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PLAYTHING

Volume Três
Jason Luke & Jade West

Disponibilização: Liz Vox


Tradução: Anabela e Adriana
Revisão inicial: Andréa S
Revisão final: Andréa S
Formatação: Bel Vox
O terceiro e último segmento da
série Plaything.

Robert pode preparar Amy com


sucesso para sua nova vida?

Com o prazo de treinamento se


aproximando, e a saúde do velho em
declínio, a situação na mansão atinge
o ponto de ebulição.

Aviso: Contém situações que alguns


leitores podem achar ofensivo.
Anteriormente…

Estou ciente de que ela está olhando para mim com olhos
enigmáticos solenes e lentamente balançando seu corpo mais perto
de mim. Vejo algo movendo em sua expressão - algo profundo e
emocional que não posso pagar, não ouso a chance. É como uma
sombra de nuvens passando sobre as profundas piscinas azuis de
seus olhos. Inclina a cabeça para o lado e o olhar em seu rosto torna-
se um convite, seus lábios levemente separados, macios, vermelhos
e maduros. O ar entre nós crepita com uma energia carregada de
intimidade - e me sinto mais suave, como se me afastar dela exige
cada grama de minha força e resolução.

De repente, meu celular toca e olho para ele na bancada da


cozinha.

É a solução que estou procurando - o tipo de bofetada cruel


que pode quebrar esse feitiço insidioso que está entre nós de uma
vez por todas.

Olho para o telefone por um longo momento e lentamente


sorrio.

É uma mensagem sem sentido do meu provedor de


comunicação, mas seguro o telefone como se a mensagem fosse
muito, muito mais do que é. Do canto do meu olho, posso ver a
expressão interrogativa de Amy. Espero...

"Boas notícias?" Pergunta finalmente, pegando a isca.

Olho para cima, fingindo distração. "O que?"

"Você recebeu boas notícias?" Gesticula para o telefone. "Você


está sorrindo."

Aceno com a cabeça e enfio o telefone no bolso da minha calça.


"É apenas uma mensagem," encolho os ombros, confiando neste
momento crucial para a curiosidade feminina.

"Oh?" A voz de Amy é leve, quase desordenada. "De um


amigo?"

Graças a Deus!
"Da minha noiva," digo.

Por um longo momento, o quarto fica quieto. Amy parece ter


congelado, como se ao menor movimento, possa se separar e
destruir um milhão de pedaços. "Você tem uma noiva?"

Concordo. "Claro," digo. "Ela é modelo."

"Uma modelo?"

"Sim."

O rosto de Amy vai de uma de corado para pálido e parece que


seu corpo começa a encolher e murchar. "Uma modelo de moda?"

"Sim. Ela está em Milão para os desfiles da nova temporada.


Apenas me enviou uma foto do vestido de noiva que escolheu para
o nosso casamento."

Amy dá um passo à frente, os olhos pesados nos meus.


Respira fundo e seus braços cruzam nos seios. "Mostre-me."
Capítulo 1

Robert

"Não tenho intenção de te mostrar," digo. Olho fixamente para


Amy e seus passos em minha direção vacilam até ficar parada no
meio do piso. "Francamente, não é da sua conta. O que é importante
é sua situação - Aqui e agora - não o que está acontecendo na minha
vida pessoal." Estreito meus olhos, endurecendo a minha expressão.
Amy recua.

"Entendo,"diz lentamente. Seus olhos transformam-se em


pedra e seus lábios franzem. Poucos minutos antes, havia uma
conexão emocional profunda que começava a enternecer seus olhos.
Agora está novamente controlada e distante.

Mantenho o meu olhar sombrio e de negócios, escondendo


uma turbulência interior que me balança, estando a ponto de levá-
la nos meus braços e puxá-la para mim com uma paixão feroz.

Sei que não posso fazer isso. Não quero dar-lhe esperanças,
ou ter meu próprio coração partido. É melhor assim. Há segurança
na distância emocional – essa é a única maneira pela qual qualquer
um de nós pode sobreviver.
"Eu quero você de volta no quarto," digo para redirecionar a
atenção de Amy. "Estamos ficando sem tempo e ainda preciso
trabalhar sua atitude. Pode ter habilidades sexuais," concedo de má
vontade, "mas a ira precisa sair, e também a feroz independência.
Eles vão te ferir, ou pior ainda se não aprender a jogar o jogo do
poder."

Amy vira nos calcanhares e entra no quarto. Vejo a maneira


como caminha - movendo-se com orgulho, mas também com uma
distinta graça felina, remanescente de algum predador de selva que
persegue. Na suave luz da manhã, sua pele é da cor do mel, sua
figura modelada como um clássico vaso Grego. Eu a sigo para dentro
do quarto e fico no canto da porta com os meus braços cruzados
sobre o peito. Amy alcança a borda da cama e vira para me encarar.
O peso dela está em uma perna, o seu quadril e a pelve inclinada
para a frente no tipo de gesto atraente provocativo que deixa
qualquer homem louco. Seus lábios estão separados, seus ombros
se afastam para exibir abertamente seus peitos. Ela se transforma
de apaixonada para petulante e agora provocadora da mesma forma
que um camaleão muda de cor.
Bem?" Amy pergunta. Sua voz caí para um ronronar suave,
mas não há confusão no convite ... ou talvez desafio em seu tom.
"Você vai me foder agora?"

"Não," digo- "Não vou, então abandone essa postura furiosa e


sente-se na cama. Quero conversar com você."

Amy pisca, então abaixa-se na beira do colchão Suas pernas


se separam, assentando os pés chão. Recosta-se,apoiando seu peso
em seus braços para que permaneça em um silencioso convite na
forma como se apresenta. Começo a perambular pelos cantos do
quarto, inclino minha cabeça, como um advogado de acusação
interrogando uma ré no tribunal.

"Conte-me sobre o homem que te comprou," insisto. "Diga-me


tudo que sabe sobre ele."

Amy encolhe os ombros. Olha fixamente para a parede do


quarto, então balança a cabeça devagar. "Nem sei o nome dele," sua
voz diminuindo e soando quase drogada."Tudo o que sei é que fui
levada para a Arábia Saudita. Quando desembacamos fui
acompanhada por dois homens do avião - homens grandes, como
guarda-costas. Eles me levaram a uma limusine que estava a
espera."
"Na pista?"
"Sim."
"Então voou em um avião privado?"
"Sim. Um Lear jet."
"Quem mais estava na aeronave?"
Amy encolhe os ombros. "Algumas mulheres de meia idade.
Acho que eram como acompanhantes e alguns homens muito
velhos."
"Mas nenhum desses homens era seu dono?"
"Não. Ele era outra pessoa."
Penso por um momento, franzindo a testa. "O que aconteceu
depois que deixou o aeroporto?"
"Os dois guarda-costas entraram no carro comigo, sentaram-
se de cada lado meu. Estava com os olhos vendados e passamos por
uma cidade por cerca de trinta minutos. Nós demos muitas voltas.
A estrada era lisa e plana."
"O que mais se lembra?"
"Nada," Amy admiti. "Quando o carro parou, os guarda-costas
me levaram por umas escadas para dentro de uma casa. Acabei em
um enorme quarto."
"Alguma janela?"
"Sim. Uma grande janela com uma varanda.
"O que podia ver?"
Amy encolhe os ombros novamente. "Uma cidade em algum
lugar no Oriente Médio," diz inutilmente. "Muitos telhados planos."
"Algo mais?"
"Não."
"E a casa? O que se lembra?"

O rosto de Amy fica comprimido e ressentido. "Não vi


nenhuma casa, Robert. Tudo o que vi foi o maldito quarto e o
banheiro. Foi isso que vi por todo o tempo que estive lá. Estava de
costas sendo fodida ou de joelhos sendo espancada. A porta estava
sempre trancada e as refeições eram trazidas. Fui uma prisioneira."

Aceno com a cabeça, mantendo o rosto impassível apesar do


crescente agudo na voz de Amy. Dou a ela um minuto para se
acalmar e depois me aproximo, ficando sobre ela que tem que
levantar o rosto para olhar nos meus olhos. "Conte-me sobre o
homem," pergunto finalmente.
"Homens," Amy me corrigi e sua voz fica azeda. "O primeiro era meu
proprietário. Não sei o nome dele, então não se preocupe em
perguntar. Nunca me disse. Veio ao quarto na primeira noite e disse
que me comprou. Disse que eu era seu brinquedo, e que seria
melhor que valesse o dinheiro que havia investido. Então me colocou
nas minhas costas e me fodeu - como um porco."
"Como ele era?"

"Do Oriente Médio," diz inutilmente. "Ele é da sua idade, pele


morena. Tem cabelos pretos e um bigode. Cheirava a alho e vinho
azedo."
Estou começando a sentir que o exercício é uma perda fútil
de tempo, e então a minha mente pega em algo que Amy disse e volto
a isso.
"Homens? Você disse homens. O que quis dizer com isso?"
Amy respira profundamente e fecha os olhos. Vejo sua
respiração afiar - no subir e descer do seu peito. "Uma noite, dois
homens entraram no quarto," ela diz devagar. "Eram americanos.
Estavam bêbados e cheiravam fumaça de charuto. Eram homens
ricos – empresários."
"Como pode dizer isso?"
Amy não abri os olhos, mas em seus lábios forma-se um
sorriso irônico sem humor. "Uma menina pode contar," diz de forma
abstrata. "Estava em suas atitudes - o modo como falavam, a
maneira como eles se carregavam. Eles escorriam poder e dinheiro."
Não discuto, nem continuo com mais perguntas. Em vez
disso, a incito a continuar. Amy respira fundo.

"Eles eram mais velhos," Amy começa. "Provavelmente ambos


em seus sessenta anos. Vestiam ternos. Um deles tinha um par de
algemas. Eles entraram no quarto e estava nua nas minhas costas.
Quando me levantei, um deles prendeu meus braços atrás das
minhas costas e o outro me algemou.
"Continue…"
Amy finalmente abri os olhos e o olhar em seus rosto é
assombrado. "Eles se revezaram me fodendo," diz devagar com
deliberada ênfase. "Eles incitavam-se,
mordendo,agarrando,cutucando,machucando. Um deles segurava
minhas pernas afastadas ou envolvia as mãos ao redor da minha
garganta até quase me sufocar, e o outro me dobrava e me fodia até
que simplesmente não conseguiram levantar seus paus. Deve ter
passado horas," diz. "Realmente não lembro."

"Eles disseram alguma coisa um ao outro durante este


tempo?"
"Não, nada," pude ver pela expressão de Amy que está
lutando para se recordar dos eventos daquela noite com precisão.
"Eles brincaram muito no começo," diz tentando lembrar dos
detalhes. "Algo sobre ser subornado ... ou que eu era o melhor
suborno que alguma vez tiveram, algo assim. Honestamente não
consigo lembrar de mais nada."
Respiro fundo e solto. "Ok," dou um sorriso gelado. "O que
aconteceu depois? Quero dizer, por que foi enviada de volta para
Alistair e o velho? O que fez para convencer teu dono que estava
quebrada e precisava de mais treinamento?"
Lentamente, como um lindo pôr-do-sol saindo de um céu
de amanhecer escuro, o sorriso de Amy começa a se espalhar pelo
rosto. Isso a muda completamente. Começa nos seus lábios e não
para de irradiar até que está brilhando nos seus olhos. De repente,
sua expressão está acesa e viva.
"Chutei um dos americanos nas bolas, e mordi o outro no
pênis," diz.
Arregalo os olhos nas duas vezes. "O que?"

Amy concorda, o sorriso se tornando afetado de satisfação e


vingança. “Eles tinham acabado comigo," diz. "Deixaram-me em
cima da cama ferida, dolorida e coberta de porra. Eles estavam se
vestindo. Um dos velhos tinha a cara tão vermelha que pensei que
estava tendo um ataque de coração. Estava deitada de costas,
fervendo com raiva. Sentia-me suja e usada - e posso dizer isto,
depois de tudo que experimentei em minha vida, pode imaginar o
quanto eles eram depravados."

"Por isso os atacou?"

"Mordi o primeiro," ela diz. "Ele estava puxando as calças.


Suas bolas estavam penduradas num ninho de cabelos grisalhos.
Rolei sobre a cama e tentei morder. Apanhei seu pau entre os meus
dentes."

"E o que aconteceu?"

"O cara gritou como uma menina," Amy lembra com perverso
prazer. "Ele foi para trás com os meus dentes afundando no
prepúcio. Eu provei sangue."

"E o segundo homem?"

"Ele me puxou fora de seu amigo," ela diz. "Ele agarrou um


punhado do meu cabelo e me esbofeteou com força que senti meus
dentes baterem. Ele era um homem grande, corpulento. Vinte anos
atrás devia ser músculoso, mas a idade e indulgência fez seu corpo
ficar flácido. Estava enfurecido. Ataquei-o com os meus pés. Acertei
nas bolas e ele começou a guinchar como um porco."

Não posso evitar de admirar em segredo a Amy lutadora e


resistente, mas pressinto que a punição por sua retaliação, tenha
sido uma vigança clinicamente avaliada de uma violência sem
restrições.

"E seu proprietário? O que fez?"


O sorriso desaparece do rosto de Amy, sua expressão
escurece. Agora, ela está revivendo um pesadelo e as palavras
passam a ser formais, como se tivessem que ser forçadas de sua
garganta. "Ele me bateu, realmente me bateu." Amy diz com a voz
sombria. "Primeiro usou uma cana de bambu - bateu nas minhas
costas e bunda como um chicote até que estava chorando e
quebrada."

"E então?" Pergunto suavemente.

"E então me bateu um pouco mais," ela diz. "Nunca o


suficiente para rasgar a pele ou deixar uma cicatriz permanente -
ele é muito sensível para isso, mesmo cego pela raiva - ele não
danificaria a sua mercadoria."

"E, finalmente foi enviada de volta para Alistair? ”

"Sim," Amy diz. "Mas não antes de ser dada para mais um
homem."

"Quem?"

"Um dos guarda-costas," Amy diz, tremendo


involuntariamente como se em sua pele rastejassem pequenos
insetos.

"Tem a certeza que é um guarda-costas?"

