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Resumo
Este artigo objetivou identificar por meio de indicadores, o custo-efetividade entre um
absenteísmo organizacional existente e a medida adotada para superá-lo. Para a realização
deste estudo, optou-se pela técnica metodológica da pesquisa bibliográfica, fundada na
revisão de literatura, com base em textos selecionados e estudados. O resultado da pesquisa
permitiu observar que tanto o atraso e as faltas do trabalhador ao trabalho, por motivos
intervenientes quanto às alternativas de superação adotadas, incorrem em custos para a
empresa, necessitando, portanto, que o setor de finanças, analise e calcule o custo efetividade
entre o absenteísmo existente e a medida de superação utilizada, para então identificar o
custo-benefício e decidir pela alternativa mais adequada. Assim posto e nesse aspecto, pôde-
se concluir que a diferença entre o custo do absenteísmo e do custo da alternativa adotada,
representará o custo-efetividade do(s) indicador(es). Resta, portanto, analisar o custo-
benefício de cada alternativa adotada em relação ao custo do absenteísmo, verificando a
medida mais adequada a ser tomada.
1
Mestre em Gestão pela UTAD - Portugal, Especialista em Contabilidade e Gestão Estratégica de Empresas pela
UNIMONTES e Graduado em Administração pela UNIMONTES.
adopted in relation to the cost of absenteeism, verifying the most appropriate measure to be
taken.
INTRODUÇÃO
O absenteísmo, que não é diferente em qualquer que seja a atividade, por representar o
total de ausências ou de atrasos ou saídas antecipadas do trabalho, pode-se dizer, que seja as
não conformidades que incorrem em faltas constantes ou perca de horas dos trabalhadores.
As principais causas, apontadas na literatura sobre o assunto, tendem a um consenso
tendente a: insuficiência de trabalhadores, excesso de trabalho, supervisão deficiente,
motivação comprometida, ausência de avaliação de desempenho, inadequação do clima
organizacional, doenças, acidentes, dentre outras causas.
Entretanto, não á difícil perceber que toda ausência de trabalhador, independente do
motivo, reflete em custos para a empresa, onde contudo; com o objetivo de solucionar o
problema, muitas organizações adotam programas diversos, para esse fim, observando-se que
todo programa adotado, também incorre em custos para a mesma.
Diante desse aspecto, o presente artigo, busca no seu desenvolvimento, identificar por
meio de indicadores, o custo-efetividade entre um absenteísmo organizacional existente e a
medida adotada para superá-lo.
1 METODOLOGIA
Este estudo caracteriza-se por ser do tipo descritivo, exploratório com abordagem
qualitativa da realidade estudada.
O estudo qualitativo é considerado aquele que visa responder as questões que
não são possíveis de serem respondidas em uma pesquisa meramente quantitativa, pois
investigam um universo de significados, crenças, atitudes, valores (MINAYO, 2007).
Segundo Duarte e Furtado (1999), consiste em um estudo sistematizado, desenvolvido
a partir de materiais já elaborados, constituído de livros e artigos científicos e outros materiais
impressos, disponibilizados nas redes eletrônicas e bibliotecas.
Para Minayo (2007) a pesquisa qualitativa como um estudo inacabado e em constante
transformação.
266
Não obstante, Polit e Hungler (2004) enfatizam que o estudo descritivo observa e
descreve os fatos para uma possível compreensão dos mesmos. Ele possibilita a definição do
fenômeno pesquisado e, posteriormente, vê-se a necessidade de identificar os fatores
determinantes e o que pode contribuir para a ocorrência destes.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
objeto servil ou mero sujeito passivo do processo produtivo, ao contrário, são percebidos
fundamentalmente como “sujeito ativo e provocador das decisões, empreendedor das ações e
criador da inovação dentro das organizações” (CHIAVENATO, 1999, p. 27). Assim, colocar
o indivíduo ao nível do que a empresa espera e necessita é qualificá-lo à missão para a qual
foi contratado. Nesse caso a gestão dos recursos humanos deve ser exercida de maneira
programada, adequada e eficiente.
Todavia, a gestão hospitalar deve também está preparada tanto para reconhecer,
quanto para intervir nas questões relacionadas ao ambiente insalubre, por razão das atividades
desenvolvidas.
