão só instrumen-
dos ou referenciados adequada ou explicita-
tos de gestão socio-económica como a mente (portanto não controlados) pelos
própria metodologia da sua implantação (”. instrumentos de informação económica uti-
( 2 ) É interessante verificar que esta evolução se
lizados normalmente nas organizações (con-
exprime também nos livros publicados por H. Savall: tabilidade geral e analítica, orçamentos,
ao referido atrás, sucede-se Reconstruire I’entreprise - balanços e contas de resultados, ((quadros de
nafyse socio-économique des conditions de travail, bordo))):
Paris, Dunod, 1979 (com prefácio de François Perroux),
publicando a seguir em co-autoria com Véronique Zar- [E 5, C] -t Disf. -t C.0.
det, Maitriser les coUts cachés - le contrat d’activité
périodiquement négociable, Paris, Ed.Economia, 1987. 4) Estes custos ocultos afectam negativa-
Como conjunto de sínteses de aspectos actuais da
mente a eficácia e eficiência, ou aperfor-
abordagem socio-económica, sugere-se o interessante
«Dossier - L‘approche socio-économique de l’entre- mance)), económica da organização, o que
prise)), Revue Française de Gestion, no 52, 1985, pp. por sua vez se repercute sobre o binómio
45-83. estruturas tf comportamentos induzindo

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novos disfuncionamentos. Deve desde j á QUADRO 1
dizer-se que as reduções de custos dos disfun- Custos do Absentismo (antes de melhorias nas
cionamentos, tendo uma influência positiva condições/organização do trabalho)
sobre o referido binómio de inter-acção, são Pmd. de Cabos Cadeia Montagem
fonte de ((performances))- aos custos ocul- Custos Anuais Trefilaria «Atelier de (Apar. Ele
Cablerim Imdomésücosl
tos correspondem, em certa medida, reservas
económicas e humanas não utilizadas, Custo Global 6 182 W F 480 W F 910 o00 F
podendo-se assim falar de ((custos-aperfor-
Efectivo 96 32 70
mantem-ocultos)).
O esquema seguinte sintetiza esta formu- Custo por Pessoa 64 o00 F I5 WF 10WF
lação:
&tio»
[Estruturas 2 Comportamentos]-+Disfuncionamentos Custo do Absentismo 19% 14,5% 11,1%
1 Orç. Secção
((Performancm +Custos/«performances»
Económica «Ratio»
Custo do A bsenlismo 40% 37% 30%
Massa Salhios Secção
Segundo H.Saval1, «a avaliação da perfor- ~

mance económica só é válida se se exprimir Taxa de Absentismo 14,6% 9,5% 17,6%


ao mesmo tempo por meio de variáveis eco- (Fonte: ISEOR: situação referida a 1976)
nómicas e de variáveis ((sociais))(psicológicas,
fisiológicas, sociológicas) (3). Com efeito, Como se vê, a taxa de absentismo não
trata-se da eficácia/eficiência global, simul- exprime adequadamente o impacto econó-
tâneamente económica (expressa em termos mico que ele pode ter. Com efeito, neste exem-
financeiros) e social (expressa no que pode- plo não há correspondência total entre essa
ríamos chamar de ((qualidade de vida da or- taxa e o custo global apurado: a 17,6% (a taxa
ganização))) (4). mais elevada) não corresponde o maior custo
2.2. O esquema atrás apresentado encerra global.
os quatro grupos de variáveis que correspon- Como se chega então a esse custo?
dem a conceitos fundamentaisda abordagem Os custos ocultostêm quatro componentes:
socio-económica: interacção entre estruturas Os «sobre-salários» (remuneraçõespagas
e comportamentos, disfuncionamentos,«ms- mas sem contrapartida em trabalho, como é
tos ocultos~>. o caso de ausências sem perda de remunera-
Os ((custosocultos))estão ligados a 5 indi- ção) modo ou tempo de regulação (remune-
cadores: três de dominante ((social))- absen- ração correspondente ao tempo gasto para
tismo, acidentes de trabalho, rotação de corrigir disfuncionamentos, por exemplo
pessoal; dois de dominante ((económica))- reparar uma peça defeituosa e por isso devol-
custos de não-qualidade e produtividade vida), excessos de consumos ou ((sobre-
física directa ou ((rendimento)). -consumos» (consumos de energia ou de
Os ((custosocultos))são muito mais eleva- materiais que seriam menores se houvesse
dos do que frequentementese pensa, como se menos disfuncionamentos a exigirem correc-
pode inferir do quadro adiante apresentado ção). A quarta componente dos custos ocul-
sobre a avaliação dos custos de absentismoem tos é mais um custo de oportunidade do que
três sectores de diferentes empresas francesas propriamente um encargo (por exemplo,
e de diferentes ramos de actividade: encomendas não conseguidas em virtude de
baixa imagem de qualidade). No quadro 2,
(’) Maitriser les coUts- cachés, obra referida, p.301. apresenta-se uma exemplificação mais deta-
(4) Idem, Zbidem. lhada das três primeiras componentes de