"Sim," Amy assenti. "Era um dos homens que me escoltou do


avião - um dos que se sentou ao meu lado na limusine."

"E seu proprietário te deu para este homem?"

"Sim. Ele é russo - um brutamontes de cabeça raspada. Ele é


ex-militar. E não fala inglês."

"E quanto tempo foi forçada a estar com este homem?"

"Um dia," Amy diz. "Eu não servia de nada para o meu dono,
e pensei que estava sendo descartada - desistindo de mim. Já tinha
ouvido falar disso acontecer antes ... meninas sendo dadas ao
pessoal quando o Mestre termina com elas. Pensei que era o que
estava acontecendo. Esperava acabar em alguma combinação sendo
fodida e usada por uma dúzia ou mais do pessoal dia após dia até
que acabasse desistindo e me matasse." Ela encolhe os
ombros."Estava errada. Acho que quem me comprou gastou muito
dinheiro apenas para me usar para o prazer dos seus trabalhadores.
O guarda-costas teve um dia comigo tentando me quebrar."
"Mas ele não fez, obviamente."

"Não," Amy sacode a cabeça, mas a voz dela suaviza. "Mas ele
esteve perto," confessa. "O que aquele homem me fez…" a voz segui
para um silêncio assombrado e então vem tremendo. "Bem… Não
quero pensar sobre isto."

Não digo nada por um longo tempo. Amy foi fisicamente


batida, usada e abusada e, no entanto, seu espírito permaneceu
infatigável ao longo dos incontáveis encontros sexuais roçando a
evidente fronteira da tortura. Posso compreender porque ela foi
devolvida para Alistair. Algum lugar ao longo da linha ele escolheu
a mulher errada para treinar - a mulher errada para bater para a
submissão. Ele errou no julgamento de Amy, penso nisso por um
momento. Não é de Alistair errar um julgamento. Ele conhece as
mulheres - ele sabe os sinais sutis que são indicadores de uma
submissa. Como ele leu Amy tão errado?

Amy, na minha opinião. Não é naturalmente submissa. Ela é


inteiramente outra coisa. Talvez a sua natureza seja reflexo de um
passado desesperado e cruel, mas independentemente disso, ela não
se encolheu para a debilitação e a obediência por aqueles momentos
marcantes de sua vida. Se alguma coisa, ela se tornou endurecida e
temperada como o aço. Sua personalidade foi forjada e moldada em
algo bastante inesperado: uma mulher que se submete por prazer
sexual, mas alguém que não é instintivamente submissa.

Eu estou lendo direito?


"Quem é você?" Pergunto por fim. "Como se define como
mulher – como uma mulher sexual? "
Amy parece totalmente surpresa e então me olha seria por
um longo tempo, sua expressão intensificada em algo quase
profundo. Ela abaixa os olhos e então lentamente levanta o rosto
para que eu possa ver uma lágrima desavergonhada no canto do
olho dela.
"Você sabe," diz com a voz rouca, "esta é a primeira vez que
um homem se incomodou em me fazer essa pergunta."
Arqueio uma sobrancelha de surpresa. "Tem uma resposta?"
"Sim," ela diz. "É uma que tenho preparada desde a primeira
vez que tive sexo."
"Diga-me," digo suavemente, inclinando-me um pouco para
ela sem perceber.
"Sou uma submissa," Amy diz calmamente. "E seria uma
submissa disposta... Só que nunca encontrei um homem digno para
dar meu coração e minha alma. Meu corpo ..." ela sacode a cabeça
com desdém, "eu não coloco valor algum sobre ele. Mas o meu
coração e minha alma? Robert, eles são sagrados. Sim, eu quero me
submeter a um homem, mas tem que ser o homem certo. Um
homem que me merece. "
Não digo nada por um longo tempo. Nós simplesmente nos
encaramos em silêncio como se estivessemos enfeitiçados, de modo
que tenho que me agitar fisicamente para quebrar os grilhões e me
afastar do limite da cama.
"Deite-se," digo, com a minha voz grossa em um coquetel de
emoções que não posso ousar em revelar. "E espalhe bem suas
pernas largas. Resta-nos pouco tempo e precisa de mais
treinamento. Precisa entender a diferença entre submissão
voluntária e entrega despreocupada."

* * *

Amy

Não consigo ler a expressão de Robert, e isso realmente está


bem. Meu cérebro está cansado, e talvez também estivesse
entediado. Entediado por si mesmo. Entediado comigo. Cansado de
arrastar em torno das mesmas antigas perguntas uma e outra vez.
Entediado de tentar ler tudo, todos, aborrecido de tentar entender
tudo.
Solto um suspiro.
"Eu o peguei, sabe." Deixo um sorriso se espalhar pelos meus
lábios. "Meu dono, quero dizer ..."
Robert não sorri de volta. "Pegou ele?"
Concordo. "Eu o vi uma última vez. Devo ter sido drogada,
realmente não me lembro. Acordei em outro quarto estranho e ele
foi lá de novo. Nunca senti uma raiva como essa. Uma raiva negra,
sabe? O tipo de raiva que quer queimar o mundo e todas as pessoas.
Penso que ele nem percebeu que eu estava consciente quando me
levaram a ele." Solto uma pequena risada. "Eu o soquei."

Robert ergue as sobrancelhas."Você o socou?".

"Direto em seu nariz. Pow". Sorrio, e desta vez é brilhante.


"Isso fez uma ferida tão agradável. E havia sangue. Tanto sangue".
Deito na cama antes que Robert tenha que me dizer de novo. "Eu
faria tudo de novo, mesmo que me trouxesse de novo para aqui.
Valeu a pena."
Robert se aproxima, até que paire sobre mim. Parece mais
imponente nesta posição, e seu rosto está severo. "Não fará isso
novamente, Amy. Nunca mais. Compreende?"
Dou de ombros. "Tentarei não fazer. Não posso prometer
nada."
"Não há lugar para tentar. Não vai fazer isso de novo, porque
da próxima vez tem a chance de nem sair de lá, e mesmo se sair,
será só para ser enviada de volta para cá, para Alistair e seus
pequenos jogos doentios. Não vou estar aqui, Amy, mesmo que
quisesse estar. No momento em que meu pai morrer, Alistair
também verá isso. Não poderei intervir. Não poderei treiná-la pela
segunda vez. Ele jamais me dará essa oportunidade."
"Então?" digo. "Esqueça isso. Esqueça-me."
Ele se inclina sobre mim, e seu peso me pressiona, suas
mãos pesadas em meus pulsos que posso senti-los afundar na
cama. "Pare com isso," ele diz. "Eu não quero ouvir mais isso. Não
temos tempo para esta carga de negatividade, Amy. Estamos
forçando o ponto de ruptura no prazo que ainda temos."
"Pense em mim enquanto estiver cortando seu bolo de
casamento, Robert. Tenho certeza de que sua noiva, mal pode
esperar para te levar para casa..." Paro o tempo suficiente para ver
a raiva brilhar atrás dos olhos dele. "Afinal,onde ela pensa que está?
Viagem de negócios? Férias só para homens?"

"Por que está fazendo isto?" Ele diz, sua voz baixa e grave. "Por
que quer me pressionar? O que ganha com isto?"
"Tudo," sibilo. "É a única coisa que tenho, o meu espírito.
Talvez não queira passar anos me submetendo para um imbecil a
um milhão de quilômetros de toda a liberdade que já conheci? Talvez
isto tudo seja uma besteira? Talvez saia diretamente daquele avião
e lhe parta o nariz pior do que a última vez?"
"Talvez deva se concentrar em superar isto e se concentrar
no que estamos tentando alcançar."
"É o único," digo. "O único que conheci que tem de fato uma
chance de me fazer uma submissa, Robert." Solto uma risada. "E
está fazendo isso sob coação. Que irônico."
"Novamente não," sibila. "Não comece de novo."
"Estamos brincando com nós mesmos," grito. "Ambos. Isto
nunca vai funcionar, quando não é importante. Vou sair do avião e
todos os meus velhos instintos voltarão e vou atacar, e acabará."
"Não!"
"Sim!" Sibilo. "Sim! Pare de fingir."

Ele bate com a palma da mão no colchão, com tanta força


que balança. "O que está tentando fazer? É sobre culpa? É um jogo
de poder? Quer que eu falhe? É isso? Quer que saia daqui me
sentindo uma merda mais do que já me sinto?"
Balanço a cabeça. "Quero sonhar. Quero sair daqui. Quero
uma vida." Cerro os meus dentes. "E está fazendo tudo mais difícil.
Está fazendo tudo muito mais difícil."
"Como diabos estou fazendo tudo mais difícil?"
"Porque está me fazendo querer mais. Está me fazendo
querer coisas que não tenho a chance de alcançar. Está me fazendo
querer descobrir quem realmente eu sou. Saber quanto de submissa
realmente sou. Não por causa da ameaça dos punhos, ou alguma
pressão hedonista induzida pela dor - só porque é você."

Seus olhos estão escuros e irritados e estão olhando


diretamente para os meus. "Isto não é sobre mim. Nada disto é sobre
mim. "
"É inteiramente sobre você."
"Precisa ser sobre você."
"Foda-se, Robert, foda-se tudo." Olho diretamente para ele,
através dele. "Quer me preparar para o que está por vir? Por que não
está me maltratando nesta casa? Por que não está me machucando?
Por que não me jogou nas minhas costas e tomou o que queria? Por
que não, Robert?" Resisto sob seu peso, tentando empurra-lo, mas
ele não se move, nem um pouquinho. "Acha que eles vão me pedir
delicadamente para ficar de joelhos e imaginar minha música
favorita enquanto fodem a minha garganta, Robert? Achas que eles
vão me dar de comer antes de me foderem uma e outra vez até que
esteja exausta? Realmente acha isso?"
"Não é sobre isso, Amy. É sobre a sua abordagem da
situação, a sua mente. É tudo o que pode controlar. Precisa poder
usar isso."
"Não posso," falo. "Não tenho chance."
"Sim," ele diz. "Sim, tem!"

Luto em seus braços. "Obrigue-me."


"Obrigar a quê?"
"Obrigue-me a submeter, Robert. Continue. Teste as águas.
Faça o que eles vão fazer-me. Mostre-me! Me teste!"

Ele balança sua cabeça. "Pare com isso."

"Não. Não vou!"


"Você disse que esta situação te fez querer descobrir quem
realmente é, que é sobre mim ... O que isso significa mesmo? Que é
tudo ou nada? Apenas um esforço inútil? Uma vez que estivermos
fora daqui, também pode simplesmente desistir e morrer?"
"Isso é exatamente o que isto significa."
Ele se move como uma cobra, prende meus pulsos em uma
mão e com a outra agarra meu queixo, segurando apertado, olhos
nos olhos. "Você não vai desistir, compreende? Vai fazer o que te
disse, como discutimos, e vai seguir com o plano, submeter-se de
boa vontade, usar cada atributo à sua disposição e sair de lá."
Dou um sorriso horrível. "Apenas me foda, Robert. Estamos
sem tempo, e eu estou farta. Foda-me como quer, apenas porque
quer isto. Ou volta para a sua bonita noiva e me deixe ao meu
destino."
"Está acabando com a minha paciência," ele sibila.
"Deve estar sentindo falta dela," provoco. O diabo está no
meu ombro e ele quer desprezo, ódio e diversão. "Vai pensar em mim
quando estiver fodendo com ela, Robert? Será que a minha memória,
arruinará a tua noite de núpcias? Me pergunto se ainda estarei
viva?"
Seus olhos brilham de raiva.

"Chega."
"Como vai ser quando chegar em casa? Deixe-me pensar ...
Bom descanso,querido? Oh, sim, obrigado, querida, passei a semana
com uma triste mulher que é a prostituta de um homem rico até que
esteja quebrada ou morta, o que acontecer primeiro. Depois decidimos
orquídeas ou lírios, lindinha?"
"Esta é apenas outra camada de resistência que precisamos
trabalhar, Amy. Não deixe que isto arruine tudo o que fizemos. É
raiva, medo e ressentimento, o que deve estar sentindo, tem todo o
direito de sentir todas essas coisas, mas não deixe que isso te leve
assim. Não deixe que te vença."
"Diga-me como ela é."

Ele balança sua cabeça. "Não."


"Diga!"
"Não."
"Porque não?" Grito. "Porque não me diz? Está muito
desconfortável? Está desconfortável que vai para casa e para uma
vida confortável enquanto estou com certeza condenada?"
"Não consigo te acompanhar. Damos um passo firme para
a frente e depois retrocede tudo novamente. Descarta isso como se
não fosse nada."
"Eu também não consigo me acompanhar." Torço meu rosto
de seu aperto, e a minha respiração está irregular. "Isso está me
fodendo, Robert. Tudo isto."
"Não", ele insisti. "Isso está te preparando."
Movimento debaixo dele. "Deixe-me em paz."
Ele não se move. "Precisa se acalmar."
"Você precisa desistir disto."
"Eu não vou desistir, e você também não vai."
"Desculpe desapontá-lo, mas acho que acabei."
Ele puxa meu rosto de volta para o dele. "Você não acabou.
Nós não acabamos". Sua respiração na minha boca, tão quente.
"Está assustada, irritada e chateada com a mensagem. Isso é
compreensível."
"Sim! Sim, estou assustada e zangada. Sim, estou
chateada com a maldita mensagem." Sinto fogo em mim e dor, muita
dor. "Você sabe o que? O que é mais estúpido de tudo, Robert? Estou
mais chateada com a maldita mensagem!"
"Não está. Esta é uma conversa ridícula."
"Sim!" Suspiro. "Estou! Porque por um estúpido momento
pensei que havia algo acontecendo aqui. Pensei que sentia algo, algo
real, algo que poderia ser alguma coisa. Pensei que poderia ser algo,
mesmo sendo enviada para o outro extremo do mundo, em algum
miserável buraco no inferno com pessoas que me fazem mal, pensei
que poderíamos ser algo." Prendo a minha respiração. "Mas você tem
uma noiva! Tem uma vida!" Sento as lágrimas picando e odeio isso.
"Você tem classe, Robert, realmente tem. Me fez sentir como se fosse
algo real. Realmente é bom nesta merda de
treinamento, sabe disso? Não é de admirar que eles tenham te
arrastado aqui."
"Não sou," ele diz. "Não posso ser bom nesta merda de
treinamento, porque não está preparada, e não é onde nós
deveríamos acabar."
"Vá se ferrar," grito. "Foda-me como eu quero, ou me deixe
em paz."
Observo sua expressão mudar diante de meus olhos. Suas
sobrancelhas endurecem e juntam, e sua boca é uma linha severa.
"Pode tentar me empurrar tanto quanto quiser, isso não vai
funcionar. Não estou desistindo disto."
"Que diferença faz? Em alguns dias, tudo isto acabará,
quer fracasse ou não. Porquê lutar contra isso?"
Ele não me responde.
"Porque lutar tão duro? É por dinheiro? Por seu contrato?
Por orgulho? Porquê?"
"O que você quer que eu diga, Amy? Qual resposta está
procurando?"
"A verdade." Mas não tenho certeza que quero. Eu não
tenho certeza de nada.
"Quer saber porquê?" Sua voz áspera. "Porque me importo.
Mesmo que você não faça. Eu me importo com o que acontece aqui,
Amy. Não se trata do dinheiro, nem do contrato e com certeza que
não é sobre a porra do orgulho. Eu teria saído daqui e sem uma
maldita hesitação,se não tivesse me pedido para ficar."
"Você se importa?"
"Jesus, Amy. Sim, me importo! Realmente me importo, tudo
bem? É isso que quer?"
Posso sentir a frustração nele, todos os músculos tensos
contra os meus. Sua admissão me tira as palavras. Rouba toda farpa
de agressão em mim. Deixa-me em um piscar de olhos, e estou
novamente frágil, fraca e com medo. O nó na minha garganta
ameaça me sufocar e se transformar em choro, então faço apenas o
que sei.
Eu o beijo. Não como uma submissa em treinamento, não
como uma mulher que esta para ser vendida a um idiota sádico que
quer espancá-la por diversão, nem mesmo como uma mulher que
procura um porto em uma tempestade. Assim como eu.