Segundo Ferreira Júnior (2012, p. 03):
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ocorrem as ações, não deixando de considerar as variáveis que as evocam, bem como as
variáveis que as mantém, isto é; analisa-se os estímulos das causas e efeitos, mesmo porque, o
autor considera que cada caso de absenteísmo é único, cabendo uma análise individualizada.
Para Silva e Marziale (2000, p. 45), fazendo alusão às causas do absenteísmo, revela
que:
Nesse aspecto, para os casos de absenteísmo, o ideal que as empresas, com o intuito de
gerenciá-los, se antecipem na aplicação de pesquisas e levantamentos estatísticos sobre horas
não trabalhadas e perdas, diagnosticando assim, algum problema existente para à partir daí
solucioná-lo (FIDELIS; BANOV, 2006).
Considerando-se que o absenteísmo é um procedimento laboral que leva a organização
à perda de produtividade e em prejuízos consequentes, para o seu diagnóstico, alguns cálculos
são indicados em conformidade com alguns autores que abordam o assunto.
Marras (2000) e Anjos (2009), por sua vez, semelhantemente, sugerem a utilização da
seguinte fórmula para o cálculo do absenteísmo organizacional:
Ia = Nhp x 100
NhP
Onde:
Ia = Índice de Absenteísmo;
Nhp = número de horas perdidas; e
NhP = número de horas planejadas.
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A essas considerações, toma-se por fundamento o entendimento de Constantino
(2010), que embora aborde o assunto em atividade adversa à hospitalar, o assunto pode ser
assimilado e enquadrado ao tema de interesse, onde dessa forma o autor esclarece que:
O custo operacional efetivo pode ser definido como o custo de todos os recursos de
produção que exigem desembolso por parte da empresa para sua recomposição.
Corresponde apenas aos gastos efetivamente incorridos na condução da atividade,
ou seja, apenas aos itens de custo considerados diretos (mão-de-obra, [...] energia,
manutenção, impostos e taxas, assistência técnica). (CONSTANTINO, 2010, p. 2).
O absenteísmo então pode ser considerado, como causa de um custo que não agrega
valor ao produto da indústria e igualmente pode ser considerado como conseqüência.
Nesta ultima abordagem faz-se importante estudar as ações e atitudes preventivas a
serem acionadas por gestores para reduzir e melhor gerenciar o absenteísmo.
Por meio de programas adotados pelas organizações, é importante que identifique seus
resultados ou não, no sentido de tratar do problema absenteísmo, levando-se em conta os
sistemas de gestão de saúde e a segurança do trabalho dentre outros programas utilizadas na
gestão de pessoas (PENATTI; ZAGO; QUELHAS, 2006).
No sentido tanto de reduzir quanto de prevenir o absenteísmo, alguns estudos,
inclusive de características macro são realizados.
Segundo Graça (1999) o absenteísmo na União Européia por doença ou acidente,
conforme os Estados membros, são bastante significativos, evidenciando um custo total
estimado entre 1,5% a 4,0% do Produto Interno Bruto (PIB), o que equivale a esclarecer que,
dentre os custos diretos, indiretos e latentes os Estados membros assumem pelo absenteísmo
em média, o que equivale à taxa de crescimento econômico de algumas localidades, no
período de um ano.
Por outro lado, embora seja negativo, infelizmente, no Brasil desconhece-se estudos
oficiais que foram desenvolvidos para o conhecimento do absenteísmo no país, ou qual sua
estimativa em relação ao PIB, o que para Penatti, Zago e Quelhas (2006), não parece
constituir de prioridade do governo.
Todavia e, retomando-se o absenteísmo nas organizações, alguns programas de
superação do problema podem ser aplicados, conforme segue observados os seus custos-
benefícios.
Para Landau (1993) uma alternativa eficiente para a redução do absenteísmo consiste
na adoção de um programa de bônus por presença no trabalho, onde com esse fim, “os
responsáveis pelo setor financeiro da empresa deveriam analisar o custo-benefício deste bônus
adicional, ou seja, teriam que calcular um valor de bônus inferior ao prejuízo gerado pela(s)
falta(s) em X dia(s)” (FONSECA JÚNIOR, 2005, p. 07).