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QUADRO 2. como veremos mais a frente ao tratarmos dos
Componentes dos custos ocultos aspectos metodológicos da abordagem socio-
(exemplo do absentismo) -económica.
As inter-acções entre as estruturas e os
Componentes dos
custos Ocultos comportamentos são complexas e não se
comuns aos indi Descrição Detalhada dos Custos Ocultos
cadores de
caracterizam nem pela predominância de
disfuncionamento umas nem de outras. Esta complexidade
relaciona-se com o carácter múltiplo das
c(Sobre Salários)) Pagamento do ausente (em certos casos)
* Custo Salarial de Sobre-efectivoquase permanente estruturas e dos comportamentosassim como
* Saláriodo substituto(um ((efectivo))ou um «eventual») as inter-relações dentro de cada uma destas
0 Salário para horas suplementares de compensação componentes e entre elas.
Tempos * Sobrecarga de Chefia (procura do modo de regulaçâo Na abordagem socio-económica, o con-
de adequado, transmissão de ordens), desvio do papel da ceito de estrutura é um conceito alargado.
Regulação chefia (outras tarefas não assumidas + baixa da qua- Devemos considerar nas estruturas as suas
lidade e/ou produtividade)
* Controlos Suplementares propriedades de estabilidade e de pregnância
Mais efectivos para certos postos sem titular sobre os comportamentos e ainda o facto de
0 Sobrecarga dos polivalentes as estruturas se diferenciarem em vários tipos.
* Excesso de apelos ao serviço de conservação As estruturas são os elementos da organi-
0 Paragem de equipamento por falta de substituto

* Sub-produtividadedo substituto zação dotadas de uma relativa premanência


ou estabilidade: os seus principais atributos
dobre-Consumos)) 0 Custo da menor atenção ou não habituação do substi- são a durabilidade e uma capacidade para
tuto: material mal aproveitado, refugo produzido
evoluir de modo lento e progressivo. A outra
propriedade das estruturas é a sua pregnân-
custos ocultos-aplicação ao caso do absen- cia, isto é, a capacidade que elas têm de
tismo. influenciar os comportamentos, a qual se
A componente que habitualmente explica manifesta pelos elementos relativamente
a maior parte dos custos ocultos, nos cinco constantes dos mesmos.
indicadores (absentismo, acidentes, não qua- As estruturas diferenciam-se em cinco
lidade, baixa de produtividade, rotação de tipos:
pessoal), é o modo de regulação. Não cabe - Estruturasfhicas (espaço, instalações,
neste artigo uma análise da composição dos ambiente físico);
custos ocultos por cada um dos cinco indica- - Estruturas tecnológicas (o equipa-
dores ( 5 ) , mas vale a pena referir que num mento e os seus graus de sofisticação e de
exemplo de um sector de uma empresa trans- intensidade em capital, os procedimentos e
formadora de metais (alumínio) os custos métodos operatórios);
totais de não qualidade eram de 6 546 O00 - Estruturas organizacionais (divisão do
francos (1985) representando 31% do orça- trabalho, circuitos de informação e comuni-
mento dessa unidade (43 pessoas), mas nesse cação);
total, 91,7 Vo correspondiam as regulações dos - Estruturas demográficas (dimensão do
defeitos. efectivo, idade, distribuição por sexos, forma-
Os «custos ocultos)) podem ser reduzidos ção inicial);
de forma durável se se actuar sobre a inter- - Estruturas mentais ou socio-culturais
-acção entre estruturas e comportamentos, (estilosde gestão, referências culturais, clima
social).
( 5 ) O capítulo 3 de Maftriser les coUts cachés, obra
referida, tem uma apresentação pormenorizada da aná- Não se trata de uma diferenciação rígida,
lise e do cálculo dos custos ocultos. pois há inter-relações entre os tipos de estru-