Eu o beijo gentilmente, apenas pressionando meus lábios


contra os dele. Um momento oscilante que sela minha ruina, não
nas mãos dos atormentadores, mas nas mãos das minhas próprias
emoções. As emoções que me roubam nos lugares mais malditos.
Ele prende a respiração, e seguro a minha, equilibrada implacável
por longos momentos até puxar para longe.

"Obrigada", digo, mas não é mais que um susurro.


E é isso.

A linha que continha as minhas frágeis emoções no lugar é


cortada no momento que sua boca decidi que quer mais e procura a
minha. Seu beijo não é gentil, ou agitado. É duro, pesado e bonito.
O tipo de beijo que derruba as pernas, que brilha em sua memória
para sempre.
É esse tipo de beijo.
E não é o suficiente.
Ele solta meus pulsos, e meus braços encontram uma casa
ao redor de seu pescoço. Eu o seguro apertado, como se nunca
quisesse que vá embora, porque não quero. Realmente não quero.
Mesmo naquele lindo momento posso sentir as lágrimas caírem, e o
fato de que é tão inconstante que se torna mais que perfeito. Uma
flor só floresce de manhã para murchar na luz solar e morrer antes
do meio dia.
Estou morrendo?
Não estou segura e nem me importa mais.

Seus dedos escorregam entre minhas pernas, e é tão bom.


Cada toque está no ritmo perfeito, no lugar perfeito no momento
certo, conhecendo melhor meu corpo do que eu. Não há palavras,
nenhum disfarce de treinamento ou submissão, nenhuma pretensão
de qualquer coisa além de duas pessoas em um momento
compartilhado.
Me sinto como uma mulher novamente, e é o maior presente
que ele poderia ter me dado.

Seu beijo está em sincronia com todo o seu corpo, sua língua
se movendo em perfeita harmonia com os movimentos em torno do
meu clitóris, e é divino. Isso me desfaz e me envolvo de novo, meus
estilhaços quebrados juntam-se debaixo do peso dele.
Ele brinca com o meu corpo, faz-me sentir tão bem,
desesperada por mais do que me dava, e ele responde me dando
mais. Seu polegar toca meu clitóris e me faz estremecer, me
persuadindo para o orgasmo enquanto os dedos do meu pé enrolam
e meu coração vacila. Cada vez mais perto até que estou uma piscina
de desejo, e a promessa de libertação se prolonga no horizonte.
Não demora muito para gozar.
Seus dedos me derrubam sobre a borda, e choro lágrimas
macias pelo meu clímax, sua boca ainda aperta a minha, tão forte.
Nem sequer voltei quando ele empurra seus quadris contra os meus,
empurrando-se todo o caminho dentro de mim, duro e profundo,
tanto que grito contra seus lábios, mas estou sorrindo.
O tranquilo e controlado Robert deu lugar a este novo
Robert, o Robert que me toma como se eu fosse mais do que este
lugar, muito mais do que este lugar, tudo o que sonhei. É o homem
que esperava em cada homem que tomei dentro de mim. O homem
que esperava em cada homem que havia perguntado o meu nome.
É aquele homem que pode significar tudo.

E naquele momento ele é meu.


Envolvo minhas pernas em volta da sua cintura e puxo
mais fundo, desejando mais, sempre mais. Seus impulsos são
poderosos e crus, sua testa úmida enquanto pressiona na minha,
sua respiração desesperada quando pousa na minha boca aberta.
Nós mudamos - de alguma forma nós mudamos. Um
movimento fluido que rola seu corpo do meu e me puxa com ele, e
estou no topo, sentada pesadamente em todo o seu comprimento,
suas mãos nos meus quadris, segurando-me apertado enquanto ele
sobe e eu desço e é incrível.
Pego suas mãos e coloco na cama, usando-as como
alavancagem enquanto circulo meus quadris para moer, e ele não
luta contra mim. Seus olhos fixos em mim, e estão vazios de
frustração, mostrando apenas luxúria e necessidade e algo
completamente diferente.
Algo que toma a minha respiração.
Ele se levanta, seus dedos apertam os meus, e nos sentamos
envolvidos, olhos nos olhos, balançando lentamente, malditamente
lento. Nós compartilhamos uma respiração. Nós compartilhamos o
batimento thump thump thump de seu coração contra o meu. Nós
compartilhamos controle.

E, em seguida, compartilhamos um orgasmo.

Desta vez é lento e gracioso, arrastando como uma onda, mais


e mais alto até que bate e cai. Possoa sentir o meu cabelo pegajoso
fazendo cócegas nas minhas costas, a tensão de suas coxas sob o
meu traseiro, a sua respiração tensa em sua garganta.

Posso sentir minha própria vida nas minhas veias, ouvir o


sangue correr em meus ouvidos, cheirar o meu próprio instinto de
sobrevivência no ar entre nós. Quero sobreviver. Quero mais do que
qualquer coisa.

Quero sobreviver por ele. Com ele. Mesmo sabendo que é


louco, e ridículo, e impossível, quero sobreviver com ele.

Seus lábios encontram os meus e ele geme contra minha boca,


cheio de calor. Seus dedos agarram os meus, forte, e balanço em seu
colo, balanço para a perfeita fusão de pessoas nas mais horríveis
circunstâncias.

Ele goza lindamente, tenso e perfeito, com um solitário


gutural grunhido que diz mais do que palavras jamais poderiam. E,
em seguida, me segura, minha bochecha úmida pressionada em seu
ombro, suas mãos em meu cabelo. Respiro, e sorrio, e choro,
também, as endorfinas correndo por todo caminho.

Não falo. Não tenho palavras. Mas ele tem.

Soa como um estalo de um relâmpago na sala quieta.

"Não há noiva," ele diz.


Capítulo dois

Robert

"Não há noiva," digo enquanto ela está sentada no meu colo.


Seus olhos não mostram nenhuma de surpresa, nenhuma
pressa com perguntas para verificar se estou dizendo a verdade. Ela
assenti, simplesmente, e respira profundamente.
"Então o que acontece agora?"
E assim sua alma toca a minha, no aperto de nosso abraço,
então a minha também toca a dela. Acho que tenho a resposta para
essa pergunta o tempo todo, assim como ela sabe, que no fundo,
não há outra mulher para mim.
Eu nunca iria embora e deixaria Amy ao seu destino nas
mãos da minha sádica família, e ela sabe disso, tão bem quanto eu,
nas tranquilas profundezas do que não falamos, longe da mente
consciente e de toda a conversa. Há uma calma no ar entre nós, uma
quietude, enquanto seu fôlego invadi meus lábios e pondero o
inevitável, formulando o plano que devia ter feito dias antes, se não
estivesse lutando contra meus próprios instintos.
"Eles vão te enviar em breve," digo. "Meu pai irá ouvir de
Albert que seu treinamento foi bem sucedido. Não temos muito
tempo, Amy."
Ela desliza do meu colo e reclina ao meu lado. Assisto seu
peito cair quando expira profundamente, e seus olhos se fecham,
relaxando os músculos. "Estou cansada. Muito cansada de lutar."
"Não vai lutar," digo. Levanto e começo a me vestir,
preparando-me para a ação que sempre soube que viria. Aliso minha
camisa, ajusto o meu colarinho no espelho enquanto os olhos de
Amy se refletem nos meus.
"Deve ter um plano. Sempre tem um plano."
Concordo. "Se parece com um. Apenas uma ideia, um gesto,
mas é um começo."
"Vai ver o teu pai? Antes que ele venha aqui?"
"Sim."

Seus olhos brilham de medo naquele momento, em desacordo


com a sua postura relaxada.
"E se ... e se eles não te deixarem ..."
"Eu quero que corra," digo, cortando sua linha de
pensamento. Viro para encará-la.
"Correr? Quer dizer escapar? Está falando sério?" Ela dá
uma risada nervosa.
"Sim, Amy, estou falando a sério. Escuta com cuidado. Se
eu não voltar dentro de uma hora, quero que saia daqui até a
margem do prédio a sua direita. O terreno torna-se mais selvagem,
mais coberto de vegetação. Existem umas antigas estufas lá atrás;
Albert costuma cuidar delas. Encontrará um portão na parede mais
distante. Estará fechado, mas algumas das velhas ferramentas de
Albert ainda devem estar lá. Quebra a fechadura, seja lá o que for
preciso. Há uma pista do outro lado, e campos além disso. Vá direto
para as árvores, e continua andando, rápido, não olha para trás,
não pare. É uma descida acentuada, no fundo estão algumas
propriedades, se esconda até o amanhecer, se precisar." Paro. "Eles
virão atrás de você . Serão rápidos."
Ela concorda. "Estou me cagando. Sabe disso, não é? "
Olho para o meu relógio. "É adrenalina, Amy. Use isso para
ajudá-la a manter sua esperteza."
"Mais fácil falar do que fazer."
"E vai fazer isso. Escuta, Amy, vou manter meu pai falando,
independente do resultado. Uma hora depois, atravesso a porta da
frente, se não voltar, então, sem hesitar, deve fugir. Diga-me que
fará isso."
"E você? Como posso fugir sem você? "

Sento ao seu lado, pego sua mão na minha. "Eu vou te


encontrar, Amy."
Seus dedos apertam fortemente, um sorriso gentil de
gratidão em seus lábios. "Bem. Vou correr. Obrigado, Robert. Fique
seguro. Eles são ... eles podem..."
"Eu sei exatamente quem eles são," digo "Cresci com eles.
Não se preocupe comigo, Amy, estaremos livres dessa, de uma forma
ou de outra, confia nisso. Uma hora, sim? "
"Uma hora." Ela suspira. "Vou estar pronta."
"Vai sair deste lugar. Espero que esteja ao meu lado, mas de
qualquer forma vai sair deste lugar."
Ela se levantou da cama, descansa sua cabeça contra o meu
ombro e sua mão na minha cintura. "Não sei o que dizer ... Sinto
que deveria ...que devemos ... dizer algo ..."
Balanço minha cabeça. "Guarde isso," digo. "Não há
declarações. Guardaremos isso para mais tarde."

Beijo sua testa e levanto. "Sem adeus," acrescento. "Fique


pronta para sair."
Ela concorda, e pego o paletó e coloco. Passo através da sala-
de-estar e arrasto a minha pequena mala. Amy aparece na entrada
do quarto enquanto puxo uma camisa e uma paletó sobressalente.
Eles a anulariam, mas é necessário. Olho para os seus pés
descalços, e ela muda de posição sob meu escrutínio. Não tenho
nada que lhe sirva, nada além dos sapatos que já estão nos meus
pés.
As chances de que ela escape rapidamente com os pés
descalços para evitar os esforços de sua recaptura estão altamente
contra ela, mas não digo uma palavra, acabo simplesmente
fechando a minha mala e coloco as roupas no sofá.
Jogo as chaves para ela. "Feche a porta atrás de mim."
Não olhei para trás.

* * *

Amy

Meu coração bate com o som da porta se fechando, e Robert


vai embora. Viro a chave na fechadura e o vejo sair, os ombros
orgulhosos enquanto caminha pelo caminho em direção à casa
principal. Minha boca está seca, os nervos disparando ao perceber
que isso é. O clímax inevitável.
Espero que ele sobreviva, que seja suficientemente
inteligente, bastante astuto, tenha conhecimento suficiente de sua
maldita família para atravessar o oceano de merda que estamos nos
afogando. E, se não, correrei, assim como ele falou. Correrei e nunca
olharei para trás, e espero, rezo, para ser suficientemente rápida.
Duvido disso, mas uma explosão de liberdade nos meus pés
vale muito mais do que uma vida de joelhos. Que vida desprezível
terei deixado.
Pego nas roupas que Robert deixou para mim. Elas são
largas, muito grandes para mim enquanto enfio meus braços através
das mangas muito longas, mas nada disso importa. É bom vestir-
me novamente. Olho pelos armários por qualquer coisa que se
assemelhe a uns sapatos, mas não encontro nada. Se chegar a isso,
rasgarei os lençóis da cama. Enrolarei meus pés em tecido para, pelo
menos, ter alguma proteção contra o mato enquanto corro.
Espero não chegar a isso.
Sento em silêncio por longos minutos que leva toda a vida,
roendo as pontas das unhas que já roí em carne viva. Meu coração
está batendo, como um tambor em constante agitação enquanto
minha mente luta contra o desejo de entrar em pânico e correr antes
do planejado. Mas não. Não posso. Não farei.
Esperarei por ele.
Ele ainda é minha melhor opção.