Alternativa outra de solução apontada por Franceschini (2009), refere-se ao benefício
estabelecido ao trabalhador, por meio de um sistema de folga remunerada ou mesmo de
premiações contingentes à um quantitativo de dias consecutivos de trabalho, sem a ausência
do trabalhador. Não obstante, outros fatores não monetários também podem ser recorridos
como: ambiente agradável, boa estrutura física, conforto entre outros procedimentos que
melhorassem a Qualidade de Vida no Trabalho.
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Para Carvalho (2012) há também formas negativas de se estimular a presença do
trabalhador faltoso nas suas funções, trata-se de algumas formas de punição pecuniária, como
exemplo, desconto do descanso semanal remunerado (DSR), perda de gratificações, entre
outros. Tais alternativas procuram desestimular a busca indiscriminada por faltas justificadas,
por via de atestados médicos, de abono de faltas, especialmente, quando o salário do
trabalhador não permite perda.
Para o autor, as principais causas de absenteísmo tem sido: insatisfação no trabalho,
falta de comprometimento com os resultados, não identificação com a função/tarefa,
supervisão deficiente ou injusta, desmotivação para o trabalho, ausência de feedback, relações
interpessoais e inter-setoriais conflitivas, doenças, acidentes.
Diante do exposto e, numa representação hipotética de absenteísmo, pressupondo-se
empresa qualquer, toma-se, por exemplo, uma situação em que 10 trabalhadores, executam
suas funções num período de 06 horas por dia a um salário de R$ 1.000,00 cada um.
Considerando-se que cada trabalhador trabalha 24 dias por mês, tem-se:
06 dias por semana x 04 semanas = 24 dias
58 x 100 = 4,03%
1.440
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, o objetivo central foi identificar por meio de indicadores, o custo-
efetividade entre um absenteísmo organizacional existente e a medida adotada para superá-lo.
Com esse propósito, antecipa-se em considerar a evidenciação de que o absenteísmo é
um termo que designa a ausência de trabalhadores às atividades laborais, podendo ser tanto
por atraso quanto pela falta, em razão de motivos intervenientes.
Observou-se que, tanto o absenteísmo quanto as alternativas de superação adotadas,
incorrem em custos para a organização, necessitando, portanto, que o setor de finanças,
analise e calcule o custo efetividade entre o absenteísmo existente e a medida de superação
utilizada, para então identificar o custo-benefício e decidir pela alternativa mais adequada.
Dentre as alternativas, verificou-se a possibilidade de adoção de medidas de melhoria
da qualidade de vida do trabalhador, a adoção de bonificação monetária em decorrência da
permanência do trabalhador na sua função, por determinado tempo consecutivo sem faltas ou,
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ainda, a punição monetária com desconto no DSR, gratificações, entre outros
benefícios/prêmios.
Verificou-se que, levando-se em conta o cálculo do índice de absenteísmo, cuja
fórmula consiste em dividir o número de horas perdidas pelo número de horas planejadas
multiplicados por 100, encontra-se o indicador do absenteísmo.
Por outro lado, observou-se que dividindo o total das remunerações dos envolvidos no
absenteísmo, pelo índice indicador do absenteísmo, tem-se o custo do absenteísmo.
Nessas condições, identificando-se o custo da medida a ser adotada para superação do
problema, dividindo-a pela quantidade de horas programadas, tem-se o indicador médio do
custo da alternativa adotada. Diante disso, a diferença entre o custo do absenteísmo e do custo
médio da alternativa adotada, representará o custo-efetividade dos indicadores.
Resta, portanto, analisar o custo-benefício de cada alternativa adotada em relação ao
custo do absenteísmo, verificando a medida mais adequada a ser tomada.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8ª. ed. São
Paulo: Atlas, 2004.
FEDERIGHI, W.J.P. Absenteísmo em Hospitais. Rev. Mundo Saúde. v. 26, nº. 2, pp. 283-
294, jun./ 2002.
FOSECA JÚNIOR, A.R.; PICKART, T.I.; SILVA, S.R.; VIEIRA, C.A.; SOUZA, T.P.
Organizational Behavior Management: Uma Análise do Absenteísmo. Rev. Transformações,
v. 3, nº. 2, 2005.
KOTLER, Philip. Marketing para o Século XXI: Como Criar, Conquistar e Dominar
Mercados. São Paulo: Futura, 2000.
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SILVA, D.M.P.P.; MARZIALE, M.H.P. Absenteísmo de Trabalhadores de Enfermagem
em um Hospital Universitário. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 8, n.5, pp. 44-51, 2000.