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turas: por exemplo, a maneira como as tare- dológica na abordagem socio-económica: a
fas são distribuídas (divisão do trabalho) é melhoria da eficácia e eficiência ({(perfor-
influenciada por modelos estereotipados de mance») das organizações só é eficaz se se
organização (factores culturais). Do mesmo basear sobre acções dirigidas simultânea-
modo, as fronteiras entre as estruturas e os mente sobre as estruturas e sobre os compor-
comportamentostambém não são rígidas. Os tamentos: as acções que priviiigiarem um dos
comportamentos são manifestações observá- termos da inter-acção não terão um efeito
veis do homem, que tem incidência sobre o duradouro.
seu meio envolvente físico e social. Ora, tam- A importância desta conclusão metodoló-
bém existem diferenciações entre os compor- gica torna-se ainda mais saliente se olharmos
tamentos: comportamentos pessoais ou para o lugar central que os disfuncionamen-
comportamentos de grupo, comportamentos tos têm na abordagem socio-económica e o
profissionais e relacionados com os níveis de papel que nesta é desempenhado pela análise
qualificação ou de hierarquia, comportamen- dos disfuncionamentos, que põe a claro «OS
tos colectivos de organização como um todo. custos ‘performances’ocultos». O conceito
O que torna maleáveis ou esbatidas as fron- de disfuncionamento - definido como des-
teiras entre as estruturas e os comporta- vio entre o funcionamentoobservado e o fun-
mentos é o facto de estes últimos poderem cionamento desejado - contém implicita-
revestir-se de uma dupla característica: a sua mente uma referência de finalização múltipla:
conjunturalidade ou a sua estabilidadee per- o funcionamento é desejado de maneiras e em
sistência. graus muito diversos segundo a muitiplici-
Efectivamente, os comportamentos ligados dade dos actores implicados. Não se pode
a acontecimentos de carácter incerto ou alea- definir uma norma única para toda a organi-
tório na vida organizacional são, por isso zação. Mas na medida em que a ((análisedis-
mesmo, instáveis ou conjunturais. Mas há funcional» põe a claro os domínios de
outros cuja estabilidade e persistência os disfuncionamentos, os seus custos e a sua
torna verdadeiras estruturas mentais ou cul- relação com os níveis de desempenho que
turais com um forte poder de influência sobre poderiam ter-se atingido, ela torna saliente o
outros comportamentos: tornaram-se já em que está em jogo económica e socialmenteno
((estruturas)).Há uma dinâmica diacrónica na funcionamento da organização. A análise dis-
transformação de certos comportamentosem funcional abre assim caminho a umapartici-
estruturas: é por, em certa medida, as perpe- pação activa e objectiva, porque centrada
tuarem que alguns comportamentos indivi- sobre campos de discussão concretos e perti-
duais ou colectivos adquirirem progressiva- nentes. Pela transparência das informações
mente as propriedades fundamentais das que ela fornece a todos os implicados, a aná-
estruturas-estabilidadee pregnância: exemplo lise disfuncional pode desencadear um pro-
disto, são certas práticas informais que se tor- cesso de dinamização dos comportamentos e
nam regras. Mas não é só por se ((perpetua- das suas inter-acções com as estruturas.
rem» que os comportamentos transformam Com efeito, na metodologia de intervenção
o outro polo do binómio - as estruturas. socio-económica, as informações sobre as
Há-os cuja influência sobre as estruturas é causas e as consequências dos disfunciona-
mais directa: são as decisões, nomeadamente mentos servem de base a elaboração das solu-
as decisões operacionais, administrativas ou ções de melhoria de funcionamento. Estas
de gestão estratégica. soluções, elaboradas de forma coerente,
É desta complexidade das inter-acções constituem projectos de acção que visam
entre as estruturas e os comportamentos que melhorar progressivamente a eficácia socio-
decorre uma importante consequência meto- -económica ou global da organização, e esses