E quando ele não estiver? Quando ele não voltar para mim?
Eu correrei? Sem olhar para trás? Sem procurá-lo?
Sei a resposta, sem hesitação, e volto ao quarto para rasgar
o lençol da cama em tiras, quando ouço o rangido da maçaneta da
porta na entrada da frente.
Ele está de volta. Graças a Deus ele está de volta. Graças a
Deus.
Volto através da sala de estar, cheia de alívio e sorrisos. Ele
foi mais rápido do que eu esperava, muito mais rápido. Penso que
ele estava certo, que conhecia sua família, afinal de contas, sabia o
que dizer, sabia o que fazer.
Corro para a entrada principal, sorrindo, meus dedos
alcançando a chave para deixá-lo entrar.
Mas a sombra além do vidro fosco é toda errada.
É muito grande, muito volumosa. Muito sinistra.
Meu sangue fica frio. Malditamente gelado.

Alistair

Tropeço para trás quando os estilhaços da madeira soam.


Fujo para o outro lado do piso, quando a porta cede em uma
cacofonia de madeira e vidro quebrado.
Passos pesados, esmagam os fragmentos quebrados. Uma
risada que conheço tão bem.
Olho pelo lugar, mas as janelas estão trancadas e seguras,
nenhuma outra saída que pode me tirar de suas garras. Um ruído
horrível aloja na minha garganta. Um gemido patético que implora
para escapar, mas não permito isso. Nunca permitiria isso.
"Bem, bem, pequeno brinquedo," ele zomba. Seus olhos
vagam por mim, pegando as roupas de Robert, as tiras de tecido
todas prontas para envolver meus pés.
Seus olhos estão famintos, rancorosos. Perigoso. "Vai para
algum lugar, cadela?"
Ele esfrega as mãos e dá um passo em minha direção, e me
levanto.
"Nós estamos saindo," digo, minha voz tremendo. "Robert e
eu. Estamos partindo. Ele está combinando os detalhes com seu pai.
Devia lhe perguntar ... ele vai te contar…"
Ele ri aquela risada horrível novamente. "Boa tentativa. Não
há como meu pai o deixar te ter. Não há uma coisa que Robert possa
fazer para convencê-lo de outra forma." Ele sorri. "O que significa
que é só você e eu agora, minha pequena cadela suja." Ele para,
seus olhos brilhando, e isso me faz tremer. Ele tira um chicote do
bolso do casaco, desenrola como uma cobra e estala no ar. Isto me
faz estremecer e ele ri com mais força. "Ah, sim," grita. "Oh,porra
sim. Vamos ver o quão bem Robert treinou nossa pequena escrava
de buceta, não é?"
Ele envolve o couro do chicote em torno de sua mão, seus
olhos cintilam com escuridão.
"Eu vou te machucar," diz, "sem porra de dúvida te
machucar," e então geme, apalpa o pau pelas calças até que posso
ver sua protuberância.
"Porra," diz. "É malditamente linda quando está machucada.
Tão malditamente linda."
Ele dá outro passo em frente e me movo e corro, fujindo do
som de seu riso e o chicote estala no ar atrás de mim.
"A perseguição apenas torna mais doce," ele diz. "Vou
malditamente disfrutar isso."
Capítulo três

Robert

Sou um homem no meio de um humor turvo enquanto


atravesso aqueles mesmos velhos corredores para a biblioteca do
velho. A casa tem a mesma opulência que tinha quando era um
menino, mas ficou aborrecida - decadente de alguma forma - como
se a maldade das almas que habitam esse lugar penetrou o edifício
e o infectou além de reparo. É um lugar sujo, um lugar sórdido -
repleto de segredos, mentiras e negócios duvidos. Enoja-me.
A mesma loira submissa está posicionado na entrada da
biblioteca, a pálida promessa de seus mamilos mantidos em exibição
permanente através de uma escassa renda. Ela também me
desgosta, a pobre alma. O nervo na minha mandíbula se contrai e
aceno com a cabeça em direção a sala além dela sem dizer uma
palavra. Ela apressa-se para a ação, seus olhos vazios ficam
animados por um momento, seu lábio preso entre os dentes
enquanto ela bate na porta da biblioteca para alertar o velho da
minha presença.
Não espero por um convite.
Afasto e faço a minha entrada, estourando no ar rançoso,
cheio de fumaça com os olhos já fixos no local, que sei que o
encontraria. Mas o homem sentado na velha mesa não se parecia
nada com meu pai. Além do brilho sádico nos olhos do velho
bastardo, não resta nada do homem que me aterrorizava quando
menino. A largura dos seus ombros encolheu para nada, um frágil
e empoeirado corpo já destinado à terra fria. Ele está encurvado, as
mãos tremiam enquanto alcançava a sua caixa de charutos, nada
mais do que um hábito. Sua respiração crepita e sibila no peito,
audível através do espaço entre nós. Uma coleção de frascos de
comprimidos pousam na secretária ao acaso e muitos vazios, e há
um tanque oxigênio no chão ao seu lado. Posso ver o tubo correndo
sob suas narinas alargadas, uma roleta da morte por fogo quando
combinada com a chama nua do isqueiro em seus dedos. Não me
importo nada com isso. Não me importo com a sua morte. Há apenas
um alívio estranho e torcido ao pensar na vida deixando seus olhos
perversos para sempre.
Nós nos encaramos, e ele não mostra surpresa na minha
aparição. Ele acende seu charuto e sopra, então com um terrível
chiado vomita bile numa tigela ao seu lado. Fico feliz por não poder
ver seu conteúdo.
"Estava a sua espera," ele diz.
Dou um passo à frente. "Estou aqui para conversar."

Ele assentiu. "Você completou sua tarefa, Robert. Claro,


esperava isso. Sempre foi uma criança tão talentosa. Sempre um
passo a frente do seu irmão. Muitos passos a frente." Ele sorri um
sorriso amargo, mas há um flash de orgulho nos seus olhos que vira
meu estômago. "Sempre foi a melhor criança, Robert. Mais esperto,
mais rápido, mais valente. Mais sábio. Teu irmão carece em todos
os sentidos, e ele sempre fez." Olha diretamente para mim. "Devia
ser você na cabeça do nosso negócio de família, meu filho. Sempre
deveria ser você."

"Nunca serei eu," digo a ele, e minhas palavras saem como


veneno que dou um passo atrás, com medo de estrangular o
bastardo enquanto está sentado imóvel.
Ele acena de lado para meu comentário com uma contração
de sua mão óssea. "Seu contrato naval está seguro. Vou manter
minha palavra."
"O contrato naval não significa nada para mim, nem sua
palavra."

Ele ergue as sobrancelhas, e seus olhos brilham. "Então por


que está aqui?"
"A garota," digo. "Eu quero a garota. Pagarei, o que o árabe
está oferecendo por ela, duplico." Pego a minha carteira e papéis de
dentro do meu casaco, para demonstrar minha sinceridade, mas o
som de sua risada enche o ar entre nós. Soa grosso e metálico, um
gorgolejo na garganta do bastardo do mal.
"Diga-me, Robert," ele consegue dizer. "O que é tão especial
sobre essa garota?"
Não respondo. Não tenho nada a dizer sobre Amy, nada
sobre ela que desejo manchar em voz alta nesta sala.

Ele encolhe os ombros. "Tantos homens a querem, esse


brinquedo, e ainda assim me escapa, o elixir mágico que usa para
segurar a todos reféns. Me pergunto se ela mantém esse elixir em
sua pequena buceta." A diversão em sua feição fez meu interior
agitar. "Talvez eu também deva provar as mercadorias?"
Sua boca se abre em um sorriso vil. "Rapaz, você a seguraria
para mim?"
Ri e sinto a raiva aumentar. Arrancar o seu tubo de oxigênio
e estrangula-lo oh, seria tão fácil agora. "Bem? Não consigo uma
ereção nestes dias, é claro, mas ainda sou habilidoso com meus
punhos. Vamos buscá-la, sim? Ter alguma diversão?"
Respiro firme e o fixo com um olhar penetrante. "Não.
Nunca. Vou pagar o que você quiser. Como disse, vou dobrar o
preço."
Ele sacode a cabeça e limpa a saliva do queixo. "A cadela
não está à venda, Robert, você deveria saber disso. É um mau
negócio, renunciar ao acordo de cavalheiros. A prostituta não é
minha para vender, ela está aqui apenas para... retreinamento. "
"Não há nada cavalheiresco sobre esse acordo," sibilo. "Nada
cavalheiresco sobre qualquer acordo que aconteça neste lugar."
Meus olhos o queimam. "E certamente não há cavalheirismo em
você."
"Pelo contrário," ele ri. "Eu acho que vai descobrir que os
acontecimentos neste lugar são os mesmos acordos que ocorrem
entre os cavalheiros em toda a história. Os fortes sempre trocarão
aqueles mais fracos, os mais frágeis, aquelas mercadorias dignas de
um preço. A escravidão é tão antiga quanto a própria civilização,meu
filho, nossa versão agora é muito mais ... exclusiva."
"Escravidão," digo. "Pelo menos você finalmente admite
isso."
Ele levanta as mãos trêmulas. "Estou tendo minhas
últimas respirações, Robert, lá não há fumaça e espelhos para eu
defender."

"Então, que diferença faz para você se levo ou não a garota


comigo?" Deixo meus olhos suplicarem-lhe, mesmo que isso me
enoje. "Que diferença faz se o árabe perder a sua mercadoria e
receber um reembolso saudável no seu lugar?"
"O negócio continuará muito depois de eu estar morto," ele
diz "Etiqueta ruim é uma etiqueta ruim, uma mancha na reputação
familiar me perseguirá no meu túmulo, trará vergonha na linha da
família antes de mim."
"Vergonha?" zombo. "Você vende mulheres para a
escravidão, através do sequestro e brutalidade, e tem a coragem de
falar em vergonha da família. Você me desgosta ."
"Pode manter o seu desgosto, Robert." Seus olhos ficam
frios. "Poderia ter tudo, poderia ter feito qualquer coisa, e na
primeira oportunidade fugiu como um pequeno pirralho petulante.
Correndo atrás de um idealismo mal informado." Ele dá uma
baforada no charuto e vomita novamente. "Diga-me, garoto,
encontrou o que estava procurando nesse mundo grande e aberto lá
fora? Encontrou a humanidade perfeita e desinteressada que estava
procurando fora destas paredes?" Ele ri. "Sem casamento, sem
filhos, sem morada fixa por algum tempo, não que eu possa dizer, e
acredite em mim, estive te observando. Estas foram as únicas raízes
já teve, a única família que já teve."
"Me arruinou para uma vida normal," cuspo. "Este lugar me
arruinou. Ele me devora nas noites escuras,esta imundície em que
cresci."
"Eu posso ter te arruinado para uma vida normal," ele
zomba. "Mas ensinei como ganhar dinheiro, como comandar, como
liderar. Presentes pelos quais muitos homens matariam. Presentes
por quem homens de todo o mundo matam."
"Apenas me dê a garota," digo. "Isso é tudo que quero. Só
estou aqui pela garota. Senão já teria ido embora."
O velho bastardo suspira e meu coração gela. É um suspiro
de alguém derrotado, alguém sem nada para lutar. É o suspiro de
alguém que não tem nada para dar.
"Não posso te dar a garota, Robert. Eu já recusei ao teu irmão
o mesmo pedido."
Meu sangue congela. "Alistair ?! Alistair quer Amy?"
"Não é o único com uma fixação com aquela cadela," ele diz.
"Primeiro o árabe, então o teu irmão, até o velho Albert, implorou-
me para deixá-la livre. Realmente não compreendo a atração. Como
disse, ela deve ter o elixir da própria vida em sua pequena buceta."
Ele ri de novo. "Não posso te dar a cadela, garoto. Não quando neguei
a teu irmão o mesmo."
"Mas Alistair não é nada mais do que um maldito sádico
barato!" Grito. "Ele é apenas um garoto amargo atrás de um novo
brinquedo que nunca apreciará."
"Mesmo assim," ele encolhe os ombros. "Alistair a quer. O
estúpido idiota até falou em casamento. Você pode acreditar na
estupidez?" Ele ri e balbucia para si mesmo. "Ele falou de
patrocionar nossa linha familiar com essa estúpida cadela, usando-
a para conceber suas crias como uma égua de criação premiada."
O pensamento me irrita, e minha mandíbula se contrai.
Meus punhos apertam. "Vou levar a garota ", digo. "Então, Deus,
me ajude, vou levar a garota, com ou sem a sua permissão."
"Não seja um tolo, rapaz."
"Quero dizer todas as palavras," digo. "Vou levar a garota, e
vou embora. Também posso pagar lhe a compensação do dinheiro
do Árabe, ou posso levá-la e me lixar com o seu quinhão, mas vou
sair hoje e vou levá-la comigo."
"O que te faz pensar por um segundo, que te deixaria sair com
aquela cadela?"
Dirijo-me para ele, passos longos e ameaçadores que me
posicionam diretamente a sua frente, onde alcanço sua mesa e puxo
os fios do seu alarme de pânico antes que ele possa acionar o botão.
"Porque você é velho, porque está morrendo, porque nada disto
significará algo para onde está indo, talvez um pedaço de bondade
quando enfrentar a sua própria alma perversa no inferno."
"O inferno não significa nada," ele critica. "O céu não significa
nada. Dinheiro e sucesso, foram os dons que me foram concedidos,
e passei pelo caminho dos meus antepassados de consciência limpa,
rapaz. O caminho que deveria ter seguido atrás de mim."
"Vai apodrecer no inferno," sibilo. "E ficarei feliz com isso."
"Nós não somos tão diferentes, Robert." Seus olhos são
buracos negros, sem alma e cheios de despeito. "Acha que é superior
a este lugar porque não se dedica a traficar mulheres. Diga-me, as
pessoas no fundo do seu império, as pessoas que tornam possível o
seu negócio, as pessoas que trabalham para restos das mãos de seus
mestres para enviar os lucros dos negócios para o topo da árvore em
seus dedos gananciosos, o que os torna mais exploráveis do que as
mulheres que vendemos a nossos clientes?"
"Isto é totalmente diferente", grito. "Eu faço bons negócios!
Negócios justos! "

"Faz grandes negócios. Negócios corrompidos, exatamente o


mesmo que eu. Exceto que nossas mulheres são vendidas nas
condições mais luxuosas, por um preço que as torna recursos
valiosos. Em geral, receberão mais riquezas e adornos na vida do
que aquelas pobres almas bastardas que trabalham no fundo da
hierarquia de sua empresa. "É um hipócrita tolo, Robert. Nada
mais."
O pensamento me enoja. A perspectiva de que o astuto
bastardo possa fazer sentido me enche de repulsa.
"Eu vou levar a garota," digo. "E vou deixa-la livre."
"É um tolo," diz. "Poderia ser grande."
"Estou feliz em te decepcionar." Pego o telefone da mesa,
puxo para fora da fiação. Procuro sob sua papelada até encontrar o
seu celular. Arranco a bateria e coloco no bolso. "Vou embora agora.
Não tente me parar. Desativei o alarme de pânico e não há como
poder contactar alguém fora daqui. Apenas deixe-me sair e não
haverá problemas."
Afasto-me, de volta à saída, mas a voz pastosa do meu pai me
segue, e isso parece doloroso.
"Ele vai te matar," ele diz. "Ele vai te matar em vez de te dar
essa cadela."
Viro. "Ele pode tentar."
O velho sacode a cabeça, e há medo em seus olhos, medo que
nunca vi.
"Ele vai te matar, Robert, não o conhece, não conhece o
cachorro torcido que ele se tornou!"
"Vou correr o risco," grito, e o velho tenta se levantar. Ele se
levanta em pernas raquíticas, tropeçando na mesa quando se
recusam a suportá-lo.
"Robert ..." ele sibila. "Não seja um tolo ... você não ... o
conhece ..."
O desgosto e a surpresa derrubam meus sentidos. O velho
acena, e está assustado, assustado por mim. Assustado pelo filho
que o desapontou, abandonou e deixou uma vida que ele me
prometeu, uma vida que nunca quis. Simultaneamente me choca e
me entristece ao ver um fragmento de humanidade naquele velho
corpo murcho.
"Robert ... ele vai te matar ... ele é ... ele é ..."
"Torcido, mau e amargo como você," digo.
"Ele ... ele ..." Seus olhos brilham em pânico enquanto suas
pernas cedem, suas mãos tentam alcançar os seus medicamentos
quando cai no chão. "Meus comprimidos..."sibila. "Robert ... meus
comprimidos ..."
Fecho a distância entre nós e olho para o velho amaldiçoado e
seu murcho corpo. Minha mão está buscando sua medicação sem
hesitação, guiada por instinto, até que cheiro o fedor dele. O mesmo
cheiro esfumado de brutalidade que conheci toda a minha vida.
Sou um menino novamente.
E odeio o homem a minha frente, assim como sempre o odiei.
E sei que se ele tivesse alguma respiração em seu corpo, nunca
me deixaria sair, nunca deixaria Amy partir. Se ele fosse um homem
saudável, já a teria usado para si mesmo, como Alistair a usou. Eu
sei, assim como sempre soube, que uma serpente como meu pai não
é confiável e nunca deve ser subestimada.

Meus dedos agarram o frasco dos comprimidos e ele


concorda com a cabeça, mas aperto meu maxilar.
"Tchau, velho," digo, e jogo a garrafa na sala.
Ele resmunga, balbucia e agarra seu peito, seus olhos
arregalados de medo.
"Robert ..."

Mas não digo outra palavra.


Observo por algum tempo da porta, uma estranha sensação de
desapego quando o vil velho bastardo vomita e sufoca em suas
respirações finais. Seu corpo sacode e os membros trêmulos e
frágeis batem no chão por um momento antes de um último suspiro
de ar deixar seus pulmões.
E então vou para Amy.
Capítulo quatro

Amy

O meu caminho através do quarto não leva a lugar algum,


apenas a um canto, e me amaldiçoo por este desvio tão estúpido. Ele
aparece na entrada, sua mão ainda agarrada a virilha de suas
calças, os olhos crueis brilhantes de prazer. Cada nervo em mim
está no limite enquanto contemplo minhas opções com a respiração
superficial. O vil cretino é superior de todas as formas; ele é grande,
forte e me encurralou.
A luta não funcionaria, de jeito nenhum, e embora nas noites
escuras antes de Robert, quase aceitei meu destino, me
disponibilizando apenas para a punição infligida antes deles me
levarem, agora há uma nova vida bombeando em mim. O desejo de
viver. O desejo de esperar.

O desejo de ver outro dia com o homem que me tirou da


escuridão.
Adrenalina assume, e meu cérebro liga. A única vantagem
que tenho; astúcia. Alistair é brutal e cruel, mas não inteligente, não
de verdade. Eu posso ser mais esperta que ele, superá-lo. Eu tenho
que ser mais esperta que ele.
Preciso de tempo suficiente para dar uma chance a Robert,
para me dar uma chance. Preciso de tempo ...
"Não parece muito feliz em me ver, cadela. Que vergonha. Eu
estava a espera de uma maldita reunião feliz."
Tempo…
Fico quieta. Luto para controlar a minha respiração
frenética, com as minhas costas pressionadas na parede do canto.
"Estava ansioso por isso," ele disse. "Não tem uma maldita
idéia de como tenho esperado por isto. Se alguma coisa me fez
suportar a presença do imbecil do meu irmão foi isto." Ele ri. "Pelo
menos,no final, o estúpido idiota teve algum uso para mim."
Não faço um som, nem um único som.
"Está estranhamente silenciosa para uma boca barulhenta
como a sua, Amy. Talvez meu irmão tenha realmente um talento
para treinar submissas. Tenho que admitir, que fiquei surpreso ao
ouvir que sua pequena porcaria de uma semana estava dando
frutos." Ele dá um passo à frente, passa o chicote pela palma da
mão. "Ainda assim, ele não pode ser assim tão bom, não, se ainda
está fugindo. Cadela, deveria estar de joelhos, com essa boca suja
bem aberta."
E sei. Tenho isto.
Minha única chance.

Me obrigo a falar, forço uma voz frágil na minha garganta


seca.
As palavras parecem como fel.
"Sinto muito. Você... Você me pegou de surpresa." Belisco
minhas palmas nas minhas unhas. " ."
Senhor. Até a própria palavra me enoja .
Ele ergue uma sobrancelha, mas não avança mais, e tenho
que agir, tenho que obedecer.
Dou um passo na sua direção, ofereço as minhas palmas,
sendo cuidadosa, muito cuidadosa, meu olhos focados em seus pés.
"Estava nervosa ... esperava Sir Robert ou novo meu Mestre. Temi
você. Temi suas intenções. Me perdoe."
"Deve fodidamente me temer," ele diz e pulo quando estala
o chicote.
"Sim senhor. Desculpe senhor. Sir Robert me preparou para
minha nova vida," continuo, ignorando a ameaça em sua voz. "Estou
pronta e disposta, senhor. Pronta para o serviço."
Ele ri e eu o vejo apalpar o seu maldito pau grande
novamente.
"Sua nova vida?"
Concordo. "Cometi um erro terrível com meu mestre
anterior. Aprendi as lições que foram instruídas . Estou ansiosa para
servi-lo de novo, ser ...boa para ele."
Estremeço enquanto Alistair avança, fecho meus olhos
quando o tamanho familiar dele se aproxima. Firme. É tão difícil
ficar estável, apenas uma vontade de ferro por baixo do meu medo,
a alegre confiança de que Robert está chegando, que ele encontrará
seu caminho de volta para mim, que Alistair está muito envolvido
com o negócio da família para arriscar a estragar a mercadoria para
o seu doentio cliente.
Tanto para confiar, tantas coisas amontoadas contra a
possibilidade de viver fora deste maldito lugar.
Dedos rechuchudos pressionam sob meu queixo, como os
charutos gordinhos que seu pai fuma, sua vil respiração quente no
meu rosto. Meu estômago embrulha. Familiar novamente. Seus
dedos, sua respiração, seu cheiro ... seu pênis ... todo ele tão
familiar. Doença e medo. Doença e repulsão. Doença e ... algo
qualquer ... algo tão fodido que nem me atrevo a reconhecer ...
A danificada vadia hedonista e suja que estava no bar em
que ele me pegou, estava em sua cama até que soube que era uma
prisioneira ... exceto que não era isso. Não exatamente.
Tudo se precipita de volta -, aqueles primeiros dias,
escondida no inferno enquanto ele jogava comigo, brincava comigo,
doutrinava-me nos caminhos do companheirismo, até eu saber sem
dúvida que ele queria que fosse sua escrava, assim como escrava
de qualquer outro homem.
Nunca seria uma escrava, mas posso ser uma cadela. Oh
Deus, eu posso ser uma cadela. A sua cadela.
Antes de lutar com ele. Depois de lutar contra ele. Quando
ainda estava molhada por ele, molhada pela dor, molhada pela
humilhação, pelo louco pontapé de tudo.

Assim como estava molhada para Robert no nosso primeiro


dia no anexo. Assim como eu o quero então, apesar de ter me
desgostado. Isso me desgosta. Eu me desgosto.
O pulso entre minhas pernas me enoja, mesmo aqui,
mesmo agora, mesmo sabendo que darei minha última respiração
alegremente enquanto Alistair e seu nojento pai levarem a primeira
deles. Embora com medo, mesmo que definitivamente não queira
isto. Não devo querer isto. Ainda que queira Robert, mesmo que
Robert fosse amável, calmo e forte.
Minha pele arrepia-se, meus lábios se separam, respiro
como pedaços de vidro. Abro meus olhos e encontro os de Alistair,
que estão com raiva e cruéis, mas cheios de luxúria, tanta luxúria,
como sempre.
E assim acontece comigo. Este é um jogo que ele joga, um
jogo que nós jogamos. Um jogo perigoso, cruel e torcido que quase
certamente me levará a minha destruição, mas um jogo no entanto.
"Não há vida nova," ele diz, sua voz um sussurro grosso
contra meus lábios. "Só existe esta."
"Eu não ... entendo ..." Começo e ele ri.
"Não há um novo mestre." Sua boca se torce em um sorriso
cruel. "O pai disse não para mim, é claro, assim como ele vai recusar
a Robert no mesmo sentido. Disse que o cliente tem que manter a
sua compra, que é um bom negócio. Mas o velho estará morto em
uma semana, e isso, tudo isso, toda parte imunda disso será toda
minha. Não é um pensamento adorável?"
"Você quer dizer…"
Ele concorda. "Quero dizer, que já disse ao árabe que a
reeducação falhou. Que não está apta para a situação. Vou enviar-
lhe uma substituta, é claro, talvez a pequena garota loira que o pai
gosta de manter flutuando ao redor da biblioteca. Talvez ela o
satisfaça. Talvez possa me ajudar a escolher outra em teu lugar.
Que tal, Amy? Talvez nós possamos escolhê-la juntos? Talvez
possamos treiná-la juntos, se for uma boa cadela, que tal isso?"
Luto para manter minha fachada forte. Sinto as minhas
pernas fracas e tremendo, coração acelarado. "Então eu sou…"
"Minha," ele diz, e havia tanto orgulho nisso. "É minha.
Devia ter sido sempre minha. "
"Não ..." Respiro, e a palavra está fora antes que possa detê-
la.
"Sim," ele diz, e pego uma pequena sugestão de ternura.
"Sim, Amy, você é minha. Isso não é bonito?"
Oh Deus, Robert, por favor ... venha por mim ...
Sinto que algo quebra e rasga dentro de mim, e doe. Minha
decisão cai, e murcha a meus pés, estou ferida e vazia. Derrotada.

Ele sempre quis isso. Tinha isso em seus olhos nas noites
mais retorcidas, quando me espancou no chão, com um chicote na
mão e seu pênis na outra. Vi isso em seus olhos enquanto seus
dedos gordurosos do charuto enrolavam em minha garganta,
enquanto tomava o que queria e fazia doer.
"É tão linda," ele sibila. "Machuquei muitas mulheres no
meu tempo, Amy, acredite em mim. Mas nunca gostei de machucar
tanto quanto gosto de te machucar. "
Seus dedos apertam minha garganta, uma pressão
uniforme, apenas o suficiente para me ameaçar. "Eu adoro te ferir,
Amy. Nunca me cansarei de te machucar. Nunca me cansarei de te
quebrar ou te usar. Nunca me cansarei de ouvir você gritar meu
nome quando quebra para mim, nunca me cansarei de me forçar
dentro de sua carne ferida e de ter o meu prazer tão lento, tão
malditamente lento. Vou fazer lento, Amy, tão lento. Tudo tão lento."
Não posso olhar para ele. Fecho os olhos quando meu
interior cai em seu próprio abismo.
"Vou mostrar-lhe sofrimento como se nunca conheceu a dor
e, então, apenas quando desejar estar morta, vou fazer isso melhor
novamente. De novo e de novo. Até que o teu corpo aprenda que sou
Deus, que sou tudo! Até que seus nervos estejam tão cansados que
encontrará prazer nos toques mais brutais, até que anseie por tudo.

"Posso perceber que sorri." Mas já sabe disso, não é? Fomos


feitos um para o outro, você e eu. O teu corpo já canta a minha
melodia, mesmo que me odeie. Sempre, não é, bonita pequena
cadela? As belas coisas que fizemos ... antes de realmente me
conhecer ... pode lembrar-te daquelas belezas, Amy?"
Um flash de memórias, confusa pelas drogas e álcool ... a
bofetada de sua carne roliça contra a minha ... o fedor ... das partes
mais sujas dele ... minha risada enquanto ele me machucava ... os
gemidos da minha própria excitação enquanto ele me esticava e
brutalizava ... pedindo por mais ... incitando-o ... empurrando-o
para mais ... implorando ...
"Você lembra," ele diz, e meus olhos se abrem para os dele.
Aceno com a cabeça, e lá está a minha linha de vida. Um fio
de esperança que me traz de volta para a vida. "Eu lembro."
"Eu nunca vi tanta beleza como você na nossa primeira noite
juntos, Amy. Quando levou o castigo como o brinquedo de dor mais
perfeito e espalhou a tua pequena e doce buceta para mais. O brilho
em teus olhos quando esticava o teu pequeno buraco apertado bom
e agradável para mim. Consegue lembrar o que me pediu? O que
implorou para mim?"
Estou tremendo. Tudo em mim.