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projectos tendem a incluir ((contratosde acti- sumida e consolidada pelos actores numa
vidade periodicamente negociáveis». Os pro- maturação que tende a exigir um tempo longo
jectos de acção conduzem a um novo de aprendizagem, sem com isso criar frusta-
funcionamento da organização na medida em ções por falta de marcos temporais (prazos e
que as soluções se consolidam num processo objectivos) ou por sentimentos/percepções de
sistematizado de gestão socio-económica. E exclusão, embora provisória. Assim,
nesta sistematização, as informações articu- enquanto de 1978 a 1983, o ISEOR seguia
ladas com as decisões desempenham um uma estratégia de ((alastramentoem mancha
papel central de dinamização de comporta- de óleo», a partir de 1983 começou a utilizar
mentos activos e orientados por finalidades uma estratégia ao mesmo tempo vertical e
(ou «finalizados»). horizontal. Isto é, até 1983 o processo de inter-
Apresentam-se seguidamente, em síntese, venção é um processo ascendente-descenden-
os principais aspectos da metodologia da te e iteractivo: após a negociação com a direc-
abordagem socio-económica. ção relativa a clarificação dos objectivos e
Na evolução e aprofundamento desta abor- metodologia do processo, exigências de impli-
dagem a sua característica (que inicialmente cação activa e decisão sobre o ou os sectores
aparecia dominante) de análise foi sendo pro- onde iniciá-lo, segue-se o processo de recolha
gressivamente integrada no que hoje se con- de problemas, disfuncionamentos e ideias de
sidera um método de inovação organizacional solução, apresentadas pelo pessoal executante
visando criar «um processo de dinamização e pelas chefias intermédias, para posterior-
e),
global da empresa» processo esse que tam- mente serem tratadas com o enquadramento
bém se caracteriza por uma implicação dos superior; este processo de tipo ascendente uti-
vários actores não excluindo nenhum nível da lizado no diagnóstico socio-económico (que
organização (desde o pessoal executante ao implica também entrevistas com quadros diri-
pessoal dirigente). A abordagem socio- gentes e com orgãos representativos dos tra-
-económica implica, assim, um processo de balhadores) é articulado em termos
intervenção com fases de diagnóstico, elabo- descendentescom a Direcção ou Administra-
ração do projecto, implantação, avaliação, ção e com os quadros superiores, implicando-
que se verificam nos três estádios do processo -os nas entrevistas, na apresentação dos
de transformação: experimentação, extensão resultados do diagnóstico, no controle ou
e generalização. «balisamento>> da eleboração do projecto, na
Como processo de intervenção, a aborda- decisão referente a sua aceitação e atribuição
gem socio-económica tem evoluido na estra- de meios necessários, e ainda na pilotagem da
tégia adoptada, de modo a evitar por um lado implantação do projecto reorganizador.
aquilo a que, na abordagem socio-técnica de Todavia, o campo de incidência da impli-
mudança organizacional se designa frequen- cação dos actores deste nível directivo é cons-
temente por ((enquistamento))(uma transfor- tituido pelos disfuncionarnentos e busca de
mação num sector restrito sem repercussões soluções referenciados as unidades de base.
significativas noutras áreas da organização) A percepção de que essa implicação também
e, por outro, aquilo que tem sido sempre um tem a ver com a problemática específica desse
problema central dos processos de mudança nível tende a aparecer só mais tarde, no pro-
organizacional inspirados na ((investigação- cesso de alastramento. Uma orientação do
-acção»: como conseguir que a mudança processo em termos de estratégia de gestão
resolutiva dos problemas seja realizada, as- logo desde o estádio de experimentaçãopode
vir a estar assim ausente, prejudicando a con-
( 6 ) H. Savail e V. Zardet, Maftriser les co& cachés, solidação e o aprofundamento das melhorias
obra referida, p.187. de funcionamento socio-económico.

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Por esta razão, a partir de 1983, a metodo- acções de formação dos quadros e facultan-
logia de intervenção passou a ser simultanea- do-lhes instrumentos de análise (por exemplo,
mente de acção horizontal e acção vertical preparando-os para realizarem o diagnóstico
(processo ((Horivert)),designação usada pelo socio-económico) capacita-se a empresa para
ISEOR): a acção horizontal implica a Direc- uma maior autonomia em relação aos ((inter-
ção e os quadros da organização no seu con- ventares)) externos assumir o processo de
junto e a acção vertical desenvolver-se-a em transformação. Deste modo também, conse-
uma ou duas unidades (ou «micro-espaços))) gue-se uma ((difusão mais rápida da cultura
implicando o pessoal executante, de chefia e socio-económica))(*I.
directivo dessas unidades. Enquanto antes, No diagnóstico socio-económico, o que
esta horizontalidade só se verificava na fase principalmente se pretende é explicitar a liga-
de generalização, ela está agora presente logo ção entre os disfuncionamentos e os ((custos
desde a fase de. experimentação. ocultos))através da análise das regulações e
Com esta simultaneidade, articula-se o tra- da quantificação e a avaliação financeira por
tamento dos disfuncionamentosdas unidades indicadores de disfuncionamento. Entre os já
de base com os disfuncionamentosmais liga- referidos cinco indicadores de disfunciona-
dos a problemática e orientação estratégica da mentos, a abordagem socio-económica está
organização, como se pode ver esquematica- a dar um relevo cada vez maior ao indicador
mente na figura I (‘1. qualidade (custos da não-qualidade).
Outra consequência importante desta De facto, a diversificação dos produtos e as
actuação horizontal/vertical é que ela favo- exigências cada vez maiores de resposta as
rece uma desmultiplicação da intervenção especificações pedidas pelos clientes fazem
interna a empresa. Com efeito, através de com que se produza cada vez mais em séries

FIGURA 1 - PROcESSO *HOLIVERT*

Dliscçáo
O
-
r”rCcr0
Horizontal
Equipa de dirocçiro
O O

Quedros
SUpOriOfOS

I Chefes lntwmédlos
I e Técnicos
I
------
I
/
.,
1 wwlço ou
1 Oflclna ou
1 Ag&ncla

(7) Idem, Zbidem, p. 201. (’) Idem, Zbidem, p. 209.

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curtas e diferentes. A flexibilidade do pro- socio-económica de que apresentamos um
cesso produtivo em termos técnicos e organi- exemplo no quadro 3.
zativos e a rapidez de resposta ao mercado A fase de projecto tem como ponto de par-
exigem, assim, a qualidade em critério pri- tida o diagnóstico socio-económicocujo con-
mordial de eficácia. teúdo permite reflectir sobre os disfunciona-
As técnicas utilizadas na detecção dos dis- mentos postos em evidência, os seus custos,
funcionamentos são fundamentalmente e as pistas de solução colhidas quer nas entre-
entrevistas (abrangendo todos os grupos pro- vistas quer na observação. Essa reflexão dá
fissionais), a análise documental, servindo-se origem a uma proposta/projecto de transfor-
do sistema de informação da empresa (pes- mação do funcionamento da unidade, trans-
soal, dados contabilísticos, de produção), a formação essa que - em coerência com a
observação directa, para conhecimento dos hipótese de base da abordagem socio-
disfuncionamentos não expressos e formas de -económica - se efectuará através de acções
regulação. que incidam simultaneamentesobre as estru-
A análise socio-económica utiliza três turas e os comportamentos.
módulos: módulo social, módulo organiza- A elaboração do projecto não inclui o pes-
cional e módulo financeiro (Método S.0.R). soal executante (embora se tenham em conta
No módulo social, faz-se uma análise as sugestões recolhidas na fase de diagnós-
baseada em dados de tipo qualitativo, obti- tico). É tarefa atribuida a um grupo de traba-
dos nas entrevistas, e em dados quantitativos, lho da hierarquia - grupo deprojecto -em
(por exemplo estatísticas de absentismo). que o chefe do projecto é o responsável da
Deste modo, obtêm-se pistas para a clarifica- unidade-objecto da «acção vertical)) atrás
ção das causas dos disfuncionamentos detec- referida.
tados; no módulo organizacional, a atenção O grupo de projecto é constituido por dois
incide na análise do funcionamento e das sub-grupos: o grupo restrito cuja missão é o
regulações exigidas pelos disfuncionamentos controle, a pilotagem e o apoio ao grupo
através de fichas de regulação de ausências; amplo ou pleno que tem por missão a procura
no módulo financeiro, procura-se avaliar os de soluções de melhoria de funcionamentoou
custos dos disfuncionamentos segundo as transformação da unidade e estuda as impli-
componentes dos custos ocultos. A metodo- cações dessas soluções noutras unidades da
logia foi sumariamente indicada a título de empresa.
exemplo no quadro 2. Os «investigadores-interventoresn (do
Neste tipo de análise, é indispensável con- ISEOR) tomam parte nas reuniões dos dois
seguir estimar o grau em que os custos ocul- grupos, prestando assistência metodológica
tos são compressíveis ou redutíveis. Por e pedagógica no sentido de se manter a liga-
exemplo, se num absentismo global de 22%, ção com a anterior fase de diagnóstico, pro-
o absentismo parcialmente redutível ou com- curando que os disfuncionamentos não
pressível através de acções de melhoria das deixem de ser o campo de referência de forma
condições e organização do trabalho for de a que o projecto vise reduzi-los efectivamente,
15,470 (correspondentes a doença, acidentes, em coerência com a melhoria da «perfor-
atrasos, dispensas, ausências sem motivo, mance)) social, segundo as suas componen-
greve) ir-se-a num período significativo de tes adiante referidas (fig. 2).
tempo e para o sector considerado analisar e Os quadros e as chefias desempenham
avaliar financeiramente as várias componen- nesta fase um papel central. Mas mantêm a
tes de custo, especialmente das regulações. ligação ao pessoal da unidade, informando-
Fazendo a análise segundo os vários indica- -o ou consultando-o, podendo até para ter-
dores, chega-se a uma síntese de avaliação tos aspectos constituir grupos de trabalho,