"Tudo ... Eu implorei por tudo ..."


"E o que lhe dei? Que porra de imundos presentes lhe dei,
Amy?"
Seus dedos apertam e minhas palavras saem ásperas.

"Tudo..." sussurro.
"Toda a sujeira, Amy. Preenchi todos os buracos com tudo,
toda parte fedorenta e suja de mim, e maldita você adorou."

Seu punho sujo, forçando seu caminho para dentro, sua boca
suja, o fluxo de água quente imunda em cima de mim ... dentro de
mim ...
"Pegou tudo e gozou para mim ...consegue se lembrar
disso? Quão bom sentiu gozando enquanto te fodia com meu
punho?"
Aceno com a cabeça, e uma lágrima cai. Uma lágrima por
Robert, pela beleza de tudo o que ele me mostrou, pela esperança
que me deu.
Alistair lambe na minha bochecha e geme. "É isso, cadela."
Ele sorri. "Eu malditamente adoro quando chora." Ele suspira. "Diz
que me quer, diz que é minha."
As palavras soam longe. "Eu sou sua."
"Novamente…"
"Eu sou sua, Alistair."
"Mais uma vez, e é senhor para você. Fodido, senhor!", Ele
cospe.
"Eu sou sua, senhor."
"Mãos atrás das tuas costas," ele diz. Faço o que me
falaram. Por uma vez. Por que isso é inteligente. Porque é a única
coisa inteligente a fazer.

"Agora diga novamente."


"Eu sou sua, senhor."
"E quer isto?"
"Eu quero isto, senhor. Tudo isto."
Suas mãos se movem na minha garganta, lentamente. Elas
descem pelo meu corpo como vermes gordurosos, até que fecham
em meus peitos. Já sei o que está por vir. O meu próprio corpo me
surpreende mais do que Alistair alguma vez fez. Minhas costas
arqueiam instintivamente, meus pulmões sugam ar antes do
inevitável. Alistair sorri.

"Essa é minha bela cadela, Amy. Sabia que era feita para ser
minha."
A dor é nítida quando ele belisca e torce, com os dedos
gordos tão ásperos, apertando a carne macia. Agarro as minhas
mãos juntas nas minhas costas, fecho meus olhos e exalo
lentamente. Eu me machuco, apenas nesse primeiro assalto, linhas
roxas de dor em meus peitos que ele admira com olhos brilhantes e
desagradáveis.
"Pode chorar, Amy," ele grunhi. "Mostre-me como isso dói."
Ele rola meus mamilos entre o polegar e o indicador antes
de comprimir e meus nervos disparam. Apertão e torção, o suficiente
para queimar. Solto um gemido.
"Sim," ele sibila. "Mostre-me a sua dor." Uma rápida olhada
atrás dele, para a porta aberta, o irrita. Ele agarra meu rosto nas
suas mãos e grunhi e cospe.
"Não procure por ele. Ele não vem para você. Ele nunca
veio."
Frustração. Volto para trás. Recuo rápido.
"Desculpe, senhor ... estava apenas ..."
"Pequena cadela gananciosa?" Ele lambe o meu rosto com
a língua gorda e molhada, torcendo para a minha boca. Viscosa.
"Quer os dois irmãos ao mesmo tempo, é isso? Um não é o suficiente
para sua buceta com fome?"

Ele coloca uma mão entre minhas pernas, rasga o tecido até
que cai no chão. Seus dedos se contorcem em torno do meu clitóris,
depois empurra para dentro, três deles curvados, impulsionando.
Posso ouvir minha própria umidade e isso me enoja. "Senti falta da
tua boceta linda, Amy."
Engasgo quando ele empurra mais e seus dedos gordos me
esticam.
"Você não precisa de dois, Amy, só de mim. Se soubesse o
que planejei para você... se malditamente soubesse ... "
Não me atrevo a perguntar. Não é possível reunir uma única
palavra. Acontece que não preciso, ele está feliz o suficiente para
soltar a sua vil boca de merda de qualquer maneira.
"Eu vou te machucar e usar e encher da minha rica
semente, Amy. Vou te encher e tornar você grávida com minhas
malditas crianças. Vou procriar contigo até que os teus lindos
peitos, estejam caídos e secos e a tua buceta seja um grande buraco,
e os meus filhos aprenderão como ser homens desta família
observando sua mãe tomando a ira de seu pai. Como isso soa?"
Meu coração bate.
"Eu disse como essa porra soa, cadela!"
"Bem Senhor. Parece bom."
"É claro que parece malditamente bom. E minhas filhas ..."
Ele ri um terrível riso. "Talvez as mantenha ... talvez as venda ...
Talvez eu mesmo as use, se elas tiverem a aparência de sua mãe."
Seus olhos são diamantes negros, brilhando. "Agora vá para a
maldita cama e me mostre o que o Idiota do meu irmão esteve
fazendo aqui. "
Não arrisco outro olhar para atrás dele. Não ouso.
Com um trago de ar, ando para trás para a cama. A cama que
tinha compartilhado com Robert. Abaixo meu corpo nu e aceito esta
parte do meu destino. Todos os segundos contam.
Deixo ele me mover, deixo me posicionar até que minha
cabeça esteja livre na borda da cama. Até que minha garganta está
solta e aberta para ele. Até que minhas pernas estejam espalhadas
e posso sentir o ar fresco da sala contra meu clitóris. Ele pega um
cordão rígido do bolso e aperta meus pulsos aos meus tornozelos, e
mesmo que corte a minha pele, não luto contra ele. Não luto com os
dedos que empurram em minha boca até engasgo e babo sobre eles.
Não me encolho nem recuo enquanto abaixa a calça e bate
com o seu pau grosso e gordo contra meu o queixo. Ele aperta o meu
nariz e abri minha boca e o levo na minha garganta. Ele agarra
minha cabeça e se contorce, cavando profundamente até que vomito
fluido.
Chega as minhas narinas, me engasgo um pouco mais, e isso
o agrada. Ele geme e grunhi, balançando os seus quadris
lentamente.
Uma mão aperta em volta do meu pescoço, a outra alcança
entre as pernas.

"Eu posso ver o meu pau na sua linda garganta, vadia.


Malditamente todo dentro.
Um esfregar no meu clitóris e não quero que pareça bom,
mas ele é tão firme, tão hábil. Meu corpo sabe disto, reconhece este
exercício..
"Eu sabia que você queria isso, cadela suja. Sua buceta está
molhada, malditamente molhada.
Abaixo para os seus dedos, encorajando-o, encorajando-o
bastante para esquecer tudo além disto ... tudo além de estar dentro
de mim.
Ignoro a dor. Ignoro os grunhidos enquanto ele força a
entrada em ambos os lados.
Ignoro o corte do cordão em meus pulsos, e do jeito que estou
tão vulnerável, tão exposta. Ignoro os ruídos que minha garganta
está fazendo, o aumento dos ruídos enquanto ele investe na minha
garganta.
Desapareço para aquele espaço branco atrás dos meus olhos,
o lugar calmo que me rouba para longe. Fujo do zumbido do meu
clitóris traidor e dos movimentos de um corpo acostumado ao aperto
do prazer imundo e depravado. Fujo de tudo menos do gosto
metálico da vingança na minha garganta.
E espero.
Espero enquanto sua mão empurra e torce.
Espero enquanto seus dedos gordos me esticam.
Espero até que seu punho esteja dentro de mim e seus
grunhidos ficam frenéticos. Até que seu aperto em torno da minha
garganta tenha diminuído e seus quadris estão irregulares e
descoordenados.
Espero até que haja esperança. Até que ouço algo, um débil
sinal de vida fora deste quarto.
Espero até Alistair ouvir, também, ouvir os passos e a voz
familiar.
Uma voz frenética.
"Amy?"
Um lindo momento de silêncio quando Alistair para de
empurrar, sua mão afrouxa da minha garganta quando ele nota a
presença de seu irmão.
Mas ele devia estar concentrado em mim.

Seu pau é como cartilagem enquanto mordo forte. É duro


como borracha. Seu sangue enjoativo e abundante. Seu grito
selvagem e suas mãos brutais. Elas acertam forte contra o meu
crânio e o meu mundo fica borrado, tonto e cheio de estrelas
cadentes.
E então não há nada.

* * *

Contorço as mãos em meu pulso, debatendo-me por instinto


enquanto engasgo com ar e sangue.
"Sou eu," Robert diz. "Fique quieta. Um momento."

Fico quieta, mas meus olhos examinam a sala.


"Onde ..." resmungo.

"No chão," ele diz. "Não olhe. Há sangue. Muito sangue."


Mas quero olhar. Quero ver o porco sangrar. Quero ver o
seu pau secar e sangrar a vida para fora dele.
"Eu ... ele está?"
Robert liberta meus pulsos e gemo com a dor quando a
sensibilidade volta. Puxo-me em uma bola, mas ele é rápido e forte,
guiando-me para meus pés e em seus braços. Seu peso suporta o
meu, facilmente.
"Ainda não," ele diz. "Naquela posição não conseguiu
prendê-lo fortemente, caso contrário, teria arrancado o seu pau.
Entretanto, está sangrando. Rápido."
"Ele vai…?"
Sinto a agitação de sua cabeça sobre a minha. "Eu não sei.
Talvez."
Afasto-me o suficiente para olhar para ele. "E seu pai…?"
"Morto," ele diz, simplesmente. "Desculpa, não consegui
chegar mais cedo, fui tão rápido quanto pude ser, juro." Ele suspira
e seus olhos estão tão tristes. "Ele te machucou."
Dou de ombros. "Eu o machuquei."
"Precisamos sair. Agora." Ele me puxa pela mão, recolhendo
os restos da roupa do chão. "Eu vi o calendário do meu pai. O árabe
está a caminho daqui a qualquer momento."
Balanço minha cabeça. "Alistair cancelou, disse-lhe que o
negócio estava anulado."
"E meu pai o antecipou, a última comunicação foi há menos
de uma hora atrás. Temos que sair." Ele olha para o chão do quarto
onde seu irmão está caido. "Eu o acertei na cabeça, talvez morra,
mas talvez não o faça. Não estou planejando ficar ao redor para
descobrir, nem negociar com árabes e sua comitiva. Precisamos sair
daqui."
Ele me puxa, e meus pés cooperam atrás dele em piloto
automático, através da propriedade, sobre uma grama rica,
contornando as bordas sombrias enquanto saímos para a entrada
da frente. Puxo-o para parar quando uma janela familiar aparece.
Eu a vi tantas vezes, a fresta nas tábuas do painel, muito
alta para alcançar. Olhava para ela da minha cela, perguntando-me
quanto de vida ainda tinha em mim, ou se eu iria morrer neste lugar.
Em algumas noites ouvia os gritos, lamentos de mulheres nos
corredores escuros, presas como eu.
"Há outras aqui," digo. "Nós temos que libertá-las."
Robert não solta minha mão. "Vou alertar as autoridades,
mas temos que sair agora, Amy."

Balanço minha cabeça. "Não posso... elas são apenas ...


como eu..."
Vejo sua expressão escurecer. "Amy, temos que ir."
"Não posso," repito, e me afasto dele. O tecido de sua camisa
engole meu corpo, e me sinto tão pequena no momento que fico
sozinha.

"Ajude-me. Por favor, Robert. Não posso deixar ninguém para


trás."
Ele suspira e balança a cabeça, caminhando de um lado
para outro, alguns passos.

Seguro a minha respiração até que ele encolhe os ombros e


fazemos de volta o caminho que viemos.
"Nós precisaremos da chave," ele diz.
"E onde está?" Pergunto, pressionando-me no seu lado.
"Num lugar, onde ninguém em seu perfeito juizo jamais
desejaria roubá-la. "
Temo pensar.

* * *
Robert

Eu já vi mais o cadáver do meu pai do que pode ser saudável,


mas com uma respiração profunda e com um ranger de minha
mandíbula, empurro através da porta dupla da biblioteca e me
preparo para outro indespensavél assunto repugnante. Amy está
certa, não podemos deixar ninguém para trás. Não com o idiota
nojento do meu irmão ainda respirando e seu cliente sádico a
caminho. Se o idiota nojento do meu irmão ainda estiver respirando,
é claro. Eu lhe bati com força e rapidez, e ele colapsou e caiu como
um saco de batatas flácido, o fôlego em seu peito como um fole
quebrado.
Dizer que senti algum tipo de remorso seria uma mentira.
Não senti nada. Nem por Alistair, e nem pelo cadáver gasto de meu
pai, enrolado de lado como um feto adulto torcido no tapete a minha
frente.
Amy olha para mim com os olhos arregalados. "Você o
matou?"
Balanço minha cabeça. "Não, simplesmente não o ajudei a
manter-se vivo."
Ela cutuca a perna com os dedos dos pés, como se a visão de
seu rosto mortal não fosse o suficiente para ter certeza. "Não posso
acreditar que ele está realmente morto. O bastardo era malvado.
Doente."
"Sim," digo. "Sim, ele era."
Seu nariz enruga, e ela limpa a boca com o punho da camisa
que está vestindo. "As chaves. Onde elas estão?"
Abaixo em minhas coxas, me preparando para o golpe.
"Embaixo da sua calça."
Suas sobrancelhas se erguem. "Está falando sério?"
"Temo que sim."
Ela suspira, e há nojo em seu rosto, mais ainda do que ao
ver o cadáver enrrugado do velho de bruços. " Acho que era de supor.
Maldito saco de merda."
"Eu devia ter pensado ... antes ..." resmungo. Mas também
é tarde demais para isso, tarde demais para tudo. Me preparo para
a tarefa inevitável, mas Amy me surpreende.

Ela cai de joelhos num instante e seus dedos vão direto para
o cinto do velho homem.