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QUADRO 3
Síntese da avaliação socio-económica dos disfuncionamentos (9)

Disfuncionamento Resultados Oualitativos Resultados Quantitativos Resultados Financeiros


Absentismo * Causas de Absentismo: * Taxa de absentismo global: Custo global anual calculado
- Solicitações exteriores - 22,31%dos quais 70% repre- em 2 200 o00 F, isto é 38 200 F por ope-
- horário de trabalho sentam um absentismo susceptí- rária e por ano
- condições fisicas de trabalho vel de redução parcial através
- monotonia do trabalho repeti- de acções de melhoria das con
tivo diçbes de trabalho.
- desmotivação - 46% das ausências, provocam
* Absentismo indutor de absen- paragens de máquinas e uma
tismo devido aS deslocações li. subactividade
gadas as substituições

Acidentes de trabalho * Muito poucos acidentes * 152 horas de interrupçãodo tra


* Algumas quedas devidas ao chão balho em cinco meses Não calculado
encerado

Rotação do pessoal Não avaliado * 10% de saídas no efectivo do serviço Não calculado
«canhão» em 1981

Defeitos de qualidade * Causas de defeitos: * 3% de desperdícios - Custo global anual calculado em


- desafin. máquinas ((coupellesn 4 O41 OOOF, ou seja, 70 OOO F por operá-
- destreza da manipulação * 3% de retoques - «ressorts» ria e por ano.
- absentismo e deslocaçõesdas * 2,8%e: desperdícios KI
operárias * 0,4% de desperdícios no con- 60% do custo ligado aos desperdícios e
- normas de actividade quantitativas trolo final devidos as coupelles aos retoques
- falta de informaçãosobre crité- 0,1%dedesperdíciosno con-
rios de qualidade trolo tubo devidos ao
- qualidade dos aprovis. KI t coupelles
- Insuficiente formação do pessoal * 8,5% pessoas por equipa mobili-
zadas para o acompanhamento e o
controlo da qualidade

Desvios de Produtividade Não avaliado

Os custos ligados aos indicadores de disfuncionamento da análise socio-económica, que puderam ser calculados financeira-
mente, representam 6 261 000 F, no período de um ano, ou seja mais de 100 O00 F, por operária e por ano.

mas no âmbito do projecto. Henri Savali põe muito circunscritos. ('O). Do grupo restrito
em relevo, a propósito e de forma crítica, a fazem parte os responsáveis hierárquicos do
diferença da abordagem socio-económicaem chefe do projecto e na maioria dos casos o
relação aos (circuitos de qualidade))introdu- Director de Pessoal. O grupo amplo inclui o
zidos em França em 1980, e que na maior chefe de projecto que é o responsável da uni-
parte dos casos se limitariam a problemas dade ou micro-espaço, os quadros dos vários
níveis da unidade e responsáveis de outros

(4 Extraído de G. Labaume e M. Bounet ((Parcel-


lisation des tâches, absenteísme et défauts de qualité ('O) Não deixamos de referir também as críticas de
dans un atelier de montage de canons électroniques. E. Lawler em High-Involvement Management, Jossey-
Diagnostic socio-économique)),rapport ISEOR, Juin, -Bass Publ., 1986, capítulo 4, «Quality Circles)), pp.
1982. 44-64.

467
sectores - funcionais ou operacionais - designados como componentes da ((perfor-
com os quais a unidade tenha uma maior mance» social.
inter-acção. O trabalho do grupo amplo
desenvolve-se em três etapas: na primeira, FIGURA 2 - AS COMPONENTES
SOCIAL
DA wPERFORMANCE.
completa-se e actualiza-se o diagnóstico; na
segunda, a tarefa é a procura de soluções para Organizaçáó
os disfuncionamentos, nomeadamente nos do trabalho
domínios relativos as componentes de aper-
formame» social que adiante se indicarão; na
terceira e última etapa, procura-se que as solu-
ções sejam coordenadas e constituam um
Implementaçáo-
estratégica
t
t \ >dicba

todo coerente e além disso especificam-seos


meios técnicos, financeiros e de informação .-
Integrada
necessários para a implementação do pro-
jecto. Não é possível neste artigo apresentar
exemplos de projectos de inovação socio- Comunicaçáo
-económica. O leitor interessado poderá Coordenacão
Concertaçáo
encontrá-los no Último livro de Savail (2),
nomeadamente no seu capítulo 8, que temos Para cada um destes domínios de acção,
vindo a seguir. identificam-see analisam-seprimeiro os pro-
A Implementação do projecto desenvolve- blemas e em seguida procuram-se e aplicam-
-se em duas fases - preparação da acção e -se as soluções, sempre com a participação
realização propriamente dita. A preparação dos actores implicados.
da acção é fundamentalmenteuma planifica- Resumidamente, os domínios de acção
ção das várias acções que concretizarão as consistem no seguinte:
propostas do projecto. A realização da acção - As condições de trabalho: condições
é a fase longa (vários meses) que implica difu- físicas e ambiente de trabalho;
são periódica de informação pertinente para - A organização do trabalho: a divisão
os implicados na transformação e ainda um e distribuição das tarefas, o interesse do tra-
acompanhamento do processo. balho, a interdependência e a autonomia;
As transformações do funcionamento da - O sistema de womunicação-coordena-
unidade em causa têm incidência na organiza- ção-concertaçãox articulação operacional e
ção do trabalho, através normalmente de funcional entre os indivíduos para a realiza-
modificaçõescujo conteúdo vai no sentido do ção das actividades;
que se chama movas formas de organização - A gestio do tempo: distribuição do
do trabalho)),mas que exigem uma análise do tempo entre as actividades de prevenção, regu-
trabalho. As condições físicas e ambientais do lação, preparação, execução, controle, melho-
trabalho são também frequentemente objecto ria, desenvolvimento;
de modificações, assim como as implantações - A formação integrada: centrada sobre
físicas: equipamento, postos de trabalho, cir- a eficácia das interacções entre estruturas e
cuitos. comportamentos, tomando por base os dis-
O que parece mais importante destacar funcionamentos detectados;
no processo de transformação é que ele, - A estratégia: que constitui o esquema
visando a redução dos disfuncionamen- director das acções aplicadas nos eixos prece-
tos, deve incidir sobre os seis domínios de dentes e visando simultaneamente uma
acção cuja interligação se exprime na figura melhoria dos objectivos sociais e dos objec-
2. Esses domínios de acção são também tivos económicos.

468
A avaliação dos resultados consiste, muito -por outras palavras, não é apenas uma des-
resumidamente, em comparar o funciona- crição quantificada do que se passou. Parte
mento a data do diagnóstico e o funciona- dos objectivos cuja formulação, por um lado,
mento actual. É constituida por uma análise deve ser deduzida de objectivos estratégicos
da adequaçãoformação-emprego,designada- integradores da área de responsabilidade em
mente: em que medida se preencheram as causa, e por outro deve operacionalizá-los
lacunas em competências e em especial as exi- através de indicadores que permitam ao qua-
gidas pela restruturação do trabalho; inclui dro ou gestor medir até que ponto está a sua
também uma síntese de entrevistas com o pes- unidade ou área de responsabilidade a cami-
soal dos vários níveis (executantese quadros) nhar no sentido desses objectivos. Os indica-
no sentido de conhecer a sua percepção e opi- dores do ((quadrode bordo)) são articulados
nião sobre efeitos positivos, limitações, ideias com objectivos correspondentes quer aos
de prosseguimento; por Último, a avaliação da cinco indicadores sócio-económicosquer as
redução dos custos ocultos: este é um ponto componentes da ((performancen social atrás
de referência essencial de todo o processo, de referidas e sintetizadas na figura 2. Num qua-
tal modo que tem repercussões sobre o «con- dro de bordo socio-económico utilizam-se,
trato de actividade periodicamente negociá- além de indicadores qualitativos e quantita-
vel)).Efectivamente, a análise e a redução dos tivos, indicadores financeiros, por exemplo,
disfuncionamentos abre um campo para a redução em X contos dos defeitos a, b, e c.
negociação e para a participação activa e sis- Sem esta operacionalização, este tipo de
tematizada (ou seja integrada num processo informação de gestão não terá o carácter
de gestão socio-económica) no funciona- «estimulante»de incentivo a tomadas de deci-
mento da organização. são oportunas nem será um contributo para
Os instrumentos de acção para uma efec- o estabelecimentodo «campo de negociação))
tiva implantação de uma gestão socio- em que os ((contratosde actividade periodi-
-económica são o ((contrato de actividade camente negociáveis)) ganhem sentido.
periodicamente negociável)) (CAPN) e o
«quadro de bordo socio-económico)).Não é
possível desenvolver os aspectos essenciais ABSTRACT
destes dois instrumentos. Apenas se indica
que o (contrato de actividade periodicamente THE SOCIALECONOMIC APPROACH OF THE
negociável))(CAPN) corresponde ao compro- ORGANISATIONS
misso formalizado entre os trabalhadores e os
seus superiores hierárquicos, sobre os objec- The ((social-economicalapproach)) of the
tivos a esperar respeitantes aos resultados ime- organisationsassumes that the social and eco-
diatos da acção e a criação de potencial e dos nomical goals of the entreprises and other
meios necessários a sua realização. Serve de non-profit organisations are compatible. In
incentivo ao empenhamento na transforma- fact, the «unfit» between the structures and
ção, podendo os resultados serem traduzidos the behaviours is the source of ((dysfunctio-
em contrapartidas salariais e outras. nings)) whose costs are not controlled (they
O ((quadro de bordo socio-económico))é are ahidden costs))) by the formal manage-
um instrumento para ajudar os quadros a ment information systems and are usually so
«pilotar» as respectivas áreas de responsabi- high that the economical performance of the
lidade. enterprise is weakened.
Como instrumento de pilotagem que é não The improving of the working life condi-
se limita a ser um simples quadro ou conjunto tions (working conditions, working organisa-
de quadros com indicadores quantitativos tion and work content) is the improving of the