"Não precisa", começo, mas ela acena com a sua pequena


mão.
"Bateu no imbecil do seu irmão por mim, Robert, arriscou-se
para me tirar daqui para fora. Salvar você de sentir o pau morto do
teu pai é o mínimo, que posso oferecer em troca."
Há um sorriso estranho no seu rosto, e isso me surpreende.
Este é outro lado de Amy, um que ainda não descobri. Suspeito que
há muitos, que a mulher é um arco-íris de nuances, tons e estados
de espírito, uma melodia de contradições, amores e ódios voláteis.
"O que?" Ela diz. "Esperava que fosse o pequeno rato manso
que era quando me encontrou? "Ela sorri. "Improvável, Robert".
"Assim parece."
Ela passa os dedos dentro das calças do meu pai sem um
momento de relutância.
Ouço o chocalhar do pequeno conjunto de chaves, o mesmo
que ele esteve chacoalhando durante toda minha infância. "Bingo,"
ela diz. "Acho que estas são as jóias da coroa, suas jóias da coroa
que estavam escondidas."
"De fato." Tiro dela e levanto, levando elas comigo.
"Quantas?" Ela diz, mas olho sem expressão. "Quantas
mulheres eles mantêm aqui?"
De verdade, não sei, não mais. Não por algum tempo. Dou de
ombros. "Quando era um garoto sempre havia um punhado pelo
menos, mas agora não tenho ideia."
Ela vira. "Havia uma mulher loira, lá fora, o próprio
brinquedo deles. Onde ela está?"
Não notei a sua saída. Não reparei nela. "Eu não sei."
"Nós a encontraremos."
"Ela terá fugido, se ela tiver algum juízo," digo.
"Nós a encontraremos," Amy repete. "Para ter certeza."
"Como quiser."
Ela respira fundo. "As mulheres, onde eles as mantem?"
Guio o caminho, atravessando as portas duplas ao longo do
corredor, mantendo as minhas costas perto da parede e Amy
seguramente atrás de mim quando atravessamos o espaço aberto
que liga as alas da velha mansão. Meu pai e Alistair tinham muitos
funcionários nos livros, funcionários que mantem lealdade absoluta,
até terem certeza, sem qualquer dúvida, que seus mestres estão
mortos. Se Alistair estiver morto.
Nós deveríamos estar fora daqui há muito tempo, levaríamos
a Ferrari, o cheiro de borracha queimada, a única coisa em nosso
rumo enquanto acelerávamos para fora da porra do próprio inferno,
mas Amy está certa. Não podemos deixar ninguém para trás, não se
eu quiser me olhar no espelho como uma pessoa respeitável e
verdadeira a partir deste momento em frente.

Nós tomamos os corredores e escadas familiares que tinha


atravessado enquanto menino, uma caminhada final pela estrada
da memória, e ficarei extasiado por deixar para trás. As meninas
geralmente eram mantidas na ala oeste, no ponto mais distante da
entrada principal, o ponto mais distante dos visitantes e do potencial
risco de fuga da área de estacionamento.
Chegamos a uma espessa porta de metal e pressiono a
primeira chave na fechadura. A porta chia quando abre, e o cheiro
de água sanitária e medo atingi minhas narinas. Amy aperta-se nas
minhas costas.
"Sim," ela diz a mim. "Eles me mantiveram aqui."
A encaminho para a frente, e meus olhos se acostumam a
escuridão deste lugar. Uma segunda porta, mais pesada do que a
primeira. Ela geme e range quando a abro, o cheiro é mais forte. Não
consigo ouvir nada, sem garotas, sem gemidos, nem o arrastar de
pés e barulho de correntes.
"Olá?" Digo, mas não há nada. Nem uma única resposta.
Procuro por uma luz e Amy ofega quando a iluminação
fluorescente pisca vida ao longo do lugar. Isso faz parecer tão clínico,
tão rançoso e sujo e sórdido.
Caminho pelas oito celas vazias, separadas com nada além
de sujas paredes desmoronadas, distanciadas o suficiente para que
nenhum conforto pudesse ser encontrado na camaradagem. "Elas
devem ter sido todas vendidas," digo, sentindo o alívio e a repulsa
ao mesmo tempo.
Se isso afeta Amy, ela não mostra. Seus olhos voam de uma
cela para a outra, mas a mandíbula está apertada e firme. "Eles me
mantiveram aqui," ela diz, e concordo. "Eles me mantiveram aqui
por semanas."
"Algumas nunca saem daqui," digo, e há um brilho de dor
em seus olhos. Desaparece após um momento.
"Isto tem que terminar esta noite," ela diz. "Tudo isso."
"Meu pai está morto. Alistair provavelmente também."
Os olhos dela são frios e resolutos. "Esperançosamente."
Sinto o choque de sua insinuação, mesmo que não deva,
mesmo que deva querer tanto quanto ela. "Você quer matá-lo?"
"Sim, se ele já não estiver morto," ela diz. "Assim que
terminarmos aqui, quero voltar e ter certeza de que o bastardo
nunca mais abusará de outra mulher."
"Mas, Amy, ele está no anexo. Nós realmente precisamos
sair."
"Isto termina," ela diz. "Ele não pode ser permitido a fazer
isto novamente. Se ele está morto, é o herdeiro da fortuna da família,
certo?"
Seguro seus ombros. "Não quero nada disto, Amy. Não vou
ter nada disto. Nem um único centavo do seu dinheiro nojento."
"Não é isso o que quis dizer," ela diz. "Poderia queimar isso,
tudo isto, destruir todo o negócio, enterrar a reputação familiar na
lama onde pertence."

"Desde que ele esteja morto," suspiro.


Ela acena. "Desde que esteja definitivamente morto."
Então, claro, lembro-me que Alastair não é o único
espinho nos nossos lados. "O árabe, Amy. Ele está a caminho. Vai
querer respostas." Olho em seus olhos. "Ele vai querer você."
"E eu quero Alistair morto," ela diz.
Ela sai dos meus braços, e há outra versão dela
novamente. Uma resolução de aço que derruba meus sentidos.
"Eu preciso de uma arma," ela diz.
Capítulo cinco

Amy

Adoro pessoas surpreendentes, e surpreendentemente adoro


Robert. Isso me trás uma estranha emoção no meio do horror.
Haverá muitas surpresas por vir. Se conseguirmos sair desse buraco
de merda vivos.

O pensamento de escapar é uma droga para o meu sistema,


me dispondo a libertar e correr, mas não posso. Não sem ter certeza.

"Há um armário de armas," ele diz. "Mas Alistair tem a chave


para isso, uma arma seria sensato, Amy ... seria ..."

"Mais limpo, mais imparcial, mais separado," digo. "Sim eu


sei. Mais seguro, também. Mas se não tivermos uma arma, teremos
que nos aproximar e ser pessoal."

Vejo a repulsa em seu rosto com interesse. "Nunca matei um


homem, Amy, nem com sangue frio. Não sei se posso."

Eu me sinto enlouquecida e a sensação é deliciosa. "Você não


se preocupa com isso," digo. "Você não precisa. Pegarei o bastardo.”

Não lhe dou a oportunidade de discutir comigo.

Fomos rápidos, tão rápidos como podíamos ser, sem arriscar


chamar atenção. Robert claramente conhece a casa. Ele negocia a
rota sem interferência, contornando perto de dois homens fumando
um cigarro no pátio traseiro, mas passamos sem obstáculos. Uma
terrível sensação de medo arrepia minha espinha quando chegamos
ao anexo, meus joelhos tremem ao ver a porta quebrada na entrada.
Robert atravessa e me ajuda depois dele. A casa está calma, e nós
também, caminhando cuidadosamente enquanto nos aproximamos
do quarto. Só espero que o filho da puta já esteja morto.

Robert pressiona um dedo em seus lábios quando chegamos


à porta, como se eu precisasse de alguma inspiração. Observo ele se
compor antes de dar uma olhada, absorvendo a força em seus
ombros quando ele se prepara para ver o corpo sangrando do irmão.

"Jesus Cristo," ele sibila em voz baixa, e se inclina o suficiente


para dar uma olhada.

Pego sua mão, aperto, esperando pelo melhor, querendo que


o bastardo tenha sangrado até a morte.

Ele olha para mim. "Não consigo ver," ele diz. "Espere aqui."

Mas não espero, de jeito nenhum. Estou com ele, onde quer
que vá. Ele tenta soltar minha mão, mas seguro com força, e com
um aceno de cabeça ele entra no quarto e sigo.

Uma mancha de sangue se arrasta dos pés da cama ao redor,


uma impressão de mão sangrenta no armário de cabeceira.

Nós nos movemos lentamente, muito devagar, e meu coração


para quando ouvimos o barulho da respiração.

Merda.

Robert aperta os dedos e me preparo para a tarefa


horripilante. Posso fazer isto. Realmente posso fazer isso.

"Fique onde está," uma voz sibila, e um grunhido e um gemido


quando o torso caído de Alistair aparece. Robert dá outro passo
adiante e eu sigo, congelando com horror quando a percepção me
atinge. Alistair foi ferido e, de forma séria. Ele recolheu as roupas
esfarrapadas e pressiona em sua virilha, e ainda há sangue saindo.
Carmesim no branco, o colo dele enchendo com sangue, o rosto
pálido, mas cheio de despeito.

E em sua mão ensopada de sangue há uma arma.

"Não pensou que teria vindo para a cadela sem uma arma,
não é?" Ele zomba.

"Você está sangrando," Robert diz, "você precisa de assistência


médica."

"Se estiver caindo, estou levando você comigo," ele resmunga.


"Vocês dois."

A voz de Robert é tão calma. "Você precisa de nós para ligar


para o 911, Alistair. Não seja um idiota."
Ele aponta a arma diretamente para mim e Robert me puxa
para segurança atrás dele. Isso faz com que Alistair ria com uma
gargalhada. "Parece que somos irmãos, afinal. Passando pela
mesma prostituta. Talvez devêssemos ter jogado uma maldita moeda
para ela, salvado toda essa bagunça de merda.”

"Estou deixando Amy livre," Robert diz. "Ela não pertence a


ninguém, nem a mim, e certamente não a você."

"Ela não vai a lugar algum," Alistair grita. "Não sem dar uma
bala na sua bela garota."

Eu me preparo e me afasto de Robert, afastando seus


protestos. "Deixe-o ir," digo. "Sou eu que você quer, não é, Alistair?
Sou a única que mordeu seu pau sujo."

"Você pagará por isso," ele diz. "Você pagará por isso tão duro,
cadela."

"Então, deixe Robert ir," insisto. "Seu pai renegou seu acordo
de substituição com o árabe. Ele está vindo para mim. Acho que ele
virá para você, também. "

"Nunca," Alistair sorri. "É tudo sobre o dinheiro."

"Eu acho que não importa quando ele descobrir que seu pai
está morto, então, vai?"

Vejo seu rosto ficar mais pálido do que já está. O sangue


restante em suas veias correndo de suas bochechas.

"Morto?"

"Como uma porra de um prego," digo. "Robert o viu morrer."

"Você o matou," ele rosna, e apontou a arma para Robert. Para


sua cabeça. Não consigo respirar, não posso mover um músculo.

"Não," Robert diz "Ele entrou em colapso. Você deveria me


conhecer melhor do que isso, Alistair, não sou da sua classe. Nunca
fui."

"Muito fraco," ele zomba.

"Se é assim que você vê."

"É a verdade," ele resmunga. "Você sempre agiu tão forte


crescendo, pensando que você era melhor do que todos nós, melhor
do que isso. Mas você é um merda fraco. Você é patético. Sempre
foi." Ele faz uma pausa. "Você deveria ter acabado comigo quando
teve a chance. Mas é por isso que você está aqui, não é? Você deveria
ter corrido. Mais você foi tolo."

Mas fui eu, não Robert. Meu próprio erro me golpeia no


estômago.

"Ele queria correr," digo. "Foi eu quem quis voltar."

Uma gargalhada. "Claro. Ele foi obrigado."

"Então me pega ..." Sussurro.

Parece que ele está pensando, uma inclinação da cabeça


enquanto olha para mim, olha por cima de mim.

"Não," Robert diz, mas Alistair não está ouvindo, nem


tampouco eu.

Fujo, passo rápido ao lado de Robert. Ele me alcança, mas


perdi, e eu tenho minha estirada, corro para o frente, me preparando
para ir com Alistair para salvar o homem que foi tão amável comigo,
mas a atenção de Alistair se afasta de mim e a arma com ele.

Olho a tempo de ver o velho e cansado corpo de Albert na


entrada, a tempo de vê-lo torcer a espingarda e apontar direto no
peito de Alistair.

Um boom que racha em meus ouvidos. Um horrível momento


de terror quando meu coração salta e para.

E então um murmúrio. Um som final da garganta do


moribundo.

Robert está ao meu lado em um instante, seus braços ao meu


redor, me protegendo.

Espio para ver o velho torto soltar a arma, e meus olhos se


arregalam quando uma mulher aparece por trás. A loira, a que
estávamos procurando.

Ela está sorrindo. "Meu nome é Tiffany," ela diz. "Eu, hum ...
peguei a chave, o armário de armas ..."

Ouço a surpresa na voz de Robert. "Você pegou a chave? De


Alistair?"
Seu sorriso fica mais brilhante. "Ele estava ... distraído ...
mais cedo hoje. Escondi isso."

Eu a olho de cima a baixo, me perguntando onde diabos ela


pode ter escondido uma chave na sua falta de roupa, e ela deve ter
lido minha mente.

"Minha buceta," ela diz. "Foi o que me enterrou aqui, então


deve ser o que me liberta, certo?" Tenho que admirar sua lógica.
Sorrio e ela encolhe os ombros. "Não sei se poderia ter disparado a
arma sozinha. Nunca usei uma arma."

"De onde você é?" Robert pergunta.

"Escócia," ela diz. "O sotaque. Highlands."

Albert dá um passo cansado, e me encolho. Os velhos hábitos


morrem com força.

"Você deve estar indo, mestre Bobby," ele diz. "Vou ficar.
Limpar essa bagunça. Tudo isso."

Sinto Robert ficar rígido. "Você deve vir. Não é seguro."

O velho sorri. "Meu tempo acabou, Bobby. Eu já vi demais, fiz


demais. Aqueles árabes virão e estarão à procura de alguém
culpado, eles precisarão de uma história. As autoridades também
aceitarão que fui eu. Vou levar a culpa."

"Mas Albert ..."