469
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4 72
com o taylorismo se interligam e, por vezes, com ele se Technologicalchange without organizational change
confundem, são objecto de discussão. is misleading. Organizational excellency - as for ins-
A representação dominante e a prática corrente vêem tance in Japan - can, we think, be explained in terms
na introdução das N.T. um meio eficaz para substituir of organizational culture rather than in terms os tech-
o trabalho tradicional por «maquinas» capazes de pou- nological culture, when this seen in a exclusive and res-
par tempo, obter maior eficiência e reduzir custos. Neste trictive way.
sentido, a automatização apresenta-se como a tecnolo-
gia disponível mais avançada que permite realizar, ao
nível do terceário, o velho sonho de Taylor. RÉSUMÉ
A mudança técnica não articulada com a mudança
organizacional é um logro. A excelência organizacional L‘article établit un rapport et un contraste entre «cul-
- de que o caso japonês é ilustrativo - é explicável - ture technologique))et «culture organisationnelle», en
argumentamos - em termos de cultura organizacio- argumentant, a propos des ((NouvellesTechnologies»
nal, que não tecnológica, entendida esta de forma exclu- (N.T.), que les questions et les solutions «relevantes»
siva e restritiva. devront être formulées en termes organisationnels plu-
tôt que technologiques. Les questions concernant la
société post-industrielle, informationnelle ou «commu-
SUMMARY nautaire», parce que liées et souvent confondues avec
le taylorisme, y sont discutées.
This paper is concerned with etechnological culture)) La représentation dominante des N.T. et la pratique
and «organizationa1 culture» and argues that the rele- courante voient dans son introdution, un moyen effi-
vants questions and answers concerning «New Techno- cace de remplacer le travail traditionnel par des ((machi-
logies» (NT) are better described in terms of nem capables de épargner du temps, d’obtenir une plus
organization than in terms of technology. We discuss grande efficience et de baisser les couts. Dans ce sense,
the problems of the «communal» informational or l’automation se présente comme la plus avancée des
post-industrial society, as far as they are concerned or techonologies disponibles qui permet, au niveau du ter-
confounded with Taylorism. tiaire, la realisation du vieux rêve de Taylor.
The introdution of N.T. is seen by the dominating ie changement technique non articulé au change-
representation and comrnon practices as an effective ment organisationnel est un leurre. L‘excellence des
means of saving time an costs. Therefore automation organisations - dont le Japon est une illustration -
is presented as the most advanced os available techno- plutôt que d’être expliquée en termes technologique
logies and able to achieve (at the tertiary level) the old (stricto sensu) gagne A l’être en termes de culture orga-
dream of Taylor. nisationnele.

4 73
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