Ele balança sua cabeça. "Está acabado," ele diz. "Tudo isso."
Ele joga para Robert um conjunto de chaves de carro. "Vá. Rápido.
Tire as meninas daqui.”

"Onde estão as outras?" Pergunto. "Existem outras?"

Ele balança sua cabeça. "Enviadas na semana passada. Agora


vão.” Sua voz é urgente. "Vão!"

Robert me puxa e me movimento, uma sombra ao seu lado


enquanto passamos o velho que nos salvou do maldito no chão.
Robert pega sua mão, dá uma sacudida, e ainda assim meus
instintos estão conectados, meu coração está correndo.

"Obrigado, Albert."
O velho sorri. "Você sempre foi meu favorito, Bobby. Seja livre.
Recomece."

E de alguma forma sei que ele fará.

E eu também.

* * *
Capítulo seis

Amy

Nós corremos pelas montanhas de volta à civilização,


escorregando nos assentos quando o comboio árabe passou por nós
sem um olhar. Nós pegamos uma caminhonete. A caminhonete de
Albert. Isso nos tornou invisíveis.

Solto um suspiro de alívio quando eles estão fora de vista, e


Robert pôs o pé para baixo, empurrando a caminhonete tão duro
quanto possível.

"Há quanto tempo você está aqui?" Pergunto a Tiffany, mas


ela dá de ombros no banco de trás.

"Não sei. Não posso te dizer."

"Para onde você irá?"

"Casa," ela diz. "Não pensei que fosse isso antes. Não pensei
que tivesse uma casa. Mas tenho, eu tenho. Perder tudo, coloca um
pouco as coisas em perspectiva."

E sei o que quer dizer. O sofrimento da família que abandonei


como nada. A família com todas as falhas que percebia como
imperdoável.

Talvez eu possa fazer alguma reavaliação da minha.

"Vou pegar roupas e dinheiro," Robert diz, depois gesticula


para a bolsa aos meus pés. A bolsa que ele correu de volta para a
casa principal para pegar. "Acredito que seu passaporte deve estar
aí." Não o empurro para mais informações, mas ele providencia de
qualquer maneira. "O seu também, Amy."

Nós dirigimos e dirigimos, Parando em um posto de gasolina


e continuando durante a noite, e pela manhã nós estamos em uma
cidade maior, onde as pessoas trabalham em seus negócios,
ninguém sabe da nossa provação.
Robert puxa para um estacionamento de supermercado e nos
deixa. Observo ele partir e parece estranho aqui, na luz normal da
vida normal.

Pergunto se a vida alguma vez pareceria normal novamente.

"Devemos correr?" Tiffany pergunta. "Pegar a bolsa e o


dinheiro dele?"

Balanço minha cabeça. "Não," digo. "Ele não é como eles, nem
como nenhum deles."

"Mas ele é um deles, certo?"

"Somente no sangue, não na natureza."

"Se você tem certeza."

E eu tenho certeza.

Nós entramos em um motel e Robert nos registra. É tão bom


se refrescar, o próprio céu vestir uma roupa fresca que Robert
comprou para mim. Olho para mim mesma no espelho, e apesar das
escoriações escorridas de meus olhos cansados, eu ainda pareço
comigo. Isso me faz dar um sorriso.

Tiffany usa o telefone de Robert quando está vestida. Escuto


seus soluços no quarto ao lado, e o som de sua reunião me
atrapalha. Robert olha, mas não fala; aproxima-se o suficiente para
pegar minha mão, mas não faz, e sei que estamos na terra de
ninguém, sem uma pista sobre o que fazer a partir daqui.

"Não tenho respostas," digo. "Não sei o que nós ... o que
acontece..."

"Não espero nenhuma resposta," ele respond. "Não espero que


você saiba."

Sua voz está calma, mas seus olhos não estão. Seus olhos são
profundos e com a alma preenchida com seus próprios pensamentos
quebrados.
Nós deixamos Tiffany na estação mais próxima, com um
envelope cheio de dinheiro. Ela insistiu que a deixássemos. Insistiu
que estaria bem.

Eu a vejo caminhar com um nódulo na garganta.

"Você realmente acha que ela vai ficar bem?"

Robert concorda. "Eu acho. Ela é uma sobrevivente."

E eu também.

Pego sua mão.

"Aqui," eu digo, enquanto passamos as placas para outro


motel. "Você pode me deixar aqui."

"Deixar você?" Ele diz.

Fico feliz por não poder ver seus olhos na escuridão.

Alcanço dentro da bolsa para meu próprio passaporte, pego


meu próprio envelope de dinheiro. "Me deixe aqui," repito. "Obrigada
por tudo."

Ele para na estrada e liga a luz interior e seu rosto está


decepcionado. "Isso é o que você quer?"

"O que você achou que eu gostaria?"

Ele não responde e isso diz tudo. Solto um suspiro.

"Você não pode realmente ter pensado em andar juntos no


pôr-do-sol, pensou?"

Ele não responde. Não por um longo tempo. "Eu não esperava
nada, Amy. Não espero nada."

Suspiro. "Isto é ... fodido. Estou fodida. Estamos fodidos.


Preciso de ajuda. Ajuda terapêutica real.”

"Eu sei que essa foi uma experiência traumática. Sei que vai
ser uma longa estrada."

Balanço minha cabeça. "Volta antes disso, Robert, bem antes


disso. Apenas demorei essa quantidade de merda para ver. "Faço
uma pausa. "O que quer que tivemos ... parecia real ..."
"Para mim também."

"Mas não é real. Não pode ser real. Não sabendo o que sei ...
não sabendo que você estava saindo, minha única saída ... "

Ele sorri. "Você fez o que tinha que fazer. Uma sobrevivente."

"Apenas joguei o papel, e você tornou tão fácil. Tão fácil sentir
como se fosse real. "

"E não foi."

Dou de ombros de novo. "Não sei."

Ele me fixa em um olhar gentil. "Diga-me, quando Alistair


tinha uma arma apontada para minha cabeça, como você se
sentiu?"

É uma lembrança horrível. "Assustada. Triste…"

"Você estava com medo por mim? Você disse que deveria levá-
la e não eu, você quis dizer isso?"

"Eu quis dizer isso então."

"E agora?"

Olho para os néon através da janela. "E agora ainda estou


triste, mas o que isso realmente significa?"

"Isso significa que você se importa," ele diz. "Isso significa que
temos algo. Se não já teria desaparecido nesse motel com a intenção
de nunca mais me ver.”

"Quem disse que não vou?" Sorrio para ele.

"Apenas um palpite," ele diz. "Posso estar errado. Certamente


não a culparei se estiver."

Agarro a fechadura. "Eu nunca vou ser um brinquedo," digo.


"Nunca serei uma submissa, agora não. Nunca serei a mulher que
fui naquele lugar, a mulher que estava com você."

"Eu não quero que você seja. Eu quero que você seja você."

"E se você não gostar de mim? E se eu não gostar de você?"

"Eu gostaria da oportunidade de descobrir," ele diz. "Se você


me der."
Solto a fechadura, e me viro para ele, perto o suficiente para
beijar sua bochecha. Eu me deito lá, esperando pela corrida de
emoção, por algo. Havia apenas um vibração, alguma lembrança
distante de algo real.

"Tchau, Robert.”

Ele acena, e está triste. "Tchau, Amy."

Abro a porta e saio no ar noturno, e me sinto incrível. Um


novo começo.

Dou alguns passos, e ele não faz nenhum movimento. A


caminhonete fica parado, Robert quieto.

Volto e estou sorrindo. Posso me sentir sorrindo.

Ele desce a janela e me inclino para dentro, esperando que eu


fale, esperando algo, e encontro algo assim. A beleza em sua calma,
em sua paciência, na força de sua atitude. "Você pode me levar para
jantar," digo.

Ele sorri. "Vou verificar minha agenda."

"Deixe-me saber," rio. "Estarei aqui, no Sunny Skies Motel,


nos próximos dias, até descobrir algo."

Ele desliga o motor e a caminhonete fica em silêncio.

"E eu também," ele diz. "Nos próximos dias, até descobrir


algo."

"Eu acho que vou te ver."

"Sim," ele diz. "Eu acho que você vai."

FIM
EPÍLOGO
Seis meses depois

Amy

Eles dizem que os relacionamentos iniciados durante períodos


de trauma intenso nunca duram. Que estão condenados ao fracasso
antes mesmo de terem começado. Duas almas agarradas a conexão
de sucatas encontradas na escuridão.

Mas nem sempre estão certos.

Eles não estavam certos sobre nós.

"Sou uma passageira nervosa," admito, sustentando meus


dedos para que Robert possa ver eles tremendo.

Ele pega minha mão na dele. "Eu não sabia."

"E agora você faz, outra marca na lista de conhecimento da


Amy."

Ele sorri. "Bastante." Ele estende os dedos, nem mesmo uma


palvra. "Eu não estou."

Isso me faz rir, só um pouco. "Teria adivinhado isso por mim.


Você não fica nervoso nunca.”

"Algumas coisas me deixam nervoso."

Levanto uma sobrancelha. "Como o quê?"

"Você." Ele diz, e seus olhos estão quentes e gentis. "Você me


deixa nervoso, Amy. Nervoso da maneira mais agradável possível."
Olho para ele enquanto olha para mim. "Você é tempestuosa e
apaixonada, impulsiva. Você tem prazer em empurrar fronteiras.
Uma hedonista com o sentimento de vida mais convincente que já
conheci."

Sorrio. "E isso o deixa nervoso? Por quê?"


Ele beija meus dedos. "Por vezes, quando você olha para mim,
sinto que a mulher destinada a se tornar um brinquedo nas mãos
dos outros, me faz um brinquedo na dela". Ele sorri. "E não tenho
tanta certeza de que desaprovo. Isso é o que me deixa nervoso.”

Eu beijo seus dedos em troca, e minha tremedeira acabou.


"Não se preocupe, Robert", rio. "Cuidarei de você."

"Nós cuidaremos um do outro," ele diz. "Uma viagem de avião


para longe marca um novo começo, como é que parece?"

"Certo," digo. "Parece certo. Embora possa demorar algum


tempo para acostumar. "Suspiro, mas é um feliz. "Realmente nunca
pensei que acabaria na Alemanha. Quero dizer, eu gosto da
Alemanha, eu só ... "

"Você vai adorar," ele diz. "E se você não fizer isso,
resolveremos. Nós temos tempo, Amy, hora de descobrir onde
encaixamos, como encaixamos. Não há pressa. Sem pressão."

E ele quer dizer isso. Ele sempre quer dizer suas palavras. É
honesto, e gentil. Paciente também. Ainda mais paciente do que
percebi naquele lugar horrível. Visitas na terapia, noites em que
estou muito ligada para deixá-lo em qualquer lugar perto de mim,
mas também ligada para deixá-lo partir. Noites horríveis. Longas
noites.

Algumas noites melhores também.

Nos últimos seis meses, Robert tem sido a própria definição


de calma e força. Mas, para dar crédito quando é devido, eu também
estou forte. Só preciso trabalhar na calma. Talvez fosse conseguir
um dia.

Pego meu reflexo na janela do avião, enquanto os últimos


raios do por do sol iluminam o céu e eu pareço bem. Pareço
saudável. Atenta e controlada, e tudo é cortesia do homem do meu
lado. O homem que tem mais dinheiro do que nunca imaginei e
oferece livremente e sem reservas. O homem que me tirou do inferno
e ficou ao meu lado, que ainda está ao meu lado.

Nós começamos do zero, desde o topo. Conhecendo-nos


lentamente, durante meses de encontros para jantar e passeios
silenciosos, meses de silêncio reconfortante enquanto estava
enlouquecendo.
Meses sem sexo.

Mas isso está mudando. Esta semana. Estou pronta.

Estou pronta, e desta vez é real. Mais real do que nunca senti
algo em toda a minha vida.

Essa é a outra coisa sobre Robert. Realmente não houve


pressão. Nem exigencia. Apenas um respeito silencioso, e uma
atitude que exige o mesmo em troca sem nunca chegar à
necessidade de dizer isso em voz alta.

Fecho os olhos quando o avião decola na pista, segurando a


mão de Robert enquanto subimos. Não foi tão ruim assim. Não tão
ruim quanto lembrava. Dado, o meu ponto de referência, o mal toma
um grande golpe desde que agora fui ao ar por prazer.

E a primeira classe é legal. Muito bom.

Ele pede champanhe uma vez que o avião está em vôo suave
e levanta um copo.

"Para que serve isso?" Pergunto. "Qual é o brinde?"

"Para novos sonhos," ele diz. "Diga-me, Amy, o que sonha?"

Respiro e aprecio as bolhas, o efervescente de uma vida que


nunca imaginei viver, e lá está novamente a hedonista em mim.

Ele ergue a sobrancelha ao mal estar no meu sorriso.

"Eu sonho em me juntar ao clube das milhas aéreas," digo.

"É sério?"

"Sim, Robert, é sim"

"Seu terapeuta diz que é imprudente. Cedo demais."

"Meu terapeuta não é mais meu terapeuta, meu terapeuta


pode se foder." Mordo minha língua, e ele sorri, balançando a
cabeça.

"O limite está empurrando de novo."

"Sempre." Sorrio. "Você me ama desse jeito."

Ele nem sequer se encolhe. "Sim," ele diz. "Eu faço."


Abro meu cinto e me ponho de pé e, de alguma forma, sei que
ele irá me seguir, mesmo que jogue sem se mexer, calmo,
profissional e frio como o pepino, sei que sua mente já está na cabine
a minha frente, as mãos preparadas para me achar molhada para
ele.

E então irei montá-lo, ou ele irá me montar, ajeitando no


limite de um cubículo em vários mil pés, aproveitando nosso prazer
com o mundo ampliado por baixo de nós.

Um olhar passa entre nós, um daqueles incendiários que diz


que a merda está prestes a aquecer, e fico encantada. Emocionada
com a idéia de uma luta de poder, à idéia das mãos severas e
respiração irregular. Vibrando com a idéia de dar a ele um pouco do
seu remédio para mantê-lo em seus dedos do pé.

Seu companheiro.

Seu amante.

Seu brinquedo.

Ele ele é meu.

Oh sim. Ele é definitivamente meu.

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